Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – ITR/UFRRJ
Curso de extensão: Finanças Pessoais, Mercado e Bolsa de Valores
Curso de Extensão:
FINANÇAS PESSOAIS,
MERCADO E
BOLSA DE VALORES
Aula 1
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1 – Prefácio
“Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”
Albert Einstein
“A mente de um homem expandida por uma nova idéia não consegue nunca
voltar às suas dimensões originais”
Oliver Wendell Holmes
As informações aqui contidas NÃO vão fazer ninguém ganhar dinheiro, o
correto uso podem ajudar a gerar e/ou aumentar a sua renda, mas dependem de
dedicação, estudo e trabalho.
Durante o curso serão apresentadas várias opções de investimentos, nenhuma
delas é recomendada em exclusividade, elas devem ser escolhidas de acordo com o
seu perfil e a sua disponibilidade de tempo e dinheiro.
O conhecimento dos seus objetivos pessoais é fundamental para os seus
investimentos, porque a simples acumulação de capital não te gerará nenhum
resultado pessoal.
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2 – Orçamento Pessoal
Todos têm objetivos ou sonhos, para atingi-los é indispensável planejamento e
disciplina.
É como em uma maratona, se sabemos onde está a linha de chegada, fica
muito mais fácil perfazer o caminho. E tudo começa com o primeiro passo.
Para falar em investimentos com objetivos o orçamento pessoal é fundamental.
2.1- Objetivos(Sonhos)
Os nossos objetivos são o que nos motiva, que nos fazem sair da cama todo dia
e enfrentar o dia-a-dia.
Vários objetivos podem ser alcançados pelo uso do dinheiro, outros não, então
vamos nos ater ao primeiro caso
2.2 – Receitas
Todo dinheiro que recebemos denominaremos de receita.
As receitas podem ser regulares, por exemplo, salário, pensão, aposentadoria e
outros, ou podem ser casuais tais como prêmios, presentes, heranças e etc.
2.3 – Despesas
Todo gasto que temos denominaremos de despesa.
As despesas são os bens que compramos e os serviços que utilizamos, podem
ser recorrentes como alugueis, luz, água e etc ou extemporâneos como remédios,
roupas e outros.
2.4 – Economizar
Trata-se de quando as receitas superam as despesas, gerando uma sobra de
dinheiro ao final do período.
Esse é o princípio do investimento, digamos que nos sobre 10% das receitas, já
temos um capital inicial para investimento. Quanto mais economizarmos maior será
nossa capacidade de investir.
Economizando podemos planejar nosso futuro e melhorar nosso padrão de
vida.
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2.5 - Crédito
Crédito é um termo que traduz confiança, e deriva da expressão “crer”,
acreditar em algo, ou alguém. O crédito, sob o aspecto financeiro, significa dispor a um
tomador, recursos financeiros para fazer frente a despesas ou investimentos, financiar
a compra de bens, etc..
Hoje existem diversas modalidades de empréstimos, alguns exemplos de
empréstimos pessoais são cartões de crédito, crédito para a pessoa física, CDC (crédito
direto ao consumidor), leasing entre outros.
2.6 – Método
Abaixo segue um método baseado em conhecimentos passados pelo livro “Pai
Rico, Pai Pobre”
a) Pague a si mesmo primeiro – Seus sonhos e objetivos são de extrema
importância, então porque pagar todas as contas e, se sobrar, investir.
Invista primeiro, no seu orçamento deve estar incluso o seu
investimento. Junto a este documento está uma planilha de orçamento
feito pela Bovespa que sugere isso.
b) Crédito com bom senso – O crédito só deve ser utilizado para bens de
capital, isto é, todo empréstimo tomado deve gerar uma renda igual ao
superior ao seu valor. Por exemplo, a compra de um carro financiado, só
deve ser feito se o carro for gerar uma renda ou economia maior do que
o valor pago.
c) Faça o dinheiro trabalhar para você – Seus investimentos trazem novas
rendas e surgirão oportunidades para aumentar seu capital. Aproveite-as
d) Crie uma aposentadoria – A expectativa de vida no Brasil é de 73,62
anos, a aposentadoria na legislação brasileira sugere que os homens se
aposentem aos 65 anos e as mulheres aos 60 anos, quando então
passarão a receber pelo INSS. Há a tendência dos governos cada vez
aumentarem mais esses prazos e diminuírem os rendimentos. Com seus
investimentos você pode se aposentar antes e com rendas superiores.
e) Saia da corrida de ratos(“Rat Race”) - De uma forma bastante resumida,
este conceito explica o que aquilo que grande parte das pessoas faz:
começa por receber os seus primeiros salários, compra uma casa, um
carro e endivida-se. Depois é aumentado, e compra uma casa e um carro
ainda melhores e assim sucessivamente. Por isso, acabam sempre
ganhando mais e gastando mais, chegando ao final das suas vidas com
muito pouco dinheiro.
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3 – Inflação
Maior inimigo te toda economia é a inflação, ela reduz o poder de compra do
dinheiro.
A inflação é um conceito econômico que representa o aumento persistente e
generalizado do preço de uma cesta de produtos em um país ou região durante um
período definido de tempo. Se, por exemplo, uma cesta de produtos custa R$ 100 reais
em julho e passa a ser vendida por R$ 150 reais em agosto, verifica-se uma inflação de
50% no mês. Ela também representa a queda do poder aquisitivo do nosso dinheiro
em relação a elevação dos preços de bens e serviços. Quando a inflação está em um
nível muito baixo, ocorre a estabilização dos preços, e assim, o valor dos produtos não
aumenta.
Os economistas descrevem a inflação pela seguinte fórmula:
I = CM + CO + CD
Onde:
I – Inflação
CM – Componente Monetário ou Inercial
CO – Componente de Oferta
CD – Componente de Demanda
Ou seja, há três principais fontes inflacionárias uma relacionada a percepção de
inflação, uma relacionada ao aumento de custos da oferta e a última relacionado ao
aumento do consumo.
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4 – Conceitos para Investimento
Para investir precisamos conhecer alguns conceitos básicos para que façamos
escolhas pertinentes.
4.1 – Carteira
A carteira é uma referência a que usamos no dia-a-dia com nossos meios de
pagamento. Carregamos conosco dinheiro, cheques e cartões de cheque são os meios
de pagamento.
A carteira de investimento é a forma de organizar nossos investimentos visando
rentabilidade. Como aquele antigo ditado “Não devemos colocar todos os ovos em um
único lugar” a função de uma diversificação de investimentos é diminuir os risco dos
investimentos.
4.2 - Juros
O juro pode ser compreendido como uma espécie de "aluguel sobre o
dinheiro". A taxa seria uma compensação paga pelo tomador do empréstimo para ter
o direito de usar o dinheiro até o dia do pagamento. O credor, por outro lado, recebe
uma compensação por não poder usar esse dinheiro até o dia do pagamento e por
correr o risco de não receber o dinheiro de volta (risco de inadimplência).
4.3 – Taxa Base do Governo
De modo simples, a taxa Selic serve de taxa de juros de pagamento da dívida do
Governo representada pelos títulos públicos, que são adquiridas diariamente
especialmente pelas instituições financeiras (overnight), ou seja, com a emissão de
títulos públicos, o Governo se compromete a pagar, a título de juros, aos adquirentes
destes, a taxa diária da Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Sendo assim, a taxa
Selic tem lastro nos títulos públicos e é modificada diariamente, por meio dessas
operações de financiamento.
Em outros termos, também é possível dizer que a taxa Selic é usada para operações de
curtíssimo prazo entre os bancos, que ao tomarem recursos emprestados de outros
bancos por um dia, oferecem títulos públicos como garantia, a fim de reduzir risco e
juros na transação.
Assim, como o risco final da transação é do Governo, pois seus títulos servem de lastro
para a operação e o prazo é o de apenas um dia (prazo mais curto possível), esta taxa
acaba servindo de referência para todas as demais taxas de juros da economia.
No entanto, ressalta-se que muito embora a taxa Selic modifica-se diariamente de
acordo com a overnigth, deve a mesma permear a meta Selic, que é estabelecida
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mensalmente pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, dela não se
distanciando substancialmente.
Destarte, do que restou exposto, conclui-se que a taxa Selic é a taxa de financiamento
no mercado interbancário para operações de um dia, ou overnight, que possuem
lastro em títulos públicos federais, títulos estes que são listados e negociados no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou Selic.
4.4 – Cambio
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou
frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada
é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a
dessa moeda. Assim, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio é 1,80,
significa que um dólar dos Estados Unidos custa R$ 1,80. A taxa de câmbio reflete,
assim, o custo de uma moeda em relação à outra. As cotações apresentam taxas para a
compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas do ponto de vista do
agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central.
4.5 – Commodities
Commodities podem ser definidas como mercadorias, provenientes de cultivo
ou extração, que são produzidas em larga escala e comercializadas mundialmente. São
produzidas por diferentes produtores e possuem características uniformes.
Geralmente, são produtos que podem ser estocados por um determinado período de
tempo sem que haja perda de qualidade. Por serem mercadorias primárias, propensas
à transformação em etapas de produção, são negociadas globalmente.
As commodities são negociadas em bolsas, portanto seus preços são definidos
pelo mercado internacional sendo suscetíveis a oscilações nas cotações de mercado
em virtude de perdas e ganhos nos fluxos financeiros no mundo. São negociadas no
mercado físico para exportação ou no mercado interno e nos mercados derivativos das
Bolsas de Valores e contratos futuros.
Os mercados futuros funcionam como um “seguro” para o produtor rural e
para as empresas em meio a tanto risco, possibilitando uma garantia quanto à
volatilidade dos preços de mercado. Esta pode ser uma forma eficaz de eliminação de
um dos principais riscos da atividade agropecuária, aquele decorrente da incerteza de
preços em um tempo futuro, quando se dará então a comercialização da safra agrícola.
4.6 – Ações
Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades
anônimas. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os
acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas.
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Uma ação é um valor mobiliário, expressamente previsto no inciso I, do artigo
2º, da Lei 6385/76. No entanto, apesar de todas as companhias ou sociedades
anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações emitidas por
companhias registradas na CVM, chamadas companhias abertas, podem ser
negociadas publicamente no mercado de valores mobiliários.
4.7 – Letras de Crédito
As Letras de Crédito são títulos de crédito, de emissão de instituições
financeiras públicas ou privadas, que conferem direito de penhor sobre os direitos
creditórios a elas vinculados.
4.8 – Riscos
"Risco" em investimentos pode ser entendido pela probabilidade de alguma
incerteza afetar diretamente as operações de mercado, podendo haver possibilidade
de perda de parte, todo ou de montante superior ao valor originalmente investido,
principalmente, em função de alavancagem.
4.9 – CDI
Durante suas operações diariamente os bancos as vezes precisam de dinheiro
para encerrar o caixa corretamente ou para sustentar algum resgate monetário muito
alto, então o que ele faz é pegar dinheiro emprestado com outro banco por prazos
curtíssimos, geralmente um dia. O dinheiro é emprestado via Certificado
de Depósito Interfinanceiro. Ao final do dia é feito o cálculo de uma média entre todas
as taxas negociadas no dia gerando a tão famosa Taxa CDI ou DI.
Em suma, o CDI é a média das taxas negociadas entre os bancos para empréstimos de
curtíssimo prazo. Daí podemos comentar sobre osFundos Referenciados DI, que são
fundos que investem em títulos atrelados a esta taxa negociada entre os bancos.
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5 – Investimentos Conservadores
São investimentos de baixo risco aqueles que apresentam pouca probabilidade
do investidor ver seu capital diminuído.
5.1 – Poupança
A poupança é o investimento mais conhecido, sua remuneração segue a
seguinte base:
- TR, mais;
- 0,5% se a enquanto a taxa Selic for superior a 8,5% ao ano, ou, 70% da as taxa Selic
mensalizada se for inferior.
A tendência é que a poupança renda ao ano 6,8%. Não incide imposto de renda
sobre a poupança.
5.4 – Previdência Privada
A previdência privada é uma aposentadoria que não está ligada ao sistema do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela é complementar à previdência pública.
Todo setor de previdência privada é fiscalizado pela Superintendência de Seguros
Privados (Susep), órgão do governo federal.
Nos planos de previdência privada, é possível escolher o valor da contribuição e
a periodicidade em que ela será feita. Além disso, o valor investido em um plano de
previdência privada pode ser resgatado pela pessoa se ela desistir do plano.
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) - É recomendado para pessoas com
renda mais alta, pois o valor pago ao plano pode ser abatido no Imposto de
Renda (desde que esse valor represente até 12% de sua renda bruta anual).
Porém, quando o dinheiro é sacado, o imposto pago é referente ao total que
havia no fundo. Por exemplo, se esse valor for de R$ 500 mil, o imposto será
cobrado sobre ele.
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) - Sua diferença para o PGBL é que ele
não pode ser abatido no Imposto de Renda. Porém, quando o dinheiro é
sacado, o imposto cobrado é referente ao que o dinheiro investido rendeu.
As empresas de previdência complementar costumam cobrar três tipos de
taxas dos participantes: carregamento (sobre cada contribuição), gestão (anual) e
saída (no momento do resgate).
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A taxa de carregamento gira em torno de 3 a 4%,Também incide sobre a
reserva acumulada a taxa de gestão. Ela varia no mercado nacional de 0,5% a 4% ao
ano e incide sobre o patrimônio acumulado no fundo. Um custo que não pode deixar
de ser considerado na hora da escolha do produto.
As taxas de saída são de 0,38% em relação ao valor acumulado. Algumas
empresas optam por não cobrar a taxa de saída sobre o resgate das aplicações.
O rendimento é variável de acordo com o plano contratado, sendo a mínima
ficando próxima a 80% do CDI.
Os riscos se resumem a insolvência da instituição contratada e o rendimento
ser inferior a inflação.
O Imposto de renda a se aplicar é de 27,5 % nos dois casos.
5.3 – CDB
Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e os Recibos de Depósito Bancário
(RDB) são títulos privados representativos de depósitos a prazo feitos por pessoas
físicas ou jurídicas. Podem emitir CDB os bancos comerciais, múltiplos, de
investimento, de desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal. Podem emitir RDB,
além desses, as sociedades de crédito, financiamento e as cooperativas de crédito a
seus associados.
O rendimento do CDB gira em torno de 80% a 105% do CDI, que pode ser
considerado igual a taxa Selic.
A tributação segue a linha dos investimentos em renda-fixa:

IOF sobre o valor aplicado para resgates com menos de 30 dias;

Aplicações até 180 dias: 22,5% sobre o rendimento;

Aplicações de 181 a 360 dias: 20% sobre o rendimento;

Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5% sobre o rendimento;

Aplicações acima de 720 dias: 15% sobre o rendimento;
5.4 – LCI e LCA
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
são dois tipos de investimento em renda fixa isentos de Imposto de Renda que
costumam garantir retornos bem superiores ao da caderneta de poupança. Do ponto
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de vista do investidor, não faz muita diferença investir em LCI ou LCA – geralmente é
melhor optar pelo papel mais rentável.
A LCI é um título de renda fixa emitido por um banco e lastreado por
empréstimos imobiliários. Os títulos podem ter rentabilidade pré ou pós-fixada – ou
seja, o investidor pode saber exatamente quanto vai receber durante o tempo de
aplicação ou então terá um retorno que flutuará de acordo com as taxas de juros
praticadas no mercado.
No caso das LCI pós-fixadas, o investidor receberá um percentual do CDI
(Certificado de Depósito Interbancário) negociado com a instituição que emite o título.
O CDI costuma oscilar bem próximo à Selic, a taxa básica de juros da economia
brasileira, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias. Normalmente, quanto maior o
prazo e o valor da aplicação, maior o percentual do CDI pago aos investidores. Já no
caso das LCI prefixadas, o investidor fica sabendo no momento da aplicação qual será
seu rendimento, independentemente da oscilação do CDI no período.
Entre as principais vantagens da aplicação, está o fato de ela ser isenta de IR (Imposto
de Renda), o que garante uma rentabilidade líquida maior, principalmente no longo
prazo.
Outra vantagem é o fato da LCI ser garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de
Crédito) até o limite de R$ 250 mil. Isso quer dizer que, caso a instituição bancária
onde você investe tenha problemas e, na pior das hipóteses, “quebre”, o FGC garante
até este limite aplicado. Portanto, é como se o investidor contasse com um “seguro”
contra perdas. Para quem quer investir mais do que R$ 250 mil, a dica é optar por
vários títulos de instituições diferentes. Assim, o investidor poderá garantir um retorno
mais elevado em um investimento cujo risco continuará muito baixo.
Do ponto de vista do investidor, não há diferença entre investir em LCI ou LCA –
o que muda é o lastro do papel. As LCA (Letras de Créditos do Agronegócio) são títulos
emitidos por bancos garantidos por empréstimos concedidos ao setor de agronegócio.
Esses títulos foram criados pelo governo com objetivo de ampliar os recursos
disponíveis ao financiamento agropecuário.
A rentabilidade da LCA pode ser definida por taxa de juro pré ou pós-fixada. No
caso da LCA prefixada, o investidor sabe qual será a remuneração no momento da
compra do título. Já quando adquire uma LCA pós-fixada, a rentabilidade geralmente é
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baseada em um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), quem por
sua vez, oscila sempre muito próximo da Selic (Taxa Básica de Juros). Isso quer dizer
que, no caso da LCA pós-fixada, quanto mais alta estiver a Selic, maior será a
rentabilidade do título, e vice-versa.
A LCA tem como uma das principais vantagens o fato de ser isenta de Imposto
de Renda. Dessa forma, a rentabilidade líquida para o investidor é mais alta. Além
disso, a aplicação também é garantida pelo FGC até o limite de R$ 250 mil, em caso de
“quebra” do banco emissor. Para quem quiser investir mais do que R$ 250 mil em LCA,
a dica é aplicar em títulos de instituições diferentes, garantindo segurança com um
retorno elevado.
A cautela que o investidor deve ter quanto a este investimento é a liquidez, o
investidor só poderá reaver seu dinheiro no seu vencimento.
5.5 Títulos do Tesouro
O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas
desenvolvido pelo Tesouro Nacional, em parceria com a BM&FBOVESPA.
O investimento no Tesouro Direto é um investimento em renda fixa, mas isso
não quer dizer que os preços e taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto não
apresentem variação ao longo do tempo.
Entre a data de compra e de vencimento, o preço do título flutua em função
das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de
juros futuras. Uma redução nas taxas de juros de mercado em relação à taxa de
compra do título provocará aumento no valor do título. Já um aumento nas taxas de
juros proporciona o efeito contrário.
O valor do título na carteira do investidor é atualizado considerando essas
variações. O título é atualizado de acordo com o valor que ele é negociado no mercado
secundário no momento, procedimento conhecido como marcação a mercado. Desta
forma, havendo queda nos preços negociados no mercado, o saldo do investidor cairá.
Por outro lado, se houver valorização do título, o saldo do investidor irá se elevar. Essa
é a mesma mecânica dos fundos de investimento, que fazem a marcação a mercado de
seus ativos, com base em recomendação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
órgão regulador do mercado de valores mobiliários.
Se o investidor permanecer com os títulos até a sua data de vencimento,
receberá o valor correspondente à rentabilidade pactuada no momento da compra,
independente das variações de preço do título ao longo da aplicação. Entretanto, no
caso da venda antecipada, o Tesouro Nacional recompra o título com base em seu
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valor de mercado. Logo, na venda antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá
ser diferente da acordada no momento da compra, dependendo do preço do título no
momento em que o investidor decidir vender o título.
Uma das principais vantagens do Tesouro Direto é a possibilidade do investidor
montar sua carteira de acordo com os seus objetivos, adequando prazos de
vencimento e indexadores às suas necessidades.
Entre os títulos públicos ofertados, o investidor deve escolher aqueles cujas
características sejam compatíveis com o seu perfil. Há títulos de curto, médio e longo
prazo; e indexados a índices de inflação, taxa Selic ou prefixados. A seguir, explicamos
as características dos títulos ofertados no Tesouro Direto:
LTN: Letras do Tesouro Nacional
Por se tratar de título prefixado, o investidor sabe exatamente o retorno do
título se carregá-lo até a data de vencimento.
Características:
• O investidor sabe exatamente a rentabilidade a ser recebida até a data de
vencimento;
• O investidor sabe exatamente o valor bruto, em reais, a ser recebido por
unidade de título na data de vencimento (R$ 1.000,00):
• Tem fluxo simples: uma aplicação e um resgate;
• Maior disponibilidade de vencimentos para a negociação no Tesouro Direto;
• Indicado para o investidor que acredita que a taxa prefixada será maior que a
taxa de juros básica da economia naquele mesmo prazo do título.
NTN-F: Notas do Tesouro Nacional – Série F
A NTN-F é um título prefixado, como a LTN, então o investidor sabe exatamente
o retorno do título se carregá-lo até a data de vencimento. Entretanto, no caso da
NTN-F, o investidor recebe um fluxo de cupons semestrais de juros, o que pode
possibilitar aumento de liquidez e reinvestimentos.
Características:
• O investidor sabe exatamente a rentabilidade a ser recebida até a data de
vencimento;
• O investidor sabe exatamente o valor bruto a ser recebido por unidade de título
na data de vencimento (R$ 1.000,00);
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• Indicado para o investidor que deseja obter um fluxo de rendimentos a cada
seis meses (cupons de juros) a uma taxa de juros pré-definida antes do
vencimento do título;
• Indicado para o investidor que acredita que a taxa prefixada será maior que a
taxa de juros básica da economia.
NTN-B: Notas do Tesouro Nacional – Série B
Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu
poder de compra ao longo do tempo, se protegendo de flutuações do IPCA. Além
disso, o investidor recebe um fluxo de cupons semestrais de juros, o que aumenta a
liquidez possibilitando reinvestimentos.
Características:
• Proporciona rentabilidade real;
• Indicado para o investidor que deseja obter um fluxo de rendimentos periódicos
(cupons semestrais);
• Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada ao
IPCA;
• Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de médio/longo prazos,
inclusive para aposentadoria, compra de casa e outros.
NTN-B Principal
É um título semelhante à NTN-B, ou seja, permite ao investidor obter
rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao longo do tempo, se
protegendo de flutuações do IPCA, porém não oferece cupons semestrais de juros ao
investidor.
Características:
• Proporciona rentabilidade real;
• Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada ao
IPCA;
• Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de médio/longo prazos,
inclusive para aposentadoria, compra de casa própria, etc;
• Fluxo simples: uma aplicação e um resgate;
• Traz mais conforto ao investidor, pois suprime a preocupação e o trabalho
necessários ao reinvestimento, e reduz o custo de transação;
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• Formação de preços simplificada, com metodologia de cálculo mais fácil para o
investidor em relação NTN-B que paga cupom de juros semestral.
LFT: Letras Financeiras do Tesouro
Características:
• Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à
taxa de juros da economia (Selic);
• Fluxo simples: uma aplicação e um resgate.
Os custos do Tesouro Direto se resumem aos impostos sobre os rendimentos e às
taxas cobradas pela sua Instituição Financeira e pela BM&FBOVESPA, referentes aos
serviços prestados.
Impostos
Os impostos cobrados sobre as operações realizadas no Tesouro Direto são os
mesmos que incidem sobre as operações de renda fixa, como fundos de investimento
e CDBs: o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), para resgates da aplicação em
menos de 30 dias, e o Imposto de Renda (IR), com alíquota regressiva a depender da
duração do investimento, da seguinte maneira:
i) 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;
ii) 20% para aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
iii) 17,5% para aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
iv) 15% para aplicações com prazo acima de 720 dias.
Há incidência de impostos sobre os rendimentos financeiros auferidos na venda
antecipada, no pagamento de cupom de juros (O IOF não incide sobre os cupons de
juros; somente o IR) e no vencimento dos títulos.
Os dias para efeito de incidência de imposto de renda são contados a partir da
data da compra. Portanto, com relação aos cupons de juros das Notas do Tesouro
Nacional, serão aplicadas as alíquotas do Imposto de Renda previstas, com o prazo
contado a partir da data de início da aplicação.
Taxas
São 2 as taxas cobradas no Tesouro Direto, sendo 1 pela sua Instituição
Financeira e 1 pela BM&FBOVESPA, referente aos serviços prestados. Em geral elas são
significativamente mais baixas que as cobradas em outros produtos de renda fixa
oferecidos no mercado:
A) Taxa cobrada pela BM&FBOVESPA
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Taxa de custódia de 0,30% a.a. sobre o valor dos títulos, referente aos serviços de
guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos: Esta taxa é
provisionada diariamente a partir da liquidação da operação de compra (D+2).
B) Taxa cobrada pela Instituição Financeira
A taxa pode ser uma cobrada anualmente, modalidade mais comum, ou por
operação. Para esclarecimentos quanto ao pagamento dessa taxa, contate a
Instituição financeira correspondente.
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BIBLIOGRAFIA
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Compilado por Marcelo Eli Sved
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