Max Horkheimer
1895 - 1973
Teoria Crítica
Em 1937, Max Horkheimer lançou
um ensaio-manifesto:
“Teoria Tradicional e Teoria
Crítica”.
Teoria Tradicional
• Fundamenta-se no início da Filosofia
Moderna.
• Tal teoria é fruto do método científico
cartesiano (localizada essencialmente no
Discurso do Método, de Descartes).
• Ela se encontra em vigor em todas as ciências
especializadas, organiza a experiência à base
da formulação de questões que surgem em
conexão com a reprodução da vida dentro da
• Trata-se de um “saber” acumulado que
permite caracterizar os fatos e analisá-los
o mais minuciosamente possível no
campo das ciências naturais (o que
implica o uso das matemáticas).
• É um olhar científico de cima para baixo.
• A exemplo da divisão social do trabalho,
a Teoria Tradicional concebe e classifica
os fatos em ordens conceituais, sendo
seus resultados “matemáticos”, portanto,
sem
aparente
possibilidade
de
contestação, tendem a manifestações de
dominação, o dominado aceita a
dominação e o dominador absorve o
direito de dominar.
• “Para o cientista, a tarefa de registro,
modificação da forma e racionalização total
do saber a respeito dos fatos é sua
espontaneidade, é a sua atividade teórica”
(HORKHEIMER, 1983, 131).
• O saber vigente é apenas aplicado aos fatos,
em um mundo concebido de forma
tradicional que é o que existe e é o que dever
ser aceito.
• A Teoria tradicional é um “método” com
fundamentos
num
processo
de
•
Nesse
sentido,
Horkheimer
aponta para a fragilidade do
exemplo acima, quando afirma
que a vida da sociedade é o
resultado da totalidade do
trabalho e de todas as suas
nuances.
• Em contra-partida aos métodos frágeis e
portanto ineficazes da Teoria Tradicional,
Horkheimer apresenta questões relevantes
para a análise da sociedade e do indivíduo:
experiências, habilidades, costumes e
tendências, constituiriam uma teoria mais
legítima,
uma Teoria Crítica, que
representaria o todo, diverso, harmônico e
consequentemente mais justo.
Teoria Crítica
• A Teoria Crítica busca aliar a teoria
e a prática, trazendo o pensamento
tradicional
dos
filósofos
e
relacionando-o ao presente.
• Contudo, a Teoria Crítica opõe-se à
Teoria Tradicional [cartesiana] e ao
tecnicismo, nos quais se enreda e se
articula o pensamento.
• Teoria Crítica possibilita a autocrítica, o
esclarecimento, e a visão sobre as ações e
dominações sociais.
• Por meio dessa análise, acredita-se coibir
a repetição da dominação, partindo dos
alertas propostos pelos pensadores de
Frankfurt.
• Em detrimento à Teoria tradicional, a
Teoria Crítica seria capaz de esclarecer a
sociedade perante às ordens instituídas e
• A Teoria Crítica oferece base para a
composição de uma visão e de um
comportamento crítico a respeito dos
conflitos existentes entre ciência/tecnologia e
cultura, propondo, além da análise, tópicos
políticos e de reorganização da sociedade,
como forma de superar a “crise de razão”.
• “crise de razão” seria o resultado de uma
crítica ao Funcionalismo.
• Enfim, a Teoria Crítica visa analisar,
interpretar e entender as relações sociais
com o objetivo de contextualizar os
fenômenos que ocorrem na sociedade,
não bastaria somente colher, por meio de
pesquisas, dados sociais, mas buscar um
esclarecimento. Tem o objetivo de criar
uma sociedade e organizações livres de
qualquer tipo de dominação.
"Em meu ensaio "Teoria Tradicional e Teoria Crítica” apontei a diferença entre dois
métodos gnosiológicos. Um foi fundamentado no Discours de la Méthode [Discurso
sobre o Método], cujo jubileu de publicação se comemorou neste ano, e o outro, na
crítica da economia política. A teoria em sentido tradicional, cartesiano, como a que se
encontra em vigor em todas as ciências especializadas, organiza a experiência à base da
formulação de questões que surgem em conexão com a reprodução da vida dentro da
sociedade atual. Os sistemas das disciplinas contém os conhecimentos de tal forma que,
sob circunstâncias dadas, são aplicáveis ao maior número possível de ocasiões. A
gênese social dos problemas, as situações reais nas quais a ciência é empregada e os
fins perseguidos em sua aplicação, são por ela mesma consideradas exteriores. – A
teoria crítica da sociedade, ao contrário, tem como objeto os homens como
produtores de todas as suas formas históricas de vida. As situações efetivas, nas
quais a ciência se baseia, não são para ela uma coisa dada, cujo único problema
estaria na mera constatação e previsão segundo as leis da probabilidade. O que é
dado não depende apenas da natureza, mas também do poder do homem sobre ele.
Os objetos e a espécie de percepção, a formulação de questões e o sentido da
resposta dão provas da atividade humana e do grau de seu poder." (HORKHEIMER,
M. Filosofia e Teoria Crítica, 1968, em Textos Escolhidos, Coleção Os Pensadores, p. 163)
SOCIEDADE ADMINISTRADA
A Teoria Crítica deve se contrapor à
sociedade administrada.
Como elaborar tal movimento?
Promover um pensar ativo, crítico, contra a
corrente, contra o instituído.
Tecnologia e Formação:
* a serviço do capitalismo
* promove a exclusão dos indivíduos
Nas Mínima Moralia, Theodor Adorno
segue contra os conceitos de formação e
tecnologia:
- Consequências alienantes presentes na
implantação da técnica na vida cotidiana.
- Impera a lei da funcionalidade.
A lei da funcionalidade apaga a
história de cada objeto,
“coisifica” (res) os indivíduos.
A EXPERIÊNCIA
FORMATIVA:
Deveria ser resultante de um
processo de maturação, sem pressa,
que exige recolhimento, silêncio,
afinidade com os objetos.
Mas
tal
experiência
se
empobrece paulatinamente pelo
anacronismo, por não produzir
“coisas úteis” para a suposta
formação e para o mercado nos
dias atuais.
Adorno identifica um certo
tipo
de
“espírito
tecnológico” que constitui a
formação do indivíduo de
nossos dias.
Mas há uma ambiguidade presente no
desenvolvimento e utilização universal da
tecnologia.
↓↑
Assim como é ambígua a relação do
indivíduo moderno com a técnica
avançada.
A
tecnologia
invade
progressivamente a vida dos
indivíduos em todas as suas
configurações.
Os efeitos são a resignação dos
indivíduos
à
tecnologia,
indiscriminadamente vigilante e
aos produtos resultantes da
tecnificação.
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