Por Walfrido Junior* A sustentabilidade é possível? Uma postura crítica, mas proativa Devemos salvar o planeta! Com o desenvolvimento da Revolução Industrial (séc. XVIII) houve uma aceleração no ritmo de fabricação dos bens de consumo e de produção. A Civilização Ocidental alcançava seu maior desenvolvimento material, mas a que custo? Esta pergunta é muito recente na História da humanidade. Na década de 1960, movimentos conhecidos como Beatniks, Hippies, Contracultura, cada qual de seu jeito, questionaram o “modo de vida ocidental”, e seus padrões, entre eles o padrão de consumo. De maneira mais sistemática a Conferência de Estocolmo em 1972 produziu a “Declaração do meio ambiente humano”, que estipulava alguns princípios para a questão ambiental. Observa-se que vinte anos depois a Conferência Rio-92 deu continuidade e atualizou as questões formuladas em Estocolmo. De uma maneira geral as discussões mais populares e contemporâneas sobre meio ambiente, afloraram nos anos 80 do século passado. As passeatas e manifestações contra a energia nuclear e sua ameaça mais contundente a guerra nuclear, num mundo ainda ameaçado pela Guerra Fria. Pode-se dizer que os grupos ambientalistas se fortaleceram neste período. Os movimentos ambientalistas hoje se utilizam de diversas práticas para promoverem a sua causa, desde militância político-partidária, as organizações com finalidade educativa até as organizações de enfrentamento. O pensamento “verde” ganhou espaço na Europa, se sobrepondo às tradicionais questões políticas que se dividiam entre “esquerda” e “direita”. Garantir a vida na Terra, na pauta política dos partidos políticos tradicionais, estava descolado de qualquer relação ambiental, tanto o capitalismo quanto o socialismo partiam da premissa que, para garantir o bem-estar humano, se utilizavam os recursos naturais sem qualquer preocupação de preservação. Com o que se preocupavam (se preocupam) os “verdes”? Preservar os recursos naturais para que as gerações futuras tenham condições de viver no planeta Terra. Qual o papel da escola neste processo de repensar os atuais padrões de produção e de consumo na nossa sociedade na medida em que, se a utopia da humanidade for a de elevar o padrão de existência material da humanidade aos níveis dos países ricos, então necessitaremos de outras “Terras” para suprir a demanda por recursos naturais? Pode-se pensar uma sociedade organizada com outros valores? Sempre é possível fazer isso. A escola pode, e deve ser o espaço para germinar a utopia da sustentabilidade. Uma sociedade onde o ser humano se veja como parte do ecossistema e não como predador dele. Uma sociedade que valorize a simplicidade e não a ostentação. Uma sociedade em que os valores humanos sejam superiores aos valores de mercado. Para começar a desenvolver ações de consumo sustentável deve-se perguntar se as práticas econômicas são: a) ecologicamente corretas; b) economicamente viáveis; c) socialmente justas; d) culturalmente aceitas. Salvar o planeta! Para tanto é fundamental refundar a humanidade, com outros valores e outra percepção sobre si e sobre sua relação com a Terra. *Walfrido S. de Oliveira Junior é: Assessor de História, Filosofia e Sociologia da Editora Positivo Contato: [email protected]