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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
HIPERATIVOS EM AÇÃO: A RELEVÂNCIA DA
PSICOMOTRICIDADE
PARA CRIANÇAS HIPERATIVAS
VANESSA SANTOS DA SILVA
NILSON GUEDES FERREIRA
Rio de Janeiro/ RJ. Fevereiro / 2003
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
HIPERATIVOS EM AÇÃO: A RELEVÂNCIA DA
PSICOMOTRICIDADE
PARA CRIANÇAS HIPERATIVAS
VANESSA SANTOS DA SILVA
Trabalho Monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Especialista em Psicomotricidade.
Rio de Janeiro/ RJ. Fevereiro / 2003
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AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus em primeiro lugar,
pois sem Ele não teria conseguido,e
à minha família que sempre teve um
alicerce firme e nunca me deixou
desanimar.
4
DEDICATÓRIA
A todas as pessoas que acreditam
no meu trabalho.
5
RESUMO
Este trabalho se destina aos professores em geral que desconhecem, o termo
hiperativos, que vêem estas crianças como sendo apenas bagunceiras e dispersas
não levando em consideração, que possam ter transtorno de déficit de atenção
prejudicando a sua leitura, escrita e atividades físicas pois não se concentram e
estão à todo tempo mudando de atividades, não deixando quem está por perto
progredir ; pois não conseguem levar nada adiante pelo simples fato de não terem
paciência para terminar determinados trabalhos propostos, preferem parar ao meio
a concluir os objetivos apresentados.
Abordando assim fatos importantes os quais muitas vezes desconhecidos
como: hiperatividade pode se hereditária, e o tratamento pode se através de terapias
com medicação tendo um trabalho também em conjunto com a família e na escola
educadores e psicomotricistas trabalhando juntos.
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METODOLOGIA
A literatura utilizada na elaboração deste trabalho teve como base livros
voltados para a área de educação infantil, educação física propriamente dita,
mostrando varias correntes de pensamento.
7
SUMÁRIO
Introdução.......................................................................................................................
8
1.
O que é Hiperatividade?.......................................................................................
9
1.1
Causas da Hiperatividade.....................................................................................
9
1.2
Como se manifesta a Hiperatividade?.................................................................. 16
1.3
Como se percebe que a criança é hiperativa?..................................................... 17
1.4
Tratamento........................................................................................................... 17
2.
O que é Psicomotricidade?................................................................................... 18
2.1.
Desenvolvimento da Psicomotricidade................................................................ 19
2.2
Coordenação global............................................................................................. 20
2.3.
Coordenação fina e óculo manual........................................................................ 20
2.4.
Esquema Corporal................................................................................................ 21
2.5
Lateralidade.......................................................................................................... 22
2.6
Estruturação Espacial.......................................................................................... 23
2.7
Estruturação Temporal......................................................................................... 23
2.8
Discriminação visual e auditiva...........................................................................
23
3.
Psicomotricidade para hiperativos.......................................................................
25
Conclusão....................................................................................................................... 27
Bibliografia..................................................................................................................... 28
Anexos... ........................................................................................................................ 30
Índice.............................................................................................................................. 35
8
INTRODUÇÃO
Acreditando que favorecer um crescimento harmonioso da criança, é antes de
tudo dar-lhe a possibilidade de existir, de tornar-se uma pessoa única , diferente dos
outros em sua maneira de se comunicar, de se expressar e de pensar ; embasado
neste contexto o nosso trabalho de pesquisa vem realizar um esclarecimento para
os educadores e psicomotricistas que deparam sempre com situações adversas, ou
melhor críticas, de não saber o que não fazer com crianças que não conseguem se
concentrar , excluindo assim a atenção da turma impedindo que o progresso seja
total das aulas .
O presente trabalho pretende unir hiperativos e psicomotricistas para que haja
uma união
global de vivências, aproveitando todas as atitudes sem perder a
essência pura da criança.
9
1. O que é hiperatividade?
A hiperatividade é um sintoma que não tem definição precisa aceita
unanimemente, mas todos concordam que compromete de modo marcante o
comportamento do indivíduo. A hiperatividade é um desvio comportamental,
caracterizado pela excessiva mudança de atitudes e atividades, acarretando pouca
consistência em cada tarefa a ser realizada. Portanto, isto incapacita o indivíduo
para se manter quieto por um período de tempo necessário para que
possa desenvolver as atividades comuns do seu dia-a-dia. Este padrão de
comportamento se mostra incompatível com a organização do seu ambiente e com
determinadas
circunstâncias.
Crianças
e
adolescentes
hiperativos
são
freqüentemente consideradas como pessoas inconvenientes.
1.1. Causas da Hiperatividade
Traumas durante o parto
O primeiro choro de um bebê é recebido com excitação como uma prova
cabal de que ele acabou de passar por aqueles que são, provavelmente, os nove
meses mais arriscados de toda sua vida. Para conseguir atravessar o canal de parto,
a cabeça precisa alterar seu formato e, assim, o crânio sofre pressões muito fortes
durante o trabalho de parto. Os ossos do crânio assemelham-se a placas articuladas
de uma armadura, que se deslocam, chegando mesmo a deslizar uns sobre os
outros permitindo a ocorrência das alterações necessárias no formato da cabeça.
Dentro da cabeça, a caixa craniana sofre deslocamento e compressões. Como é o
crânio que abre caminho, alargando o canal de parto de modo que a cabeça e o
restante do corpo possam vir à luz, é fácil perceber os riscos de que ocorram lesões
cerebrais durante o parto. Vasos sanguíneos cerebrais, delicados e frágeis, ou até
mesmo delgadas fibras de conexão entre células nervosas, podem se romper em
conseqüência destes deslocamentos e compressões. Normalmente, o cérebro não
fica exposto a tal tipo de estresse físico em nenhum outro momento da vida. Caso se
identifique alguma anormalidade no cérebro de uma criança, a primeira hipótese
para justifica-la é a possibilidade de lesão ocorrida durante o parto.
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Distúrbios Clínicos
Uma criança fortemente gripada, com nariz escorrendo, tosse, garganta
inflamada e febre geralmente é desatenta e distraída. Esta alteração de
comportamento não deve ser confundida com hiperatividade. A mudança é abrupta,
a associação com outros sintomas é clara e, quando a doença termina, também
desaparecem os problemas de comportamento. Poucas doenças apresentam a
hiperatividade como principal sintoma. Distúrbios clínicos duradouros ou crônicos,
geralmente, são acompanhados por sintomas característicos. Disfunções do
coração, fígado, rins e pâncreas produzem sintomas específicos que geralmente
encobrem quaisquer alterações de comportamento.
A glândula tireóide, localizada na região inferior do pescoço nos dois lados da
traquéia,
produz
substâncias
(hormônios
tireoideanos)
indispensáveis
ao
desenvolvimento físico e mental. A maioria das crianças cuja tireóide produz
excesso de hormônios apresenta sintomas clínicos específicos, tais como freqüência
cardíaca aumentada, transpiração excessiva e comportamento irrequieto, trêmulo,
hiperativo. Para algumas crianças, entretanto, a hiperatividade é a principal
manifestação do hipertireoidismo.
Neste caso, a redução dos níveis de hormônios tireoidianos acarretará na
amenização dos sintomas de hiperatividade.
Distúrbios Convulsivos
Uma criança de sete anos conseguia se manter bem na primeira série. Nos
três últimos meses, desde que entrou para a segunda série, passou a apresentar
dificuldades em prestar atenção e seguir as instruções da professora. Seu olhar fixo
parece, às vezes, passar direto através dela, assim permanecendo por 10 ou 15
segundos. Às vezes seus olhos ficam piscando. Quando está nervosa, esses
ataques podem ocorrer duas ou três vezes por minuto e parecem durar apenas
alguns segundos. Esta criança tem uma forma de epilepsia conhecida como
pequeno mal ou crises de ausência. Há uma breve perda de consciência,
freqüentemente associada aos espasmos de pálpebra, que normalmente duram
apenas poucos segundos e ocorrem muitas vezes ao dia. Um eletroencefalograma
(EEG) fornece um padrão claro e nítido da anormalidade em crianças com o
pequeno mal ou crise de ausência epiléptica.
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Existem medicamentos que podem eliminar as crises repentinas e prevenir a
desatenção a elas associadas.
A crise de ausência dificilmente é confundida com
hiperatividade. Os episódios de desatenção, geralmente, estão associados aos
espasmos das pálpebras, ao olhar fixo e, às vezes, aos tremores das mãos,
deixando cair objetos.
São raros os casos em que o principal sintoma da ausência epiléptica seja a
desatenção ou a queda do rendimento escolar. Se uma criança desatenta e com
facilidade de se distrair apresentar crises de olhar fixo, especialmente se
acompanhada de olhos que ficam piscando, a ausência epiléptica deve ser lembrada
como uma possível causa.
Efeitos colaterais de medicamentos
O fenobarbital, medicamento comumente usado, é eficiente no controle de
algumas formas de epilepsia. Entretanto, algumas crianças podem desenvolver
sintomas sérios de hiperatividade quando tomam fenobarbital. Assim, apresentarão
redução destes sintomas caso a medicação seja interrompida. Há um estudo
sugerindo efeitos residuais sobre o aprendizado seis meses após a interrupção da
medicação. A maioria dos médicos acredita que não há agravamento permanente da
hiperatividade após o uso do fenobarbital. Outros medicamentos que podem agravar
o quadro de hiperatividade são o Epelin ou o Hidantal, a efedrina e a teofilina. Houve
uma época em que os anticonvulsivos Epelin ou Hidantal era recomendado para o
tratamento da hiperatividade infantil, mas estudos posteriores evidenciaram que a
droga pode agravar o quadro. Os medicamentos para o tratamento de asma, como a
efedrina e a teofilina, parecem reduzir o comportamento hiperativo em algumas
crianças e agrava-lo em outras, mas de um modo geral não se evidenciam grandes
alterações. Cada criança em particular pode apresentar maior ou menor reação ao
tratamento contra asma.
Chumbo
O chumbo é um metal que não tem nenhum valor biológico conhecido, porém
sua ingestão pode envenenar o sistema energético humano.
Quando o chumbo era ingerido em grandes quantidades por crianças que
comiam pedacinhos de placas de tinta contendo chumbo das paredes de casas e
apartamentos mais antigos, ocorria o envenenamento por chumbo, uma doença
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grave e, muitas vezes, fatal. Muitas crianças morreram em conseqüência de edema
cerebral. Algumas das crianças que sobreviveram aos graves episódios iniciais
desenvolveram problemas de aprendizado e comportamento. Inicialmente,
suspeitava-se que o comportamento anormal fosse anterior à exposição ao chumbo.
Em outras palavras, os problemas de comportamento e aprendizado destas crianças
as estimulavam a ingerir placas de tinta.
Crianças que moravam perto de uma siderúrgica ajudaram a demonstrar que
mesmo níveis baixos de exposição podem provocar anormalidades. Estas crianças
estavam expostas ao chumbo em virtude da localização de suas casas, e não das
suas próprias ações. Quando o aprendizado e o comportamento foram analisados,
observou-se uma estreita correlação com a exposição ao chumbo. Sua exposição ao
chumbo não poderia ser atribuída a um comportamento preexistente.
Infecções de Ouvido
As infecções de ouvido, normalmente, provocam irritação, dor e febre. A
perda da audição, bem como problemas de fala e de linguagem são descritos como
conseqüências ocasionais. Além da possibilidade de perda da audição, não há
outros problemas irreversíveis resultantes dessas infecções. Porém, quando um
grupo de crianças hiperativas foi analisado, encontrou-se uma freqüência
surpreendente de infecções de ouvido. Mais de dois terços das crianças hiperativas
tiveram, anteriormente, dez ou mais infecções de ouvido, enquanto em um grupo
semelhante de crianças não-hiperativas, somente um quinto apresentava este
quadro.
Antes que se possa concluir que as infecções de ouvido provocam
hiperatividade, devemos compreender que existem outras explicações possíveis. Por
exemplo, se a criança hiperativa é mais sensível à dor de uma infecção e, portanto,
é levada com maior freqüência a um médico, este número mais elevado de
diagnósticos de infecção pode ser mais o resultado do que a causa neurológica
similar. Tornam-se
necessários
estudos adicionais entre
as
infecções de ouvido e hiperatividade antes que possamos considerar uma relação
de causa-efeito.
Hereditariedade.
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A
relação
entre
hiperatividade
e
hereditariedade
está
claramente
estabelecida. A primeira ligação foi estabelecida pelo estudo dos parentes de uma
criança hiperativa. Sabe-se que uma criança hiperativa tem uma probabilidade
quatro vezes maior de possuir outros membros da família com o mesmo problema.
Entretanto, o relacionamento entre a criança e sua família engloba, também, fatores
ambientais. Os problemas comportamentais da criança podem ser causados pelo
comportamento
dos
pais.
Além
disso,
uma criança
com
problemas
de
comportamento poderia contribuir para criar um ambiente caótico, que por sua vez,
poderia desencadear problemas comportamentais em outros membros da família.
Fazem-se necessários mais estudos para se estabelecer uma ligação causal entre
hiperatividade e hereditariedade.
Para demonstrar que a maior incidência de hiperatividade dentro de uma
família estava mais relacionado à hereditariedade que ao ambiente, foi necessário
estudar situações nas quais a criança foi criada longe da família biológica. Filhos
adotivos constituem um grupo no qual a ocorrência de hiperatividade não é afetada
pela influência diária da família biológica. O vínculo hereditário da hiperatividade foi
estabelecido quando se determinou que os pais e outros parentes consangüíneos de
crianças hiperativas adotivas têm probabilidade quatro vezes maior de apresentar
comportamento hiperativo.
Outra maneira
de estudar o efeito da hereditariedade é comparando o
comportamento de dois tipos de gêmeos: aqueles geneticamente idênticos,
resultantes da divisão do mesmo óvulo após a concepção: e os gêmeos
geneticamente diferentes (fraternos), resultantes da fecundação de dois óvulos. Se a
hereditariedade for um fator importante, os gêmeos idênticos terão comportamento
mais semelhante do que os gêmeos fraternos. A maior incidência de hiperatividade
observada entre os gêmeos idênticos, em comparação com os gêmeos fraternos, é
a demonstração mais cabal do fator hereditário como causa subjacente de
hiperatividade.
As famílias com crianças afetadas apresentam uma ampla gama de sintomas:
o comportamento de uma criança não pode ser previsto somente pela história
familiar. Alguns pais hiperativos não têm crianças hiperativas, enquanto pais normais
têm crianças com problemas sérios. Muitos são os fatores que determinarão se a
criança será hiperativa.
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Lesões Cerebrais
O cérebro pode ser comparado a uma luva de boxe de cerca de 1.400 gramas
localizada dentro do crânio com os dedos voltados para os olhos e o polegar abaixo
dos dedos. A parte dessa luva mais próxima dos olhos corresponde ao lobo frontal;
as juntas dos dedos, ao lobo parietal; o punho, ao lobo occipital; e o polegar, ao lobo
temporal. Estas partes dos hemisférios cerebrais situam-se acima do tronco cerebral
e do cerebelo. O cerebelo, ou centro de equilíbrio, fica entre os dedos e o punho. A
projeção semelhante ao punho, que do centro do cérebro se estende em direção aos
pés, é o tronco cerebral, que liga os hemisférios, ou centros do pensamento, com a
medula espinhal. A medula espinhal, que têm a largura de um dedo, estende-se do
topo do pescoço, através da coluna vertebral, interrompendo-se logo abaixo da caixa
torácica.
Grande parte do que conhecemos sobre as funções das diferentes partes do
cérebro resultam de observações feitas em pessoas que sofreram danos por
acidentes. Os danos em cada área específica resultam em padrões clínicos
particulares de alterações. As lesões no lado direito do cérebro resultam em
deficiências ou dificuldades com o lado esquerdo do corpo. Os danos nos lobos
frontais resultam em incapacidade de utilizar o sistema motor. Atingidos os lobos
parietais, as dificuldades manifestam-se no sistema sensorial, enquanto danos nos
lobo occipital têm como conseqüência à incapacidade de utilizar o sistema visual.
Quando o tronco cerebral é comprometido, ocorre perda de consciência.
As lesões em algumas áreas podem produzir alterações comportamentais
que apresentam semelhanças com a hiperatividade. Por exemplo, lesões do lobo
frontal podem produzir indiferença às conseqüências do comportamento e, às vezes,
aumento da impulsividade. Além disso, dano em quaisquer porções do cérebro,
aparentemente, contribuem para algum decréscimo na atenção e na concentração.
Esta observação foi à base para a crença inicial de que a hiperatividade era
um sintoma a de dano cerebral. Entretanto, uma lesão ou a remoção de qualquer
parte específica do cérebro não causa hiperatividade como seu principal ou único
sintoma.
Uma criança normal é capaz de se concentrar, prestar atenção e agir
deliberadamente em algumas circunstâncias, apesar de ser impulsiva, ter raciocínio
rápido e agir com rapidez em outras. O centro de atenção estaria trabalhando para
aumentar a concentração da criança e diminuir a sua dispersão durante as aulas
15
para que ruídos e eventos externos não impeçam que ela preste atenção e complete
seu trabalho. Entretanto, fora da sala, no pátio da escola, um jogo de basebol exige
uma resposta rápida a uma bola lançada a ela, com uma reação impulsiva.
Esse modelo cerebral permite-nos ver as crianças hiperativas como
possuidoras de centro de atenção que não está funcionando bem. Esta disfunção
leva a problemas de desempenho. Muitas vezes as crianças são impulsivas e agem
rapidamente, quando precisariam ser racionais. Nem sempre são capazes de se
concentrar e terminar seu trabalho, a menos que seja interessante ou lhe ofereçam
recompensas externas. O mau funcionamento do centro de atenção pode, portanto,
ser considerado como uma das causas do comportamento hiperativo.
O modelo do centro de atenção também nos ajuda a entender a diferença
entre hiperatividade e dificuldades de aprendizado. Uma dificuldade de aprendizado
resulta da disfunção nos hemisférios cerebrais. As informações não são
corretamente transferidas de uma parte a outra do cérebro, mas a disfunção do
centro de atenção impede que a criança se concentre, preste atenção e controle
seus impulsos.
Lembre-se: fatores ambientais (como lesões cerebrais, epilepsia, certos
medicamentos, intoxicação por chumbo) e hereditariedade foram relacionados à
hiperatividade.
A hereditariedade é a causa mais freqüente de hiperatividade.
A hiperatividade pode também ser compreendida como resultante de uma
disfunção do centro de atenção do cérebro que impede que a criança se concentre e
controle o nível de atividade, as emoções e o planejamento. O comportamento
hiperativo, portanto, pode ser encarado como um mau funcionamento desse centro
de atenção, acarretando problemas de desempenho.
1.2. Como se manifesta a Hiperatividade?
Evidenciam-se, de modo isolado ou associado, as seguintes características:
·
crianças que se mantêm em constante movimento;
·
mexem em tudo, sem motivo e sem propósitos definidos;
·
são muito impacientes e mudam de atividade com muita freqüência;
·
não conseguem permanecer sentadas para assistir a um programa de TV, como
um desenho animado;
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·
apresentam incapacidade para focar a atenção em qualquer atividade durante
um período de tempo necessário para tal. Há certa tendência para desviar a sua
atenção para outros estímulos que são impróprios para aquele determinado
momento;
·
distraem-se com muita facilidade e, freqüentemente, não conseguem terminar as
tarefas propostas para o período preestabelecido;
·
a tarefa escolar prolongada é o indicador mais evidente para se detectar a
acentuação da hiperatividade.
1.3. Como se percebe que a criança é Hiperativa?
A hiperatividade pode ser percebida em várias fases do desenvolvimento da
criança. Pode ser observada já no lactente, porém torna-se bem mais evidente
quando as crianças estão na fase pré-escolar ou escolar:
·
ao brincar, não conseguem se fixar, durante algum tempo em determinadas
atividades, pois se desinteressam rapidamente de uma atividade e saem à
procura de outra;
·
são aquelas crianças que estão sempre em todos os lugares;
·
necessitam de ser vigiadas constantemente, pois com freqüência inventam
atividades que envolvem perigo, o que gera uma grande intranqüilidade para os
pais;
·
trocam com muita freqüência de brinquedo, pois não conseguem se satisfazer
com nenhum por muito tempo;
·
apresentam espírito de destruição, mesmo com os seus objetos;
·
não conseguem ficar sentadas à mesa durante as refeições;
·
assistem televisão, mas por tempo muito limitado;
·
falam muito e mudam de assunto rapidamente, sem mesmo terminar o
pensamento anterior;
·
qualquer estímulo, por mais simples que seja, é suficiente para desviar a atenção
da atividade que estão desenvolvendo;
·
não conseguem finalizar uma tarefa de maneira adequada;
·
são muito desorganizadas na sua vida diária, com suas roupas, com os seus
objetos pessoais, brinquedos e com o material escolar.
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1.4. Tratamento
É necessário que se torne
uma série de medidas, porque o quadro é
pluridimensional: no caso, deve ser um trabalho conjunto que envolve orientação
familiar, orientação psicológica, psicopedagógica, a participação da escola,
complementado pelo tratamento com medicamento.
São receitados os medicamentos estimulantes do sistema nervoso central, ou
seja, os psicoestimulantes disponíveis no nosso mercado. Embora não sejam muitas
as opções, a maioria dos pacientes se beneficia muito com o uso criterioso desses
medicamentos. Os efeitos benéficos se evidenciam já nas primeiras semanas de
uso, o que muito entusiasma o paciente, familiares e todos os profissionais que
trabalham com a criança.
Os benefícios com o uso dos psicoestimulantes podem ser observados de
maneira substancial com diminuição da hiperatividade, melhoria do humor, do nível
de atenção e concentração, e conseqüentemente do rendimento escolar.
O tempo de tratamento é uma questão individual, que será norteada pelas
características particulares e pela resposta do paciente ao tratamento.
2. O que é Psicomotricidade?
A origem da psicomotricidade remonta à antiguidade e, nesses termos,
confunde-se com a história da Educação Física. Morizot (1982), por ocasião do 1º
Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, realizado no Rio de Janeiro, ao abordar o
que pode ser considerado um dos primeiros momentos da Psicomotricidade referese à idéia de Aristóteles (384-322 a.C) sobre o dualismo corpo-alma: “Uma certa
quantidade de matéria (seu corpo) moldada numa forma (sua alma)”. Já é possível
você perceber que ele já fazia referência à inter-relação entre o corpo e a alma.
Um outro marco significativo mais próximo do século XX, deu-se com Maine
de Biran (1766-1824). Segundo seu trabalho, “a ação assumia importância que o
indivíduo na consciência que o indivíduo tem de si e do mundo exterior, colocando o
movimento como um componente essencial na estruturação psicológica do EU”.
Psicomotricidade: é a educação do homem pelo movimento.
Etimologicamente teríamos: psique: mente. Motricidade é a propriedade que
possuem certas células nervosas de determinar a contração muscular.
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A psicomotricidade é uma ciência-encruzilhada ou, mais exatamente, uma
técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza as
aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise,
sociologia e lingüística).
Mas, além disso, é uma terapia. A “terapia psicomotriz” (segundo a expressão
proposta pelo dr. Jolivete) dipõem-se a desenvolver as faculdades expressivas do
indivíduo. Implica uma concepção radicalmente nova do corpo e obriga a pensar as
estruturas “psicossomáticas” em novos termos: o lugar do corpo no imaginário, no
conjunto de símbolos corporais (“linguagem do corpo”). Não se trata de justapor a
alma e o corpo, nem mesmo de sutilezas semânticas (“psicossomáticas”, “complexo
corpo-psiquismo”), mas de deslocar a problemática cartesiana e reformular as
relações entre a alma e o corpo, que toda filosofia coloca em oposição recíproca, até
mesmo quando afirma, por vezes a sua unidade.
Em sua prática, a psicomotricidade empenha-se em superar essa oposição: o
homem é o seu corpo – mostra-nos ela – e não o homem e seu corpo. O homem é
antes de tudo um ser falante e, ao denominar-se ele fala de seu corpo: eis o que o
caracteriza. Em contrapartida, seu corpo fala por ele, até mesmo à sua revelia, por
vezes.
A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto
comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar
seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentarlhes a eficácia e a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio.
2.1. Desenvolvimento da Psicomotricidade
Para uma pessoa manipular os objetos da cultura em que vive precisa ter
certas habilidades que são essenciais. Ela precisa saber se movimentar no espaço
com desenvoltura, habilidade e equilíbrio, e ter o domínio do gesto e do instrumento.
Esses movimentos, desde o mais simples ao mais complexo, são determinados
pelas contrações musculares e controlados pelo sistema nervoso (Brandão,1984,
p.17). Dependem portanto da maturação do sistema nervoso.
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2.2. Coordenação global
A coordenação global diz respeito à atividade dos grandes músculos.
Depende da capacidade de equilíbrio postural do indivíduo. Este equilíbrio está
subordinado às sensações proprioceptivas cinestésicas e labirínticas. Através da
movimentação e da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se
adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Conseqüentemente, vai
coordenando seus movimentos, vai se conscientizando de seu corpo e das posturas.
Quanto maior o equilíbrio, mais econômico será a atividade do sujeito e mais
coordenadas serão as suas ações.
A coordenação global e a experimentação levam a criança a adquirir a
dissociação de movimentos. Isto significa que ela deve ter condições de realizar
múltiplos movimentos ao mesmo tempo, cada membro realizando uma atividade
diferente, havendo uma conservação de unidade do gesto. Quando uma pessoa
toca piano, por exemplo, a mão direita executa a melodia, a
esquerda o
acompanhamento, o pé direito a sustentação. São três movimentos diferentes que
trabalham juntos para conseguir uma mesma tarefa.
Diversas atividades levam à conscientização global do corpo, como andar,
que é um ato neuromuscular que requer equilíbrio e coordenação : correr que
requer, além destes, resistência e força muscular; e outras como saltar, rolar, pular,
arrastar-se, nadar, lançar-pegar, sentar.
2.3. Coordenação fina e óculo-manual
A coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual e constitui um
aspecto particular da coordenação global. Temos que ter condições de desenvolver
formas diversas de pegar os diferentes objetos. Uma coordenação elaborada dos
dedos da mão facilita a aquisição de novos conhecimentos. É através do ato de
preensão que uma criança vai descobrindo pouco a pouco os objetos de seu meio
ambiente. Brandão (1984,p.5) analisa a mão como um dos instrumentos mais úteis
para a descoberta do mundo, afirmando que ela é uma instrumentação de ação a
serviço da inteligência.
A coordenação óculo-manual se efetua a precisão sobre a base de um
domínio visual previamente estabelecido ligado aos gestos executados, facilitando,
assim, uma maior harmonia do movimento. Essa coordenação é essencial para a
escrita.
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Um dos aspectos que a experimentação do corpo todo favorece é a
independência da mão e dos dedos, fatores decisivos de precisão da coordenação
visomotora. A escrita necessita desta independência dos membros para se
processar de maneira econômica sem cansaço, e para que o indivíduo consiga
controlar a pressão sobre os dedos (tônus muscular).
2.4. Esquema Corporal
O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança percebe-se
e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo. Isto significa
que, conhecendo-o, terra maior habilidade para se diferenciar, para sentir diferenças.
Ela passa a distingui-lo em relação aos objetos circundantes, observando-os,
manejando-os.
O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo
com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo em
que estabelece ligações afetivas e emocionais.
O corpo , portanto, é sua maneira de ser. É através dele que estabelece
contato com as entidades do mundo, que compreende os outros.
Todo ser tem seu mundo construído a partir de suas próprias experiências
corporais.
Morizot,
em
palestra
proferida
no
I Congresso
Brasileiro
de
Psicomotricidade em 1982, afirma:
Toda relação corporal implica uma relação psicológica pois o movimento
não é um processo isolado e está em estreita relação com a conduta e a
personalidade.
O corpo deve ser entendido não somente com algo biológico e orgânico que
possibilita a visão, a audição, o movimento, mas é também um lugar que permite
expressar emoções e estados interiores. A este respeito Vayver (1984,p.30) afirma:
Todas as experiências da criança (o prazer e a dor, o sucesso ou o
fracasso) são sempre vividos corporalmente.Se acrescentarmos valores
sociais que o meio dá ao corpo e as certas de suas partes, este corpo
termina por ser investido de significações, de sentimentos e de valores
muito particulares absolutamente pessoais.
21
Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores,
emocionais, cognitivos e sociais, precisa ter um corpo “organizado”. Esta
organização de si mesma é o ponto de partida para que descubra suas diversas
possibilidades de ação e, portanto, precisa levar em consideração os aspectos
neurofisiológicos, mecânicos, anatômicos, locomotores.
O esquema corporal não é um conceito aprendido, que se possa ensinar, pois
não depende de treinamento. Ele se organiza pela experienciação do corpo da
criança. É uma construção mental que a criança realiza gradualmente, de acordo
com o uso que faz de seu corpo. E um resumo e uma síntese de sua experiência
corporal.
2.5. Lateralidade
A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar
preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e
pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um
dos lados. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais presição e mais
rapidez. É ele quem inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia esta ação
e é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam isoladamente, mas
de forma complementar.
2.6. Estruturação Espacial
É através de espaço e das relações espaciais que nos situamos no meio em
que vivemos e que estabelecemos relação entre as coisas, em que fazemos
observações, comparando-as, combinando-as, vendo as semelhanças e diferenças
entre elas. Nesta comparação entre os objetos constatamos as características
comuns a eles (e as não comuns também). Através de um verdadeiro trabalho
mental, selecionamos, comparamos os diferentes objetos, extraímos, agrupamos,
classificamos seus fatores comuns e chegamos aos conceitos destes objetos e às
categorizações. “É esta formação de categorias que levam à generalização e à
abstração” (Kephart, 1986,p.123).
22
2.7. Estruturação Temporal
O espaço é instantâneo tomado sobre o curso do tempo e o tempo é o
espaço em movimento.
Jean Piaget
As noções de corpo, espaço e tempo, têm que estar intimamente ligados se
quisermos entender o movimento humano. O corpo cordena-se movimenta-se
continuamente dentro de um espaço determinado, em função do tempo, em relação
a um sistema de referência.
2.8. Discriminação Visual e Auditiva
Ser capaz de ouvir não significa necessariamente ser capaz de escutar, ser
capaz de vez não significa necessariamente ser capaz de olhar
Myklebust
Quando uma criança nasce, seus neurônios ligados à retina estão ainda muito
imaturos. Ela só reage à luz muito forte, não percebe as nuanças luminosas. As
informações visuais que seus receptores externos levam ao córtex cerebral são
geralmente distorcidas e muitas vezes fluidas.
Com o amadurecimento do sistema nervoso, seu aparelho visual vai também
amadurecendo e a criança vai conseguindo distinguir objetos e pessoas de seu meio
de maneira satisfatória. Ela consegue isto através da associação com outros dados
receptores. Mas só isto não é suficiente. A criança precisa aprender a controlar o
movimento dos seus olhos. Ela precisa ser capaz de dirigi-los para um determinado
ponto, precisa direciona-los intencionalmente para algum lugar. Par isto precisa ter
um controle rigoroso e preciso dos músculos extra oculares. Kephart (op. cit.) afirma
que o problema é aprender a controlar um mecanismo que está trabalhando com
perfeição. Isto significa que, mesmo com uma estrutura ocular do olho perfeita, é
necessário construir um padrão de impulsos neurológicos que a capacitará a
controlar este mecanismo com precisão, que a auxiliaria a desenvolver uma maior
percepção visual. Valette chama isto de acuidade visual e define como (op. cit., p.
145):
A acuidade visual é a capacidade de ver e de diferenciar objetos
apresentados no seu campo visual com significado e precisão. O que a
pessoa vê é o resultado de um processo psicofísico que integra forças
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gravitacionais, ideação conceitual, orientação perceptivo-espacial e
funções da linguagem.
A capacidade de responder aos estímulos auditivos é o resultado de um a
integração das experiências com a organização neurológica. Os nossos receptores
auditivos têm que ser capazes de mandar as estimulações sonoras para o cérebro
que processará, selecionará e armazenará as informações na memória. Se estas
informações forem distorcidas, o cérebro também processará informações
distorcidas. A discriminação auditiva está muito ligada à atividade motora, mais
precisamente com a escrita e particularmente o ditado. Morais afirma (1986,p.36):
Uma perfeita discriminação auditiva pressupõe uma acuidade auditiva
integra mas uma acuidade auditiva integra não implica na perfeita
discriminação dos sons.
Estes dois termos, discriminação e acuidade auditiva, têm sido empregados
por muitos autores como significando a mesma coisa. Morais faz uma distinção.
Discriminação auditiva, para ele, pode ser definida como a capacidade de se
perceber e discriminar auditivamente e sem ambigüidade todos os sons existentes
na língua falada. Pelo dicionário de psicomotricidade de Hurtado (1991) a
discriminação auditiva significa a capacidade de sintetizar os sons básicos da
linguagem, a habilidade de perceber a diferença existente entre dois ou mais
estímulos sonoros.
Acuidade auditiva seria a capacidade do indivíduo de captar e notar a
diferença entre vários sons e entre intensidade diferentes. Capacidade de captar e
diferenciar sons e a intensidade e a altura que lhes correspondam.
3. Psicomotricidade para hiperativos
O professor psicomotricista, visando não só a integração da criança
hiperativa, mas principalmente o conhecimento do seu corpo, proporcionará a elas
atividades de esquema corporal e de relaxamento além das atividades livres e
lúdicas que deverão ser realizadas tanto dentro do ambiente escolar quanto no
ambiente externo (parquinho, praia e outros) para que tenha experiências variadas.
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E por intermédio dessas atividades que a criança poderá perceber que o seu
corpo se movimenta, mudando de posição, passando por movimentos globais e
específicos e harmoniosos (CENESP, 1984).
A psicomotricidade é básica na educação de crianças, e é parte integrante do
trabalho pedagógico, que deve ser desenvolvido de uma forma integrada e baseada
em vivências (CENESP, 1984, p.10).
O professor, portanto, dará ênfase às atividades de vivências corporais com
um cunho simbólico, a criança hiperativa.
O psicomotricista, é o especialista da compreensão psicodinâmica da criança
pela via motora, interessando-se não somente pelo ato motor, mas pelas
transformações tônicas, sensoriais e emocionais que existem em suas ações pelo
processo de transformação interior da criança.
A prática psicomotora tem uma filosofia de cuidado e respeito à pessoa,
entendendo que cuidar é mais que um ato; é uma atitude e, portanto, abrange mais
que um momento de atenção. “Representa uma atitude de ocupação, preocupação,
de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro” (BOFF, 1989). É
respeitar, aceitar e receber com sensibilidade a expressividade da criança em sua
forma, conteúdo e sentido, sem julgamento ou preconceito.
Portanto, o que se espera é que o psicomotricista esteja preparado para a
escuta do outro, pois deve compreender e considerar que todas as manifestações
da criança hiperativa – suas ações e comportamentos, suas brincadeiras e jogos sua
linguagem e expressões gráficas – são atualizações de um vivido de prazer e / ou
desprazer, caracterizando a expressão de sua história.
A partir dessa escuta e compreensão, o psicomotricista acolherá as
produções da criança hiperativa, acompanhando-a assim em seu processo de
maturação, ou ajudando-a a reencontrar, quando necessário, uma dinâmica de
prazer, geradora do desejo de existir.
O psicomotricista, assim como os demais profissionais da escola que
acompanham a criança no seu desenvolvimento deve ter uma atitude de
acolhimento e respeito num ambiente de liberdade e segurança, ou seja, com limites
claros e seguros ele deve estar atento às suas próprias reações tônico-emocionais,
ajustando-se a cada situação vivida pelo grupo sem perder sua identidade, porém
mantendo-se firme em seu papel de autoridade, sem que para isso tenha que
ameaçar ou culpalizar a criança.
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Dessa forma, a criança sentir-se-á segura e o profissional poderá seguir seu
objetivo, favorecendo a maturação psicológica da criança por meio do retorno, por
uma via indireta, à sensório-motricidade, norteada pelo prazer de agir, expressão
dos afetos e dos conteúdos fantasmáticos e cognitivos.
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CONCLUSÃO
As crianças de um modo geral, portadoras ou não de hiperatividade são
sobretudo aquelas que apresentam características básicas de crescimento como
qualquer outra criança.É de nossa responsabilidade como educadores e como
psicomotricistas saber lidar com as diferenças e dentro do possível integrar essas
crianças no meio regular
O trabalho psicomotor com a criança hiperativa proporcionará condições
favoráveis de desenvolvimento, de adaptação e de integração ao meio (colegas)
onde a relação interpessoal, corporal e afetiva colaborarão para a sua comunicação
e a interação a esse mundo extremamente “diferente” , permitindo as mesmas
regras sociais impostas para todos.
Diante disso, conclui-se que a hiperatividade e a psicomotricidade trabalhadas
juntas, com certeza o resultado será de grande rendimento.
27
BIBLIOGRAFIA
BARROS, Juliana Monteiro Gramático. Jogo Infantil e Hiperatividade.
1 .ed. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 2002. 122p.
CABRAL, Susana Veloso. Psicomotricidade Relacional: Prática Clínica e Escolar.
Rio de Janeiro: Ed.Revinter Ltda, 2001.354p.
COSTE, Jean Claude. A Psicomotricidade.
4.ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1992. 89p.
FERREIRA, Carlos Alberto Mattos. Psicomotricidade: Da Educação Infantil à
Gerontologia Teoria e Prática. 1.ed. São Paulo: Ed. Lovise, 2000. 178p.
FILHO, Audir Bastos; SÁ, Cláudia Maria Ferreira. Psicomovimentar.
1.ed. São Paulo: Ed. Papirus, 2001. 111p.
GOLDESTEIN, Sam; GOLDESTEIN, Michael ; tradução de MARCONDES, Maria
Celeste. Hiperatividade: Como Desenvolver a Capacidade de Atenção da Criança. 7.
ed. Campinas: Ed. Papirus, 1994. 245p. (Série Educação Especial)
LIMA, Lauro de Oliveira. Por que Piaget?: A Educação pela Inteligência
4. ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 1998. 67p.
NETO, Carlos Alberto Ferreira. Motricidade e Jogo na Infância.
2. ed. Rio de Janeiro : Ed. Sprint, 1995. 194p.
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e Reeducação num
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SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia Científica: A Construção do
Conhecimento.
28
4. ed. Rio de Janeiro: Ed. DP&A, 2001. 144p.
SCHWARTZMAN, José Salomão. Transtorno de Déficit de Atenção.
1.vol. São Paulo: Ed. Mackenzie, 2001. 115p.
TOPCZEWSKI, Abram. Hiperatividade: Como Lidar?
3.ed. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2001. 91p.
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ANEXOS
INDICE DO ANEXO
Anexo 1 – Ingresso de Teatro
Anexo 2 – Folder de Exposição
Anexo 3 – Folder de Exposição
Anexo 4 – Ingresso de Teatro
Anexo 5 – Folha de Estágio Supervisionado
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31
32
33
34
35
INDICE
Capa ............................................................................................................
1
Folha de Rosto.............................................................................................
2
Agradecimento.............................................................................................
3
Dedicatória...................................................................................................
4
Resumo........................................................................................................
5
Metodologia..................................................................................................
6
Sumário........................................................................................................
7
Introdução....................................................................................................
8
Corpo............................................................................................................
9
Conclusão.....................................................................................................
27
Bibliografia....................................................................................................
28
Anexos..........................................................................................................
30
Índice............................................................................................................
36
Folha de Avaliação.......................................................................................
37
Folha em branco/ contra capa......................................................................
38
36
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÃNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
HIPERATIVOS EM AÇÃO: A RELEVÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA
CRIANÇAS HIPERATIVAS
VANESSA SANTOS DA SILVA
Data da entrega:___________/_______________/______________
Avaliado por:_____________________________________conceito
Avaliado por:_____________________________________conceito
Avaliado por:_____________________________________conceito
Conceito:
Conceito final:
37
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1 universidade cândido mendes pró