Universidade Estácio de Sá
O treinamento empresarial voltado à inclusão e capacitação das pessoas portadores de
Síndrome de Down: o caso empresa X”
Vanessa Brouck Amarante
Rio de Janeiro
2004
VANESSA BROUCK AMARANTE
“O TREINAMENTO EMPRESARIAL VOLTADO À INCLUSÃO E CAPACITAÇÃO DAS PESSOAS
PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN: O CASO DA EMPRESA X.”
Apresentação de monografia à Universidade Estácio de
Sá, como condição prévia para a conclusão do Curso de
Graduação de Pedagogia.
Profª. Orientadora: Ms. Dayse Serra
Rio de Janeiro
2004
VANESSA BROUCK AMARANTE
“O TREINAMENTO EMPRESARIAL VOLTADO À INCLUSÃO E CAPACITAÇÃO DAS PESSOAS
PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN: O CASO DA EMPRESA X.”
Apresentação de monografia à Universidade Estácio de
Sá, como condição prévia para a conclusão do Curso de
Graduação de Pedagogia.
Aprovada em 24 de junho de 2004.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Profª. Dayse Serra
Universidade Estácio de Sá
_____________________________________
Profª. Eliane Taveira do Nascimento
Universidade Estácio de Sá
_____________________________________
Profª. Ana Elisabete R. de C. Lopes
Universidade Estácio de Sá
DEDICATÓRIA
Aos meus familiares, principalmente a minha
mãe, que sempre me apoiou para vencer e conquistar
objetivos na vida.
A Deus que sempre me ajuda com sua força e
luz, mostrando sempre um caminho e resposta para
os problemas decorrentes da vida.
Ao meu namorado e todos os meus amigos que
sempre tiveram paciência, compreensão, respeito,
carinho, apoio e todas as coisas que verdadeiros
amigos transmitem uns para os outros.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar e sempre à Deus, por
iluminar meu caminho e transmitir muita força para
que eu consiga concluir meus objetivos.
A minha mãe, e meus familiares, por me
apoiarem na minha caminhada, durante toda minha
vida e por incentivar o meu crescimento.
A professora e orientadora Dayse Serra, por me
dar forma e incentivo para a elaboração desse
trabalho tão sacrificante.
A todos os professores que com paciência e
dedicação, conseguiram acrescentar muito em minha
vida, não só universitária, mas como ser humano.
A todos aqueles, meu namorado, familiares e
amigos, que de certa forma preocupam-se com minha
vida
e
me
preocupações.
apoiam
em
minhas
conquistas
e
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................07
2. Capítulo 1 ..................................................................................................................11
2.1. O que é Síndrome de Down? .............................................................................11
2.2. Quais as características dos portadores de Síndrome de Down? .....................13
2.3. Legislação sobre os portadores de necessidades especiais e características das
instituições escolares .........................................................................................16
3. Capítulo 2 ..................................................................................................................23
3.1. O que é o treinamento empresarial? E qual seu objetivo? E como são
realizados? .........................................................................................................23
4. Capítulo 3 ..................................................................................................................30
4.1. Qual a importância da educação profissional na vida dos portadores de
necessidades especiais? ....................................................................................30
4.2. Quais as oportunidades mais oferecidas aos portadores de Síndrome de Down,
na empresa X? Como são feitos os treinamentos e o que é oferecido aos
trabalhadores? ....................................................................................................32
5. Considerações finais .................................................................................................35
6. Referências bibliográficas .........................................................................................37
7. Levantamento bibliográfico .......................................................................................38
1. Introdução
A escolha pelo tema deve-se pelo meu interesse e encantamento pelos portadores
de Síndrome de Down, uma vez que são pessoas com uma expressão de alegria, e ao
mesmo tempo passam por uma exclusão social grandiosa, nas escolas, mercado de
trabalho e até mesmo na vida social. Essas exclusões acontecem em atitudes e
práticas que muitas vezes nós não nos atentamos para o ocorrido, como acesso aos
meios de transportes, aos locais de lazer, as escolas, os espaços das empresas.
Esta monografia faz uma análise sobre como as empresas, que possuem cargos
para portadores de Síndrome de Down, fazem os treinamentos para capacitá-los para o
cargo pretendido e relaciono esse treinamento com a questão de que se fato contribuiu
para o exercício profissional e a inclusão social. Para complementação dessa minha
pesquisa, foram realizadas entrevistas com os profissionais responsáveis pela
estimulação do desenvolvimento dos portadores de Síndrome de Down, da empresa X.
Sabemos que ainda existe, em nossa sociedade, grande rejeição ao diferente,
impedindo-os de sentir-se e de perceber-se como um membro da sociedade. (BRASIL,
2001, p.25)
O respeito ao diferente e a todos traduz a valorização do indivíduo em sua
singularidade, nas características que o constituem. O dever de respeitar articula-se ao
direito de sermos respeitados. (BRASIL, 2001, p.25-26)
Neste particular, com referência a diferença até mesmo física, Mazzotta (2001,
p.16) informa que:
A própria religião, com toda sua força cultural, ao
colocar o homem como “imagem e semelhança de
Deus”, ser perfeito, inculcava a idéia da condição
humana como incluindo perfeição física e mental. E
não sendo “parecidos com Deus”, os portadores de
deficiências (ou imperfeições) eram postos à margem
da condição humana.
Define-se inclusão, a reestruturação do sistema educacional, ou seja, uma
mudança estrutural no ensino regular, cujo objetivo é fazer com que a escola se torne
inclusiva, um espaço democrático e competente para trabalhar com todos os
educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais,
baseando-se no princípio de que a diversidade deve não só ser aceita como desejada.
(BRASIL, 2001, p.40)
Para que também possamos aplicar tal inclusão no mercado de trabalho, se faz
necessário que também exista esse espaço democrático e competente, sem nenhum
distinção em nossas empresas.
Desta forma, Mazzotta (2001) refere-se a Lei nº 9.394/96, a qual estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, pelo Artigo 59, o qual informa que o sistema
de ensino assegurará aos portadores de necessidades especiais a educação para o
trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive com condições
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo,
mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectuais ou psicomotoras.
Também baseada na legislação federal, no Decreto nº 914, de 06/09/1993, no
Art. 5º, incisos VII e VIII, a autora John, relata que as diretrizes da Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, garante promover medidas
visando à criação de empregos, que privilegiem atividades econômicas de absorção de
mão-de-obra de pessoas portadoras de deficiência e também proporcionar ao portador
qualificação e incorporação no mercado de trabalho.
Portanto, as pessoas para ocuparem qualquer que seja o cargo devem passar
por algum tipo de treinamento ou capacitação.
Não obstante, pretendo com este trabalho chamar atenção de todas as pessoas
e empresas da importância de proporcionarem oportunidades profissionais e sociais
aos portadores de Síndrome de Down, como a qualquer outro, uma vez que possuem
grande grau de capacidade de relacionamento social e intelectual. O assunto além de
ser polêmico, é de suma importância sua referência, uma vez que por mais que já
encontre-se legalmente previsto que as empresas públicas e privadas devem destinar
uma porcentagem de vagas aos portadores de necessidades especiais, isso não é
sempre cumprido.
Desta forma, minha observação tem como ênfase clarear a visão dos
profissionais de treinamento das empresas, para que possam oferecer mais
oportunidades profissionais aos portadores de Síndrome de Down.
2.1. O que é Síndrome de Down?
A Síndrome1 de Down a algum tempo também era conhecida como
"Mongolismo". Como essa denominação "Mongolismo" era vista como pejorativa, ou
1
Conforme consta no dicionário Larousse, Síndrome é o conjunto dos sintomas que caracterizam uma
doença. (pag. 782)
seja, inadequada, uma vez que denominava os portadores como uns doentes, passouse então a utilizar-se a nomenclatura de Síndrome de Down2 ou Trissomia.
A Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma alteração genética que
ocorre por ocasião na formação do bebê, no início da gravidez. Desta forma, qualquer
pessoa está sujeita a ter um filho com esta Síndrome de Down.
Essa Síndrome baseia-se na má formação dos cromossomos3 presentes no
corpo do ser humano. Atualmente, existem três tipos de trissomia 21, já encontradas,
devido as pesquisas realizadas: trissomia 21 simples (ou padrão), que é o caso mais
comum; a mosaico, que refere-se a aproximadamente 2% dos casos e a última
chamada de translocação, que refere-se a aproximadamente 3% dos casos de
Síndrome de Down.
É importante saber, que no caso da Síndrome de Down por translocação, os pais
devem submeter-se a um exame genético, pois eles podem ser portadores da
translocação e têm grandes chances de ter outro filho com Síndrome de Down.
Devido a grande quantidade de pesquisas já realizadas sobre a Síndrome de
Down, sabe-se que não existe responsabilidade do pai ou da mãe para que ela ocorra.
2
Baseado em John, a Síndrome de Down é um erro na distribuição das células. O número de
cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e 23 da mãe), e estes dispõem em
pares formando 23 pares. No caso da Síndrome de Down, as invés de 46, as células formam 47
cromossomos. O elemento extra fica unido ao par número 21.
3
Conforme dicionário Larousse, o cromossomo constitui em um elemento figurado, característico do
núcleo no momento da divisão celular. // Cromossomos homólogos, par de cromossomos tal, que um
provém do ancestral masculino e outro do feminino. Os cromossomos, em forma de grânulos de
filamentos arqueados ou de bastões, são em números constantes (e par) em todas as células de um
Sabe-se também, que problemas ocorridos durante a gravidez como fortes emoções,
quedas, uso de medicamentos ou drogas não são causadores da Síndrome de Down,
pois esta já está presente logo na união dos pais, ou seja, no ato sexual.
Outra forma de denominarmos a Síndrome de Down, é como crianças ou bebês
de risco, ou seja, são bebês que nascem com condições de risco ao seu
desenvolvimento
“normal”.
Para
que
esses
bebês
possam
usufruir
de
um
desenvolvimento adequado se faz necessário que sejam avaliados os ambientes em
serão inseridos, para que não venham interferir e sim auxiliá-los.
2.2.
Quais as características dos portadores de Síndrome de Down?
O médico ao examinar um bebê pode reconhecê-lo como portador de Síndrome
de Down, devido a algumas características próprias dessa síndrome. As características
mais comuns, as quais nos faz reconhecermos os portadores de Síndrome de Down,
mesmo indivíduo e em todos os indivíduos da mesma espécie. Contém os genes, suportes materiais da
hereditariedade. (pag. 242)
são: “cabelo liso e fino, olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos
internos - semelhantes aos orientais -, nariz pequeno e em alguns casos atachados,
rosto redondo, orelhas pequenas, baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez
muscular, mãos pequenas com dedos curtos, prega palmar4 única, dentre outras.”
(John, 2003)
A sociedade ainda possue a idéia de que os portadores de necessidades
especiais são incapazes, que não conseguem se desenvolver e interagir com os outros,
o que não é verdade. Um criança portadora de Síndrome de Down possui seu
desenvolvimento mais lento do que uma criança dita como “normal5”, mas essa lentidão
não poderá ser reconhecida no nascimento do bebê. Um bebê ao nascer, e ao ser
detectado pelo médico que ele é portador de Síndrome de Down, deve obter uma
criação voltada para sua estimulação, ou seja, um bebê portador de Síndrome de Down
poderá desenvolver suas potencialidades desde que tenha recursos para trabalha-la.
Existem vários projetos de auxílio ao desenvolvimento dos portadores de
Síndrome de Down, os quais possuem como objetivo tornar a vida escolar, familiar
e social mais autônoma e “normal” possível. Nesses projetos os portadores de
Síndrome de Down são estimulados através de materiais, terapias e algumas
metodologias6 encontradas pelos professores. O maior interesse, é que eles possam se
4
Conforme o dicionário Larousse, palmar é relativo a palma da mão. (pag. 616)
O dicionário Larousse, diz que normal é tudo de acordo com a norma, com a regra; comum.
6
Larousse, informa que metodologia é uma parte da ciência que estuda os métodos aos quais ela se liga
ou de que se utiliza. (pag. 553)
5
adaptar ao cotidiano, ou seja, a sociedade, que criem suas manias, normas,
características, tornem-se independentes.
O portador de Síndrome de Down, necessita de que seu ambiente seja favorável
para seu desenvolvimento, ou seja, seu ambiente familiar ofereça incentivo e apoio.
Com apoio familiar, os portadores de Síndrome de Down podem obter forças para
trabalhar o preconceito encontrado durante a vida. Durante a infância, o preconceito é
menor, uma vez que as crianças não fazem qualquer tipo de distinção de raça, cor,
aparência, o que na verdade querem é brincar e se divertir. Já na adolescência os
preconceitos começam a surgir, a aparência passa a ser importante, os amigos deixam
de ser amigos, ás vezes até mesmo por imposição da família, assim, para que o
portador de Síndrome de Down consiga manter-se forte para caminhar o apoio é
fundamental.
Desta forma, a mentalidade da família, principalmente dos pais, deve ser
convencida de que seus filhos mesmo portadores de Síndrome de Down são saudáveis
e lucram bastante com a convivência entre eles. Um grande medo dos pais é se seus
filhos irão conseguir desenvolver seu aprendizado, ou seja, irão aprender ler a escrever;
as coisas básicas de uma criança na escola. Existem também o preconceito dos pais
das outras crianças, que possuem o temor de que as deficiências podem ser
contagiosas ou que possam prejudicar o rendimento escolar de seus filhos.
Para que isso seja solucionado, outro fato fundamental é que os professores
sejam capacitados para trabalhar com os portadores de necessidades especiais, pois
desta forma, irão ajudá-los a entender seu papel na sociedade como um componente
importante, e também farão com que o diferencial se torne um elemento de integração.
Quando o professor é capacitado, e não possue preconceito7, acreditando na
capacidade dos portadores de Síndrome de Down os trabalhos são realizados com
facilidade, até porque ambas as partes passam a ter confiança uma nas outras e com
isso transformam as idéias das pessoas que não aceitam.
2.3.
Legislação
sobre
os
portadores
de
necessidades
especiais
e
características das instituições escolares
A Educação Especial8, teve em sua criação o objetivo em dar possibilidade aos
portadores de necessidades especiais em obter atendimentos especializados, mesmo
antes da promulgação da Lei9 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de
7
Preconceito, conforme Larousse, é um conceito antecipado. / Opinião sem base séria. / Modo de sentir
ou pensar arraigado no espírito de quase toda a gente. / Superstição. (pag. 671)
8
Conforme Mazzotta, a educação especial é definida como a modalidade de ensino que se caracteriza
por um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, suplementar e,
em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal dos
educando que apresentam necessidades educacionais muito diferentes das da maioria das crianças e
jovens. Tais educandos, também denominados de “excepcionais”, são justamente aqueles que hoje têm
sido chamados de “alunos com necessidades educacionais especiais”. Entende-se que tais necessidades
educacionais especiais decorrem da defrontação das condições individuais do aluno com as condições
gerais da educação formal que lhe é oferecida. (pag. 11)
9
Conforme dicionário Larousse, lei é a necessária ou obrigatória: submeter-se a uma lei. / Ato de
autoridade soberana, que regula, ordena, autoriza ou veda: promulgar uma lei. / Conjunto desses atos: a
1996, a qual garantia a educação infantil, como primeiro contato da criança com a
escola.
Uma lei ao ser promulgada faz com que várias decisões, atitudes e pensamentos
sejam tomados, conforme Cury (2003, p. 12-13) menciona:
Uma lei, quando discutida, põe em campo um
embate de forças e traz portanto consigo uma série
de expectativas e até mesmo de esperanças válidas
para todos os sujeitos interessados. Se aprovada,
gera adesão imediata nos que apostaram em tais
expectativas. Para os que não apostaram nestas,
resta o caminho de uma crítica que se ofereça como
alternativa criadora sob a qual está posta a
possibilidade de uma mudança para o futuro a partir
do presente. Em ambos os casos, o caminho, por
sinal íngreme, se inicia com o estudo minucioso do
(inter)texto da lei. Uma lei, quando aprovada, tem um
“poder fático”. Ela é um fato que se impõem, pela
democracia
representativa,
em
um
Estado
democrático de direito. Nessa medida, ela institui-se
como um campo de referência, de significação e de
obrigação.
ninguém é lícito ignorar a lei. / Obrigação da vida social: as leis da honra, da polidez. / Autoridade
imposta por alguém: a lei do vencedor. // Lei divina, conjunto dos preceitos que Deus ordenou aos
homens pela revelação. // Lei moral, lei que nos ordena praticar o bem e evitar o mal. / Lei natural,
conjunto de normas de conduta baseadas na própria natureza do homem e da sociedade. // Lei orgânica,
a lei relativa à organização dos poderes públicos, sem caráter constitucional.
Com a publicação do documento regido pelo Ministério da Educação – Diretrizes
Educacionais sobre Estimulação Precoce10 – Série Diretrizes nº 03 – o sistema de
serviços educacionais passaram a ser sistematizados.
Diante de acontecimentos internacionais significativos à educação, tanto a
regular como para a especial, juntamente com a LDB11, criou-se um enorme movimento
no qual as pessoas passaram a ter consciência de que todos possuem direito à
educação, independente de classe social, raça, cultura, diferenças físicas, mentais,
intelectuais, dentre várias outros tipos de preconceitos que temos acesso em qualquer
sociedade.
Tais apoios e leis devem-se a promulgações diversas ocorridas, como: a
Conferência Mundial de Educação Para Todos12 (Jomtien na Tailândia, 1990) e, a
Declaração de Salamanca13 (1994), no qual todos foram assumidos pelo Ministério da
Educação do Brasil.
O grande desafio da escola é, conseguir que todos os alunos especiais, tenham
acesso à educação básica, por meio da inclusão escolar, sendo respeitada todas as
10
Com o objetivo de sistematizar os serviços educacionais especializados oferecidos a crianças na faixa
etária de zero a três anos, o Ministério da Educação publicou o documento para fundamentar a
implantação e atualização do referido programa. (MEC, 2001)
11
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Essa lei preconiza que a educação infantil, como
primeira etapa da educação básica, deve ser oferecida em creches e pré-escolas ás crianças de zero a
seis anos. (MEC, 2001)
12
Assumido pelo Ministério da Educação do Brasil, configurou uma normativa universal que fundamenta
a implantação da inclusão. (MEC, 2001, pag. 11)
13
Também assumido pelo Ministério da Educação do Brasil, assinado por diversos países. Tal
documento, marcou na época, a transformação das instituições educacionais em “Escolas para Todos”,
diferenças que estão presentes nas diversas sociedades. Além dos preconceitos
encontrados pelas escolas, existem grandes modificações a serem feitas para que
esses alunos possam ter o acesso adequado, como adaptações baseadas em suas
deficiências.
Baseado no Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil14 (RCNEI), as
escolas não podem de forma alguma, selecionar as crianças que desejam que façam
parte da instituição, ou seja, não podem criar pré-requisitos.
Uma escola para que possa tornar-se inclusiva15, deve está relacionada a
algumas preocupações básicas, como: valorizar a diversidade16; eleger um currículo17
comum com as devidas adaptações para a educação; contar com currículos amplos,
equilibrados, flexíveis e abertos; colocar serviços de apoios à disposição da escola;
incentivar atitudes solidária entre os alunos e demais membros; adotar procedimentos
flexíveis de avaliação da aprendizagem; adquirir recursos e equipamentos específicos
que possam dar suporte aos professores e garantir formação inicial e continuada dos
professores. (MEC, 2001, p. 23)
que têm como princípio orientador a inclusão de todo aluno, em seu contexto educacional e comunitário.
(MEC, 2001, pag. 09)
14
Local de definição do currículo para educação infantil em sua primeira etapa (de zero a três anos), que
ao ser desenvolvido pode ser flexibilizado, ou seja, adequado às necessidades educacionais especiais
das crianças. Esse referencial serve de base para a organização de planos individuais de intervenção, de
integrantes da equipe multiprofissional. (MEX, 2001, pag. 33)
15
Inclusão, conforme Larousse, é a ação ou efeito de incluir. / Estado de uma coisa incluída. /
Propriedade de um conjunto A cujos elementos fazem parte de outro conjunto B. (pag. 458)
16
larousse, define diversidade como diferença, dessemelhança, variedade: diversidade de objetos. /
Divergência, oposição, contradição: diversidade de opiniões. (pag. 282)
17
Consta em Larousse, que o currículo é a parte de um curso literário. / As matérias de um curso. (pag.
247)
Além dessas preocupações básicas, a escola também deve ter consciência que
se faz importante e necessário para o desenvolvimento da instituição e de seus
educandos que, o currículo deve ser elaborado baseados nos interesses e
necessidades dos alunos. Estando o currículo adaptado as diferenças, acaba sendo
possível, gerar diversas propostas pedagógicas voltadas as peculiaridades de cada
região.
Para se garantir um bom desenvolvimento, a instituição deve estar preocupada
não só com os aspectos educacionais de uma criança portadora de
necessidades especiais, mas também com o desenvolvimento de seus aspectos físicos,
psico-afetivos, cognitivos18, sociais e culturais. (MEC, 2001, p. 27)
As instituições de ensino regular por recomendação atual,
devem oferecer
condições de normalização e integração nas classes comuns e especiais. Desse modo,
os portadores de necessidades educacionais especiais poderão passar a maior parte
do tempo nas classes especiais de forma integrada à comum, assim, ser
gradativamente inseridos ao grupo. Para que esse tipo de inserção aconteça, se faz
necessários um grupo de profissionais especializados e capacitados.
Além da
integração das classes é importante, que haja nas instituições salas de recursos, as
quais deverão estar situadas em locais adequados, de preferência afastada de muitos
18
Cognitivo ou Cognição, é o ato ou ação de conhecer; aquisição de um conhecimento, conforme
Larousse. (pag. 205)
estímulos exteriores que prejudiquem a atenção do educando. (MEC/SEESP, 1995, p.
34-39)
Outro ponto importante nas instituições educacionais inseridas na integração, é o
papel do professor intinerante. O professor Intinerante, é um profissional que atua em
classes comuns proporcionando orientações, ensinamentos e supervisões mais
adequadas
aos
portadores
de
necessidades
especiais,
atuando
de
forma
individualizada ou em grupos pequenos.
Já as escolas especiais, são instituições especializadas em atendimentos a
portadores de necessidades especiais, onde são desenvolvidos e utilizados recursos e
currículos adaptados as necessidades dos educandos. Os recursos utilizados nas
escolas
especiais,
devem
seguir
alguns
requisitos
mínimos
adequados
as
necessidades dos educandos, tais como: o mobiliário, os equipamentos, principalmente
os que possam auxiliar nos registros das evoluções de desenvolvimento dos educando.
Alguns outros ambientes também possuem sua importância, como salas artísticas,
voltadas para música, artes plásticas, dentre outras, além de ambientes de educação
física e recreação. (MEC/SEESP, 1995, p. 39-42)
Atualmente, sabemos que existem diversas leis que garantem a inclusão dos
portadores de necessidades especiais em programas educacionais, sociais e culturais,
mas que em grande parte não são cumpridas devidamente. Desta forma, este grupo de
portadores de necessidades especiais vem conquistando seus espaços garantidos por
leis, através de associações e movimentos na sociedade, com o apoios de amigos e
familiares, pois são as pessoas presentes e que possuem a consciência das
dificuldades encontradas, assim, essas conquistas são o que tem contribuído muito
para a inserção social.
Em 1993, foi criada a Lei Orgânica de Assistência Pessoal19 (LOAS), a qual tem
como objetivo “elevar o patamar de vida dos segmentos menos favorecidos da
população e consolidar conquistas sociais mais amplas”. (DUARTE, 2002, p. 23)
O que podemos perceber, é que existem muitas leis voltadas ao bem-estar dos
portadores de necessidades especiais mas que são lindas no papel já na prática, o que
é realmente necessário, ainda é desejável. É preocupante em um pais como o Brasil,
com números significativos de pessoas portadoras de necessidades especiais, não
exista uma política efetiva, não no papel, que garanta uma qualidade mínima de vida a
essas pessoas, de forma que tenham acesso adequado as necessidades sociais,
como: educação, saúde, transporte e trabalho.
3.1. O que é o treinamento empresarial? E qual seu objetivo? E como são
realizados?
As pessoas constituem o papel principal de uma organização, pois sem elas a
organização não se desenvolve, mas além da importância das pessoas para a
organização, a organização também possui seu papel fundamental na vida delas. Nas
organizações, as pessoas conseguem obter novos conhecimentos, habilidades,
atitudes e comportamentos, em seu dia-a-dia.
O ser humano vive em constante mudança, tanto na vida cotidiana quanto na
vida profissional, ou seja, vive se educando. A educação torna-se toda a influência e
19
Conforme Duarte, a LOAS aprovada em 1993, inaugura uma nova era para a assistência social
brasileira, consignando-se enquanto política pública. A assistência deixa de ser benesse ou favor dos
experiência que o ser humano recebe em sua vida, e com isso vai assimilando o que
acha necessário e fundamental. Podemos então, dizer que a educação, conforme Vila
que “a educação é o preparo para a vida e pela vida tanto pode ser institucionalizada
como não obedecer a qualquer plano preestabelecido. Pode-se falar em tipos de
educação, como social, religiosa, cultural, política, moral, profissional e muitas outras.”
(p. 08)
Assim, a educação possui seu papel fundamental, inclusive a educação
profissional, que conforme Vila:
Educação profissional é a educação,
institucionalizada ou não, que conduz ao permanente
desenvolvimento de aptidões para a vida profissional,
compreendendo em três fases: formação, prepara
para uma profissão; aperfeiçoamento: desenvolve
dentro da profissão e treinamento, adapta para o
cargo ou função.
Desta forma, podemos definir conforme Vila (2000), que o treinamento é um
processo educacional profissional que objetiva, de maneira sistemática e organizada,
uma pessoa para exercer uma função dentro de uma organização, envolvendo
habilidades, conhecimentos e atitudes. O treinamento também é visto, como uma ação
imediata para execução de uma determinada função, isto é, em curto prazo.
O treinamento20 surgiu com o interesse em capacitar as pessoas em seu
determinado cargo, assim, desenvolvendo a força de trabalho nos cargos específicos.
poderes e dever do Estado. (pag. 23)
20
Para Chiavenato, o treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira
sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades
em função de objetivos definidos. (1998, pag. 495)
As pessoas, ou seja, os funcionários de uma empresa, são fontes importantíssimas,
uma vez que sem elas a empresa não cresce no mercado de trabalho.
Conforme Chiavenato21 (1999, p. 294), esses funcionários, também chamados
como capital humano22, desde do mais simples ao executivo passaram a ser visto como
fonte vital para a empresa. De acordo com o mercado de trabalho atual, o qual é
bastante competitivo o diferencial se torna necessário, desta forma, para que esse
diferencial seja alcançado se faz necessário o investimento em seu grupo.
Para que esse diferencial se desenvolva com mais facilidade é importante que a
equipe contenha qualidades como: esperteza, rapidez, liderança e o mais importante
que estejam dispostas a assumir riscos, assim, para que isso seja possível o
treinamento é implantado nas organizações.
Antigamente, as empresas consideravam o treinamento como um gasto
excessivo para as empresas, mas com o tempo passou a ser visto como um importante
investimento tanto para a organização quanto para as pessoas que trabalham nela.
Baseado em Costa (2000, p. 45), o objetivo do treinamento é:
21
Livro do autor Chiavenato, Gestão de Pessoas (1999)
Conforme Pinheiro (1999, pag. 28-29), a teoria do capital humano pode ser entendida como uma das
especificidades das teorias de desenvolvimento formuladas após a II Guerra Mundial, buscando
investigar o resíduo existente no crescimento da economia norte-americana, e constando uma forte
correlação entre os níveis de escolaridade. Seria o fator humano que complementaria o rol de variáveis
explicativas do desenvolvimento econômico na concepção neoclássica do desenvolvimento. O capital
humano passa a explicar as altas de salário dos países mais desenvolvidos e, no plano individual, a
justificar as diferenças de renda. A educação, enquanto potenciadora do fator trabalho, passa a ser
22
Treinamento tem como objetivo potencializar
as competências humanas, para que os indivíduos
tornem-se mais valorizados. O treinamento é
considerado como um investimento tanto para a
organização que aplica quanto para as pessoas que o
sofrem.
Desta forma, o treinamento deve ser visto e trabalhado como um instrumento
complementar a estrutura da organização, com o intuito de aprimorar a qualidade dos
serviços e o desempenho da empresa no mercado de trabalho, e ainda, como fonte
lucrativa da empresa.
Em alguns casos, confundimos treinamento com desenvolvimento de pessoas,
uma vez que seus métodos são parecidos, mas o treinamento tem como foco o
momento imediato, com objetivo de melhorar habilidades e já o desenvolvimento de
pessoas, tem como finalidade futura de ocupação de cargo, ou seja, em promoções.
Existem diversos tipos de treinamentos utilizados nas organizações e cada qual
com interesses diferentes; umas organizações possuem interesse em que seus
funcionários sejam treinados para receber as informações sobre a organização, ou seja,
políticas desenvolvidas, diretrizes, regras, missão da organização, produtos de
mercado, como qualquer outra, visando eficácia. Em outros casos, o treinamento tem
como interesse desenvolver habilidades e capacitá-las ao seu serviço ou desenvolver
novos hábitos para interação com clientes em alguns casos especiais.
considerada como um investimento com um retorno tão ou mais compensador do que os outros tipos de
investimentos ligados à produção material.
Além dos tipos de treinamento já citados acima, algumas organizações desejam
que o treinamento seja para desenvolver a abstração das pessoas para que possam
raciocinar de forma mais ampla.
Conforme Chiavenato (1999, p. 297), existem quatro etapas que compõem o
processo de treinamento, o qual é cíclico e contínuo: diagnóstico, desenho,
implementação e avaliação. O diagnóstico, tem como finalidade verificar as reais
necessidades das organizações, baseadas num contexto social, econômico e político,
ou seja, deve ser levado em consideração o público alvo, o objetivo o qual se quer
alcançar em perspectivas presentes, passadas e futuras. A etapa referente ao desenho,
é a programação desenvolvida para a realização do treinamento, ou seja, após ser
analisadas as necessidades através do diagnóstico,
o que se quer que seja alcançado. A terceira etapa a da implementação, é a efetivação
da aplicação de tudo que foi analisado e concluído como necessário e objetivo, e
finalmente a última etapa do treinamento, a avaliação a qual podemos considerar com
uma das mais importantes, é onde serão analisados os resultados de tudo que foi
verificado no início da idéia do treinamento, ou seja, se as necessidades encontradas
no diagnóstico forma supridas, se elaboração e a aplicação foram satisfatórias. A
avaliação do treinamento, se faz necessária para que a organização tenha como
certeza a eficiência de sua aplicação.
A realização de treinamento devidamente estruturados é uma importante
ferramenta para soluções de problemas que possam surgir na organização, como:
perda da qualidade, baixa produtividade, perda de motivação dos funcionários, conflitos
internos, atraso e faltas no trabalho, dentre outros. Assim, o treinamento, não possui
somente um papel de capacitar os profissionais das organizações, mas deve servir de
incentivo a eles para crescimento da produção.
Baseado em Vila (2000), existem alguns tipos de treinamento, atualmente,
utilizados nas diversas organizações e cada qual com seu interesse e objetivo. O
treinamento chamado de integração de novos funcionários, tem como objetivo adaptar
o funcionário que ingressou na organização ao ambiente e normas, ou seja, esse
funcionário será informado do ambiente social e espaço físico que irá atuar. Essa
apresentação da empresa à esse novo funcionário, se dá por um profissional
especializado ou por um profissional diretamente ligado a área de sua futura atuação.
Outro treinamento citado por Vila (2000) é o desenvolvimento de competências23,
o qual ela denomina competência como:
Competência
é
um
conjunto
de
conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas
pessoas, grupos ou organizações dominam melhor
do que outras, o que faz se destacar em
determinados contextos.
Para esse tipo de treinamento, se faz necessário fazer um levantamento do perfil
indicado para o determinado cargo, como também habilidades, conhecimento e atitudes
as quais serão adequadas para o desempenho da função.
23
Competência para Larousse, é a atribuição, jurídica ou legal, de desempenhar certos encargos ou de
apreciar ou julgar determinados assuntos: competência de um tribunal / Capacidade decorrente de
profundo conhecimento que alguém tem sobre um assunto: recorrer à competência de um especialista.
(p. 212)
A aplicação de qualquer que seja o tipo de treinamento, requer análise e
desenvolvimento. Para que o treinamento seja aplicado de forma correta, deve ser feito
um diagnóstico dos problemas da organização que devem ser trabalhados. Esse
diagnóstico24, auxilia a identificar os problemas que estão acontecendo em um
determinado ambiente. Após a identificação dos problemas, através do
diagnóstico, deve-se elaborar as etapas que deverão ser tratadas no treinamento, ou
seja, o que será transmitido aos funcionários através do treinamento e também
o local que será realizado de maneira que favoreça a execução. Assim, ao ter sido
feitos os passos citados, coloca-se em prática o treinamento.
Baseado em Senge, um ponto fundamental nas organizações e na vida é o
diálogo25, conforme cita:
O propósito do diálogo, é ria além de qualquer
compreensão individual. No diálogo, não estamos
tentando vencer. Todos venceremos ser estivermos
fazendo de maneira correta. No diálogo, os indivíduos
ganham novas perspectivas que simplesmente não
poderiam ser obtidas individualmente. Começa a
surgir um novo tipo de mentalidade, baseada no
significado comum ... as pessoas não estão mais em
oposição, tampouco se pode dizer que estejam
interagindo, mais sim participando desse conjunto de
significado comum, que é capaz de desenvolvimento
e mudanças constantes.
24
Larousse, denomina diagnóstico como a arte de conhecer as doenças pelos seus sinais e sintomas. (p.
274)
25
Diálogo, para Larousse, é a conversação entre duas ou mais pessoas, entre duas ou mais
personagens de obra de ficção. (p. 274)
Portanto, podemos concluir que o treinamento tem como objetivo além de tudo
fazer com que as pessoas dentro de uma organização consigam conviver com as
diversas diferenças encontradas no cotidiano.
4.1. Qual a importância da educação profissional na vida dos portadores de
necessidades educacionais especiais?
Como para qualquer pessoa, a vida com o passar do tempo encaminha-nos para
o mercado de trabalho26, uma vez que precisamos de nossa independência e
crescimento interior. Com a educação profissional, o indivíduo, recebe auxílio para que
esse ingresso seja realizado de forma mais clara e menos dolorosa.
A educação profissional27 é um direito de todos de uma comunidade, uma vez
que necessitamos dela para sobreviver. Além de sua importância à todos de uma
sociedade, para um portador de necessidades educacionais especiais, ela se torna
mais do que importante e sim necessária.
26
Trabalho, para Larousse, é a atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. /
O produto dessa atividade; obra. / Esforço, emprenho. (p. 839)
27
Para Larousse, Educação Profissional é um estabelecimento de ensino técnico que prepara para
diversas profissões. (p. 680)
A educação profissional, visa a integração28 de todos e principalmente dos
portadores de necessidades educacionais especiais, na vida cidadã, uma vez que a
sociedade por si só é preconceituosa.
Baseado nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica, “nos artigos 3º e 4º, do Decreto nº 2.208/97, contemplam a inclusão de
pessoas em cursos de educação profissional de nível básico independentemente de
escolaridade prévia, além dos cursos de nível técnico e tecnológico. Assim alunos com
necessidades especiais também podem ser beneficiados, qualificando-se para o
exercício de funções demandadas pelo mundo do trabalho.” (p.61)
28
Integração, é fazer parte de um grupo. / Fazer entrar em num conjunto, num grupo. / Determinar a
integral de quantidade diferencial: integrar uma função. / Juntar-se, tornando-se parte integrante; reunir-
4.2. Quais as oportunidades mais oferecidas aos portadores de Síndrome de
Down, na empresa X? Como é feito esse treinamento e o que é oferecido?
A empresa X, tem consciência da responsabilidade social para com a
comunidade, desta forma, teve uma iniciativa de se expressar através de programas
sociais, na tentativa de minimizar o impacto dos problemas que mais afligem a
sociedade brasileira, entre eles o da inserção29 dos portadores de necessidades
especiais no mercado de trabalho.
Desta maneira, a empresa X, em 1996, criou o Programa de DeficientesTreinados, que tem como objetivo dar oportunidades de treinamento laboral30as
pessoas portadores de necessidades especiais, sem estabelecer vínculo empregatício.
Para
ingressar
nesse
programa
são
elegíveis,
jovens
portadores
de
necessidades especiais, inclusive portadores de Síndrome de Down, o que são a
se, incorporar-se, conforme Larousse. (p. 472)
29
Inserção, conforme Larousse, é a ação de inserir. / Fixação de uma parte em outra: a inserção das
folhas no caule. / Inclusão. (p. 468)
30
Larousse, denomina laboral ou laborar, como trabalhar; lidar; esforçar-se. (p. 495)
grande maioria, vinculados as instituições assistenciais/especializadas que possam
estabelecer convênio, de acordo com a Instrução Normativa de nº 5, de 30/08/1991, do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social e Portaria 772, de
26/08/1999, do Ministério do Trabalho e emprego, a qual determina que o treinamento
para não caracterizar vínculo empregatício, deverá ser realizado no
prazo máximo de seis meses.
O programa desenvolve treinamentos voltados principalmente para as atividades
de mensageiros, tanto nas áreas internas da empresa bem como serviços externos.
Importante ressaltar que, o programa não abrange os portadores de
necessidades denominados como cadeirantes, ou seja, portadores de cadeiras de
rodas.
O treinamento é acompanhado pela área de Recursos Humanos e pela própria
instituição assistencial/especializada, através de avaliações periódicas, onde são
apontados os pontos fortes e fracos de cada integrante e discutidos para que se possa
verificar como poderão ser melhor trabalhados. Caso haja necessidade e interesse
também da família, em alguns casos há o envolvimento dos pais através de contato
entre a instituição assistencial/especializada e eles.
O treinamento é realizado de maneira constante por parte da gerência que o
portador de necessidades espaciais está locado e também pelo Setor de Programas
Sociais, o qual participa de todos os eventos da empresa e tem livre acesso a todos os
ambientes.
Os treinandos, além da oportunidade de inserção no mercado de trabalho,
recebem como benefícios: bolsa-auxílio de um salário mínimo, vale-transporte, refeição
na própria empresa, plano de saúde (médico e odontológico), seguro de vida em grupo,
uniforme e gratificação natalina.
Após o período de treinamento concluído, a efetivação dar-se-á mediante o
desempenho do treinando e a disponibilidade de vagas.
5. Considerações finais
Com essa monografia, pude perceber que nossa sociedade ainda tem muito o
que desenvolver, uma vez que ainda existem muitas empresas que não fazem nenhum
trabalho social de incentivo e auxílio a inserção no mercado de trabalho aos portadores
de necessidades especiais.
Como no início dessa monografia foi citado, o portador de Síndrome de Down
deve ser estimulado desde o seu nascimento para que seu desenvolvimento seja
conquistado de forma mais fácil. Assim, caso tivéssemos mais participações dessas
grandes empresas em trabalhos sociais, os quais deviriam ser feitos também pelas
áreas governamentais, poderíamos até mesmo minimizar os preconceitos existentes
com relação a incapacidade desses portadores de Síndrome de Down.
O mais impressionante, é que esses programas sociais, oferecidos por algumas
organizações são vistos como assistencialistas, ou até mesmo como um favor a essas
pessoas portadoras de necessidade especiais, uma vez que como são denominadas
incapazes é necessário que sejam realizadas boas ações.
A empresa X, a qual foi objeto de estudo dessa monografia, poderia servir de
exemplo para que as demais organizações planejassem programas similares, os quais
contribuíssem com a ampliação de oportunidades de inserção no mercado de trabalho
para os portadores de Síndrome de Down, bem como quaisquer outro portador de
necessidades especiais.
Portanto, caso houvesse investimento e interesse das organizações, tanto as
privadas quanto as públicas, em inserir os portadores de Síndrome de Down no
mercado de trabalho, através de treinamentos para que sejam auxiliados em exercer
determinada função, podíamos dirimir as dificuldades encontradas em nosso país.
6. Referências Bibliográficas:
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na educação básica/Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP, 2001.
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Especial/2002 – nº 14, p. 23-25.
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Disponível
em:
www.ecof.org.br/projetos/down/sindrome.htm. Acesso em: 14 de setembro de 2003.
Ü LAROUSSE, Koogan. Pequeno Dicionário Enciclopédico. Rio de Janeiro: Ed.
Larousse do Brasil, 1979.
Ü MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e políticas
públicas. São Paulo: Cortez, 2001;
Ü Referencial curricular nacional para a educação infantil: estratégias e
orientações para a educação de crianças com necessidades educacionais
especiais./Ministério da Educação – Brasília: MEC, 2001.56p;
Ü SENGE, Peter M., A quinta disciplina – arte e prática da organização que
aprende. Ed. Best Seller, São Paulo, 2000.
Ü Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação
especial: área de deficiência mental/Ministério da Educação e do Desporto,
Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC/SEESP, 1995.
Ü VILA, Magda. Gerenciamento de Treinamento. Effem Brasil: Integração Consultoria
& Treinamento, 2000, p. 03-57.
7. Levantamento Bibliográfico:
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todas as crianças. Revista do professor – Nova Escola, Rio de Janeiro, p.46,
setembro/2003.
Ü LEFEVRE, Beatriz Helena. Mongolismo: orientação para famílias. 2. ed. São Paulo,
Almed, 1985.
Ü MONTEIRO, Maria Léa. Sim Down – Associação de pais e amigos dos portadores da
Síndrome de Down. Boletim nº 03, Rio de Janeiro, RJ, 1996.
Ü MONTEIRO, Maria Léa. Sim Down – Associação de pais e amigos dos portadores da
Síndrome de Down. Folheto informativo, Rio de Janeiro, RJ, 2003.
Ü SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão – construindo uma sociedade para todos. Rio
de Janeiro: WVA, 1997.
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