Por quê estudar a imunologia? Dr. Fabrício Prado Monteiro HRAS - HMIB 3/9/2008 Por quê estudar a imunologia? Doença causada por complexos imunes Eliminação dos complexos imunes pelo complemento A resposta imune contra o hospedeiro Os complexos imunes são produzidos sempre que existe uma resposta de Anticorpos contra um antígeno solúvel. Com o avanço da resposta imune, ocorre a formação de complexos imunes maiores que causam a ativação do complemento, cujos componentes ativados se ligam aos complexos. Estes, então, são eficientemente eliminados. (Via CR1) Quando o antígeno é repetidamente liberado de modo a manter a formação de complexos imunes pequenos, estes tendem a ficar presos nas veias de pequeno calibre, por exemplo dos glomérulos renais e no tecido sinovial das articulações. Qual reação imunológica de Gell e Coombs??? RELATO DE CASO Um grupo de pessoas encontrava-se em uma viagem de final de semana no Parque Nacional da Água Mineral. Deb e Dana, que também participaram da viagem no ano passado, vagaram pelos bosques para procurar flores. Quando estavam colhendo flores, as duas foram picadas por diversas abelhas. Enquanto corriam de volta para o local do acampamento, Dana começou a ofegar e ficou extremamente dispnéica. Ela começou a sentir um aperto no peito e uma erupção cutânea pruriginosa rapidamente disseminou por todo seu corpo. RELATO DE CASO Dana foi levada às pressas para o hospital HRAS, onde foi estabilizada e internada para observação. No dia seguinte, Deb desenvolveu pápulas eritematosas e extremamente pruriginosas nas pernas e nas mãos, que foram tratadas com uma pomada tópica, e foi aconselhada a não coçar as lesões e a evitar esfregar os olhos. RELATO DE CASO Qual a causa mais provável dos sintomas de Dana? Porquê Deb não ficou doente como a Dana? É provável que ela adoeça mais tarde? Como Dana deveria ser tratada? Qual é a causa do episódio de coceira de Deb? Como Deb deve ser tratada adicionalmente? Porquê ela não deve coçar as lesões? RELATO DE CASO Nicole, tinha 16 anos de idade e gozava de boa saúde até agosto do ano passado. Poucos dias após uma excessiva exposição solar na praia, desenvolveu uma vermelhidão e erupção cutânea na face. Seus pais levaram a menina ao médico da família, que reconheceu o padrão de asa de borboleta da erupção em suas bochechas e sobre a ponte nasal, típicos do LES. Nicole foi encaminhada ao hospital infantil, onde foi questionada sobre muitos outros problemas que ela poderia ter notado. Ela disse que ao levantar pela manhã, sentia rígidas suas articulações dos dedos e do quadril, embora melhorassem com o passar do dia. Sentia suas mãos e quadris rígidos, ainda. RELATO DE CASO Uma amostra de sangue foi colhida para confirmar a presença de anticorpos antinucleares (ANA). O exame deu positivo para um título de 1 : 1.280. Considerando esse resultado, foram realizados exames adicionais para anticorpos característicos de LES. Elevados níveis de anticorpos contra DNA de dupla-fita foram detectados. O nível de C3 em seu soro foi de 73 mg/dl (normal: 100 – 200 mg/dl). Sua contagem de plaquetas era normal, 225.000, e o teste de Coombs direto e indireto e para detecção de anticorpos antifosfolípides foram negativos. EAS (tipo 1) sem quaisquer anormalidades. RELATO DE CASO Nicole foi aconselhada a tomar um agente antimalárico, Plaquenil, e evitar o contato direto como sol. Ela ficou bem por um tempo, mas um mês depois a dor de seus dedos e quadris, ao levantar pela manhã, tinha piorado. Ela apresentava febre de 39 graus celsius toda noite e acompanhada de tremores e calafrios. Os linfonodos localizados atrás das orelhas e em seu pescoço eram palpáveis. Perdeu 4,6 Kg de peso nos dois últimos meses. RELATO DE CASO Quando ela retornou ao hospital infantil para realizar um check-up, notou-se que a vermelhidão e a erupção cutânea da face na forma característica de borboleta havia desaparecido. Ela tinha um inchaço difuso nas junções proximais em seus dedos das mãos e pés. Uma amostra de sangue foi coletada e os níveis de anticorpos anti-DNA haviam aumentado. O nível sérico de C3 no soro era de 46 mg/dl. Nicole foi aconselhada a tomar 10 mg de Prednisona duas vezes ao dia e um AINE, o Naproxeno, 250 mg, duas vezes ao dia. Seus sintomas foram rapidamente controlados e ela ficou bem. Na sua sexta visita ao hospital, o nível de C3 em seu soro era de 120 mg/dl. DISCUSSÃO E QUESTÕES Porquê vc acha que o C3 presente no soro de Nicole foi quantificado tanto na sua primeira vistita ao hospital como após a terapia? O que são os testes de Coombs direto e indireto e o que eles significam nesse caso? Nicole tinha níveis de IgG no soro de 1.820 mg/dl. Esse é um nível substancialmente elevado e comumente encontrado em pacientes com LES. Como vc poderia explicar isso? O que vc esperaria encontrar caso se realizasse uma biópsia de linfonodos aumentados de Nicole? DISCUSSÃO E QUESTÕES Quais são as anafilatoxinas envolvidas na patogênese da Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos? O LES pode ser considerada uma doença auto-imune mista? Se sim, quais os mecanismos de Gell e Coombs?