O SER, SEGUNDO A GESTALTTERAPIA
CONTATO, SELF, AJUSTAMENTOS
CRIATIVOS, MECANISMOS DE DEFESA,
FATORES DE CURA, NEUROSE.
WANDERLEA FERREIRA
GESTALT-TERAPEUTA
O COMPORTAMENTO NEURÓTICO
SOB O ENFOQUE DA GESTALTTERAPIA

A abordagem gestáltica, que considera o
indíviduo uma função do campo organismo
/meio e que considera seu comportamento
como um reflexo de sua ligação dentro
deste campo, dá coerência a concepção do
homem tanto como indivíduo quanto como
ser social. (Perls,1985,pg.39)
CONTATO

Contato é um ato de autoconsciência totalizante, envolvendo um processo no qual as
funções sensoriais, motoras e cognitivas se
unem, em complexa interdependência
dinâmica, para produzir mudanças na
pessoa e na sua relação com o mundo,
através da energia de transformação que
opera em total interação, na relação
sujeito-objeto. (Ponciano,1997,pg.33)
CONTATO

Portanto, nem todo contato é saudável,
nem toda fuga é doentia. Uma das
características do neurótico é não poder
fazer bom contato, nem organizar sua
fuga. (Perls,1985, pg.35)
Contato

É no contato que a subjetividade e a
intersubjetividade são expressadas de modo
singular pela pessoa em seus ajustamentos
criativos, num processo de auto-regulação
organísmica, que se dá na fronteira do contato, na
alternância rítmica figura-fundo, na busca da
satisfação de suas necessidades. A qualidade
deste contato pode acontecer de forma funcional
ou disfuncional, através dos mecanismos de
defesa, em momentos de contato e/ou fuga entre
o organismo e o meio.
CONCEITO DE SELF

O Self, não é uma entidade fixa nem uma
instância psíquica - como o “Eu” ou “Ego” mas um processo especificamente pessoal
e característico de sua maneira própria de
reagir, num dado momento e num dado
campo, em função de seu “estilo” pessoal.
Não é o seu “ser”, mas seu “ser no mundo”
-variável conforme as situações. (Ginger,
1995,pg.126)
CONCEITO DE SELF

O Self não pode ser considerado como
instância, mas como um sistema cuja função
é variável dependendo da necessidade organísmica e do meio no qual esse organismo
busca sua satisfação.Se é que há uma localização para o self, ela pode ser considerada
como a fronteira do organismo, “lugar” que
delimita o indivíduo, isolando-o do meio, e
ao mesmo tempo colocando-o em contato
com o mesmo. ( Kiyan, 2001, pg.170 )
Funcionalidade do Self:
3 modos
Função ID;
 Função EU;
 Função Personalidade.

Função ID:

É concernente às pulsões internas, as
necessidades vitais e especialmente, sua
tradução corporal: Assim, o “ID” me
indica se tenho fome, se sufoco, ou se
estou relaxado. ( Ginger, 1995, pg.127 )
Função EU:

Pelo contrário é uma função ativa de
escolha ou rejeição deliberada: é minha
própria
responsabilidade
limitar
ou
aumentar o contato, manipular meu meio
a partir de uma tomada de consciencia de
minhas necessidades e meus desejos.
(Ginger, 1995, pg.127)
Função PERSONALIDADE:
-I
É a representação que o sujeito faz de si
mesmo, sua auto-imagem que lhe permite
se reconhecer como responsável pelo que
sente ou pelo q faz. É a função “PERSONALIDADE” de meu self que assegura a integração de minhas experiências anteriores,
a assimilação do que vivi ao longo de
minha história, é ela que constroi meu
sentimento de identidade. ( Ginger, 1995,
pg.127 )
Função PERSONALIDADE:
- II 
A “PERSONALIDADE” é o sistema de atitudes adotadas nas relações interpessoais; é
a admissão do que somos, que serve de
fundamento pelo qual poderíamos explicar
nosso comportamento, se nos pedissem
uma explicação. ( Perls, Hefferline e
Goodman, 1997,pg.187 )
O NEURÓTICO...

...não pode ver claramente suas próprias
necessidades e, portanto, não pode satisfazê-las. Não pode distinguir adequadamente
entre si e o resto do mundo e tende a ver a
sociedade maior que a vida e a si mesmo
como menor. (Perls, 1985, pg.41)
O NEURÓTICO...

...ligado ao passado com modos obsoletos
de agir, vago quanto ao presente porque o
vê apenas através de óculos escuros,
torturado em relação ao futuro porque o
presente lhe escapa.(Perls,1985,pg. 57)

A confusão é um problema de orientação
inadequada; e a confusão não reconhecida
é uma das características da neurose.
(Perls, 1985 ,pg.63)
O NEURÓTICO...

Diminuição
confiança.
da
auto-estima,
da
auto

Todos os distúrbios neuróticos surgem da
incapacidade do indivíduo encontrar e
manter o equilíbrio adequado entre ele e o
resto do mundo... (Perls,1985, pg.45)
O NEURÓTICO...

...seu sinal característico é a desintegração
da personalidade e a falta de coordenação
entre pensamento e ação. (Perls, 1985, pg.
56)

A maneira do neurótico enfrentar as
situações é interrompendo a si mesmo.
(Perls, 1985, pg. 65)
MECANISMOS NEURÓTICOS
Fixação;
 Dessenssibilização;
 Deflexão;
 Introjeção;
 Projeção;

Proflexão;
 Retroflexão;
 Egotismo;
 Confluência.

FATORES DE CURA
Fluidez;
 Sensação;
 Consciência;
 Mobilização;
 Ação;

Interação;
 Contato final;
 Satisfação;
 Retirada.

INTERVENÇÃO CLÍNICA

Estrutura da Neurose (cinco camadas):
1. Camada dos clichês;
2. Camada do desempenho de papéis;
3. Impasse;
4. Camada implosiva;
5. Camada explosiva.
(Kiyan,2001, pg.174)
INTERVENÇÃO CLÍNICA

Resistência: Trabalhamos com ela e não
contra ela.

Na terapia temos, então, que restabelecer
a capacidade do neurótico de discriminar.
Temos de guiá-lo para a integração. (Perls,
1985, pg.56)
INTERVENÇÃO CLÍNICA

Se nosso cliente aprende o como de suas
interrupções - “passado e presente” - se
ele realmente chega a vivenciar o seu
processo de auto-interrupção e sente os
modos pelos quais está fazendo isto, pode
superar suas interrupções, atingindo seu si
mesmo real e as atividades que quer levar
a termo.( Perls, 1985, pg. 67)

Terapia: suporte e frustração.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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
FRAZÃO, L. M. – Pensamento diagnóstico em Gestalt.terapia in Revista de Gestalt, ano 1, vol.1, 1991.
GINGER, S. & GINGER, A.- Gestalt- Uma terapia do
Contato, São Paulo, Summus,1995.
KIYAN, A.. M. M.- E a Gestalt Emerge: vida e obra de
Frederick Perls, São Paulo, Ed.Altana,2001.
PERLS, FRITZ – A Abordagem Gestáltica e Testemunha
Ocular da Terapia- Rio de Janeiro, Ed. Zahar, 1985.
PERLS,F.; HERFFERLINE, R; GOODMAN,P.;- Gestaltterapia- São Paulo, Summus,1997.
RIBEIRO, JORGE PONCIANO- O Ciclo do Contato- São
Paulo, Summus,1997.
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