UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Programa de Pós-Graduação em Métodos Numéricos em Engenharia Análise Numérica de Tubulações Sujeitas a Flambagem Luiz Bortolan Neto Roberto Dalledone Machado Mildred Balin Hecke Outubro de 2008 Motivação • Dutos estão sendo empregados mundialmente como meios de transporte de petróleo e seus derivados; • Devido às longas distâncias que as tubulações devem percorrer, estas ficam sujeitas às irregularidades do relevo (e.g. morros e vales); • Geralmente, acidentes envolvendo tubulações de transporte de petróleo e seus derivados causam grandes desastres ambientais. Principais Causas de Ruptura em Tubulações • Deslizamentos de terra • Corrosão • Flambagem • Fadiga Flambagem • Jan/2000 • Baía da Guanabara • Duto de ligação entre a Refinaria de Duque de Caxias e um terminal na Baía da Guanabara • 1,29 milhão de litros • Causa: flambagem termomecânica Fonte: Cardoso (2005) Objetivo e Método • Obtenção da carga crítica de flambagem de tubulações em encostas sujeitas a deslizamentos de terra. • Aplicação do Método dos Elementos Finitos utilizando a formulação apresentada por Souza (2005) através da linguagem computacional FORTRAN. Elemento Finito • 3 Nós • 5 Graus de Liberdade por Nó • Adota a hipótese da viga de Bernoulli (exclui deformações de cisalhamento) • Solo é representado por molas elásticas idealmente plásticas • Não considera flambagem local nas paredes do duto • Aplicável para análises: linear física, nãolinear física e não-linear geométrica Elemento Finito x z x1=-1 y u1 v1 w1 qz1 qy1 Sendo: ui – deslocamento longitudinal vi – deslocamento vertical wi – deslocamento lateral qzi – rotação em z qzi – rotação em y x2=0 x3=1 u2 v2 w2 qz2 qy2 u3 v3 w3 qz3 qy3 Elemento Finito x z y Validação do Elemento • Exemplo apresentado por Souza (2005) • Utilizados 11 elementos e 10 passos de carga • Análise não-linear geométrica 10 kN/m 6.25mm g=1.8 kN/m 3 1.5m 1.5m 5.0m 1.5m 1.5m 32.5cm 5.0m Validação do Elemento • Comparação entre os deslocamentos verticais 0.0005 V ertica l d ispla cem e n t 0 -0.0005 -0.001 -0.0015 -0.002 Souza (2005) Present work Ansys -0.0025 0 5 10 15 Node 20 25 Carga Crítica de Flambagem 5.00cm P L=100.0 m 1.00m • Solução Analítica Pcr = 4 EI 2 2 L L = 100 m E = 205 GPa I = 1.69 × 10-2 m4 Pcr = 13662 kN Carga Crítica de Flambagem Pcr (kN) 15300 14850 14100 14175 13860 13950 14014 13838 13901 13770 13827 13875 13776 13692 13740 Error 12.0% 8.7% 3.2% 3.8% 1.4% 2.1% 2.6% 1.3% 1.7% 0.8% 1.2% 1.6% 0.8% 0.2% 0.6% 20000 Finite element solution Analytical solution 18000 C r itic a l L o a d ( k N ) Amount of load steps 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16000 14000 12000 10000 0 20 40 60 80 Load steps 100 120 140 160 Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra Buried Pipeline A Buried Pipeline Direction of Landslide Movement Landslide Slip Plane B (a) A Revealed Pipeline Lack of Support B (b) Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra • Malha de 11 elementos e 23 nós • 100 passos de carga • Considerados 4 casos diferentes Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra • Caso 1 1.0 kN/m g=1.8 kN/m 3 P 1.5m g= 1 .8 15.0m 6.25mm kN /m 3 g=1.8 kN/m 15.0m 3 32.5cm 50.0m 15.0m 15.0m 50.0m Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra • Caso 2 1.0 kN/m g=1.8 kN/m 3 P 1.5m 15.0m g= 1. 6.25mm 8 kN /m 3 g=1.8 kN/m 15.0m 3 32.5cm 50.0m 15.0m 15.0m 50.0m Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra • Caso 3 1.0 kN/m g=1.8 kN/m 3 P 1.5m 15.0m 6.25mm g=1.8 kN/m 15.0m 3 32.5cm 50.0m 15.0m 15.0m 50.0m Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra • Caso 4 1.0 kN/m g=1.8 kN/m 3 P 1.5m g= 1 .8 15.0m 6.25mm kN /m 3 g=1.8 kN/m 15.0m 3 32.5cm 50.0m 15.0m 15.0m 50.0m Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra • Comparação entre as Cargas Críticas obtidas C a so 1 2 3 4 P cr (k N ) 4172 11 3 8 841 460 P o rc e n ta g em d a c a rg a c ritic a d o C a so 1 27% 20% 11 % Tubulação em Encosta Sujeita a Deslizamentos de Terra Comparação de tensões no ponto de aplicação da carga crítica TENSÕES NA SEÇÃO TRANSVERSAL DO NÓ 11 TENSÕES NA SEÇÃO TRANSVERSAL DO NÓ 11 0.2 0.2 4e+008 6e+008 0.15 4e+008 0.05 y Caso 1 2e+008 0 0 -0.05 -2e+008 -0.1 3e+008 0.1 2e+008 0.05 1e+008 y 0.1 0.15 -4e+008 -0.15 0 Caso 2 0 -0.05 -1e+008 -0.1 -2e+008 -0.15 -3e+008 -6e+008 -0.2 -4e+008 -0.2 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 TENSÕES NA SEÇÃO TRANSVERSAL DO NÓ 11 TENSÕES NA SEÇÃO TRANSVERSAL DO NÓ 11 z z sy: 420 MPa 0.2 4e+008 4e+008 0.15 3e+008 0.15 0.1 2e+008 0.1 0.05 1e+008 0 0 3e+008 Caso 4 0 -1e+008 -0.05 -0.1 -2e+008 -0.1 -0.15 -3e+008 -0.15 -4e+008 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 z 0.05 0.1 0.15 0.2 1e+008 0 -0.05 -0.2 2e+008 0.05 y Caso 3 y 0.2 -1e+008 -2e+008 -3e+008 -4e+008 -0.2 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 z 0.05 0.1 0.15 0.2 Conclusões • Destaca-se a necessidade de um bom conhecimento dos carregamentos que devem ser suportados por uma tubulação, mesmo em situações não previstas inicialmente; • A formulação de elementos finitos aqui utilizada mostrou-se válida para a avaliação de tubulações com não-linearidades materiais sujeitas a carregamentos em que os efeitos nãolineares geométricos tem um papel fundamental, como a flambagem. Referências • Souza, L. A. F., 2005. Análise não-linear via elementos finitos de um modelo de vigas para dutos enterrados. MSc. Dissertation, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brazil. • Cardoso, C. O., 2005. Metodologia para Análise e Projeto de Dutos Submarinos Submetidos a Altas Pressões e Temperaturas Via Aplicação do Método dos Elementos Finitos. DSc. Thesis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.