Relatório Final e Relatório Síntese dos Diagnósticos das instâncias de participação popular dos cinco municípios do Norte de Minas Belo Horizonte, julho de 2014. Relatório Final e Relatório Síntese dos Diagnósticos das instâncias de participação popular dos cinco municípios do Norte de Minas Profa. Dra. Jussara Machado Jardim (UFMG-Coodernadora) Profa. MSc. Geusiani Pereira Silva e Nascimento (Unimontes) Profa. MSc. Tathiane Paraíso da Silva (Unimontes) Geógrafa Joyce Figueiredo Marra Belo Horizonte, julho de 2014. LISTA DE QUADROS QUADRO 1.1 – DEZ MUNICÍPIOS MINEIROS DE MENORES IDHM ......................................................... 12 QUADRO 3.1 – CRESCIMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS CIRCULANTES NOS CINCO MUNICÍPIOS 10ENVOLVER, EM 2005 E 2012. ................................................................................................................. 71 QUADRO 3.2 – DADOS GERAIS SOBRE RENDA E EMPREGO NOS CINCO MUNICÍPIOS 10ENVOLVER, EM 2010 ... 73 QUADRO 4.1 – MODELO DA MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO .................................................................. 78 QUADRO 4.2 – MODELO DA MATRIZ RESPOSTA .............................................................................. 78 QUADRO 4.3 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: EMATER-MG - MUNICÍPIO DE BONITO DE MINAS. ............... 80 QUADRO 4.4 – MATRIZ RESPOSTA: EMATER-MG - MUNICÍPIO DE BONITO DE MINAS............................ 81 QUADRO 4.5 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: SECRETARIA E CONSELHO MUNICIPAIS DE SAÚDE DE BONITO DE MINAS. .......................................................................................................................... 83 QUADRO 4.6 – MATRIZ RESPOSTA: SECRETARIA E CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE BONITO DE MINAS. 85 QUADRO 4.7 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS E CMDRS DE BONITO DE MINAS. ...................................................................................................................... 86 QUADRO 4.8 – MATRIZ RESPOSTA: SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS E CMDRS DE BONITO DE MINAS. ..................................................................................................................................... 87 QUADRO 4.9 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE BONITO DE MINAS. ............. 89 QUADRO 4.10 – MATRIZ RESPOSTA: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE BONITO DE MINAS. ....................... 90 QUADRO 4.11 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: CONSELHOS MUNICIPAIS DE BONITO DE MINAS. ................. 10 QUADRO 4.12 – MATRIZ RESPOSTA: CONSELHOS MUNICIPAIS DE BONITO DE MINAS. ............................. 11 QUADRO 4.13 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: PASTORAL DA CRIANÇA DE BONITO DE MINAS..................... 10 QUADRO 4.14 – MATRIZ RESPOSTA: PASTORAL DA CRIANÇA DE BONITO DE MINAS. ............................... 11 QUADRO 4.15 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ESCOLAS PÚBLICAS DE BONITO DE MINAS. ......................... 12 QUADRO 4.16 – MATRIZ RESPOSTA: ESCOLAS PÚBLICAS DE BONITO DE MINAS. ..................................... 13 QUADRO 4.17 – MATRIZ SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DE BONITO DE MINAS ............................................ 16 QUADRO 5.1 – MODELO MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO....................................................................... 26 QUADRO 5.2 – MODELO MATRIZ RESPOSTA .................................................................................. 26 QUADRO 5.3 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE GAMELEIRAS...................... 29 QUADRO 5.4 – MATRIZ RESPOSTA: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE GAMELEIRAS. ................................ 30 QUADRO 5.5– MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: CONSELHOS MUNICIPAIS E COMITÊS DE GAMELEIRAS. ............. 32 QUADRO 5.6 – MATRIZ RESPOSTA: CONSELHOS MUNICIPAIS E COMITÊS DE GAMELEIRAS. ........................ 33 QUADRO 5.7 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ESCOLAS PÚBLICAS DE GAMELEIRAS.................................... 34 QUADRO 5.8 – MATRIZ RESPOSTA: ESCOLAS PÚBLICAS DE GAMELEIRAS. .............................................. 36 QUADRO 5.9 – MATRIZ SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO SOCIAL DE GAMELEIRAS. .......................................... 37 QUADRO 5.10 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE PAI PEDRO. ..................... 41 QUADRO 5.11 – MATRIZ RESPOSTA: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE PAI PEDRO. ................................. 42 QUADRO 5.12 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: CONSELHOS MUNICIPAIS DE PAI PEDRO............................. 43 QUADRO 5.13 – MATRIZ RESPOSTA: CONSELHOS MUNICIPAIS DE PAI PEDRO. ....................................... 44 QUADRO 5.14 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS EM PAI PEDRO. .......................... 46 QUADRO 5.15 – MATRIZ RESPOSTA: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS EM PAI PEDRO. ...................................... 46 QUADRO 5.16 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ESCOLAS PÚBLICAS DE PAI PEDRO. ................................... 47 QUADRO 5.17 – MATRIZ RESPOSTA: ESCOLAS PÚBLICAS DE PAI PEDRO. ............................................... 48 QUADRO 5.18 – MATRIZ SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO SOCIAL DE PAI PEDRO............................................ 50 QUADRO 5.19 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE FRUTA DE LEITE. ............... 58 QUADRO 5.20 – MATRIZ RESPOSTA: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE FRUTA DE LEITE. ........................... 59 QUADRO 5.21 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: CONSELHOS MUNICIPAIS DE FRUTA DE LEITE....................... 61 QUADRO 5.22 – MATRIZ RESPOSTA: CONSELHOS MUNICIPAIS DE FRUTA DE LEITE. ................................. 62 QUADRO 5.23 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS DE FRUTA DE LEITE. ..................... 63 QUADRO 5.24– MATRIZ RESPOSTA: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS DE FRUTA DE LEITE. ................................. 64 QUADRO 5.25 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ESCOLAS PÚBLICAS DE FRUTA DE LEITE. ............................. 65 QUADRO 5.26 – MATRIZ RESPOSTA: ESCOLAS PÚBLICAS DE FRUTA DE LEITE. ......................................... 66 QUADRO 5.27 – MATRIZ SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO SOCIAL DE FRUTA DE LEITE...................................... 68 QUADRO 5.28 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE INDAIABIRA. .................... 72 QUADRO 5.29 – MATRIZ RESPOSTA: ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DE INDAIABIRA. ................................ 73 QUADRO 5.30 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: CONSELHOS MUNICIPAIS DE INDAIABIRA. ........................... 75 QUADRO 5.31 – MATRIZ RESPOSTA: CONSELHOS MUNICIPAIS DE INDAIABIRA........................................ 77 QUADRO 5.32 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS DE INDAIABIRA. .......................... 79 QUADRO 5.33 – MATRIZ RESPOSTA: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS DE INDAIABIRA. ...................................... 80 QUADRO 5.34 – MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO: ESCOLAS PÚBLICAS DE INDAIABIRA. .................................. 81 QUADRO 5.35 – MATRIZ RESPOSTA: ESCOLAS PÚBLICAS DE INDAIABIRA. .............................................. 83 QUADRO 5.36 – MATRIZ SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO SOCIAL DE INDAIABIRA. .......................................... 84 LISTA DE SIGLAS AMAMS – Associação dos Municípios da Área Mineira da SUDENE APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais ASA – Articulação no Semiárido Brasileiro CAA –NM – Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas CAE – Conselho de Alimentação Escolar CIMOS – Coordenadoria de Mobilização e Inclusão Sociais CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente CMDRS – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável CMS – Conselho Municipal de Saúde CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional CRAS – Centro de Referência em Assistência Social DAP – Declaração de Aptidão ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente EMATER-MG – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais ERR – Estado/Reflexão e Resposta FUNASA – Fundação Nacional de Saúde GP – Grupo de Pesquisa IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSS – Instituto Nacional do Seguro Social ITER-MG – Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário ML – Marco Lógico MP – Ministério Público P.A – Projeto de Assentamento PIB – Produto Interno Bruto PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Pro PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar SERVAS – Serviço Voluntário de Assistência Social SIPIA – Sistema de Informações para Infância e Adolescência STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais SUAS – Sistema Único de Assistência Social UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora UFJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................................... 10 1 – SÍNTESE DA METODOLOGIA PARA OS DIAGNÓSTICOS DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS OBJETOS DO PROJETO 10ENVOLVER 11 1.1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 12 1.2. GRUPO DE PESQUISA ................................................................................................ 13 1.3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROJETO 10ENVOLVER .............................................. 14 1.4. METODOLOGIA.......................................................................................................... 15 1.4.1. VISITA PRELIMINAR............................................................................................. 15 1.4.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER ....................................................... 16 1.4.3. VISITA TÉCNICA ................................................................................................... 16 1.4.4. SEGUNDA E TERCEIRA AÇÕES DO PROJETO 10ENVOLVER ................................... 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 18 2 – SÍNTESE DO RELATÓRIO DAS AÇÕES DE APROXIMAÇÃO COM AS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E COM AS ESCOLAS DE BONITO DE MINAS, GAMELEIRAS, PAI PEDRO, INDAIABIRA E FRUTA DE LEITE, OBJETOS DO PROJETO .......................................... 19 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 20 2.1. BONITO DE MINAS ..................................................................................................... 20 2.1.1. VISITA PRELIMINAR EM BONITO DE MINAS......................................................... 20 2.1.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM BONITO DE MINAS ................... 20 2.1.3. VISITA TÉCNICA EM BONITO DE MINAS ............................................................... 29 2.2. GAMELEIRAS ............................................................................................................. 31 2.2.1. VISITA PRELIMINAR EM GAMELEIRAS ................................................................. 31 2.2.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM GAMELEIRAS ............................ 32 2.2.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE GAMELEIRAS .................. 35 2.3. FRUTA DE LEITE ......................................................................................................... 39 2.3.1. VISITA PRELIMINAR EM FRUTA DE LEITE ............................................................. 39 2.3.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM FRUTA DE LEITE ........................ 41 2.3.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE FRUTA DE LEITE .............. 43 2.4. PAI PEDRO................................................................................................................. 46 2.4.1. VISITA PRELIMINAR EM PAI PEDRO ..................................................................... 46 2.4.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM PAI PEDRO................................ 47 2.4.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE PAI PEDRO ..................... 50 2.5. INDAIABIRA ............................................................................................................... 54 2.5.1. VISITA PRELIMINAR EM INDAIABIRA ................................................................... 54 2.5.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM INDAIABIRA .............................. 55 2.5.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE INDAIABIRA .................... 57 2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DA PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER NO NORTE DE MINAS ............................................................................................................. 61 2.6.1. PODER LOCAL ..................................................................................................... 62 2.6.2. CONSELHOS MUNICIPAIS .................................................................................... 63 2.6.3. ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS ............................................................................ 64 2.6.4. ESCOLAS PÚBLICAS ............................................................................................. 64 2.6.5. SINDICATOS RURAIS ............................................................................................ 65 2.6.6. ESPAÇO RURAL ................................................................................................... 65 2.6.7. DEMANDAS IDENTIFICADAS ................................................................................ 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 67 3 – MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS DE BAIXO IDHM: UM OLHAR A PARTIR DE DADOS SECUNDÁRIOS ..................................................................................................................... 69 3.1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 69 3.2. CONCLUSÕES ACERCA DOS DADOS SECUNDÁRIOS DOS MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS, OBJETOS DO PROJETO 10ENVOLVER ................................................................................. 70 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 74 4 – DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BONITO DE MINAS ......................................................................................................... 75 4.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 75 4.2. METODOLOGIA PARA O DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE BONITO DE MINAS ......................................... 76 4.3. TERCEIRA AÇÃO DO 10ENVOLVER EM BONITO DE MINAS ........................................... 79 4.4. RESULTADOS ............................................................................................................. 79 4.4.1. EMATER .............................................................................................................. 79 4.4.2. SECRETARIAS MUNICIPAIS .................................................................................. 83 4.4.3. SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS E O CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL (CMDRS) .................................................... 86 4.4.4. ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS ............................................................................ 88 4.4.5. CONSELHOS MUNICIPAIS .................................................................................... 91 4.4.6. PASTORAL DA CRIANÇA ...................................................................................... 12 4.4.7. ESCOLAS PÚBLICAS ............................................................................................. 11 4.5. CONCLUSÕES ACERCA DO DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS DE BONITO DE MINAS............................................................................... 15 5 – DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE GAMELEIRAS, PAI PEDRO, FRUTA DE LEITE E INDAIABIRA ............................................. 21 5.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 22 5.2. METODOLOGIA MATRIZES ERR .................................................................................. 23 5.2.1. DESCRIÇÃO MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO ............................................................. 25 5.2.2. DESCRIÇÃO MATRIZ RESPOSTA ........................................................................... 26 5.3. TERCEIRA AÇÃO DO 10ENVOLVER EM GAMELEIRAS, PAI PEDRO, FRUTA DE LEITE E INDAIABIRA ...................................................................................................................... 27 5.4. RESULTADOS ............................................................................................................. 28 5.4.1. GAMELEIRAS ....................................................................................................... 28 5.4.1.1. Associações Comunitárias ............................................................................ 28 5.4.1.2. Conselhos Municipais .................................................................................. 31 5.4.1.3. Escolas Públicas ........................................................................................... 33 5.4.1.4. Matriz Síntese .............................................................................................. 37 5.4.2. PAI PEDRO .......................................................................................................... 40 5.4.2.1. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pai Pedro ......................................... 40 5.4.2.2. Associações Comunitárias ............................................................................ 40 5.4.2.3. Conselhos Municipais .................................................................................. 43 5.4.2.4. Instituições Religiosas .................................................................................. 45 5.4.2.5. Escolas Públicas ........................................................................................... 47 5.4.2.6. Matriz Síntese .............................................................................................. 50 5.4.3. FRUTA DE LEITE .................................................................................................. 57 5.4.3.1. Associações Comunitárias ............................................................................ 57 5.4.3.2. Conselhos Municipais .................................................................................. 60 5.4.3.3. Instituições Religiosas .................................................................................. 63 5.4.3.4. Escolas Públicas ........................................................................................... 64 5.4.3.5. Matriz Síntese .............................................................................................. 68 5.4.4. INDAIABIRA ........................................................................................................ 71 5.4.4.1. Associações Comunitárias ............................................................................ 71 5.4.4.2. Conselhos Municipais .................................................................................. 75 5.4.4.3. Instituições Religiosas .................................................................................. 78 5.4.4.4. Escolas Públicas ........................................................................................... 81 5.4.4.5. Matriz Síntese .............................................................................................. 84 5.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DA TERCEIRA AÇÃO ................................................ 87 6 – SÍNTESE DO RELATÓRIO DO SEMINÁRIO 10ENVOLVER PARA A SOCIALIZAÇÃO DOS DADOS DOS DIAGNÓSTICOS COM PROMOTORES DE JUSTIÇA, POPULAÇÃO E LIDERANÇAS DOS CINCO MUNICÍPIOS DO NORTE DE MINAS................................................................... 91 APÊNDICE ............................................................................................................................ 93 ANEXOS ............................................................................................................................... 94 ANEXO I – LISTA DE CONVIDADOS PARA A TERCEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER ..... 95 ANEXO II – CONVITE PARA A TERCEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER .......................... 99 ANEXO III – ATA DO SEMINÁRIO REGIONAL DO PROJETO 10ENVOLVER NORTE DE MINAS100 INTRODUÇÃO GERAL Este documento tem o objetivo de apresentar as sínteses dos documentos elaborados pela Equipe de Pesquisa na pesquisa-ação realizada pelo Projeto 10envolver no Norte de Minas, nos municípios: Bonito de Minas, Gameleiras, Pai Pedro, Indaiabira e Fruta de Leite. Serão apresentadas as sínteses dos seguintes documentos: 1 – Metodologia para os diagnósticos das instâncias de participação popular e das escolas públicas objetos do Projeto 10envolver, elaborada especificamente para este projeto, de modo a atender os seguintes princípios: a participação popular e a horizontalidade das ações. 2 – Relatório das Ações para Aproximação com as instâncias de participação popular e com as escolas de Bonito de Minas, Gameleiras, Pai Pedro, Indaiabira e Fruta de Leite, objetos do Projeto 10envolver. 3 – Relatório de dados secundários intitulado: Municípios Norte Mineiros de Baixo IDH-M: um olhar a partir de dados secundários. 4 - Diagnóstico das instâncias de participação popular e das escolas públicas de Bonito de Minas 5 - Diagnóstico das instâncias de participação popular e das escolas públicas de Gameleiras, Pai Pedro, Fruta de Leite e Indaiabira. 10 1 – SÍNTESE DA METODOLOGIA PARA OS DIAGNÓSTICOS DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS OBJETOS DO PROJETO 10ENVOLVER 11 1.1. APRESENTAÇÃO A Metodologia para os diagnósticos das instâncias de participação popular e das Escolas públicas, dos municípios objetos do Projeto 10envolver no Norte de Minas, foi elaborada pelo Grupo de Pesquisa (GP) especialmente para esse Projeto. Tendo como referência o objetivo dessa Coordenadoria que é de, sobretudo, se dedicar às questões de participação e inclusão sociais, de debate e formação, sempre na perspectiva da interlocução com os diversos atores sociais, a partir de discussões e resenhas com professores pesquisadores das Universidades Federais de Minas Gerais (coordenação do projeto), Juiz de Fora (UFJF) e Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) foram elaboradas metodologias participativas de pesquisa social para o diagnóstico dos dez municípios mineiros de menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), conforme a Tabela 1.1 a seguir: Quadro 1.1 – Dez municípios mineiros de menores IDHM Municípios Região Norte de Minas 1 - Fruta de Leite 2 - Gameleiras 3 - Bonito de Minas 4 - Indaiabira 5 - Pai Pedro Região Vales do Mucuri e Jequitinhonha 1 - Crisólita 2 - Bertópolis 3 - Novo Oriente de Minas 4 - Monte Formoso 5 - Setubinha Fonte: PNUD (2000) (IDHM) 0, 586 0, 581 0, 580 0, 571 0, 575 0, 586 0, 585 0, 582 0, 570 0, 568 Os municípios que se localizam no Norte de Minas foram pesquisados pelo Grupo de Pesquisa composto por professores pesquisadores da Unimontes e da UFMG; e cinco municípios localizados nos vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, foram pesquisados pela equipe de pesquisadores da UFVJM. 12 A partir dessa configuração, as duas equipes de pesquisadores elaboraram metodologias para a realização do Projeto 10envolver, que nessa primeira etapa se configurou na elaboração do diagnóstico das instâncias de participação popular e das escolas públicas para os dois grupos de municípios. 1.2. GRUPO DE PESQUISA O Grupo de Pesquisa (GP) do 10envolver no Norte de Minas foi composto por três professores pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), sendo dois Assistentes Sociais e Mestres em Desenvolvimento Social, um Bacharel em Direito, em Serviço Social e Especialista em Saneamento e Meio Ambiente, a Coordenadora do 10envolver, professora pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, Geógrafa, Mestre em Organização Humana do Espaço e Doutora em Avaliação de Impactos Ambientais, e ainda por um estagiário graduando em Serviço Social na Unimontes. Esse Grupo teve a colaboração de Geógrafa Joyce Figueiredo Marra (UFMG) e da Assistente Social Jeruza Aparecida Ferreira Sampaio (AMAMS) Esse GP é formado por profissionais que tem desenvolvido trabalhos de pesquisas sociais com públicos dos meios rural e urbano, com objetivos diversos, de modo a abranger percepções e observações multidisciplinares dos aspectos a serem diagnosticados. O Grupo de Pesquisa definiu que seria necessária a Visita Preliminar a todos os cinco municípios norte mineiros, objetos do 10envolver, a fim de apresentar o projeto para as lideranças locais e órgãos públicos atuantes no município, especialmente, aos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG). Para a execução dessa Visita Preliminar, o Grupo de Pesquisa contou com o apoio da AMAMS (Associação dos Municípios da Área Mineira da SUDENE) para o transporte do professor-pesquisador. A Metodologia para os diagnósticos das instâncias de participação popular e das escolas públicas, objetos do Projeto 10envolver, elaborada pelo Grupo de Pesquisadores do Norte de Minas considerou, sobretudo, levou em consideração os princípios norteadores do 10envolver. 13 1.3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROJETO 10ENVOLVER A Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais do Ministério Público do Estado de Minas Gerais almeja que Projeto 10envolver se desenvolva por ações práticas por um período de no mínimo cinco anos e, para isso, foi pautado sob o princípio essencial da participação popular, em todo o seu percurso. O Grupo de Pesquisa elaborou uma metodologia que privilegiou a pesquisa participativa a qual estabelece diálogos entre os saberes dos diferentes sujeitos sociais (comunidade e pesquisadores) a partir de uma visão sistêmica, sendo mediadas por uma abordagem construtivista. Assim, para sua concretização ocorreu o envolvimento com a comunidade e a cooperação dos sujeitos sociais para alcançar o objetivo do Projeto. Portanto, a metodologia do Projeto 10envolver foi totalmente pautada na participação dos sujeitos sociais que atuam nas Associações Comunitárias, nos Conselhos Municipais, nos Sindicatos, nos grupos formais e informais, e nas Escolas e por outros sujeitos que estiveram presentes nas ações e contribuíram para os seus resultados. Outro princípio do projeto 10envolver observado nas metodologias aplicadas foi o da horizontalidade das ações. Todos os envolvidos – Professores, Acadêmicos, Promotores de Justiça, Técnicos do Ministério Público, cidadãos dos 10 municípios, funcionários de órgãos públicos locais aturam de modo a contribuir com ideias e ações para a realização de todas as ações e para o diagnóstico das instâncias de participação popular e das Escolas públicas. Por meio dessa horizontalidade e envolvimento dos colaboradores em todas as etapas do projeto, buscou-se contemplar e fortalecer a sinergia entre as instituições parceiras e os sujeitos locais, contemplando outro princípio do Projeto 10envolver. Sob esses princípios, o Diagnóstico foi desenvolvido por meio da estratégia pesquisaação, quando se contemplou a coparticipação de diferentes sujeitos envolvidos nesse processo, atuando como protagonistas no propósito de (re)construção social, replicando numa nova concepção de mundo e de relações sociais. Portanto, nas ações do 10envolver, as metodologias se pautaram no processo de reflexão-ação, característico dos processos de comunicação marcados pela participação ativa dos sujeitos envolvidos e pela valorização do saber local que se inter-relaciona com o saber científico. 14 1.4. METODOLOGIA O Diagnóstico do Projeto 10envolver objetivou mapear as instâncias de participação popular, identificar e registrar seus obstáculos, seus desafios, suas potencialidades e seus limites institucionais para efetivar ações para promover o community empowerment, ou seja, o desenvolvimento de um poder que significa dispor de força, adquirir ou construir poder para atuar, intervir, mudar e melhorar a qualidade de vida das pessoas nesses municípios do Norte de Minas. 1.4.1. VISITA PRELIMINAR A pesquisa-ação para o diagnóstico do 10envolver foi realizada por meio de três ações distintas e complementares. A partir de contatos com os Técnicos da EMATER-MG1 atuantes nos cinco municípios norte mineiros objetos do Projeto, foi marcada, em cada um deles, uma VISITA PRELIMINAR com os representantes de órgãos municipais locais, de instâncias de participação social e das escolas, com o objetivo específico de se apresentar o Projeto 10envolver e motivar esses representantes a participarem das Ações do 10envolver. Nessa oportunidade foram elaborados, conjuntamente com os participantes, os planejamentos dessas das Ações do Projeto 10envolver em cada um dos cinco municípios, que tiveram o objetivo de coletar dados dos órgãos e escolas públicas e das instâncias de participação popular em cada um desses municípios. Sob esses objetivos, a Visita Preliminar privilegiou a participação dos cidadãos no planejamento das Ações seguintes tornando-os coparticipantes do projeto, e, assim, contemplando o princípio da horizontalidade definido em sua metodologia. 1 Arildes Rodrigues de Oliveira, EMATER-MG, Fruta de Leite Edmar Nunes Ferreira, EMATER-MG, Bonito de Minas Genevan Mendes, EMATER-MG, Gameleiras Élio Batista Loiola e Fabiano Francisco de Sousa, EMATER-MG, Indaiabira Gilberto Siqueira da Silva, EMATER-MG, Pai Pedro. 15 1.4.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER A Primeira Ação dos diagnósticos do 10envolver no Norte de Minas ocorreu por meio de entrevistas aos atores sociais das instâncias de participação popular, das escolas públicas, do poder público municipal, de órgãos públicos estaduais e federais e de outros grupos formais e informais que estiveram presentes na ação realizada nas sedes municipais. Essa ação teve os objetivos de promover a aproximação do Projeto 10envolver com os atores sociais; promover o esclarecimento do projeto 10envolver, sobretudo acerca dos seus objetivos, dos seus idealizadores e sobre o princípio culminante que é o da participação popular; possibilitar conhecer a realidade de cada uma das instâncias populares e observar realidades sociais e aspectos de relevância para o desenvolvimento das ações do projeto. Na Segunda Ação foi aplicada a ferramenta Entrevistas Despadronizadas Focalizada para a qual foram elaborados roteiros, que permitiram captar informações das instâncias representadas, principalmente, aquelas que não foram encontradas nas fontes documentais, e forneceram uma amostragem da população geral. Desse modo, as Entrevistas foram guiadas por questões fundamentais: identificar os problemas sociais e estruturais para o funcionamento da instância de participação popular; o motivo que ensejou a constituição dessas e a motivação dos seus membros. 1.4.3. VISITA TÉCNICA As Visitas Técnicas aos cinco municípios foram guiadas pelos Técnicos da EMATERMG. Com os objetivos de conhecer a realidade das famílias nas comunidades com relação ao trabalho, a escola e, sobretudo, com relação à participação nas Associações Comunitárias, esses Técnicos conduziram o Grupo de Pesquisa nas comunidades mais representativas na falta de participação social e naquelas onde há grande participação das pessoas para impulsionar o desenvolvimento econômico e social da comunidade. Também foram visitadas comunidades remanescentes de quilombolas, nas quais foi possível realizar entrevistas significativas para compreender as dificuldades enfrentadas por esse povo. 16 Nas Visitas Técnicas o Grupo de Pesquisa pode observar ou verificar as informações colhidas por meio de entrevistas aos representantes das instâncias de participação popular, das Escolas públicas, do poder público municipal, de órgãos públicos estaduais e federais e de outros grupos formais e informais que estiveram presentes na ação realizada nas sedes municipais. Em contato mais direto com a realidade, a Visita Técnica auxiliou os pesquisadores a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento, conforme descreve Buy (2012). 1.4.4. SEGUNDA E TERCEIRA AÇÕES DO PROJETO 10ENVOLVER A partir dos resultados das primeiras ações realizadas nos municípios e tendo como referência os princípios e objetivos da metodologia Marco Lógico, o GP os redimensionou, contextualizou, qualificou, para, inclusive, estimular a participação popular, e elaborou a metodologia Matrizes ERR (Estado/Reflexão-Resposta). Destaca-se que esta também contempla os princípios do 10envolver, que foram mencionados no item 1.3. As Matrizes ERR se fundamentam como uma cadeia de objetivos relacionados de forma causal entre si, pois sua concepção ocorre a partir do levantamento da situação atual, da sua reflexão e, a partir de suas conclusões, se promove a elaboração de propostas de ações para alcançar a situação final desejada. Portanto, se promove atividades com os atores sociais participantes, as quais partem da realidade social, política, estrutural e ideológica para se alcançar os objetivos. As Segunda e Terceira Ações consistiram, sobretudo, na construção e elaboração das Matrizes ERR junto aos atores sociais dos cinco municípios objetos deste projeto. Essa metodologia e seus primeiros resultados serão descritos com maior riqueza de detalhes nos itens 4 e 5 deste relatório. Destaca-se que as próximas ações desse projeto, que ocorrerão neste mês de julho de 2014, consistirão na promoção de oficinas para a devolução dos diagnósticos, realizados pela população nas Segunda e Terceira Ações, e para a elaboração, junto às comunidades analisadas, dos planos de intenções futuras, que visarão soluções para os problemas 17 evidenciados nas ações anteriores. Essas ações porvindouras serão descritas e analisadas em outro relatório. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUY, A. Projeto Básico 1: Técnicas de Pesquisa. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Artes & Design. Disponível em: <http://wwwusers.rdc.pucrio.br/imago/site/metodologia/textos/anabuy.htm>. Acesso em: 08/12/2012. 18 2 – SÍNTESE DO RELATÓRIO DAS AÇÕES DE APROXIMAÇÃO COM AS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E COM AS ESCOLAS DE BONITO DE MINAS, GAMELEIRAS, PAI PEDRO, INDAIABIRA E FRUTA DE LEITE, OBJETOS DO PROJETO 19 APRESENTAÇÃO Esta síntese apresenta os resultados de três ações distintas, mas complementares: a Visita preliminar, a Primeira ação do Projeto 10envolver e a Visita Técnica. Essas três ações serão apresentadas sequencialmente para cada um dos cinco municípios. No final, será apresentado um esquema com as principais informações. 2.1. BONITO DE MINAS 2.1.1. VISITA PRELIMINAR EM BONITO DE MINAS No dia 06 de fevereiro de 2013 foi realizada a Visita Preliminar no município de Bonito de Minas, por meio de uma reunião, organizada pelo técnico da EMATER-MG, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Estiveram presentes nove pessoas, sendo que três delas representaram instâncias de participação popular e as outras representaram a Prefeitura Municipal. O Grupo de Pesquisa verificou que em Bonito de Minas há sérios problemas políticos partidários que influenciam na participação da comunidade convidada pelo poder público atuante. O Técnico argumentou que está iniciando seu trabalho junto com a nova administração municipal, gestão 2013-2016, e que esta também está com dificuldades em organizar os serviços essenciais e os espaços físicos. 2.1.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM BONITO DE MINAS A realidade sócio-espacial do município de Bonito de Minas demarca as suas potencialidades e também as fragilidades socioeconômicas, políticas, ambientais e culturais vivenciadas pela população local. De um lado tem-se um território de belezas naturais evidenciadas pelas veredas e pelos demais recursos hídricos e por outro lado verificam-se os numerosos desafios socioeconômicos apresentados aos gestores públicos, particularmente, 20 ao poder executivo municipal, destacando-se o Produto Interno Bruto (PIB) do município, a carência de sua população e as poucas iniciativas locais para geração de emprego e renda, bem como, para promoção de melhores condições de vida para toda a população. Os dados do PNUD (2013) – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento apresentam, por exemplo, que num período de 10 anos, compreendidos entre 2000 e 2010, houve em Bonito de Minas, uma redução da taxa de atividade da população economicamente ativa, de 18 anos ou mais, de 60,92% para 56,45%, respectivamente. A taxa de desocupação, que revela os indicativos de desemprego desse mesmo público, passou de 8,77% para 9,06%, nesse mesmo período. Ainda de acordo PNUD (2013), estima-se que aproximadamente 78% dessa população bonitense está vulnerável à pobreza, pelas dimensões relativas à renda e, não menos importante, pelas influências do frágil acesso aos serviços públicos e às políticas públicas que asseguram os direitos sociais. Reitera-se que se trata de um município de baixo IDH, cujo índice é de 0,537 segundo o PNUD (2013), sendo que a área territorial total é de 3.914,31km², com uma população estimada de 9.673 habitantes e densidade demográfica de 2,47 hab/km², conforme IBGE (2013) 2 – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Verificou-se na pesquisa-ação do Projeto 10envolver que essa dispersão espacial da população produz algumas fragilidades locais, como as precárias condições de vida de muitas famílias compostas, principalmente, por trabalhadores rurais, além do difícil trânsito entre as áreas urbana e rural, em razão das condições das estradas arenosas. Ao apresentar o Projeto 10envolver para as lideranças locais iniciou-se um trabalho de aproximação das realidades e do contexto local de Bonito de Minas. As instâncias de participação local foram sensibilizadas e motivadas a participar desse Projeto de construção coletiva. Foi nesse contexto que se evidenciaram as expectativas da população pelas possibilidades e possíveis contribuições do Projeto 10envolver frente à necessidade de se incrementar o IDHM. 2 Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/index.php>. Acesso em: 08.08.2013 21 O Grupo de Pesquisa promoveu reflexões e ponderações acerca do termo desenvolvimento junto à população de Bonito de Minas, principalmente, a respeito da tendência sócio histórica de tutela, dominação ou imposição de determinados sujeitos sobre outros. Em muitos casos essa tutela ocorre a partir da sobreposição de um dado conhecimento, ou, por exemplo, quando não ocorre a realização de ações que atendem às necessidades regionais, como tem ocorrido em Bonito de Minas. O contexto de fragilidades locais, agravadas por inúmeras situações de risco e vulnerabilidade social da população bonitense, também corrobora para a internalização de comportamentos de passividade individual e social. As dificuldades são destacadas como talvez insuperáveis e as possibilidades de ação, motivadas pelo fomento ou qualificação do capital social, são suprimidas. Com isso, dissemina-se uma cultural local de que outras instituições e órgãos vindos de outros lugares, tais como dos governos estadual e federal, promoverão o desenvolvimento e, portanto, a sonhada melhoria da qualidade de vida, também, virá como fruto da ação de outros indivíduos, entidades e instituições, alheios a realidade local. Assim sendo, pouco se colabora para a promoção do empoderamento, para a maior autonomia dos indivíduos, para a qualificação da capacidade institucional das instâncias de representação popular, bem como, para a ampliação da participação popular, fator indispensável para o efetivo controle social. A realização de eventos, cursos e palestras, objetivando esclarecimento sobre os direitos sociais para os trabalhadores rurais, foi, inclusive, apontada como uma das importantes demandas a serem atendidas. Além de esclarecedora, essas atividades também contribuiriam para a mudança de um contexto sociocultural em que as ações políticas são vistas e disseminadas como uma ajuda ou favor. Aqui se espera fomentar uma nova postura frente às políticas públicas, na qual a participação política e o entendimento sobre os deveres das pessoas são fundamentais. O ideal é que o empoderamento social tenha uma dimensão comunitária, principalmente, quando se considera que múltiplas formas de dominação verticalizada ocorrem na trajetória social e política do Brasil. Nesse sentido, complementam Horochovski e Meirelles (2007, p.486) ao dizerem que o ato de empoderar aponta “o processo pelo qual 22 indivíduos, organizações e comunidades angariam recursos que lhes permitam ter voz, visibilidade, influência e capacidade de ação e decisão”. Sob essa premissa é que desde as primeiras ações do Projeto 10envolver foi enfatizado que, para que ocorra o desenvolvimento, é preciso que a partir dele haja uma sinergia de interesses e vontade político-administrativa; envolvimento de entidades e instituições públicas, jurídicas e sociais; participação popular ampliada com vistas a colaborar com o processo de construção de ações interventivas mediadas pelo conhecimento sobre as principais demandas e necessidades locais, além do desejo de alcançar melhores condições de vida para toda a população municipal, seja urbana ou rural. Nas ações desenvolvidas pelo Projeto 10envolver para a investigação social, o Grupo de Pesquisa contou com a participação ativa do executivo municipal de Bonito de Minas e com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. O envolvimento dos Promotores de Justiça, que estão à frente das Coordenadorias de Mobilização e Inclusão Sociais (CIMOS), em âmbitos estadual e regional, legitimaram as iniciativas do Projeto 10envolver, o qual foi gestado nessa Coordenadoria. O apoio da EMATER-MG de Bonito de Minas também foi importante, principalmente, para a Visita Técnica. No entanto, ressalta-se a limitada abrangência de suas ações devido à falta de mais técnicos atuando no município. Soma-se a isso a urgente necessidade de melhoria no sistema de comunicação e transporte, além da realização de ações de capacitações sistemáticas para os agricultores familiares. Os dados da pesquisa demonstram o grande significado da EMATER-MG no que tange o seu apoio à população rural sob os princípios do desenvolvimento sustentável. Apesar de ser significante para a população rural, faz-se necessário destacar o pouco envolvimento do técnico para a realização da primeira ação do Projeto 10envolver, principalmente, com relação à mobilização de membros das Associações Comunitárias rurais. Em consequência, ressalta-se a dificuldade do Grupo de Pesquisa para contatar com os presidentes de Associações Comunitárias rurais e convidá-los para participar do Projeto 10envolver. Verificou-se que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas é uma legítima instância de representação e participação popular, que é respeitada e valorizada por seus afiliados e pela população bonitense. Esse é um dos Sindicatos rurais mais atuantes 23 dentre os cinco municípios com baixo IDHM, objetos do Projeto 10envolver, no Norte do estado. O seu presidente é proativo, interage com os demais trabalhos de entidades existentes no município, como as do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), sobretudo, quando os assuntos e as ações estão relacionados aos interesses e benefício dos trabalhadores rurais de Bonito de Minas. Destaca-se a importância de uma maior aproximação entre as Associações Comunitárias e o Sindicato, mesmo que o CMDRS seja uma entidade de representação dessas instâncias de participação popular. As conquistas obtidas por esse Sindicato dos Trabalhadores Rurais, tais como a construção da sede própria e a aquisição de um veículo, revelam o envolvimento da direção dessa instância e dos seus representados nas ações que resultam em melhorias para toda a população. Assim como ocorre com as outras instâncias de participação popular, esse Sindicato também enfrenta dificuldades quanto ao custeio de todas as suas despesas. Como esse se mantém por meio do pagamento de um valor irrisório por parte dos associados, certas despesas como a de deslocamento dos representantes para participação em reuniões dentro e fora do município, acabam sendo custeadas de forma individual. Sobre a participação das lideranças e representantes das Associações Comunitárias de Bonito de Mina é possível classificá-la como tímida, considerando o envolvimento de poucos na primeira ação do Projeto 10envolver. Associa-se esse pouco envolvimento às ações de mobilização e sensibilização desses sujeitos por parte das entidades e dos gestores locais, bem como à dificuldade que os pesquisadores tiveram em contatar esse público. O Grupo de Pesquisa conseguiu, por meio de pesquisa de um servidor da CIMOS, os endereços e contatos dessas Associações e, certamente, para as ações futuras do 10envolver haverá mais participação das Associações Comunitárias. A situação das Associações Comunitárias de Bonito de Minas, localizadas em sua maioria na zona rural, é de fato precária. Grande parte dessas instâncias está em situação irregular por falta de condições financeiras para arcar com todas as despesas e impostos obrigatórios, cobrados para a manutenção da legalidade dessas. Os recursos recebidos provêm da taxa mensal paga pelos associados, a qual varia de R$ 1,00 a 2,00, valor insuficiente para arcar com os custos. Ressalta-se que a maioria das Associações não possui sede própria e ainda observaram-se reclamações sobre a falta de capacitação da Diretoria: 24 poucos conhecimentos acerca da sua função social, das suas atribuições e das demais responsabilidades, como os deveres legais; e também do desconhecimento dos direitos e dos deveres dos sócios. As Associações que possuem máquinas agrícolas, como a de beneficiamento de arroz, não as utilizam pela falta de produção, pois não conseguem o preparo do solo para plantio e a irrigação, que são essenciais nesse município de clima seco e solos pobres em nutrientes. Os representantes das Associações destacam a importância dos trabalhos da EMATER-MG, mas explanam acerca da pouca aproximação desse órgão com as Associações. Em função do pouco apoio recebido, seja do poder público municipal, do Poder Judiciário e de órgãos atuantes em Bonito de Minas, alguns representantes apontam apenas o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e o CMDRS como as instâncias mais próximas das Associações. Mas, essa ajuda também tem sido limitada por falta de recursos financeiros e apoio municipal a essas instâncias. Nessa pesquisa se verificou, também, a pouca participação dos associados nas atividades realizadas pelas Associações. Dentre os principais motivos citados destacam-se os poucos benefícios e recursos que essas instâncias têm recebido, sendo que alguns benefícios são “liberados”, todavia não chegam até aos beneficiados; e muitas lideranças são cooptadas e se envolvem com as questões político-partidárias locais; o pouco envolvimento das populações mais jovens e a migração dessas para outras regiões. Verificou-se também a baixa valorização pelo poder público municipal e pela população, de modo geral, das instâncias de participação popular, como os Conselhos Municipais e Colegiados Escolares. A Pastoral da Criança de Bonito de Minas foi a que se mostrou mais atuante, quando se analisa o envolvimento e os discursos sobre os trabalhos realizados por suas representações nos cinco municípios objetos do Projeto 10envolver, no Norte de Minas. Destaca-se o envolvimento voluntário da atual representante e demais líderes comunitários e a contribuição dessa instância para a redução da desnutrição e mortalidade infantil da população bonitense, principalmente, daquela situada em regiões mais distantes da sede municipal e carente. 25 Apesar do notório trabalho desenvolvido pela Pastoral, esta também vivencia o afastamento de lideranças juvenis, principalmente, quando é necessária a substituição de algum voluntário. Trata-se de uma instância importante, mas carente de recursos e de apoio político e da sociedade. A Pastoral da Criança desse município, apesar de ser tão atuante, não possui sede própria, e muitas vezes são as voluntárias que custeiam as despesas necessárias para a realização do trabalho comunitário. Concluiu-se que a Pastoral desenvolve ações que tem contribuído para a melhoria da saúde de crianças de 0 a 6 anos e de gestantes, e, por isso, essa instância poderia ser parceria da Prefeitura Municipal, principalmente, das Secretarias de Saúde e Assistência Social, potencializando o trabalho da Pastoral da Criança junto às famílias mais pobres. Ao considerar o envolvimento das líderes da Pastoral da Criança em outras instâncias de participação popular, como os Conselhos Municipais, verifica-se a necessidade de aproximação e construção de uma agenda de trabalho comum, em prol do município. Destaca-se, também, a necessidade de divulgação das ações da Pastoral da Criança em Bonito de Minas, a fim de fortalecer suas ações junto às famílias carentes e junto à população como um todo. Com relação às Secretarias Municipais de Bonito de Minas verificou-se que essa gestão municipal, iniciada em 2013, apresenta a legitimação de novas propostas por meio de políticas públicas existentes. Destaca-se a Política Municipal de Saúde que propõe continuar os trabalhos iniciados na gestão municipal anterior, pois possui recursos humanos efetivos e um Plano de Ação com previsão de protocolos que norteiam as ações de saúde desenvolvidas em parceria com outras Secretarias Municipais, como a de Educação. Mesmo com a coerência dessas novas ações de saúde, resquícios de uma atuação profissional equivocada na gestão municipal anterior, tem interferido na atual política de saúde de Bonito de Minas. A defesa de interesses político-partidários, muito presente nas gestões municipais anteriores, impediu que determinadas pessoas tivessem acesso a consulta e exames médicos, o que poderiam ter salvado vidas. O apadrinhamento político foi percebido como entrave para viabilização do direito à saúde de grande parte da população, considerada como de oposição partidária de alguns partidos hegemônicos na cidade. 26 Dentre as principais dificuldades para consolidação do direito à saúde nesse município pode-se citar a falta de recursos financeiros para atender as necessidades da população, principalmente, quando o atendimento de suas demandas requer deslocamento de profissionais para comunidades carentes e muito distantes. A questão de infraestrutura também é um grande empecilho para o atendimento às populações. Uma das soluções para esse problema é a construção de um Posto de Atendimento Médico Móvel, para percorrer a zona rural do município. Esse Posto seria adaptado sobre um caminhão, veículo que tem capacidade para transitar pelas estradas do município. Dadas às potencialidades do município, foi apontado pela Secretária de Saúde que ações de geração de emprego e renda, como a criação de hortas comunitárias, por exemplo, contribuiriam para a melhoria da qualidade de vida dessa população. Essas ações também seriam importantes para a valorização da agricultura familiar e para a efetivação da segurança alimentar de Bonito de Minas. Os eventos realizados em 2013, no âmbito da Política de Educação desse município, revelaram a necessidade de profissionais especializados e permanentemente capacitados, principalmente, para atenderem as urgentes demandas de efetivação da educação especial. Verificou-se que a distância das comunidades rurais da sede do município, agravada pela condição arenosa das estradas e pela precária condição de vida de muitas famílias, é apontada como um fator que fragiliza o acesso da população aos serviços públicos e aos seus direitos sociais, como a educação. O transporte escolar público e o acesso à merenda de qualidade, para suprir as deficiências na alimentação das crianças, são apontados como a oportunidade de viabilização do direito à educação. Em Bonito de Minas, algumas escolas não possuem acesso à água em quantidade e qualidade, nem à energia elétrica. A comunicação, em alguns casos, também é comprometida pela falta de linha telefônica e aos outros meios de comunicação. Dentre as outras demandas apresentadas pela atual Secretária de Educação de Bonito de Minas, destaca-se a necessidade de revisão do Regimento Escolar; a construção de espaços públicos para a prática do esporte e lazer, como quadras cobertas; a reestruturação e reforma de escolas; além de cursos de capacitação para todos os servidores, principalmente, para os professores; e profissionais para atuar na educação especial. 27 Representantes da Secretaria de Assistência Social e de Assuntos Sociais também foram entrevistadas na primeira ação realizada pelo Projeto 10envolver. Verificou-se que a falta de profissionais especializados para atuar nessa área com expertise necessária. Durante a realização de ações sociais, muitas vezes essas são percebidas como um favor e não como um direito social. A Secretaria de Assistência Social e a de Assuntos Sociais são órgãos distintos, mas não se conseguiu definir as suas especificidades, principalmente, pelos trabalhos que são desenvolvidos e pelas formações profissionais das gestoras. Faz-se necessário considerar que os recursos advindos da Federação para a Política de Assistência Social só podem ser gestados pela Secretaria responsável pela execução da Política de Assistência Social. Não há a possibilidade legal de duas secretarias, por exemplo, serem responsáveis pela gestão da Política de Proteção Básica no mesmo município. Essa questão merece maior atenção pelos gestores locais e das instâncias de participação popular, a fim de definir essa situação que se coloca como inadequada a uma gestão municipal que visa melhorar a qualidade de vida da população bonitense. A atual administração municipal não teve acesso aos Planos Municipais e Plurianuais da Assistência Social desse município, realizados pela gestão anterior, a coleta de dados, com relação à realidade local, e os indicativos de vulnerabilidade e risco social ainda estão sendo realizados. A grande extensão territorial de Bonito de Minas também impede que as equipes volantes do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) desenvolvam o seu trabalho de forma mais eficaz e efetiva junto às populações que residem em comunidades mais distantes. Em termos gerais, os Conselhos Municipais de Bonito de Minas também carecem de apoio institucional para se legitimarem enquanto instâncias de representação, participação popular, e de viabilização do controle social. Grande parte dos Conselhos Municipais não tem uma infraestrutura que atenda às suas necessidades para o funcionamento; não possuem recursos financeiros para o desenvolvimento de suas ações e desconhecem os recursos específicos para custeio de suas ações, como os que advêm, por exemplo, da Política de Assistência Social, por meio do Índice de Gestão Descentralizada Municipal ou do Programa Bolsa Família, para os Conselhos Municipais da Assistência Social. 28 A maioria dos conselheiros participa ou ocupa a função de liderança de outros Conselhos Municipais que, além de provocar maior centralidade nas ações, impede que a participação popular democrática se torne um fator essencial para o empoderamento da população. Não obstante, apesar de participarem das reuniões, poucos conhecem a função social dos Conselhos, os quais representam, e possuem conhecimento de suas responsabilidades e competências perante a instância. Desse modo, faz-se necessária capacitação e qualificação permanentes para a melhor qualidade das ações dos conselheiros municipais. Os Conselhos Municipais de Bonito de Minas (CMDRS, CMAS e CMS) possuem uma boa interação com outras instâncias de participação como as Associações, demais Conselhos, Cáritas, EMATER-MG, escolas e Secretarias Municipais, apesar de que o planejamento de ações comuns entre eles não ser efetivado. Para atender algumas demandas locais mais específicas, foi sugerida a criação de Conselhos Itinerantes com a participação de representantes de vários Conselhos, objetivando levar informações e ações para as comunidades mais distantes do município. Em termos gerais, verificou-se que as representações das principais instâncias de participação popular de Bonito de Minas, tais como os Conselhos, as Associações Comunitárias e de movimentos religiosos, desconhecem a sua importância social. Ocorre a desmotivação popular para participar dessas instâncias, em consequência das suas dificuldades econômicas e dos trabalhos a serem enfrentados, que dependem de tempo e de recursos financeiros, muitas vezes dos participantes. Verificou-se a necessidade de uma maior aproximação de entidades e instituições governamentais e de toda a sociedade para o fomento do empoderamento social e a maior autonomia dessas instâncias de participação popular, substanciais para o exercício do controle social. 2.1.3. VISITA TÉCNICA EM BONITO DE MINAS Por meio do percorrimento do espaço rural de Bonito de Minas, o Grupo de Pesquisa do Projeto 10envolver pode constatar as informações obtidas nas entrevistas com os representantes das Associações Comunitárias e com os professores das escolas rurais. Existe 29 uma carência em todos os setores: moradia, saúde, educação, alimentação e, sobretudo, de mobilização social. A maioria das pessoas não se interessa em participar das Associações, pois elas esperam receber benefícios do governo e, se envolver na diretoria requer disponibilidade, tempo e dinheiro. São poucas pessoas que se sentem motivadas para exercer funções nas Diretorias. O Grupo de Pesquisa do Projeto 10envolver sugere que seja equipado um caminhão, veículo que percorre muito bem as estradas de Bonito de Minas, com Posto de Atendimento médico, dentário, com assistentes sociais, membros da Pastoral da Criança e de Conselhos Municipais, e ainda, outros profissionais que possam oferecer atendimento para a população rural de Bonito de Minas. Outra sugestão é oferecer o “direito de ir e vir”. A Prefeitura Municipal disponibilizaria, pelo menos quinzenalmente, transporte gratuito para essa população ir a Bonito de Minas para resolver questões relativas, por exemplo, ao recebimento de benefícios sociais nos bancos. Por meio dessas ações, o Grupo de Pesquisa concluiu que a população do espaço rural de Bonito de Minas encontra-se, em sua grande maioria, em situação de vulnerabilidade e risco social. O acesso aos direitos sociais não são alcançados em sua plenitude, o que contrapõe o artigo 6º da Constituição Federal de 1988 “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 2005). Enfim, conforme comentou o Prefeito Municipal de Bonito de Minas, o Governo Federal deve tratar de modo diferente os municípios diferentes; isso gera igualdade. Bonito de Minas é um dos maiores municípios do Brasil. 30 2.2. GAMELEIRAS 2.2.1. VISITA PRELIMINAR EM GAMELEIRAS No dia 25 de fevereiro foi realizada Visita Preliminar ao município de Gameleiras, com objetivo de mobilizar representantes da EMATER-MG, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, dos Conselhos Municipais, das Associações, de outras instâncias de participação popular e das Escolas a participarem do Projeto 10envolver. Nessa oportunidade foi explanado o Projeto e planejado, juntamente com todos os participantes da reunião, a Primeira Ação do Projeto 10envolver em Gameleiras, realizada nos dias 6 e 7 de março de 2013. O Técnico da EMATER-MG, Genevan Mendes, juntamente com o Secretário de Obras, Jair Rodrigues de Oliveira, organizou a reunião na Câmara Municipal da cidade. Estiveram presentes na reunião doze pessoas, sendo eles: João de Oliveira Filho, Sindicato dos Produtores Rurais; Rogério Teixeira da Rocha, Secretário de Saúde; Clarindo José de Oliveira, Diretor de Agricultura da Prefeitura Municipal; Genevan Mendes, Técnico da EMATER-MG; Jair Rodrigues de Oliveira, Secretário Municipal de Obras; Osvaldo Teixeira de Oliveira, Secretário Municipal de Assistência Social; Aclides Rodrigues de Oliveira, Vereador Municipal; Dineuza Lima, Diretora de escola estadual; Ludivina Oliveira Silva, Secretária Municipal de Educação; Osleni Mendes Prado, Assistente Social do Centro de Referência Especializado da Assistência Social, e representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente; Veli Alves de Sousa, Presidente Conselho Tutelar e Ariana Assunção Castro, Nutricionista/Gerente Municipal de Convênios. Durante a reunião foi enfatizado o objetivo do Projeto 10envolver e a importância da participação das instâncias de participação popular, para que se possam alcançar os objetivos do 10envolver. O Prefeito Valdir indicou a Senhora Ariana, Gerente Municipal de Convênios, para acompanhar o Grupo de Pesquisa do Projeto 10envolver, e disponibilizou o espaço da Câmara Municipal e recursos audiovisuais. De acordo com informações colhidas junto a Secretária Municipal de Educação, em Gameleiras há seis escolas municipais que oferecem o ensino fundamental, sendo que duas 31 delas funcionam em tempo integral. Há ainda, cinco creches que atendem crianças a partir dos seis meses de idade até três anos, seis unidades pré-escolares que atendem crianças com idade de quatro e cinco anos. Além de duas escolas estaduais que oferecem o ensino médio. De acordo com o Secretário Municipal de Assistência Social não existem entidades urbanas que oferecem serviços sócioassistenciais. Percebeu-se, grande interesse dos atores sociais em participar do Projeto 10envolver, demonstrando-se honrados com a presença do Ministério Público e das Universidades. 2.2.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM GAMELEIRAS Em Gameleiras a Primeira Ação do Projeto 10envolver ocorreu nos dias 6 e 7 de março de 2013. Nessa Ação, que foi articulada na Visita Preliminar juntamente com lideranças locais e representantes de órgãos públicos, foi apresentado o Projeto 10envolver por sua Coordenadora Profa. Jussara Machado Jardim e pelo Promotor de Justiça Tiago Tanure Costa. Após a apresentação do Grupo de Pesquisa e dos participantes da Ação, foram realizadas entrevistas, do tipo estruturada focalizada, com membros de órgão públicos locais e de instâncias de participação popular. Por meio da pesquisa-ação desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa do Projeto 10envolver, no Norte de Minas, se verificou que os governos locais não podem ser os únicos entes responsáveis pelo processo de melhoria da qualidade de vida de uma determinada população. Grande parte das dificuldades e desafios apresentados aos e pelos gestores municipais, por exemplo, são de ordem macro estrutural e requerem qualificada habilidade política, técnica e financeira para serem enfrentados. Assim sendo, se reconhecem que o Fundo de Participação dos Municípios, não atende as necessidades sociais locais, as demandas específicas da funcionalidade do executivo municipal e nem, de uma forma mais abrangente, as demandas originárias desses contextos e realidades sociais. Os recursos advindos dos repasses obrigatórios do Governo Federal para a execução de muitas políticas públicas, como a da saúde, são insuficientes dadas às peculiaridades locais e regionais. 32 A Constituição Federal do Brasil de 1988 trouxe inúmeros benefícios quando instituiu a descentralização político-administrativa e a obrigatoriedade do envolvimento dos três entes da Federação no processo de enfrentamento dos problemas locais, na promoção do desenvolvimento humano e na gestão da coisa pública. Contudo, a maior responsabilidade, quando não a exclusiva, pelo enfrentamento de várias expressões da questão social, acabou ficando a cargo dos municípios. Estes, situados em territórios tidos como pobres, com o PIB muito baixo, com a população em situação de risco e vulnerabilidade social, e que também não veem outras saídas para a melhoria da sua qualidade de vida, não conseguem superar esses impassem enquanto nítidos obstáculos para o desenvolvimento humano, social, urbano e econômico dessas localidades. Por meio dessa primeira ação do Projeto 10envolver em Gameleiras, verificou-se que se trata de um município pobre, com PIB ínfimo, com IDH baixo, e com frágil oferta de serviços públicos e de oportunidades sociais para sua população que é, predominantemente, rural. Apesar de ter uma barragem, enquanto potencialidade de acesso aos recursos hídricos, muitos trabalhadores rurais enfrentam sérias dificuldades nos períodos de longas estiagens. Além disso, apesar do número de empregos gerados pela própria prefeitura, tem crescido o número de desempregados, principalmente de jovens que não querem ficar na “roça”, por não perceberem as possíveis oportunidades geradas a partir desse contexto, e também na região. Muitos têm migrado para outras regiões brasileiras para trabalharem em períodos de colheitas e de grandes safras, e com isso, outros problemas sociais têm sido criados. Outro fator, sempre destacado pelos entrevistados, se refere aos prejuízos trazidos para os agricultores familiares cujas terras não são legalizadas, ou registradas. Reforça-se que, em tese, a vida do agricultor e do trabalhador rural melhorou, mas isso não quer dizer que a sua condição de vida satisfaça todas as suas necessidades de sobrevivência. Apesar de o município de Gameleiras ser considerado como um lugar ‘bom de viver’, muitos cidadãos destacaram que é necessário oferecer melhores condições de vida, como por exemplo: espaços públicos para a prática de atividades culturais, de esporte e de lazer, pois falta essa opção no município. A disseminação do crack, nesse contexto, acaba sendo muito mais fácil. 33 A autonomia local e tampouco o empoderamento popular não são fomentados, estimulados e potencializados. Existe o entendimento comum de que os problemas de cada área social ou produtiva são exclusivos de cada uma delas. Somente esses profissionais são os principais responsáveis pelas ações de enfrentamento. Apesar de aparentemente não possuir nesse município uma acirrada ou explícita disputa político-partidária, também não há um nítido envolvimento de indivíduos, grupos, movimentos, entidades e demais instituições para pensar, discutir, criar estratégias de ação e/ou para legitimar o exercício do controle social. Essa é, certamente, uma fragilidade: precisa-se fomentar uma maior solidariedade e reciprocidade entre as instâncias de participação popular existentes, até porque, precisam ser mais valorizadas, reconhecidas pela sua função social e importância, tanto pelos próprios sujeitos que as representam como pelos próprios representados. Faz-se necessária a união de esforços para a construção de ações em comum, ou de espaços reflexivos comuns para discussão e análise da dinâmica e realidade local. Faz-se necessário maior envolvimento de órgãos da Federação, como os Conselhos estaduais e federais, com políticas públicas que priorizam a realidade de Gameleiras, promovendo o fortalecimento do controle social, e que tragam contribuições para a melhor estruturação física e viabilização de recursos de todas as ordens, atendendo as demandas e necessidades institucionais. Por meio das entrevistas e colóquios informais, foi frisado, pelos entrevistados constantemente, a necessidade de capacitação e formação das lideranças locais, para que eles cumpram satisfatoriamente o seu papel. As Associações Comunitárias, nesse sentido, foram desacreditadas pela população representada por todos esses indicativos e por não verem a sua real importância para maior acessibilidade aos benefícios sociais. Deste modo, destaca-se a importância de se promover melhoria do desenvolvimento humano em Gameleiras sustentado pela efetividade de políticas públicas que assegurem direitos sociais e que contribuam para a promoção do empoderamento popular e qualidade de vida de sua população. 34 2.2.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE GAMELEIRAS No dia 23 de Julho de 2013, com o acompanhamento do técnico da EMATER-MG de Gameleiras, foi realizado o percorrimento do espaço rural desse município com o objetivo de conhecer as realidades socioeconômicas e identificar suas potencialidades e dificuldades. Foi observado que embora seja uma região pobre, com carência social, principalmente na geração de renda, há grande discrepância entre o uso e ocupação do solo, das moradias e, ainda poluição da paisagem com a disposição inadequada de resíduos sólidos. Em quase todas as moradia observou-se que há banheiros, energia elétrica, água encanada, e ainda antena parabólica para acesso a TV, a qual, na maioria das moradias, é o canal de informações e o único lazer. Observou-se também que na maioria das moradias ocorre uma organização do espaço, sendo muitas vezes delimitado por cercas de arame. No entanto, foi observado que raramente uma moradia tem o espaço destinado ao quintal, local onde há plantio de horta, árvores frutíferas e pequenos animais como porcos e aves. Algumas moradias são precárias de qualquer tipo de conforto e também não contam com energia elétrica, água encanada e antena parabólica. Há moradias com antena parabólica, banheiro construído pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), mas há bastante lixo espalhado demonstrando o descaso com a paisagem (sujeira espalhada) com o meio ambiente, e, principalmente, com as questões de saúde decorrentes da disposição inadequada do lixo. No percorrimento do espaço rural de Gameleiras se verificou que há imensos “espaços vazios”, ocupados por latifúndios para a pecuária, que não absorvem mão de obra, ou ainda por imensas reservas de terras de empresas localizadas em outras regiões do Brasil, conforme informações do técnico da EMATER- MG. Nesse trabalho de campo foi visitada a comunidade Malhadinha, que se localiza a cerca de 50 km do sítio urbano, a qual cerca de metade de sua população é descendente de quilombolas. Nessa comunidade pode-se verificar, por meio de observações e por entrevistas a membros da Associação Comunitária, que há grande vulnerabilidade social. 35 Conforme relatado pelo Técnico da EMATER-MG, é a comunidade com questões sociais mais graves. Apesar de a legislação3 reconhecer essa população e suas terras, a comunidade Malhadinha acusa que há inúmeros quilombolas que não têm terra suficiente para subsistência, pois há famílias que vivem com menos de 4 ha em área, sendo que no município o módulo rural é de 65 ha. Ainda existem, nessa comunidade, moradias feitas de pau-a-pique e de adobe, o que proporcionou no passado, a grande incidência de pessoas com doença de Chagas, e há um alto número de pessoas com essa doença, requerendo tratamento intensivo. Recentemente, em 2012, a FUNASA construiu banheiros em todas as moradias do meio rural de Gameleiras, nas quais não havia essa instalação adequada. Em Malhadinha moram cerca de setenta famílias, quase todas do mesmo tronco quilombola, há um número insignificante de pessoas que migraram para essa comunidade. A maioria dos moradores se casa os entre membros dessa comunidade, onde há inúmeros problemas sociais: várias famílias são chefiadas por mulheres, há um alto índice de alcoolismo e há necessidade de educação sexual para as mulheres. Ainda há o enfrentamento da seca, a dificuldade do acesso à água, e a dificuldade de transporte que são elementos que aumentam a vulnerabilidade social e a necessidade de projetos sociais que reconheçam as especificidades dessa comunidade, principalmente na sua especificidade histórico-social. O acesso à água é realizado por captação da água de chuva em cisternas construídas pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), disponibilizado pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) em parceria com o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM) e, atualmente, tem também sido implantadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF). Ainda ocorre a captação de água por meio de poços artesianos e no rio Gameleira. Porém, como o período de seca tem se estendido muito, e tem ocorrido pouca chuva, a água captada tem sido insuficiente para o abastecimento humano e animal em todo o período seco. 3 Instrução Normativa No 57 de 2009 do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. 36 A situação do rio Gameleira, onde tem uma barragem construída por um agricultor familiar, bastante empreendedor, demonstra a situação de penúria que vive a população rural com relação à água. Atualmente o rio está cortado, ou seja, tem poços de água. Por cima da barragem foi fotografado um poço, a montante, onde o gado não tem acesso e, a jusante outro poço no qual o gado estava bebendo “água”, quando a Grupo de Pesquisa chegou acompanhado do agricultor familiar e do técnico da EMATER- MG. Conforme publicado no Jornal Estado de Minas 4 o período chuvoso 2012/2013 se encerra com 89 localidades enfrentando problemas pela insuficiência de água, causado pelo baixo volume de chuva registrado no período de outubro 2012 a abril 2013. Nesses sete meses, choveu cerca de 30% a 40% abaixo da média histórica esperada para o período. A fonte de renda é, principalmente, por meio da agricultura familiar e pelo recebimento de benefícios sociais, como o Bolsa Família. Os Programas de Transferência de Renda, como o Bolsa Família, passam a ser importantes mecanismos para o enfrentamento da pobreza e como mecanismos de dinamização da economia, sobretudo, em pequenos municípios do território brasileiro. A pobreza é enfrentada pelo presente programa em duas vertentes que devem ser indissociáveis. A primeira ação pretende aliviar os efeitos imediatos da situação de empobrecimento. Já a segunda tem como objetivo combater a transferência de pobreza, por meio de ações e condicionalidades que busquem a melhoria da saúde e do status educacional (MAIA, s/d). Verificaram-se, por meio da visita realizada, que no “período das águas” há, por parte de alguns residentes, o cultivo de alimentos tais como o feijão, abóbora, mandioca e pimenta. A EMATER-MG é uma importante parceira das comunidades, mas encontra dificuldade para exercer sua função de extensão técnica, por ocorrer o tradicionalismo com relação às técnicas agrícolas e a dificuldade de aceitação de novas técnicas. Verificou-se que o cultivo da agricultura de subsistência não é um costume de toda a comunidade, os remanescentes de quilombolas não possuem o hábito de desenvolver tal atividade e por isso são incompreendidos pelos demais moradores da comunidade e taxados de preguiçosos. 4 Disponível em <http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/05/06/interna_gerais,382691/em-minas-89cidades-ja-decretaram-situacao-de-emergencia-pela-seca.shtml>. Acesso em 12 de agosto de 2013. 37 É necessário compreender que a identidade coletiva, como a de uma comunidade tradicional quilombola está sedimentada em diferentes significados que codificam a utilização da natureza e seus recursos de forma diferenciada. Os recursos naturais não são privatizados nem tampouco individualizados (ALMEIDA, 2002). Os remanescentes do quilombo têm como costume a produção de carvão, porém com a proibição da prática por causa dos desmatamentos e impactos ambientais, os mesmos não têm desenvolvido mais tal atividade. As demais comunidades do município também se baseiam na agricultura familiar e nos benefícios sociais para geração de renda. Outra importante fonte de trabalho e renda da comunidade Malhadinha advém da inserção de crianças no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI. Além de desenvolver trabalhos com as crianças e adolescentes, proporciona ainda geração de renda para as mães que executam tarefas no programa. Uma particularidade importante a ser destacada deste programa na conjuntura desta comunidade é que foi feito um comum acordo em que os serviços e salários fossem divididos entre mais mães para que assim mais mulheres fossem contempladas e a distribuição da renda alcançasse um número maior de beneficiárias. A comunidade de Malhadinha possui uma escola, que segundo o relato apresentado pelo técnico da EMATER-MG foi adquirida por meio de verba federal específica para comunidades tradicionais, como a quilombola. A escola possui uma ampla estrutura que atende a comunidade e a outra vizinha que faz parte do município de Jaíba, as comunidades são divididas geograficamente pelo rio Gorutuba, mas o caráter tradicional quilombola as une. O contraste da arquitetura da escola com as demais construções da comunidade impressionam a um olhar desatento e de senso comum. Verificou-se que é um importante espaço para a comunidade e que deve ser mais bem valorizado e usufruído, pois a construção da mesma visa potencializar e emponderar as características de uma comunidade tradicional. Com relação ao acesso ao transporte, as comunidades mais distantes são as mais penalizadas, pois, não há um veículo coletivo que propicie o acesso da população ao perímetro urbano, as motocicletas têm sido o veículo de mais fácil acesso da população. O êxodo rural tem sido um dos grandes problemas das comunidades de Gameleiras, em especial na Malhadinha. A ausência de perspectiva de trabalho e renda na localidade faz 38 com que os jovens, principalmente, migrem em busca de melhores condições de vida. Há ainda a migração de homens adultos que deixam suas casas e por isso o número expressivo de mulheres chefiando suas famílias. Percebe-se, portanto, a necessidade de ampliação das perspectivas de geração de trabalho e renda para que a economia local seja potencializada e consiga garantir à população a permanência no município aumentando a qualidade de vida. Nas entrevistas realizadas com membros associados da Associação Comunitária de Malhadinha, que possui cinquenta membros contribuintes, os mesmos apontam que o papel da associação é de suma importância e tem sido desenvolvido, porém apontam a necessidade de melhorar principalmente na organização e participação dos membros. Relatam que é necessária maior mobilização dos associados e também maior informação do que de fato é uma associação e sua importância tanto para os que exercem funções, como para os demais envolvidos. Conclui-se, portanto, que a comunidade rural de Malhadinha possui acesso a bens e serviços básicos, mas ainda sim de forma precária e centralizada. Compreende-se ainda que a comunidade possua características peculiares e divergentes em um mesmo convívio. É preciso prezar pelas especificidades da população remanescente quilombola e caminhar na contramão da não reprodução dos estigmas historicamente postos às comunidades tradicionais. Constata-se ainda que seja de suma importância o empoderamento das instâncias de participação popular em especial a associação da comunidade para que se reivindique o acesso aos direitos fundamentais em seu caráter universal e se alcance a dignidade humana plena. 2.3. FRUTA DE LEITE 2.3.1. VISITA PRELIMINAR EM FRUTA DE LEITE No dia 13 de março 2013 foi realizada a Visita Preliminar em Fruta de Leite, com objetivo de mobilizar representantes da EMATER-MG, Sindicatos, Conselhos Municipais e Escolas, a participarem do Projeto 10envolver. 39 O Técnico da EMATER-MG, Arildes Rodrigues de Oliveira, organizou a reunião no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na qual estiveram presentes 19 pessoas, sendo elas: Arildes Rodrigues de Oliveira, Técnico da EMATER-MG; Hélio Almeida dos Santos, Secretário de Agricultura; Deonato Francisco dos Santos, Associação Comunitária Rural Cedro; Sizino Rodrigues Lima, Associação Comunitária Rural Sucesso; Anízio Moreira dos Santos, Associação Comunitária Rural Jabuticaba; João Ferreira Coutinho Júnior, Associação Comunitária Rural Boa Vista; Alcione Gonçalves das Neves- Associação Bairro dos Funcionários; José Elídio Pereira, Associação Portadores de Chagas; Eliene Miranda Jardim, Secretária Municipal de Saúde; Valdivino Ferreira dos Santos, Sindicato Trabalhadores Rurais; José Geraldo Guimarães Sarmento, Chefe de Gabinete; Luzete Ventura Costa, Secretária Municipal do Idoso; Agnaldo Santos Silva, Pastor Igreja Batista; Gilberto da Silva, Pastor da Igreja Assembleia de Deus; Valci S. Durães, Professora de escola municipal; Vera Lúcia Lopes Teixeira, Vice- Prefeita; Maria Nilsa Moreira, Conselho Municipal de Assistência Social e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente; Jussânia Coutinho da Silva, Secretária Municipal de Promoção Social; e Joelma Jane Rodrigues dos Santos, Secretária Municipal de Educação, Durante a reunião foi explanado o objetivo do Projeto 10envolver e a importância da participação de todas as instâncias de participação popular: Conselhos Municipais, Sindicato, Associações, das Escolas para a efetivação do Projeto. Nessa reunião foi planejada a Primeira Ação do Projeto 10envolver em Fruta de Leite. O Prefeito Municipal Nixon Marlon Gonçalves das Neves não pode estar presente na reunião, tendo sido representado pelo Chefe de Gabinete, que também foi indicado para acompanhar a equipe do Projeto 10envolver, tendo sido disponibilizado recursos audiovisuais. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais cedeu o seu espaço de reuniões para a realização das ações do 10envolver. De acordo com os atores sociais presentes na reunião, no município existem dezesseis Associações Comunitárias Rurais, Associação dos Moradores do Bairro Funcionários, Associação Quilombola, Associação Portadores de Chagas, Associação em Prol das Mulheres. Conforme a Secretária Municipal de Educação o município possui uma escola estadual e oito escolas municipais. 40 2.3.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM FRUTA DE LEITE A primeira ação do Projeto 10envolver ocorreu em Fruta de Leite, nos dias 03 e 04 de abril de 2013. Nessa ação, que foi articulada na visita preliminar juntamente com lideranças locais e representantes de órgãos públicos, realizaram-se entrevistas, do tipo estruturada focalizada. Nessa oportunidade, também, foi realizado o trabalho de campo, para o reconhecimento do espaço rural e a realização de entrevistas com representantes de Associações Comunitárias, cujos resultados foram descritos no tópico Visita ao Espaço Rural. Ressalta-se que esses resultados foram analisados e confrontados a conteúdos teóricos a respeito do desenvolvimento humano, controle e participação social. Em Fruta de Leite, tal como nos outros municípios objetos do Projeto 10envolver no Norte de Minas, há predominância da população rural. Essa população apresenta necessidades sociais diferentes daquelas da população urbana, pois são agravadas pelas vulnerabilidades, e pelos reflexos da falta de políticas públicas efetivas, além dos novos padrões urbanos emergentes em todo contexto local, regional, nacional e internacional. O Grupo de Pesquisa do Projeto 10envolver verificou que as carências socioeconômicas locais, e até as facilidades de deslocamento, podem corroborar ou dificultar o acesso das pessoas aos seus direitos sociais e aos serviços públicos viabilizados na sede do município. Por isso, é que se tornam mais explícitas as inúmeras vulnerabilidades locais, agravadas por situações diversas como pelos longos períodos de estiagem, pela falta de água para o consumo humano e para as plantações, além do fragilizado acesso populacional aos bens, direitos, serviços públicos e às políticas públicas, como as de saúde, educação, assistência social, dentre outras. Apesar desses agravos, outro fator despertou maior atenção dos pesquisadores inseridos no Grupo de pesquisa-ação do Projeto 10envolver. A disputa político-partidária, muito presente nos discursos e nas práticas de grande parte da população de Fruta de Leite revela a sua influência negativa, de caráter multidimensional, em todas as ações políticas que inclusive asseguram direitos sociais importantes como o da educação, da saúde e da assistência social. A população que esteve presente nos encontros presenciais, mas que não representa nenhuma instância de participação popular do município fez questão de 41 comparecer, quando soube dos eventos, se posicionando incisivamente como de “oposição” aos atuais gestores. Aparentemente, essa seria uma questão sem importância, se os seus reflexos também não sinalizassem que a educação, a saúde, a assistência social, entre outras, são consideravelmente influenciadas por esse contexto. Destaca-se, por exemplo, o contexto escolar. Uma simples comemoração do dia dos pais pode até agravar esse contexto de rivalidades. A escolha do local é apontada pela população como favorável a um ou a outro partido político. Disso surgem os principais prejuízos para a população e, sobretudo, para a comunidade escolar. Todos os principais equipamentos sociais precisam de melhor estruturação e condições para o seu funcionamento. Grande parte dos Conselhos Municipais tem dificuldade para realizar os seus trabalhos cotidianos pela falta de apoio das principais instâncias que poderiam contribuir para a qualificação dos seus trabalhos. Além disso, a falta de sede, entre outros elementos como o transporte, fragilizam as ações previstas e realizadas. As Associações Comunitárias de Fruta de Leite necessitam de apoio político e também da população local. A maioria vivencia certo esvaziamento da participação popular nas reuniões e nas atividades desenvolvidas. A população que não participa e aquela que deixou de participar percebe que ocorre a cooptação política com relação às lideranças locais, ou que ocorre a passividade desses sujeitos enquanto representante de uma dada comunidade. Grande parte das Associações não possui sede própria, estão com os seus documentos funcionais em condições irregulares, justamente por sobreviverem com os poucos recursos pagos pelos próprios associados. Soma-se a isso a pouca escolaridade ou alfabetização dos representantes legais dessas Associações e o pouco conhecimento desses sobre a função e a importância social dessas instâncias de participação popular. Disso decorre a necessidade de capacitações continuadas e sistemáticas para esse público, para qualificação das ações empreendidas e fortalecimento das Associações. O trabalho de órgãos como a EMATER-MG e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais é apontado como muito significativo, contudo, o número de técnicos e os investimentos para essas instituições poderiam ser bem maiores para que eles tivessem condições de apoiar mais de perto as iniciativas dos produtores rurais do município. 42 As ações sócioassistenciais, por sua vez, precisam ser disseminadas como viabilizadoras de direitos sociais e não como um “favor”. Precisa-se de uma melhor estruturação das políticas públicas municipais, principalmente frente aos escassos recursos financeiros recebidos para atendimento de todas as demandas dessa população fragilizada. O município de Fruta de Leite também foi apontado, inúmeras vezes, como um lugar “normal” para se viver. Mesmo com tais caracterizações, verificou-se o descontentamento populacional pelas carências existentes no município que não conta, por exemplo, com espaços públicos para a prática de esporte e para o lazer das pessoas. Além disso, o índice de empregabilidade no município é pequeno, se comparada à demanda. Quem não possui vínculo empregatício com o pequeno comércio local, com a prefeitura local ou com outro órgão congênere, migra do município em busca de emprego e de melhores condições de vida. Deste modo, viu-se que o incremento do IDHM de Fruta de Leite é mais do que necessário. Trata-se de uma demanda urgentíssima. Entretanto, essa melhoria deve ser capaz de potencializar as ações municipais que podem contribuir, significativamente, para a melhoria do bem estar e da qualidade de vida dessa população que, ao longo dos anos, entende que os seus direitos sociais são ajudas dos gestores locais. 2.3.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE FRUTA DE LEITE No dia 03 de abril de 2013, com o acompanhamento do técnico da EMATER-MG de Fruta de Leite, integrantes do Grupo de Pesquisa percorreram as comunidades rurais desse município com objetivo de conhecer as realidades socioeconômicas e identificar suas potencialidades e dificuldades. De acordo o Extensionista da EMATER-MG, o espaço rural de Fruta de Leite possui trinta comunidades rurais. Dessas trinta, apenas vinte e duas se organizaram em Associações, porém, somente dez são legalizadas, com documentação registrada em cartório. O espaço rural representa cerca de 70% da extensão territorial do município. Sua principal atividade é a agricultura de subsistência, com o cultivo de milho, feijão e mandioca, além da pequena pecuária de suínos e de aves e, em menor quantidade, a bovinocultura. 43 A EMATER-MG frequentemente oferece a análise dos solos e cursos de horticultura ou outros escolhidos pela comunidade. Mas, a adesão aos cursos é predominantemente do público feminino. Os homens raramente se interessam pelos cursos, pois não há interesse em aprimorar as técnicas agrícolas. Dessa agricultura, o excedente da subsistência da família é comercializado no município ou em de Salinas. Além dessa fonte de renda, algumas famílias recebem benefícios financeiros do Programa Bolsa Família e do Programa Bolsa Estiagem. Desde 2005 os agricultores não recebem subsídio do Garantia Safra, Programa Social do Governo Federal. Mas, de acordo o Extensionista da EMATER-MG, em 2013 o poder público municipal começou a regularizar a situação. Verificou-se no espaço rural de Fruta de Leite que muitas casas são construídas de adobe e não possuem banheiros. As pessoas ainda utilizam o rio para “banhar” e defecam no mato. Contudo, de acordo com informações da Prefeitura, no primeiro trimestre de 2013 se iniciarão as construções de banheiros em várias comunidades rurais. O abastecimento de água é considerado o principal problema enfrentado pelas comunidades rurais. Destaca-se que a maioria das casas possui água encanada de fontes naturais. Todavia no período de seca, normalmente nos meses de maio a outubro, ocorre a escassez nas fontes e as casas precisam ser abastecidas por “carro pipa”. Com relação ao transporte no meio rural, a população reclama com veemência, pois o único meio de locomoção é o ônibus escolar. Sendo assim, nas férias escolares ficam sem transporte. Vale ressaltar que a maioria dos alunos encontra dificuldade para ir à escola, pois, em algumas comunidades, os mesmos caminham por cerca de uma hora até chegar ao ponto de ônibus e ainda viajam por muito tempo até o destino final. No itinerário do ônibus escolar, os primeiros alunos que são apanhados saem de casa ainda de madrugada e retornam no período vespertino. Outro ponto que retrata a realidade social das comunidades rurais de Fruta de Leite relaciona-se à grave questão do êxodo rural. Os jovens e homens casados e com filhos, deixam suas famílias e migram para outros municípios em busca de melhores condições de trabalho. 44 De acordo com Castro (2009), a juventude rural se encontra diante de muitos desafios e incertezas entre sair e ficar no campo. Entre as dificuldades de permanecer na agricultura há: os limites impostos pela escassez da terra, a baixa renda das famílias e, consequentemente, os baixos investimentos na produção. O desejo desses jovens de se tornarem proprietários de terra cai conforme declina a categoria de renda considerada, enquanto a aspiração por viver na cidade é tanto maior quanto menos promissor o horizonte de geração de renda no estabelecimento paterno. Assim, mesmo que haja o desejo de permanecerem na terra, onde são mais capacitados, partem para novos desafios. Os homens que migram em busca de trabalho, para enfim sustentar a família, deixam as “viúvas de marido vivo”, como são chamadas, a contragosto, suas esposas, que se tornam chefes de família. Na entrevista com membros da Associação Comunitária de Lagoinha, foi relatado a dificuldade em mobilizar os associados para uma participação mais ativa na luta pela garantia de direitos. Há a dificuldade em envolver a comunidade na participação popular, “pois a maioria deseja que os benefícios aconteçam como num passe de mágica, não querendo ter persistência para lutar pelos seus interesses”. Verificou-se a necessidade de fomentar a população rural de Fruta de Leite para maior participação do controle social e da garantia direitos sociais. A sociedade exerce a função alimentadora de um ciclo, onde ela se torna agente passivo e ativo do processo. Assim, ela é responsável por identificar suas impropriedades para eliminá-las, e incentivar suas potencialidades. Somente por meio dessa identificação e atitudes se agregam melhorias significativas ao ser social. Conclui-se, portanto, que as comunidades rurais foram contempladas com serviços básicos, tais como energia elétrica, cisterna, poços artesianos e canalização de água, escolas, contudo, existem muitos direitos a serem alcançados. E, para isso, é essencial o fortalecimento das instâncias de participação popular para promover o empoderamento da população rural. 45 2.4. PAI PEDRO 2.4.1. VISITA PRELIMINAR EM PAI PEDRO No dia 25 de fevereiro de 2013 foi realizada a visita preliminar no município de Pai Pedro, com objetivo de mobilizar representantes dos órgãos e Escolas públicos, e instancias de participação popular (Sindicatos, Conselhos Municipais, Associações Comunitárias e grupos formais) para participarem no Projeto 10envolver e organizarem a Primeira Ação do 10envolver no município. A partir de contatos com a EMATER-MG local, o técnico Gilberto Siqueira da Silva, organizou uma reunião, que se realizou na Câmara Municipal de Pai Pedro. Estiveram presentes na reunião dezoito pessoas, sendo elas: Eujácio Rodrigues, Prefeito Municipal; Edvânia Rosa de O. Rodrigues, Primeira Dama e Secretária Municipal de Assistência Social; Gilberto Siqueira da Silva, Técnico da EMATER-MG; Almerindo João de Carvalho, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pai Pedro; José Antônio Rodrigues, Associação Rural de Pedra Branca; Ilson João de Carvalho, Secretário Municipal de Esporte; Viturino B. Silva, Associação Pass. Bernardo; Graciela S. P. Leite, Assistente Social; Lourença de Fátima S. Rocha, Associação Rural Salininha; Padre Juliano Maria, Igreja Católica; Daniela Soraya Farias Lopes, Coordenadora do CRAS; Pastor Lenilson Rigoni e Mônica R. Rigoni, Centro Educacional Shalon; Walisson Almeida dos Santos, Gabinete Municipal; Luciana Soares da Silva, Diretora de escola municipal; Denilton Borges, Diretor de Escola Estadual Santos Dumont; Vani Lopes dos Santos - Associação Comunitária de Mulheres; Ana Cristina R. De Oliveira, Pastoral da Criança; e Clemência Mendes da Cruz, Conselho Tutelar. Durante a reunião foram apresentados os objetivos do Projeto e evidenciada a importância do envolvimento das instâncias de participação popular e das escolas, para que seja construído um caminho para se alcançar o objetivo maior, que é o empoderamento dessas instâncias. Nessa visita foi definida a amostragem da pesquisa de modo a abranger o maior número de instâncias, especialmente aquelas localizadas no meio rural. O Prefeito Municipal indicou a Sra. Edvânia Rosa Rodrigues, Primeira Dama e Secretária de Assistência Social (38-9919-0744), para acompanhar o Grupo de Pesquisa e 46 também disponibilizou recursos audiovisuais e espaço físico para as atividades, que aconteceram na Câmara Municipal de Pai Pedro. De acordo com informações do Técnico da EMATER-MG, Gilberto Siqueira da Silva, no município existem 36 Associações de Pequenos Produtores Rurais, uma Associação dos Moradores do Bairro Vila Nova, duas Associações Quilombolas, Associação Esporte Clube São Pedro, Associação Comunitária das Mulheres, Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais. O município possui uma escola estadual com extensão para comunidades quilombolas, seis escolas municipais e três creches. Em Pai Pedro há o Centro Educacional Shalon, coordenado pelo Pastor Lenilson Rigoni, que oferece às crianças e adolescentes aulas de reforço escolar, de música e de computação, além de doações de cestas básicas às famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Essa instituição oferece também um bazar, no qual são vendidas roupas e sapatos a preço acessível. Conforme Mônica R. Rigoni, filha do fundador do Centro Educacional Shalon, a instituição é mantida pelas doações que recebe. De acordo com Ana Cristina R. de Oliveira, representante da Pastoral da Criança, o serviço estava desativado desde 2007, sendo reativado no início de 2013. Atualmente atendem cinco crianças. 2.4.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM PAI PEDRO A primeira ação do Projeto 10envolver ocorreu em Pai Pedro, nos dias 07 e 08 de março de 2013. Nessa ação, que foi articulada na visita preliminar juntamente com lideranças locais e representantes de órgãos públicos, realizaram-se entrevistas, do tipo estruturada focalizada. Nessa oportunidade, também, foi realizado o trabalho de campo, para reconhecimento do espaço rural e realização de entrevistas com representantes de Associações Comunitárias, cujos resultados foram descritos no tópico Visita ao Espaço Rural. Ressalta-se que esses resultados foram analisados e confrontados a conteúdos teóricos a respeito do desenvolvimento humano, controle e participação social. 47 Pai Pedro, de acordo com o PNUD (2000), possui o Índice de Desenvolvimento Humano de 0.575, o que o classifica como o segundo no ranking dos municípios com menor IDH do norte de Minas Gerais. Os problemas sociais, econômicos e políticos são expressivos no município, pois o investimento em políticas sociais e na melhor distribuição de renda é insipiente diante da realidade local. Realidade compreendida pela irregularidade quanto a questão fundiária; estigmas e preconceitos à comunidade tradicional existente no município, nesse caso o quilombo de Taperinha; pela falta de oportunidades de emprego, lazer e melhores condições de sobrevivência; pela falta de incentivo a agricultura familiar, principal fonte de renda da população, tendo em vista que o município é composto predominantemente pela zona rural; além da falta de acesso aos serviços básicos de saúde, educação e transporte. Verificou-se que todas essas questões vão além da saúde, educação e renda que são os critérios avaliativos do IDHM, os demais problemas citados influenciam diretamente nesses critérios e contribuem para que o IDHM permaneça baixo. Dessa forma, as ações da gestão municipal, juntamente com as poucas entidades parceiras e demais instâncias de participação popular, tem tentado superar essas adversidades agregando esforços que resultem em melhores condições de vida. O desenvolvimento humano e social deve ser captado pelo aumento das escolhas pessoais quanto a participação e envolvimento em questões que gere o bem-estar comum. A consciência coletiva deve ser um traço marcante para essa transformação social. Autores clássicos da sociologia, considera que é essa consciência coletiva que possibilita a vida em sociedade, ela existe antes do individuo e influencia para a formação dessa consciência. Para superação de tantas dificuldades é extremamente necessário o envolvimento de toda a população, que no caso de Pai Pedro não é muito interessada nessas questões, há uma predominância cultural de esperar que o outro resolva seus problemas, responsabilidade que fica a cargo da prefeitura, do governo federal ou de entidades sócioassistenciais. A população, segundo os entrevistados, é acomodada e não pensam no município como um todo ou não acredita que sua participação pode contribuir para essa mudança social. Para essas considerações, os moradores locais levam em conta, principalmente, o baixo nível de escolaridade, pois não acreditam que um quase analfabeto possa contribuir 48 com a gestão municipal e delegam seu posicionamento para outros com maiores “capacidades”. Os Conselhos Municipais são um excelente exemplo dessa prática, pois boa parte da representação da sociedade civil não opina e não concorda com as decisões tomadas pelos representantes do governo, segundo eles, profissionais que “entendem” do assunto. Apesar de não ser regra, o que se tem percebido quanto às análises feitas dos Conselhos Municipais, em todos os municípios, constata que a maioria dos presidentes dos Conselhos é indicada pela gestão municipal, o que leva a questionar a eficácia desses com relação ao seu papel de fiscalizadores nas diversas áreas de atuação, principalmente, sendo esses agentes públicos com poder de decisão nos assuntos municipais. Além dos problemas identificados nos Conselhos Municipais, as outras instâncias de participação popular têm enfrentado enormes desafios quanto a falta de recursos e de apoio dos órgãos competentes. As comunidades rurais são marcadas pela extrema pobreza e sem estrutura mínima de sobrevivência, como saneamento básico, água potável e acesso aos demais bens de serviço. Destaca-se a resolução do problema da falta de água como de extrema urgência, pois o município encontra-se em uma área do semiárido mineiro e a água é essencial para a sobrevivência e permanência do homem no campo e há uma dependência econômica da agricultura familiar e da pequena criação de animais. As Associações, na medida do possível, conseguem algumas benfeitorias como caixas d’água e assistência técnica em parceria com a EMATER-MG, mas não são todos que são beneficiados, o que, segundo os entrevistados, gera ainda mais descrédito por parte da comunidade para com essa instância que sofre por não ter maior apoio tanto dos associados, que só defendem interesses pessoais, quanto das demais entidades que poderiam contribuir com seu desenvolvimento. Ainda no espaço rural outro agravante da situação é o preconceito e estigma que os quilombolas sofrem por parte dos munícipes de Pai Pedro. Essa situação tem desencadeado um processo de negação desses quanto pertencentes a esse grupo e a não manifestação de sua cultura, consequentemente geradora da perca total de sua identidade. Tais problemas são acrescidos com o alto índice de alcoolismo entre os adultos, adolescentes e até mesmo crianças, uma prática que já se tornou costumeira na região, movidos, também, pela falta de ocupação e trabalho, pois a principal fonte geradora de 49 emprego é a prefeitura. Portanto, a população não beneficiária dos empregos disponíveis, e a falta de condições de permanência no campo resultam no deslocamento para outras cidades como Montes Claros ou para as lavouras de cana-de-açúcar no interior do estado de São Paulo. O índice de imigração do município para essas localidades é alto e gera um problema social ainda maior, pois muitos abandonam mulheres e crianças e passam anos sem voltar para casa. Percebe-se, portanto, que tanto a zona rural quanto a zona urbana encontram-se desorganizadas em todos os aspectos. Entre os municípios pesquisados do Norte de Minas Pai Pedro é onde se observa a maior falta de engajamento por parte da população, justificada por todos os entrevistados pelo comodismo, característica da popular local, identificada como “cultura local", uma cultura de favor e assistencialismo produzidos durante anos por práticas políticas paternalistas. Esse contexto reflete em todos os setores da sociedade e incapacita uma maior sinergia entre as instâncias de participação popular, desde os Colegiados Escolares às Associações, Conselhos Municipais, Sindicatos e lideranças religiosas. A gestão municipal é incapaz de conseguir resolver todos esses assuntos sem a contribuição de órgãos estatais e federais. É essencial que os projetos transcendam as barreiras territoriais do município. Considera-se necessário que as práticas tidas como costumeiras se transformem em outra realidade socioeconômica capaz de atrair investimentos para a região, maiores oportunidades de trabalho, geração de renda e uma maior intervenção pública nas ações de garantia dos direitos sociais. 2.4.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE PAI PEDRO No dia 26 de Julho de 2013, com o acompanhamento do Secretário Municipal de Agricultura foi realizado o percorrimento de comunidades rurais do município Pai Pedro com o objetivo de conhecer as realidades socioeconômicas e identificar suas potencialidades e dificuldades. No espaço rural desse município foram visitadas as comunidades Taperinha, Assentamento P. A. Califórnia, Salinas I, II. Em Pai Pedro se localiza o território do grande quilombo Gorutuba que abrange os municípios do entorno: Gameleiras, Jaíba, Janaúba, 50 Monte Azul, Porteirinha e Catuti. Portanto, a população das comunidades é formada por quilombolas ou remanescentes dos mesmos. A extensão territorial deste quilombo encontra-se entre os rios Gorutuba e Serra Branca formando um “v”. As comunidades rurais são marcadas, também, pelas irregularidades das terras, ocasionadas pelas tomadas históricas de terra por coronéis latifundiários que expulsaram os habitantes dos terrenos do quilombo. O estigma do comodismo marca a população do quilombo, há uma dificuldade de aceitação da cultura e do modo de vida da mesma. Percebe-se a negação da identidade quilombola pelos próprios, por causa do preconceito e das diversas discriminações sofridas ao se afirmar como do quilombo. O termo quilombola tem sido reproduzido no senso comum de maneira pejorativa e a fuga de tal reprodução é o que justifica a negação de pertencimento ao quilombo. Como explicita Mattos (2006), assim como no século XIX, “dizer-se negro é basicamente assumir a memória da escravização inscrita na pele de milhões de brasileiros”. Taperinha é uma das marcantes comunidades que fazem parte do quilombo Gorutuba e, de acordo com os relatos do Secretário de Agricultura de Pai Pedro, a comunidade encontra-se em situação de vulnerabilidade social, intensificada pelo período de seca e pelo difícil acesso da população aos direitos sociais básicos, tais como saúde e educação. Essa é uma realidade comum das demais comunidades pertencentes ao quilombo e ao município. Verificou-se ainda que, em tal comunidade há um número considerável de moradias feitas de pau-a-pique e adobe, o que proporciona o alto índice de chagados na região. Quanto à higiene sanitária, verificou-se que a grande maioria das casas possuía banheiros que foram construídos via FUNASA. Foi visitado ainda, o Projeto de Assentamento (P.A) Califórnia onde moram vinte e cinco famílias e praticam, na medida do possível, a agricultura familiar, pois essa atividade é interrompida no período de seca, o que aumenta as fragilidades sociais do público em questão. A extensão de terra em que cada família foi contemplada é de cerca de quarenta e sete hectares. De acordo com relatos dos moradores, a burocracia dos bancos dificulta o acesso a empréstimos e incentivos sociais do governo, e isto, tem travado e impossibilitado o trabalho com a terra. 51 Foi criada uma associação que representa todo o quilombo Gorutuba e dentro da mesma criou-se um conselho denominado Conselho Construtivo das Comunidades. Tall conselho tem a função de problematizar os assuntos de cada comunidade pertencente ao quilombo. Em se tratando do acesso à saúde, segundo os entrevistados, os recursos destinados ao quilombo não têm sido investidos de forma plena, e há a necessidade de uma maior transparência na aplicação e gerenciamento de tais recursos financeiros. A distribuição da água é realizada por meio de reservatórios disponibilizados por programas governamentais e caixas d’águas adquiridas por meio de projetos via fundação Banco do Brasil, ou ainda por captação do Rio Gorutuba. Porém, no período de seca a captação do rio não é possível. Esta é uma realidade enfrentada por todo o espaço rural do município. A fonte de renda das comunidades pertencentes ao quilombo é marcada pela agricultura familiar, aposentadoria rural e os benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Bolsa Verde, um benefício para preservação de reserva florestal no valor de duzentos e cinquenta reais por hectare ao ano. Verificou-se oralmente que é feito no “período das águas” o cultivo de alimentos, tais como o feijão, mandioca e milho. Constatou-se que por falta de perspectiva de trabalho e renda na localidade os jovens, principalmente, migram em busca de melhores condições de vida. A juventude é um dos segmentos mais penalizados, a ausência de perspectiva de trabalho atinge diretamente o processo de educação escolar, o estudar perde o significado simbólico e a escola perde sua função de contribuir para com a transformação social e emancipação humana. Portanto, no que diz respeito a políticas públicas para os jovens do espaço rural, deve-se ter como objetivo o aprofundamento da articulação entre políticas específicas e políticas de transformação estrutural da realidade vivenciada no meio rural brasileiro. Analisar a juventude rural marcada pela pequena produção familiar e suas muitas expressões contribui para construirmos possibilidades sobre como enfrentar a diversidade sem que se perca de vista as questões amplas que configuram a nossa sociedade (CASTRO, 2009). Com relação ao transporte, as comunidades mais distantes são as mais penalizadas, pois não há um ônibus que faça o trajeto do meio rural à cidade, sendo que as motocicletas têm sido o veículo de mais fácil acesso da população. 52 Os entrevistados do Quilombo Gorutuba apontam a sede própria, adquirida por meio de um projeto de financiamento da fundação Banco do Brasil, como uma boa ação da Associação. Afirmam ainda que o papel da Associação é de suma importância, mas apontam a necessidade de melhoras, sobretudo, na organização e participação dos membros. Relatam que é necessária maior mobilização dos associados e também mais informações com relação aos objetivos e importância das associações comunitárias, tanto para os que exercem funções, como para os demais envolvidos. As instituições sejam de âmbito público ou privado devem ser importantes parceiras da Associação, mas ocorre a centralização dos serviços, tais como agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Caixa Econômica Federal e outras, em cidades vizinhas, o que dificulta o acesso da população. O município de Pai Pedro se encontra dependente de bens e serviços de cidades vizinhas e a distância territorial dificulta o acesso das populações rurais aos serviços prestados por tais instituições. Um dos mais importantes entraves a ser destacado é a irregularidade das terras do quilombo. Tal realidade se expressa pela falta de acesso desses grupos à cultura letrada, ao mundo dos papéis. A oralidade é usada como pretexto para negar a existência das comunidades tradicionais e para sustentar o processo de dominação que tal segmento está submetido. “As terras expropriadas, na mão de hábeis agentes intermediários, foram, ao contrário do que aconteceu com estes grupos negros, rapidamente legalizadas” (LEITE, 2010). A regularização das terras, o reconhecimento e titulação das mesmas enquanto comunidade tradicional é imprescindível para garantir a preservação da cultura e prezar pela dignidade humana da população quilombola. O Estado necessita romper com a lógica de desrespeito à população negra em detrimento de privilégios as elites latifundiárias locais. É preciso romper com a morosidade dos organismos estatais na execução dos deveres constitucionais que prezam pelos direitos das comunidades tradicionais (COSTA e OLIVEIRA, 2010). Conclui-se, portanto, que a comunidade rural de Taperinha, o assentamento P. A. Califórnia e as demais comunidades pertencentes ao quilombo Gorutuba possuem um acesso precário a bens e serviços básicos. Compreende-se ainda que seja preciso prezar pelas especificidades da população quilombola e/ou remanescente e caminhar na 53 contramão da não reprodução dos estigmas historicamente postos às comunidades tradicionais. Constata-se ainda que é de suma importância o empoderamento das instâncias de participação popular, em especial a Associação do Quilombo Gorutuba, para que se reivindique o acesso aos direitos sociais em seu caráter universal e se alcance a dignidade humana plena. 2.5. INDAIABIRA 2.5.1. VISITA PRELIMINAR EM INDAIABIRA No dia 13 de março 2013 foi realizada Visita Preliminar em Indaiabira, com objetivo de mobilizar representantes da EMATER-MG, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, dos Conselhos Municipais, das escolas públicas, para a participação no Projeto 10envolver. Os técnicos da EMATER-MG, Fabiano Francisco de Sousa e Élio Batista Loiola, juntamente com a Secretária Municipal de Assistência Social, Cristiane Rodrigues Vieira, organizaram a reunião na Câmara Municipal do município, onde estiveram presentes 20 pessoas, sendo elas: Vanderlúcio de Oliveira, Prefeito Municipal; Fabiano Francisco de Sousa e Élio Batista Loiola, Técnicos da EMATER-MG; Isabel José de Souza, Conselheira Tutelar; Aurindo José de Ribeiro, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Anísio Alves Moreira, Conselheiro Tutelar; Cazuko Horie, Irmã da Igreja Católica; Edvani Brilhante, Assistente Social/Coordenadora de Proteção Social Básica; Cristiane Rodrigues Vieira, Secretária Municipal de Assistência Social; Aldino Cleber Rodrigues, Vereador; Patrícia Tiago dos Santos, Coordenadora do CRAS; Lídia dos Santos, Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); Edma Gomes da Silva, Secretária Municipal de Educação; Lúcia Maria de Oliveira Batista, membro do CMDCA; Darvone Rodrigues Ribeiro, Diretora Escolar; Marcelo Ferreira Braga, Secretário de Saúde; Admilson Alves A. Silva, Secretário Municipal de Administração e Fazenda; Damião Costa, Presidente do Conselho Tutelar; Aureolano Miranda, Vereador; e Zeli de Sousa Brito Ribeiro, Conselheira Tutelar. Durante a reunião foi explanado acerca dos objetivos do Projeto 10envolver e a importância do envolvimento das instâncias de participação popular para o sucesso do 54 Projeto. Com a participação de todos os presentes foi definido o planejamento da Primeira Ação do Projeto 10envolver em Indaiabira. 2.5.2. PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM INDAIABIRA A Primeira Ação do Projeto 10envolver ocorreu em Gameleiras nos dias 3 e 4 de abril de 2013, a qual foi programada na Visita Preliminar, ocorrida em 25 de fevereiro, juntamente com lideranças locais e representantes de órgãos públicos de Gameleiras. Na Ação foram realizadas entrevistas, do tipo estruturada focalizada. Foi verificado, por meio das ações realizadas em Indaiabira que o município apresenta grandes potencialidades, mas também defronta com vários desafios a serem superados. Os problemas se igualam a tantos outros municípios situados no Norte de Minas, onde as questões de ordem política e social são seus maiores agravadores. Apesar das semelhanças com os demais municípios pesquisados quanto aos valores culturais, economia local, predominância rural, e uma direta dependência da gestão municipal, principalmente, quando essa é a principal ou única fonte empregadora, Indaiabira possui um diferencial quanto a atual gestão. Por meio das entrevistas com os Secretários Municipais, foram verificadas posturas questionadoras com relação do Projeto 10envolver, mas ao mesmo tempo aberta ao diálogo. Tal posicionamento ocorreu devido às várias promessas de contribuição e ajuda de Universidades e órgãos públicos que estiveram realizando pesquisas no município, e de fato não se concretizaram ações em benefícios socioeconômicos para o município. O posicionamento desses gestores públicos surpreendeu o Grupo de Pesquisa por demonstrarem com firmeza que buscam transformar a realidade local, comprovada pelos inúmeros projetos enviados e engavetados em diversos órgãos públicos estaduais e federais. Por meio dos relatórios apresentados por esses gestores públicos ao Grupo de Pesquisa, pode-se constatar que além da vontade política, ocorre também certa desmotivação em razão de os projetos não resultarem em ações efetivas, que possam beneficiar a população indaiabirense, apesar do esforço empreendido para a sua elaboração. Reconhece-se, portanto, que a melhoria da qualidade de vida da população, por meio de políticas públicas, ultrapassa a estrutura administrativa municipal, pois a renda municipal 55 é formada, sobretudo, pelo Fundo de Participação dos Municípios, que não atende a todas as demandas locais. Portanto, as instâncias de participação popular tornam-se também espaços para a promoção do desenvolvimento local. A mobilização desses atores sociais e suas organizações não tiram a responsabilidade do Estado em cumprir com as suas múltiplas funções, mas o envolvimento e a participação dessas instâncias têm promovido novas formas de desenvolvimento, não necessariamente voltado apenas para o financeiro, mas contribuído com a construção e defesa de um bem comum, apesar de todas as dificuldades e demandas por essas apresentadas. Ao considerar a participação da comunidade para o seu desenvolvimento, leva-se em conta concepções políticas, econômicas, ecológicas e, sobretudo, humanas. Em todas as instâncias de participação popular de Indaiabira constatou-se que ocorre pouca ou inexiste a participação sistemática da população no que tange a assuntos relacionados ao bem-estar coletivo. Pro um lado, na maioria dos casos as pessoas agem ou se envolvem em algum projeto movido por interesses particulares e isso tem refletido nas ações dessas instâncias, comprometendo a finalidade maior de pressão e controle social. Por outro lado, existe outro posicionamento no qual cabe ao poder público ofertar condições mínimas para que essas instâncias de participação popular se desenvolvam. O apoio e incentivo não só do governo, mas também de outras entidades particulares ou do Terceiro Setor é fundamental para financiar projetos de valorização dessas instâncias sociais, como é o caso das Associações. Faltam-lhes estruturas físicas adequadas, condições de trabalho, de lazer e de um mínimo de condições de sobrevivência com questões básicas de acesso a saúde, educação e saneamento. Sem esses direitos essenciais torna-se inviável a luta dessas instâncias em serem participativas e construtoras do desenvolvimento local. Devido à predominância da população rural em Indaiabira, esse município requer uma atenção maior de políticas públicas voltadas para as famílias do campo, principalmente, aquelas direcionadas para a agricultura familiar, para o pequeno agricultor. Para isso se faz necessário investimentos voltados ao acesso da família rural aos serviços básicos de saúde e educação, além da criação de estratégias de permanência no campo, pois a falta de oportunidades de emprego ou as dificuldades de trabalhar a terra os tornam imigrantes em 56 terras distantes. Os agricultores indaiabirenses se veem obrigados a largar tudo em busca de melhores condições de vida, sobretudo, nos grandes centros urbanos. A questão fundiária e a falta de documentação das Associações são outros agravantes do município que reforça o posicionamento em que as demandas locais ultrapassam os limites da gestão municipal e requer uma intervenção dos demais órgãos da esfera administrativa estadual e federal. Diante da realidade verificada em Indaiabira, notam-se inúmeras demandas de cunho social, econômico e político, tais como: construção de poços artesianos, regulamentação de títulos de terras, documentação para regularização das Associações Comunitárias e recursos financeiros para manutenção e desenvolvimento das atividades dessas instâncias, acesso a serviços públicos de saúde, melhoria do transporte escolar, maior assistência técnica ao produtor rural, a desburocratização e agilidade das agências de fomento para com os projetos sociais apresentados pela Prefeitura Municipal. A partir das ações do 10envolver, foi identificada a necessidade de capacitações para as lideranças locais, principalmente, para os Conselhos Municipais, no que concerne às atribuições dos conselheiros, e aos objetivos e as legislações pertinentes a cada um dos Conselhos Municipais; e a capacitação para captação de recursos sociais por meio de projetos. Também se verificou a necessidade de melhorias nas estradas, o acesso à água potável e obras básicas de saneamento, tendo em vista a precariedade de várias localidades rurais, incluindo a comunidade remanescente de quilombola em Indaiabira. Além do contexto de pobreza observado em Indaiabira, nesse município há pessoas com vontade política e engajadas com o desenvolvimento local, fato de destaque entre os gestores municipais dos municípios pesquisados pelo 10envolver. A população indaiabirense mantêm princípios de confiança e respeito entre seus moradores, agraciados pela tranquilidade do lugar sem muitos traços de violência. Entende-se, portanto, que se faz necessário a criação de condições para que a comunidade exerça de fato seu papel participativo, e isso requer uma contrapartida governamental em garantir o mínimo dos direitos sociais. 2.5.3. VISITA TÉCNICA AO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE INDAIABIRA 57 No dia 02 de abril de 2013 foi realizada a visita ao espaço rural de Indaiabira, com objetivo de conhecer a realidade socioeconômica da população rural, e, especialmente, o empoderamento de membros de Associações Comunitárias. Com o acompanhamento e orientação do Técnico da EMATER- MG de Indaiabira foi percorrido o espaço rural do município com visitas a duas comunidades rurais: a comunidade Quilombola Brejo Grande e a Comunidade Fazenda Vargem Grande, de modo a verificar duas comunidades diferentes em aspectos físicos e de organização social e, consequentemente, socioeconômico. A comunidade Brejo Grande está localizada a 17 km do sítio urbano de Indaiabira. Nessa comunidade há cerca de 40 famílias que são atendidas pelo Bolsa Família. A comunidade é dividida nos núcleos de moradia de Curral Novo, Bela Vista, Matos e Barra da Alegria e se encontra em processo de certificação pela Fundação Cultural Palmares para o reconhecimento de suas origens quilombola e legalização do território onde vivem. De acordo o Decreto de nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, o conceito de comunidades quilombolas ou remanescentes de quilombos é definido como: os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida (...) Para os fins deste Decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade (BRASIL, 2003). Verificou-se que na Comunidade Quilombola Brejo Grande a infraestrutura é precária. A maioria das moradias é de abobe e não possuem banheiros e esgotamento sanitário. A água para o abastecimento humano não tem nenhum tipo de tratamento, sendo retirada do rio no local onde foi construída, em 2009, uma pequena barragem em parceria firmada entre o Governo Federal, o Executivo Municipal e a EMATER-MG. De acordo o Extensionista da EMATER- MG a contrapartida dos moradores para o abastecimento de água seria a aquisição e instalação de caixa d´água. No entanto, nem todos os moradores se mobilizaram para adquirir os materiais e, por isso, grande parte dessa população não tem acesso de água encanada nas residências, se privando desse conforto básico para as famílias. 58 Mesmo no espaço rural tem ocorrido a necessidade de controlar o consumo de água. Geralmente, a água é bombeada, por meio de um motor a diesel ou a energia elétrica, para uma caixa d’água de grande capacidade de armazenamento e dessa é distribuída para as residências. Desse modo, para pagar as despesas com a rede de distribuição de água, é cobrada uma taxa de água daqueles que a recebem em suas moradias. Assim, na Comunidade Quilombola Brejo Grande, desde 2009, os moradores receberam um hidrômetro para controlar o consumo de água. Nessa comunidade, os moradores em assembleia na Associação Comunitária definiram a quantidade máxima de consumo e se esse valor é ultrapassado é cobrada uma taxa. Contudo, na prática essa realidade permaneceu por pouco tempo. Enquanto o poder público municipal arcava com os custos de um funcionário para fiscalizar o hidrômetro, o controle de água funcionava normalmente e todos tinham acesso. Atualmente, não existem responsável por fiscalizar o consumo consciente da água, além do mais, muitos hidrômetros foram destruídos por alguns moradores e também, por ação de vândalos. Sendo assim, verificou-se que ocorrem problemas sociais nessa comunidade, como o fato de não aceitarem e se responsabilizarem enquanto membros de comunidades. Assim, permanecem os problemas com relação ao abastecimento de água, sendo que a maior dificuldade se refere à gestão do consumo da água. Com relação à energia elétrica, a comunidade foi contemplada pelo Programa Luz para Todos em 2007, sendo que 95% das residências possui eletricidade. Uma das características principais dessa comunidade está relacionada à prática da agricultura familiar, baseada no cultivo de gêneros alimentícios como feijão, milho e mandioca. No entanto, diferentemente do que se conhece por estudos sociológicos, de geografia agrária e até mesmo de antropologia, as mulheres dessa comunidade não se ocupam somente dos afazeres domésticos e das atividades relacionadas ao quintal da moradia, mas também da criação de aves e de porcos, plantio de frutíferas e hortaliças. Nessa comunidade quilombola a agricultura é praticada pelas mulheres, conforme foi verificado em durante o percorrimento da comunidade. Além dos trabalhos domésticos, as mulheres fazem trabalhos na roça, e os homens ficam em casa ou nos bares. 59 A principal fonte de renda das famílias quilombolas vem dos programas sociais do governo federal: Programa Bolsa Família, Bolsa Estiagem e Garantia Safra. Pouquíssima parte da renda é do excedente da agricultura (grãos, aves e porcos), que é comercializado no Distrito Barra da Alegria e no município de Taiobeiras. Ainda conforme o Extensionista da EMATER-MG, a maioria das terras não possui documentação, fato que dificulta na concessão da Declaração de Aptidão (DAP) necessária para alcançar os benefícios do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), programa que poderia melhorar a produção agrícola nessa comunidade. Ainda, durante o percorrimento pela comunidade quilombola, foi realizada uma reunião na sede da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade de Brejo Grande, com a presença da maioria dos associados, onde se constatou a dificuldade de organização e de compreensão do associativismo, bem como se observou a necessidade de cada um defender os interesses próprios. Nota-se, contudo, a necessidade de despertar nos atores sociais envolvidos o empoderamento comunitário, que é o processo pelo qual os atores individuais ou coletivos de uma comunidade, por meio de processos participativos, desenvolvem ações para atingir seus objetivos, coletivamente definidos. Ou seja, no percorrimento da comunidade quilombola de Indaiabira, o Grupo de Pesquisa verificou que há necessidade da tomada de consciência coletiva dos direitos e deveres sociais. É sabido, nas ciências sociais, que somente a partir dessa tomada de consciência se inicia um processo pelo qual podem ocorrer transformações nas relações de poder e, consequentemente, nas relações sociais, culturais e econômicas da comunidade. Sendo assim, se faz necessário realizar trabalhos sociais com essa comunidade quilombola a respeito de cidadania e associativismo para, a partir da qualificação desses atores sociais, ser alcançado o empoderamento da comunidade, para inclusive alcançar a independência política local e dos vários programas sociais do governo. Outra comunidade rural visitada foi a Comunidade Fazenda Vargem Grande, que se organiza na Associação dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Fazenda Vargem Grande. Ela demonstrou o pleno envolvimento dos associados em prol do crescimento social e econômico da comunidade. Os moradores percebem a comunidade com o bem de todos, e nela trabalham em equipes para desenvolver os diversos trabalhos demandados. Essa Associação adquiriu um 60 trator para trabalhar o solo, o qual favorece a todos os moradores, além de ser alugado e gerar lucro para a Associação. Diferentemente da comunidade quilombola a organização social da comunidade Vargem Grande é demonstrada inclusive na estrutura das moradias, construídas de tijolos, com banheiros, água encanada e energia elétrica. Também nessa comunidade há famílias que recebem o Bolsa Família, mas a maior parte da renda é alcança com a agricultura, a pecuária e pequenas fábricas de cachaça e farinha. Verificou-se, no percorrimento do espaço rural de Indaiabira, que ocorre uma a discrepância social e cultural entre as várias comunidades, tal como nessas apresentadas neste relatório. Enquanto a comunidade quilombola se apresenta com maior dificuldade em se organizar socialmente e trabalhar unidos para alcançar seus objetivos, a comunidade Fazenda Vargem Grande, apesar do pouco grau de escolaridade da maioria de seus membros, se organiza muito bem, resultando em satisfação dos moradores com relação ao lugar onde moram e aos benefícios alcançados, por meio do trabalho de cada um deles e do conjunto. De acordo com informações da Secretária Municipal de Assistência Social, a Equipe Volante do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), a partir de maio de 2013, fará o acompanhamento da Comunidade Quilombola Brejo Grande, fato que poderá, a partir de projetos específicos, melhorar o relacionamento dos membros dessas comunidades para que haja o alcance dos diretos e dos deveres dos cidadãos. 2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DA PRIMEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER NO NORTE DE MINAS Na metodologia do Projeto, o Grupo de Pesquisa optou por realizar uma Visita Preliminar a cada um dos cinco municípios do Norte de Minas, Bonito de Minas, Pai Pedro, Gameleiras, Indaiabira e Fruta de Leite com os seguintes objetivos específicos: 61 apresentar a CIMOS e o projeto 10envolver, sobretudo, acerca dos seus objetivos e dos seus idealizadores, aos Prefeitos Municipais e a um grupo de representantes dos órgãos públicos, escolas e instâncias de participação popular; motivar os representantes para que os órgãos públicos, as escolas e as instâncias de participação popular também motivem outros atores sociais para participarem das ações do 10envolver e planejar a Primeira Ação do 10envolver. Ao privilegiar a participação dos cidadãos no planejamento da Primeira Ação do 10envolver, esses se tornaram elementos chaves para o desenvolvimento do Projeto, contemplando o princípio da horizontalidade entre os envolvidos neste projeto. A Primeira Ação do Projeto 10envolver teve os seguintes objetivos: Apresentar a Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais e os idealizadores do 10envolver. Apresentar os objetivos do 10envolver, principalmente acerca da participação popular. Realizar entrevistas com representantes de órgãos e escolas públicas, e instâncias de participação popular em cada um dos municípios objetos do 10envolver no Norte de Minas, a fim de conhecer suas realidades. Observar realidades sociais e aspectos de relevância para o desenvolvimento das ações do Projeto. Nos cinco municípios do Norte de Minas, Bonito de Minas, Gameleiras, Pai Pedro, Indaiabira e Fruta de Leite foram verificados alguns dados que serão evidenciados nos itens abaixo. 2.6.1. PODER LOCAL Os cinco municípios são novos, com cerca de 16 anos de emancipação e no último pleito (2012) foram eleitas lideranças municipais, que exercem domínio político-partidário 62 sobre as populações. A maioria dos eleitos teve pouquíssima porcentagem5 de diferença do segundo colocado, demonstrando que a população estava muito dividida com relação às lideranças políticas locais. Com os novos governantes, ocorreu a reestruturação das Secretarias Municipais com pessoal, na grande maioria, sem formação técnica ou experiência de gestão na área de atuação. Em todos os municípios existe disputa política local acirrada com forte influência nas políticas públicas; prejudicando os resultados. As Secretarias Municipais e os órgãos públicos locais interagem muito pouco com as instâncias de participação popular. As administrações municipais necessitam de parcerias para desenvolvimento de projetos sociais e de produção. Ocorre a desmotivação dos Secretários Municipais frente a não aprovação de projetos sociais em órgãos estaduais e federais. 2.6.2. CONSELHOS MUNICIPAIS A maioria dos Conselhos Municipais é formada por membros indicados pelas Prefeituras e nem sempre são paritários, conforme determina a legislação. A maioria dos Presidentes dos Conselhos é Secretário Municipal, fato que influencia a gestão e controle social das políticas públicas. Os Conselheiros não conhecem suas atribuições e funções nos Conselhos, e, portanto, não compreendem o poder de decisão dos Conselhos, que são deliberativos. Os Conselhos Municipais desenvolvem poucas ações em parceria com outros Conselhos ou instâncias de participação popular. Faltam voluntários para atuar nos Conselhos e muitas pessoas “emprestam” o nome para mais de um Conselho. Os Conselhos não dispõem de recursos financeiros e de infraestrutura para a realização dos trabalhos. 5 Porcentagem de votos dos Prefeitos eleitos: Fruta de Leite: 50,9% ; Bonito de Minas: 53,17%; Indaiabira: 67,15%; Pai Pedro: 51,27%; Gameleiras: 100%, com 14,63% de votos inválidos. 63 2.6.3. ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS A maioria das Associações Comunitárias está irregular com a documentação. Não possuem sede própria ou local “específico” para realização de seus trabalhos e reuniões. Além das contribuições dos associados, que varia entre R$ 1,00 e 2,00, as Associações não recebem outros recursos para desenvolverem seus trabalhos. Faltam voluntários para atuar nas Diretorias das Associações e, portanto, não há envolvimento dos associados quando se refere à necessidade de mudança de gestão. A população está desmotivada para se associar; há poucos associados. As Associações tem se prestado a fornecer documentos para que os associados tenham acesso a serviços e benefícios sociais. 2.6.4. ESCOLAS PÚBLICAS Estão localizadas em territórios que, em sua maioria, são vistos como socialmente vulneráveis. Há carência de materiais para as atividades escolares. Falta de infraestrutura adequada para atividades escolares. Faltam professores com formações específicas para os conteúdos ministrados. Faltam cursos de capacitação para os professores. Falta de apoio e de envolvimento da comunidade e das famílias para melhor formação dos alunos. Dificuldades no transporte escolar (estradas ruins, tempo de viagens). Falta de interesse dos alunos. Identificação de vários problemas sociais como a indisciplina escolar, a violência e a depredação do patrimônio público. A maioria das Escolas não tem o Colegiado Escolar. Muita influência político-partidária na área educacional. 64 As Escolas Municipais não têm Diretorias e estão subordinadas diretamente à Secretaria Municipal. Os Regimentos Escolares quando existem, estão desatualizados. As Escolas desenvolvem poucas ações em parceria com Secretarias Municipais e demais instâncias de participação popular. As Escolas são referência nas comunidades para, por exemplo, apoiar a comunidade em algum evento e para disponibilizar o espaço para uso público. 2.6.5. SINDICATOS RURAIS São referências para os trabalhadores enquanto instância social. Muitas Diretorias está há vários anos nos cargos. Possuem sede própria e é referência comunitária, inclusive para as Prefeituras. Não se envolvem com a política local, exceto em Pai Pedro. Não participam do processo de planejamento de ações e políticas públicas para o meio rural. Carecem de apoio político e de recursos financeiros para ampliar as ações em prol do trabalhador rural. Atuam em parceria com a EMATER-MG e com o CMDRS, embora a maioria desses Conselhos seja insuficiente. Consideram a importância da EMATER-MG, apesar de suas limitações. Questionam e ponderam sobre a importância da legalização das terras dos agricultores. Reclamam da condição de vida dos trabalhadores rurais. 2.6.6. ESPAÇO RURAL As condições de vida da população são muito precárias: moradia, alimentação, trabalho e renda, educação. 65 Há sérios problemas com relação ao acesso da população aos direitos sociais e aos serviços públicos, com destaque para a saúde, o transporte escolar, o desemprego e a falta lazer. Os trabalhadores rurais carecem de apoios técnicos e incentivos para a produção agrícola. A população tem manifestado interesse pela participação em ações coletivas quando percebem que serão diretamente beneficiadas. Ainda ocorre pouca compreensão do que seja direito social; e entendem os benefícios como ajuda ou favor de determinado político. 2.6.7. DEMANDAS IDENTIFICADAS Nessa Primeira Ação do Projeto 10envolver no Norte de Minas, o Grupo de Pesquisa verificou que há demandas sociais urgentes para promover o empoderamento dessas populações, tais como: Cursos de capacitação para a qualificação de gestores locais. Qualificar e acompanhar a população para reconhecer seus direitos e deveres, em detrimento da política partidária. Divulgar a importância das instâncias de participação popular enquanto instrumento de empoderamento popular. Qualificar os gestores públicos para elaboração de projetos sociais. Promover e acompanhar o fortalecimento das parcerias – capital social. Promover a regularização fundiária de unidades de produção familiares. Promover a legitimação das comunidades tradicionais e promover o reconhecimento pela população municipal dessas comunidades tradicionais. Na segunda ação do Projeto 10envolver, por meio de metodologia específica, os representantes de instâncias de participação popular e das escolas públicas, indicarão as demandas de cada uma das instâncias representadas. 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. W. B. de. Os Quilombos e as Novas Etnias. In: O’DWYER, E. C. Quilombos: Identidade Étnica e Territorialidade. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2002. BRASIL. Decreto n° 4.887 de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm>. Acesso em 05/06/2013. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 2005. Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1366/constituicao_federal_35ed. pdf?sequence=26>. Acesso em: 20 de abril de 2013. CASTRO, E. G. de. Juventude rural no Brasil: processos de exclusão e a construção de um ator político. Rev. Latinoam .cienc .soc .niñez juv vol.7 no.1 Manizales Jan /.June 2009. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S1692715X2009000100008&script=sci_arttext>. Acesso em: 20/08/13. COSTA, J. B. A.; OLIVEIRA, C. L. Negros do Norte de Minas: Direitos, Conflitos, Exclusão e Criminalização de Quilombos. IN: Cadernos de debates Nova Cartografia Social: Territórios quilombolas e conflitos / Alfredo Wagner Berno de Almeida (Orgs)... [et al]. – Manaus: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia / UEA Edições, 2010. 349 p.: il.: 16x23 (Vol. 01, nº. 02.). Disponível em: <http://www.novacartografiasocial.com/downloads/Livros/territorios_quilombolas_conflito s.pdf>. Acesso em: 01/08/2013. Durkheim, HOROCHOVSKI, R.R., MEIRELLES, G. Problematizando o conceito de empoderamento. In: Seminário Nacional Movimentos Sociais, Participação e Democracia. Florianópolis, 2007. Anais... Florianópolis: UFSC, 2007. P. 485-506. Disponível em http://www.sociologia.ufsc.br/npms/rodrigo_horochovski_meirelles.pdf >.Acesso em: 18/05/2013. LEITE, I. B. Humanidades Insurgentes: Conflitos E Criminalização dos Quilombos. 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Acesso em: 08.08.2013 68 3 – MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS DE BAIXO IDHM: UM OLHAR A PARTIR DE DADOS SECUNDÁRIOS 3.1. APRESENTAÇÃO O Relatório de Dados Secundários dos municípios objetos do Projeto 10envolver no Norte de Minas (Bonito de Minas, Gameleiras, Pai Pedro, Indaiabira e Fruta de Leite) foi elaborado pelo Centro de Pesquisas Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, com algumas contribuições da Equipe de Pesquisa atuante no Norte de Minas. 69 O relatório Municípios Norte Mineiros de Baixo IDHM: Um olhar a partir de dados secundários apresentou dados com o intuito de auxiliar na identificação da situação socioeconômica da população residente em cada município. E, neste documento síntese, serão apresentadas algumas considerações e as relações de dados entre os municípios. 3.2. CONCLUSÕES ACERCA DOS DADOS SECUNDÁRIOS DOS MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS, OBJETOS DO PROJETO 10ENVOLVER Em se tratando de municípios de baixo IDHM, esse primeiro olhar a partir dos dados secundários identificados denuncia a precariedade em que vive as populações de Bonito de Minas, Gameleiras, Pai Pedro, Indaiabira e Fruta de Leite, aproximadamente 35 mil pessoas residentes. De modo geral, em todos os municípios as dificuldades experimentadas na área educacional, emprego e renda, saúde e infraestrutura habitacional são muitas. Conforme os dados, a população tem baixa escolaridade e o percentual de analfabetos é elevado. A renda média é baixa, assim como a taxa de emprego formal. A área de habitação não é um dado a ser tomado com tranquilidade. É inegável que as condições gerais de infraestrutura urbana têm apresentado melhora, mas ainda é preciso muitos investimentos para atender e garantir à população o acesso a direitos e serviços. Nesses municípios com maioria da população vivendo em área rural, o acesso a infraestrutura (água, saneamento) é prejudicada. Três municípios apresentaram crescimento negativo da população entre o período de 2000 a 2010: Indaiabira, Gameleiras e Fruta de Leite. A distribuição da população segundo a situação do domicílio (urbano/rural) é marcada por elevado percentual de pessoas vivendo em área rural, mais de 60% no total dos municípios. Esse dado se distancia do verificado para Brasil e Minas Gerais em 2010, com mais de 80% de sua população residente em área urbana. Informação que reforça a necessidade de investimentos na agricultura familiar e para, inclusive, crescimento da produção agrícola para consumo local. 70 O tamanho médio da família nos municípios em estudo, assim como no país como um todo, apresentou queda na última década. No entanto, ela permanece superior ao encontrado para Brasil e Minas Gerais. A distribuição etária da população revela um quadro comum a várias cidades brasileiras com IDH mais baixo, percentual significativo de pessoas com até 17 anos – economicamente não ativas – dado que se distancia do verificado para Minas Gerais e Brasil. Em Bonito de Minas: 38,4%; Gameleiras: 32,0%; Pai Pedro: 34,9%; Indaiabira: 31,1% e Fruta de Leite: 38,5%. Sobre os serviços básicos relacionados à habitação, verifica-se certa precariedade nos municípios em estudo e a necessidade de ampliação de serviços essenciais como água tratada, sanitário por unidade habitacional, esgoto, coleta e destino adequado do lixo, melhoria das moradias: piso, telhas. A frota de veículos nos cinco municípios apresentou crescimento que variaram de 107% a 447% entre 2005 e 2012, conforme o Quadro 3.1. a seguir. Quadro 3.1 – Crescimento da frota de veículos circulantes nos cinco municípios 10envolver, em 2005 e 2012. Município Pai Pedro Indaiabira Gameleiras Fruta de Leite Bonito de Minas Fonte: IBGE Cidades. 2005 327 605 379 249 111 2012 884 1255 818 741 608 % de cresc. 170,3 107,4 115,8 197,6 447,7 O percentual de pessoas com cinco anos ou mais de idade não alfabetizadas interessa por ser superior ao verificado para o Brasil e Minas Gerais e deve ser levado em consideração para a elaboração de políticas educacionais especificas para crianças, jovens e adultos. Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de investimentos na escolarização da população. 71 O único equipamento de cultura comum aos municípios em estudo é a Biblioteca. Cabe destacar que apenas em Bonito de Minas esse equipamento permite aos seus usuários acesso à internet. De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, elaborado pela Fundação João Pinheiro, em todos os municípios existe Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para melhor atendimento da população menos favorecida economicamente e em situação de vulnerabilidade. Cabe destacar os percentuais de famílias com perfil CadUnico e de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família: Bonito de Minas: 67,21%; Gameleiras: 77,7%; Pai Pedro: 80%; Indaiabira: 76,1% e Fruta de Leite: 91,8%. O Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família nos municípios 10envolver, em 2010, conforme dados do IBGE, do Censo Demográfico 2010; do Índice Mineiro de Responsabilidade Social e Fundação João Pinheiro é, também, significativo: Bonito de Minas; 56,21%; Pai Pedro: 51,2%; Indaiabira: 46,9% e Fruta de Leite: 63,2%,. Os dados de Gameleiras não estão disponíveis. Cabe também um destaque para o Índice de Desenvolvimento Familiar, em 2010, todos inferiores a 60% (varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família), sendo: Bonito de Minas: 0,50, Gameleiras: 0,57, Pai Pedro: 0,54, Indiaiabira: 0,50, Fruta de Leite: 0,50, conforme Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS. A rede de saúde é exclusivamente pública. Segundo o IBGE Cidades, em todos os municípios existem estabelecimentos de saúde, que estão equipados para atendimento ambulatorial (com atendimento médico em especialidades básicas) e odontológico, mas nenhum deles estava equipado para internações. Aspecto positivo no tocante à saúde é a quase universalização da cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano de idade. Outro ponto positivo é a taxa zero de mortalidade por homicídio na população total em três municípios: Bonito de Minas, Fruta de Leite e Pai Pedro. A taxa de mortalidade infantil referente ao ano 2009 merece destaque em dois municípios por ter sido muito superior à encontrada para Minas Gerais (16,98) e para o Brasil (16,80). Em Bonito de Minas a taxa foi de 55,17, e em Pai Pedro foi de 32,26. Em Fruta 72 de Leite, essa taxa foi de 9,43 e Indaiabira a taxa foi zero e, para Gameleiras, o dado não está disponível. A taxa de emprego formal (QUADRO 3.2), o número de empregados do setor formal e a renda per capita nos municípios em estudo, segundo o IMRS/FJP, de modo geral são baixos. Quadro 3.2 – Dados gerais sobre renda e emprego nos cinco municípios 10envolver, em 2010 Pessoas Taxa de empregadas emprego Município no setor no setor formal formal (%) Bonito de Minas 279,20 368 6,6 Fruta de Leite 312,23 335 9,9 Gameleiras 311,48 186 5,5 Indaiabira 337,40 436 9,6 Pai Pedro 258,48 414 11 Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Renda per capita Na maioria dos municípios em estudo, a produção agrícola e pecuária é baixa e pouco diversificada e os dados sobre segurança pública indicam certa precariedade nos municípios. A persistência da pobreza, onde um ciclo de carência pode instalar-se envolvendo atividades de baixa remuneração e qualificação se multiplicando pela família, deve ser acompanhada de perto para que as novas gerações possam ter mais oportunidades de escolaridade, emprego e renda. Tais dados denunciam a precariedade em que vive um significativo número de pessoas. Sendo assim, não mais basta garantir que haja água, luz e esgotamento sanitário, é preciso garantir mais escola, mais formação escolar e de qualidade, melhores condições de deslocamento e criar um ambiente favorável à atração de investimentos para o desenvolvimento humano e econômico e ao empoderamento da população. Não se trata apenas de fortalecer o Estado regulatório e promotor de políticas sociais, mas de cooperar com o Estado para responder aos desafios de gestão da questão social. As instituições públicas, o mercado, as pessoas devem e precisam participar deste processo. Os investimentos públicos na promoção da qualidade da educação, de melhores 73 serviços de saúde e assistência devem ser combinados com ações do setor privado e dos demais atores sociais inclusive nós, cidadãos. BIBLIOGRAFIA Fundação João Pinheiro – FJP (Índice Mineiro de Responsabilidade Social). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Censo Demográfico, IBGE Cidades). Ministério da Saúde (DATASUS). Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS (Relatórios de Informações Sociais). PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano de <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/>. Acesso em: out. 2013. 2013. Disponível em: ____ . Portal ODM. Relatório dinâmico do município de Fruta de Leite/MG. Disponível em: <http://www.portalodm.com.br/>. Acesso em: out. 2013. 74 4 – DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE BONITO DE MINAS 4.1. INTRODUÇÃO 75 Este relatório síntese apresenta os resultados do diagnóstico das instâncias de participação popular e das escolas públicas de Bonito de Minas. Essa Terceira Ação do Projeto 10envolver em Bonito de Minas teve o objetivo de conhecer a dinâmica e os aspectos sócio-situacionais das instâncias de participação popular e sua inter-relação com o incremento do IDH-M, a partir da aplicação de uma metodologia que contempla o raciocínio lógico e que considera as dimensões qualitativas de investigação social. Na primeira parte deste Relatório está descrita a metodologia aplicada nessa Terceira Ação, composta pelas Matrizes ERR (Estado/Reflexão e Resposta), e na segunda parte é apresentada a análise dos resultados, sobretudo, por meio dessas Matrizes e da Matriz Síntese. 4.2. METODOLOGIA PARA O DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE BONITO DE MINAS A metodologia da pesquisa-ação para o diagnóstico das instâncias de participação popular e Escolas públicas, objetos do Projeto 10envolver no Norte de Minas, foi elaborada pelo Grupo de Pesquisa (GP) composto por uma geógrafa da UFMG, e duas Assistentes Sociais e um estagiário do curso Ciências Sociais da Unimontes. A partir dos resultados das ações realizadas nos municípios e tendo como referência os princípios e objetivos da metodologia Marco Lógico, o GP os redimensionou, contextualizou, qualificou, para, inclusive, estimular a participação popular, e elaborou a metodologia Matrizes ERR (Estado/Reflexão-Resposta). Esta também contempla os princípios do 10envolver que são: participação popular, envolvimento com a comunidade e a cooperação dos sujeitos sociais, horizontalidade das ações e sinergia entre as instituições parceiras e os sujeitos locais. A partir dos apontamentos e percepções dos sujeitos sociais locais, somadas às representações da coletividade, buscaram-se respostas para o problema e hipóteses que ensejaram este projeto social: quais os obstáculos à participação popular e ao incremento nos níveis de desenvolvimento social nos municípios mineiros de menores Índices de 76 Desenvolvimento Social. Sob essas premissas, considerou-se como pertinente a construção das Matrizes ERR (Estado/Reflexão-Resposta), que proporcionou: a uniformidade da aplicação das técnicas nos cinco municípios, eliminando possíveis ambiguidades de objetivos da pesquisa, planejamento, orientação, execução resultados alcançados, avaliação dos resultados e relatório final; um referencial analítico comum aos cinco municípios norte mineiros que estimula maior objetividade nas respostas e na sua sistematização; sobretudo, sistematizar informações ao longo do processo, para que todos os participantes (atores sociais e pesquisadores) pudessem constatar de forma coerente, os resultados das ações e também verificar com visibilidade a estrutura de continuidade do projeto. As Matrizes ERR se fundamentam como uma cadeia de objetivos relacionados de forma causal entre si, pois sua concepção ocorre a partir do levantamento da situação atual, da sua reflexão e, a partir de suas conclusões, se promove a elaboração de propostas de ações para alcançar a situação final desejada. Portanto, se promove atividades com os atores sociais participantes as quais partem da realidade social, política, estrutural e ideológica para se alcançar os objetivos. A Matriz Estado/Reflexão (QUADRO 4.1) se refere à identificação dos objetivos, da ideologia e dos problemas organizacionais, estruturais, sociais e políticos para que as instâncias de participação popular e as escolas públicas possam alcançar os seus objetivos. Os questionamentos apresentados aos sujeitos da pesquisa foram os seguintes: a) Quais os objetivos e a ideologia da instância social que participa? b) Quais os problemas ou dificuldades organizacionais, estruturais, sociais e políticos da instância que participa? c) Qual a hierarquização desses problemas ou dificuldades identificadas, numa escala de 1 a 10? d) Quais as implicações lógicas de causa e de efeito dessas dificuldades? e) Identifique os stakeholders – pessoas envolvidas nas causas e nos efeitos. f) Quais as possíveis soluções para os problemas? 77 Quadro 4.1 – Modelo da Matriz Estado/Reflexão Matriz Estado/Reflexão do município Instância de participação popular Problemas ou Principais Principais dificuldades causas efeitos hierarquizadas 1) 2) Pessoas envolvidas Possíveis soluções A partir da sistematização das Matrizes Estado/Reflexão com os problemas, suas causas e efeitos e os stakeholders individuais e coletivos das instâncias de participação popular, os participantes se reuniram em grupos por instância de participação popular e por escolas públicas, sob a orientação do Grupo de Pesquisa, e foi elaborada uma Matriz Resposta. A Matriz Resposta tem o objetivo de alcançar o planejamento das ações da pesquisaação, que deverá ser proposto para cada uma das instâncias de participação popular a partir dos objetivos individuais e conjuntos. Essa Matriz Resposta foi elaborada conforme demonstrado no Quadro 4.2, a seguir. Quadro 4.2 – Modelo da Matriz Resposta Matriz Resposta do Município Instância de participação popular: Problema Causa Possíveis hierarquizado soluções Quem acionar Prazo Benefícios (pessoa física ou (curto, médio, esperados jurídica) longo) Os produtos finais da metodologia Matrizes ERR serão as Matrizes Estado/Reflexão e Matrizes Resposta das instâncias de participação popular e das escolas de Bonito de Minas. . Como resultado imediato cada participante da ação levou para a sua instância o conjunto de Matrizes elaborado a fim de divulgar para os seus pares os dados levantados na discussão promovida pelo Projeto 10envolver. 78 4.3. TERCEIRA AÇÃO DO 10ENVOLVER EM BONITO DE MINAS No dia 16 de maio de 2013, foi realizada a ação de diagnóstico social com as instâncias de participação popular e as escolas públicas de Bonito de Minas. Nessa Ação, realizada no salão do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas, estiveram presente na abertura do evento o Prefeito Municipal de Bonito de Minas José Reis Nogueira de Barros – Zé Reis, o Coordenador da Coordenadoria de Mobilização e Inclusão Sociais (CIMOS) do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, o Promotor Paulo César Vicente de Oliveira, a Promotora de Justiça da comarca de Pirapora, Carolina Marques Andrade, Coordenadora da CIMOS-Vale do São Francisco (VSF), e o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Faustino Rodrigues da Silva. 4.4. RESULTADOS 4.4.1. EMATER Técnico responsável pelos trabalhos da EMATER-MG em Bonito de Minas esteve presente na primeira etapa dos trabalhos do dia 16 de maio, contribuindo com informações bastante significativas, principalmente, para a compreensão da situação das Associações Comunitárias e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (QUADROS 4.3 e 4.4). 79 Quadro 4.3 – Matriz Estado/Reflexão: EMATER-MG - município de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: EMATER-MG PARTICIPANTE: Edmar Nunes Ferreira PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS IDENTIFICADAS PESSOAS ENVOLVIDAS Dificuldade de acesso ao crédito Falta de capitais para desenvolver a agropecuária Desestímulo à produção agropecuária Agentes agropecuários, INCRA, etc. Poluição no meio rural Contaminação de rios e outros ambientes - Sistema Viário ruim e pouca infraestrutura e financeira para serviços - Contaminação por verminoses, - Falta de tratamento Prejuízos ambientais e sociais Precárias condições de vida e aumento de doenças/problemas sociais - Poder público - Comunidade Dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde, educação, assistência social Abastecimento de água inexistente ou deficitário - Proliferação de doenças e verminoses Produção agropecuária incompatível com a realidade - Baixa produção e produtividade - Produtos pouco competitivos Pouca produção Sistema de comunicação inexistente ou deficitária Atrasos ou ineficácia de informações ou capacitações de pessoas - Pouca capacidade de mobilização - Diminuição da Participação popular -Inviabilização do acesso a benefícios Falta de capacidade e qualidade produtiva Produtos sem qualidade para comércio Pouca ou baixa produção Pouco fomento da produção agropecuária Políticas públicas insuficientes Falta mão de obra qualificada e de sementes e implementos para produção Beneficio não chega para a maioria dos necessitados Pouca ou baixa produção Precárias condições de vida da população e de trabalho - Poder publico - Associação - Poder público - Comunidade - Poder público - Comunidade - Poder público - Comunidade - Poder público - Comunidade - Poder público - Comunidade - Poder público - Comunidade POSSÍVEIS SOLUÇÕES Facilitação do acesso às linhas de crédito e recursos para o trabalho da EMATER-MG Conservação e preservação do meio ambiente Melhoria do acesso populacional aos serviços Viabilização do acesso à água tratada com melhoria em sua redistribuição Incentivos à produção Ampliação do acesso à informação Incentivo e qualificação do processo de produção Incentivo e qualificação do processo de produção Ampliação e qualificação das políticas públicas existentes 80 Quadro 4.3 – Matriz Estado/Reflexão: EMATER-MG - município de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: EMATER-MG PARTICIPANTE: Edmar Nunes Ferreira PROBLEMAS OU PRINCIPAIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS IDENTIFICADAS - Falta investimento nas Burocracias nos áreas Pouca ou precária processos de liberações - Desestimulo na produção e em processos produtivos produção. aumento das relativos a licenças - incentivo a situações ambientais ilegalidade irregulares - Produtores as margens da lei PESSOAS ENVOLVIDAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES - Poder público - Comunidade - Regularização das situações/processos - Incentivo à produção Quadro 4.4 – Matriz Resposta: EMATER-MG - município de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: EMATER-MG PARTICIPANTE: Edmar Nunes Ferreira AÇÃO A SER PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO Falta de capitais para desenvolver a agropecuária Parceria institucional e ampliação/facilitação do acesso ao crédito Poluição no meio rural Contaminação de rios e outros ambientes - Ações educativas e preventivas; - Limpeza nos leitos dos rios; - Aplicação de legislação específica Dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde, educação, assistência social - Sistema Viário ruim e pouca infraestrutura e financeira para os serviços - Melhoria do acesso viário e das estradas; - Ampliação dos recursos para possível territorialização dos serviços Dificuldade de acesso ao crédito -Poder Público Empresariado - INCRA -Poder Público - Conselhos - População -Ministério Público -Poder Público - Conselhos -Ministério Público PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Curto prazo Ampliação das ações para desenvolvimento da agropecuária Curto prazo Preservação e conservação do meio ambiente Médio prazo Ampliação do acesso população aos serviços básicos 81 Quadro 4.4 – Matriz Resposta: EMATER-MG - município de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: EMATER-MG PARTICIPANTE: Edmar Nunes Ferreira AÇÃO A SER PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO - Contaminação por Abastecimento de - Tratamento da -Poder Público verminoses, água inexistente água e melhoria no -Ministério etc. ou deficitário abastecimento Público - Falta de tratamento - Capacitação - Baixa continuada sobre as - EMATER-MG Produção produção e especificidades - FETAEMG agropecuária produtividade locais; - Poder incompatível com - Produtos - Sensibilização dos Público a realidade pouco demais órgãos competitivos sobre as demandas - Poder Atrasos ou Público Sistema de ineficácia de - Criação de pontos - Ministério comunicação informações ou estratégicos de Público inexistente ou capacitações comunicação - Conselhos deficitária de pessoas - População Associações - EMATER-MG Falta de - Capacitação Produtos sem - FETAEMG capacidade e - Estímulo à qualidade para - Poder qualidade produção para comércio Público produtiva comercialização Associações Falta mão de - Qualificação de obra - EMATER-MG mão de obra – Pouco fomento da qualificada. - FETAEMG cursos de produção Falta de - Poder capacitação agropecuária sementes e Público -Ampliação do materiais para acesso às sementes produção Implementação e - EMATER-MG Benefício não ampliação de Políticas públicas - FETAEMG chega a maioria políticas públicas insuficientes - Poder necessitados específicas para o Público homem do campo Burocracias nos - Falta processos de investimento Esclarecimento - EMATER-MG liberações em - Desestimulo sobre os trâmites - IEF processos na produção. legais - INCRA produtivos - incentivo a - Maior agilidade - Poder relativos a ilegalidade das licenças Público licenças - Produtores as ambientais ambientais margens da lei PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO Curto prazo POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Qualidade do acesso à água Curto prazo Plantio e produção agropecuária adequada à realidade local Curto prazo Melhor disseminação das informações Médio prazo Maior comercialização de produtos com qualidade Curto prazo Aumento da produção Médio Prazo Melhoria das condições de vida Médio Prazo Regularização nos processos 82 4.4.2. SECRETARIAS MUNICIPAIS Para essa Terceira Ação do Projeto 10envolver em Bonito de Minas foram convidados todos os representantes dos Conselhos Municipais, cujos convites foram enviados diretamente para a Secretaria Municipal de Assuntos Sociais, a qual tem dado todo o suporte necessário para o desenvolvimento do Projeto nesse município. Ressalta-se que não foram convidadas as Secretarias Municipais, por se tratar de uma ação de diagnóstico diretamente com as instâncias de participação popular. No entanto, somente um conselheiro compareceu na atividade. Esse é representante do Conselho Municipal de Saúde e funcionário da Secretária Municipal de Saúde, tendo participado das atividades representando essas duas instituições. Os Quadros 4.5 e 4.6 mostram as matrizes Estado/Reflexão e Resposta desenvolvidas durante a Terceira Ação. Quadro 4.5 – Matriz Estado/Reflexão: Secretaria e Conselho Municipais de Saúde de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde PARTICIPANTE: Eric O. Correa PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Falta de estrutura nas - Aquisição de um comunidades mais - Falta de ônibus para distantes para os cumprimento das deslocamento dos - Precárias atendimentos metas - Poder serviços de saúde condições de - Dificuldade de - Pouca Público; até as comunidades trabalho e locomoção de toda a abrangência dos - Ministério mais distantes logística equipe e dos serviços Público; - Melhor equipamentos para - Insuficiência dos - Comunidade; estruturação dos - Falta de atendimentos atendimentos - Conselho; serviços estrutura física - Dificuldades da - Aumento dos - Profissional disponibilizados na para atendimento população de se problemas locais de da saúde sede móvel deslocarem até a sede saúde - Melhores do município condições de trabalho 83 Quadro 4.5 – Matriz Estado/Reflexão: Secretaria e Conselho Municipais de Saúde de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde PARTICIPANTE: Eric O. Correa PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Ampliação nas - Poder contratações dos - Limitações dos Público; prof.da saúde, atendimentos e - Ministério principalmente de - Pouca procura; Falta de profissional – serviços de saúde; Público; médicos; - Baixos salários; médicos – para - Melhorias das - Condições de atendimentos -Falta de Comunidade; condições de vida no município acompanhamento - Conselho; trabalho; da saúde. - Profissional - Incentivo à da saúde permanência e à estabilidade - Construção de um - Poder hospital mais Público; próximo para Falta de - Ministério atender as resolutividade do Público; demandas locais e Demora no Falta de hospital de acompanhamento regionais; atendimento e visita referência mais próximo podendo levar os Comunidade; de saúde. pacientes à morte - Conselho; - Melhor - Profissional estruturação dos da saúde serviços disponibilizados - Poder Público; - Ministério Viabilização de Falta de transporte para - Falta de recursos Limitação do Público; transportes para o as equipes do Programa próprios e apoio atendimento das Programa Estratégia Saúde da político demandas Comunidade; Estratégia Saúde da Família - Conselho; Família - Profissional da saúde 84 Quadro 4.6 – Matriz Resposta: Secretaria e Conselhos Municipais de Saúde de Bonito de Minas. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde PARTICIPANTE: Eric O. Correa PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER REALIZADA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS PARA ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Falta de um Falta de Prefeitura, Atend. das hospital de resolução e Construção de um hospital Ministério urgências e Médio prazo referência mais acomp.de mais próximo Público; redução dos próximo pacientes. Conselhos danos - Falta de Prefeitura, Ampliação e Falta de recursos Ministério Aquisição de meios de melhoria dos transporte para as próprios e PúblicoCurto prazo transportes adequados serviços e equipes do PSF apoio Cons. Est. e atend. político Nacional - Falta de Falta de meios ou comunicação Prefeitura, Ampliação e dificuldades de - Pouco Ministério melhoria dos Criação de pontos de comunicação com incentivo PúblicoCurto prazo serviços e comunicação local as localidades público Cons. Est. e atendimentos (recursos Nacional à população disponíveis) - Falta de estrutura nas comunidades mais distantes para os - Precárias - Aquisição de um ônibus atendimentos condições de - Poder para deslocamento dos - Dificuldade de trabalho e Público Melhor serviços de saúde locomoção de logística - Ministério atendimento - melhor toda a equipe e - Falta de Público Curto prazo de saúde na estruturação/financiamento dos estrutura - Conselhos zona rural e dos serviços de saúde para equipamentos física para Estadual e a população para atendimento Nacional atendimentos móvel - Dificuldades da população de se deslocarem até a sede do município - Pouca procura; Falta de Maior e - Baixos - ampliação do número de Poder profissional – melhor salários; profissionais da saúde, Público Curto prazo médicos – para atendimento - Condições principalmente de médicos atendimentos na saúde de vida no município 85 4.4.3. SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS E O CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL (CMDRS) Essas duas instâncias participaram em grupo das atividades por terem muita proximidade no desenvolvimento de suas ações. A participação em conjunto os levou a entender muito mais das instâncias as quais representam. Com relação à Matriz Estado/Reflexão, que questiona sobre os objetivos e a ideologia das instâncias, as respostas apresentadas pelos atores sociais se basearam em parâmetros diferentes de compreensão da importância das instâncias, pois possuem atribuições divergentes. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas (STR), por exemplo, exerce a função de organização dos trabalhadores do meio rural. A motivação particular dessas pessoas na participação dessas instâncias se aproxima apesar das instâncias possuírem características subjetivas divergentes, pois demonstram satisfação pessoal em participar das respectivas instâncias. A motivação de participação do representante do Sindicato evidencia o anseio em contribuir para melhoria da sua vida dos demais trabalhadores rurais do município. Quadro 4.7 – Matriz Estado/Reflexão: Sindicato dos Trabalhadores Rurais e CMDRS de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas, CMDRS PARTICIPANTES: Sr. Faustino, Sr. João. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Irregularização - Compradores Falta de legalização das Divisão de terras fundiária - Vendedores terras por família, Regularização - Insegurança - Famílias compra e venda fundiária - Falta de acesso - Poder público sem legalização a empréstimos. - Centralização - Mobilização e de “poder” e de sensibilização dos ações; - Representantes trabalhadores, Falta de envolvimento Falta de - Acúmulo de dos órgãos Associações e dos órgãos no CMDRS participação da trabalho para o - sociedade civil e comunidade comunidade e das presidente e a população em - maior participação Associações diretoria; geral e legitimidade do - Falta de Sindicato e do participação CMDRS coletiva 86 Quadro 4.7 – Matriz Estado/Reflexão: Sindicato dos Trabalhadores Rurais e CMDRS de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas, CMDRS PARTICIPANTES: Sr. Faustino, Sr. João. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Prefeitura - Empresas - Dificuldade de - Comunidade Aquisição de acesso à cidade, - Associações veículo e melhoria Falta de transporte para resolução de Estradas ruins e das condições das adequado para problemas e /ou falta de veículo Trabalhadores estradas, realização dos trabalhos demandas do - Sindicato principalmente das CMDRS - CMDRS arenosas - Poder Público Falta de espaço e Aquisição de - Os trabalhadores - Sindicato condições adequadas terreno para deixam de para acolher os construção de um - Estrada ruim participar das Trabalhadores sindicalizados que espaço de - Falta de abrigo reuniões e - CMDRS moram mais distantes da acolhimento e atividades do - Poder sede do município maior permanência sindicato Público do trabalhador - FETAEMG - Melhoria dos - Sindicatos canais de -Distância e - Falta de regionais Dificuldade para acessar comunicação e dificuldades de proximidade dos -CMDRS e chegar até a FETAEMG maior aproximação comunicação sindicatos - Sindicato dos órgãos com os - Poder municípios Público Quadro 4.8 – Matriz Resposta: Sindicato dos Trabalhadores Rurais e CMDRS de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas, CMDRS PARTICIPANTES: Sr. Faustino, Sr. João. PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER REALIZADA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS PARA ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Divisão de terras por - Ministério Falta de Posse de família, Público legalização das Regularização fundiária Médio prazo terra e acesso compra e - Poder terras a benefícios venda sem Público documentos. 87 Quadro 4.8 – Matriz Resposta: Sindicato dos Trabalhadores Rurais e CMDRS de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas, CMDRS PARTICIPANTES: Sr. Faustino, Sr. João. PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER REALIZADA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS PARA ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Falta de Ampliação da Falta de participação Mobilização e Associações partic. envolvimento dos da sensibilização da Comunidade Curto prazo popular e órgãos no comunidade comunidade e das Poder Local legitimidade CMDRS e das Associações dos órgãos Associações Aquisição de terreno Maior agilidade Falta de transporte - Poder Estradas para construção de um e viabilidade adequado para Público ruins e falta espaço de acolhimento e Curto prazo nas ações e realização dos Comunidade de veículo maior permanência do atendimento de trabalhos trabalhador demandas Falta de espaço Aumento da adequado para - Estrada - Melhoria dos canais de - Poder Médio prazo participação acolher os ruim comunicação e maior Público dos trab. que sindicalizados que - Falta de aproximação dos órgãos -comunidade residem moram mais abrigo com os municípios mais dist. e distantes da sede carentes do município -Distância e dificuldades FETAEMG,Mais assist. no Dificuldade para de - Aproximar dos Sindicatos meio rural; acessar e chegar comunicação Sindicatos e desenvolver regionais Curto prazo desenv. social, até a FETAEMG e falta de ações -CMDRS, empoderamento assistência - Poder da Fetaemg Público 4.4.4. ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS Nessa Terceira Ação do Projeto 10envolver em Bonito de Minas as Associações Comunitárias formaram grupos de trabalhos, em função do grande número de participantes, possibilitando dinamizar as discussões. Após a apresentação de cada grupo de trabalho, os pesquisadores aglutinaram as respostas formando somente um conjunto de Matrizes ERR para todas as Associações (QUADROS 4.9 e 4.10). 88 Quadro 4.9 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações Comunitárias PROBLEMAS OU PRINCIPAIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS IDENTIFICADAS Falta de regularização das Associações e de legalização dos documentos Burocratização e ausência de assessoria técnica Pouca participação das comunidades nas Associações - Desinteresse e desconhecimento da importância da Associação Falta de legalização das terras Falta de recursos financeiros e de estrutura física das Associações Comunitárias Burocracia no acesso aos recursos e projetos. Compra e venda de terras na região sem documentos; desmobilização entre as instâncias - Falta de recursos; - Falta de conhecimento sobre a importância das Associações; - Pouco apoio governamental. Irregularidade funcional das instâncias; Não recebimento de incentivos e benefícios governamentais - Dificuldade de se escolher nova diretoria - Encerramento dos trabalhos das Assoc. - Desmotivação - Os residentes não recebem benefícios e não tem acesso a financiamentos -Interferem diretamente nas funções das instâncias em questão. - Falta envolvimento da comunidade e dos membros associados; - dificuldades na realização dos trabalhos e desenvolvimento de poucas ações Baixo acesso a recursos e liberação de projetos. PESSOAS ENVOLVIDAS - Associação - Poder Público em geral - Associados - Diretoria e associados Prefeitura - CMDRS - Associação - Poder Público em geral - Famílias - CMDRS - Sindicato Rural - Associação - Poder Público em geral - População - CMDRS - Associação - Poderes Públicos - EMATER-MG - Sindicato rural - CMDRS POSSÍVEIS SOLUÇÕES - Parceria com o poder público e a EMATER-MG - Informação sobre a situação fiscal e contábil das Assoc. Firmar parceria com o poder público e judiciário Firmar parcerias com o poder público e instituições de acessória técnica Buscar isenção de multas e taxas. Assessoria técnica para viabilização de projetos. 89 Quadro 4.9 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações Comunitárias PROBLEMAS OU PRINCIPAIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS IDENTIFICADAS - centralização de Pouca informações Pouca Escolarização dos Escolaridade e - perda de membros da diretoria e pouco acesso às autonomia falta de formação e informações sobre - dificuldade de capacitação o funcionamento compreensão sobre das Associações e a responsabilidade e seu papel social a função social das Associações PESSOAS ENVOLVIDAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES Associação - Poder Público - EMATER-MG - Sindicato rural - CMDRS - Ministério Público - universidades Estabelecimento de parceria com o poder público e universidades Quadro 4.10 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações Comunitárias AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA QUEM PARA A DIFICULDADES CAUSAS PARA PROCURAR REALIZAÇÃO HIERARQUIZADAS ALCANÇAR A DA AÇÃO SOLUÇÃO Falta de Viabilizar regularização das Burocratização e descontos para Poder público Associações e de ausência de o pagamento e a EMATERCurto prazo legalização dos assessoria técnica de dívidas das MG documentos instâncias Estimular a particip. com concessão de Pouca Desinteresse e benefícios e Poder público participação das Desconhecimento proj. e Ministério Curto prazo comunidades nas da importância - capacitação Público Associações da Associação para as lideranças e os associados Ausência de legalização das terras; Compra e venda de terras sem documentos; desmobilização das instâncias Projetos para resolução dos problemas identificados Poder público e instituições de acessoria técnica Curto prazo POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Melhoria na vida das comunidades e no desenvolvimento das Associações. Aumento da motivação e participação dos associados Fortalecimento do sindicato dos trabalhadores rurais de Bonito de Minas, das Associações e do CMDRS 90 Quadro 4.10 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações Comunitárias AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA QUEM PARA A DIFICULDADES CAUSAS PARA PROCURAR REALIZAÇÃO HIERARQUIZADAS ALCANÇAR A DA AÇÃO SOLUÇÃO - Parcerias com o poder - Falta de público; Poder recursos e de Falta de recursos - Buscar governamental conhecimento financeiros e de isenção junto à em ambas as sobre a import. Curto prazo estrutura física receita, do esferas; das Assoc.;das Associações. pagamento de Ministério Pouco apoio multas e taxas Público. governamental. de funcionamento. - Capacitação para as Burocracia no Gov. estadual Irregularidade lideranças e acesso aos e federal funcional das dos associados; Curto prazo recursos e Ministério instâncias; - Ampliação de projetos. Público benefícios e proj. - Criação de Pouca núcleos de Escolarização dos Baixa escolar. Poder alfabetização membros da Pouca inform. público nas diretoria e falta Sobre papel da Universid. Curto prazo comunidades de formação e Associação. Ministério - Capacitação capacitação Público para Associações POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Melhoria no desenvolvimento das ações e atribuições, e qualidade do trabalho. Melhor compreensão do processo/exigência. Melhoria no desenvolvimento das ações e atribuições, e qualidade do trabalho. 4.4.5. CONSELHOS MUNICIPAIS Os Conselhos Comunitários formaram um grupo específico para o desenvolvimento da metodologia Matrizes ERR (QUADROS 4.11 e 4.12). Participaram dessa ação de diagnóstico sócio-situacional representantes dos seguintes Conselhos Municipais: Tutelar, Segurança Pública e Assistência Social. 91 92 Quadro 4.11 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos (Conselho Tutelar; Conselho Comunitário de Segurança Pública; Conselho Municipal de Assistência Social) PARTICIPANTES: Manoel Aparecido, Geralúcia, José Gentil PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Falta de recursos financeiros - Inexistência ou - Conselhos Falta de veículo próprio População sem burocracia de - Conselheiros Aquisição de para realização dos atendimento projetos que - Poder Público veículos trabalhos adequado facilitem a - População aquisição do veículo Aumento das Aumento do uso e de Grande no de - Conselheiros políticas públicas e Falta de proteção tráfico de drogas pelos adolescentes - Poder Público ampliação dos social familiar adolescentes viciados - População trabalhos de prevenção/vigilância - Falta de apoio familiar - negligência Aumento das familiar - Desarranjos Conselheiros Aumento da exploração políticas públicas e - falta de proteção familiares - Poder Público infanto-juvenil ampliação dos social para as - Violação de - População trabalhos de famílias direitos Bonitense prevenção/vigilância - conivência da população com tais práticas - Construção, ampliação e/ou Falta de estrutura melhoramento da - Conselho adequada e melhores sede. Pouca eficiência - Conselheiros condições de trabalho - Maior expansão nos trabalhos - Poder Público para o atendimento a dos serviços e população atendimentos às comunidades mais distantes A manutenção do Conselho é feita Falta de um fundo pela prefeitura Limitadas Conselheiros Criação de fundos próprio para a local. Os condições de - Poder Público específicos para as manutenção dos Conselhos não trabalho instituições Conselhos possuem outras fontes de recursos 10 Quadro 4.11 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos (Conselho Tutelar; Conselho Comunitário de Segurança Pública; Conselho Municipal de Assistência Social) PARTICIPANTES: Manoel Aparecido, Geralúcia, José Gentil PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Poucas oportunidades para qualificação - Dificuldade no no município - Conselheiros - Mobilização dos atendimento de - Comodismo dos - Poder membros das Falta de capacitação para certas demandas; membros das Público instituições os membros dos - Pouca instituições - Ministério - Viabilizar Conselhos compreensão sobre - Falta de recursos Público capacitações as possibilidades e financeiros para permanentes no restrições da custear a Universidades próprio município atuação; qualificação dos Conselhos fora do município Quadro 4.12 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos (Conselho Tutelar; Conselho Comunitário de Segurança Pública; Conselho Municipal de Assistência Social) PARTICIPANTES: Manoel Aparecido, Geralúcia, José Gentil AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO - Falta de Ampliação, das recursos ações de Falta de veículo financeiros; prevenção e próprio, estrutura Inexistência Aquisição de veículo - Poder mais agilidade adequada e boas ou buroc. para próprio; e de espaço Público nos Curto prazo condições para a aquisição de adequado para atendimentos realização de veículo atendimento. MP desenvolvidos; trabalhos Espaço de melhor atendimento condição de inadequado trabalho Aumento do uso e Fortalec. das - Poder trafico de drogas Falta de famílias, maior Políticas públicas para Público por adolescentes proteção Curto Prazo proteção social o município CMDCA e familiares social familiar e redução do Comunid. uso de drogas 11 Quadro 4.12 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos (Conselho Tutelar; Conselho Comunitário de Segurança Pública; Conselho Municipal de Assistência Social) PARTICIPANTES: Manoel Aparecido, Geralúcia, José Gentil AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO - Falta de apoio e de Aumento da proteção das Políticas públicas para - Poder Redução da exploração famílias o município Público exploração Curto Prazo infanto-juvenil. - negligência Sensibilização da - CMDCA sexual infantofamiliar população. Comunidade. juvenil. - conivência da popul. Falta de um fundo Recursos da - Poder Custeio das próprio para a Prefeitura Recursos financeiros e Público ações e melhor manutenção do Conselho não Curto Prazo maior apoio. - CMDCA atendimento Conselho. possuem Comunidade das demandas. outras fontes. - Poucas oportunidades p/ qualificação no município Melhores - Comodismo - Poder Falta de Realização e condições de dos Público capacitação para capacitações trabalho e conselheiros; MP Curto Prazo os conselheiros. sistemáticas no maior eficácia Falta de Universidades município. nos recursos - CMDCA atendimentos. financeiros qualificação dos Conselhos fora do município. 4.4.6. PASTORAL DA CRIANÇA Nessa ação do Projeto 10envolver houve a participação de um membro da Pastoral da Criança que é a coordenadora local. Como não estiveram presentes outras instituições de partic 12 ipação social que têm objetivos similares ao dessa Pastoral, essa representante participou da ação sendo orientada para as reflexões e ponderações por um membro do Grupo de Pesquisa. Quadro 4.13 – Matriz Estado/Reflexão: Pastoral da Criança de Bonito de Minas. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Pastoral da Criança PARTICIPANTES: Maria Francisca dos Santos Ribeiro. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS EFEITOS IDENTIFICADAS Pouca participação dos voluntários e das famílias Poucas parcerias para custeio e ampliação dos trabalhos Falta de Articulador (a) Pouco recurso financeiro Dificuldades de participação da família Falta de Parceiros e integração com o poder público e a comunidade em geral - Falta de humildade e de motivação dos lideres e das famílias Falta de buscar mais parceiros - Não é remunerado - Desiste facilmente por desestímulo Falta de promoções e eventos para arrecadar dinheiro Dificuldade de locomoção/financeira Pouca valorização e reconhecimento sobre a importância da pastoral PESSOAS ENVOLVIDAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES - perca da abrangência dos trabalhos da pastoral - Lideres - Coordenadores - Famílias Mobilização e sensibilização da população, dos órgãos públicos, instituições e famílias. Fragilização e limitação das ações a serem desenvolvidas - Lideres - Coordenadores Estabelecimento de parcerias - Desfalque nas equipes - diminuição do alcance dos atendimentos - Coordenação de Bonito de Minas - Membros da comunidade Limitação dos trabalhos desenvolvidos - Coordenação - Lideres - Famílias Pouca ação em prol da família - Poder público - Coordenação - Lideres - Famílias Falta de apoio - Poder público - Coordenação - Lideres - Famílias Mobilização e sensibilização da pop. dos órgãos públicos, instit. e famílias além de ações para valorização do agente Realização de eventos e parceria no custeio das despesas do trabalho Reunião para conscientizar as famílias da importância da participação, com todas as famílias da comunidade. Convidar pessoas de outros setores para participar 10 Quadro 4.14 – Matriz Resposta: Pastoral da Criança de Bonito de Minas. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Pastoral da Criança PARTICIPANTES: Maria Francisca dos Santos Ribeiro. AÇÃO A SER PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO Aumento do Pouca número de Agentes da participação dos - Falta de humildade encontros, Pastoral, voluntários e das e de motivação dos eventos. Conselhos e famílias lideres e das famílias Ação para lideranças mobilização e comunitárias. sensibilização popular Poder Poucas parcerias Estabelecimento Público para custeio e Falta de buscar mais de parcerias com Conselhos ampliação dos parceiros o Poder Público e Instituições trabalhos instituições locais locais Assoc. Ação para Agentes da - Não ser mobilização e Pastoral, Falta de remunerado sensibilização Conselhos e Articulador (a) - Desiste facilmente popular lideranças por desestímulo comunit. Poder Falta de promoções e Realização de Público Pouco recurso eventos para eventos e Conselhos financeiro arrecadar dinheiro estabelecimento Instituições de parcerias locais Assoc. Agentes da Realização de Dificuldades de Pastoral, Dificuldade de eventos e ações participação da Conselhos e locomoção/financeira de mobilização e família lideranças sensibilização comunit PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Curto prazo Maior envolvimento e participação das famílias Curto prazo Ampliação e maior eficácia das ações da pastoral Curto prazo Ampliação e maior eficácia das ações da pastoral Curto prazo Ampliação e maior eficácia das ações da pastoral Curto prazo Maior envolvimento e participação das famílias 4.4.7. ESCOLAS PÚBLICAS Nessa ação do Projeto 10envolver, para a conclusão do diagnóstico sócio situacional das instâncias de participação popular de Bonito de Minas, foram convidados membros dos Colegiados Escolares ou representantes das escolas públicas de Bonito de Minas. 11 Destaca-se que a questão político-partidária acirrada em Bonito de Minas se fez presente, e representantes da Secretaria Municipal de Educação compareceram, tendo em vista que os mesmos, também, compõem o quadro profissional das Escolas de Bonito de Minas. Verificou-se que essa participação não inibiu outros atores sociais que realizaram as reflexões de ponderações necessárias para que fossem alcançados os objetivos da ação. Os participantes da ação de diagnóstico sócio situacional não são todos representantes de Colegiados Escolares dadas às especificidades da rede municipal de ensino em Bonito de Minas. Quadro 4.15 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas e Secretaria Municipal de Educação PARTICIPANTES: Sheyla Ap. Silva Assis / Gilcey / Lucívone Barbosa de Oliveira / professores PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Falta diagnóstico dos problemas - Falta de -evasão Escolar Dificuldade de intervenção - Garantia de - atraso e/ou - Alunos aprendizagem dos psicossocial atendimento dificuldades no - Escola alunos adequada e psicossocial na processo de Órgãos qualificada Escola exclusivo ou alfabetização competentes - Pouco por meio de - bullying comprometi-parceria imento do professor - indisciplina Falta de participação e Corpo docente, - realização de - A família não se Escolar acompanhamento da pais, alunos e eventos e outras compromete com - perda do família na Escola Secretarias de atividades a fim de a educação dos contato e relação Educação. sensibilizar a filhos da família com a particip. dos pais Escola - Moram longe da - Órgãos - Melhoria das Escola, chegam - evasão Escolar competentes estradas; atrasados, faltam - perda da - Corpo docente, - Nucleações mais Difícil acesso dos alunos muito qualidade do pais, alunos e próximas das para a Escola - Estradas Ruins acesso a secretarias de comunidades - Pais educação educação. - Sensibilização das desmotivados famílias 12 Quadro 4.15 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas e Secretaria Municipal de Educação PARTICIPANTES: Sheyla Ap. Silva Assis / Gilcey / Lucívone Barbosa de Oliveira / professores PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Pouca vontade - perda da política - Aumento dos qualidade do - Direcionamento recursos financeiros acesso a educação - Poder Público Estrutura física dos recursos para as Escolas - desmotivação de e prédios Escolares e insuficientes para - Melhor invest. na alunos e Secretarias de precárias condições de a Escola educação professores educação funcionamento/trabalho - Falta do acesso a -Estruturação do - violação de serviços básicos: espaço físico direitos sociais água tratada e Escolar básicos energia elétrica - Inserir as famílias vulneráveis e em Falta de políticas situação de risco públicas direcionadas - Pouca vontade - desproteção em programas para a proteção social política - Poder Público social familiar sociais que das famílias protejam e promovam sua autonomia Quadro 4.16 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Bonito de Minas. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas e Secretaria Municipal de Educação PARTICIPANTES: Sheyla Ap. Silva Assis / Gilcey / Lucívone Barbosa de Oliveira / professores AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Dificuldade de aprendizagem dos alunos - Falta diagnóstico Falta de intervenção psicossocial adequada e qualificada - Pouco comp. do professor - Formação de equipe de profissionais (psicossociais) para o atendimento das demandas escolares - Realização de diagnósticos Corpo docente, pais, alunos e Secretarias de Educação Curto prazo POSSÍVEIS BENEFÍCIOS - melhoria do acesso e qualidade do ensino - incentivo à permanência do aluno na Escola - redução da evasão Escolar 13 Quadro 4.16 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Bonito de Minas. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas e Secretaria Municipal de Educação PARTICIPANTES: Sheyla Ap. Silva Assis / Gilcey / Lucívone Barbosa de Oliveira / professores AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Falta de participação e acompanhamento da família na Escola - A família não se compromete com a educação do filho - eventos e demais atividades a fim de sensibilizar a participação dos pais Comunidade Escolar Curto prazo Difícil acesso dos alunos para a Escola - alunos moram longe, atrasos, faltas - Estradas ruins - Pais desmotivados - Melhoria das estradas; - Nucleações mais próximas das comunidades - Sensibilização da família Órgãos competentes e secretaria Municipal de educação e prefeitura Curto prazo Estrutura física das Escolas e precárias condições de funcionamento das escolas e de trabalho dos professores - Pouca vontade política Direcionamento recursos insuficientes para a Escola - Falta de serviços básicos: água tratada e energia - Aumento dos recursos direcionados para as Escolas - Melhor investimento na educação - Estruturação do espaço físico Escolar Órgãos competentes – Secretarias de Educação e Prefeitura Municipal Falta de políticas públicas direcionadas para a proteção social das famílias - Pouca vontade política - Inserir as famílias vulneráveis e em situação de risco em programas sociais que protegem e promovam sua autonomia Órgãos públicos competentes e Prefeitura Municipal POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Aumento da participação da família na Escola e maior comprometimento com a educação dos filhos - melhoria do acesso e qualidade do ensino - incentivo à permanência na Escola e redução da evasão Escolar Curto prazo - melhoria do acesso e qualidade do ensino - incentivo à permanência do aluno na Escola - redução da evasão Escolar Curto e Médio prazo - redução da vulnerabilidade social - maior proteção da família sobre seus membros - redução da evasão Escolar 14 4.5. CONCLUSÕES ACERCA DO DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS DE BONITO DE MINAS A partir dos dados coletados na Terceira Ação do Projeto 10envolver em Bonito de Minas, por meio das Matrizes Estado/Reflexão e Resposta, foram elaboradas as Matrizes Síntese (QUADRO 4.17) de modo a auxiliar no estudo desses dados. A utilização da metodologia Marco Lógico, adaptada aos objetivos do Projeto 10envolver, viabilizou a elaboração de duas Matrizes distintas, que completaram as informações coletadas nas primeiras ações do 10envolver, a respeito da dinâmica e das principais dificuldades enfrentadas pelas instâncias de participação popular e pelas escolas públicas, para o cumprimento de suas funções sociais. Umas das assertivas do Projeto 10envolver é que as instâncias de participação popular e as escolas públicas são instrumentos para o incremento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e, de acordo com os resultados do diagnóstico sócio situacionais de Bonito de Minas, se indica a necessidade de qualificá-las e fortalecê-las a partir dos sujeitos atuantes, reforçando a práxis de que a dinâmica de qualquer desenvolvimento não pode desconsiderar ou menosprezar o esforço popular de melhoria das condições de vida e do lugar onde vivem. São esses sujeitos, no seu cotidiano, que informam os principais dilemas, as causas e efeitos de determinados problemas, nem sempre identificados por sujeitos externos a essa realidade local. São esses mesmo sujeitos que apontam as melhores alternativas e as mais coerentes respostas que consubstanciam ações para mudança de determinada realidade. Não obstante, as limitações de todas as ordens, dos sujeitos concretos e das instâncias as quais participam, são reconhecidas nesse processo. Por isso, é que se entende que a expertise e a colaboração de outros sujeitos somados aos esforços dos sujeitos locais podem corroborar para melhorar os índices que ora indicam para a existência de precárias condições de vida da população, seja na área da educação, da saúde, da renda e trabalho, seja em outras dimensões não menos importantes como a assistência social, a cultura, o esporte e o lazer. 15 Quadro 4.17 – Matriz Síntese do diagnóstico de Bonito de Minas (Continua) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de regularização das Associações e de legalização dos documentos Baixa participação das comunidades nas Associações PRINCIPAIS CAUSAS Burocratização e ausência de assessoria técnica Desinteresse pelas instâncias de participação popular. -Desconhecimento da real importância da instância PRINCIPAIS EFEITOS Não recebimento de incentivos e benefícios governamentais AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO Firmar parceria com o poder público e a EMATER-MG para que se consiga conhecer a situação fiscal e contábil das Associações Viabilizar descontos para o pagamento de dívidas das instâncias Firmar parceria com o poder público e judiciário Estimular a participação, uma das estratégias seria o aumento de concessão de benefícios e projetos de iniciativa pública ou privada. - capacitação para as lideranças e os membros associados POSSÍVEIS SOLUÇÕES PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Poder público e a EMATER-MG Curto prazo Melhoria na vida das comunidades e no desenvolvimento das Associações. Poder público e Ministério Público Curto prazo Aumento da motivação e participação dos associados 16 Quadro 4.17 – Matriz Síntese do diagnóstico de Bonito de Minas (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES Falta de infraestrutura das Escolas, ausência ou ineficácia de transporte Escolar e o distanciamento entre Escola e família. Precariedade dos espaços físicos, na falta de acessibilidade das estradas que ligam as comunidades com o perímetro urbano, na ausência de apoio às famílias em vulnerabilidade social, na falta de saneamento básico entre outras causas. Evasão Escolar E interferência direta no processo ensinoaprendizagem Melhorias no transporte Escolar, construção de espaço físico adequado para as Escolas e buscar estratégias de aproximação da família. A falta de equipamentos de infraestrutura tais como, veículo de transporte e sede própria os Conselhos Ausência de recursos financeiros próprios das instâncias Dificuldade de desenvolver com plenitude as atribuições dos Conselhos Firmar parceria com poder público para aquisição de equipamentos AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO A Escola, o poder público municipal e as demais esferas e as famílias. Assessoria técnica para construção de projetos que pleiteiem a aquisição dos equipamentos necessários Os próprios Conselhos, o poder público municipal e a população em geral PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO Curto prazo Curto prazo POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Melhoria na qualidade do processo ensinoaprendizagem Maior eficiência nas atividades e atribuições dos Conselhos 17 Quadro 4.17 – Matriz Síntese do diagnóstico de Bonito de Minas (Conclusão) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Ausência de legalização das terras; fragilidade ou inexistência de parcerias dos órgãos públicos para com o CMDRS Pequena participação dos membros voluntários e das famílias, recursos financeiros insuficientes e dificuldade de firmar parcerias com demais órgãos e instâncias. PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS Compra e venda de terras na região sem documentos; desmobilização entre as instâncias Interferem diretamente nas funções das instâncias em questão. desmotivação dos membros, da família, na desvalorização do trabalho desenvolvido por não ser remunerado e pela ausência de mobilização. Pouco reconhecimento da importância da Pastoral da Criança POSSÍVEIS SOLUÇÕES Firmar parcerias com o poder público e instituições de acessória técnica AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO Elaboração de projetos que viabilizem a resolução dos problemas identificados Poder público e instituições de acessória técnica Fortalecimento do sindicato dos trabalhadores rurais de Bonito de Minas e do CMDRS Líderes, coordenadores e demais membros da pastoral, e a população como um todo. Reconhecimento da Pastoral da Criança e valorização das atribuições da mesma. PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS 18 Os dados coletados por meio das Matrizes Estado/ Reflexão e Resposta indicam que a maioria dos sujeitos que participa ativamente das instâncias de participação popular é motivada por diversos interesses, tais como, o desejo de viabilizar melhores condições de vida para o local onde vivem e até o interesse por benefícios de projetos políticos que, mesmo não entendido por alguns sujeitos, esse interesse também culmina em melhorias para a localidade. Uma das questões que chamou atenção é o fato de que grande parte dos sujeitos, que apresenta essas legítimas motivações, desconhece a função social das instâncias das quais participam. Durante o desenvolvimento das Matrizes Estado/Reflexão se observou a dificuldade dos participantes em entender o que seria o problema particular dos sujeitos e o problema da instância a qual representavam. Quando incitados a responder, por exemplo, sobre os principais problemas que as instâncias enfrentam para o cumprimento da função social, muitos participantes indicaram as precárias condições das estradas das comunidades. Os participantes da ação são membros das comunidades e, naturalmente, as dificuldades populares foram internalizadas como sendo as dificuldades da própria instância. Por sua vez, destaca-se que as instâncias devem se preocupar com os interesses dos seus representados, no entanto, existem funções e atribuições coletivas que ultrapassam as questões particulares, que também devem ser consideradas, pois, as instâncias precisam representar bem os sujeitos que as legitimam. A principal dificuldade das Associações Comunitárias está nas precárias condições de funcionamento, pois a maioria não possui sede própria e os recursos financeiros são pequenos, pois somente contam com as contribuições dos seus afiliados para manutenção e para o atendimento de todas as exigências legais. Em consequência dessa situação financeira precária, e para saldar os custos operacionais e impostos sociais, as Associações não possuem a certificação digital, que as qualificam para recebimento de projetos e de benefícios sociais. Em função dessa situação muitas instâncias funcionam na informalidade, por não atenderem a todos os instrumentos legais exigidos para o seu funcionamento. Há reclamações acerca da dificuldade de elaboração de projetos sociais e da distância do poder público para com as Associações Comunitárias. Inúmeros apontamentos sinalizam a necessidade de maior aproximação da realidade comunitária por parte dos poderes locais 19 constituídos e dos equipamentos sociais. A população nem sempre se vê representada por essas entidades e reclamam dos poucos benefícios advindos para os filiados, que tendencialmente procuram as Associações pelas exigências legais no processo de recebimento de alguns benefícios, como os relacionados ao salário maternidade e aposentadoria rural. Somam-se a isso, a demanda por qualificação/capacitação e a necessidade de contratação pelo poder público de um profissional para referenciar o atendimento das demandas dessas instâncias. Os representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais também reforçaram esses mesmo indicativos. A principal questão apontada pelos Conselhos também indica a falta de estrutura e das demais condições para o seu funcionamento. Sem sombra de dúvidas, os Conselhos de direitos sociais são os que mais padecem com as péssimas condições de funcionamento e, nesse sentido, destaca-se o Conselho Tutelar enquanto equipamento social de grande significado sociopolítico. Sinalizam também a necessidade de uma qualificação continuada dos seus representantes e uma maior aproximação entre as instâncias do município, até porque, as demandas muitas vezes coincidem. Os representantes escolares, por sua vez, também fizeram inúmeros apontamentos sobre as condições de funcionamento das escolas, sobre a necessidade de qualificação dos educadores e a importância do fortalecimento das políticas sociais para o fortalecimento protetivo das famílias. Alguns municípios não possuem conselhos escolares, o que põe em voga a gestão democrática da política de educação dessas localidades. As instâncias religiosas atuam nos territórios de forma peculiar, considerando o seu carisma. No entanto, o seu poder mobilizador e aglutinador não é totalmente aproveitado. Além disso, as ações de cunho social desenvolvidas precisam ser fortalecidas, quando não qualificadas, para superação do seu caráter assistencialista. Em suma, questionam-se como essas instâncias de participação popular, em condições frágeis de funcionamento, podem efetivamente cumprir sua função social e contribuir qualitativamente para o incremento do desenvolvimento humano em seu município. Por reconhecer a importância do capital social, nesse sentido explicita-se a necessidade do fortalecimento dessas instâncias como estratégia política, não partidária, e para promoção de melhores condições de vida dos munícipes. 20 5 – DIAGNÓSTICO DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR E DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE GAMELEIRAS, PAI PEDRO, FRUTA DE LEITE E INDAIABIRA 21 5.1. INTRODUÇÃO Este relatório síntese apresenta os resultados do diagnóstico das instâncias de participação popular e as escolas públicas de Gameleiras, Pai Pedro, Indaiabira e Fruta de Leite, cinco das dez cidades mineiras de baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, objetos do Projeto 10envolver no Norte de Minas. A metodologia da pesquisa-ação para esse diagnóstico foi elaborada pelo Grupo de Pesquisa (GP) composto por professores e estudantes com experiência em trabalhos de pesquisas sociais, sendo a Coordenadora do 10envolver Geógrafa, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Doutora em Avaliação de Impactos Ambientais e Mestre em Organização Humana do Espaço; duas professoras pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Assistentes Sociais e Mestres em Desenvolvimento Social. Todo o processo de pesquisa também foi acompanhado por estagiários das Ciências Sociais da Unimontes e pela população local dos meios rural e urbano, com objetivos diversos, de modo a abranger percepções e observações multidisciplinares dos aspectos a serem diagnosticados. Tendo em vista os objetivos do Projeto 10envolver, o Grupo de Pesquisa elaborou uma metodologia denominada Matrizes ERR (Estado/Reflexão-Resposta), que também contempla os princípios do 10envolver, que são: participação popular, envolvimento com a comunidade e a cooperação dos sujeitos sociais, horizontalidade das ações e sinergia entre as instituições parceiras e os sujeitos locais. Para o desenvolvimento da metodologia do Projeto 10envolver foram necessárias três ações distintas e complementares. A primeira ação, denominada Visita Preliminar, realizada em todos os municípios norte mineiros, objetos do 10envolver. Essa ação viabilizou o primeiro contato com as populações locais, promovendo esclarecimentos do projeto 10envolver, sobretudo, acerca dos seus objetivos, idealizadores e sobre o princípio culminante, que é o da participação popular para lideranças locais e órgãos públicos atuantes no município. Nesse cenário destacam-se a participação e a importância mobilizadora de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG) e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. 22 Posteriormente foram realizadas as Primeiras Ações do Projeto 10envolver nos municípios norte mineiros, cujos objetivos foram promover maior aproximação do Grupo de Pesquisa com os atores sociais. Além disso, buscaram-se promover conhecimentos mais aprofundados sobre a realidade estudada, sobre as instâncias de participação e as escolas. Portanto, trata-se de uma metodologia que promove a reflexão-ação, característica de pesquisas marcadas pela participação ativa dos sujeitos envolvidos e pela valorização do saber local que se inter-relaciona com o saber científico. 5.2. METODOLOGIA MATRIZES ERR Em conformidade com a significância social e o pioneirismo em Minas Gerais, da execução do Projeto 10envolver, houve grande preocupação do Grupo de Pesquisa em elaborar uma metodologia com abrangência de técnicas participativas legitimando também os princípios de sinergia entre as instituições e os sujeitos envolvidos no 10envolver do Norte de Minas. A partir de estudos de metodologias e de várias discussões, construções, e também “desconstruções” do Grupo de Pesquisa, elaborou-se uma metodologia embasada no Marco Lógico (ML) 6, por reconhecer as possibilidades de sua adequação ao contexto e realidade a ser pesquisada. Tendo como referência os princípios e objetivos do Marco Lógico, o GP os redimensionou, contextualizou e qualificou para, inclusive, estimular a participação popular. A partir dos apontamentos e percepções dos sujeitos sociais locais, somadas às representações da coletividade, buscaram-se respostas para o problema e hipóteses que ensejaram este projeto social: quais os obstáculos à participação popular e ao incremento nos níveis de desenvolvimento social nos municípios mineiros de menores Índices de Desenvolvimento Social. Sob essas premissas, considerou-se como pertinente a construção das Matrizes ERR (Estado/Reflexão-Resposta), que proporcionou: 6 RODRIGUES, Maria Cecília Prates. Avaliação de Projetos Sociais. Belo Horizonte: Fundação Dom Cabral, POS – Parceria com Organizações Sociais. 2012. CD-ROM. 23 a uniformidade da aplicação das técnicas nos cinco municípios, eliminando possíveis ambiguidades de objetivos da pesquisa, planejamento, orientação, execução resultados alcançados, avaliação dos resultados e relatório final; um referencial analítico comum aos cinco municípios norte mineiros que estimula maior objetividade nas respostas e na sua sistematização; sobretudo, sistematizar informações ao longo do processo, para que todos os participantes (atores sociais e pesquisadores) pudessem constatar de forma coerente, os resultados das ações e também verificar com visibilidade a estrutura de continuidade do projeto. As Matrizes ERR se fundamentam como uma cadeia de objetivos relacionados de forma causal entre si, pois sua concepção ocorre a partir do levantamento da situação atual, da sua reflexão e, a partir de suas conclusões, se promove a elaboração de propostas de ações para alcançar a situação final desejada. Portanto, se promove atividades com os atores sociais participantes, que partem da realidade social, política, estrutural e ideológica para se alcançar os objetivos. A técnica Matrizes ERR exige ampla e franca interação entre o pesquisador e os atores sociais envolvidos na pesquisa, pois o objeto de investigação não se constitui nas pessoas, mas em situações sociais, em seus problemas e na busca de soluções. Assim, esta metodologia não se limita somente à ação, mas, sobretudo, pressupõem um aumento do conhecimento e do “nível de consciência” dos atores sociais membros das instâncias de participação popular e das escolas públicas. Após a realização do pré-teste dessa metodologia com o público-alvo do 10envolver em Bonito de Minas, as Matrizes foram reelaboradas 7 pelo Grupo de Pesquisa com o objetivo de aglutinar as informações de modo que não haja repetições entre as Matrizes proporcionando, inclusive, mais tempo para o debate entre os sujeitos da pesquisa. Para o desenvolvimento da técnica Matrizes ERR foram reunidos em assembleia os atores sociais representantes das associações comunitárias, dos conselhos municipais, dos 7 Vide o documento Metodologia para os Diagnósticos das Instâncias de Participação Popular e das Escolas Públicas objetos do Projeto 10envolver de Janeiro de 2013. 24 sindicatos, dos grupos formais e informais e das escolas públicas, numa agenda previamente definida e divulgada para todos os munícipes. 5.2.1. DESCRIÇÃO MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO A Matriz Estado/Reflexão se refere à identificação dos objetivos, da ideologia e dos problemas organizacionais, estruturais, sociais e políticos para que as instâncias de participação popular e as Escolas públicas possam alcançar os seus objetivos. Essa Matriz foi elaborada a partir dos seguintes questionamentos: a) Quais os objetivos e a ideologia da instância social que participa? b) Quais os problemas ou dificuldades organizacionais, estruturais, sociais e políticos da instância que participa? c) Qual a hierarquização desses problemas ou dificuldades identificadas, numa escala de 1 a 10? d) Quais as implicações lógicas de causa e de efeito dessas dificuldades? e) Identifique os stakeholders – pessoas envolvidas nas causas e nos efeitos. f) Quais as possíveis soluções para os problemas? Para a elaboração da Matriz Estado/Reflexão, os participantes trabalharam individualmente e posteriormente foram agrupados por tipo de instâncias de participação popular e por Escolas públicas, perfazendo, portanto, um total de grupos de acordo com o número de instâncias representadas na assembleia. Em cada um dos grupos foi indicado um relator para socializar e discutir os resultados da Matriz Estado/Reflexão com os demais grupos da assembleia. Nessa oportunidade todos puderam expor os principais problemas, desafios, dificuldades e também suas opiniões acerca das instâncias de participação popular frente ao cumprimento de sua função social. Concomitantemente à apresentação das Matrizes Estado/Reflexão, que promoveram debates e reflexões acerca dos problemas e dificuldades identificadas, o Grupo de Pesquisa fez os registros orais, recolheram os documentos escritos e os agruparam para sistematização final da Matriz de Problemas e Stakeholders Municipal de cada um dos municípios objetos da pesquisa. 25 Os participantes da ação levaram para as instâncias de participação popular uma cópia de todos os documentos elaborados para que pudessem compartilhar com os seus pares os resultados da ação, possibilitando a reflexão de todos acerca das dificuldades dos stakeholders e das propostas de ação de cada instância. Os dados dessa ação foram sistematizados na Matriz Estado/Reflexão, conforme apresentado no Quadro 5.1. Quadro 5.1 – Modelo Matriz Estado/Reflexão. Matriz Estado/Reflexão do município: Instância de participação popular: Problemas ou Principais dificuldades causas hierarquizadas 1) 2) Principais efeitos Pessoas envolvidas Possíveis soluções 5.2.2. DESCRIÇÃO MATRIZ RESPOSTA Essa Matriz tem o objetivo de alcançar o planejamento das ações da pesquisa-ação, que deverá ser proposto para cada uma das instâncias de participação popular a partir dos objetivos individuais e conjuntos. Essa Matriz Resposta foi elaborada conforme demonstrado no Quadro 5.2, a seguir. Quadro 5.2 – Modelo Matriz Resposta Matriz Resposta do Município: Instância de participação popular: Problema Causa hierarquizado Possíveis soluções Quem acionar (pessoa física ou jurídica) Prazo (curto, médio, longo). Benefícios esperados Os produtos finais da metodologia Matrizes ERR serão as Matrizes Estado/Reflexão e Matrizes Resposta das instâncias de participação popular e das escolas de Pai Pedro, Gameleiras, Indaiabira e Fruta de Leite. 26 Como resultado imediato cada participante da ação levou para a sua instância o conjunto de Matrizes elaborado a fim de divulgar para os seus pares os dados levantados na discussão promovida pelo Projeto 10envolver. 5.3. TERCEIRA AÇÃO DO 10ENVOLVER EM GAMELEIRAS, PAI PEDRO, FRUTA DE LEITE E INDAIABIRA A Terceira Ação do 10envolver ocorreu em diferentes datas em cada um dos municípios objetos desse projeto. Em Gameleiras a ação de diagnóstico social com as instâncias de participação popular e escolas foi realizada no dia 24 de julho de 2013 e contou com a participação de vários integrantes das associações comunitárias, conselhos municipais e representantes das escolas públicas. No município de Pai Pedro a ação ocorreu no dia 25 de julho de 2013 e houve a participação de representantes das seguintes Associações Comunitárias: de Salinas II; de Tabúas II; de Salina IV; de Furado das Garapas; de Mirante, de Taperinha, de São Domingos; de Várzea Redonda, de Passagem do Bernardo, de Lagoa Grande, de Cana Bolsa, do P.A Califórnia, de Salininha Beira Rio, de Serra Grande, da Fazenda Atrás dos Morros, de Sitio Novo, de Várzea das Pedras; de Atrás dos Morros, de Lagedinho e de Colete. Ainda representando aqueles que moram e trabalham no espaço rural, estiveram também presentes representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e EMATER-MG. Além dos representantes dos Conselhos Municipais de Assistência Social, Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, da Saúde e Tutelar. E por fim, nos dias 10 e 11 de julho de 2013 ocorreu a Terceira Ação, respectivamente, nos municípios de Indaiabira e Fruta de Leite, com a presença de representantes locais das associações comunitárias, conselhos municipais, intituições religiosas e das escolas publicas. 27 5.4. RESULTADOS 5.4.1. GAMELEIRAS 5.4.1.1. Associações Comunitárias Participaram da Terceira Ação do Projeto 10envolver em Gameleiras, representantes das seguintes Associações Comunitárias: dos Pequenos Produtores Rurais Jaime Alves; de Brejo dos Mártires; de Curral Novo; dos Pequenos Produtores de Brejo Mártires; de Jacú das Piranhas; de Boqueirão das Piranhas; de Boqueirão do Coronel; dos Pequenos Produtores Rurais de Engenho; de Pernambuco do Brejo dos Mártires; de Pitombeira; e os Conselhos Comunitários de: Brejo dos Mártires; de Vereda do Brejo Angelim; de Vereda de Gameleiras. Destaca-se que a falta de participação dos associados tem-se configurado como um dos principais problemas das instâncias em questão (QUADROS 5.3 e 5.4). Verificou-se, ainda, que a falta de recursos financeiros e de estrutura física e a burocratização no acesso aos recursos e projetos têm sido expressivos problemas para as Associações de Gameleiras. Tais entraves estão sedimentados, principalmente, no pouco conhecimento sobre a importância e atribuições das Associações, da irregularidade funcional das instâncias, da falta de apoio governamental e na ausência de assessoria técnica para realizar trabalhos e projetos. 28 Quadro 5.3 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Gameleiras. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Pequenos produtores Rurais Jaime Alves; Associação Com. Brejo dos Mártires; Curral Novo; Pequenos Produtores de Brejo Mártires; Jacú das Piranhas; Boqueirão das Piranhas; Boqueirão do Coronel; Rurais de Engenho; Pernambuco do Brejo dos Mártires; Pitombeira; Conselho Com. Brejo dos Mártires; (Conselho Com. Vereda do Brejo Angelim); Conselho Com. Vereda de Gameleiras. PARTICIPANTES: Zilton, Orélio, Verdiano Aclide, João Batista, Manoel José, Isac Alves, Jailme, Aclides, Miguel, Bernadete de Oliveira, Uilvan Costa. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Pouco - Pouco envolvimento da conhecimento Falta de participação dos comunidade e - Associados Maior participação sobre a associados membros - Associação coletiva importância da - Dificuldade em associação eleger Diretoria - Sobrevive com - Falta de - Associados recursos dos Associações com Falta de recursos de participação dos - Associação associados estrutura para estrutura financeira para associados - Poder - Não recebe e/ou funcionar e com funcionamento, - Irregularidade dos público recebe poucos recursos para regularização. documentos / - MP – IDENE / recursos trabalhar legalização EMATER-MG governamentais - Irregularidade - Desenvolve Mais (Maior) funcional das poucas ações com recebimento de Recebimento de poucos Associações os associados - Associados recursos e benefícios, projetos, - Os recursos e - Dificuldade de - Associação benefícios que recursos e forma de benefícios são dividir e distribuir - Governo atendam as incentivo. poucos poucos benefícios necessidades das - Grande - Pouca participação Associações burocracia - Falta de condições - Falta de recursos adequadas para - Associados Falta de sede própria e - Falta de apoio realizar as reuniões - Associação de estrutura para Sede própria governamental e - Falta de espaço de - Governo funcionamento da comunidade referência / - Comunidade Valorização - Porque o - Prejuízos pessoais trabalho é / administrativos Maior interesse e voluntario - Associados Dificuldade de eleger para o presidente envolvimento dos - Falta de - Associação nova diretoria - Pouca agilidade associados nas conhecimento - A associação questões coletivas - Falta de tende a “parar” interesse - Falta de - Mais assessoria conhecimento e técnica Grande burocracia na Dificuldade na assessoria para - Associação - Capacitação dos liberação de recursos e liberação de realizar os - Governo associados e projetos projetos e recursos trabalhos e diretoria projetos - Desburocratização 29 Quadro 5.4 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Gameleiras. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Gameleiras. AÇÃO A SER PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO - Sobrevive com recursos dos associados - Não recebe e/ou recebe poucos recursos governamentais - Isentar as Associações do pagamento de multas e taxas de funcionamento; e junto a receita. - Ampliar os projetos e benefícios para as Associações. - Governo Federal e Estadual - União - MP Falta de recebimento de benefícios, projetos e recursos, que atendam as necessidades da Associação. - Irregularidade de funcionamento - Os recursos e benefícios são poucos - Regularizar as Associações - Capacitação e assessoria técnica gratuita no município para Associação. - Motivar os associados - Governo - Associação - MP - EMATERMG / IDENE Universidade / Parceiros Falta de sede própria - Falta de recursos - Falta de apoio governamental e da comunidade - Fazer parcerias com o Governo, por meio do IDENE, Para construção e estruturação das sedes das Associações. - Falta de conhecimento e assessoria para realizar os trabalhos / projetos - Realizar uma capacitação para os associados e diretoria (e especifico para presidentes) - Viabilizar assessoria técnica - desburocratização das exigências Falta de recursos financeiros e estrutura para funcionamento Grande burocracia na liberação de recursos e projetos - IDENE - MP - Governo - MP - Governo PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Curto prazo Facilita o desenvolvimento e a qualidade do trabalho Curto prazo Facilita o desenvolvimento e a qualidade do trabalho Curto prazo Facilitaria o trabalho da Associação e poderia ser utilizado pela comunidade Curto prazo Maior facilidade e compreensão de todo o processo / exigência 30 Quadro 5.4 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Gameleiras. (Conclusão) PROBLEMAS E DIFICULDADES HIERARQUIZADAS MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Gameleiras. AÇÃO A SER PRAZOS REALIZADA PARA QUEM PARA A CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO SOLUÇÃO DA AÇÃO - Falta de conhecimento - Falta de interesse - Porque o trabalho é voluntario Dificuldade de escolher uma nova diretoria - Isenção de taxas e impostos que comprometem o nome do presidente - Aumentar os incentivos e recursos para as Associações - Governo - MP Curto prazo POSSÍVEIS BENEFÍCIOS - Evitaria a inadimplência e o fechamento da Associação - Maior participação dos associados 5.4.1.2. Conselhos Municipais Participaram dessa Terceira Ação do Projeto 10envolver os seguintes Conselhos Municipais de Gameleiras: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Conselho de Alimentação Escolar (CAE), Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), Conselho Municipal de Saúde; (CMS), Conselho Tutelar, Comitê de Defesa da Vida e Comitê de Prevenção de Mortalidade Fetal, Infantil e Materno. A falta de equipamentos de infraestrutura, tais como, veículo de transporte e sede própria das instâncias, se configura como o principal entrave dos Conselhos, principalmente, o Conselho Tutelar, pois, afeta diretamente o atendimento e acompanhamento das demandas (QUADROS 5.5 e 5.6). Constata-se a necessidade de melhoramento dos equipamentos na medida em que as atribuições desenvolvidas pelos Conselhos têm sido precarizadas e a demanda não tem sido atendida em sua plenitude. Percebe-se ainda a ausência de adesão e interesse dos membros dos Conselhos e da própria sociedade para com as instâncias em questão. Tal entrave ocorre pela falta de conhecimento sobre as reais atribuições e funções dos conselheiros, além da ausência de compromisso enquanto cidadão. 31 Quadro 5.5– Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais e Comitês de Gameleiras. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONSEA, CAE, CMAS, CMS, Conselho Tutelar, Comitê de Defesa da Vida e Comitê de Prevenção de Mortalidade Fetal, Infantil e Materno. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS * Exposição dos envolvidos. - Doação da Receita - Dificulta e muitas Federal. vezes impede a - Investimento de - Poder público Falta de equipamentos, - Não tem recurso atuação dos órgãos municipal, material de trabalho e específico para Conselhos, e Federais/Estaduais. estadual e estrutura física. este fim. ações. - Equipamentos de federal. - A perda de identificação dos Credibilidade. conselheiros. - População sem atendimento. - Casa de Passagem * Exposição dos regionalizada. envolvidos. - Conselhos. - União dos Falta de uma Casa de - Falta de local - Falta de recursos - Sociedade. Conselhos para Passagem apropriado para - Poder publico elaboração de um encaminhar os projeto envolvidos. Falta de adesão e interesse dos membros dos Conselhos e da própria sociedade Falta de incentivo financeiro para os conselheiros (específico para o Conselho tutelar). - Falta de conhecimento sobre o papel e função dos conselheiros. -Falta de compromisso com o dever de cidadão. Falta de iniciativa dos conselheiros em buscar o poder público - Inoperalização das ações do Conselho. - Acúmulo de tarefas sempre para as mesmas pessoas. Desestímulos dos conselheiros - Conselheiros. - Sociedade Civil - Capacitação dos conselheiros Comprometimento dos envolvidos com os Conselhos e com o serviço publico - Levantamento de informação sobre a questão nutricional e alimentar nas Escolas - Destinação de um secretário executivo para operacionar os Conselhos. Instituições públicas - Ação em conjunto dos Conselhos com secretarias e instituições envolvidas. - Disponibilização de recursos pelas instituições publicas 32 Quadro 5.6 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais e Comitês de Gameleiras. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONSEA, CAE, CMAS, CMS, Conselho Tutelar, Comitê de Defesa da Vida e Comitê de Prevenção de Mortalidade Fetal, Infantil e Materno. AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO - Capacitação dos - Maior conselheiros - Conselhos envolvimento - Falta de adesão e - Não tem - Realização de Estaduais e e participação comprometimento recurso atividades Federais. Curto prazo dos Conselhos dos conselheiros e específico motivacionais. - Universidades e da da sociedade em para este fim. (palestras e - Instituições população em geral dinâmicas) públicas geral. - Ações em conjunto - Articulação com as secretarias e órgãos Federais / Estaduais, Conselhos objetivando a - Secretarias equipados, - Falta de formulação de - Órgãos eficiente e equipamentos, - Falta de projetos de Estaduais e Curto prazo melhor material de recursos estruturação dos Federais qualidade dos trabalho e Conselhos que serviços estrutura física. poderão ser prestados. financiados por instituições públicas. - Falta de - Crianças com conhecimento - Formalização da locais de sobre o papel necessidade da Casa atendimento e função dos MP, Secretarias - Falta de uma de Passagem protetivo conselheiros. de ação social, Curto prazo “Casa de - Criação de uma - Ação mais -Falta de SDH, CREAS. Passagem” “Casa de Passagem” efetiva do compromisso regional Conselho com o dever tutelar. de cidadão. - Falta de incentivo financeiro para o Conselho tutelar - Falta de iniciativa dos conselheiros em buscar o poder público - Propor um projeto de lei municipal que complemente a remuneração atual. Câmara municipal Curto prazo - Maior estímulo dos profissionais envolvidos 5.4.1.3. Escolas Públicas Na ação do Projeto 10envolver em Gameleiras participaram representantes das seguintes escolas públicas: Escola Estadual Brejo dos Mártires, Escola Estadual Gameleira, Escola Municipal Taciano Antunes de Souza, Escola Municipal Izídio José de Almeida, Escola Municipal Manoel Teixeira da Silva e Pré Escola Municipal Pingo de Gente. 33 Destaca-se a ausência do Colegiado Escolar Municipal em todas as Escolas (unidade executora) como um dos principais problemas (QUADROS 5.7 e 5.8). O entrave encontra-se sedimentado no número insuficiente de professores e alunos nas unidades Escolares para formar a unidade executora. Outro problema elencado é a desmotivação tanto de professores quanto alunos. O problema tem como causa a falta de subsídios pedagógicos, a ausência de reconhecimento profissional e o sistema governamental de ensino que não tem valorizado o processo de ensino-aprendizagem. Aponta-se também a dificuldade de integração entre Escola e família, tendo como causa as expressões da questão social que colocam as famílias em situação de vulnerabilidade, entre elas, o baixo acesso a trabalho e renda, sobrecarga das jornadas de trabalho e dependência química. Constata-se a necessidade de mobilização da comunidade Escolar, do poder público municipal, dos Conselhos e das famílias para buscarem estratégias de aproximação entre Escola e família para que o processo de educação seja potencializado. Quadro 5.7 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Gameleiras. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escola Estadual Brejo dos Mártires; Escola Estadual Gameleira; Escola Municipal Taciano Antunes de Souza; Escola Municipal Izídio José de Almeida; Escola Municipal Manoel Teixeira da Silva; Pré Escola Municipal Pingo de Gente PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS Escolas com - Falta de número participação - Secretaria e Falta do Colegiado insuficiente de comunitária - Formar unidades Conselho Escolar municipal para alunos e de - Falta de executoras com Municipal de todas as Escolas professores para democracia nas grupos de Escolas educação (unidade executora) formar unidade ações executora institucionais 34 Quadro 5.7 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Gameleiras. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escola Estadual Brejo dos Mártires; Escola Estadual Gameleira; Escola Municipal Taciano Antunes de Souza; Escola Municipal Izídio José de Almeida; Escola Municipal Manoel Teixeira da Silva; Pré Escola Municipal Pingo de Gente PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - Famílias fragilizadas - Viabilizar políticas - alcoolismo dos - Conselhos públicas efetivas de pais - Evasão Escolar Municipais: proteção social às - Falta de - Indisciplina CMDCA, CT, famílias acompanhamento - Alunos faltosos CMS, Colegiado - Maior Desproteção social das dos filhos pelos - Baixo nível de Escolar, acolhimento dos famílias pais / mães aprendizagem Famílias. alunos - Falta de - Desinteresse para - Secretarias - Adequar o alimentação em aprender Municipais: currículo a casa CMAS, CRAS realidade dos - Falta de apoio do alunos município - Diretoria - Falta de - Desmotivação - Conselho - Melhoria do materiais dos professores Escolar salário modernos - Aulas - Secretaria - Programa de - baixos salários desinteressantes Municipal de valorização do - Sistema de Desmotivação dos - Resultados ruins educação professor ensino sem professores do ensino e - Secretaria (individualmente) reprovações aprendizagem Estadual de - Melhorar o - Currículo - Alunos Educação acompanhamento inadequado para a desmotivados - Coordenação da Coord. realidade - Evasão pedagógica e Pedagógica. municipal professores - Adequar o - Sistema currículo Escolar municipal de para a realidade do educação aluno - Sistema de - Evasão Escolar - Secretaria - Melhorar o Falta de motivação dos ensino - Alunos com baixo estadual de acompanhamento alunos para aprender - Aulas nível de educação do Colegiado e da desmotivadoras aprendizagem - Coordenação coord. Pedagógica. pedagógica - Programa de - Colegiado valorização do Escolar individual do professor 35 Quadro 5.8 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Gameleiras. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escola Estadual Brejo dos Mártires; Escola Estadual Gameleira; Escola Municipal Taciano Antunes de Souza; Escola Municipal Izídio José de Almeida; Escola Municipal Manoel Teixeira da Silva; Pré Escola Municipal Pingo de Gente AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Falta de Colegiado Escolar municipal (Unidade executar) Desproteção social das famílias Desmotivação dos professores Falta de motivação dos alunos para aprender Escolas com número insuficiente de alunos e de professores para formar unidade executora - Agrupar Escolas para formar o Colegiado Escolar (unidade executora) - Famílias fragilizadas - alcoolismo dos pais - Falta de acompanhamento dos filhos pelos pais / mães - Falta de alimentação em casa - Falta de apoio do município - Formar parcerias - Promover motivação dos funcionários e professores - Falta de materiais modernos - baixos salários - Sistema de ensino sem reprovações - Currículo inadequado para a realidade municipal - Sistema de ensino sem reprovação -Aulas desmotivadoras - Adequar o currículo -Buscar mais materiais inovadores -Incentivos financeiros - Acompanhamento do Conselho Escolar e coordenação pedagógica - Adequar o Currículo para a realidade do aluno - Preparar o aluno para o trabalho Secretaria Municipal de Educação Conselhos e Secretarias Municipais - Diretoria - Conselho Escolar Coordenação pedagógica - Secretarias - Conselhos - Diretoria - Colegiado Curto prazo - Transparência nas ações - Participação popular - democracia Médio prazo - Melhoria na educação / família - Permanência na Escola - Melhor aprendizagem Médio prazo Curto prazo - Melhoria do ensino - Satisfação profissional - Diminuir a evasão - Preparar para o trabalho 36 5.4.1.4. Matriz Síntese Quadro 5.9 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Gameleiras. (Continua) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de recursos financeiros e de estrutura física das Associações. Burocratização no acesso aos recursos e projetos. PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS Pouco conhecimento sobre a importância e atribuições das Associações; Pouco envolvimento da comunidade e dos membros associados; Falta de apoio governamental. Irregularidade funcional das instâncias; POSSÍVEIS SOLUÇÕES Buscar isenção de multas e taxas. Desenvolvimento de poucas ações das mencionadas instâncias. Baixo acesso a recursos e liberação de projetos. Assessoria técnica para viabilização de projetos. AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA Firmar parceria com o poder público no intuito de estimular a participação popular; Buscar isenção junto à receita, do pagamento de multas e taxas de funcionamento. Capacitação para as lideranças e os membros associados; Aumento de concessão de benefícios e projetos de iniciativa pública ou privada. QUEM DEVE SER ACIONADO Poder governamental em ambas as esferas; PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Curto prazo Melhoria no desenvolvimento e qualidade do trabalho. Curto prazo. Melhor compreensão do processo/exigência. Ministério Público. Poder governamental em ambas as esferas; Ministério Público 37 Quadro 5.9 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Gameleiras. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de adesão e comprometimento dos conselheiros e da sociedade em geral. Ausência de incentivo financeiro para com o Conselho tutelar. PRINCIPAIS CAUSAS Ausência de recurso específico para este fim. Ausência de iniciativa dos conselheiros. PRINCIPAIS EFEITOS Desestímulo dos profissionais; Desestímulo dos profissionais POSSÍVEIS SOLUÇÕES Firmar parceria entre os próprios Conselhos, o poder público municipal em suas diversas secretarias, o poder público das demais esferas e o Ministério Público. Formulação de projetos de estruturação dos Conselhos, que poderão ser financiados por instituições públicas. AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA Capacitação dos conselheiros; Atividades motivacionais em conjunto. Propor projeto de lei municipal para que complemente a remuneração atual dos conselheiros e das demais despesas da instância mencionada. QUEM DEVE SER ACIONADO Conselhos Estaduais e Federais; Universidades; Instituições públicas. Câmara Municipal PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Constante. Maior envolvimento e participação dos conselheiros e da população em geral. Curto prazo. Melhoria no estímulo profissional e consequentemente nas ações desenvolvidas. 38 Quadro 5.9 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Gameleiras. (Conclusão) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Ausência do Colegiado Escolar municipal em todas as Escolas (unidade executora). Desmotivação tanto de professores quanto alunos. Dificuldade de integração entre Escola e família. PRINCIPAIS CAUSAS Número insuficiente de professores e alunos nas unidades Escolares para formar a unidade executora. Falta de subsídios pedagógicos; ausência de reconhecimento profissional e o sistema governamental de ensino que não tem valorizado o processo de ensinoaprendizagem. As expressões da questão social que colocam as famílias em situação de vulnerabilidade, PRINCIPAIS EFEITOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Ausência de participação comunitária. Formar as unidades executoras. Agrupar as Escolas com número insuficiente para formar o Colegiado Escolar Secretaria Municipal de educação Curto prazo Viabilização da participação popular e maior transparência nas ações da Escola. Evasão Escolar; Aulas sem motivação e sem preparação pedagógica. Programa de valorização do professor; Programa de monitoramento e avaliação do ensinoaprendizagem. Adequar o currículo Escolar para a realidade do município. Tornar a Escola mais próxima do cotidiano da comunidade. Diretoria; Conselho Escolar; Coordenação pedagógica e Secretarias Municipal e estadual de educação. Médio prazo Valorização do processo ensinoaprendizagem. 39 5.4.2. PAI PEDRO 5.4.2.1. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pai Pedro Também nessa Terceira Ação do Projeto 10envolver em Pai Pedro, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pai Pedro não compareceu devido a questões políticas com a atual administração municipal. Constatou-se que ainda é frágil o entendimento dos seus participantes sobre essa capacidade política mais abrangente do Sindicato que, em suma, ainda é destacado como sendo importante pelos encaminhamentos relacionados à concessão estatal de benefícios sociais. 5.4.2.2. Associações Comunitárias Durante a ação os participantes formaram grupos de acordo com o tipo de instância que representavam. No entanto, os representantes da EMATER-MG, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável preferiram participar nos grupos formados por representantes de associações comunitárias por desempenharem suas atividades juntamente com essa população do espaço rural. De modo geral, os principais problemas evidenciados foram: a falta de recursos e apoio político do governo; a falta de regularização da documentação das associações; o recebimento de poucos projetos e benefícios sociais e a dificuldade de escolher uma nova diretoria (QUADROS 5.10 e 5.11). Com relação às principais causas desses problemas foram colocadas a falta de apoio do governo o qual, inclusive, poderia isentar as associações do pagamento das taxas para sua criação ou manutenção legal; a falta de assessoria técnica, pois muitos não conhecem as demandas e exigências burocráticas para funcionamento das associações, ou cometem equívocos pela falta de conhecimento; e, também, a falta de recursos financeiros, que impede até mesmo a regularização dos documentos. 40 Quadro 5.10 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Pai Pedro. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações Comunitárias de Salinas II, de Tabúas II, de Salina IV, de Furado das Garapas, de Mirante, de Taperinha, de São Domingos, de Várzea Redonda, de Passagem do Bernado, de Lagoa Grande, de Cana Bolsa, do P.A Califórnia, de Salininha Beira Rio, de Serra Grande, da Fazenda Atrás dos Morros, do Sitio Novo, de Várzea das Pedras, de Atrás dos Morros, de Lagedinho, de Colete; do e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, do CMDRS e da EMATER-MG. PARTICIPANTES: Joana Firmina, Cleusa, Salvador, Jessy, Maurício, Benvida, José Carlos, Vitorino, Márcio, Jussimara, Caetano, Laurença, Ronaldo, Apolinário, Mª Carmo, Sirlei, Darci, Jucélia, Antônio Alves, Denivaldo, Clemência. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -não têm apoio do -falta de sede e governo. estrutura. -sobrevive do -associados. Falta de recursos -falta de - Associações com pagamento das -Associação financeiros e apoio do regularização dos recursos para Associações. -governo e governo. documentos. trabalhar. - não gera renda MP -pouco apoio aos ou realizações associados. para arrecadar. - falta de conhecimento. - associados. -documentos Falta de regularização da -falta de - não recebe projetos -Associação regularizados e documentação. assessoria técnica. e benefícios. -governo e associação -falta de recursos MP funcionando bem. financeiros. -falta de -não traz beneficio regularização dos para os associados; documentos. desinteresse Maior número de -falta de apoio Pouco recebimento de associado. - associados. projetos e governamental. projetos, benefícios e em -ajuda a perder a - Associação benefícios que -políticas que menor quantidade para valorização da -governo e atendam as demoram e que as Associações. associação. MP necessidades da não atendem a -não ajuda no comunidade. necessidade do desenvolvimento município. local/comunidade. Dificuldade de escolher uma nova diretoria. -falta de conhecimento sobre a importância da associação; desinteresse. -trabalho voluntário; -pouca participação dos associados. - escolhem uma pessoa “errada”, que não quer de verdade; -centralização das ações; -associados. - associação. Gestões democráticas e participativas. 41 Quadro 5.11 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Pai Pedro. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações Comunitárias (Prazos: Curto: Até 06 meses; Médio: 06 meses até 01 ano; Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -não têm apoio -motivar os associados. do governo. -realizar eventos para -sobrevive do arrecadar. -associados. Falta de recursos pagamento das -fazer ações coletivas -associação. financeiros e Associações. Curto Prazo. para ajudar a Governo. apoio do governo. - não gera Associação. -MP. renda ou -isenção de taxas e realizações impostos. para arrecadar. -falta de -CMDRS conhecimento. -indicar uma pessoa -Secretárias e Falta de -falta de para esclarecer toda governo regularização dos assessoria exigência e processo municipal. Curto Prazo. documentos. técnica. para regularizar e -EMATER-falta de funcionar bem. MG. recursos -MP financeiros. -falta de regularização - regularizar a dos documentação. documentos; -fortalecer a união dos -falta de apoio -governo Falta do Colegiado associados; governamental; -associação Curto Prazo. Escolar municipal. - realizar capacitação; -políticas que -Senar -construir projetos; demoram e -fazer parceria com não atendem governo e instituições. necessidades do município. -falta de conhecimento sobre a -fazer reuniões e importância da eventos para discutir o EMATER-MG Dificuldade de associação; Estatuto e para -associados escolher uma desinteresse motivar a respeito da Curto Prazo. -Associação nova diretoria. -trabalho importância da -governo voluntário associação. -pouca -motivar os associados. participação dos associados POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Iria facilitar o trabalho da associação e melhorar a vida dos associados. Recebimento de projetos e benefícios. Melhoria a condição de vida do trabalhador e a comunidade. Empenho e maior participação de todos. 42 5.4.2.3. Conselhos Municipais Estiveram presentes os representantes dos Conselhos Municipais do Meio Ambiente, de Habitação e Interesse Social, de Assistência Social, Saúde, Tutelar, dos Direitos da Criança e do Adolescente. Também participou dessa ação da Secretária Municipal de Assistência Social. Com relação aos problemas identificados nas Matrizes (QUADROS 5.12 e 5.13), a questão da estrutura física e a falta de formação dos conselheiros indicam o hiato existente entre os Conselhos Municipais e o Ministério Público. Os conselheiros municipais de Pai Pedro percebem esse órgão como muito distante das instâncias de participação popular. Com relação às principais causas desses problemas, foram indicados motivos divergentes: uns colocaram a falta de recursos e apoio dos órgãos competentes, outros apontaram a falta de motivação dos conselheiros a buscarem capacitações para o exercício da função. Além disso, a grande demanda de trabalho para poucos conselheiros atuantes, também, foi sinalizada como um grande problema para a maioria dos Conselhos Municipais de Pai Pedro. Como possíveis soluções, os conselheiros participantes evidenciaram a necessidade da realização de parcerias, principalmente, com o Ministério Público (MP), a realização de capacitações dos conselheiros municipais, e a ampliação do atendimento pelo MP aos municípios. Quadro 5.12 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Pai Pedro. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: do Meio Ambiente, de Habitação e Interesse social, de Assistência Social, Saúde, Tutelar, Dos Direitos da Criança e do Adolescente. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Carência no atendimento a Falta de condições de -Falta de recursos população. -Entes federados -Parcerias com trabalho (sede própria, e apoio de órgãos -Serviços não (município, outras instituições e veículos, e competentes. prestados por Estado e União). órgãos públicos. equipamentos). falta de condições. 43 Quadro 5.12 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Pai Pedro. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: do Meio Ambiente, de Habitação e Interesse social, de Assistência Social, Saúde, Tutelar, Dos Direitos da Criança e do Adolescente. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Falta de motivação dos -Descredibilidade e a conselheiros a Falta de formação e não efetivação do -Conselheiros. buscarem -Capacitação. informação dos trabalho. -Secretárias. informações e Divulgação. Conselhos. -Sobrecarga sobre as -População. capacitação. mesmas pessoas. - Falta participação. -Desmotivação em -Ampliação do participar dos atendimento do -Muita demanda Conselhos. MP aos Pouca presença do MP para a comarca -MP -Não atuação do MP municípios. nos Conselhos. com pouco -Conselhos. como prevenção. -Maior parceria profissionais. -Distanciamento entre MP e entre os órgãos. Conselhos. Quadro 5.13 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Pai Pedro. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: do Meio Ambiente, de Habitação e Interesse social, de Assistência Social, Saúde, Tutelar, Dos Direitos da Criança e do Adolescente PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS REALIZADA PARA PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS ALCANÇAR A SOLUÇÃO DA AÇÃO -falta de -curso de capacitação. motivação -palestras e oficinas nas dos Escolas. Falta de conselheiros Universidades. Efetivação do -maiores eventos para informação e a buscarem -MP. trabalho e de sociedade. Urgente. formação dos informações -Secretárias políticas -utilização de espaços Conselhos. e Municipais. públicas. públicos para capacitação. - Escolas. divulgação. Falta -boletins informativos. participação -Secretárias -Falta de -Parcerias com Estaduais. Falta de -Conselhos recursos e instituições. -SIPIA. condições de equipados. apoio de -Curso de elaboração -SERVAS Urgente. trabalho. -Melhoria dos órgãos de projetos e captação -Empresas Serviços. competentes. de recursos. privadas. 44 Quadro 5.13 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Pai Pedro. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: do Meio Ambiente, de Habitação e Interesse social, de Assistência Social, Saúde, Tutelar, Dos Direitos da Criança e do Adolescente PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS REALIZADA PARA PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS ALCANÇAR A SOLUÇÃO DA AÇÃO -Muita - Ações acordadas entre demanda -Maior Pouca presença o MP e Conselhos no para a participação do do MP junto aos período de 03 em 03 -MP. Urgente. comarca com MP com o Conselhos. meses. pouco município. -MP itinerante profissionais. 5.4.2.4. Instituições Religiosas Em Pai Pedro ocorreu a participação de lideranças religiosas que identificaram os seguintes problemas relacionados ao cotidiano: a falta de estrutura física adequada do prédio da igreja, principal referência do município, o descrédito, bem como, a desmotivação da população para com as questões coletivas e a gestão do município. Como principais causas desses problemas, os participantes pontuaram, respectivamente, a falta de terrenos legais, o processo de construção da igreja que foi mal planejado, a ausência de bens e serviços na cidade e a falta de oportunidades sociais e o desinteresse em potencializar os existentes (QUADROS 5.14 e 5.15). 45 Quadro 5.14 – Matriz Estado/Reflexão: Instituições Religiosas em Pai Pedro. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: IGREJA CATÓLICA PARTICIPANTES: Pe. JULIANO MARIS DO NASCIMENTO LINO. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS IDENTIFICADAS -Falta de um terreno diante da irregularidade de -Diminuição da Falta de estrutura física terras no participação dos do prédio da igreja. município. fiéis. -Construção das igrejas mal planejadas. Descrédito e desmotivação da população com o município. -Ausência de bens e serviços na cidade. -Desinteresse de potencializar os serviços da cidade -Migração da população. - Poder público municipal. PESSOAS ENVOLVIDAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES -Comunidade local. -Conseguir Lugar apropriado para construção da Matriz. -Toda a população. - Poder público municipal. -Buscar formas de valorização das potencialidades como a feira no sábado. - Mobilizar a população a valorizar a economia e os produtos locais. Quadro 5.15 – Matriz Resposta: Instituições Religiosas em Pai Pedro. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: IGREJA CATÓLICA. PROBLEMAS E DIFICULDADES HIERARQUIZADAS CAUSAS AÇÃO A SER REALIZADA PARA ALCANÇAR A SOLUÇÃO QUEM PROCURAR Falta de estrutura física adequada do prédio da igreja -Falta de um terreno próprio diante das irregularidades de terras no município. - Criação de um projeto que buscasse apoio para aquisição de um lugar apropriado para construção da Matriz. -Prefeitura. -Poder Legislativo e igreja. Descrédito e desmotivação da população com o município. -Construção das igrejas mal planejadas. -Plano diretor para o município para que estruture o espaço urbano. As Escolas e igrejas. PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Curto. Efetivação do trabalho e de políticas públicas. Curto e Continuo. -Mudança e crescimento da cidade. - Autoestima da população. 46 5.4.2.5. Escolas Públicas Estiveram presentes na Terceira Ação do Projeto 10envolver os representantes dos Colegiados Escolares das seguintes Escolas: E. M. Alcides Mendes, E. E. Santos Dumont e Creche Prefeito Geraldo Rodrigues, E.M. Juscelino Kubitschek, sendo que também ocorreu a participação da Secretária Municipal de Educação. Por meio dos dados coletados, apontados e argumentados pelos participantes da Ação, verificou-se que muitos problemas hoje enfrentados pelas escolas estão relacionados as dificuldades e a questões familiares e da comunidade, as quais estão inseridas os alunos dessas instituições de ensino. Dentre os principais problemas apontados situam-se: o fato de as políticas educacionais nacionais e estaduais não serem compatíveis com a realidade local, a desorganização e desproteção familiar vista ainda como problema de “desestrutura familiar”, a falta de um Colegiado Escolar Municipal, além das inferências das questões político-partidárias no âmbito escolar (QUADROS 5.16 e 5.17). Quadro 5.16 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Pai Pedro. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: E. M. Alcides Mendes, E. E. Santos Dumont e Creche Prefeito Geraldo Rodrigues, E.M. Juscelino Kubitschek PARTICIPANTES: Mª Cleide, Regeli, Denilton, Vani Lopes PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS Políticas educacionais inadequadas às realidades locais. - Legislação da educação. - Falta compreensão do ECA. -Políticas Sociais. -Descontinuidade das políticas na Escola. - Políticas Escolares inadequada para a realidade Escolar. -Dificuldade em exercer o seu verdadeiro papel de professor. -Impunidade dos alunos indisciplinados. -Secretária Municipal e Estadual de Educação. -Conselheiros Municipais. -Promotores. -Pais. - Buscar meios de alterar algumas leis da educação. -Envolver melhor os Conselhos. -Buscar mais efetividade das promotorias. 47 Quadro 5.16 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Pai Pedro. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: E. M. Alcides Mendes, E. E. Santos Dumont e Creche Prefeito Geraldo Rodrigues, E.M. Juscelino Kubitschek PARTICIPANTES: Mª Cleide, Regeli, Denilton, Vani Lopes PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS - A Escola se torna a responsável por todas as questões -Pais. -Melhor seleção sócias (drogas, - A Escola fica -Diversão. dos conselheiros. Falta de participação dos meio ambiente, sobrecarregada -Conselhos -capacitação dos pais (desestrutura Ed. Sexual). com ações diversas Municipais. conselheiros. familiar). -Indisciplina. e educação básica. -Promotoria. -Promotorias mais -Falta de interesse -ECA. atuantes. e de perspectiva dos alunos. Falta do Colegiado Escolar Municipal. -Administração Municipal passada não se preocupava com questões democráticas. -Falta de informação da política de educação. -Falta de democracia na educação. -Secretária Municipal de Educação. -Diretores de Escolas. Criação do Colegiado Escolar. Quadro 5.17 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Pai Pedro. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: E. M. Alcides Mendes, E. E. Santos Dumont e Creche Prefeito Geraldo Rodrigues, E.M. Juscelino Kubitschek PARTICIPANTES: Mª Cleide, Regeli, Denilton, Vani Lopes AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Administração - Conscientizar os -Participação Municipal profissionais da -Secretária democrática da passada não se Falta do Colegiado educação, os pais Municipal comunidade preocupava com Longo. Escolar Municipal. acerca da da Escolar. questões importância do Educação. -Conscientização democráticas. Colegiado. cidadã. 48 Quadro 5.17 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Pai Pedro. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: E. M. Alcides Mendes, E. E. Santos Dumont e Creche Prefeito Geraldo Rodrigues, E.M. Juscelino Kubitschek PARTICIPANTES: Mª Cleide, Regeli, Denilton, Vani Lopes AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO Políticas educacionais inadequadas às realidades locais. Falta de participação dos pais (desestrutura familiar). - Legislação da educação. - falta compreensão do ECA. -Políticas Sociais. -Descontinuidade das políticas na Escola. - Políticas Escolares inadequada para a realidade Escolar. - A Escola se torna a responsável por todas as questões sócias (drogas, meio ambiente, Ed. Sexual). -Indisciplina. -Falta de interesse e de perspectiva dos alunos. - Promover Seminário Regional acerca das questões educacionais. -Divulgar os resultados dos seminários para outras regiões, para o M. Público e para a Secretária Estadual. -Promover uma rede de discussão. Secretária Municipal e Estadual. -Secretária Municipal de Educação. -Diretores. Médio. - Aprendizado do aluno. -Maior satisfação dos profissionais da educação. -Melhor formação dos alunos. -Discussão do ECA com a comunidade. -Acompanhamento dos pais pelos Conselhos. -Secretária Municipal de Ensino. -Conselhos. Médio. Melhoria do processo ensino X aprendizagem 49 5.4.2.6. Matriz Síntese Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Continua) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Políticas educacionais inadequadas às realidades locais. PRINCIPAIS CAUSAS - Dificuldades de atendimento de todos os dispositivos das legislações educacionais - Pouca abertura política para melhor contextualização regional -Descontinuidade das políticas na escola. PRINCIPAIS EFEITOS -Ensino ainda distante da realidade do alunado -Dificuldade em exercer o seu verdadeiro papel de professor. -Descrença na seriedade e responsabilização advinda das legislações POSSÍVEIS SOLUÇÕES - Promover Seminário Regional acerca das questões educacionais. -Divulgar os resultados dos seminários para outras regiões, para o M. Público e para a Secretária Estadual. -Promover uma rede de discussão que incorpore as demandas locais no processo de políticas públicas AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA - Melhor contextualização das legislações educacionais - Maior envolvimento das instâncias locais nas políticas educac. -Maior aprox. e efetividade da atuação das promotorias QUEM DEVE SER ACIONADO -Secretária Municipal e Estadual de Educação. Conselheiros Municipais.Promotores. - Famílias PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS - Melhora no processo de aprendizado do aluno. Médio - Maior satisfação dos profissionais da educação. 50 Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de participação dos pais e desproteção social familiar Falta do colegiado escolar municipal. PRINCIPAIS CAUSAS - A transferência de responsabilidades do poder público e família para a escola - Aumento da indisciplina escolar. - Desmotivação e falta de perspectiva dos alunos. - Precárias condições de vida das famílias -Pouco interesse políticoadministrativo das gestões passadas; -Falta de conhecimento da população sobre sua importância PRINCIPAIS EFEITOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES - A escola fica sobrecarregada com ações diversas e educação básica. -Discussão do ECA com a comunidade escolar -Acompanhamento dos pais pelos Conselhos. -Ampliação e fortalecimento das políticas de proteção social para as famílias - Falta de informação sobre o funcionamento da política de educação. - Falta de democracia na educação. - Conscientizar os profissionais da educação, os pais acerca da importância do colegiado. AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA - Maior participação das famílias nas ações da escola; Fortalecimento da capacidade de proteção social das famílias; Criação do Colegiado Escolar. QUEM DEVE SER ACIONADO -Pais. -Diversão. Conselhos Municipais. Promotoria. -ECA. -Secretária Municipal de Educação. Diretores de Escolas. Comunidade PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO Médio Médio e Longo POSSÍVEIS BENEFÍCIOS - Melhoria do processo ensino aprendizagem. - Maior envolvimento da família no processo educacional dos seus filhos. - Participação democrática da comunidade escolar. -Promoção da conscientização cidadã. 51 Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de condições de trabalho (sede própria, veículos, e equipamentos). Falta de formação e informação dos conselheiros. PRINCIPAIS CAUSAS -Falta de recursos e apoio de órgãos competentes; - Precárias condições de funcionamento dos conselhos - Falta de motivação dos conselheiros a buscarem informações e capacitação. -Poucas oportunidades de qualificação no município para todos os conselheiros - Falta participação. PRINCIPAIS EFEITOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES Comprometimento da qualidade dos atendimentos à população. - Serviço não prestado por falta de condições. - Dificuldade de criar estratégias mais abrangentes de atuação -Parcerias com outras entidades e órgãos públicos para melhoria das condições de trabalho dos conselheiros - Descredibilidade e a não efetivação do trabalho. - Sobrecarga sobre as mesmas pessoas. - Ação pouco esclarecida – falta de conhecimento mais amplo -Parcerias com entidades e órgãos públicos para realização de capacitações permanentes AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO Conselhos com condições qualitativas para o desenvolvimento de sua função social - Entes federados (município, Estados e União). Universidades. - MP. Secretárias Municipais. - Escolas. - Promoção de capacitações no município - Sensibilização dos conselheiros -Universidades. -Secretárias Estaduais. -SIPIA. -SERVAS. -Empresas privadas. PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Curto -Conselhos equipados. Efetivação do trabalho e de políticas públicas. - Maior qualidade dos serviços prestados e efetividade das ações Curto - Melhoria dos Serviços prestados - Conselheiros qualificados 52 Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS - Conselheiros desmotivados perante a demora das respostas Distância da atuação do Ministério Público nos conselhos. -Muita demanda para a comarca com pouco profissionais. - Pouco respaldo do Ministério Público nas ações de prevenção AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO - Sensibilização do Ministério Público sobre a necessidade de se aproximarem mais dos conselhos -Ampliação do atendimento do MP aos municípios. -Maior parceria entre MP e Conselhos. - Entes federados Universidades. - MP. -Secretárias Municipais - Criação de um projeto que buscasse apoio para aquisição de um lugar apropriado para construção da matriz. - Aquisição de um Lugar apropriado para construção da matriz. -Comunidade local. POSSÍVEIS SOLUÇÕES PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO Curto. POSSÍVEIS BENEFÍCIOS -Maior participação do MP com o município. - Distanciamento entre os órgãos. Falta de estrutura física do prédio da igreja. - Falta de terrenos diante da irregularidade terras no município. - Construção das igrejas mal planejadas. -Diminuição da participação dos fiéis. Curto. Efetivação do trabalho e de políticas públicas. 53 Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Descrédito e desmotivação da população com o município. Falta de recursos financeiros e apoio governamental para as associações. PRINCIPAIS CAUSAS -Ausência de bens e serviços na cidade. -Desinteresse de potencializar os serviços da cidade -Não têm apoio do governo. -sobrevive do pagamento das associações. - Não gera renda ou realizações para arrecadar. PRINCIPAIS EFEITOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES - Migração da população. - Poder público municipal. -Plano diretor para o município para que estruture o espaço urbano. -Falta de sede e estrutura. -falta de regularização dos documentos. -Pouco apoio aos associados. -Motivar os associados. -Realizar eventos para arrecadar recursos. -Fazer ações coletivas para ajudar a associação. -Isenção de taxas e impostos. AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO - Valorização das potencialidades como a feira livre - Mobilização popular e valorização da economia e dos produtos locais. -Toda a população. - Poder público municipal. - Associações com recursos para trabalhar. -Associados. -Associação. Governo. -MP. PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO Curto e contínuo. Curto. POSSÍVEIS BENEFÍCIOS -Mudança e desenvolvimento da cidade. - melhora na autoestima da população. Iria facilitar o trabalho da associação e melhorar a vida dos associados. 54 Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de regularização da documentação das associações. Recebimento de poucos projetos, benefícios e em menor quantidade para as associações. PRINCIPAIS CAUSAS - Falta de conhecimento. -falta de assessoria técnica. -Falta de recursos financeiros. -Falta de regularização dos documentos. -Falta de apoio governamental. -Políticas que demoram e que não atendem a necessidade do município. PRINCIPAIS EFEITOS - Não recebe projetos e benefícios. -Não traz beneficio para os associados; desinteresse associado desvalorização da Associação. -Não ajuda no desenvolvimento local/comunidade. POSSÍVEIS SOLUÇÕES -Indicar uma pessoa para esclarecer toda exigência e processo para regularizar e funcionar bem. - Regularizar a documentação. -Fortalecer a união dos associados; - realizar capacitação; -Construir projetos; -Fazer parceria com governo e entidades. AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS -Documentos regularizados e associação funcionando bem. -CMDRS -Secretárias e governo municipal. -EMATER-MG -MP Curto Recebimento de projetos e benefícios. Curto Melhoria a condição de vida do trabalhador e a comunidade. Maior número de projetos e benefícios que atendam as necessidades da comunidade. -Governo -Associação 55 Quadro 5.18 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Pai Pedro. (Conclusão) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Dificuldade de escolher uma nova diretoria nas associações existentes. PRINCIPAIS CAUSAS -Falta de conhecimento sobre a importância da associação; desinteresse. -Trabalho voluntário; -Pouca participação dos associados. PRINCIPAIS EFEITOS -Acaba escolhendo uma pessoa “errada”, que não quer de verdade; -Centralização das ações. POSSÍVEIS SOLUÇÕES -Fazer reuniões e eventos para discutir o Estatuto e para motivar sobre a importância da associação. -Motivar os associados. AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO Gestões democráticas e participativas. -EMATER-MG -Associados -Associação -Governo PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Empenho e maior participação de todos. 56 5.4.3. FRUTA DE LEITE 5.4.3.1. Associações Comunitárias Na Terceira Ação do Projeto 10envolver em Fruta de Leite estiveram presentes representantes da Associação da Mulher em Prol da Comunidade, Associação Comunitária Rural de Caiçara; Conselho Comunitário de Boa Vista, Associação Comunitária Rural de Sucesso e Canto da Sorte, Associação Comunitária de Tamboril, Associação Comunitária dos Moradores de Curral Novo, Associação Comunitária de São José II, Centro Comunitário Rural de Lagoinha e Associação Comunitária Rural do Cedro. O fato do comparecimento de poucos representantes dessas instâncias de participação popular demonstra, tal como verificado nas primeiras ações do 10envolver em Fruta de Leite, que o partidarismo político é muito acirrado entre a população e influencia a participação popular em quaisquer ações sociais que haja o envolvimento, mesmo que indireto, da Prefeitura Municipal. Dentre as dificuldades elencadas pelas Associações que estavam presentes, destacam-se os problemas de ordem estrutural e participativa no que diz respeito ao reconhecimento e valorização dessa instância; a falta de regularização dos documentos das Associações causadas pela ausência de recursos financeiros para pagar todas as taxas e registros; além da falta de regularização das terras, que precisa ser solucionado de forma urgente, pois esse tem gerado muitos outros problemas devido a falta da comprovação da posse da terra. Esse é um fato comum no Norte de Minas, devido aos inúmeros processos de grilagem de terras e a enorme quantidade de áreas devolutas do Estado. Tal problema é ainda intensificado pela falta de assessoria técnica. Há ainda a falta de sedes próprias devido à ausência de apoio e parcerias para a construção dessas (QUADROS 5.19 e 5.20). 57 Quadro 5.19 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Fruta de Leite. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: ASSOCIAÇÕES LAGUINHA E BARRA; CAIÇARA; SUCESSO E CANTO DA SORTE; CEDRO; LAGOINHA; SÃO JOSÉ II; BOA VISTA; TAMBORIL; CURRAL NOVO; RIACHO E MOBUCA PARTICIPANTES: Deonato, Zaquel, João, Matilde, Sizino, Domingos, Milde, Isaulina, João Pereira, Andréia, Roseli, Aparecida, Gregória PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Falta de -Se mantém somente assistência com os recursos dos técnica associados -Falta de -Trabalhadores rurais -Falta de apoio e realização de -Associados. -Associações com incentivos financeiros outras atividades -Associação maiores recursos Falta de Recursos de outras -Não tem apoio -Governos municipal, e condições para financeiros para instituições/parceiros para estadual e federal o seu trabalho associação -Falta de flexibilidade deslocamento e -MP (boas condições para destinar recursos transporte -Igrejas de trabalho) que seriam divididos -Falta de sede -Parceiros para outras -irregularidade Associações de funcionamento -As pessoas não veem -Dificuldade na -Associados. resultados e benefícios escolha da nova -Associação -Pessoas mais Desmotivação e como motivação diretoria -Governos municipal, motivadas, pouco interesse -Falta de informação -Pouca estadual e federal interessadas e das pessoas -Pouco envolvimento participação nas -MP participativas principalmente dos reuniões parceiros -Dificuldade de -Associados. se reunir -Falta de recursos -Associação Falta de sede -Pouca -Falta de apoio e -Governo municipal, -Sede própria própria visibilidade parcerias estadual e federal -Pouco -Parceiros/empresas reconhecimento -Irregularidade de -Associados. -Falta de recursos e funcionamento -Associação Falta de apoio financeiro -Pouco -Governo municipal, - Regularização regularização dos -Falta de isenção das reconhecimento estadual e federal das Associações documentos das taxas de -Poucos -MP Associações documentos/registro benefícios e -Sindicato Rural projetos -Falta de assessoria técnica -Perca do direito - Associados. Falta de -Falta de recursos de posse -Associação -Regularização e regularização das financeiros -Perca de acesso -Governo Posse das terras Terras -Falta de documentos aos benefícios e -MP regularizados direitos sociais 58 Quadro 5.19 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Fruta de Leite. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: ASSOCIAÇÔES LAGUINHA E BARRA; CAIÇARA; SUCESSO E CANTO DA SORTE; CEDRO; LAGOINHA; SÃO JOSÉ II; BOA VISTA; TAMBORIL; CURRAL NOVO; RIACHO E MOBUCA PARTICIPANTES: Deonato, Zaquel, João, Matilde, Sizino, Domingos, Milde, Isaulina, João Pereira, Andréia, Roseli, Aparecida, Gregória PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS Pouco -Fragilização das -Desmotivação dos -Reconhecimento reconhecimento Associações -Associados associados e diretoria social e público sobre a enquanto -Associação -Pouco sobre a importância e valor representação -Governo reconhecimento e importância das social das popular -Comunidade interesse político Associações Associações. -Descrédito Quadro 5.20 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Fruta de Leite. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações. (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER REALIZADA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS PARA ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Se mantem somente com os recursos dos associados -Criar ações para Melhoria da -MP -Falta de apoio e envolver mais os comunidade, -Governo incentivos associados das -Falta de Recursos municipal, financeiros de outras -Criar leis que façam Associações e financeiros para estadual e Curto instituições/parceiros previsão de recursos dos trabalhos associação federal -Falta de flexibilidade financeiros realizados -EMATERpara destinar -Destinar impostos para MG recursos que seriam as Associações divididos para outras Associações -As pessoas não -MP veem resultados e -Fazer reuniões com a -Governo benefícios como Maior presença de municipal, -Desmotivação e motivação interesse e convidados/palestrantes estadual e pouco interesse -Falta de informação Curto participação -Viabilizar recursos, federal das pessoas -Pouco envolvimento dos projetos e benefícios -EMATERprincipalmente dos associados. para motivar os MG parceiros associados -Associação 59 Quadro 5.20 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Fruta de Leite. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações. (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) PRAZOS PROBLEMAS E AÇÃO A SER QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS REALIZADA PARA PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS ALCANÇAR A SOLUÇÃO DA AÇÃO Local próprio -Construção da sede e de -Falta de recursos -Governo -Falta de sede própria por meio de referência -Falta de apoio e -Legislativo Médio própria incentivos e parcerias para parcerias -Empresas (viabilizar recursos) realização dos trabalhos -Fazer reuniões e -Falta de recursos e -Falta de eventos para discutir o -Governo apoio financeiro regularização dos Estatuto e para motivar -Legislativo Associações -Falta de isenção das Curto. documentos das quanto a importância -Cartórios regularizadas. taxas de Associações da associação. documentos/registro -Motivar os associados. -Falta de assessoria técnica -Falta de recursos -Facilitação burocrática -Governo Posse de - Irregularização financeiros -Parcerias do governo, -MP terras e Curto. das Terras -Falta de MP, trabalhadores, -Sindicato acesso aos documentos Associações/Sindicato -Associações benefícios regularizados -Pouco reconhecimento sobre a importância e valor social das Associações. -Desmotivação dos associados e diretoria -Pouco reconhecimento e interesse político -Divulgação sobre os trabalhos e importância da associação -Ampliação das parcerias e envolvidos/associados -Associações -Associados -Comunidade -Governo -MP Médio Associações valorizadas e reconhecidas socialmente 5.4.3.2. Conselhos Municipais Durante a Terceira Ação compareceram nove conselheiros representantes dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, de Saúde, do Idoso, do Patrimônio Cultural, do Conselho Comunitário de Fruta de Leite e do Conselho Tutelar. Os principais problemas elencados pelos conselheiros foram: a falta de participação da comunidade, a falta de capacitação, estrutura física inadequada, a desestruturação familiar e a falta de autonomia (QUADROS 5.21 e 5.22). 60 Quadro 5.21 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Fruta de Leite. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONSELHO TUTELAR; CMS; CONSELHO COMUNITÁRIO DE FRUTA DE LEITE; CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE; CONSELHO DO IDOSO; CONSELHO DO PATRIMONIO CULTURAL PARTICIPANTES: Josiane, José Elídio, José Geraldo, Weliton, Patrícia, Luzete, Moraes, Nágela PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -As capacitações em microrregiões -Capacitação no não atendem a município -Despreparo dos todos os -Conselheiros -Maior Falta de capacitação no conselheiros conselheiros -Ministério envolvimento dos próprio município -Capacitações em -Não Público órgãos microrregiões. reconhecimento responsáveis com das ações e os Conselhos funções do Conselho -Atividades não -Trabalhar a Falta de interesse da executadas com conscientização da população em participar -Acomodação da efetividade -Município população dos Conselhos e suas população -Envolvimento e -População. -Conscientização atividades participação das dos direitos e mesmas pessoas deveres do cidadão -O município não tem autonomia -Órgãos -Descentralização -Centralização das Falta de Autonomia dos para punir os federais, das ações do ações na esfera Conselhos responsáveis pelas estaduais e governo federal e federal e estadual infrações municipais. estadual Falta de recursos financeiros -Burocracia na liberação dos recursos -Distanciamento das instituições e de órgãos federais e estaduais -Falta de informação para captação de recursos -Falta de investimento no município -Falta de estrutura física -Falta de interesse da população -Secretarias federais e estaduais -IEFA -Universidades -Curso de elaboração e captação de recursos -Técnicos das Universidades como veículo de informação Desestruturação Familiar -Falta de Apoio a família -Falta de interesse da própria família -Alcoolismo -Menor Infrator -Gravidez na adolescência -Evasão Escolar -Drogas -Escola -Assistência Social -Saúde -Conselheiros -População -Desenvolver trabalhos com as famílias 61 Quadro 5.22 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Fruta de Leite. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO -Universidades. -Despreparo dos -Capacitação Falta de -MP. conselheiros efetiva no capacitação no -Secretárias -Capacitações em município próprio município Municipais microrregiões. - Escolas. -Secretárias Falta de interesse Estaduais. da população em -SIPIA. -Acomodação da -Ação de resgate participar dos -SERVAS população de pertencimento Conselhos e suas -Empresas atividades privadas. Falta de Autonomia dos Conselhos -Centralização das ações na esfera federal e estadual - Descentralização das esferas federais e estaduais (cobrar das instâncias competentes) Falta de recursos financeiros -Burocracia na liberação dos recursos -Distanciamento das instituições e de órgãos federais e estaduais -Falta de informação para captação de recursos -Criação de Fundos para os Conselhos como obrigação dos municípios -Falta de Apoio a família -Falta de interesse da própria família -Capacitação dos agentes da saúde e da assistência social para realização de trabalhos que contribua para estruturação familiar. Desestruturação Familiar -MP -MDS -Ministério da Saúde -Ministério Púbico -Conselhos -Secretarias (Curto: Até 06 meses/ Médio: PRAZOS PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Urgente. -Conselheiros capacitados para atuação Urgente. -População ativa e participativa Urgente -Autonomia dos Conselhos para fiscalizar Urgente -Conselhos com estrutura própria e condições de trabalho Um a Dois anos -Famílias bem estruturadas com noção de participação e envolvimento 62 5.4.3.3. Instituições Religiosas Compareceram para as atividades dessa Terceira Ação do 10envolver os pastores da igreja Assembleia de Deus e Deus é Amor. Em grupo, dois pastores destacaram que um dos principais problemas do município é a dependência química causada pela falta de apoio dos poderes públicos municipal, estadual e federal, pelo tráfico de drogas e, principalmente, devido à falta de políticas públicas voltadas para a juventude, pois os jovens não têm oportunidades e nem incentivos para buscarem uma vida melhor. Tal problema tem causado outros efeitos como furtos e prostituição. Outro problema identificado é a dificuldade de articulação da fé com a ação social. Os pastores relataram que a igreja sobrevive da ajuda e contribuições dos fiéis, então sempre falta recursos para o desenvolvimento de projetos sociais (QUADROS 5.23 e 5.24). Quadro 5.23 – Matriz Estado/Reflexão: Instituições Religiosas de Fruta de Leite. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS, DEUS É AMOR PARTICIPANTES: Pr. Antônio e Pr. Gilberto PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS IDENTIFICADAS - Dependência Química -Falta de apoio do poder público municipal, estadual e federal. -Tráfico de drogas -Falta de incentivo a juventude -Furtos -Exploração Sexual -Discriminação -Jovens -Famílias -Igreja -Governo -Sociedade em geral - Dificuldade de articulação entre fé e ação social -Falta de recursos financeiros -Burocracia Legislativa que dificulta o apoio do poder público -Não há mudança de vida -Não há mudança da realidade social -Igrejas -Pessoas em vulnerabilidade social e espiritual POSSÍVEIS SOLUÇÕES -Criação do Centro de recuperação de dependentes químicos que trate o lado espiritual, social e biológico. -Combate ao tráfico de drogas -Projetos que firmem parceria entre as igrejas e poder público municipal -Maior autonomia às igrejas 63 Quadro 5.24– Matriz Resposta: Instituições Religiosas de Fruta de Leite. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES PARTICIPAÇÃO POPULAR: Igrejas (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio). AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Falta de apoio -Projetos que dos poderes -Prefeitura busquem -Tratamento público municipal, -Ministério financiamento para da - Dependência estadual e federal Público criação do centro de Imediato dependência Química -Tráfico de drogas -Estado recuperação para química no -Falta de -Governo dependentes município incentivo a Federal químicos juventude -Diminuição dos problemas -Falta de recursos sociais -Prefeitura financeiros -Melhorias na - Dificuldade de -Parceria entre -Órgãos -Burocracia Médio prazo saúde e articulação entre igreja e poder federais e Legislativa que (6 meses) educação fé e ação social público estaduais dificulta o apoio -Redução da do poder público criminalidade -Autonomia das igrejas 5.4.3.4. Escolas Públicas Participaram da Terceira Ação do Projeto 10envolver em Fruta de Leite somente representantes dos Conselhos Escolares: de quatro Escolas Municipais e de uma Escola Estadual. A falta de consciência cidadã, a busca por benefícios individuais e o não entendimento da importância do Colegiado Escolar e das responsabilidades de um membro colegiado fazem com que se tenha uma divisão política partidária nessa instância pelos segmentos escolares representados. Na realidade não ocorre a representação dos segmentos escolares, pois os membros dos colegiados agem de acordo com a política partidária. Dessa forma, ocorrem inimizades entre os membros dos colegiados e atraso nas tomadas de decisões, acarretando prejuízos para a administração escolar. Com isso, é gerado um atraso político, econômico e social para toda a comunidade. 64 A falta de capacitação para os membros do Colegiado é outro problema identificado, pois o governo não oferta tal capacitação e, com isso, os membros não exercem seu papel efetivamente. Mesmo que haja algumas considerações sobre a importância e responsabilidades do Colegiado, feitas pelos próprios profissionais da escola, estas são feitas de maneira superficial e os membros não as levam a sério. O último problema identificado se refere à dificuldade de se constituir um Colegiado nas escolas municipais do meio rural (QUADROS 5.25 e 5.26). Quadro 5.25 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Fruta de Leite. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: COLEGIADO ESCOLAR DA E.E ANIBAL GONÇALVES DAS NEVES, ESCOLA MUNICIPAL MILITONA DOS ANJOS SILVA, ESCOLA MUNICIPAL PRÉ-PITUCHINHA, ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO DO JEQUI, ESCOLA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA PARTICIPANTES: Ana Lúcia, Rosemary, Elica, Olívia, Sileide, Maria de Fátima, Joelma Jane. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS Divisão Política Partidária pelos segmentos representados pelo Colegiado Escolar Dificuldade de a comunidade Escolar entender o verdadeiro papel do Colegiado Falta de Capacitação para o Colegiado Escolar - Falta de consciência cidadã - Individualismo e busca de benefícios próprios -Não discernimento entre pessoal e profissional - Falta de esclarecimento e divulgação de informações sobre o Colegiado - Falta de interação entre comunidade e Escola -O governo não oferece -Atraso político, econômico e social -Atraso nas tomadas de decisões para um melhor desenvolvimento Escolar -Diretor -Funcionários -Alunos -Políticos -Comunidade Escolar - Realização de seminários para debater a consciência política -Palestras para conscientização sobre a coletividade - Cobranças indevidas ao Colegiado - Geração de conflitos que não são de competência do Colegiado -Comunidade -Escola -Colegiado -Diretor -Superint. Regional de Ensino -Plenária com a comunidade Escolar - Superintendência Regional de Ensino -Diretor -Realização de Capacitação para os Colegiados - Reforçar o pedido constantemente -Os representantes Colegiados não exercem efetivamente suas funções 65 Quadro 5.25 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Fruta de Leite. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: COLEGIADO ESCOLAR DA E.E ANIBAL GONÇALVES DAS NEVES, ESCOLA MUNICIPAL MILITONA DOS ANJOS SILVA, ESCOLA MUNICIPAL PRÉ-PITUCHINHA, ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO DO JEQUI, ESCOLA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA PARTICIPANTES: Ana Lúcia, Rosemary, Elica, Olívia, Sileide, Maria de Fátima, Joelma Jane. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Falta de informação sobre -Secretaria o que é necessário - Inexistência do Municipal de para criação do -Capacitação Dificuldade em Colegiado Educação Colegiado para criação do constituir o Colegiado -Problemas -Comunidade -Dificuldade de Conselho e como Escolar municipal rural Escolares não Escolar locomoção entre administra-lo solucionados -Servidores as comunidades Municipais devido a distância entre elas Quadro 5.26 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Fruta de Leite. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio). AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS PARA ALCANÇAR PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS A SOLUÇÃO DA AÇÃO - Divisão Política Partidária pelos segmentos representados pelo Colegiado Escolar - Falta de consciência cidadã - Individualismo e busca de benefícios próprios -Não discernimento entre pessoal e profissional -Mobilizar, Divulgar e proporcionar a execução dos seminários e palestras. -Superintendência Regional de Ensino -Diretor Contínuo -Consciência Cidadã -Espírito de Coletividade -Ações com ética e profissionalismo 66 Quadro 5.26 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Fruta de Leite. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio). AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS PARA ALCANÇAR PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS A SOLUÇÃO DA AÇÃO - Falta de esclarecimento e divulgação de - Dificuldade de a -Maiores informações comunidade -Divulgação em -Superintendência Esclarecimentos sobre o Escolar entender massa pela rádio Regional de -Maior Colegiado 1ª semestre o verdadeiro local e carro de Ensino interação - Falta de papel do som -Diretor comunidade e interação entre Colegiado. Escolar comunidade e Escola - Falta de Capacitação para o Colegiado Escolar - Dificuldade em constituir o Colegiado Escolar municipal rural -O governo não oferece -Falta de informação sobre o que é necessário para criação do Colegiado -Dificuldade de locomoção entre as comunidades devido a distância entre elas - Capacitação pela Superintendência Regional de Ensino -Criação do Conselho -Superintendência Regional de Ensino -Diretor -Superintendência Regional de Ensino -Secretaria Municipal de Educação Contínuo Urgente -Atuação efetiva e satisfatória -Ação Imparcial do Colegiado -Participação efetiva da comunidade na vida Escolar e social -Maior rendimento e aproveitamento Escolar 67 5.4.3.5. Matriz Síntese Quadro 5.27 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Fruta de Leite. (Continua) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS Falta de regularização das Associações e de legalização dos documentos Burocratização e ausência de assessoria técnica Falta de recursos financeiros para manutenção das Associações. -Falta de investimento na comunidade - Descrédito na associação por parte da comunidade Baixa participação das comunidades nas Associações Desinteresse pelas instâncias de participação popular. -Desconhecimento da real importância da instância PRINCIPAIS EFEITOS Não recebimento de incentivos e benefícios governamentais Dificuldade na realização das ações propostas POSSÍVEIS SOLUÇÕES Firmar parceria com o poder público e a EMATER-MG para que se consiga conhecer a situação fiscal e contábil das Associações AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Viabilizar descontos para o pagamento de dívidas das instâncias Poder público e a EMATER-MG Melhoria na vida das comunidades e no desenvolvimento das Associações. Maior apoio das instituições parceiras Maior flexibilização dos projetos Poder público municipal, estadual e federal e instituições parceiras. Maiores atividades e ações realizadas pelas Associações Firmar parceria com o poder público e judiciário Estimular a participação, uma das estratégias seria o aumento de concessão de benefícios e projetos de iniciativa pública ou privada. - capacitação para as lideranças e os membros associados Poder público e Ministério Público Aumento da motivação e participação dos associados 68 Quadro 5.27 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Fruta de Leite. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de infraestrutura das Escolas, ausência ou ineficácia de transporte Escolar eo distanciamento entre Escola e família. Falta de capacitação para os membros do Colegiado A falta de equipamentos de infraestrutura tais como, veículo de transporte e sede própria os Conselhos PRINCIPAIS CAUSAS Precariedade dos espaços físicos, na falta de acessibilidade das estradas que ligam as comunidades com o perímetro urbano, na ausência de apoio às famílias em vulnerabilidade social, na falta de saneamento básico entre outras causas. Falta de informação sobre as competências do órgão Ausência de recursos financeiros próprios das instâncias PRINCIPAIS EFEITOS Evasão Escolar E interferência direta no processo ensinoaprendizagem Os membros não reconhecem a importância do órgão Dificuldade de desenvolver com plenitude as atribuições dos Conselhos POSSÍVEIS SOLUÇÕES AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA Melhorias no transporte Escolar, construção de espaço físico adequado para as Escolas e buscar estratégias de aproximação da família. Capacitação dos membros Colegiados Firmar parceria com poder público para aquisição de equipamentos Buscar parcerias com instituições que promovam essa capacitação para os membros Assessoria técnica para construção de projetos que pleiteiem a aquisição dos equipamentos necessários QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS A Escola, o poder público municipal e demais esferas e as famílias. Melhoria na qualidade do processo ensinoaprendizagem Universidades Poder Público Membros conscientes do seu papel e função do Colegiado Os próprios Conselhos, o poder público municipal e a população em geral. Maior eficiência nas atividades e atribuições dos Conselhos 69 Quadro 5.27 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Fruta de Leite. (Conclusão) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES POSSÍVEIS SOLUÇÕES AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO Universidades Ministério Público Poder Público municipal Fortalecimento dos Conselhos e conselheiros capacitados POSSÍVEIS BENEFÍCIOS PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS Conselheiros descompromissados com seu verdadeiro papel Ações paralisadas por falta de maiores informações pelos conselheiros Firmar parcerias com instituições promotoras dessa capacitação Capacitação para os conselheiros no município Ausência de legalização das terras; fragilidade ou inexistência de parcerias dos órgãos públicos para com o CMDRS Compra e venda de terras na região sem documentos; desmobilização entre as instâncias Interferem diretamente nas funções das instâncias em questão. Firmar parcerias com o poder público e instituições de acessória técnica Construção de projetos que viabilizem a resolução dos entraves identificados Poder público e instituições de acessória técnica Fortalecimento do Sindicato dos trabalhadores rurais de Bonito de Minas e do CMDRS Dificuldade de articulação da fé com a ação social -falta de condições da igreja, como entidade sem fins lucrativos -falta recursos para desenvolver os projetos sociais - burocracia do legislativo como um dos principais motivos para ausência de recursos para investir na área social A comunidade deixa de ser atendida com mais projetos sociais para além dos ofertados pelo poder público Parceria entre igreja e poder público -Poder público municipal - igreja Abrangência de trabalhos sociais para a comunidade Falta de capacitação para os conselheiros Busca de financiamentos para projetos que permitam a elaboração de novos projetos sociais 70 5.4.4. INDAIABIRA 5.4.4.1. Associações Comunitárias Na Terceira Ação do 10envolver em Indiaibira estiveram presentes representantes das Associações Comunitárias de Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Vereda do Atoleiro; da Fazenda Lagoa da Pedro/Benfica; de Curral Novo e Muzelo; de Sapé/Maravilha; da Fazenda Mocambo; de Brejo Grande; Fazenda Tombador; da Associação Comunitária dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Fazenda Vargem Grande; da Fazenda Barra de Areia; da Fazenda Canabrava; da Associação dos Cavalheiros da Fraternidade de Barra de Alegria; Associação de Desenvolvimento Comunitário Rural da Fazenda Grande; da Fazenda Taquaril e Associação dos Trabalhadores Rurais e demais atividades profissionais Amigos e Moradores do Bairro Aleixo Martins. Dentre as dificuldades apontadas, pelos membros das Associações que estavam presentes, destaca-se a ausência da participação comunitária, uma vez que segundo os associados o individualismo existente resulta na descrença da Associação, fato que a prejudica para a captação de recursos e benefícios coletivos. Outras dificuldades elencadas foram: a falta de recursos, o que dificulta a regularização dos documentos dos associados e o custeio das Associações; a falta de documentação de terras e a construção da barragem de Berizal. Com a construção dessa barragem mais de setecentas famílias, incluindo quilombolas, serão remanejadas, o que acarretará para essas a perda da terra e da condição de vida na qual estão inseridas (QUADROS 5.28 e 5.29). 71 Quadro 5.28 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Indaiabira. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR – ASSOCIAÇÃO TR E DAP, AMIGOS E MORADORES DO BAIRRO ALEIXO MARTINS; ASSOCIAÇÃO DOS CAVALEIROS DA FRATERNIDADE DE BARRA DE ALEGRIA; ASSOC. CURRAL NOVO E MUZELO; FAZENDA GRANDE; ASSOC. COMUNITÁRIA LAGOA DA PEDRA BENFICA; ASSOC. FAZENDA VARGEM GRANDE; FAZENDA BARRA DE AREIA E FAZENDA LOBEIRO; ASSOC. DOS TRABALHADORES RURAIS FAZENDA TOMBADOR; ASSOC. DOS PEQUENOS TRABALHADORES VEREDA DO ATOLEIRO; ASSOC. FAZENDA BREJO GRANDE; ASSOC. DA COMUNIDADE REMANESCENTE DO QUILOMBO BREJO GRANDE; ASSOC. DOS PEQUENOS PRODUTORES RURAIS SAPE-MARAVILHA; APAE PARTICIPANTES: Ana, Laudelino, Delmani, Deusmani, Irailde, Joel, Everaldo, Ailton, Amaro, Ildo, Amadeu,Alicinio, Josefa, Lidia PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Não acesso aos recursos e projetos -Regularização da -INCRA -Não conseguem posse da terra -Não -ITER-MG projetos com -Reforma agrária Falta de documentação regulamentação do -MP maiores recursos -Maior da Terra ITER-MG na época -MDA -Posseiros sem representação da grilagem -Posseiros documentação Federal e Estadual comprobatória de no município suas terras -dificuldade para -Advogado -Monopólio do regularizar a -Cartório -Ação do MP para Monopolização da advogado e documentação -MP averiguar essa Assessoria Jurídica cartório de (empecilhos) -Prefeitura situação Taiobeiras -Custo Adicional -Regularização das terras -Ter mais acesso -Irregularização de aos recursos documentos dos -Políticas Públicas -Não acesso aos -Advogado associados para os órgãos projetos -Cartório -Falta de condições representativos dos Falta de recursos -Geração de -MDA para manter a peq. Produtores financeiros despesas nas trocas -MDS associação rurais de diretorias -CMDRS -Falta de Acesso -Políticas Públicas -Falta de estrutura aos recursos de subsidio a essas instituições -Isenção das taxas para essas Associações - Recursos para a -Não tem -Descredibilidade na comunidade Falta de envolvimento da consciência de associação -Comunidade -Reuniões de comunidade coletividade -Falta de benefícios -Associações sensibilização para -Individualismo coletivos o bem comum 72 Quadro 5.28 – Matriz Estado/Reflexão: Associações Comunitárias de Indaiabira. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR – ASSOCIAÇÃO TR E DAP, AMIGOS E MORADORES DO BAIRRO ALEIXO MARTINS; ASSOCIAÇÃO DOS CAVALEIROS DA FRATERNIDADE DE BARRA DE ALEGRIA; ASSOC. CURRAL NOVO E MUZELO; FAZENDA GRANDE; ASSOC. COMUNITÁRIA LAGOA DA PEDRA BENFICA; ASSOC. FAZENDA VARGEM GRANDE; FAZENDA BARRA DE AREIA E FAZENDA LOBEIRO; ASSOC. DOS TRABALHADORES RURAIS FAZENDA TOMBADOR; ASSOC. DOS PEQUENOS TRABALHADORES VEREDA DO ATOLEIRO; ASSOC. FAZENDA BREJO GRANDE; ASSOC. DA COMUNIDADE REMANESCENTE DO QUILOMBO BREJO GRANDE; ASSOC. DOS PEQUENOS PRODUTORES RURAIS SAPE-MARAVILHA; APAE PARTICIPANTES: Ana, Laudelino, Delmani, Deusmani, Irailde, Joel, Everaldo, Ailton, Amaro, Ildo, Amadeu, Alicinio, Josefa, Lidia PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS EFEITOS CAUSAS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Atinge diretamente a comunidade quilombola -Alagamento de - Prefeitura Criação da barragem de “Desenvolvimento” -Não construir a grandes áreas da -Comunidade Berizal da região barragem comunidade atingindo o patrimônio cultural e memória do lugar Quadro 5.29 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Indaiabira. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações. (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Ação direta do MP para liberação -MP -Não dos títulos Terras Falta de -ITER-MG regulamentação do -Acionar o ITERRegularizadas documentação da -INCRA Curto prazo ITER-MG na época MG através do e maiores Terra -Adm. da grilagem INCRA para benefícios Pública legitimar essas áreas Monopolização da Assessoria Jurídica -Monopólio do advogado e cartório de Taiobeiras -Acionar o MP para averiguar a situação -MP -Prefeitura Curto Prazo. -Associações regularizadas 73 Quadro 5.29 – Matriz Resposta: Associações Comunitárias de Indaiabira. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Associações. (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Irregularização de documentos dos -Regularizar as - ITER-MG Associações associados terras -Poder bem Falta de recursos -Falta de condições -Capacitação para público Médio estruturadas financeiros para manter a elaboração e federal, Prazo. e capaz de associação captação de estadual e captar -Falta de Acesso aos recursos municipal recursos recursos -Liberação de recursos -Associações -Mais projetos -Não tem -Parceiros -Maior Falta de -Estímulo para consciência de federais, participação envolvimento da Associações Curto Prazo. coletividade estaduais e da comunidade desenvolver -Individualismo municipais comunidade atividades para a -comunidade coletividade Criação da barragem de Berizal “Desenvolvimento” da região -Tombamento do casarão que vai ser alagado -Estudos antropológicos sobre a comunidade -Ação de indenização para todos os atingidos -Acompanhar os processos de negociação -Restauração do casarão -Providências do MP quanto a criação da barragem -MP -Fundação Palmares Curto Prazo. Comunidade com seu direito de posse da terra garantida 74 5.4.4.2. Conselhos Municipais Estiveram presentes os representantes do Conselho Municipal da Juventude, do Conselho Municipal do Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, do Conselho Municipal de Saúde, do Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural. Observou-se que os Conselhos, de modo geral, apresentaram os mesmos problemas: falta de equipamentos, necessidade de uma melhor estruturação, falta de capacitação permanente, falta de apoio financeiro e incentivo para os conselheiros, além da ausência de motivação dos mesmos (QUADROS 5.30 e 5.31). Quadro 5.30 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Indaiabira. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONSELHO DE JUVENTUDE; CMAS; CMDCA; CMDRS; CONSELHO TUTELAR; CONSELHO DO PATRIMÔNIO CULTURAL PARTICIPANTES: Vânia, Edvani, Elio, Damião, Zeli PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Conselheiros -Poder - Falta de equipamentos Executivo -Estruturação e de uma melhor -Não atendimento -Falta de valorização -Poder ampla dos estruturação dos às demandas dos Conselhos Legislativo Conselhos Conselhos -Violação de -Falta de apoio -Poder (espaços físicos direitos Judiciário adequados) -População usuária -Conselheiros -Centralização das -Desconhecimento -Funcionários -Capacitações capacitações em das do SUAS permanentes no regiões distantes do responsabilidades -Instituições município em - Falta de capacitação município e competências do parceiras caráter presencial e permanente -Poucas Conselho -Conselhos com ampla capacitações -Capacitações a Estaduais e participação dos permanentes para distância sem Federais conselheiros ampla participação grandes efeitos -População 75 Quadro 5.30 – Matriz Estado/Reflexão: Conselhos Municipais de Indaiabira. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONSELHO DE JUVENTUDE; CMAS; CMDCA; CMDRS; CONSELHO TUTELAR; CONSELHO DO PATRIMÔNIO CULTURAL PARTICIPANTES: Vânia, Edvani, Elio, Damião, Zeli PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Falta de apoio financeiro para as ações e -Desmotivação dos -Capacitações que deslocamento dos conselheiros demonstre a conselheiros -Sobrecarga de - Desmotivação dos importância dos - Falta de serviços e -Conselheiros conselheiros Conselhos conhecimento sobre atribuições para -Fundo financeiro a importância da alguns para os Conselhos participação conselheiros enquanto sociedade civil -Ausência de parcerias -Conselhos -Insatisfação e -Falta de -Entes -Conselhos com desinteresse reconhecimento dos federados recursos e - Falta de incentivo e profissional Conselhos -Parceiros estruturados para apoio financeiro -Dificuldade de -Falta de recursos -Sistema de realizar ações mais realizar ações mais financeiros garantia de efetivas efetivas destinados aos direitos próprios Conselhos -Irresponsabilidade de parte dos -Desmotivação dos conselheiros conselheiros que -Falta de -Maior autonomia - Falta de estratégias de estão atuantes legitimação de de cobrança dos responsabilização dos -Sobrecarga de regras -Conselheiros conselheiros para conselheiros perante serviços e -Falta de postura de com suas seus compromissos atribuições para cobrança dos responsabilidades alguns presidentes dos conselheiros Conselhos 76 Quadro 5.31 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Indaiabira. (Continua) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Ações de mobilização da - Falta de comunidade e equipamentos e dos Conselhos de uma melhor -Falta de -Conselhos -Qualidade dos frente às demais estruturação dos valorização dos -Gestores serviços prestados instâncias Curto Conselhos Conselhos locais -Cumprimento das governamentais, (espaços físicos -Falta de apoio -MP funções MP e parceiros adequados). (conscientização). -Falta de capacitação permanente. - Falta de estratégias de responsabilização dos conselheiros perante seus compromissos -Centralização das capacitações em regiões distantes do município -Poucas capacitações permanentes para ampla participação -Normatizar a necessidade de capacitações permanentes dos conselheiros -Envolver o MP e as instâncias governamentais e parceiros para realização das capacitações Irresponsabilidade de parte dos conselheiros -Falta de legitimação de regras -Falta de postura de cobrança dos presidentes dos Conselhos -Reuniões com os conselheiros com maior posicionamento de cobrança de suas atribuições -MP -Universidades -Conselhos -Conselho Tutelar -CMDCA Curto -Melhor atuação profissional -Maior qualidade e comprometimento com o serviço Curto -Conselheiros mais comprometidos e responsáveis perante suas ações 77 Quadro 5.31 – Matriz Resposta: Conselhos Municipais de Indaiabira. (Conclusão) MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Conselhos (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Estabelecer -Ausência de parcerias com os parcerias entes federados -Falta de com o sistema de -Conselhos reconhecimento garantias -Legislativo -Maior efetividade - Falta de dos Conselhos -Rever impostos -Executivo Médio e nas ações incentivo e apoio -Falta de recursos em prol dos -Empresas longo prazo -Maior qualidade financeiro financeiros Conselhos locais e nos serviços destinados aos -Sensibilizar o parceiros próprios legislativo Conselhos municipal - Desmotivação dos conselheiros -Falta de apoio financeiro para as ações e deslocamento dos conselheiros - Falta de conhecimento sobre a importância da participação enquanto sociedade civil -Capacitações permanentes nos municípios e com ampla participação -Conselhos -MP Curto -Conselheiros motivados -Efetividade nas ações 5.4.4.3. Instituições Religiosas Representantes de igrejas católicas, como os da Pastoral da Criança e da Congregação Religiosa Carmelitas de Vedruna, e evangélicas (Igreja Batista) compareceram e contribuíram de forma eficaz para a elaboração da Matriz Estado/Reflexão proposta pelo projeto. Deste modo, não foram elencados somente os problemas enfrentados pela instituição a qual representam, mas foram apontadas, de modo geral, as dificuldades encontradas na comunidade que influenciam nas ações das igrejas. Um dos principais problemas do município, sob a ótica das igrejas, é a desestruturação das famílias, uma vez que, a desmotivação e a baixa autoestima destas 78 geram conflitos familiares sociais e religiosos. Outro problema destacado foi a vulnerabilidade social, intimamente associada ao desemprego, a dependência financeira das instituições governamentais e ao conformismo por parte da população. Tais condições podem levar a comunidade, segundo o grupo, ao comodismo e a situações de alcoolismo e ociosidade. Por fim, foram apontadas dificuldades quanto à articulação entre a fé e a vida social. (QUADROS 5.32 e 5.33). Quadro 5.32 – Matriz Estado/Reflexão: Instituições Religiosas de Indaiabira. MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS CARMELITAS DE VEDRUNA; IGREJA BATISTA; PASTORAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA PARTICIPANTES: Ana, Franciely, Casuko, Eveline PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS DIFICULDADES POSSÍVEIS SOLUÇÕES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS IDENTIFICADAS -Quebrar paradigmas -Não atingem os (ecumenismo social) -Dificuldade de objetivos -Mobilizar a união das - Dificuldade na -Instituições mobilização social esperados instituições (somar articulação Religiosas -Despreparo dos -Movimentos e esforços) em prol do interinstitucional -Comunidade líderes religiosos Instituições benefício comunitário enfraquecidas -Capacitar os líderes locais -Atendimento individualizado de forma sistemática -Desmotivação -Conflitos -Visitas domiciliares - Famílias -Baixa autoestima familiares, sociais e -Conferências -Família Desestruturadas -Falta de religiosos. familiares com figura acolhimento do mediador -Fortalecimento dos vínculos comunitários - Vulnerabilidade Social -Desemprego -Dependência financeira dos benefícios sociais -Conformismo -Êxodo populacional da população economicamente ativa -Alcoolismo -Ociosidade -Acomodação -Igrejas -Governo -Comunidade de Indaiabira -Criar estratégias e mecanismos de fixação de empresas para garantir empregos -Fortalecer, Incentivar e potencializar a economia local -Sensibilizar e conscientizar o cidadão quanto as suas responsabilidades sociais 79 Quadro 5.33 – Matriz Resposta: Instituições Religiosas de Indaiabira. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS CARMELITAS DE VEDRUNA; IGREJA BATISTA; PASTORAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA QUEM PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS ALCANÇAR A PROCURAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS SOLUÇÃO DA AÇÃO -Diagnóstico local com participação de todas as -Dificuldade de representações -Mobilização mobilização religiosas - Dificuldade na -Igrejas religiosa e social -Programar Médio e articulação -Conselho comunitária -Despreparo capacitações para os Longo Prazo interinstitucional Interinstitucional (aproximação dos líderes líderes religiosos em da fé à vida) religiosos local neutro -Criação de um Conselho Interinstitucional -Fortalecer vínculos (Inserção dos membros familiares dentro das instituições religiosas) -Motivar a -Desmotivação autonomia e -Baixa -Igrejas - Famílias responsabilização Médio e -Famílias autoestima -Conselho Desestruturadas (identificar e Longo Prazo estruturadas -Falta de Interinstitucional potencializar um acolhimento membro esteio da família) -Atividades recreativas desenvolvidas pela comunidade como apoio institucional -Promover, desenvolver e -Desemprego sensibilizar a -Dependência comunidade para - Instituições -Cidadãos - Vulnerabilidade financeira dos despertar locais responsáveis, Contínuo Social benefícios consciência cidadã, -Conselho conscientes e sociais responsabilidade Interinstitucional ativos -Conformismo social (direitos e deveres) de forma social e municipal 80 5.4.4.4. Escolas Públicas Estiveram presentes na Terceira Ação do 10envolver em Indaiabira representantes dos Colegiados Escolares da Estadual da Escola Estadual Joaquim Vieira, da Escola Estadual João Evangelista de Almeida e da Escola Estadual João Caldeira. Dentre os problemas elencados pelas Escolas Estaduais Joaquim Vieira, João Caldeira e João Evangelista de Almeida, foi apresentada a dificuldade que os pais e membros do Colegiado têm em compreender os processos de licitação, cotação e prestação de contas, devido a pouca escolaridade dos mesmos. Assim, segundo os representantes das referidas escolas, vem ocorrendo uma aprovação dos documentos de forma passiva, sem maiores discussões e questionamentos do que está sendo aprovado. Outros problemas evidenciados foram: a dificuldade em se estabelecer horários específicos para reuniões e capacitações, a baixa atividade dos membros, embora sempre estejam presentes nas reuniões, e a falta de capacitação destes, que é dificultada pela ausência de Internet nos domicílios e pela falta de habilidade com tecnologia, o que dificulta a oferta de cursos via web (QUADRO 5.34 e 5.35). Quadro 5.34 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Indaiabira. (Continua) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Colegiado Escolar da Estadual da Escola Estadual Joaquim Vieira; Escola Estadual João Evangelista de Almeida; Escola Estadual João Caldeira. PARTICIPANTES: Osana, Sônia, Edinalva. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Incentivar os pais a -Pais estudar - Dificuldade dos pais -Alunos -Capacitações - Pouca membros do Colegiado -Aprovação de -Servidores frequentes para os Escolaridade em compreender os documentos de -SER membros -Dificuldade de processos de licitação, forma passiva -Diretor Colegiados compreensão cotação e prestação de -Superintendência -Disponibilizar contas Regional de Ensino materiais informativos 81 Quadro 5.34 – Matriz Estado/Reflexão: Escolas Públicas de Indaiabira. (Conclusão) MATRIZ ESTADO/REFLEXÃO INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Colegiado Escolar da Estadual da Escola Estadual Joaquim Vieira; Escola Estadual João Evangelista de Almeida; Escola Estadual João Caldeira. PARTICIPANTES: Osana, Sônia, Edinalva. PROBLEMAS OU PRINCIPAIS PRINCIPAIS PESSOAS POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS EFEITOS ENVOLVIDAS SOLUÇÕES IDENTIFICADAS -Pais - Falta de -Alunos informação para - Membros presentes, - Participação -Servidores -Capacitação para compreender e porém pouco ativos. Passiva -Diretor os membros argumentar -Superintendência Regional de Ensino -Reuniões -Incompatibilidade -Pais - Dificuldade em -Acúmulo de ordinárias de horários devido -Alunos estabelecer horários documentos periódicas com o trabalho dos -Servidores específicos para reuniões para serem horários e datas membros -Diretor e capacitações analisados estabelecidas - Pouca capacitação para os membros Colegiados (capacitação via web) -Falta de Recursos Financeiros e humanos -Falta de acesso a internet em domicílio -Falta de habilidade com tecnologia - Dificulta o órgão Colegiado em exercer seu verdadeiro papel -Não participação efetiva no curso - Superintendência Regional de Ensino -Capacitação específica para conhecimento de cada tema em momentos distintos -Internet banda larga nas Escolas -Horários específicos para execução do curso na Escola 82 Quadro 5.35 – Matriz Resposta: Escolas Públicas de Indaiabira. MATRIZ RESPOSTA: PROPOSTA DE AÇÕES INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Escolas (Curto: Até 06 meses/ Médio: 06 meses até 01 ano/ Longo: até um ano e meio) AÇÃO A SER PRAZOS PROBLEMAS E REALIZADA PARA A POSSÍVEIS DIFICULDADES CAUSAS QUEM PROCURAR PARA ALCANÇAR REALIZAÇÃO BENEFÍCIOS HIERARQUIZADAS A SOLUÇÃO DA AÇÃO -Reunião para - Dificuldade dos sensibilização pais membros do sobre a -Análise e - Pouca -Superintendência Colegiado em importância de aprovação de Escolaridade Regional de Ensino compreender os estudar, Contínuo documentos -Dificuldade de -Diretor processos de apontando os com maior compreensão -Servidores licitação, cotação benefícios do consciência e prestação de conhecimento contas. -Conselho - Falta de fortalecido - Membros informação para -Promover -Superintendência No decorrer exercendo o presentes, porém compreender e encontros Regional de Ensino do ano papel pouco ativos. argumentar motivacionais -Diretor letivo consultivo e deliberativo - Dificuldade em estabelecer horários específicos para reuniões e capacitações - Pouca capacitação para os membros Colegiados (capacitação via web) Incompatibilidade de horários devido o trabalho dos membros -Falta de Recursos Financeiros e humanos -Falta de acesso a internet em domicílio -Falta de habilidade com tecnologia -Criar cronogramas préestabelecidos de reuniões ordinárias aprovados por todos os membros. -Encaminhar ofício para a Superintendência Regional de Ensino solicitando capacitações -Colegiado Escolar - Superintendência Regional de Ensino -Diretor 1 mês Curto -Não acúmulo de documentos para serem aprovados -Membros mais críticos e participativos 83 5.4.4.5. Matriz Síntese Quadro 5.36 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Indaiabira. (Continua) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS Baixa participação das comunidades nas Associações Desinteresse pelas instâncias de participação popular. -Desconhecimento da real importância da instância Descredibilidade da associação, o que prejudica a mesma quanto a captação de recursos e benefícios coletivos Falta de documentos das terras A falta de documentos da terra devido a não regulamentação do INTER na época da grilagem -A dificuldade para regularizar as terras devido a dificuldades institucionais, financeiras e monopolização da assessoria jurídica que determina um custo adiciona. -Falta de Regularização dos documentos dos associados e o custeio das Associações - Não acesso aos recursos materiais através da implementação dos projetos POSSÍVEIS SOLUÇÕES Firmar parceria com o poder público e judiciário - Regularização das Terras pelo Estado AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA QUEM DEVE SER ACIONADO Estimular a participação, uma das estratégias seria o aumento de concessão de benefícios e projetos de iniciativa pública ou privada. - capacitação para as lideranças e os membros associados Poder público e Ministério Público Aumento da motivação e participação dos associados Poder público e Ministério Público Realização pessoal e possibilidade de acessar créditos financeiros em bancos. -Assistência jurídica que contribua para essa regularização de forma menos burocrática e alto custo PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS 84 Quadro 5.36 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Indaiabira. (Continuação) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Falta de infraestrutura das Escolas, ausência ou ineficácia de transporte Escolar eo distanciamento entre Escola e família. A falta de equipamentos de infraestrutura tais como, veículo de transporte e sede própria os Conselhos PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES Precariedade dos espaços físicos, na falta de acessibilidade das estradas que ligam as comunidades com o perímetro urbano, na ausência de apoio às famílias em vulnerabilidade social, na falta de saneamento básico entre outras causas. Evasão Escolar E interferência direta no processo ensinoaprendizagem Melhorias no transporte Escolar, construção de espaço físico adequado para as Escolas e buscar estratégias de aproximação da família. Despreparo financeiro dos entes da federação e do sistema de justiça frente aos Conselhos que não são valorizados de acordo com a relevância que possuem. Os conselheiros ficam impedidos de realizar ações de sua competência, o que interfere na agilidade dos serviços prestados, pois diante de uma situação de demanda urgente que não é atendida os direitos ficam a mercê da violação Firmar parceria com poder público para aquisição de equipamentos AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA Assessoria técnica para construção de projetos que pleiteiem a aquisição dos equipamentos necessários QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS a Escola, o poder público municipal e demais esferas e as famílias. Melhoria na qualidade do processo ensinoaprendizagem Os próprios Conselhos, o poder público municipal e a população em geral Maior eficiência nas atividades e atribuições dos Conselhos 85 Quadro 5.36 – Matriz Síntese do Diagnóstico Social de Indaiabira. (Conclusão) PRINCIPAIS PROBLEMAS /OU DIFICULDADES Pequena participação dos membros voluntários e das famílias, recursos financeiros insuficientes e dificuldade de firmar parcerias com demais órgãos e instâncias. Falta de articulação entre a fé e a vida social. PRINCIPAIS CAUSAS PRINCIPAIS EFEITOS Desmotivação dos membros, da família, na desvalorização do trabalho desenvolvido por não ser remunerado e pela ausência de mobilização. Pouco reconhecimento da importância da pastoral da criança -Desmotivação dos membros e falta de apoio do poder público municipal -Falta de recursos financeiros para elaboração de projetos sociais Instituições se encontram desarticuladas, o que dificulta a mobilização social frente às insatisfações que possuem. POSSÍVEIS SOLUÇÕES -Articulação entre poder público municipal e igrejas AÇÃO A SER REALIZADA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA Capacitação local para os líderes religiosos e a quebra de paradigmas através do ecumenismo social, o que levaria a uma união das instituições em prol do benefício comum a partir da junção de forças. QUEM DEVE SER ACIONADO PRAZOS PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO POSSÍVEIS BENEFÍCIOS Líderes, coordenadores e demais membros da pastoral, e a população como um todo. Reconhecimento da Pastoral da Criança e valorização das atribuições da mesma. -Sociedade, Poder público e lideranças religiosas. -A sociedade ganharia com maiores projetos sociais, além de contribuir com o aumento da fé das pessoas 86 5.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DA TERCEIRA AÇÃO A Terceira Ação do Projeto 10envolver para o diagnóstico sócio situacional das instâncias de participação popular dos municípios Gameleiras, Fruta de Leite, Indaiabira e Pai Pedro, ocorre por meio da Metodologia Matrizes ERR, elaborada pelo Grupo de Pesquisa a partir da metodologia Marco Lógico, consagrada nos meios acadêmicos. Essa metodologia, estruturalmente adaptada aos objetivos do Projeto 10envolver, viabilizou a construção de duas matrizes distintas e complementares, que transcrevem as informações a respeito da dinâmica e das principais dificuldades enfrentadas pelas instâncias de participação popular e pelas escolas públicas (Colegiados Escolares) para o cumprimento de suas funções sociais. Uma das assertivas do Projeto 10envolver é a de que as instâncias de participação popular e as escolas públicas são instrumentos para o incremento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e, de acordo com os resultados do diagnóstico sócio situacionais dos cinco municípios norte mineiro, se indica a necessidade de qualificá-las e fortalecê-las a partir dos sujeitos atuantes, reforçando a práxis de que a dinâmica de qualquer desenvolvimento não pode desconsiderar ou menosprezar o esforço popular para promover a melhoria das condições de vida e do lugar onde vivem. São esses sujeitos, no seu cotidiano, que informam os principais dilemas, as causas e efeitos de determinados problemas, nem sempre identificados por sujeitos externos a essa realidade local. São esses mesmo sujeitos que apontam as melhores alternativas e as mais coerentes respostas que consubstanciam ações para a mudança de determinada realidade. Não obstante, as limitações de todas as ordens dos sujeitos concretos e das instâncias as quais participam, são reconhecidas nesse processo. Por isso é que se entende que a expertise e a colaboração de instituições municipais, estaduais e federais somada aos esforços dos sujeitos locais podem corroborar para melhorar os índices, que ora indicam para a existência de precárias condições de vida da população, seja na área da educação, da saúde, da renda e trabalho, da assistência social, da cultura, do esporte e do lazer. Por meio do diagnóstico sócio situacional (Matrizes ERR) são apresentadas neste relatório algumas análises singulares sobre as instâncias de participação. 87 Os dados indicam que a maioria dos sujeitos que participam ativamente das instâncias de participação popular é motivada por diversos interesses, tais como, o desejo de viabilizar melhores condições de vida para o local onde vivem e até o interesse por benefícios de projetos políticos. Apesar de esse último objetivo não ser percebido pelos sujeitos enquanto interesse coletivo, o qual também culmina em melhorias para a localidade. Durante o desenvolvimento das Matrizes Estado/Reflexão se observou a dificuldade dos participantes em entender o que seria um problema particular dos sujeitos e um problema da instância a qual representavam. As dificuldades pessoais são internalizadas como sendo as dificuldades das instâncias sociais. Outra questão apresentada com relação aos objetivos das instâncias de participação popular é o fato de que grande parte dos sujeitos que apresentam legítimas motivações para a participação nessas instâncias desconhece a sua função social, fato também evidenciado na Matriz Estado/Reflexão. Destaca-se que as instâncias devem se preocupar com os interesses dos seus representados e que existem funções e atribuições coletivas que ultrapassam as questões particulares, pois as instâncias devem ser qualificadas para bem representar os sujeitos que a legitimam. A principal dificuldade das Associações Comunitárias está nas precárias condições de funcionamento, pois a maioria não possui sede própria e os recursos financeiros são muito baixos, pois somente contam com as contribuições dos seus afiliados para manutenção e para o atendimento de todas as exigências legais. Em consequência dessa situação muitas instâncias funcionam na informalidade, por não atenderem a todos os instrumentos legais exigidos para o seu funcionamento. Em consequência dessa situação precária financeira e para saldar os custos operacionais e impostos sociais, as Associações não possuem a certificação digital que as qualificam para recebimento de projetos e de benefícios sociais. Em todas as instâncias ocorre a dificuldade de elaboração de projetos sociais e, também, há a problematização da distância física e institucional do poder público com relação a resolução de problemas. Inúmeros apontamentos sinalizam a necessidade de 88 maior aproximação dos poderes locais constituídos e dos equipamentos sociais a realidade comunitária. As populações locais desses municípios de baixo IDHM nem sempre se vê representada pelas instâncias de participação social e reclamam dos poucos benefícios auferidos por essas instâncias. Ocorre, ainda, grande demanda para a qualificação e capacitação popular para o desempenho das funções nas instâncias de participação e, também, há a necessidade de profissionais qualificados para atender as demandas das instâncias, como na regularização de documentos e na elaboração de projetos sociais para submissão aos órgãos públicos estaduais e federais. Os representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais também reforçaram essas demandas. A principal questão apontada pelos Conselhos Municipais também indica a falta de estrutura física, organizacional e capacitação para o pleno desenvolvimento de suas funções. Os Conselhos de direitos sociais são os que mais padecem com as péssimas condições de funcionamento, com destaque para o Conselho Tutelar enquanto equipamento social de insuperável significado sociopolítico. Além da grande necessidade de qualificação continuada dos conselheiros, ocorre a necessidade de capacitação para promover a aproximação entre os Conselhos Municipais e outras instâncias de participação popular, a fim de potencializar os atendimentos e resolução das demandas. Com relação aos Colegiados Escolares, foi verificado que ocorrem problemas estruturais e interferências político partidárias nessas instâncias e também há a necessidade de qualificação dos conselheiros dos colegiados para o pleno desenvolvimento de suas funções. Em alguns municípios as escolas não possuem Conselhos Escolares, o que põe em confronto a gestão democrática da política de educação dessas localidades. O Grupo de Pesquisa do 10envolver também verificou, por meio de dados e do desenvolvimento das Matrizes ERR, a importância do fortalecimento das políticas sociais para o fortalecimento protetivo das famílias. As instâncias religiosas atuam nesses municípios de forma própria, a partir de sua filosofia e carisma. No entanto, o seu poder social de mobilizar os fiéis não é totalmente aproveitado. Além disso, as ações de cunho social desenvolvidas precisam ser fortalecidas e até mesmo melhores qualificadas para superação do seu caráter assistencialista. 89 Concluiu-se que essas instâncias de participação popular desses municípios de baixo IDHM em condições frágeis de funcionamento não podem efetivamente cumprir sua função social e contribuir qualitativamente para o incremento do desenvolvimento humano. Faz-se necessário a intervenção de projetos públicos estaduais e federais para a qualificação da população motivada para atuar nas instâncias de participação social e promover o reconhecimento da importância do capital social. Nesse sentido, explicita-se a necessidade do fortalecimento dessas instâncias como estratégia política, não partidária, para a promoção de melhores condições de vida dos munícipes. 90 6 – SÍNTESE DO RELATÓRIO DO SEMINÁRIO 10ENVOLVER PARA A SOCIALIZAÇÃO DOS DADOS DOS DIAGNÓSTICOS COM PROMOTORES DE JUSTIÇA, POPULAÇÃO E LIDERANÇAS DOS CINCO MUNICÍPIOS DO NORTE DE MINAS 91 Esta síntese será apresentada pela ata elaborada pela Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais NORTE (ANEXO III), que contempla todas as ações e encaminhamentos ocorridos no Seminário Regional 10envolver Norte de Minas, realizado dia 5 de agosto de 2014, em Janaúba. 92 APÊNDICE 93 ANEXOS 94 ANEXO I – LISTA DE CONVIDADOS PARA A TERCEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER LISTA DE CONVIDADOS PARA A TERCEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM PAI PEDRO - 25 DE JULHO de 2013 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Centro Educacional Shalom Pastor da Assembleia de Deus Padre da Igreja Católica Conselho Tutelar Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CODEMA), Conselho Municipal de Habitação e Interesse Social Conselho Municipal da Juventude Conselho Municipal do Idoso Conselho Municipal de Assistência Social, Conselho Municipal de Saúde Conselho Municipal de Educação Escola Municipal Adolfo Rodrigues Gomes Escola Municipal Juscelino Kubitschek Escola Estadual Santos Dumont Assentamento P. A. Califórnia Fazenda Mirante Associação Comunitária de Mulheres Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais de Pai Pedro Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Atrás dos Morros Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Atrás dos Morros /Lajedinho Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Bela Vista Conselho Pró-Desenvolvimento de Cana Bolsa Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Cana Bolsa Angicos Associação Comunitária Dos Pequenos Produtores do Colete Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Furado das Garapas Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Iaçu/Mirante Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Lagoa Verde Associação Dos Pequenos Produtores Rurais da Região do Mirante Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Pacuí II Associação Comunitária de Mulheres de Pai Pedro Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Picada Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Passagem do Bernardo Associação Dos Assentados do Projeto de Assentamento Califórnia Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Pedra Banca KM 15 Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Salinas II Perinto Associação Dos Pequenos Produtores Rurais Salinas IV Associação Dos Pequenos Produtores Rurais da Região de Salinas V Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de São Domingos Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Serra Grande Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Tabua I/Lucivaine 95 43 44 45 46 47 48 49 50 Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Tabua I/Tanquinho Associação Dos Pequenos Produtores Rurais da Tabua II Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Taperinha Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Várzea das Pedras Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Várzea Redonda Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Várzea Redonda/Sitio Novo Associação Dos Pequenos Produtores Rurais da Vila Sudário Associação Dos Pequenos Produtores Rurais de Salinas Maravilha RELAÇÃO DE CONVIDADOS PARA A TERCEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM INDAIABIRA – 10 DE JULHO DE 2013 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Buracão e Catulé Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Vereda do Atoleiro Associação de Desenvolvimento Comunitário Rural da Fazenda Areia Associação de Desenvolvimento Comunitário dos Produtores Rurais da Fazenda Lagoa da Pedra/Benfica Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Sapé/Maravilha Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Curral Novo e Muzelo Associação de Desenvolvimento Comunitário Rural da Fazenda Estiva e Canabrava Associação de Desenvolvimento Comunitário de Caiçara Associação dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Comunidade de Gamelas Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Tombador Associação de Desenvolvimento Comunidade Rural do Distrito de Barra de Alegria Associação Comunitária dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Fazenda Vargem Grande Associação de Desenvolvimento Rural da Fazenda Grotas Associação dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Fazenda Barra de Areia Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade de Brejo Grande Associação dos Cavalheiros da Fraternidade de Barra de Alegria Associação de Desenvolvimento Comunitário Rural da Fazenda Grande Associação Comunitária dos Produtores Rurais das Comunidades de Pintado e Lobeiro Associação dos Trabalhadores Rurais e demais atividades Profissionais Amigos e Moradores do Bairro Aleixo Martins Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado de Boa Vista II Associação Comunitária dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Fazenda Canabrava Associação de Desenvolvimento Comunitários Rural da Fazenda Taquaril Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Mocambo Associação Comunitária dos Agricultores e Trabalhadores Rurais da Fazenda Gado Bravo 96 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Conselho Municipal de Assistência Social Conselho Municipal de Saúde Conselho de Alimentação Escolar Conselho Tutelar Conselho Municipal da Juventude Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável Colegiado da Escola Estadual Joaquim Vieira Colegiado da Escola Estadual Antônio Miranda Colegiado da Escola Estadual João Caldeira Colegiado da Escola Estadual. João Evangelista Colegiado da Escola Municipal Francisco Xavier de Barros Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Pastoral da Criança Pastoral da Família Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Indaiabira RELAÇÃO DE CONVIDADOS PARA A SEGUNDA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER EM FRUTA DE LEITE 11 de JULHO de 2013 1 Associação Comunitária Rural do Covão 2 Associação dos Portadores de Doenças de Chagas 3 Associação do Conselho Comunitário de Fruta de Leite 4 Associação da Mulher em Prol da Comunidade 5 Associação Comunitária de São José do Mato Preto 6 Associação Comunitária Rural de Caiçara 7 Associação Rural de Água Fria 8 Associação Rural de Jabuticabas 9 Conselho Comunitário de Boa Vista 10 Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Cutia 11 Associação Comunitária da Roça do Meio 12 Associação Comunitária Rural de Sucesso e Canto da Sorte 13 Associação Comunitária de Tamboril 14 Associação Comunitária Rural de Vacarias 15 Associação Comunitária de São José II 16 Centro Comunitário Rural de Riacho 17 Associação Comunitária dos Moradores de Curral Novo 18 Associação dos Moradores da Comunidade de Guará de Baixo 19 Centro Comunitário Rural de Lagoinha 20 Associação Comunitária Rural do Cedro 21 Associação Comunitária Bairro dos Funcionários de Fruta de Leite 22 Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Fruta de Leite 97 23 Conselho Comunitário de Fruta de Leite 24 Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável 25 Conselho Municipal de Meio Ambiente 26 Conselho de Proteção ao Patrimônio Cultural 27 Conselho Municipal do Idoso 28 Conselho Municipal de Saúde 29 Conselho Municipal da Juventude 30 Escola Estadual Aníbal Gonçalves das Neves - Colegiado Escolar 31 Escola Municipal Ribeirão do Jequi 32 Escola Municipal Militona dos Anjos Silva 33 Escola Municipal São José II 34 Escola Municipal Pré-Pituchinha 35 Escola Municipal de Cachoeirinha 98 ANEXO II – CONVITE PARA A TERCEIRA AÇÃO DO PROJETO 10ENVOLVER CONVITE É com grande satisfação que a Promotoria de Justiça de Januária e a CIMOS Vale do São Francisco vem convidar um representante dessa instituição para participar da Terceira Ação do Projeto 10envolver em Bonito de Minas, a se realizar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bonito de Minas, dia 16 de Maio de 2013, de 8 às 18 horas. Solicitamos, caso seja possível, a gentileza de levar um documento da instituição. Contamos com a sua presença e colaboração. Bruno Oliveira Muller Carolina Marques Andrade Promotor de Justiça da Promotora de Justiça Comarca de Januária Coordenadora Regional de Inclusão e Mobilização Sociais do Vale do São Francisco Obs: Os convites foram enviados para a Secretaria de Assuntos Sociais. Sra. Ana Cristina Rabelo. 99 ANEXO III – ATA DO SEMINÁRIO REGIONAL DO PROJETO 10ENVOLVER NORTE DE MINAS MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais Ata do Seminário Regional Norte de Minas Aos 5 dias do mês de agosto de 2014, às 13:00 horas, no auditório da Sindicato Rural de Janaúba, situado à Rua São Pedro, n° 236, Centro, na cidade de Janaúba – MG, foi realizado Seminário Regional do Projeto 10envolver, organizado pelo Núcleo Norte da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) do Ministério Público de Minas Gerais. O Seminário teve como objetivos a apresentação de diagnósticos e planos de intenções, sugestões de encaminhamentos, e discussão de ações vindouras do Projeto. Foi ministrada, também, palestra da Sra. Haydée da Cunha Frota, da Secretaria Nacional de Relações Político-Sociais e Consultora do Projeto de Cooperação Técnica Internacional das Nações Unidas. 100 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais Após a recepção dos convidados, o Seminário obedeceu à seguinte dinâmica: 13:35 Abertura dos trabalhos por parte da Dra. Vanessa do Carmo Diniz, Promotora da Infância e da Juventude de Janaúba, que deu as boas-vindas aos presentes, agradeceu a presença de todos, e discorreu brevemente sobre a atuação social do Ministério Público. 13:45 Início da apresentação do Projeto Desenvolver, por parte da Professora Doutora Jussara Machado Jardim, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que discorreu sobre o Projeto, explicando do que se trata e quais sao seus objetivos. Em seguida, realizou apresentação dos diagnósticos dos cinco municípios do Norte de Minas atendidos pelo Projeto, que são Bonito de Minas, Fruta de Leite, Gameleiras, Indaiabira e Pai Pedro. Em seguida, as Professoras Mestras Geusiani Pereira Silva e Tathiane Paraíso da Silva, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), apresentaram os Planos de Intenções para os cinco municípios, constando de diagnósticos dos problemas, ações a serem realizadas, responsáveis pelas ações, prazo para implantação e comissão de acompanhamento. 15:30 Pausa para o café. 15:55 Pronunciamento do Promotor de Justiça Dr. Paulo Cesar Vicente de Lima, CoordenadorGeral da CIMOS. Começou traçando um breve histórico de sua atuação no MP no Norte de 101 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais Minas. Em seguida, discorreu sobre o conceito de “capital social”, de formação de redes, e de sua importância no desenvolvimento regional, explicando que, para problemas sociais complexos, que demandam soluções complexas, deve-se buscar sinergia, articulação coletiva, travar estratégias conjuntas e formação de redes. Dissertou a respeito da gênese do Projeto 10envolver e do estado atual do mesmo, e discorreu sobre os novos desafios para o Projeto e tratou brevemente da Lei Estadual de Proteção de Povos e Comunidades Tradicionais. 16:40 A Sra. Haydée da Cunha Frota, Consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ministrou palestra a respeito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Iniciou sua palestra agradecendo o convite. Em seguida, enfatizando a característica aguerrida do povo norte-mineiro, afirmou que a pobreza é ideológica e não é culpa do povo. Na continuação, explicou os oito Objetivos do Milênio (ODM) da ONU e apresentou os resultados do Pacto do Milênio até o momento, bem como o diagnóstico do percentual de população extremamente pobre nos cinco municípios do Projeto 10envolver nos anos de 1990, 2000 e 2010. Em seguida, entregou um kit ODM para os representantes de cada um dos cinco municípios, bem como para a Professora Doutora Jussara Guimarães, da Unimontes, e para a equipe da CIMOS Norte, e encerrou sua palestra manifestando seus agradecimentos à CIMOS e aos presentes. 102 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais 17:30 Após a palestra da Sra. Haydée Frota, o Coordenador-Geral da CIMOS, Dr. Paulo Cesar de Lima, retomou a palavra, abrindo o microfone aos presentes: Sra. Edvani Brilhante, de Indaiabira - Sugeriu que o próximo encontro regional tivesse lugar num dos cinco municípios, que seria sorteado. Advertiu, também, para a dificuldade de formação de rede nos cinco municípios. Sr. José Geraldo, de Fruta de Leite – Referindo-se à importância do Projeto, diz que a educação ainda tem muito que avançar, a exemplo da saúde. Sugeriu trazer o programa Cidadão Nota 10 e outros programas similares para dialogar com o Projeto 10envolver. Sr. Jesus Heleno, de Pai Pedro – Contestou o sistema de avaliação SIMAVE, e propôs a elaboração de um documento que leve em consideração os diferentes graus de instrução de cada criança, respeitando a origem e o meio de cada uma, para entregar para o MP. A Professora Mestra Geusiani Silva interveio neste momento, e disse que, por ocasião das visitas da equipe do Projeto, essa provocação havia sido feita nos municípios, propondo que levantassem as particularidades de cada um deles, para que isto fosse levado ao Governo Federal. Demais propostas e encaminhamentos Em discussão aberta, foram levantadas as seguintes ideias, propostas e encaminhamentos: 103 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais Formação de uma rede de 2 representantes de cada cidade; Visitas de equipe da CIMOS aos municípios; Lista de emails dos participantes; Encontro regional, de maior envergadura, entre os cinco municípios, com o tema educação, a ser realizado em Janaúba ou Montes Claros, envolvendo a Igreja, o Governo Federal, dentre outras entidades; Elaboração de um Plano de Intenções - Contatar os(as) Secretários(as) de Educação dos cinco municípios, propondo que façam reuniões locais, para em seguida articular o encontro regional, que poderá ter lugar em Janaúba. Foi proposta a ideia de que, na ocasião da elaboração do convite formal para este encontro regional, houvesse a corroboração do MP, na pessoa do CoordenadorGeral da Cimos, Dr. Paulo Cesar. Nada mais havendo a debater no momento, o Dr. Paulo Cesar de Lima franqueou a palavra aos servidores da CIMOS Norte, que agradeceram os presentes, falaram sobre sua missao, e colocaram-se à disposiçao de todos. Em seguida, a Professora Doutora Jussara Guimaraes, da Unimontes, agradeceu os partícipes e falou da importância do Projeto, afirmando que o mesmo deve sair da Universidade e ir a serviço de quem precisa. Tratou das demandas dos municípios, e pôs a Unimontes à disposiçao de todos. Na sequência, fotos oficiais, agradecimentos gerais e encerramento do evento. 104 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais Sem mais, foi lavrada a presente ata, que segue assinada por mim, _________________________________Jayme Brochado Burnier Malta, MAMP 6178, que a digitei. 105