ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM HENRI WALLON MOTRICIDADE CONDIÇÃO INICIAL CONDIÇÃO FINAL atividade motora reflexa movimento ideo-motor ESTÁGIO IMPULSIVO EMOCIONAL ( ATÉ 1 ANO) IMPULSIVO (ATÉ 3 MESES) EMOCIONAL (3 A 12 MESES) Movimentos impulsivos e incoordenados. Atividade motora reflexa. Movimentos expressivos. gestos dirigidos às pessoas – apelos. Primeiros atos voluntários começam a despontar (ex. a criança descobre sua mão – atividade circular, possível pela coordenação dos campos perceptivo e motor). ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO (1 A 3 ANOS) Manifestações gradativamente intencionais. Etapa dominantemente práxica da motricidade. Gestos instrumentais, práxias (andar, pegar, investigação ocular, etc). Exploração direta da realidade. Ação estimuladora do ato mental. Exploração objetiva dos objetos das partes do corpo. Repetição dos movimentos em cadeia circular (coordenação mútua dos campos sensoriais e motores- ajustamento dos gestos a seu efeito). Organização dos gestos úteis. PERSONALISMO (3 A 6 ANOS) Exuberância motora. Execução de movimentos com perfeição e interesse na ocasião e pretexto exterior que motiva o movimento. CATEGORIAL (6 A 11 ANOS) Inibição da atividade motora e aumento da concentração. Gestos mais precisos e localizados, de forma a selecionar o gesto adequado à ação que deseja. Planejamento mental do movimento e previsão de etapas e conseqüências do deslocamento. Maior desenvoltura na exploração do ambiente e nas atividades de conquista do mundo objetivo. PENSAMENTO CONDIÇÃO INICIAL CONDIÇÃO FINAL sincretismo subjetivo (percepção e pensamento indiferenciados, confusos e globais dos objetos) pensamento simbólico ESTÁGIO IMPULSIVO EMOCIONAL ( ATÉ 1 ANO) IMPULSIVO (ATÉ 3 MESES) EMOCIONAL (3 A 12 MESES) Estado embrionário da dominância do movimento e do gesto motivados pela emoção. Inaptidão para agir diretamente sobre a realidade exterior. Associação entre o ato e seu efeito, tende a repetir o ato cujo efeito tenha sido desejável. Associações de respostas ao atendimento de necessidades, o que transforma as explosões impulsivas orgânicas em formas de ação sobre o meio externo. Transformação comunicação. Linguagem primitiva constituída de emotividade pura. Primeiros sinais da cognição. das descargas motoras em meio de expressão e ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO (1 A 3 ANOS) Inteligência dedica-se a construção da realidade- Inteligência prática ou das situações. Surgimento da palavra e de maior capacidade de deslocamento - marcha. Descoberta dos objetos Atividade simbólica - capacidade de dar à um objeto uma representação. Conhecer através da ação sobre o objeto. Pensamento projetado para o exterior através dos movimentos que o exprime-gestos. Pensamentos projetivos em gestos.Inteligência prática e emergência da inteligência simbólica. Imitação diferida. Refere-se a si mesma na terceira pessoal do singular. Linguagem nomeia os objetos e estimula a inteligência prática possibilitando a distinção, comparação e agrupamento dos mesmos. A atividade representacional emerge com o desenvolvimento da linguagem, dos gestos e do simulacro (exercício ideo-motor, pensamento apoiado em gestos- o gesto é capaz de tornar presente o objeto e substituí-lo, pelo gesto a criança simula uma situação de utilização de objeto sem tê-lo de fato presente). Capacidade de encontrar para um objeto uma representação e para esta representação, um signo. PERSONALISMO (3 A 6 ANOS) Distinção entre fantasia e realidade. Imagem mental. Maior distinção eu outro expressa na linguagem a partir do uso dos pronomes possessivos (meu, teu) e da identificação de si pelo pronome pessoal na primeira pessoal (eu, mim). Diminuição do sincretismo. CATEGORIAL (6 A 11 ANOS) Duas etapas: a pré-categorial, por volta dos 9 anos, quando o pensamento ainda está marcado pelo sincretismo e o pensamento categorial entre os 9 a 10 anos onde ocorrem condições estáveis para a exploração mental do mundo físico, mediante atividades de agrupamentos, seriação, classificação, categorização em vários níveis de abstração até chegar ao pensamento categorial. Emergência da inteligência discursiva. Superação do sincretismo do pensamento. AFETIVIDADE CONDIÇÃO INICIAL CONDIÇÃO FINAL Indiferenciação EU-OUTRO Diferenciação EU-OUTRO ESTÁGIO IMPULSIVO EMOCIONAL (ATÉ 1 ANO) IMPULSIVO (ATÉ 3 MESES) EMOCIONAL (3 A 12 MESES) Primeiros sinais orientadores para o mundo humano (alegria, angústia, sorriso, cólera). Diálogo tônico. Predomínio da emoção, a afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas. Simbiose afetiva com o meio em função das necessidades. A criança partilha das emoções daqueles que a rodeiam. Primeiro esboço do psiquismo. Primeira forma de sociabilidade, cujas trocas são essencialmente afetivas e inicialmente sem relação intelectual. Afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas. ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO (1 A 3 ANOS) Início da constituição do eu corporal- individualização e diferenciação das partes do corpo. Diferenciação entre aquilo que pertence ao mundo exterior e aquilo que pertence ao próprio corpo. Eu diferenciado corporalmente, mas não do ponto de vista psíquico. Eu psíquico continua indiferenciado, sincrético. Diálogos consigo mesmo e com um interlocutor imaginário. PERSONALISMO (3 A 6 ANOS) Consciência corporal adquirida gradualmente oferece condições para a emergência da imagem corporal e da capacidade de reconhecer a imagem diferenciada do próprio corpo. Imagem das partes do corpo unificada em uma totalidade capaz de representar o eu. Prelúdio da consciência de si. Representação de si ainda débil.2 anos e ½ a 3 anos: Três fases : 1. Fase da recusa ou reivindicação: negativismo- crise de oposição. 2. Fase da gratidão- idade da graça.Formação da personalidade. 3.Imitação necessidade de auto-substituir os outros, passando a compor papéis e personagens em um exercício de se tornar preferido ou desejado. Reprodução enriquecida da pessoa-modelo. CATEGORIAL (6 A 11 ANOS) Diferenciação nítida entre o eu e o outro. Melhor compreensão de si. Exercício de diferentes papéis com solicitações diferentes. Percepção maior de um eu em relação com os outros em um processo permeado por conflitos e cooperação com os demais.