ENSINO E APRENDIZAGEM DE CONCEITOS GEOMÉTRICOS: UMA RELAÇÃO ENTRE A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E AS TECNOLOGIAS Elaine de Almeida Oliveira – FCT/UNESP Mestrado em Educação [email protected] 1 Maria Raquel Miotto Morelatti – FCT/UNESP Mestrado em Educação [email protected] 2 RESUMO A pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da FCT/UNESP – Presidente Prudente – SP, tem o objetivo de investigar as dificuldades de aprendizagem em geometria, especificamente a relação existente entre sólidos geométricos e figuras planas, dos alunos da 5a série do Ensino Fundamental de uma escola municipal. A metodologia prevê uma intervenção junto aos alunos, com atividades que relacionam e envolvem o computador e a resolução de problemas geométricos como possibilidade para favorecer uma aprendizagem significativa. Esperamos evidenciar que é possível desenvolver conceitos utilizando a resolução de problemas e o computador como ferramenta de trabalho pedagógico. Palavras-Chave: Aprendizagem de Geometria; Informática na Educação; Resolução de problemas. 1.INTRODUÇÃO Nos estudos realizados sobre o ensino de Geometria, percebemos que esse campo matemático vem sendo pouco trabalhado no contexto escolar. Segundo Miguel e Miorin (1986), vários são os fatores para que o 1 Professora do Ensino Fundamental e Médio da Rede Estadual Paulista, mestranda junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da FCT/UNESP – Presidente Prudente – SP, especialista em Matemática pela FCT/UNESP – Presidente Prudente – SP e, bolsista do Programa Bolsa Mestrado oferecido aos professores efetivos da rede pública estadual do São Paulo. 2 Docente do Departamento de Matemática, Estatística e Computação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da FCT/UNESP – Presidente Prudente – SP, doutora em Educação (Currículo) – PUC/SP. OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 2 desenvolvimento de conceitos geométricos seja deixado em um plano secundário. Alguns desses fatores são: supervalorização da Teoria dos Conjuntos na década de 70, deixando a margem o ensino de Geometria; em alguns livros didáticos, o conteúdo de Geometria ainda aparece como um dos últimos tópicos e, mesmo hoje, sendo inserido nos livros como um dos primeiros assuntos ainda não é lhe dado a devida importância; nos cursos de formação de professores de ensino fundamental e Médio os conceitos geométricos não são priorizados; a falta de preparo do professor para trabalhar com este assunto; uma parcela considerável de professores ainda não conhecem a real importância deste conteúdo para o desenvolvimento cognitivo. Os conceitos geométricos têm a mesma importância que os outros campos matemáticos e fazem parte do currículo escolar “porque, por meio deles, o aluno desenvolve o pensamento que permite compreender, descrever e representar, de forma organizada o mundo em que vive” (BRASIL, 1998, p.51). Neste sentido, entendemos que para ensinar geometria, o professor, além de incentivar a manipulação dos sólidos e outras figuras geométricas, precisa realizar um trabalho conceitual, com o objetivo de sistematizar as propriedades que definem os conceitos. Além disso, trabalhar com exemplos e contra-exemplos pode ser uma possibilidade interessante para os alunos compararem, conversarem entre si e serem questionados (pelo professor e colegas da sala). Essas ações podem permitir aos alunos fazerem as relações e conexões necessárias das várias informações, dando-lhes significado e produzindo conhecimentos. E, para aprender Geometria, Pires (2002) enfatiza que é preciso pensar geometricamente e desenvolver competências e habilidades como experimentar, conjecturar, representar, estabelecer relações, comunicar, argumentar e validar. Analisaremos as relações que os alunos fazem entre as figuras planas e sólidos geométricos e, as condições para o uso do computador, visto como ferramenta pedagógica. OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 3 Visando compreender tais questões, colocando-as em seu contexto, realizamos um estudo teórico sobre a informática educativa e a resolução de problemas. 2. O USO DO COMPUTADOR NO PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER A introdução do computador na Educação motivou a discussão sobre os métodos e processos de ensino que estavam sendo utilizados no contexto escolar. Podemos verificar duas abordagens quando o computador é utilizado como ferramenta de trabalho pedagógico. Uma das abordagens é chamada de instrucionista - quando o computador, por meio de um software, transmite informações para o aluno. Quando esse fato ocorre, o computador assume o papel de “máquina de ensinar” e se fundamenta na instrução auxiliada por computador. A outra abordagem é a construcionista - quando o aluno, por meio de um software, “ensina” o computador. Nesse caso, o aluno tem a possibilidade de interagir com o software desenhando, escrevendo, hipotetizando, criando situações, se aprimorando, tomando decisões entre outras tarefas. Estudos realizados a respeito de como o aluno resolve tarefas utilizando o computador, a partir do paradigma construcionista, evidenciam que inicialmente o aluno descreve a solução do problema para o computador, que executa a ação indicada e apresenta um resultado. A partir da resposta obtida, o aluno reflete e, se necessário, depura, ou seja, altera aquilo que foi descrito. Este ciclo descrição-execução-reflexãodepuração-descrição, foi mapeado por Valente (1993), e busca compreender a ação realizada pelos alunos quando resolvem um problema no computador. O professor, ao utilizar o computador como recurso metodológico no processo de ensino, torna-se fundamental para consolidar a aprendizagem efetiva do aluno. De acordo com Valente (1999, p.107), “em todos os tipos de software, sem o professor preparado OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 4 para desafiar, desequilibrar o aprendiz, é muito difícil esperar que o software por si só, crie as situações para ele aprender”. Portanto, o professor precisa ajudar o aluno a buscar e organizar a informação e transformá-la em conhecimento, provocando e incentivando-o a avançar. Segundo Masetto (2002, p. 144), “o professor deve ser uma ponte “rolante” entre o aprendiz e sua aprendizagem. Para isso ele precisa se colocar como um facilitador, incentivador e motivador da aprendizagem”. Nesse sentido, o professor estará incentivando o aluno a construir e interagir com o conhecimento, e não apenas receber informações estáticas e pouco significativas. Para o aluno aprender, é preciso que os conceitos lhe façam sentido. Isso ocorrerá se ele conseguir dar significado à sua aprendizagem, relacionando os conceitos que já possui com os novos conceitos. De acordo com Ausubel (apud MOREIRA, p.20), “a aprendizagem significativa é o processo através do qual uma nova informação (um novo conhecimento) se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva (não-literal) à estrutura cognitiva do aprendiz”. Isto significa que, o novo deve ser incorporado ao conhecimento que o aluno já possui ocorrendo assim à aprendizagem. O aluno, ao realizar relações e conexões essenciais e relevantes entre o que já sabe com o novo aprendizado, faz com que os novos conceitos não sejam esquecidos facilmente, o que nem sempre acontece quando apenas memoriza um determinado assunto. A resolução de problemas pode ser uma metodologia interessante para que o professor possa realizar o trabalho de mediação da aprendizagem. 3. A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS A resolução de problemas está bastante difundida como prática em sala de aula e, procura promover um aprendizado de maior significado. OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 5 Para resolver um problema, precisamos primeiramente saber identificar a situação que estamos vivenciando como problemática. Além disso, se observarmos que os dados da questão proposta são desafiadores, trazem algo de novo e inesperado, nos permite relacionar os novos conceitos aos que já possuímos, comparar, hipotetizar, comunicar e organizar o nosso pensamento, para tomar decisões e enfrentar a situação, sabemos que estamos diante de um problema. Somos motivados a resolver um problema, “quando precisamos superar obstáculos, a fim de responder a uma pergunta ou alcançar um objetivo” (STERNBERG, 2000, p.306). Vários são os estudiosos que vêm pesquisando e sugerindo passos importantes a serem seguidos para resolver, com eficiência, um problema. De acordo com Polya (apud POZO, 1998) os passos são: compreensão - concepção de um plano - execução do plano exame da solução alcançada. Já para Mayer (apud POZO, 1998), existem dois abrangentes processos: tradução e solução do problema. Esses dois passos englobam passos menos inclusivos como compreensão, estratégias e técnicas, interpretação, etc. E para Sternberg (2000), as etapas fundamentais são: identificação do problema – definição e representação do problema - construção de estratégias - organização da informação - alocação de recursos – monitorização – avaliação. Podemos observar que os estudiosos trazem ciclos com números diferentes de passos, porém, verificamos que eles convergem para os mesmos critérios. Para resolver um problema, precisamos identificar a situação como um problema, compreendê-lo, raciocinar, procurando conectar a informação atual àquelas já pré-existentes, escolher a melhor estratégia, resolvê-lo e analisar a resposta conseguida. As tecnologias de informação e comunicação podem ajudar o aluno a resolver problemas. O professor, ao planejar uma metodologia que utiliza o computador em uma abordagem construcionista, para resolver problemas curriculares, pode promover a aprendizagem significativa. O aluno ao construir, por meio do fazer, os conceitos e OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 6 assuntos abordados nas disciplinas, poderá dar sentido aos seus conhecimentos, favorecendo uma aprendizagem sólida e efetiva. 4. METODOLOGIA A pesquisa apresentada está sendo desenvolvida com 30 alunos da 5a série do ensino fundamental da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental do Jardim Panorama, localizada na cidade de Álvares Machado – SP. O objetivo desta pesquisa é investigar as dificuldades de aprendizagem em Geometria destes alunos, especificamente quanto à relação existente entre sólidos geométricos e figuras planas e, estabelecer condições do uso do computador, para superar tais dificuldades, em busca de uma aprendizagem significativa. Procuramos desenvolver estes conceitos geométricos como ponto principal de nossos estudos porque este conteúdo está presente no cotidiano das pessoas, mas ainda é pouco explorado no contexto escolar. Se observarmos o mundo em que vivemos, iremos ver formas espaciais e não pontos e retas. Por isso enfatizamos a relação entre as formas tridimensionais e as formas bidimensionais, conectando a Matemática a realidade. A proposta constitui em, a partir do diagnóstico das dificuldades dos alunos, realizar uma intervenção junto a este grupo, utilizando uma metodologia diferenciada, com várias situações-problema. Nesse processo serão estabelecidas as condições do uso do computador que podem promover a aprendizagem significativa dos alunos participantes. O diagnóstico das dificuldades será feito por meio de uma prova, cuja intenção é identificar o que os alunos sabem sobre a relação entre sólidos geométricos e figuras planas. A partir da análise das dificuldades planejaremos atividades aprendizagem de tais assuntos. e ações para favorecer a OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 7 Optamos por utilizar o computador como um recurso educacional, por acreditamos que, o aluno ao descrever uma situação para o computador poderá, a partir da resposta obtida, refletir e, se necessário depurar sua ação (ciclo descrição-execução-reflexão- depuração-descrição). Quando o aluno não consegue a resposta esperada e volta a realizar a descrição, ele já está em um outro nível de maturação, tendo a oportunidade de refinar e aprimorar o seu pensamento. A resolução de problemas também está integrada a esta proposta por entendermos que, ao propor problemas para que os alunos resolvam, isso permitirá a contextualização de situações desafiadoras e motivadoras para a sua aprendizagem, promovendo a busca de informações, interação com os colegas, tomada de decisões, etc. Para realizar o trabalho de campo com os alunos da 5a série, traçamos algumas etapas que consideramos importantes para delinear o caminho a ser seguido. Inicialmente, fizemos um aprofundamento teórico e metodológico a respeito das novas tecnologias, resolução de problemas, ensino e aprendizagem de Geometria, aprendizagem significativa e contexto escolar. Esse estudo nos fundamentou para que pudéssemos analisar documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Matemática do ensino fundamental, vários livros didáticos sobre o ensino de Geometria e softwares geométricos distribuídos nas escolas estaduais do Estado de São Paulo e outros disponíveis pela Internet. Em uma primeira análise, pudemos observar que os PCNs abordam as áreas da Matemática (números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação) com a mesma importância. Este documento problematiza vários conceitos geométricos já na 5a série e, aponta para um trabalho com a tridimensionalidadebidimensionalidade-unidimensionalidade, explorando situações de aprendizagem numa rede de relações e interconexões que favoreçam o desenvolvimento do pensamento geométrico do aluno. Isto é um avanço significativo para o processo de ensino e aprendizagem da Geometria. OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 8 Analisando sua história recente (a partir da década de 50), podemos observar que, se dava ênfase ao ensino de conceitos de uma e duas dimensões, enfatizando a nomenclatura e enfocando aspectos relacionados aos conjuntos numéricos. Com o passar dos anos, o ensino de Geometria foi sendo resgatado, dando-se maior importância ao estudo destes conceitos e procurando desenvolver os conceitos geométricos de forma não linear. As análises prelimininares sobre alguns livros didáticos de 5a série, nos permitem concluir que os conceitos geométricos estão sendo abordados, em alguns momentos, em uma seqüência diferente daquelas sugeridas pelos PCNs. Percebemos a maneira superficial que tratam o assunto e muitas vezes ainda trazem estes conceitos com pouca ou nenhuma contextualização, desenvolvendo inicialmente conceitos de ponto e reta. Nos livros didáticos, a seqüência trazida, às vezes dificulta a aprendizagem do aluno por enfatizar prematuramente conceitos abstratos (bidimensionalidade) em detrimento dos concretos (tridimensionais). Ao analisarmos os softwares geométricos distribuídos pela Secretária de Estado da Educação (SEE – São Paulo) às escolas e alguns outros disponíveis pela Internet, pudemos verificar que alguns são abertos, ou seja, proporcionam maior liberdade de ação e criação e promovem a construção por meio do fazer e, outros são fechados, ou seja, não permitem uma ação livre do usuário. Além disso, há alguns destes softwares (abertos e fechados) que trazem conceitos geométricos pouco íntimos para alunos da 5a série e que, para ser realizado um trabalho efetivo, precisamos desenvolver atividades com estes conceitos e com a nomenclatura adequada. Por meio das análises e estudos realizados, escolhemos os softwares Poly, o Paint e a linguagem de programação Logo. O programa Poly pode ser considerado um software fechado. Sua função é desenvolver conceitos de tridimensionalidade, planificação dos sólidos e perspectiva. O professor, ao propor situações para que os alunos utilizem esse software, deve criar outras possibilidades do aluno compreender o que está fazendo. Além disso, como esse OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 9 software não propicia a verificação do pensamento do aprendiz, o professor terá que interagir de maneira diferenciada para analisar como o aluno está pensando. O Paint pode ser considerado como um software aberto. O aprendiz, ao construir figuras, não possui a exatidão métrica de suas construções. Também, para haver um trabalho efetivo com as propriedades das figuras, o professor precisa complementar com outras atividades. E, não há registro das ações do aluno. Para haver avanço cognitivo o professor precisa indagar seus alunos a respeito dos conceitos envolvidos ou criar outras possibilidades de aprendizagem. A linguagem de programação Logo possui características de um software aberto. Algumas de suas características são: facilidade de compreensão e entendimento, linguagem acessível e próxima da linguagem natural, facilidade de manuseio; explora atividades espaciais perceptíveis e; possibilita criar outros procedimentos ou termos. Além disso, permite observar o pensamento do aluno a partir do registro; pode armazenar as respostas dadas pelo usuário (procedimentos); o erro é considerado uma etapa importante para o desenvolvimento cognitivo; possibilita criar um ambiente construcionista de aprendizagem; o usuário controla o programa; a precisão métrica das figuras construídas não deixa dúvidas quanto a sua forma. Podemos verificar que o software por si só não propicia a reflexão e depuração da tarefa pelo aluno se ele não for instigado, incentivado e provocado a pensar, refletindo e tomando decisões sobre o que está realizando. O professor é quem deve atuar nesse processo, sendo um facilitador e mediador da aprendizagem. O software pode ser aberto, porém se o professor não agir desta forma não favorecerá o avanço intelectual do aluno. O mesmo acontecerá com um software fechado: se o professor planejar sua ação de tal forma que instigue o aluno a pensar, estes softwares poderão promover uma aprendizagem efetiva. Neste momento da pesquisa, estamos na análise final dos problemas a serem desenvolvidos com os alunos, para que possamos OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 10 diagnosticar as suas dificuldades e promover a aprendizagem de conceitos geométricos. Pretendemos acompanhar passo a passo o desenvolvimento do pensamento geométrico por meio de gravações e registros realizados pela professora e pelos alunos. Os participantes da pesquisa serão também acompanhados individualmente para tentarmos compreender a dificuldade na realização das atividades propostas. Após a aplicação da metodologia envolvendo a resolução de problemas com e sem o uso do computador, iremos analisar o avanço conceitual dos alunos reaplicando a mesma prova diagnóstica. Também analisaremos se o software proporcionou a compreensão dos problemas e se houve condições para o estabelecimento da aprendizagem significativa de conceitos geométricos. Por fim, verificaremos se o computador foi um diferencial para o aluno compreender os conceitos geométricos trabalhados. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos com esta pesquisa, discutir e analisar a aprendizagem de conceitos geométricos dando à mesma importância que outros conteúdos matemáticos possuem. Além disso, com a análise dos dados, procuraremos estabelecer as condições necessárias do uso do computador como instrumento que pode favorecer a aprendizagem significativa de conceitos geométricos pelos alunos da 5a série. 6. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998. 148 p. ECHEVERRÍA, M. D. P. A solução de problemas em matemática. In: POZO, J.I. (org). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p. 43-65. OLIVEIRA, E., MORELATTI, M. Ensino e Aprendizagem de Conceitos Geométricos; Uma Relação entre a Resolução de Problemas e as Tecnologias. In Anais do SIPEMAT. Recife, Programa de PósGraduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2006, 11p. 11 MASETTO, M. T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. 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