Profa. Alessandra Carla de A. Ribeiro
Síndromes Pleuropulmonares
ou Respiratórias
Universidade Presidente Antônio Carlos –
UNIPAC
Faculdade de Medicina e Ciências da
Saúde
Síndromes Brônquicas
Síndromes Pulmonares
Síndromes Pleurais
Asma Brônquica
Definição
Doença inflamatória crônica, caracterizada
por:
 hiperresponsividade
das vias aéreas inferiores
 limitação variável ao fluxo aéreo
 reversível espontaneamente ou com tratamento
 manifestando-se clinicamente por episódios
recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no
peito e tosse, particularmente à noite e pela
manhã ao despertar.
Asma Brônquica
Epidemiologia

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

350.000 internações/ano
4ª causa de internação SUS – 2,3% do total
3ª causa de internação entre crianças e
adultos jovens
76 milhões de gastos com internações (2,8%)
Prevalência em torno de 20% entre 6 - 14 anos
Mortalidade de 2,3/100.000 habitantes
Asma Brônquica
Fisiopatogenia
Asma Brônquica
Fisiopatogenia
Liberação de histamina,
leucotrienos, triptase e PG
Asma Brônquica
Fisiopatogenia
Características Histológicas da Asma:
Lesão epitelial da VA
Fibrose na membrana sub-basal
Infiltração multicelular
Edema
Hipersecreção
Asma Brônquica
Fisiopatogenia
Asma Brônquica
Fatores desencadeantes







AL. Inalantes
AL. Alimentares
Medicamentos
Infecções
Fatores Irritantes
Exercício
Emocional
Asma Brônquica
Diagnóstico
Anamnese
 Exame clínico
 Provas de função pulmonar
 Avaliação da alergia

Asma Brônquica
Diagnóstico clínico







Um ou mais dos sintomas dispnéia, tosse crônica,
sibilância, aperto no peito ou desconforto torácico,
particularmente à noite ou nas primeiras horas da
manhã
Sintomas episódicos
Melhora espontânea ou pelo uso de medicações
específicas
para
asma
(broncodilatadores,
antiinflamatórios esteróides)
Três ou mais episódios de sibilância no último ano
Variabilidade sazonal dos sintomas
História familiar positiva para asma ou atopia
Diagnósticos alternativos excluídos
Asma Brônquica
Perguntas Importantes






Tem ou teve episódios recorrentes de falta de ar
(dispnéia)?
Tem ou teve crises ou episódios recorrentes de
chiado no peito (sibilância)?
Tem tosse persistente, particularmente à noite ou ao
acordar?
Acorda por tosse ou falta de ar?
Tem tosse, sibilância ou aperto no peito após atividade
física?
Apresenta tosse, sibilância ou aperto no peito após
exposição a alérgenos como mofo, poeira domiciliar ou
animais, irritantes como fumaça de cigarro ou
perfumes, ou após resfriados ou alterações
emocionais como riso ou choro?
Asma Brônquica
Perguntas Importantes




Usa alguma medicação quando os sintomas ocorrem, e
com que freqüência?
Há alívio dos sintomas após o uso de medicação?
Tem antecedentes familiares de doenças alérgicas ou
asma?
Tem ou teve sintomas de doenças alérgicas
(especialmente rinite ou dermatite atópica)?
Asma Brônquica
Exame Clínico
Asma Brônquica
Diagnóstico Funcional

Espirometria – padrão-ouro:
VEF1 abaixo de 80% do previsto
 Melhora significativamente após o uso de broncodilatador
 No mínimo de 6 em 6 meses e após controle, anualmente


Pico de Fluxo Expiratório – PFE:
aumento de pelo menos 15% no PFE após inalação de um
broncodilatador ou um curso oral de corticosteróide
 variação diurna no PFE maior que 20% (diferença entre a maior e a
menor medida do período) considerando medidas feitas pela manhã e
à tarde, ao longo de um período de duas a três semanas


Testes de broncoprovocação com agentes
broncoconstrictores: metacolina, histamina,
carbacol ou pelo exercício
Asma Brônquica
Diagnóstico Alergia

Testes cutâneos com extratos biologicamente
padronizados (puntura) - sensibilização a
antígenos inaláveis: Dermatophagoides
pteronyssinus, Dermatophagoides farinae e
Blomia tropicalis ou baratas e eptélios de
animais


rápidos, relativamente baratos, podem ser feitos
ambulatorialmente.
Determinação de IgE sérica específica

maior custo.
Classificação da Gravidade da Asma
Intermitentes ou persistentes leves: 60%
Moderados: 25 a 30%
Graves: 5 a 10%
Bronquiectasias





Dilatação brônquica
Permanente e irreverssível
Destruição da parede
brônquica
Causas: congênitas ou
adquiridas (maioria)
Tipos (RX contrastado)
Bronquites Agudas




Geralmente causada por vírus, micoplasma,
Clamídia ou bactérias
Evolução benígna e rápida (2 a 3 semanas)
Manifestações clínicas: tosse seca,
desconforto retroesternal, cefaléia, febre
Frequente associação IVAS: odinofagia,
rouquidão e coriza
DPOC

Síndrome caracterizada por limitação ao fluxo
aéreo nos alvéolos, em geral progressiva, não
totalmente reversível, associada a resposta
inflamatória anormal dos pulmões a partículas
ou gases:
 Bronquite
crônica
 Enfisema
 Bronquite-enfisema
Bronquites Crônicas



Excessiva secreção de muco pela árvore
brônquica, com tosse produtiva, crônica ou
recorrente durante pelo menos 3 meses no
ano, por 2 anos consecutivos, não resultante
de outras causas aparentes
Causas: tabagismo, infecção, poluição
atmosférica
Mais frequente após 50 anos
Enfisema

Alteração anatômica caracterizada pelo
aumento anormal dos espaços aéreos distais
ao bronquíolo terminal não-respiratório,
acompanhada de alterações destrutivas das
paredes alveolares
 Panlobular
(pan-acinar difuso)
 Perilobular (periacinar)
 Centrolobular (centro-acinar)
 Irregular (paracicatricial)
Enfisema
Enfisema
Classificação Clínica

Dornhost e Filley:
 PP (Pink puffer): “soprador rosado” (magro)
 BB (Blue bloater): “azul pletórico” (gordo)
Enfisema
Pneumonias


Classificação: comunitárias (típicas ou
primárias), nosocomiais, de aspiração e dos
imunocomprometidos
Pneumonias atípicas: Mycoplasma, Legionella
pneumophila, Chlamydia pisttaci e Chlamydia
pneumoniae
Pneumonias



Internações por pneumonia: predominância do
sexo masculino e maior ocorrência nos meses
de março a julho (2007)
Taxa de internações por pneumonia vem
diminuindo desde a última década
Taxa de mortalidade hospitalar: tendência
ascendente (internação de casos mais graves
de pneumonia e envelhecimento da população)
Pneumonias
Patógenos Comuns
Pneumonias
Diagnóstico




Presença de sintomas de doença aguda do
trato respiratório inferior (tosse e um ou mais
dos seguintes sintomas: expectoração, falta
de ar e dor torácica)
Achados focais no exame físico do tórax
Manifestações sistêmicas (confusão, cefaleia,
sudorese, calafrios, mialgias e temperatura
superior a 37,8°C),
Presença de uma opacidade pulmonar nova
detectada por radiografia do tórax
Pontos de Corte para Taquipnéia

Menores de 2 meses: FR ≥ 60 irpm

2 a 11 meses: FR ≥ 50 irpm

1 a 5 anos: FR ≥ 40 irpm

6 a 8 anos: FR ≥ 30 irpm

> 8 anos=adulto: FR ≥ 20 irpm
Pneumonia
Diagnóstico


Quadro clínico sugestivo
Radiografia de tórax PA e perfil
Deve ser realizada no paciente com
taquipnéia e/ou alterações da ausculta
respiratória
Pneumonias
Exames Laboratoriais


Hemograma: pneumonias bacterianas
(leucocitose, neutrofilia e presença de formas
jovens). Não deve ser utilizado de rotina em
pacientes tratados ambulatorialmente. Deve
ser realizado diante da necessidade de
internação
PCR: infecções bacterianas (níveis acima de
40 a 100 mg). Não é utilizada a recomendação
rotineira de dosagem de PCR
Pneumonias
Métodos Microbiológicos



Hemocultura: baixa positividade (3 a 35% taxa de isolamento média: 10%). Recomendado
realização para todos pacientes internados
Líquido pleural: positividade pode alcançar
70%. A reação de aglutinação látex pode
auxiliar no diagnóstico
Cultura do escarro: pouca utilidade prática
(infecção x colonização). Limitações
Pneumonias
Métodos Imunológicos


Sorologias: Coxiella, Chlamydophila e
Legionella, vírus, Mycoplasma pneumoniae
Pesquisa de vírus respiratórios na secreção
nasal pode ser realizada o mais precoce
possível, desde que esteja disponível na
unidade de tratamento
Métodos Invasivos

Indicações: pacientes com co-morbidades,
pneumonias nosocomiais graves, que não
estejam respondendo ao tratamento

Especificidade e sensibilidade elevadas

Limitados a centros mais especializados
 Broncoscopia
com lavado broncoalveolar
 Biópsia pulmonar a céu aberto
Principais Complicações






Pleurites
Abscesso
Atelectasia
Pneumatocele
Derrame pleural
Pneumotórax





Fístula broncopleural
Hemoptise
Sepse
Bronquiectasia
Infecções
associadas (OMA,
sinusite, conjuntivite,
meningite, osteomielite)
Pleurites ou Pleuris




Aguda ou crônica
Com ou sem derrame (pleurite seca)
Causas: tuberculose, pneumonias, abscesso
pulmonar, bronquiectasia infectada, doença
reumática, neoplasias (pleura ou pulmões) ou
virais
Derrame pleural (exsudato)
Pneumotórax


Presença de ar no espaço pleural
Pneumotórax espontâneo:
 Maioria
sexo masculino, longilínio e tabagista, mais
à direita, recorrência (20 a 30% casos)
 Geralmente súbito
 Manifestações: dispnéia, dor torácica (unilateral) e
tosse seca
Derrames Pleurais - Fisiopatologia


Transudato: acúmulo decorre de modificações
nas pressões hidrostáticas ou oncóticas, sem
alterações nas membranas pleurais (ICC,
cirrose, nefrose)
Exsudato: acúmulo de líquido secundário à
perda de proteína pelos capilares (aumento de
permeabilidade e pressão hidrostática –
processo inflamatório)
Derrames Pleurais
Evolução do Exsudato



Estágio 1 (exsudativo ou agudo): aumento de
permeabilidade capilar, decorrente da injúria
vascular. Líquido fluído e estéril (duração de 48h)
Estágio 2 (fibrinopurulento): migração de neutrófilos,
aumento da produção de citocinas, acúmulo de restos
celulares e bactérias, formação de fibrina (2 a 10
dias do início do processo)
Estágio 3 (organização): crescimento e proliferação
de fibroblastos e capilares no exsudato. Formação de
membrana espessada e inelástica, que compromete a
expansibilidade pulmonar (2 a 4 semanas após início
do processo)
Derrames Pleurais – Principais
Agentes



Streptococcus pneumoniae (64%)
Staphylococcus aureus (15%)
Haemophilus influenzae (7%)
Derrames Pleurais




Livre
Loculado – uni ou multiloculado
Não-complicado
Complicado: empiema (presença de pûs
no espaço pleural)
Derrames Pleurais – Nãocomplicados



Exsudato reacional à infecção pulmonar
adjacente e, em geral, é reabsorvido com o
tratamento antibiótico e a cura da infecção
pulmonar - derrame não purulento
Sem germes no exame direto (Gram) ou na
cultura
Com análise bioquímica mostrando: pH maior
que 7,2, glicose maior que 40 mg/dl e
desidrogenase láctica (LDH) menor do que
1.000 UI/l
Derrames Pleurais –
Complicados



Exsudato purulento
Apresenta microorganismo na cultura ou no
Gram
Análise bioquímica mostra pH menor que 7,2;
glicose menor do que 40 mg/dl e LDH maior do
que 1.000 UI/l
Obrigada!
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