EDUCAÇÃO: IMPORTANTE OU PRIORITÁRI A? RIORITÁRIA EDUCATION: IMPORTANT OR PRIORIT Y? RIORITY E? RIORITAIRE EDUCATION: IMPORTANTE OU PRIORITAIR Coletânea dos 100 trabalhos selecionados no Concurso de Redação para Universitários brasileiros A compilation of one hundred selected essays from the Essay Contest for Brazilian college students Recueil des cent textes sélectionnés au concours de rédaction pour les étudiants universitaires brésiliens Rio de Janeiro - Brasil 2005/2006 FOLHA DIRIGIDA Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Representação no Brasil SAS, Quadra 5 - Bloco H, Lote 6, Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9º andar. 70070-914 - Brasília - DF - Brasil Tel.: (55 61) 2106-3500 Fax: (55 61) 322-4261 E-mail: [email protected] 2 Rua do Riachuelo, 114 - Centro Rio de Janeiro - RJ - Brasil 20230-014 Tel.: (55 21) 3233-6340 Fax: (55 21) 3233-6233 E-mail: [email protected] Unesco--•--Folha Dirigida Os autores são responsáveis pela escolha e pela apresentação dos fatos contidos nesta publicação e pelas opiniões aqui expressas, que não são necessariamente as da UNESCO e não comprometem a Organização. As designações empregadas e a apresentação do material não implicam a expressão de qualquer opinião que seja, por parte da UNESCO, no que diz respeito ao status legal de qualquer país, território, cidade ou área, ou de suas autoridades, ou no que diz respeito à delimitação de suas fronteiras ou de seus limites. The authors are responsible for the choice and presentation of facts contained in this publication and for the opinions expressed therein, which are not necessarily those of UNESCO and do not compromise the organization in any way. The terms used and the presentation of material do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of UNESCO concerning the legal status of any country, territory, town, or area, or that of its authorities, or in regard to the location of their frontiers or limits. Les auteurs sont responsables du choix et de la présentation des faits contenus dans cette publication et des opinions qui y sont exprimées, n’étant pas nécessairement celles de l’UNESCO et ne compromettant pas l’organisation. Les termes utilisés et la présentation du matériel n’impliquent pas l’expression de n’importe quelle opinion, de la part de l’UNESCO envers le statut juridique de tout pays, territoire, ville, ou secteur, ou celui de ses autorités, ou en ce qui concerne la délimitation de leurs frontières ou limites. ISBN 85-7632-137-8 EDITORA FOLHA DIRIGIDA www.folhadirigida.com.br Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 3 Representante da UNESCO no Brasil a. i. Unesco Representative in Brazil a. i. Représentant de l’ UNESCO au Brésil a. i. Rosamaria Durand Conselho Editorial da UNESCO UNESCO Publishing Council Conseil Editorial de l’UNESCO Rosamaria Durand Bernardo Kliksberg Juan Carlos Tedesco Adama Ouane Célio da Cunha Comitê para a Área de Educação Committee to the Education Field Comité pour le Secteur de l’Education Alvana Bof Candido Gomes Célio da Cunha Marilza Regattiere Equipe UNESCO – Escritório Antena no Rio de Janeiro UNESCO Team – Field Office in Rio de Janeiro Equipe UNESCO – Bureau Antenne de Rio de Janeiro Pedro Lessa Coordenador Coordinator Coordinateur Maria Cecília Oswaldo Cruz Assessora para a Área de Cultura e Desenvolvimento Culture and Development Field Advisor Assistant du Secteur de Culture et Développement George Patiño Assessor de Comunicação Communication Advisor Assistant de Communication 4 Unesco--•--Folha Dirigida Conselho Editorial da Folha Dirigida Folha Dirigida Publishing Council Conseil Editorial de Folha Dirigida Adolfo Martins Afonso Faria Elenice Magalhães Rogério Rangel Paulo Chico Equipe da Folha Dirigida Folha Dirigida´s Team Équipe de Folha Dirigida Afonso Faria Coordenador do Projeto Project Coordinator Coordinateur du Projet Elenice Magalhães Coordenação Editorial Publishing Coordination Coordination Editoriale Marcelo Fraga Júlio Nogueira Produção Gráfica Graphic Production Production Graphique Rogério Rangel Diretor Editorial Publishing Director Directeur Editorial Paulo Chico Diretor do Departamento de Educação Education Department Director Directeur du Département de l’Education Andréa Ribeiro Martins Diretora de Planejamento Planning Director Directrice de Planification Avaliação e Seleção dos Textos Evaluation and Selection of Texts Évaluation et Sélection des Textes Equipe da Fundação Cesgranrio Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 5 Avaliação e Classificação dos Finalistas Evaluation and Classification of the Finalists Évaluation et Classification des Finalistes Evanildo Bechara – Academia Brasileira de Letras Rubem Cesar Fernandes – Movimento Viva Rio Geraldo de Menezes – União Brasileira de Escritores Marlova Jovchelovitch Noleto - UNESCO Maria de Lourdes Pinheiro de Aguiar Freire – Fundação Cesgranrio Afonso Faria – Folha Dirigida Tradução / Translation / Traduction Bettina Dungs (Versão em inglês / English version / Version anglais) Michelle Pistolesi (Versão em francês / French version / Version en français) Apoio / Partnership / Sponsor Fundação Cesgranrio 6 Unesco--•--Folha Dirigida ABSTRACT This book displays the 100 best essays on Education, written by college students nationwide. These essays were selected from a writing contest held by UNESCO-Brazil and Folha Dirigida. “Education: Important or Priority?”, which has usually been a contest held at a basic education level and has now incorporated all Brazilian universities in an attempt to stimulate a critical reflection and a better understanding of the thinking process of the next generation to occupy important and influential positions in society. These texts disclose important and revealing reflections that are sensitive in their social and historical nature, mirroring the conditions of the States in which they were originated. They deal with various themes, but they all carry a common thread in constructing a culture of peace. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 7 APRESENTAÇÃO Com o objetivo de fomentar uma reflexão acerca de temas universais relevantes, o jornal Folha Dirigida e a UNESCO Brasil promovem, pelo terceiro ano consecutivo, um concurso de redação dirigido aos universitários. Originalmente circunscrito ao Estado do Rio de Janeiro, o concurso teve nesta edição a sua abrangência ampliada para o âmbito nacional através de uma parceria com o Ministério da Educação. Do conjunto de 51.253 concorrentes, as 100 redações selecionadas neste volume revelam uma análise profunda e original do público universitário a respeito da Educação, um tema prioritário para a UNESCO. Percebe-se nos textos a importância de uma educação voltada não apenas para o mercado de trabalho, mas também para o desenvolvimento de uma consciência crítica e ética. Uma educação mais humanizada visando ao bem comum e a construção de um mundo mais justo e igualitário. A Educação é um direito fundamental identificado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Alicerce para a construção da paz e do desenvolvimento sustentável é condição essencial para a redução da pobreza, para o progresso social e cultural, para a promoção dos valores democráticos e para o estabelecimento de uma paz duradoura. Marco referencial sobre o tema, o Programa "Educação para Todos" foi estabelecido na "Cúpula Mundial de Educação para Todos" (Dakar, 2000), como uma das prioridades para a Organização, passando a constituir o seu mais urgente e o mais nobre desafio. Junto com uma centena de outros países o Brasil, naquela ocasião, assumiu o compromisso de promover uma Educação de qualidade e disponível a todos, razão pela qual somos uma das poucas nações no mundo que contam com um artigo em sua Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996), determinando que o Plano Nacional de Educação deve ser elaborado considerando a Declaração Mundial de Educação para Todos. 8 Unesco--•--Folha Dirigida Em países como o nosso, onde foram superados os desafios da universalidade do acesso, o objetivo torna-se alcançar uma Educação de qualidade. Cada um de nós precisa das ferramentas, aptidões e valores essenciais para enfrentar um mundo em rápida transformação, caracterizado por complexidades, incertezas e interdependência. A globalização impõe uma discussão aberta e honesta sobre escolhas difíceis para qualquer sociedade, como a busca da identidade e da universalidade; o "localismo e o globalismo"; a proteção da cultura e das tradições e a promoção do acesso a novas informações e a novas idéias. Promover uma reflexão sobre este tema, com o envolvimento da academia, constitui mais uma oportunidade para a UNESCO dar amplitude e visibilidade à importância estratégica da Educação que, segundo Jacques Delors, Presidente da Comissão sobre a Educação para o Século XXI, não é mais confinada aos conhecimentos rudimentares da leitura, escrita e aritmética, ou ao aprendizado de um determinado ofício, mas "deve ensinar as pessoas a conhecer, a ser, fazer e aprender a viver juntas..." Rosamaria Durand Representante da UNESCO no Brasil a.i. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 9 INTRODUCTION Aiming to foment reflections about relevant universal themes, the newspaper Folha Dirigida and UNESCO Brasil are promoting an essay contest to university students, for the third year in a row. Originally limited to the State of Rio de Janeiro, the contest's reach was extended to the national sphere in a partnership with the Ministry of Education. Out of 51.253 contestants, the 100 essays selected for this book reveal a deep and original analysis by the university public on what regards Education, a priority subject for UNESCO. The importance of an Education turned not only to the work market, but also to the development of a critical and ethical consciousness can be clearly perceived. A more humanized education, viewing the common good and the construction of a fairer and more equalitarian world. Education is a fundamental right identified in the Universal Declaration of the Human Rights. It is the foundation for the construction of peace, and a sustainable development is an essential condition to reduce poverty, leading to social and cultural progress, promoting democratic values and establishing a lasting peace. A referential mark about the topic, the Program "Education for All" was established in the World Education for All Forum (Dakar, 2000), as one of the Organization's priorities, which became its most urgent and noble challenge. On that occasion, together with another hundred countries, Brazil compromised to promote quality Education to everyone, reason which we are one of the few nations in the world with a clause on its Guidelines for National Education (LDB, 1996), which determines the National Education Plan to be structured based on the World Declaration on Education for All. 10 Unesco--•--Folha Dirigida In countries like ours, where challenges as access universality have been overcome, the goal becomes reaching an Education of quality. Each one of us needs essential tools, aptitudes, and values to face a world that is in rapid transformation and characterized by perplexities, uncertainties, and interdependence. Globalization imposes an open and honest discussion about hard choices to any society, as the search for identity and universality; "localism and globalism;" the protection of culture and traditions, and the promotion of access to new information and ideas. Promoting a reflection about this topic, with the involvement of the academy, becomes yet another opportunity for UNESCO to give amplitude and visibility to the strategic importance of Education, which according to Jacques Delors, President of the Commission on Education for the 21st Century, is no longer confined to rudimental knowledge of reading, writing and arithmetic, or to the learning of a certain craft, but "shall teach people to know, to be and to do, and learn to live together…" Rosamaria Durand Representative of UNESCO in Brazil a.a. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 11 PRÉSENTATION Dans le but de stimuler une réflexion sur les thèmes universels marquants, le journal Folha Dirigida et l'UNESCO Brésil organisent, pour la troisième année consécutive, un concours de rédaction dirigé aux universitaires. Restreint à l'origine à l'Etat de Rio de Janeiro, cette édition du concours a gagné une ampleur nationale grâce à un partenariat avec le Ministère de l'Education. De l'ensemble de 51.253 concurrents, les 100 rédactions sélectionnées dans ce volume révèlent une analyse profonde et originale du public universitaire au sujet de l'Education, un thème prioritaire pour l'UNESCO. On perçoit dans les textes l'importance d'une éducation tournée non seulement vers le marché du travail, mais aussi vers le développement d'une conscience critique et éthique. Une éducation plus humanisée visant le bien commun et la construction d'un monde plus juste et égalitaire. L'Education est un droit fondamental identifié dans la Déclaration Universelle des Droits de l'Homme. Pivot de la construction de la paix et du développement stable, elle est la condition essentielle pour la diminution de la pauvreté, pour le progrès social et culturel, pour la promotion des valeurs démocratiques et pour l'établissement d'une paix durable. Marque référentielle sur le thème, le Programme "Education pour Tous" a été établi à la "Conférence Mondiale de l'Education pour Tous" (Dakar, 2000), comme l'une des priorités par l'Organisation, et est devenu son défi le plus urgent et le plus noble. Conjointement à une centaine d'autres pays, le Brésil, à cette occasion, a assumé l'engagement de promouvoir une Education de qualité et disponible pour tous, motif pour lequel nous sommes l'une des rares nations du monde ayant un article dans la Loi des Directives et Bases de l'Education Nationale (LDB, 1996), déterminant que le Plan National de l'Education doit être élaboré en prenant en considération la Déclaration Mondiale d'Education pour Tous. 12 Unesco--•--Folha Dirigida Dans des pays comme le nôtre, où les défis de l'universalité de l'accès ont été surmontés, l'objectif devient celui d'atteindre une Education de qualité. Chacun de nous a besoin d'outils, d'aptitudes et de valeurs, essentiels pour affronter un monde qui se transforme rapidement, caractérisé par des complexités, des incertitudes et une interdépendance. La globalisation impose une discussion ouverte et honnête sur les choix difficiles pour n'importe quelle société, comme la recherche de l'identité et de l'universalité ; le "régionalisme et le globalisme" ; la protection de la culture et des traditions et la promotion de l'accès à de nouvelles informations et de nouvelles idées. Favoriser une réflexion sur ce thème, avec l'implication de l'académie, constitue une opportunité de plus pour l'UNESCO de donner amplitude et visibilité à l'importance stratégique de l'Education qui, selon Jacques Delors, Président de la Commission sur l'Education pour le XXIème Siècle, n'est plus confinée aux connaissances rudimentaires de la lecture, de l'écriture et de l'arithmétique, ou à l'apprentissage d'un métier déterminé, mais "doit enseigner aux personnes à connaître, être, faire et apprendre à vivre ensemble..." Rosamaria Durand Représentante de l'UNESCO au Brésil a.i. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 13 EDUCAÇÃO PRIORITÁRIA E VERDADEIRA Todos sabemos o quanto a realidade social está marcada pela excluência. Esgarçada pela miséria. Amordaçada pela alienação. Fraturada pela concentração de riquezas. Mediocrizada pela tecnocracia. Acorrentada pelo fatalismo. Imobilizada pelo economicismo. Desesperançada pelo desemprego. E o quanto ela clama por novas alternativas. Por novas utopias. Por vozes inconformadas. Por cabeças pensantes. Por braços empreendedores. Por espíritos éticos. Por ideais solidários. Por pulsos fortes. Por corações generosos. Por olhos humanistas. Todos sabemos o quanto a cidadania tem sido uma ficção. Uma realidade distante. Uma cartomancia. Uma retórica vazia. Um desalento. Um desastre humano. Uma nuvem fugidia para uma multidão de excluídos. E o quanto ela brada por justiça. Por mudanças. Por oportunidades. Por capacitação crítica. Por participação política. Por humanização econômica. Por inserção social. É na avaliação crítica diante de um cenário social de tantos desencontros que se fortalece a idéia clara e insofismável de que não haverá equilíbrio social possível, não haverá distribuição de renda viável, não haverá dignidade humana palpável, não haverá democracia estável e nem desenvolvimento sustentável fora da matriz educacional. Sob esse aspecto, a Educação não pode ser vista apenas como um setor muito importante da economia. Deve ser entendida como uma área prioritária na construção de uma nova sociedade. Pois ela é, sabidamente, o fertilizante social mais vigoroso para fortificar as raízes do verdadeiro crescimento humano, fortalecer os valores éticos, frutificar as oportunidades, adubar o presente e o futuro, florecer a indispensável reflexão sobre a alienação política e social produzida pelo simulacro, pela concentração de poder, pela violência, pela corrupção, pela catástrofe ecológica e pela desumanização dos tempos correntes. Nesse sentido, é fundamental que os segmentos sociais de vanguarda, entre os quais a Universidade assume papel de natural relevância, pressionem para que a retórica de uma Educação importante ceda espaço para a prática de uma Educação prioritária. 14 Unesco--•--Folha Dirigida Acreditamos que a promoção realizada pela Folha Dirigida (em parceria com a Unesco e com o apoio do Ministério da Educação) e cujo resultado é este livro com tantos textos reflexivos sobre assunto de tamanha relevância venha instigar, na pauta dos universitários, o debate sobre a necessidade dessa mudança de foco: a Educação não deve ser vista como simplesmente importante. Deve ser colocada como absolutamente prioritária e emergencial. E certamente, estamos nos referindo, não à Educação da mesmice. Do privilégio. Do indivíduo mínimo. Do deficiente cívico. Mas à educação do sonho. Da utopia. Da esperança. Do inconformismo. Não à educação da retórica fácil. Do simplismo pedagógico. Da panacéia dos almanaques. Mas à educação do questionamento. Do confronto de idéias. Da mobilização de energias. Da transformação social. Não à educação do quietismo. Da resignação. Da rotina. Do descompromisso. Mas à educação da reflexão. Da ética. Da afirmação. Do agir. Do fazer. Não à educação do utilitarismo. Do tecnicismo. Do mercado. Dos desejos midiatizados. Da alienação. Do fatalismo. Mas à educação da justiça. Da igualdade de oportunidades. Do crescimento humano. Não à educação da concentração de renda. Do modelo econômico perverso. Da globalização desumanizante. Da excludência. Da submissão humana. Mas à educação da cidadania. Da fraternidade. Da mudança. Do humanismo. Da consciência política. Da inclusão social. Enfim, à Educação prioritária e verdadeira. Adolfo Martins Presidente da Folha Dirigida Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 15 TRUE AND PRIORITY EDUCATION We all know the extent to which our social reality is marked by exclusion. Torn by misery. Silenced by alienation. Fractured by the concentration of wealth. Demeaned by technocracy. Chained by fatalism. Immobilized by economics. Turned into hopelessness by unemployment. And to what extent it clamors for new alternatives. For new utopias. For malcontent voices. For thinking heads. For enterprising arms. For ethical spirits. For fraternal ideals. For strong hands. For generous hearts. For humanistic eyes. We all know to what extent citizenship has been a fiction. A distant reality. A fortune telling. An empty rhetoric. A discouragement. A human disaster. A fleeting cloud to a crowd of excluded. And to what extent it cries out for justice. For changes. For opportunities. For critical qualification. For political participation. For economical humanization. For social insertion. It is through a critical evaluation of a social setting of so many failures that one strengthens the clear and irrefutable idea that there will be no feasible income distribution, there will be no palpable human dignity, and there will be no stable democracy or sustainable development outside the educational matrix. Under this aspect, Education cannot only be seen as a very important sector of economy. It should be understood as a priority in the construction of a new society. For it knowingly is the most vigorous social fertilizer to strengthen the roots of true human development, fortify ethical values, fructify opportunities, fertilize the present and the future, flower the indispensable reflection about the political and social alienation produced by the simulacrum, by the concentration of power, by violence, corruption, by ecological catastrophes, and by the current times’ de-humanization. In that sense, it is essential that precursor social segments press so that the rhetoric of an important Education cedes space for the practice of a priority Education. We believe that the promotion carried out by Folha Dirigida (in partnership with the Unesco and the support of the Ministry of Education), which result is this book with so many reflective texts about a subject of such relevance, may instigate the debate about the 16 Unesco--•--Folha Dirigida need of this change of focus in the agenda of university students: Education shouldn’t be seen simply as important. It should be placed as absolute priority and emergency. And certainly, we are not referring ourselves to the Education of sameness. Of privilege. Of the minimal individual. Of the civically deficient. But to the education of our dreams. Of utopia. Of hope. Of non-conformism. No to the education of easy rhetoric. Of the simplistic pedagogy. Of the panacea of almanacs. But to the education of questioning. Of the confrontation of ideas. Of the mobilization of energies. Of the social transformation. No to the education of quietness. Of resignation. Of routine. Of non-compromise. But to the education of reflection. Of ethics. Of affirmation. Of acting. Of doing. No to the utilitarian education. Of technicality. Of the market. Of media-created desires. Of alienation. Of fatalism. But to the education of justice. Of equal opportunities. Of human development. No to the education of wealth concentration. Of the perverse economic model. Of the de-humanizing globalization. Of exclusion. Of human submission. But to the education of citizenship. Of fraternity. Of change. Of humanism. Of political consciousness. Of social inclusion. Finally, to the True and Priority Education. Adolfo Martins President of Folha Dirigida Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 17 EDUCATION PRIORITAIRE ET VÉRITABLE Nous savons tous combien la réalité sociale est marquée par l’exclusivisme. Déchirée par la misère. Bâillonnée par l’aliénation. Fracturée par la concentration de richesses. Banalisée par la technocratie. Enchaînée par le fatalisme. Immobilisée par l’économisme. Désespérée par le chômage. Et combien elle implore de nouvelles alternatives. De nouvelles utopies. Des voix non résignées. Des têtes pensantes. Des bras entrepreneurs. Des esprits éthiques. Des idéaux solidaires. Des pouls forts. Des cœurs généreux. Des yeux humanistes. Nous savons tous combien la citoyenneté est devenue une fiction. Une réalité lointaine. Une cartomancie. Une rhétorique vide. Un découragement. Un désastre humain. Un nuage fugitif pour une foule d’exclus. Et combien elle prêche la justice. Les changements. Les opportunités. La persuasion critique. La participation politique. L’humanisation économique. L’insertion sociale. C’est dans l’évaluation critique face à un scénario social de tant de divergences, que se consolide l’idée claire et non sophistiquée qu’il n’y aura pas d’équilibre social possible, ni de distribution viable de revenus, ni de dignité humaine palpable, ni de démocratie stable, ni de développement durable, sans la matrice éducationnelle. Sous cet aspect, l’Education ne peut être vue seulement comme un secteur très important de l’économie. Elle doit être comprise comme un domaine prioritaire dans la construction d’une nouvelle société. Car elle est, clairement, l’engrais social le plus vigoureux pour fortifier les racines de la véritable croissance humaine, fortifier les valeurs éthiques, faire fructifier les opportunités, fertiliser le présent et l’avenir, fleurir l’indispensable réflexion sur l’aliénation politique et sociale produite par le simulacre, par la concentration de pouvoir, par la violence, la corruption, la catastrophe écologique et par la déshumanisation des temps actuels. Dans ce sens, il est fondamental que les segments sociaux de l’avant-garde, parmi lesquels l’Université, assument un rôle d’importance naturelle, fassent pression pour que la rhétorique d’une Education importante cède la place à la pratique d’une Education prioritaire. 18 Unesco--•--Folha Dirigida Nous pensons que la promotion réalisée par le journal «Folha Dirigida» (en partenariat avec l’Unesco et avec l’appui du Ministère de l’Education) et dont le résultat est ce livre contenant tant de textes réflexifs sur un sujet de si grande importance vient stimuler, dans le programme des universitaires, le débat sur la nécessité de ce changement de cible : l’Education ne doit pas être vue comme simplement importante. Elle doit être considérée comme absolument prioritaire et urgente. Et certainement, nous nous référons, non à l’Education de l’inaltérabilité. Du privilège. De l’individu minimum. Du déficient civique. Mais à l’éducation du rêve. De l’utopie. De l’espoir. Du non conformisme. Pas à l’éducation de facile rhétorique. De la pédagogie simpliste. De la panacée des almanachs. Mais à l’éducation du questionnement. De la confrontation des idées. De la mobilisation d’énergies. De la transformation sociale. Non à l’éducation du quiétisme. De la résignation. De la routine. Du désengagement. Mais à l’éducation de la réflexion. De l’éthique. De l’affirmation. De l’agir. Du faire. Non à l’éducation de l’utilitarisme. Du technicisme. Du marché. Des désirs médiatisés. De l’aliénation. Du fatalisme. Mais à l’éducation de la justice. De l’égalité des opportunités. De la croissance humaine. Non à l’éducation de la concentration de revenu. Du modèle économique pervers. De la globalisation déshumanisante. De l’exclusion. De la soumission humaine. Mais à l’éducation de la citoyenneté. De la fraternité. Du changement. De l’humanisme. De la conscience politique. De l’inclusion sociale. Enfin, à l’Education prioritaire et véritable. Adolfo Martins Président de Folha Dirigida Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 19 ÍNDICE / CONTENT / INDEX Adriana Maria Tomaz ......................................................... 23 IMESSM - Lençóis Paulistas - SP Adriana Stella Chammas ..................................................... 27 Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM - Rio de Janeiro - RJ Alex Sandro Custódio dos Santos ........................................ 32 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES - Espinosa - MG Ana Aline da Silva ............................................................... 35 Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ - Rio de Janeiro - RJ Ana Maria Lauer ................................................................. 39 Universidade Luterana do Brasil – ULBRA - Santa Maria - RS Ana Paula Dantas de Miranda ............................................. 42 Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém - PA Ana Paula Libório Arruda ................................................... 45 Academia de Ensino Superior - Sorocaba – SP Anderson de Araújo Bressam ............................................... 48 Centro Universitário da FEI - São Bernardo do Campo - SP André Avelino Caldeira ....................................................... 53 Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui – FATEB - Birigui – SP Angélica de Araújo Oliveira ................................................. 56 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP - Ribeirão Preto – SP Antonio Marcos Gonçalves Pimentel ................................... 61 Universidade Federal Fluminense – UFF - Niterói – RJ Bernardo Augusto de Moura Machado ................................ 66 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro – RJ Bernardo Sfredo Miorando .................................................. 70 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS - Porto Alegre – RS Carla Goltz Blümel ............................................................. 75 Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Itararé – FACIC Itararé - SP 20 Charlene dos Santos França ................................................. 78 Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Christiano Pereira do Amaral .............................................. 82 Centro Universitário Barra Mansa – UBM - Barra Mansa – RJ Clarissa Monteiro Benac ..................................................... 85 Universidade Federal Fluminense – UFF - Niterói - RJ Cláudia Helena Daher ........................................................ 88 Universidade Estadual de Ponta Grossa - Ponta Grossa – PR Cláudio Leonardo Soares Mendes ........................................ 91 Universidade do Estado da Bahia – UNEB - Guanambi - BA Conceição Ferreira de Souza ................................................ 95 Faculdade Social da Bahia - Salvador - BA Cristiane da Cruz ................................................................ 99 Unesp - Presidente Prudente - SP Denise Figueiredo Barros do Prado .................................... 102 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte - MG Diego Ramos Medeiros ..................................................... 107 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE - Recife – PE Diogo Ballestero Fernandes de Oliveira .............................. 111 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro - RJ Eduardo de Franco Rispoli Alves ....................................... 114 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte - MG Elizabeth Efigênia da Costa Alves Gonçalves ...................... 118 Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA - Belo Horizonte - MG Evelina Lemke Pereira ....................................................... 121 Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED - Medianeira – PR Fábio Antonio da Costa .................................................... 124 Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Fabrícia da Silva Barros ..................................................... 128 Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro - RJ Unesco--•--Folha Dirigida Fernanda Fatima dos Santos .............................................. 132 Joelma Tito da Silva .......................................................... 205 Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/CERES - Caicó - RN Francele Theodo Assumção ............................................... 137 Juliana de Fátima da Silva ................................................. 209 Universidade Federal de Viçosa – UFV - Volta Redonda – RJ Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - SP Francisco da Silva Santana ................................................. 141 Kaytha e Silva Jorge .......................................................... 213 Faculdades Jorge Amado - Salvador - BA Universidade Cidade de São Paulo – UNICID - São Paulo - SP Franey Reitz ..................................................................... 144 Lara de Sousa Marques ..................................................... 217 Faculdades Porto-Alegrenses – FAPA - Porto Alegre - RS Universidade Federal de Viçosa – UFV - Viçosa - MG Gabriel Merheb Petrus ...................................................... 150 Leandro Augusto de Paula Santos ...................................... 220 Universidade Federal do Pará – UFPR - Curitiba - PR Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Nova Lima – MG Geisa Fróes de Freitas ........................................................ 155 Leily Vânea Medeiros Dornelas ......................................... 224 Universidade Estadual de Feira de Santana - Feira de Santana – BA Faculdades de Vitória – FDV - Vila Velha – ES George Okechukwu Maha ................................................. 159 Lenon Dias dos Santos ...................................................... 228 Instituto de Educação Superior de Brasilia – IESB - Brasília – DF Centro Universitário de Brasília – UNICEUB - Brasília – DF Gilcilene Correia de Lima ................................................. 163 Leonardo Carvalho ........................................................... 233 UEM - Goioerê - PR Universidade Federal Fluminense – UFF - Nilópolis - RJ Gisele Milan ..................................................................... 167 Liliane dos Santos Generoso .............................................. 237 Universidade Estadual de Ponta Grossa - Ponta Grossa - PR Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Gisely Moura Radael ......................................................... 170 Luciane Calixto de Araújo ................................................. 242 Universidade Federal de Minas Gerais - Lagoa Santa – MG Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC - Florianópolis - SC Gisele Sousa Gutzmer Borba ............................................. 173 Luis Fabiano Valério Paixão ............................................... 246 Universidade Federal Fluminense – UFF - Rio de Janeiro- RJ Centro Universitário Ibero-americano - São Paulo - SP Glauciane Maria de Almeida Catanho ................................ 178 Luís Gustavo de Oliveira ................................................... 250 Universidade Cruzeiro do Sul - São Paulo - SP Universidade São Marcos - São Paulo – SP Gusthavo Corrêa Gonçalves dos Santos ............................. 181 Marcelo Alves dos Santos .................................................. 253 Estácio de Sá - Belo Horizonte - MG Faculdades de ciências Humanas de Curvelo - Várzea da Palma – MG Jaciára Roberta da Conceição Barbosa ............................... 185 Marcelo Moraes Caetano ................................................... 256 Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - RJ Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ Janaína Laport Beta .......................................................... 188 Marcos Junior Teixeira de Oliveira ..................................... 261 Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Nova Iguaçu – RJ Universidade Católica de Petrópolis - Petrópolis - RJ Jaqueline Luvisotto Marinho ............................................. 192 Maria Julia Oller Pereira .................................................... 266 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – FMRP/USP - São Paulo - SP Universidade de Campinas – UNICAMP - Campinas - SP Jerônimo Augusto Vieira Pereira ........................................ 196 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ - Três Rios - RJ João Assunção dos Santos .................................................. 200 Mariana Tavares dos Santos .............................................. 270 Universidade de São Paulo – USP - São Paulo – SP Marinalva Rodrigues Magalhães ........................................ 273 Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Ri de Janeiro - RJ Universidade do Estado do Pará – UEPA - Belém - PA Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 21 Marta Carvalho da Silva .................................................... 279 Ruandro Victor Knapik ..................................................... 342 Universidade Veiga de Almeida - Búzios – RJ Centro Universitário Positivo – UniceP - Quatro Barras – PR Mauro Martins Cardoso .................................................... 283 Rubenir Fernandes Costa .................................................. 346 Faculdades Santa Cruz – INOVE - Curitiba - PR Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ - Teresópolis – RJ Melissa Jardim de Souza .................................................... 287 Sebastião Júnior Ferreira Braga .......................................... 350 Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - Araruama - RJ Faculdade Dehoniana - Taubaté – SP Mônica Diniz Marques ..................................................... 290 Silvana Michele Ramos ..................................................... 353 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro - RJ Universidade Federal do Pará - UFPA - Ananindeua - PA Natália Lourenço Ribeiro Medeiros ................................... 293 Silvério Fernandes Borges .................................................. 358 Universidade de São Paulo – USP - São Paulo – SP Universidade Federal Fluminense – UFF Saquarema - RJ Pedro Vitor Guimarães Rodrigues Vieira ............................ 296 Simone Alves Silva ............................................................ 362 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro – RJ Centro Universitário de Caratinga – UNEC - Santana do Paraíso - MG Penélope Thais da Cunha Toledo ...................................... 300 Sócrates Simões Ramos ..................................................... 365 Universidade Federal Fluminense – UFF - Niterói - RJ Faculdade Sumaré - São Paulo - SP Priscila Camelier de Assis Cardoso ..................................... 304 Solinéia Brandão Pompermayer ......................................... 369 Universidade Federal da Bahia - Salvador – BA Universidade Federal do Espírito Santo - Serra - ES Rafaela Aparecida Fonseca ................................................. 307 Thais Rodrigues Reis ........................................................ 373 Faculdade de Direito de Varginha - Lavras – MG Universidade do Grande Rio – UNIGRANRIO - Duque de Caxias – RJ Raife Jeferson Santos de Lima ........................................... 311 Vânia Gato Medeiros ........................................................ 376 UniverCidade - Duque de Caxias – RJ Universidade do Estado do Pará – UEPA - Belém – PA Regis Lopes Silva .............................................................. 315 Verlan Valle Gaspar Neto ................................................... 380 Faculdade Cambury - Goiânia - GO Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF - Juiz de Fora - MG Renata Aparecida Canatelli Vieira ...................................... 318 Victor Alexandre Dantas de Miranda ................................. 384 Centro Universitário Herminio Ometto – Uniararas - Iperó - SP Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém - PA Renata Luize Pinheiro Carrara ........................................... 320 Vinícius Guilherme Rodrigues Vieira ................................. 387 Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Universidade de São Paulo – USP - Santos – SP Rita de Cássia Cortez Pedro Dias ...................................... 324 Wellington dos Santos Vasconcelos .................................... 392 Centro Universitário de Barra Mansa – UBM - Barra Mansa - RJ Universidade Estadual de Feira de Santana - Feira de Santana - BA Robson Caetano dos Santos .............................................. 328 Wenderson Aparecido Nunes dos Santos ............................ 396 Universidade Federal do Pará – UFPA - Marabá - PA Universidade do Grande Rio – UNIGRANRIO - Rio de Janeiro - RJ Rodrigo Poreli Moura Bueno ............................................ 332 Wilen Norat Siqueira ........................................................ 400 Universidade Estadual de Londrina - Londrina – PR Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO - Rio de Janeiro - RJ Rosaly Patrício Fonseca ..................................................... 336 Centro Universitário Plínio Leite - Niterói - RJ Rosibel da Silva Fonseca Araújo ......................................... 339 Wilian Ramos Marcos ....................................................... 404 Pontifícia Universidade Católica – PUC - Belo Horizonte – MG Fundação de Ensino Superior de Olinda – FUNESO - Olinda - PE 22 Unesco--•--Folha Dirigida “...eu acredito que a educação tem que ser prioridade em nosso país. Cabe a nós, pais e educadores, despertar, em nossas crianças e jovens, a consciência do direito à vida, a qualquer forma de vida.” Adriana Maria Tomaz IMESSM - Lençóis Paulistas - SP Adoro ler crônicas, porém nunca me atrevi a escrever uma. Nunca, até hoje. Mas, por que escrever uma crônica falando de educação? Já vou explicar-lhes, caros leitores, não sei se assim é que devo me dirigir a quem está lendo e talvez julgando estas linhas. Não vou escrever de educação, já tem muita gente falando sobre o assunto, gente muito mais capacitada do que eu, vou contar-lhes um fato que me fez refletir sobre a educação. Moro em uma cidade do interior de São Paulo, por sinal uma cidade que leva como título “Cidade do Livro”, pois é aqui, em Lençóis Paulista, que nasceu Orígenes Lessa, escritor famoso e membro da Academia Brasileira de Letras. Temos uma grande biblioteca municipal, e nossas escolas são muito bem recheadas de livros e recursos. A educação formal é importante em Lençóis Paulista. Bem, mas, vamos ao fato em si, afinal, caros leitores, vocês já devem estar curiosos e, vou confessar, eu também. Como disse anteriormente, moro em uma cidade do interior, e costumo sair para caminhar todas as tardes em um belo parque perto de minha casa. Este ritual é uma forma de relaxar e, enquanto, caminho gosto de prestar atenção nos pássaros. Um dos meus favoritos é um joão-de-barro que construíra a sua casinha em uma árvore as margens do rio e todas as tardes dava um espetáculo, cantando à porta de sua pequena morada. Sim, como vocês perceberam, eu disse dava, e não se trata de um erro de concordância. Numa dessas tardes percebi que algo estava faltando e depois de algum tempo percebi que a casinha do joão-de-barro já não estava mais na árvore e, consequentemente, ele também não. Como no dia anterior havia caído uma forte chuva, achei que ela teria sido a causadora da destruição da frágil casinha, contudo, para meu espanto e indignação, o guarda do parque me contou que tinha sido uns garotos, que sempre vão ao parque para nadar, os causadores de tamanha maldade. Aos olhos de muitos, este fato pode parecer irrelevante, sem importância e sem sentido, afinal, o que isto tem a ver com Educação. Tudo, eu respondo. Vivemos em um mundo onde a consciência da importância da preservação, não apenas da natureza, mas, te todos nós, seres humanos, está gritando aos nossos ouvidos. E, como fechar os olhos ao fato de que nossas crianças não dão importância a um ser que está vivendo Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 23 em perfeita harmonia com seu meio. Pura maldade. Não. Culpados. Também não. A culpa é de todo um sistema que durante muito tempo fechou os olhos para a Educação. Por isso, eu acredito que a educação tem que ser prioridade em nosso país. Cabe a nós, pais e educadores, despertar, em nossas crianças e jovens, a consciência do direito à vida, a qualquer forma de vida. Lembramos de lutarmos contra a violência, o desarmamento, o desemprego, o preconceito, mas, quando vamos lutar por uma educação mais séria e comprometida em preparar as nossas crianças, não apenas para o vestibular, mas para a vida? A resposta a essa pergunta está dentro de cada um de nós. E, quanto ao joão-de-barro? Vocês deve estar perguntando. Bem, ele está reconstruindo a sua casa numa outra árvore, ao lado daquela, e todas as tardes, ele dá o seu espetáculo, ensinando mais uma lição: todos somos capazes de reconstruir as nossas vidas, basta termos coragem e fazermos as escolhas certas. _____________________ “...I believe education has to be a priority in our country. It is our duty as parents and educators, to awake our children’s and youth’s consciousness about the right to life, any form of life.” I love to read chronicles, but I have never dared to write one. Never, until today. But why write a chronicle about education? I will explain it now, dear readers. I don’t know if that is how I should address myself to whom is reading this and maybe judging these lines. I will not write about education, there are already many people talking about the issue, who are much more qualified than I. I will tell you a story that made me reflect about education. I live in an inner city of São Paulo, as a matter of fact, a city known as City of the Book, -Cidade do Livro- as it is here, in Lençóis Paulista, that Orígenes Lessa, a famous writer and famous member of the Brazilian Academy of Letters was born. We have a big municipal library and our schools are very well supplied with books and resources. Formal education is important in Lençóis Paulista. Well, but let’s go to the fact itself, after all, dear readers, you might already be curious and I confess, I am too. As I said previously, I live in an inner city and use to go out for a walk every afternoon in a beautiful park near my house. This ritual is a way of relaxing and I like to watch the birds there while I walk. One of my favorites is an ovenbird that built its little house on a tree at the margins of the river and used to give a show every afternoon, singing at the door of its little home. Yes, as you may have noticed, I said, used to, and this is not an 24 Unesco--•--Folha Dirigida agreement error. On one of these afternoons, I felt something was missing and after a while, I saw that the little ovenbird’s house was no longer on the tree, and consequently, neither did the bird. As a heavy rain had fallen on the previous day, I thought this had been the reason for the fragile little house’s destruction, nevertheless, for my astonishment and indignation, the park’s guard told me such evil had been done by some boys who use to go to the park to swim. To the eyes of many, this fact may seem irrelevant, of no importance or meaning, after all, what does that have do to with Education? Everything, I answer. We live in a world in which the awareness about the importance of preservation, not only nature’s, but of all of us, human beings, is shouting in our ears. How to close our eyes to the fact that our children do not give importance to a being living in perfect harmony in its environment? Pure meanness. It isn’t. It is their fault. Not either. The fault lies in an entire system that has closed its eyes to Education for too long. That is why I believe that education has to be a priority in our country. It is our duty as parents and educators, to awaken our children’s and youth’s consciousness about the right to life, to any form of life. We remember to fight against violence, disarmament, unemployment, prejudice, but when will we fight for a more serious and compromised education to prepare our children, not only for college entrance examinations, but for life? The answer to this question lies inside all of us. And what about the ovenbird, you might be asking. Well, it is building its house on another tree, beside the former one, and every afternoon it gives its show, teaching yet another lesson: we are all capable of rebuilding our lives, we just have to have courage to make the right choices. _____________________ “...je pense que l’éducation doit être priorité dans notre pays. Il revient à nous, parents et éducateurs, d’éveiller, chez nos enfants et les jeunes, la conscience du droit à la vie, à toute forme de vie.” J’adore lire les chroniques, cependant je n’ai jamais osé en lire une. Jamais, jusqu’à ce jour. Mais, pourquoi écrire une chronique parlant d’éducation. Je vais vous expliquer, chers lecteurs, je ne sais pas si c’est ainsi que je dois m’adresser à qui lit et va peut-être juger ces lignes. Je ne vais pas écrire sur l’éducation, il y a déjà beaucoup de personnes qui parlent de ce sujet, des personnes beaucoup plus habilitées que moi, je vais vous raconter un fait qui m’a fait réfléchir sur l’éducation. Je vis dans une ville de l’intérieur de São Paulo, d’ailleurs une ville qui a pour nom Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 25 “Ville du Livre”, et bien c’est ici, à Lençóis Paulista, qu’est né Orígenes Lessa, écrivain célèbre et membre de l’Académie Brésilienne de Lettres. Nous avons une grande bibliothèque municipale, et nos écoles sont pleines de livres et de recours. L’éducation formelle est importante à Lençóis Paulista. Bien plus, allons directement au fait, finalement, chers lecteurs, vos devez être curieux et, je le confesse, moi aussi. Comme je l’ai dit antérieurement, je vis dans une ville de province et j’ai l’habitude de me promener tous les après-midi dans un beau parc près de chez moi. Ce rituel est une manière de me relaxer et, tandis que je me promène, j’aime observer les oiseaux. L’un de mes favoris est un pic-vert qui a construit sa petite maison dans un arbre au bord du fleuve et tous les après-midi faisait un spectacle, en chantant à la porte de sa petite demeure. Oui, comme vous vous en êtes aperçus, j’ai dit donnait, et il ne s’agit pas d’une erreur de concordance. L’une de ces après-midi je me suis rendue compte qu’il manquait quelque chose et après un moment je me suis aperçue que la petite maison du pic-vert n’était plus dans l’arbre et, par conséquent, lui non plus. Comme le jour d’avant il avait plu très fort, j’ai pensé que la pluie avait été la cause de la destruction de la petite maison fragile, mais, à ma surprise et indignation, le gardien du parc m’a raconté que c’était des enfants, qui vont toujours au parc pour nager, les responsables d’une telle méchanceté. Aux yeux de beaucoup, ce fait peut paraître irrelevant, sans importance et sans aucun sens, finalement, qu’est ce que cela a à voir avec l’Education. Tout, je réponds. Nous vivons dans un monde où la conscience donne de l’importance à la préservation, pas seulement de la nature, mais de nous tous, êtres humains, crie à nos oreilles. Et, comment fermer les yeux devant le fait que nos enfants ne donnent pas d’importance à un être qui vit en parfaite harmonie avec son environnement. Pure méchanceté. Non. Fautifs. Non plus. La faute est de tout un système qui durant beaucoup de temps a fermé les yeux sur l’Education. Pour ceci, je pense que l’éducation doit être une priorité dans notre pays. Il revient à nous, parents et éducateurs, d’éveiller, chez nos enfants et les jeunes, la conscience du droit à la vie, à toute forme de vie. Nous nous souvenons de lutter contre la violence, le désarmement, le chômage, les préjugés, mais, quand allons-nous lutter pour une éducation plus sérieuse et engagée, à préparer nos enfants, non pas seulement pour le baccalauréat, mais pour la vie? La réponse à cette question se trouve dans chacun de nous. Et, pour ce qui est du pic-vert? Vous allez me demander. Bien, il est en train de reconstruire sa maison dans un autre arbre, près de l’autre, et tous les après-midi, il fait son spectacle, en enseignant une leçon de plus: nous sommes tous capables de reconstruire nos vies, il suffit d’en avoir le courage et de faire les choix corrects. 26 Unesco--•--Folha Dirigida “Cada um de nós tem seu talento especial, único. A educação comunitária reintegra excluídos e acaba com o ócio, valorizando os indivíduos que se encontram, descobrindo que são capazes de produzir.” Adriana Stella Chammas Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM - Rio de Janeiro - RJ Pingos nos is Toca o sinal. É hora do início da aula a que nossos dirigentes deveriam assistir. O parágrafo introdutor, que chama e fixa a atenção para o restante do texto, fala dos mestres, que começaram como alunos, que também aprenderam com os seus. Seguindo o raciocínio da teoria da evolução, a cada geração o corpo discente seria melhor qualificado, melhor embasado e, por isso, melhor reconhecido e remunerado(!). Uma vírgula intrusa apareceu, seguida de um porém e outros muitos tão poucos, apagando da lousa das meninas o Normal e, com ele, os planos de aulas. Para os que tinham por orgulho a profissão e hoje quase se desculpam pela carreira, é devido não só uma maçã, mas muitos pomares. A lousa eletrônica, só presente no futuro das interações virtuais, está longe da realidade do quadro negro dos que nem com as letras podem interagir. Então um travessão pertinente ecoa do palanque: – Eu faço e aconteço, vote em mim, vou educar! O ponto de interrogação não se faz de rogado e na mesma hora retruca: – O quê? Educar? E, correndo pra não perder a oportunidade, a exclamação: – Não queremos só informação, queremos é formação! Queremos dar ao nosso país o futuro que a profissão do passado promete. E só pode dar formação, quem a tem: não há sociólogo, matemático, engenheiro, ministro ou operário que possa ser e dar o melhor de si sem base, sem a teoria da sua prática. Cidadãos produtivos, médicos, ministros, dirigentes e diplomatas, todos, começaram do “be-a-bá” – entre vírgulas nervosas. Apressaram-se então os parênteses: (não vai me dizer que todo mundo vai ser presidente!). Bate o sinal, hora da “merenda”, entre aspas assanhadas. Para se alcançar uma meta, é necessário planejamento. Para planejar é preciso aprender a pensar. Levantar os olhos do caderno e enxergar a estrutura como um todo. A educação é ponto premissa desenvolvimentista, a exemplo de outros países que tiveram êxito sustentado no saber para nos dar o exemplo. Uma boa alternativa para a pulverização do conhecimento e a interação social é a inclusão da disciplina obrigatória de monitoria nas grades dos formandos de todas as profissões, direcionando jovens Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 27 a sedimentarem seu aprendizado ensinando, dedicando-se ao serviço social - e internalizando nos futuros empregados e empregadores uma visão plural de responsabilidade pela nossa sociedade. Esse estímulo à reflexão solidária e participativa faz perceber, num raciocínio singular, que o lucro será de toda a Nação. É necessário ampliar o capital intelectual da empresa Brasil, investindo nas sementes que vão escrever a nossa história e farão florescer os sonhos de muitas gerações. Educar significa extrair o melhor de cada um. Lapidar a matéria bruta e fazer acontecer as reticências dessa essência. Cada um de nós tem seu talento especial, único. A educação comunitária reintegra excluídos e acaba com o ócio, valorizando os indivíduos que se encontram, descobrindo que são capazes de produzir. Esse investimento de hoje, em valores morais, será refletido em melhor controle da violência e crescimento do PIB amanhã. O sinal toca novamente, avisando que é hora de encontrar nossa saída. A matemática da cultura é a que divide pra depois multiplicar, exponencialmente. E ponto final. _____________________ “Each one of us has a special and unique talent. Community education reintegrates the excluded and puts an end to loitering, valuing those who find themselves and discover they are capable of producing.” Dotting the I’s and Crossing the T’s The bell rings. It is time to start the class our leaders should attend. The introductory paragraph, drawing and retaining attention to the rest of the text, speaks about the masters who began as students and learned from their masters. Following the reasoning of the evolution theory, each following student thereon would be better qualified, better based, and therefore, better recognized and paid (!). An intruding comma appeared, followed by a but, and erased the Normal School from the girls’ blackboard and the syllabi with it. Those who used to be proud of their profession and today almost apologize for their career deserve not only an apple, but many orchards. Electronic blackboards, only present in the future of virtual interactions, are far away from the blackboard reality of those who cannot even interact with letters. Then a pertinent dash echoes from the stage: – I make it happen, vote in me, I will educate! The question mark doesn’t play hard to get and answers right away: – What? Educate? 28 Unesco--•--Folha Dirigida And running, not to miss the opportunity, the exclamation pointed: – We don’t want only information, with want learning! We want to give our country the future the profession of the past promises to give. And only those who have an education can give it: no sociologists, mathematicians, engineers, ministers, or workers can do their best without a base, without the theory of what they practice. Productive citizens, doctors, ministers, leaders and diplomats, all of them, began from the ABCs – between nervous commas. So the parenthesis rushed: (don’t tell me everybody will become president!). The bell rings, it is time for the “school lunch,” between excited quotes. In order to reach a goal, it is necessary to plan. In order to plan it is necessary to learn to think. Lift the eyes from the notebook and view the structure as a whole. Education is development’s point of premise, as in the case of other countries, which success was based on knowledge, to give us an example. A great alternative to spread knowledge and social interaction would be including monitoring requirements on the schedules of students of all professions, guiding the youth to sediment what they have learned by teaching, devoting themselves to social service and internalizing a plural vision of responsibility for our society in these future employees and employers. This motivation for a mutual and participative reflection makes us perceive in a unique reasoning, that the entire Nation will benefit. It is necessary to broaden the intellectual capital of the company Brazil, investing in the seeds that will write our history and make the dreams of many generations flourish. To educate means extracting the best of each one. Polish the raw matter and make the reticence of this essence happen. Each one of us has a special and unique talent. Community education reintegrates the excluded and puts an end to loitering, valuing those who find themselves, discovering that they are capable of producing. This investment in moral values today will be reflected in a better control over violence and in the GNP increase tomorrow. The bell rings again, telling it is time to find our way out. The math of culture is the one that divides in order to multiply, exponentially. And period. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 29 “Chacun de nous a son talent spécial, unique. L’éducation communautaire réintègre les exclus et en finit avec l’oisiveté, en valorisant les individus qui se trouvent, découvrant qu’ils sont capables de produire.” Points sur les i La cloche sonne. C’est l’heure du début du cours auquel nos dirigeants devraient assister. Le paragraphe introducteur, qui attire et fixe l’attention sur le restant du texte, parle des maîtres, qui ont commencé comme élèves, qui ont aussi appris avec les leurs. En suivant le raisonnement de la théorie de l’évolution, à chaque génération, le corps enseignant serait mieux qualifié, mieux fondé et, pour cela, mieux reconnu et mieux payé (!). Une virgule intruse est apparue, suivie d’un cependant et autres beaucoup si peu, éteignant de l’ardoise des filles le Normal et, avec lui, les plans des cours. Pour ceux qui avaient la profession par orgueil et aujourd’hui s’excusent presque pour la carrière, est dû non seulement une pomme, mais plusieurs pommiers. L’ardoise électronique, seulement présente dans l’avenir des interactions virtuelles, est loin de la réalité du tableau noir de ceux qui, ni avec les lettres peuvent interagir. Alors un signal pertinent fait écho de l’estrade: – Je fais ce qu’il y a de meilleur, votez pour moi, je vais éduquer! Le point d’interrogation ne se fait pas prier et rétorque sur-le-champ: – Quoi? Eduquer? Et, en courant pour ne pas perdre la chance, l’exclamation: – Nous ne voulons pas seulement de l’information, nous voulons de la formation! Nous voulons donner à notre pays l’avenir que la profession du passé promet. Et seul celui qui la possède peut la donner: il n’existe pas de sociologue, de mathématicien, d’ingénieur, de ministre ou d’ouvrier qui puisse être et donner le meilleur de soi sans base, sans la théorie de sa pratique. Citoyens productifs, médecins, ministres, dirigeants et diplomates, tous, ont commencé du “be-a-ba” – entre virgules nerveuses. Ils se sont pressés entre les parenthèses: (vous n’allez pas me dire que tout le monde va être président!). La cloche sonne, heure du “goûter”, entre guillemets impétueux. Pour atteindre un objectif, une planification est nécessaire. Pour planifier il faut apprendre à penser. Lever les yeux du cahier et voir la structure comme un tout. L’éducation est un point prémisse de développement, à l’exemple d’autres pays qui ont eu un succès durable dans le savoir pour nous donner l’exemple. Une bonne alternative pour la pulvérisation de la connaissance et l’interaction sociale est l’inclusion de la discipline obligatoire de monitorage des grilles de ceux qui sont en train de se former à toutes les professions, orientant les jeunes à sédimenter leur apprentissage en enseignant, en se dédiant au service social - et intériorisant dans les futurs employés et employeurs une vision plurale de responsabilité pour notre société. Cette stimulation à la réflexion solidaire 30 Unesco--•--Folha Dirigida et participative fait percevoir, dans un raisonnement singulier, que le bénéfice sera de toute la Nation. Il est nécessaire d’agrandir le capital intellectuel de l’entreprise Brésil, en investissant dans les graines qui vont écrire notre histoire et feront fleurir les rêves de nombreuses générations. Eduquer signifie extraire le meilleur de chacun. Lapider la matière brute et faire arriver les réticences de cette essence. Chacun de nous a son talent spécial, unique. L’éducation communautaire réintègre les exclus et en finit avec l’oisiveté, en valorisant les individus qui se trouvent, découvrant qu’ils sont capables de produire. Cet investissement d’aujourd’hui, en valeurs morales, se reflétera dans un meilleur contrôle de la violence et la croissance du PIB demain. La cloche sonne de nouveau, avertissant que c’est l’heure de trouver notre sortie. La mathématique de la culture est celle qui divise pour ensuite multiplier, de façon exponentielle. Et point final. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 31 “Porém na realidade cruel do meu Brasil, no jardim desse solo gentil cresce uma população que carece ser encharcada de educação.” Alex Sandro Custódio dos Santos Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES - Espinosa - MG Sonhava eu uma noite dessas, cultivando um jardim, mas um jardim diferente de cactos de todas as espécies. Ali comigo brotava um botão de madrugada, com o calor do dia, se desenvolvia e a noite eclodia. Todos fortes e vigorosos, de flores coloridas e muitos frutos também. De formatos engraçados pareciam uma bolinha,já outros muito espichadinhos, agudos, muito compridos outros nem tanto, até encurvam, compunham aquele torrão. Pareciam muito bem transmitiam alegria naquele chão seco, empoeirado, onde ventava muito, chovia pouco aqui, ali. Eu sentia que meu jardim dedicação e carinho transpassavam os limites dos espinhos e atingia a polpa macia e sedosa daquela planta mal vista e teimosa que insistia em florir, progredir, expandir e sobressair. O que seria mais importante ou prioritário nesse canteiro imaginário? Para um jardim normal e convencional a água certamente seria prioritária. Mas nesse jardim de meus sonhos,a água para os cactos é importante, são pouco exigentes, se adaptam às condições locais, lutam com forças próprias pela vida e não basta muita água, basta que tenha com alguma freqüência. Porém na realidade cruel do meu Brasil, no jardim desse solo gentil cresce uma população que carece ser encharcada de educação. Como vemos no canteiro aqui, acolá onde ela é prioritária que lindas flores e bons frutos ela nos dá. Educação é importante, só que hoje é prioritária como um inverno de chuvas em um campo semeado aos olhos de um sertanejo.Importante como um nascer de um dia para o trabalhador e extremamente prioritário como a necessidade dele trabalhar e encontrar o labor. 32 Unesco--•--Folha Dirigida “Yet in the cruel reality of my Brazil, in the garden of this gentle soil, grows a population that craves being soaked with education.” There I was, one of these nights, dreaming I was cultivating a garden - a different garden, with all species of cactuses. There with me, sprouted a bud of dawn, which developed with the heat of the day and hatched the dusk. All of them were strong and vigorous, had colorful flowers and many fruits. Funny shaped, they looked like little balls, while some were already well stretched out, acute, very long, until they bent, composing that sod. They seemed very well, transmitted joy in that dry and dusty soil, where the wind blew hard - it rained a little here, a little there. I felt that in my garden devotion and care crossed the limits of thorns and reached the soft and silky pulp of that ill-seen plant that insisted on flowering, progressing, expanding, and standing out. What would be more important or precedent in this imaginary flowerbed? To a normal and conventional garden, water would certainly be a priority. In this garden of my dreams, water to the cactuses is important - they are not very demanding, adapt themselves to local conditions, fight for life with their own strengths and don’t need much water - it is enough having it with some frequency. However, in the cruel reality of my Brazil, in the garden of this gentle soil, grows a population that craves being soaked with education. As we see in the flowerbed here, it gives us beautiful flowers and good fruit where it is a priority. Education is important; it is just that today it has become a priority like a winter of rains to a sowed field in the eyes of a backcountry dweller. Important as the dawning of a day to workers and a priority like their need to work and find labor. _____________________ “Cependant dans la réalité cruelle de mon Brésil, dans le jardin de ce sol généreux croît une population qui manque d’un bain d’éducation.” Une de ces nuits je rêvais de cultiver un jardin, mais un jardin différent de cactus de toutes les espèces. Et là avec moi poussait un bouton de l’aube, avec la chaleur du jour, se développait et éclosait la nuit. Tous forts et vigoureux, aux fleures colorées et beaucoup de fruits aussi. Aux formats bizarres ils ressemblaient à une petite boule, et d’autres très allongés, aigus, très longs, d’autres pas tellement, jusqu’à se courber, composaient ce morceau de terre. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 33 Ils semblaient beaucoup à transmettre la joie sur cette terre sèche, poussiéreuse, où il ventait beaucoup, pleuvait peu ici, là. Je sentais que dans mon jardin, dévouement et attention dépassaient les limites des épines et atteignaient la pulpe douce et soyeuse de cette plante mal vue et têtue qui insistait à fleurir, progresser, s’étendre et exceller. Qu’est-ce qui serait plus important ou prioritaire dans ce jardin imaginaire? Pour un jardin normal et conventionnel, l’eau serait certainement prioritaire. Mais dans ce jardin de mes rêves, l’eau est importante pour les cactus, ils sont peu exigeants, s’adaptent aux conditions locales, luttent avec leurs propres forces, pour la vie et beaucoup d’eau n’est pas nécessaire, il suffit de les arroser assez fréquemment. Cependant dans la réalité cruelle de mon Brésil, dans le jardin de ce sol généreux croît une population qui manque d’un bain d’éducation. Comme nous le voyons dans ce jardin ici, plus au-delà où elle est prioritaire que de belles fleurs et de bons fruits elle nous donne. L’éducation est importante, mais aujourd’hui, elle est prioritaire comme un hiver de pluies dans un champ semé aux yeux d’un paysan. Important comme la naissance d’un jour pour le travailleur et extrêmement prioritaire comme la nécessité pour lui de travailler et trouver le labeur. 34 Unesco--•--Folha Dirigida “É a educação, e somente ela, o instrumento capaz de romper com o ciclo da pobreza, que se reproduz no triste abandono das periferias.” Ana Aline da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ - Rio de Janeiro - RJ Educação: a porta do mundo A generosidade da descoberta e o brilho do olhar perante o novo são as lembranças iniciais que surgem ao se pensar em educação. Antes de discorrer sobre o grau de importância da mesma na sociedade atual, cabe uma breve definição capaz de contemplar o significado mais belo e amplo de tal palavra. Definir educação significa acima de tudo, compreender o real valor do conhecimento, peça-chave do processo de evolução humana. Processo este no qual o homem se descobre como ser social e, portanto, parte do mundo onde se insere. Logo, é o conhecimento que o mesmo detém sobre o mundo que irá definir sua participação na história, seja como sujeito ou como mero expectador. Este é o ponto crucial e inicial da reflexão a que se propõe o presente texto. Afinal, o que é educação? Educação é o caminho que leva ao conhecimento. É a possibilidade que se tem de abrir as janelas da realidade e entender a construção cotidiana do viver. Ter educação é ter a chance de expandir os horizontes e romper com as grades da ignorância, que aprisiona e limita o olhar. É poder descobrir o mundo e se descobrir nele e com ele. Educar é iluminar o pensamento, incentivar a dúvida, instigar a pergunta, mesmo quando não se tem a resposta. Educação esta que não permite a naturalização da realidade, que impulsiona a evolução das idéias, a construção de valores e a esperança no amanhã. É a educação, e somente ela, o instrumento capaz de romper com o ciclo da pobreza, que se reproduz no triste abandono das periferias. É ela, que possibilita a escolha, a partir do conhecimento que sem tem dos caminhos. Dentro deste contexto, é importante salientar, que não se trata de uma educação apenas formal, cientifica ou friamente tecnicista. Trata-se de uma educação que contemple também a formação de uma consciência coletiva, evoluída, solidária e cidadã. Que não seja funcional ao mercado e que, ao invés de produzir mão de obra, produza profissionais éticos e comprometidos com a realidade de seus semelhantes. Cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Homens e mulheres sujeitos de suas vidas e capazes de fazer suas escolhas diante do mundo. Educação não apenas importante, mas fundamental na construção de um projeto societário voltado para a emancipação humana, onde o ato de educar tenha como objetivo o empoderamento dos indivíduos e o fortalecimento da justiça e da igualdade social. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 35 Num mundo cada vez mais globalizado e hostil, o homem passou de sujeito à refém de um sistema opressor e injusto. Sistema este que tem como única prioridade o acúmulo de riquezas e a distribuição de miséria. Diante deste cenário, é urgente a necessidade de uma transformação de valores que possibilite um novo modo de pensar, de agir e de construir o futuro. E essa nova cultura só será construída quando todos tiverem acesso de forma democrática, justa e coletiva, ao mundo das idéias, do pensamento livre e autônomo, não mais regulado pela ditadura das informações prontas que não educam, apenas domesticam. E que essa domesticação dê lugar a uma educação que desperte a luz da consciência crítica e reflexiva, potencialmente mobilizadora e transformadora, contrária à manutenção do “status quo” e direcionada a iluminar o caminho dos protagonistas de um novo amanhã, onde a ignorância não terá mais lugar e a verdade florescerá. Educação é prioridade. Pois educar é formar. Formar para a vida. _____________________ “It is education, and only education, the instrument capable of breaking off with the cycle of poverty that multiplies itself in the sad abandonment of the peripheries.” Education: the world’s door The generosity of a discovery and the glow in the eyes seeing the new are the initial remembrances that come up when we think of education. Before discoursing about the degree of its importance in our current society, it suits to make a brief definition pondering the most beautiful and broad meaning of such word. To define education means above all, to comprehend the real value of knowledge, a key piece in the human evolution process. A process in which Man discovers himself as a social being, and therefore, part of the world he is inserted into. Consequently, it is the knowledge he detains about the world that will define his participation in history, be it as a subject or as a mere spectator. This is the crucial and initial point of the reflection this text offers. After all, what is education? Education is the path that leads to knowledge. It is the possibility one has to open the windows of reality and understand the quotidian construction of living. To have education means having the chance to expand horizons and breaking with the bars of the ignorance that imprisons and limits the eye. It means being able to discover the world and discover oneself in it and with it. To educate means to illuminate thoughts, encourage doubts and instigate questions, even when we do not have answers. An education that doesn’t allow the naturalization of reality, but pushes the evolution of ideas, the construction of values 36 Unesco--•--Folha Dirigida and the anticipation of the morrow. It is education, and only education, the instrument capable of breaking with the cycle of the poverty that multiplies itself in the sad abandonment of the peripheries. Education makes choosing possible based on the knowledge one has about his or her paths. Within this context, it is important to emphasize that this is not about a formal, scientific, or coldly technical education only. This is about an education that also contemplates the formation of a collective, evolved, caring and citizenry consciousness. One that isn’t functional for the market, which, instead of producing workmanship, produces ethical and compromised professionals with the reality of their fellow men. Citizens that are aware of their rights and duties. Men and women who are the subjects of their lives and capable of making their choices before the world. An education that is not only important, but fundamental in the construction of a societal project turned to human emancipation, where educating has the goal of empowering individuals and strengthen justice and social equality. In a more and more globalized and hostile world, men went from being subjects to become hostages of an oppressing and unjust system. A system, which only priority is the accrual of riches and distribution of misery. Faced with this scenery, the need for a transformation of values that enables a new way of thinking, acting and building the future has became pressing. This new culture will only be built when everyone has access to the world of ideas and free and self-governing thoughts in a democratic, just and collective way, no longer regulated by the dictatorship of finished information that don’t educate, only domesticate. And may this domestication give place to an education that turns on the potentially mobilizing and transforming critical and reflective awareness’ light, against the maintenance of the “status quo” and directed to illuminate the path of the protagonists of a new tomorrow, where ignorance will no longer have place and truth will flourish. Education is a priority. Because educating means shaping. Shaping for life. _____________________ “C’est l’éducation et elle seulement, l’instrument capable de rompre le cycle de la pauvreté, qui se reproduit dans le triste abandon des banlieues.” Education: la porte du monde La générosité de la découverte et le regard brillant devant le nouveau sont les souvenirs initiaux qui surgissent quand on pense à l’éducation. Avant de faire un discours sur le degré de l’importance de celle-ci dans la société actuelle, il convient de donner une brève définition capable de considérer la plus belle et plus grande signification de ce mot. Définir l’éducation signifie au-dessus de tout, comprendre la valeur réelle de la Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 37 connaissance, pièce-clef du processus de l’évolution humaine. Processus dans lequel l’homme se découvre comme être social et, donc, partie du monde où il s’insère. C’est donc la connaissance que celui-ci détient sur le monde qui pourra définir sa participation dans l’histoire, soit comme sujet soit comme simple spectateur. Ceci est le point crucial et initial de la réflexion que propose le texte présent. Finalement, qu’est-ce que l’éducation? L’éducation est le chemin qui conduit à la connaissance. C’est la possibilité que l’on a d’ouvrir les fenêtres de la réalité et comprendre la construction quotidienne de la vie. Avoir éducation c’est avoir la chance d’étendre les horizons et rompre les grilles de l’ignorance, qui emprisonne et limite le regard. C’est pouvoir découvrir le monde et se découvrir en lui et avec lui. Eduquer c’est illuminer la pensée, encourager le doute, instiguer la question, même quand elle est sans réponse. L’éducation est celle qui ne permet pas la naturalisation de la réalité, qui encourage l’évolution des idées, la construction de valeurs et l’espoir du lendemain. C’est l’éducation et elle seulement, l’instrument capable de rompre le cycle de la pauvreté, qui se reproduit dans le triste abandon des banlieues. C’est elle qui rend possible le choix, à partir de la connaissance que l’on a des chemins. Dans ce contexte, il est important de souligner, qu’il ne s’agit pas d’une éducation à peine formelle, scientifique ou froidement technicienne. Il s’agit d’une éducation qui considère aussi la formation d’une conscience collective, évoluée, solidaire et citoyenne. Qui ne soit pas fonctionnelle au marché et qui, au contraire de produire une maind’œuvre, produit des professionnels éthiques et engagés dans la réalité de leurs semblables. Des citoyens conscients de leurs droits et devoirs. Des hommes et des femmes sujets de leurs vies et capables de faire leurs choix devant le monde. Education pas seulement importante, mais fondamentale à la construction d’un projet de société tourné vers l’émancipation humaine, où l’acte d’éduquer a pour objectif la prise de pouvoir des individus et le renforcement de la justice et de l’égalité sociale. Dans un monde chaque fois plus globalisé et hostile, l’homme est passé de sujet à otage d’un système oppresseur et injuste. Système qui a pour priorité unique l’accumulation de richesses et la distribution de misère. Devant ce scénario, le besoin d’une transformation de valeurs qui rend possible une nouvelle façon de penser, d’agir et de construire l’avenir est urgent. Et cette nouvelle culture ne sera construite que lorsque tous auront accès de façon démocratique, juste et collective, au monde des idées, de la pensée libre et autonome, non plus réglé par la dictature des informations prêtes qui n’éduquent pas, mais domestiquent seulement. Et que cette domestication donne lieu à une éducation qui éveille la lumière de la conscience critique et réflexive, potentiellement mobilisatrice et transformatrice, contraire à l’entretien du “status quo” et orientée pour illuminer le chemin des protagonistes d’un nouveau lendemain, où l’ignorance n’aura plus de place et où fleurira la vérité. Education est priorité. Car éduquer c’est former. Former pour la vie. 38 Unesco--•--Folha Dirigida “Tanto mais justa, mais igualitária, mais voltada para o bem comum será uma nação, quanto mais oportunidades de educar-se — com qualidade — tiver o seu povo.” Ana Maria Lauer Universidade Luterana do Brasil – ULBRA - Santa Maria - RS Os gregos eram fatalistas. Quando iam a Delfos, consultavam o oráculo, pelo qual Apolo falava, através da sacerdotisa Pítia, para saber seu destino. Não é necessário que consultemos um oráculo para saber que o destino de quem não tem acesso à educação de qualidade, na melhor das hipóteses, será rico em oportunidades estreitas, com pouca ou nenhuma valorização pessoal. Isto se desde cedo o caminho da marginalidade não se delinear para o indivíduo. A Educação hoje seria importante ou prioritária? Uma educação de qualidade nos permite, não só, conhecer nossos próprios dons, como incrementá-los, aperfeiçoá-los e até mesmo descobri-los, quando deles ainda não temos consciência. Descobrir nossas aptidões, aperfeiçoar nossas faculdades humanas, sem dúvida, sob este ponto de vista, a educação é mais que importante: é prioritária. A quem cabe a responsabilidade da defesa e da consecução desta idéia? À criança, ao jovem, aos educadores, aos gestores da máquina pública, aos eleitos pelo povo como seus representantes? É justo dizer que a criança ainda não está apta a levantar bandeiras e que o jovem ainda precisa de algum apoio. Das forças vivas de uma comunidade espera-se a defesa ferrenha da educação. Tanto mais justa, mais igualitária, mais voltada para o bem comum será uma nação, quanto mais oportunidades de educar-se – com qualidade – tiver o seu povo. Mas, afinal, que tipo de sociedade queremos construir e usufruir? Que tipo de nação queremos legar a nossos descendentes? Esta é uma grande decisão que teremos de tomar. Aceitaremos e nos contentaremos com algumas ilhas de excelência, circundadas por mares de analfabetismo, pobreza, miséria, sub-cultura ou queremos a riqueza, o bem-estar e a educação como prioridade para todos? No templo de Delfos, havia uma inscrição: Conhece-te a ti mesmo. O Homem sobre a Terra, se agraciado com a benção da educação, mobiliza conscientemente os seus recursos, planeja novas realizações, torna-se autor do seu próprio destino, sente-se responsável pelo papel que desempenha no drama do universo. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 39 “The more justice, equality, and commonwealth a nation offers, the greater opportunities to a qualitative education its people will have.” The Greek used to be fatalistic. Every time they went to Delphos, they consulted the oracle, through which Apollo would speak, through the priestess Pythia, to know their destiny. We don’t need to consult an oracle to know that the destiny of those who have no access to an education of quality will, in the best scenario, be rich in narrow opportunities with little or no personal valorization whatsoever. That, if the path of marginality doesn’t design these individuals’ course from their childhood on. Education today: would it be important or a priority? A qualitative education allows us not only get to know our own gifts, but increment, improve and even discover them, when we aren’t aware of them yet. From this point of view, in order to discover our aptitudes and improve our human faculties, education becomes more than important: it is a priority. Who is in charge of defending and achieving this idea? The children, the youth, educators, managers of the public machine, the representatives elected by their voters? It is fair to say that children are not yet apt to raise flags and that the youth still need some support. From the live strengths of a community is expected the inflexible defense of education. The more justice, equality, and commonwealth a nation offers, the greater opportunities to a quality education its people will have. But after all, what type of society do we want do build and benefit from? What type of nation we want to hand down to our descendants? This is a great decision we will have to make. Will we accept and be happy with some isles of excellence, surrounded by oceans of illiteracy, poverty, misery, and sub-culture, or do we want richness, wellbeing, and education as a priority to everyone? In the temple of Delphos, there was an inscription: Know thyself. Man above the Earth, bestowed with the blessing of education mobilizes his resources with awareness, plans new realizations, becomes the author of his own destiny, deems himself responsible for the role it plays in the drama of the universe. 40 Unesco--•--Folha Dirigida “Plus une nation sera juste, égalitaire, tournée vers le bien commun, plus son peuple aura des chances de s’éduquer - avec qualité. “ Les Grecs étaient fatalistes. Quand ils allaient à Delfos, Ils consultaient l´oracle, par lequel parlait Apollon, au travers du sacerdoce Pítia, pour connaître leur destin. Nous n’avons pas besoin de consulter un oracle pour connaître le destin de celui qui n’a pas accès à l’éducation de qualité, dans le meilleur des cas, il sera riche en opportunités étroites, avec peu ou aucune de valorisation personnelle. Ceci si depuis tout jeune le chemin de la marginalité ne se dessine pas pour l’individu. L’éducation aujourd’hui serait importante ou prioritaire? Une éducation de qualité nous permet, non seulement de connaître nos propres dons, mais aussi de les élaborer, les perfectionner et même de les découvrir, quand nous n’en avons pas encore conscience. Découvrir nos aptitudes, perfectionner nos facultés humaines, sans doute, de ce point de vue, l’éducation est plus qu’importante : elle est prioritaire. A qui revient la responsabilité de la défense et de la réussite de cette idée? A l’enfant, au jeune, aux éducateurs, aux gestionnaires de la machine publique, aux élus par le peuple comme ses représentants? Il est juste de dire que l’enfant n’est pas encore apte à défendre une cause et que le jeune n’a pas encore besoin d’appui. Des forces vives d’une communauté on attend la défense inflexible de l’éducation. Plus une nation sera juste, égalitaire, tournée vers le bien commun, plus son peuple aura des chances de s’éduquer - avec qualité. “ Mais, finalement quel genre de société voulons-nous construire et jouit? Quel genre de nation voulons nos léguer à nos descendants? C’est une grande décision que nous devrons prendre. Accepterons-nous et nous contenterons-nous de quelques îles d’excellence, entourées de mers d’analphabétisme, pauvreté, misère, sous culture ou voulons-nous la richesse, le bien-être et l’éducation comme priorité pour tous? Dans le temple de Delfos, il y avait une inscription: Connais-toi toi-même. L’Homme sur la Terre, s’il lui est béni par l’éducation, mobilise consciemment ses recours, planifie de nouvelles réalisations, devient auteur de son propre destin, se sent responsable du rôle qu’il joue dans le drame de l’univers. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 41 “Meu canudo é meu visto de entrada na ordem suprema dos aclamados: ‘os bem-educados, os bemafortunados, os que têm um futuro garantido’” Ana Paula Dantas de Miranda Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém - PA E cá estou, diploma em riste. Uma proposta de trabalho engatilhada. Sonhos desengavetados de longos anos construídos. Cá estou eu me colocando em um nível acima dos demais: sou formada, graduada, condecorada. Mas isso me torna mais preparada para a vida?No carro, entre os afagos dos amigos, sou insuflada pela responsabilidade de tornar o mundo melhor. Ou, em uma instância menor: repaginar o país com as caras e bocas de uma nova juventude, livre de uma camarilha chamuscada de corrupção, norteada pela educação dos bancos escolares e salpicada pelo tempero universitário. Meu canudo é meu visto de entrada na ordem suprema dos aclamados: “os bemeducados, os bem-afortunados, os que têm um futuro garantido”.Ao passo que é um distanciamento da nação que muitos julgam que agora irei representar. Minha educação será suficiente para carregar minha missão? Fora do veículo, garotos de rua estendem a mão como se soubessem que sou eu seu novo messias. Querem esmola, mas o gesto caritativo oferece muito mais do que um pedido, é uma reverência de que dias melhores estão por vir, pois eu estou respaldada pela educação, tenho cultura, anos de estudo, teses e monografias que atestam minha capacidade intelectual. Sou a mais nova representante de um país castigado de injustiça, miséria e centenas de “deseducados” que tentam a própria sorte em ruas frias e sujas, em busca de um recém-educado, repleto de sonhos,que os represente. A beca esquenta meu corpo. Reclamo de calor, mas não é um incômodo físico, é mais uma constatação de que educação só não basta. De repente começo a achar ridícula a parafernália que me cerca: sou formada, mas e daí? Será que o pai de família que multiplica o exíguo salário todo mês também não é um economista miraculoso? A dona de casa que aplaca a bebedeira do marido não será uma psicóloga da vida? Pessoas que nunca terão acesso aos meus anos de estudo, de capacitação, de leituras rebuscadas devem ser descartadas como construtores de um país digno? Tiro meu capelo da cabeça e o coloco na cabeça da garotinha pobre, de roupas rotas, que mendiga no sinal. Ela não entende o gesto, mas sorri. É difícil uma nação embriagada pela crença acreditar no combustível de uma geração que só tem como mestre a vida. 42 Unesco--•--Folha Dirigida “My diploma is my visa to enter the supreme order of the elected: ‘of the well-educated, the lucky, those who have a guaranteed future.’” And here I am, holding my diploma. A work proposal in the making. Dreams taken from the drawers of long built years. Here I am, placing myself on a level above the others: I am educated, graduated, awarded. But does this make me more prepared for life? In the car, surrounded by friends, I am insufflated by the responsibility of making the world better. Or in a lesser instance: of repaginating the country with the image of a new youth, free of a corruption-scorched camarilla, guided by school bench education and sprinkled with university seasoning. My diploma is my visa to enter the supreme order of the elected: ‘the well-educated, the lucky, those who have a guaranteed future.’ Whereas it is a distancing from the nation, many judge I will now represent. Will my education be enough to carry my mission? Outside the car, street boys stretch their hands as if they knew it is me, their new messiah. They want alms, but their charitable gesture offers much more than a request, it is a reverence that better days are coming, because I am backed up by education, I have culture, years of study, dissertations and monographs to attest my intellectual capacity. I am the latest representative of a country punished with injustice, misery, and hundreds of “uneducated” that try their own luck on cold and dirty streets, seeking a dreamy newly educated person to represent them. The academic gown warms my body. I complain about the heat, but it is not a physical nuisance; it is more a confirmation that education alone is not enough. Suddenly I begin to think the paraphernalia that surrounds me is ridiculous: So, I have graduated, and? Wouldn’t the head of a family who multiplies his exiguous wages every month be a miraculous economist as well? The housewife who placates her husband’s drunkenness a life psychologist of life? Should the people who will never have access to my years of study, qualification, and farfetched readings be discarded as builders of a dignified country? I take my cap off my head and put it on the head of a poor little girl, wearing rotted clothing and asking for alms at the traffic light. She doesn’t understand my gesture but smiles. It is hard to a belief-stricken nation to believe in the fuel of a generation whose only master is life itself. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 43 “Mon diplôme est mon visa d’entrée dans l’ordre suprême des acclamés: ‘les bien éduqués, les bienheureux, ceux qui ont un avenir assuré’” Et me voilà, diplôme en mains. Une proposition de travail en vue. Rêves construits depuis de longues années sortis du tiroir. Me voilà me plaçant à un niveau au-dessus des autres: je suis formée, diplômée, décorée. Mais ceci me rend plus préparée pour la vie?Dans la voiture entre les embrassades des amis, je suis inspirée par la responsabilité de rendre le monde meilleur. Ou, à une instance moindre: repaginer le pays avec les expressions d’une nouvelle jeunesse, libre de gens entourant le gouvernement grillés par la corruption, guidée par l’éducation des bancs scolaires et saupoudrée de l’assaisonnement universitaire. Mon diplôme est mon visa d’entrée dans l’ordre suprême des acclamés: ‘les bien éduqués, les bienheureux, ceux qui ont un avenir assuré. Au pas qui est l’éloignement de la nation que beaucoup jugent que je représenterai maintenant. Mon éducation sera suffisance pour porter ma mission? Hors de la voiture, les enfants de rue tendent la main comme s’ils savaient que j’étais leur nouveau messie. Ils veulent une aumône, mais le geste de charité offre beaucoup plus qu’une demande, c’est une démonstration que des jours meilleurs viendront, car je suis appuyée par l’éducation, je suis cultivée, j’ai fait des années d’études, thèses et monographies qui attestent de ma capacité intellectuelle. Je suis la plus jeune représentante d’un pays puni par l’injustice, la misère et des centaines de “sans éducation” qui tentent la propre chance dans des rues froides et sales, à la recherche d’un récent éduqué, rempli de rêves, qui les représente. La robe de magistrat chauffe mon corps. Je me plains de la chaleur, mais ce n’est pas une gêne physique, c’est plus une constatation que seule l’éducation n’est pas suffisante. Soudain je commence à trouver ridicule les accessoires qui m’entourent: je suis diplômée, et alors? Est-ce que le père de famille qui multiplie le petit alaire tous les mois n’est pas non plus un économiste miraculeux? La femme au foyer qui modère la boisson du mari n’est pas une psychologue de la vie? Des personnes qui n’auront jamais accès à mes années d’études, d’habilitation, de lecture recherchée doivent être écartées comme constructeurs d’un pays digne? Je retire mon bonnet et le mets sur la tête de la petite fille pauvre, aux vêtements déchirés, qui mendie au coin de la rue. Elle ne comprend pas le geste, mais sourit. Il est difficile pour une nation enivrée par la croyance de croire au combustible d’une génération qui n’a pour maître que la vie. 44 Unesco--•--Folha Dirigida “...a Educação, quando prioritária, gera resultados importantes na vida das pessoas.” Ana Paula Libório Arruda Academia de Ensino Superior - Sorocaba – SP Questionar: eis a questão. Certa vez, um aluno perguntou ao professor de Matemática: — A Educação é prioritária por ser importante ou é importante por ser prioritária? O professor respondeu: — A ordem dos fatores não altera o produto. — Produto? Mas que produto? — O saber! O aluno, descontente com a resposta, falou à professora de História: — Professora, a Educação é importante ou prioritária? A professora respondeu: — É prioritária por ser importante ao mesmo tempo em que é importante por ser prioritária. Lembre-se sempre dos comentários que fiz nas aulas: “Tudo o que é importante e prioritário transforma a História, e a História é transformada e transforma-se por meio da Educação”. Ainda insatisfeito, o aluno indagou ao professor de Língua Portuguesa: — Professor, qual a diferença entre importante e prioritária? — O professor respondeu: — Importante é um adjetivo que qualifica o que é essencial. Prioritária é sinônimo de importante. Ambas possuem um mesmo sentido, pois são palavras que designam aquilo que está em primeiro lugar em nossas vidas. Sem mais incertezas, o aluno nada mais perguntou aos professores. Convicto de que jamais esqueceria a lição, compreendeu o porque dos questionamentos que o levaram a concluir que a Educação, quando prioritária, gera resultados importantes na vida das pessoas. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 45 “...Education, when taken as a priority, generates important results in the lives of people.” To question: that is the question. Once, a student asked his Math teacher: - Is Education a priority for being important or is it important for being a priority? His teacher answered: - The order of the factors doesn’t change the product. - Product? But what product? - Knowledge! Unhappy with the answer, the student went to his History teacher: - Teacher, is Education important or a priority? The teacher answered: - It is a priority for being important and important for being a priority at the same time. Don’t forget the comments I always made on class: “Everything that is important and a priority changes History, and History is changed and changes through Education.” Still unsatisfied, the student questioned the Portuguese teacher: - Teacher, what is the difference between important and priority? - The teacher answered: - Important is an adjective that qualifies what is essential. Priority is synonym with important. Both of them have the same meaning, as they are words that designate what is first place in our lives. With no further doubts, the student did not make any other questions to his teachers. Certain that he would never forget this lesson, he comprehended the reason of the questionings that took him to conclude that Education, when a priority, generates important results in the lives of people. 46 Unesco--•--Folha Dirigida “...l’Education, quand elle est prioritaire, gère des résultats importants dans la vie des personnes.” Questionner: c’est la question. Une fois, un élève a demandé au professeur de Mathématique: — L’Education est prioritaire car elle est importante ou est importante pour être prioritaire? Le professeur a répondu: — L’ordre des facteurs n’altère pas le produit. — Produit? Mais quel produit? — Le savoir! L’élève, mécontent de la réponse, a dit à la professeur d’Histoire: — Professeur, l’Education est importante ou prioritaire? La professeur a répondu: — Elle est prioritaire pour être importante à la fois qu’elle est importante pour être prioritaire. Souviens-toi toujours des commentaires que j’ai faits pendant les cours:“Tout ce qui est important et prioritaire transforme l’Histoire, et l’Histoire est transformée et se transforme grâce à l’Education”. Encore insatisfait, l’élève vérifie avec le professeur de Langue portugaise: — Professeur, quelle est la différence entre importante et prioritaire? — Le professeur répond: — Important est un adjectif qui qualifie ce qui est essentiel. Prioritaire est synonyme d’important. Tous deux ont le même sens, car ce sont des mots qui désignent ce qui est à la première place dans nos vies. Sans plus d’incertitudes, l’élève ne demanda plus rien aux professeurs. Convaincu de ce qu’il n’oubliera jamais la leçon, il comprit le pourquoi des questionnements qui l’ont conduit à conclure que l’Education, quand elle est prioritaire, génère des résultats importants dans la vie des personnes. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 47 “Ser importante e ser prioritária. É este o desafio de educadores, pais, do Estado e de toda a sociedade: aliar a importância de desenvolver os seus cidadãos...” Anderson de Araújo Bressam Centro Universitário da FEI - São Bernardo do Campo - SP Educação: o vôo da humanidade O sonho do ser humano sempre foi poder voar. A cada sonho, milhares de idéias fluíam pela mente de cada sonhador; infinitos desejos assemelhavam-se ao poder da vida e ao mesmo tempo conflitavam com a natureza humana... Um dilema. Enfim, depois de muitíssimos esforços, finalmente, o desafio foi vencido: deram-se asas ao eterno sonhador e este não mais deslumbrava, mas sim, sentia a sensação da vitória e da brisa sobre sua face... E assim vive cada pessoa humana: as suas vontades e desafios são intrínsecas, praticamente imutáveis. Por mais tempo que passe, independente da cultura, credo, religião, enfim, qualquer fator externo inerente ao ser, terá forte tendência ao desenvolvimento. Sim, eis a definição da necessidade humana mais elementar: educação. Ser importante e ser prioritária. É este o desafio de educadores, pais, do Estado e de toda a sociedade: aliar a importância de desenvolver os seus cidadãos e ao mesmo tempo fazer com que este desenvolvimento seja espontâneo, natural. Educar é mais do que prover estudo básico e escolas: é poder tornar a sua sociedade crítica o suficiente para avaliar a sua própria vida e a vida de seu meio. É poder prover ensino de qualidade e fazer com que este seja plenamente usufruído.É conscientizar os seus cidadãos de que o conhecimento é a arma mais forte e poderosa que a sociedade detém. É dar oportunidade aos homens, mulheres e crianças para que todos estes possam agregar valor ao seu meio e aos meios vizinhos. Isso é educar: compartilhar conhecimento, prover desenvolvimento. Enquanto o vôo não acontece, preparar a sua tripulação para a importância da educação é priorizar a sua difusão pelos mais diversos meios. Talvez o homem esteja mais acostumado ao formalismo do banco escolar. É mais uma vez o cartesianismo sendo imposto como um paradigma. Sabe-se fortemente que esse não é mais o único meio de tornar acessível o conhecimento. Desde a criança que acessa a Internet até a senhorinha que lê o seu vistoso livro de histórias ou desde a mais simples leitura de uma pequenina mensagem até a construção das mais complexas composições: estar capacitado para dar o primeiro passo ou ainda fazer com que o seu meio esteja preparado para o primeiro passo é essencial. Chega a ser difícil em conceber a idéia de que ainda hoje, século XXI, existem pessoas que simplesmente angustiam-se por não saber ler, muito me- 48 Unesco--•--Folha Dirigida nos escrever. Desde a cartinha de um “eu te amo” até a mensagem dizendo que “estou bem” passam despercebidas por aqueles que nem imaginam o valor que essas pequenas coisas possuem. Para muitos parece algo sem nenhuma importância. Para outros é algo tão importante quanto poder viver, é poder expressar-se e dizer que é alguém nesta vida. É a necessidade de se comunicar com o mundo, dizer que faz a diferença, mostrar que existe. Isso é educação: é poder dar vida e asas à mente, saber distribuir e espalhar conhecimento. E tanto se fala em crescer, crescer, crescer... Crescer é uma palavra que soa óbvia na cabeça de qualquer um. Crescer não é apenas ter viadutos, mas sim ter engenheiros pensando em melhores meios de prover facilidades às nossas vidas. Crescer não é somente ter outdoors espalhados pela cidade: é ter conhecedores do Direito atentos na defesa da pessoa humana. Crescer não é espalhar-se, mas sim desenvolver a si mesmo e ao próximo, desenvolver a criança em sua alfabetização assim como o trabalhador que não teve oportunidade em estudar, difundir a leitura pelos infinitos cantos e lugares do mundo, promover o senso crítico, criar meios e maneiras de ensinar o que se sabe de bom, promover a autorealização das pessoas. E o tempo vai passando. Não passa só para aquele que se graduou nas mais renomadas instituições do mundo, passa também para o menino e à menina que trabalha para sustentar a família, passa também para aquele ou aquela que sonhou a vida inteira em escrever do próprio punho para os pais, passa inclusive para aqueles que nunca se deram conta que poderiam ser diferentes ou melhores. Se a primeira sementinha não for plantada, de nada adiantará o solo arado... Tanto esforço em vão. Se a educação não for prioridade em nossas vidas, de nada adiantará ter asas, de nada adiantará ter espaço: não se saberá voar, não se conseguirá viver. Eis o desafio: ele já está lançado. Cabe a nós conquistá-lo. _____________________ “Being important and a priority. That is the challenge of all educators, parents, the State and the entire society: allying the importance of developing its citizens...” Education: humanity’ flight The human being’s dream has always been to fly. At each dream, thousands of ideas flew through each dreamer’s mind: never-ending desires resembled the power of life and conflicted with human’s nature at the same time… A dilemma. At last, after many efforts the challenge was won: the eternal dreamer was given wings and he was no longer fascinated, but felt the sensation of victory and the breeze on his face… And Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 49 that is how every human lives: his wants and challenges are intrinsic, practically immutable. As much time as it may pass, independently of culture, belief, religion or any external factor inherent to the being, he will have a great tendency for development. Yes, here is the definition of the most elementary human need: Education. Being important and a priority. That is the challenge of educators, parents, the State, and the entire society: ally the importance of developing its citizens while turning this development spontaneous and natural. Educating is more than supplying basic education and schools: it means to be able to make a society critical enough in order to evaluate its own life and the life of its environment. It means to be able to provide an education of quality and ensure it is fully enjoyed. It means to make citizens aware that knowledge is the strongest and most powerful weapon a society detains. It means to give opportunity to men, women and children, so that all of them are able to aggregate value to their environments and beyond. This is what educating means: sharing knowledge, providing development. While the flight does not take place, preparing its crewmembers to the importance of education means prioritizing its diffusion through the most diverse means. Maybe Man is more accustomed to the scholar-bench formalism. Once again, Cartesian-thinking is being imposed as a paradigm. It is widely known that this is not the only means of making knowledge accessible. From the child accessing the Internet to the old lady reading her eye-catching storybook, or from the simplest reading of a small message to the construction of the most complex compositions: it is essential to be qualified or still prepare your environment to give the first step. It is even hard to conceive the idea that there are still people that are simply tormented for not knowing how to read, even less, to write, today, in the 21st century. From a little I love you-letter to a message saying I am well, go unnoticed by those who do not even imagine the value these small things have. To many, it seems something with no importance. To others, it is something so important as living, it means to be able to express oneself and say that he or she is someone in this life. It is necessary to communicate with the world, say he or she makes a difference, and show they exist. That is education: being able to give life and wings to the minds, know how to distribute and spread knowledge. And so much is said about growing, growing, growing… To grow is a word that sounds obvious in the mind of anyone. To grow doesn’t only mean having viaducts, but engineers thinking on better ways of providing easier ways to live our lives. To grow doesn’t only mean having advertisings spread throughout the city: it is to have experts of the Law alert to defend the human person. To grow doesn’t mean spreading oneself, but developing oneself and the fellow men, developing children and workers who didn’t have the opportunity to study, spreading reading through the infinite corners and places of the world, promoting critical thinking, creating means and ways of teaching what there is of good, promoting the people’s self-realization. And time keeps passing. It doesn’t pass only for those who graduated in the world’s most renowned institutions, it passes too to the boy and the girl working to support 50 Unesco--•--Folha Dirigida their families, it passes too for those who dreamed all their lives to write to their parents on their own, it even passes for those who never noticed they could be different or better. If the first little seed isn’t planted, there is no use for a plowed soil... so much effort for nothing. If education doesn’t become a priority in our lives, there will be no use having wings, there will be no use having space: we won’t know how to fly, we wont be able to live. And that is the challenge: it is already launched. It is on us now to conquer it. _____________________ “Etre importante et prioritaire. C’est le défi des éducateurs, des parents, de l’Etat et de toute la société: allier l’importance de développer ses citoyens...” Education: le vol de l’humanité Le rêve d’être humain a toujours été de voler. A chaque rêve des milliers d’idées fluent dans l’esprit de chaque rêveur ; des désirs infinis s’assimilaient au pouvoir de la vie et en même temps entraient en conflit avec la nature humaine... Un dilemme. Enfin, après d’innombrables efforts, le défi a été vaincu: des ailes ont été données à l’éternel rêveur et celui-ci n’était plus fasciné, mais sentait la sensation de victoire et de la brise sur le visage... Et ainsi vit chaque personne humaine: ses volontés et défis sont intrinsèques, pratiquement immuables. Plus le temps passe, indépendamment de la culture, croyance, religion, enfin, tout genre de facteur externe inhérent à l’être, il aura une forte tendance au développement. Oui, voilà la définition du besoin humain plus élémentaire : l’éducation. Etre importante et être prioritaire. C’est le défi des éducateurs, des parents, de l’Etat et de toute la société: allier l’importance de développer ses citoyens et en même temps faire que ce développement soit spontané, naturel. Eduquer c’est plus que fournir des études basiques et des écoles: c’est pouvoir rendre sa société suffisamment critique pour évaluer sa propre vie et la vie de son milieu. C’est pouvoir fournir un enseignement de qualité et en faire plein usufruit. C’est donner la conscience à ses citoyens que la connaissance est l’arme plus forte et puissante que détient la société. C’est donner la chance aux hommes, aux femmes et aux enfants pour que tous puissent ajouter une valeur à leur milieu et leurs voisins. C’est cela éduquer: partager la connaissance, fournir le développement. Tandis que le vol n’arrive pas, préparer son équipage à l’importance de l’éducation et rendre prioritaire sa diffusion par les moyens les plus divers. Peut-être l’homme est-il plus habitué au formalisme du banc de l’école. C’est de nouveau le cartésianisme imposé Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 51 comme un paradigme. On sait bien que ce n’est plus le seul moyen de rendre accessible la connaissance. De l’enfant qui a accès à l’Internet jusqu’à la petite fille qui lit son beau livre d’histoires ou de la plus simple lecture d’un petit message jusqu’à la construction des compositions les plus complexes: être habilité pour faire le premier pas ou encore faire que son milieu soit préparé au premier pas est essentiel. Il devient difficile de concevoir l’idée qu’aujourd’hui encore, au XXVème siècle, il existe des personnes qui simplement s’angoissent car elles ne savent pas lire, et encore moins écrire. Depuis la petite lettre d’un “je t’aime” jusqu’au message disant “je vais bien” elles passent inaperçues par ceux qui n’imaginent même pas la valeur que possèdent ces petites choses. Pour beaucoup cela semble quelque chose sans importance. Pour d’autres, c’est aussi important que pouvoir vivre, c’est pouvoir s’exprimer et dire qu’il est quelqu’un dans cette vie. C’est le besoin de se communiquer avec le monde, dire qu’il fait la différence, montrer qu’il existe. C’est cela l’éducation: c’est pouvoir donner vie et ailes à l’esprit, savoir distribuer et répandre la connaissance. Et on parle tellement en croissance, croissance, croissance... Croître est un mot qui est évident dans la tête de n’importe qui. Croître ce n’est pas seulement avoir des viaducs, mais plutôt des ingénieurs qui pensent à de meilleurs moyens de fournir des facilités à nos vies. Croître ce n’est pas seulement avoir des outdoors éparpillés dans la ville: c’est avoir des connaisseurs du Droit attentifs à la défense de la personne humaine. Croître ce n’est pas s’éparpiller, mais plutôt se développer soi-même et le prochain, développer l’enfant dans son alphabétisation ainsi que le travailleur qui n’a pas eu la chance d’étudier, de diffuser la lecture dans les coins et lieux infinis du monde, promouvoir le sens critique, créer des moyens et des manières d’enseigner ce que l’on sait de bon, promouvoir l’auto-réalisation des personnes. Et le temps passe. Il ne passe pas seulement pour celui qui est diplômé dans les institutions les plus célèbres du monde, il passe aussi pour le petit garçon et la petite fille qui travaille pour entretenir sa famille, il passe aussi pour celui ou celle qui a rêvé toute la vie d’écrire de sa propre main à ses parents, il passe aussi pour ceux qui ne se sont jamais rendus compte qu’ils pourraient être différents ou meilleurs. Si la première graine n’est pas plantée, le sol labouré ne servira à rien... Tant d’efforts en vain. Si l’éducation n’est pas prioritaire dans nos vies, avoir des ailes ne servira à rien, avoir de l’espace ne servira à rien: on ne saura pas voler, on ne saura pas vivre. Voilà le défi: il est déjà lancé. C’est à nous de le conquérir. 52 Unesco--•--Folha Dirigida “Embora se diga que vivemos em uma sociedade do conhecimento onde educação esta ao alcance de todos, o acesso a esse conhecimento culturalmente gerado não é fácil, mas indispensável, prioritário.” André Avelino Caldeira Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui – FATEB - Birigui – SP Esperança è importante, a viagem é prioritária Embora se diga que vivemos em uma sociedade do conhecimento onde educação está ao alcance de todos, o acesso a esse conhecimento culturalmente gerado não é fácil, mas indispensável, prioritário. No decorrer dos dias de um ser humano há, com relevância, muitas coisas importantes, dando ênfase à questão das possibilidades, entre estas não se inclui evidentemente educação, viagem prioritária que leva o homem a descobrir seus horizontes por toda uma travessia. Objetos, propriedades, são exemplos de coisas importantes ao alcance da esperança, que inspira coragem e ajuda a superar o temido medo que às vezes se instala em processos difíceis de atingir, que causam mudanças. Sentimentos complexos e profundos fazem parte da bagagem a ser levada na viagem, acabando por ser ânimo e arma para continuar à luta pela melhoria, em busca da mudança pretendida, à descoberta do conhecimento. Acho que todas as pessoas quando embarcassem nesta viagem deveria exigir o direito de ter ao seu lado alguém especial que ouvisse, cuidadosamente, seus desabafos de ansiedade, e o ajudasse a tornar o momento, alento. Isso porque muitos ficam apenas com as informações e não as converte em verdadeiro conhecimento. Informação portanto é o palco da chegada, a onisciência a respeito da vida a seguir nem sempre faz parte do domínio da realidade, como o importante a prioridade naturalmente também é alvo de sentimentos diversos. A viagem não proporciona conhecimentos de verdades absolutas, mas muda o destino do homem, ela o ajuda a construir seu próprio ponto de vista, verdade sua a partir de verdades parciais, ele entra com um destino, mas deve sair com outro; entra com um tamanho mas deve sair com outro, com uma bagagem à altura de seu tempo. É difícil ter esperança quando não há direito à percorrer o caminho, quando não há viagem, quando o poder, a ganância e a miséria faz de alguém ser estático. É prioritário portanto fazer a viagem, encontrar o caminho, baseado na realidade de que é fato exigir o direito, e assim ter esperança. Boa Viagem!!! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 53 “Even though it is said that we live in a knowledgeable society in which education is at anyone’s reach, accessing this culturally generated knowledge isn’t easy; however, it is indispensable, a priority.” Hoping is important, the journey is a priority Even though it is said that we live in a knowledgeable society in which education is at anyone’s reach, accessing this culturally generated knowledge isn’t easy; however, it is indispensable, a priority. In the course of a human being’s days there are many important things highlighting the question of his possibilities; evidently, education, the voyage that takes Man to discover his horizons throughout an entire journey, isn’t included among them. Objects and properties are examples of important things one may hope to achieve, while hope inspires courage and helps to overcome fears that come up during difficult processes, which cause changes. Complex and deep feelings are part of the baggage to be taken on the trip and end up being the disposition and weapon to go on fighting for improvement, in search of the intended change, to discover knowledge. I believe that all people departing in this trip should demand the right to have someone special on their side that listened carefully to their anxious outpourings and helped them turn it into courageous moments. That is because many only keep the information and do not convert it into true knowledge. Information, therefore, is the arrival stage, the omniscience regarding the life to lead isn’t always part of the domain of reality; just as its importance, its priority naturally produces strong feelings as well. The voyage doesn’t provide the knowledge of absolute truths, but changes a man’s destiny. It helps him to build his own point of view, his truth from partial truths. He arrives with a destiny but should leave with another. He arrives with a size but should leave with another, with a load at the height of his times. It is hard to hope when there is no right to walk the path, when there is no trip, when power, greed, and misery turns someone static. It is a priority therefore, to take the trip, find the path, based on the reality that it is a fact to demand one’s right, and so, to have hope. Have a nice trip!!! 54 Unesco--•--Folha Dirigida “Bien que l’on dise que nous vivons dans une société de connaissance où l’éducation est à la portée de tous, l’accès à cette connaissance générée au niveau culturel n’est pas facile, mais indispensable, prioritaire.” Espoir est important, le voyage est prioritaire Bien que l’on dise que nous vivons dans une société de connaissance où l’éducation est à la portée de tous, l’accès à cette connaissance générée au niveau culturel n’est pas facile, mais indispensable, prioritaire. Tout au long des journées d’un être humain, il existe, avantageusement, beaucoup de choses importantes, donnant emphase à la question des possibilités, parmi lesquelles n’est pas incluse évidemment l’éducation, voyage prioritaire qui mène l’homme à découvrir ses horizons pendant toute une traversée. Objets, propriétés, sont des exemples de choses importantes à la portée de l’espoir, qui inspire courage et aide à surmonter la peur qui s’installe parfois en processus difficiles à atteindre, qui causent des changements. Des sentiments complexes et profonds font partie du bagage qui doit être emmené dans ce voyage, finissant par être âme et arme pour continuer à lutter pour l’amélioration, à la rechercher du changement prétendu, à la découverte de la connaissance. Je pense que toutes les personnes, quand elles embarquent dans ce voyage devraient exiger le droit d’avoir à leurs côtés quelqu’un de spécial qui écouterait, avec attention, ses confidences d’anxiété, et l’aiderait à transformer le moment, courage. Ceci car beaucoup gardent seulement des informations et ne les convertissent pas en vraie connaissance. L’information est donc l’estrade d’arrivée, l’omniscience au respect de la vie à suivre ne fait pas toujours partie de la dominance de la réalité, comme l’important la priorité naturellement aussi est cible de sentiments divers. Le voyage ne fournit pas des connaissances de vérités absolues, mais change le destin de l’homme, l’aide à construire son propre point de vue, sa vérité à partir de vérités partielles, il entre avec un destin, mais doit en sortir avec un autre ; il entre avec une taille mais doit en sortir avec une autre, avec un bagage à la hauteur de son temps. Il est difficile d’avoir l’espoir quand il n’existe pas le droit de parcourir le chemin, quand il n’existe pas de voyage, quand le pouvoir, le profit et la misère rend quelqu’un statique. Il est donc prioritaire de faire le voyage, trouver le chemin, basé sur la réalité qu’il est un fait d’exiger le droit, et avoir ainsi l’espoir. Bon Voyage!!! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 55 “É doloroso aceitar que 100 milhões de crianças não têm acesso à educação, é difícil encarar a disparidade de gêneros entre os matriculados, a evasão e o fracasso escolares...” Angélica de Araújo Oliveira Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP - Ribeirão Preto – SP Ao pensar a prioridade tão óbvia da educação universal, lembro-me de nosso engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha. Digo “nosso”, pois além de manchego, o cavaleiro andante, tão ridiculamente humano, é sempre contemporâneo e universal. Um louco, diriam alguns. Um louco que não renunciou aos seus sonhos e empunhou uma espada torta e enferrujada, fantasiando um mundo de liberdade e justiça. Um herói às avessas, que de Alonso Quijano se fez Dom Quixote, e que fracassou em suas aventuras porque foi capaz de ver o que muitos jamais viram e jamais verão: grandes monstros na banalidade dos moinhos de ventos - a realidade em forma de sonho. Aos leitores deste clássico, faz-se triste perceber que Sancho Pança não era um corajoso e fiel escudeiro, e que acompanhava seu cavaleiro pela ambição e não pela honra. Da ficção ao mundo real, quando se pensa em educação, é também realmente penoso encarar a realidade tal qual ela se apresenta. É doloroso aceitar que 100 milhões de crianças não têm acesso à educação, é difícil encarar a disparidade de gêneros entre os matriculados, a evasão e o fracasso escolares, a falta de professores, o trabalho infantil, a elevada taxa de analfabetismo entre crianças e adultos. Ler Dom Quixote, atualmente, com sua singeleza, doçura e simplicidade é um salutar exercício ao nosso ímpeto criativo de sonhar, de querer transformar as realidades, de querer criar um mundo mais bonito, criativo e humano para nós, nossos netos, bisnetos. Se pudermos enxergar em Dulcinéia – mulher simples e vulgar – uma musa, se pudermos ver Rocinante – pobre cavalo – um alazão belo e corajoso, poderemos ter a educação como a maior das prioridades, poderemos vislumbrar toda a comunidade internacional comprometida com esse ideal, os aspectos quantitativos e qualitativos harmoniosamente de mãos dadas, professores capacitados, em salas de aula adequadas, o acesso total, irrestrito e gratuito à educação por parte das crianças de todas as nações. Não me parece um sonho impossível acreditar que educação seja uma prioridade. Não me parece algo de um idealismo ingênuo e visionário. Muitos quixotescos já sonharam sonhos possíveis, materializados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Convenção sobre os Direitos da Criança, na Declaração de Jomtien, no Marco de 56 Unesco--•--Folha Dirigida Ação de Dakar, nos Objetivos do Milênio, entre tantos outros. Um sonho possível é a Educação para Todos, uma educação – em seu amplo sentido, formal e não-formal - que desenvolva a capacidade das crianças, ensine-as o respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente, aos seus pais, à sua própria identidade cultural, a si mesmas e ao outro, prepare-as para um vida responsável, com um espírito de tolerância, compreensão e amizade entre os iguais e os diferentes. Uma educação que, ao “construir os baluartes da paz no espírito dos homens”, crie tantos outros agentes multiplicadores desses ideais, tantos outros quixotescos... Acreditar que a educação de qualidade carrega em si um potencial transformador, acreditar na educação não-bancária e libertadora, querer ver em 2015 concretizar-se a Educação para Todos, querer ver durante e ao final do milênio os oito objetivos alcançados, colocar a educação no seio das prioridades públicas e individuais é assumir o que há de mais humano – e quixotesco – em nós mesmos. Dom Quixote fracassou em suas andanças? Por que então ele atravessou os séculos, despertando o universal e humano que existe em cada um de nós? Seria loucura o sentimento do engenhoso fidalgo, que saiu, a seu modo e bravamente, a lutar por justiça e liberdade, a lutar pela transformação do sonho em história viva, a reinventar o mundo? Não será loucura ver a vida como ela é e renunciar aos sonhos e às utopias? _____________________ “It is painful to accept that 100 million children do not have access to education; it is hard to face the disparity of genres among enrollment, school evasion and failure rates...” When I think of the so obvious priority for universal education, I remember our ingenious Dom Quixote de La Mancha. I say “our,” because besides being a Manchego, the so ridiculously human knight-errant remains contemporary and universal. Crazy, some would say. A crazy man who didn’t renounce his dreams and grasped his crooked and rusted spade, fantasizing a world of freedom and justice. A hero on the inside out, who turned from Alonso Quijano into Dom Quixote and failed in his adventure because he was capable of seeing what many never saw and will never see: great monsters in the windmills’ triviality – reality in the form of a dream. To the readers of this classic, it is sad to become aware that Sancho Pança was a courageous and faithful armor bearer who escorted his knight for ambition, not honor. From fiction to the real world, when we think of education, it is also painful to face reality as it presents itself. It is hard to accept that 100 million children don’t have access to Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 57 education; it is hard to face the disparity of genres between enrollment, school evasion and failure rates, lack of teachers, child labor, and high illiteracy rates among children and adults. In these days, reading Dom Quixote, with his naivety, sweetness, and simplicity becomes a salutary exercise for our creative impetus to dream, to want to change realities, to want to create a more beautiful, creative and human world for us, for our grandchildren, for our grand grandchildren. If we are able to see a muse in Dulcinéia – a simple and vulgar woman – or a beautiful and courageous sorrel in Rocinante – a poor horse –, we will be able to have education as a major priority. We will be able to see the entire international community compromised with this ideal, all its quantitative and qualitative aspects harmoniously connected, with qualified teachers, appropriate classrooms, and total, unrestricted and free access to education for all children of all nations. To me it doesn’t seem an impossible dream, believing that education is a priority. It doesn’t seem something of a naive and visionary idealism to me. Many quixotic have already dreamed possible dreams, which were materialized in the Universal Declaration of Human Rights in the Convention on the Rights of the Child, in the Jomtien Declaration, in the Dakar Framework for Action, in the Millennium Development Goals, among so many others. A possible dream is Education for All - a formal and non-formal education in its broad sense -, able to develop the children’s capacity and teach them respect for the human rights, the environment, their parents, their own cultural identity, to themselves and their fellow men, preparing them to a responsible life, with a spirit of tolerance, comprehension and friendship among their equals and non-equals. An education that, while it “builds the fortresses of peace in the spirit of men,” it creates many other multiplying agents of these ideals, many other idealists... Believing that a qualitative education carries a transforming potential in itself; believing in a non-baking and liberating education; wanting to see Education for All taking place by 2015; wanting to see the eight goals being achieved throughout the millennium; placing education in the heart of the public and individual priorities means to assume what there is of most human – and quixotic – in ourselves. Did Dom Quixote fail in his journeys? Why then, did he cross centuries, awakening the universal and the human that exists inside each one of us? Would the ingenious nobleman’s feelings be craziness? He, who left bravely, on his manner, to fight for justice and freedom, to fight for the transformation of his dream into live history, to reinvent the world? Wouldn’t it be craziness to see life as it is and renounce dreams and utopias? 58 Unesco--•--Folha Dirigida “Il est douloureux d’accepter que 100 millions d’enfants n’aient pas accès à l’éducation, il est difficile d’affronter la disparité de genres entre les inscrits, l’évasion et l’échec scolaires...” En pensant à la priorité si évidente de l’éducation universelle, je me souviens de notre ingénieux gentilhomme Dom Quixote de La Mancha. Je dis “notre”, car en plus d’être de la région de la Manche, le chevalier errant, si ridiculement humain, est toujours contemporain et universel. Un fou, diraient certains. Un fou qui n’a pas renoncé à ses rêves et empoigna une épée tordue et rouillée, fantasmant un monde de liberté et de justice. Un héros à l’envers, qui de Alonso Quijano s’est fait Don Quichote, et qui a échoué dans ses aventures, car il a été capable de voir ce que beaucoup n’avaient jamais vu et ne verront jamais: de grands monstres de banalité des moulins à vent – la réalité en forme de rêve. Aux lecteurs de ce classique, il est triste de s’apercevoir que Sancho Pança n’était pas un courageux et fidèle écuyer, et qui accompagnait son chevalier pour ambition et non pour l’honneur. De la fiction au monde réel, quand on pense à l’éducation, il est aussi vraiment pénible d’affronter la réalité telle qu’elle se présente. Il est douloureux d’accepter que 100 millions d’enfants n’aient pas accès à l’éducation, il est difficile d’affronter la disparité de genres entre les inscrits, l’évasion et l’échec scolaires, le manque de professeurs, le travail des enfants, le taux élevé d’analphabétisme parmi les enfants et les adultes. Lire Don Quichote, actuellement, dans toute son ingénuité, douceur et simplicité est un exercice salutaire pour notre élan créatif de rêver, de vouloir transformer les réalités, de vouloir créer un monde plus beau, créatif et humain pour nous, nos petits-enfants et nos arrière-petits-enfants. Si l’on pouvait voir en Dulcinée – femme simple et vulgaire – une muse, si l’on pouvait voir Rocinante – pauvre cheval – un alezan beau et courageux, nous pourrions avoir l’éducation comme la plus grande des priorités, nous pourrions entrevoir toute la communauté internationale engagée dans cet idéal, les aspects quantitatifs et qualitatifs harmonieusement main dans la main, des professeurs habilités, dans des salles de classe adéquates, l’accès total, sans restriction et gratuit à l’éducation pour des enfants de toutes les nations. Cela ne me semble pas un rêve impossible de croire que l’éducation est une priorité. Cela ne me semble pas une sorte d’idéalisme ingénu et visionnaire. Beaucoup de quichotesques ont déjà rêvé des rêves possibles, matérialisés dans la Déclaration Universelle des Droits de l’Homme, dans la Convention sur les Droits de l’Enfant, dans la Déclaration de Jomtien, dans le Marco d’Action de Dakar, dans les Objectifs du Millénaire, parmi tant d’autres. Un rêve possible est l’Education pour Tous, une éducation – dans son sens large, formel et non formel – qui développe la capacité des enfants, leur apprend le respect des droits de l’homme, l’environnement, leurs parents, leur propre identité Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 59 culturelle, à elles-mêmes et à autrui, les prépare à une vie responsable, avec un esprit de tolérance, compréhension et amitié entre les égaux et les différents. Une éducation qui, “en construisant les bastions de la paix dans l’esprit des hommes”, crée tant d’autres agents multiplicateurs de ces idéaux, tant d’autres quichotesques... Croire que l’éducation de qualité porte en elle un potentiel transformateur, croire en une éducation non bancaire et libératrice, vouloir voir en 2015 l’Education pour Tous se concrétiser, vouloir voir durant et à la fin du millénaire les huit objectifs atteints, mettre l’éducation au sein des priorités publiques et individuelles, c’est assumer ce qui existe de plus humain – et quichotesque – en nous-mêmes. Don Quichote a échoué dans ses voyages? Pourquoi a-t-il alors traversé les siècles, en éveillant l’universel et l’humain qui existe en chacun de nous? Serait-ce la folie le sentiment de l’ingénieux gentilhomme, qui partit, à sa manière et bravement, à la lutte pour la justice et la liberté, à lutter pour la transformation du rêve en histoire vivante, à réinventer le monde? Ne serait-ce pas une folie de voir la vie comme elle est et de renoncer aux rêves et aux utopies? 60 Unesco--•--Folha Dirigida “Logo, a educação será sempre importante, não importando quando nem onde, e prioritária quando tiver deixado de existir.” Antonio Marcos Gonçalves Pimentel Universidade Federal Fluminense – UFF - Niterói – RJ Pequena Homenagem a Sócrates Certa vez, no fundo de uma grande e antiqüíssima biblioteca, discutiam dois ratinhos sobre o valor da educação. Por terem roído muitos livros, Pontiki e Pontikós se consideravam muito inteligentes, um mais que o outro, e qualquer assunto era motivo para uma boa discussão: “E você ainda se diz um sábio! Não vê que a educação é prioritária? Como é que você espera que existam médicos, engenheiros, escritores, professores, bombeiros ou qualquer outra profissão se antes não existir a escola?” — argumentava indignado Pontiki.“Suas conclusões são muito rasas, Pontiki, este não é o cerne da questão” — contestou calmamente Pontikós, ajeitando um pequeno par de óculos sobre o focinho. “Como e por quem você espera que as escolas sejam construídas se não haverá nem arquitetos nem construtores habilitados para essa atividade?” “Mas então estamos diante de um paradoxo!” — concluiu conformado Pontiki. E os dois ratinhos ficaram em silêncio, cofiando seus bigodes e pensando numa saída para tão difícil questão. Foi quando, do alto de um batente comido por cupins, no forro do teto, Sócrates, uma coruja tão velha quanto a biblioteca, desceu rapidamente num vôo rasante aproximando-se dos dois ratinhos. “Posso participar do debate também?” — pediu solícita a coruja. “Claro que pode, estávamos mesmo a ponto de chamá-lo. “Pois aqui estou, do que se trata?” — perguntou Sócrates, alisando as penas. “Concluímos que a educação só pode ser implantada por pessoas habilitadas para tal. Mas essas pessoas teriam que, paradoxalmente, existir antes da própria educação para poder implantá-la. É como tentar responder o clássico enigma de quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha! “Hmmm... De fato, mas acho que para este enigma existe uma saída. Vejamos. Não seria verdade que se pudéssemos tirar a educação de um povo, isto seria o caos? Ninguém mais se entenderia e nada mais saberiam fazer?” “A mim parece-me verdadeiro” — confirmou Pontikós. “Não vejo com pensar de outra forma” — emendou Pontiki. “Voltaríamos à barbárie!”“Logo, a educação é importante, não é assim?” — inquiriu Sócrates. “Nisso estamos de acordo” — assentiram os ratinhos de biblioteca. “Ora, sendo assim, e estando todos de acordo com a importância da educação, prossigamos. Vocês agora concordariam se eu dissesse que, se não há mais educação, é necessário que ela seja Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 61 implantada imediatamente para que retorne a harmonia? “Logicamente é o que deveria ser feito!” — disse entusiasmado Pontiki. “A não ser que quiséssemos viver no caos e exterminarmos uns aos outros como ratos! Quer dizer — disse sem jeito — como insetos...” — retratando-se sob o olhar reprovador de Pontikós. “É possível concluir, então, que a educação, neste caso, é uma prioridade, concordam?” “Sim” — concordaram os ratinhos. “Logo, a educação será sempre importante, não importando quando nem onde, e prioritária quando tiver deixado de existir. Não há, por acaso, vários países onde a educação deixou de existir e, portanto, é uma prioridade reimplantá-la, já que, importante que é, não pode deixar de existir?” “Há muitos, Sócrates, e parece-nos que a quantidade vem crescendo com o tempo...” — disse desanimado Pontiki. “Pois aí está a solução do seu paradoxo. O erro estava em vocês imaginarem uma solução para uma situação zero, construindo uma sociedade a partir do nada. O fato é que hoje não existem mais essas situações zero, e sim situações em que, mesmo que a educação se extinga, ainda haverá quem a possa implantar” — sentenciou Sócrates. “Mas se isso continuar assim, um dia essas pessoas também se extinguirão” — argumentou preocupado Pontiki. “E quando isso acontecer, aí sim estaremos diante de uma situação zero” — observou Pontikós. “O que acontecerá então, Sócrates?” A coruja fez um ar pesado, baixou os olhos e, muito solenemente, respondeu a Pontiki: “A pergunta não deve ser o que acontecerá então, mas: devemos esperar que cheguemos a esse ponto?” — E voou de volta para o forro do teto, deixando os ratinhos a pensar. _____________________ “Therefore, education will always be important, it doesn’t matter when nor where, it will become a priority when it no longer exists.” A Small Homage to Socrates Once, in the back of a large and very old library, two little mice debated about the value of education. For having gnawed many books, Pontiki and Pontikós considered themselves very intelligent, one more than the other, and any issue was a reason for a good debate:“And you still say yourself a wise! Don’t you see that education is a priority? How do you expect doctors, engineers, writers, teachers, firefighters or any other profession existed before school existed?” — argued Pontiki indignant.“Your conclusions are too shallow, Pontiki, this is not the heart of the matter” — contested Pontikós calmly, fitting a small pair of glasses on his snout.“How and by whom do you expect that schools 62 Unesco--•--Folha Dirigida are built if there will be no architects nor qualified constructors for this activity?”“But in that case, we are faced with a paradox!” – concluded Pontiki resigned. And both little mice stayed in silence, running their little paws over their moustaches and thinking on a way out to such difficult question. That was when Socrates, an owl as old as the library, flew down sweeping fast toward both little mice from the top of a termite-eaten doorpost in the ceiling. “May I take part in this debate as well?” – it asked solicitous. “Of course you can, we were actually about to call you. “ So here I am, what is it about?” - asked Socrates, smoothing its feathers.“We concluded that education could only be implanted by people that are qualified for it. But these people would have to exist before education itself in order to be able to implant it. It is like trying to solve the classic enigma of who came first, the egg or the chicken! “Hmmm... In fact, but I think that there is a way out to this enigma. Let’s see. Wouldn’t it be trued that if we took education from a people there would be chaos? People wouldn’t understand each other anymore and they would no longer know how to do anything?” “It seems true to me” — admitted Pontikós. “I don’t see how to think otherwise” — added Pontiki. “We would be back to barbarism!” “Therefore, education is important, isn’t it so?” — inquired Sócrates. “On that we agree” — nodded the little library mice. “Well now! If it is so and we all agree about the importance of education, let’s carry on. You now would agree if I said that, if there were no longer education, it would be necessary to implant it so that harmony is back? “Logically, it is what should be done! – said Pontiki thrilled. “Unless we wanted to live in chaos and exterminate one another like rats! I mean, like insects” – he said embarrassed, going back on what he had just said under Pontikós’ reproving look. “So it is possible to conclude, that education, in this case, is a priority, you agree?” “Yes,” the little mice agreed. “Therefore, education will always be important, it doesn’t matter when nor where, it will become a priority when it no longer exists. Isn’t there, by chance, many countries in which education no longer exists, and therefore, it is a priority to re-implant it, once, as important as it is, shouldn’t stop existing?” “There are many, Socrates, and it seems to us that the quantity has been increasing with time...” — said Pontiki disheartened. “So there is the solution to your paradox. Your error was imagining a solution to a zero situation, building a society from nothing. The fact is that today there are no longer these zero situations in which, even if education is extinct, there is still someone who can implant it” – sentenced Socrates. “But if it continues like that, one day these people will also be extinct” – argued Pontiki worried. “And when that happen, we will indeed be facing a zero situation” – observed Pontikós. “What will then happen, Socrates?” The owl gave a grave look, lowered its eyes and very solemnly answered to Pontiki: “The question shouldn’t be what will then happen, but: should we wait until it gets to this point?” – And it flew back to the ceiling, leaving the little mice to think. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 63 “Donc, l’éducation sera toujours importante, peu importe quand ni où, et prioritaire quand elle aura cessé d’exister.” Petit Hommage à Socrate Il était une fois, au fond d’une grande et très ancienne bibliothèque, deux rats qui discutaient de la valeur de l’éducation. Parce qu’ils avaient rongé beaucoup de livres, Pontiki et Pontikós se considéraient très intelligents, l’un plus que l’autre, et tout sujet était un motif pour une bonne discussion: “Et toi tu te dis être savant! Tu ne vois pas que l’éducation est prioritaire? Comment attends-tu qu’il existe des médecins, des ingénieurs, des écrivains, des professeurs, des pompiers ou toute autre profession s’il n’existe pas avant l’école?” — argumentait indigné Pontiki. “Tes conclusions sont très superficielles, Pontiki, ceci n’est pas le centre de la question” — contesta calmement Pontikós, mettant une petite paire de lunettes sur son museau. “Comment et pour qui attends-tu que les écoles soient construites s’il n’y aura pas d’architectes ni de constructeurs habilités pour cette activité?”“Mais nous sommes alors devant un paradoxe!” — conclut Pontiki résigné. Et les deux petits rats restèrent silencieux, caressant leurs moustaches et pensant à une conclusion pour une question si difficile. C’est alors que, du haut d’un battant rongé par les termites, au plafond, que Socrate, une chouette aussi vieille que la bibliothèque, descendit rapidement, d’un vol rasant et s’approcha des deux petits rats. “Je peux aussi participer du débat?” — demanda la chouette empressée. “Bien sûr que tu peux, nous étions d’ailleurs sur le point de t’appeler.“Eh bien je suis là, de quoi s’agit-il?” — demanda Socrate, lissant ses plumes. “Nous avons conclu que l’éducation ne peut être implantée que par des personnes habilitées pour cela. Mais ces personnes devraient, paradoxalement exister avant la propre éducation pour pouvoir l’implanter. C’est comme essayer de répondre à l’énigme classique de qui est naît le premier, l’œuf ou la poule! “Hm... En effet, mais je pense qu’il existe une sortie pour cette énigme. Voyons. Ne serait-ce pas vrai si l’on pouvait ôter l’éducation d’un peuple, ce serait le chaos? Personne ne s’entendrait plus et ils ne sauraient plus rien faire?” “Cela me semble vrai” — confirma Pontikós. “Je ne vois pas comment penser” — rajouta Pontiki. “Nous reviendrions à la barbarie!” “Donc, l’éducation est importante, ce n’est pas ainsi?” — demanda Socrate. “Sur ce point nous sommes d’accord” — approuvèrent les deux petits rats de la bibliothèque. “Alors, cela étant, et tout le monde étant d’accord sur l’importance de l’éducation, poursuivons. Et maintenant vous seriez d’accord si je disais que, s’il n’y a plus d’éducation, il est nécessaire de l’implanter immédiatement pour que l’harmonie revienne? “Logiquement c’est ce qui devait être fait!” — dit Pontiki enthousiasmé. “Sauf si nous voulions vivre dans le chaos et nous exterminer les uns les autres comme des rats! C’est-à-dire — dit-il gêné — comme des insectes...” — se rétractant sous le regard de réprobateur de Pontikós. 64 Unesco--•--Folha Dirigida “On peut donc conclure que l’éducation, dans ce cas, est une priorité, vous êtes d’accord?” “Oui” — concordèrent les petits rats. Donc, l’éducation sera toujours importante, peu importe quand ni où, et prioritaire quand elle aura cessé d’exister. Il n’y a pas par hasard, plusieurs pays où l’éducation n’existe plus et donc, la réimplanter est une priorité, Puisqu’elle est si importante, ne peut cesser d’exister?” “Il y en a beaucoup, Socrate, et il nous semble que la quantité s’accroît avec le temps...” — dit Pontiki découragé. “Eh bien voilà la solution de votre paradoxe. L’erreur était que vous imaginiez une solution pour une situation zéro, en construisant une société à partir de rien. Le fait est qu’aujourd’hui, ces situations zéro n’existent plus, mais il existe des situations dans lesquelles, même si l’éducation s’éteint, il y aura quelqu’un qui pourra l‘implanter” — conclut Socrate. “Mais si cela continue, un jour ces personnes s’éteindront aussi” — argumenta Pontiki préoccupé. “Et quand cela arrivera, alors oui nous nous trouverons devant une situation zéro” — observa Pontikós. “Qu’arrivera-t-il alors, Socrate?” La chouette prit un air lourd, baissa les yeux et, très solennellement, répondit à Pontiki: “La question ne doit pas être qu’arrivera-t-il alors, mais: devons-nous attendre d’arriver à ce point?” — Et s’envola vers le plafond, laissant les petits rats réfléchir. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 65 “A educação observada como escolha resolveria inúmeros problemas; porventura as bibliotecas não são abertas ao público, os arquivos, os museus – gratuitos muita das vezes.” Bernardo Augusto de Moura Machado Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro – RJ Um novo conceito de prioridade De uma resposta simples e na maioria das vezes impensada brota a certeza do papel prioritário da educação na formação cultural, filosófica e prática de um estado ou nação. Entretanto a reflexão simplista nos gera resultados igualmente simplistas. A maioria ao responder sobre essa prioridade da educação não se dá conta do que pode vir a significar essa prioridade. Prioridade é a supremacia em detrimento de todas as outras coisas. Defender essa prioridade sem tornar-se hipócrita, ou defender uma bandeira politicamente correta da educação, sem ao menos se dar conta do que é a educação, é uma das formas mais cabais de compactuar com a realidade vigente. Quantas vezes até mesmo os educadores não se dão conta do que é a educação. A educação longe de ser as disciplinas regradas do ensino fundamental e médio é, antes, um conjunto de mínimos conceitos que podem ser passados até mesmo oralmente; a educação é memorialista, é viva, voluntarista; não vejo a possibilidade de índios, de sociedades ágrafas não terem educação. A educação antes de tudo é uma escolha social, não simplesmente da elite governante. Esse é justamente o erro mais grave na concepção de educação e na revolta infantil dos que acham que o problema da educação é simplesmente a falta de investimento. A educação observada como escolha resolveria inúmeros problemas; porventura as bibliotecas não são abertas ao público, os arquivos, os museus – gratuitos muita das vezes. A divulgação existe, também é besteira afirmar que o povo não-educado não tem acesso. Iniciativas privadas se esforçam (por diversos interesses) em divulgar esse tipo de cultura e assa educação, mas a educação é uma escolha. Uma escolha que pode ser tanto coletiva quanto individual. No Brasil o coletivo escolheu o “não”, cabe ao indivíduo ser a diferença e escolher o “sim”. Logicamente a educação é prioridade, mas devemos ter plena consciência que essa “prioritarização” é, antes de tudo, pertinente a cada um, só depois as instâncias sócio-coletivas.superiores. Vemos claramente que a deficitária realidade educacional é antes da problemática realidade escolar – o que é real – se estabelece nos lares, famílias, e grupos de convivência. A incultura é deterministamente passada de geração a geração. 66 Unesco--•--Folha Dirigida A melhor solução é a certeza do problema; a melhor solução é a escolha; a escolha pela mudança, uma escolha propriamente individual que gerará – ou geraria – mudanças sucessivas, e não milagres infundáveis. Priorizemos e lutemos para que essa luta seja de todo um povo, não de abstratas forças e sim uma vontade real e desejosa de cada um. _____________________ “Seen as a choice, Education will solve countless problems; accidentally, many times libraries, archives, and museums aren’t open to the public.” A new concept of priority From a simple and most of the time thoughtless answer, sprouts the conviction of the priority role of education in the cultural, philosophical, and practical education of a State or nation. However, a simplistic reflection generates equally simplistic results. Most people who consider education a priority do not realize what this priority may come to signify. Priority means supremacy in detriment to all other things. Defending this priority without hypocrisy, or defend a politically-correct education flag, not realizing at least what education represents is one of the most convincing ways of making a pact with the reality in force. How many times educators themselves do not realize what education is. Education, far from being elementary and middle school courses of study, is a set of minimum concepts that can be even passed on orally; education is memorialist, is alive, voluntarist; I can’t see the possibility that Indians and other societies with no written records aren’t given education. Above all, education is a choice, not only made by the leading elite but by society. This is exactly the most serious mistake in the conception of education and in the childish rebellion of those who think the problem of education lies simply in the lack of investment. Education observed as a choice, would solve countless problems; accidentally, many times libraries, archives, and museums aren’t open to the public. There is diffusion; so, it is also foolish to affirm that non-educated people don’t have access to it. Private initiatives make efforts (for many reasons) to divulge this type of culture and this education, but education is a choice. A choice that may be collective and individual. In Brazil, the collective chose “no,” it is up to the individual to be the difference and chose “yes.” Logically, education is a priority, but we should have full awareness that this “priority” be above all, relevant to each one, coming right after the superior social and collective instances. We can clearly see that the reality of scarce education comes before the Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 67 problematic of the school reality – what is real – it establishes itself in the homes, families, and groups living together. Lack of culture is deterministically passed on from generation to generation. The best solution is the certainty of the problem; the best solution is the choice; the choice for change, a strictly individual choice that will generate – or would generate – successive changes, and not groundless miracles. Lets prioritize and fight so that this battle becomes a fight of an entire people, not of abstract strengths, and yes, a real desirous and wanted goal of each one. _____________________ “L’éducation observée comme choix résoudrait d’innombrables problèmes ; par hasard, les bibliothèques ne sont pas ouvertes au public, les archives, les musées – gratuits très souvent.” Un nouveau concept de priorité D’une réponse simple et la plupart des fois irréfléchie pousse la certitude du rôle prioritaire de l’éducation dans la formation culturelle, philosophique et pratique d’un état ou d’une nation. Cependant la réflexion simpliste nous génère des résultats également simplistes. La plupart, en répondant sur cette priorité de l’éducation ne se rend pas compte de ce que peut venir à signifier cette priorité. La priorité est la suprématie au détriment de toutes les autres choses. Défendre cette priorité sans devenir hypocrite, ou défendre un drapeau politiquement correct de l’éducation, sans au moins se rendre compte de ce qu’est l’éducation, est une des formes plus complètes de pactiser avec la réalité en vigueur. Combien de fois les éducateurs même ne se rendent pas compte de ce qu’est l’éducation. L’éducation loin d’être les disciplines réglées de l’enseignement fondamental et moyen est, avant tout, un ensemble de concepts minimum qui peuvent être passés même oralement ; L’éducation est mémorialiste, est vivante, volontaire ; je ne vois pas la possibilité qu’ont les Indiens, de sociétés sans l’impossibilité d’écrire ne pas avoir d’éducation. L’éducation avant tout est un choix social, pas simplement de l’élite gouvernante. C’est justement la plus grave erreur dans la conception de l’éducation et dans la révolte enfantine de ceux qui pensent que le problème de l’éducation est simplement le manque d’investissement. L’éducation observée comme choix résoudrait d’innombrables problèmes ; par hasard, les bibliothèques ne sont pas ouvertes au public, les archives, les musées – gratuits très souvent. 68 Unesco--•--Folha Dirigida La divulgation existe, c’est une bêtise aussi d’affirmer que le peuple non éduqué n’a pas accès. Des initiatives privées s’efforcent (par divers intérêts) de divulguer ce type de culture et cette éducation, mais l’éducation est un choix. Un choix qui peut être aussi bien collectif qu’individuel. Au Brésil, le collectif a choisi le “non”, c’est à l’individu d’être différent et de choisir le “oui”. Logiquement l’éducation est priorité, mais nous devons avoir pleine conscience que cette “action de priorité” est, avant tout, pertinente à chacun, seulement après les instances socio-collectives supérieures. Nous voyons clairement que la déficitaire réalité éducationnelle est avant la problématique réalité scolaire – ce qui est réel- s’établit dans les foyers, les familles, et les groupes de convivialité. Le manque de culture est passé de génération en génération de manière déterministe. La meilleure solution est la certitude du problème ; la meilleure solution est le choix ; le choix pour le changement, un choix proprement individuel qui générera – ou générerait – des changements successifs, et non des miracles sans fondements. Nous donnons priorité et luttons pour que cette bataille soit de tout un peuple, non pas de forces abstraites, mais une volonté réelle et désireuse de chacun. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 69 “O ensino deve ser tratado como uma prioridade, um conceito-chave para a evolução, e não apenas mais uma pasta entre diversas agendas menos apaixonantes.” Bernardo Sfredo Miorando Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS - Porto Alegre – RS Um Caminho para a Realização O nascimento, dizem, é o acontecimento mais traumático da vida. Encontra o bebê um mundo novo e hostil, com exigências que antes lhe seriam absurdas e a assustadora missão de cumprir a existência. Logo de início, depara-se com a terrível e maravilhante tarefa de aspirar o ambiente externo. Ainda mais longe vai William Shakespeare, colocando nos lábios de seu Rei Lear a premissa de que “choramos ao nascer porque chegamos a esse imenso cenário de dementes”. Não basta cruzar o mundo. É preciso vê-lo, compreendê-lo, mudá-lo. E, para isso, conhecer as pessoas que o compõem; são sábios, loucos, criminosos a tirar um pouco dos outros e deixar um tanto de si, num jogo de poucas regras que o acaso opera sem dar a certeza de uma essência superior. Há, entretanto, um atalho que pode ser livremente utilizado nessa caminhada: o aprendizado. Essa não é uma trilha fácil e livre de males, mas aí o empenho do viajante, seu entusiasmo e sua força de vontade podem exercer o incrível poder de modelar o lugar por onde passa, verter novas e inúmeras opções de cada fato, traçar novas expressões na face do interlocutor. Nesse trabalho, um grupo especial de pessoas se dedicará a ensinar ao indivíduo, os mestres, que embora não sejam senhores do conhecimento, detêm o poder de transmiti-lo, de facilitar sua aquisição. E neles se ampara a instituição que constitui a expressão física desse propósito, a escola, que através de classes, quadros, livros e computadores apreende um pouco do planeta para que aqueles que a freqüentam aprendam a interagir com ele. Em tal contexto se dará uma das atividades mais valorosas da cultura humana: a educação. Quem passa por ela estará mais apto a lidar com quaisquer situações que apareçam em seu viver e se tornar um componente ativo na relação com seu panorama. No entanto, há limitações para esse crescimento, pois só passará por ele aquele que assim desejar. Não se pode forçar alguém a aprender. Conquanto não seja um dever, esse processo é um direito universal, e é preciso se certificar de que todo aquele que almejar atingir uma compreensão superior encontre os meios de fazê-lo. Infelizmente, a expansão ilimitada do saber só existe no plano das idéias. Quando 70 Unesco--•--Folha Dirigida trazida à existência física, surgem restrições imediatas que a impossibilitam. Num mundo agressivo onde a lei da força impera e a concorrência entre os seres atinge um nível de violência imprevisível, poucos têm a paciência, a compaixão e o humanismo necessários para introduzir a outrem em assuntos novos, para explicar-lhe seus diversos aspectos, para mostrar novas perspectivas. Um amor assim descompromissado pelo ensinar é raro, e as motivações estão mais geralmente ligadas ao lucro, transformando o que seria uma arte sublime em um mero trabalho burocrático. Aí aparecem os professores medíocres, os alunos relapsos, e o estudo se torna um afazer enfadonho. Qualquer região que deseje atingir um estágio desejável de desenvolvimento precisa reverter esse quadro. O ensino deve ser tratado como uma prioridade, um conceitochave para a evolução, e não apenas mais uma pasta entre diversas agendas menos apaixonantes. Para fazê-lo, somente com a exigência de uma sociedade civil comprometida com seu próprio futuro, alertando um governo que reconheça as rotas para o sucesso. Necessita-se de novas luzes e novas vozes que mostrem a adequação dessa dedicação e sua importância definitiva. Somente dessa forma se poderá reconhecer a educação como a mais nobre e digna das disposições. Assim, lançar-se-á a luz da razão por entre os insanos, que abandonarão o delírio do egoísmo para alcançar a cooperação. E o pranto que antes se ouvia como lamento e dor poderá tornar-se um choro de emocionada alegria. _____________________ “Education should be treated as a priority, a keyconcept to evolution, and not only just another portfolio among several less impassioned agendas.” A Path to Realization Birth, it is said, is the most traumatic happening in one’s life. Babies find a new and hostile world with demands that before would be absurd, and the terrifying mission to fulfill existence. Right at the beginning, we are faced with the terrible and marvelous taste of aspiring the external environment. William Shakespeare goes even farther, saying through his King Lear’s words “we cry when we are born because we arrived at this huge scenery of insane.” It isn’t enough to cross the world. It is necessary to see it, to comprehend it, change it. And for that, we need to know the people that compose it; there are wise, crazy and criminal men taking a little from others and leaving so much of themselves, in a game of few rules that chance operates without giving the assurance of a superior essence. However, there is a shortcut to this path: learning. This isn’t an easy and evil-free path, but there, the travelers’ effort, their enthusiasm and willpower may exert the Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 71 incredible power of shaping the places they pass, spilling new and countless options of each fact, tracing new expressions in the face of the interlocutor. In this task, a special group of people will dedicate themselves to teach the individual, the masters, who although are not the masters of knowledge, detain the power to transmit it, of facilitating its achievement. And this group will support the institution that constitutes the physical expression of this purpose: school, which apprehends a little of the planet through classrooms, blackboards, books and computers so that those who attend it are able to learn to interact with it. In this context, one of the most valuable activities of the human culture will be taking place: education. Those who pass by it are more apt to deal with any situations that may appear in their lives and become active components in the relationship with their own panoramas. However, there are limitations to this growth, as only those who desire it will go through. You can’t force anyone to learn. Although it isn’t a duty, this process is a universal right, and it is necessary to make sure that everyone yearning to reach a superior comprehension will find the means to do it. Unfortunately, the unlimited expansion of knowledge only exists in the plane of ideas. When it is brought to the physical existence, immediate restrictions that make it impossible emerge. In an aggressive world where the law of strength reigns and the competition among beings reach unpredictable violence levels, few have the necessary patience, compassion and humanism to introduce others to new issues, explaining them their several aspects, showing new perspectives. Such a disengaged love for teaching is rare, and its motivations are mostly generally linked to profiting, turning what would be a sublime art into a mere bureaucratic work. At that moment appear the mediocre teachers, relapse students, and studying becomes a tedious duty. Any region that desires to attain a desired stage of development needs to revert this picture. Teaching should be treated as a priority, a key-concept to evolution, and not only another portfolio among several less impassioned agendas. Only a demanding society that is compromised with its own future, that warns its government to recognize the routes to success, can achieve it. New lights and new voices to show the adjustment of this dedication and its definitive importance are necessary. Only so will we be able to recognize education as the noblest and most dignified of dispositions. In such a manner, there will be the light of reason among the insane, who will abandon the delirium of egoism to reach cooperation. And the crying that was previously heard as a lament and pain will be able to become a cry of touching joy. 72 Unesco--•--Folha Dirigida “L’enseignement doit être traité comme une priorité, un concept-clef pour l’évolution, et pas seulement un dossier parmi divers agendas moins passionnants.” Un Chemin pour la Réalisation La naissance disent-ils, est l’événement le plus traumatisant de la vie. Le bébé trouve un monde nouveau et hostile, avec des exigences qui avant lui seraient absurdes et l’effrayante mission d’accomplir l’existence. Tout au début, il affronte la tâche terrible et merveilleuse d’aspirer le milieu externe. William Shakespeare va encore plus loin, mettant sur les lèvres du Roi Lear la prémisse que “nous pleurons à la naissance car nous arrivons dans cet immense scénario de déments”. Il ne suffit pas de traverser le monde. Il faut le voir, le comprendre, le changer. Et, pour cela, connaître les personnes qui le composent ; ce sont les savants, les fous, les criminels en enlevant un peu des autres et en laissant un peu de soi, dans un jeu à peu de règles que le hasard opère sans donner la certitude d’une essence supérieure. Il existe cependant un raccourci pouvant être librement utilisé dans cette promenade: l’apprentissage. Ce n’est pas un chemin facile et sans maux, mais là, la performance du voyageur, son enthousiasme et sa force de volonté peuvent exercer l’incroyable pouvoir de modeler l’endroit où il passe, verser de nouvelles et d’innombrables options de chaque fait, tracer de nouvelles expressions sur la face de l’interlocuteur. Dans ce travail, un groupe spécial de personnes se dédiera à enseigner à l’individu, les maîtres, qui bien qu’ils ne soient pas seigneurs de la connaissance, détiennent le pouvoir de le transmettre, de faciliter son acquisition. En eux s’appuie l’institution qui constitue l’expression physique de ce propos, l’école, qui au travers de classes, tableaux noirs, livres et ordinateurs saisissent un peu de la planète pour que ceux qui la fréquentent apprennent à interagir avec lui. Dans un tel contexte, se donnera l’une des activités les plus précieuses de la culture humaine: l’éducation. Celui qui passe par elle sera plus apte à affronter n’importe quelles situations qui apparaîtront dans sa vie et deviendra un composant actif dans la relation avec son panorama. Cependant, il existe des limitations dans cette croissance, car ne passera par elle que celui qui le souhaite. On ne peut pas forcer quelqu’un à apprendre. Tant que ce n’est pas un devoir, ce processus est un droit universel, et il faut être sûr que tout celui qui désire fortement atteindre une compréhension supérieure trouve les moyens de le faire. Malheureusement, l’étendue limitée du savoir n’existe que sur le plan des idées. Quand elle est amenée à l’existence physique, surgissent des restrictions immédiates qui la rendent impossible. Dans un monde agressif où la loi de la force domine et la concurrence entre les êtres atteint un niveau de violence imprévisible, peu ont la patience, la compassion et l’humanisme nécessaires d’introduire à autrui des sujets Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 73 nouveaux pour lui en expliquer ses divers aspects, pour lui montrer de nouvelles perspectives. Un amour ainsi sans engagement pour l’enseignement est rare, et les motivations sont plus généralement liées au profit, transformant ce qui serait un art sublime en un simple travail bureaucratique. Alors apparaissent les professeurs médiocres, les élèves relapses, et les études deviennent une tâche ennuyeuse. Toute région qui désire atteindre un stade souhaité de développement doit retourner cette situation. L’enseignement doit être traité comme une priorité, un concept-clef pour l’évolution, et pas seulement un dossier parmi divers agendas moins passionnants. Pour le faire, seulement avec l’exigence d’une société civile avec son propre avenir, alertant un gouvernement qui reconnaît les routes du succès. Il faut de nouvelles lumières et de nouvelles voix montrant l’adéquation de ce dévouement et son importance définitive. De cette manière seulement, on pourra reconnaître l’éducation avec la plus noble et digne des dispositions. Ainsi, lancer la lumière de la raison parmi les insensés, qui abandonneront le délire de l’égoïsme pour atteindre la coopération. Et la plainte que l’on entendait avant comme une lamentation et une douleur pourra devenir des pleurs de joie et d’émotion. 74 Unesco--•--Folha Dirigida “Não sabe muito sobre o seu futuro, sabe, somente, que ele e mais outros colegas são o futuro do país. É o que todos dizem, inclusive a diretora de sua escola.” Carla Goltz Blümel Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Itararé – FACIC - Itararé - SP Na contramão de inúmeros projetos que são ou serão ainda colocados em prática nas escolas espalhadas pelo país, João, que não sabe de sua existência, inicia mais uma jornada em sua vida. Não sabe também, assim como milhões de outros garotos, que, enquanto se prepara para ir à escola, muitos educadores discutem outros tantos programas e projetos que podem mudar sua trajetória. Isso não lhe interessa. Ainda que, muitas vezes a preguiça o acompanhe no caminho, sabe que deve ir à escola. É lei. Seus pais o obrigam a estudar e o governo também. Sabe, ainda, que, indo à escola, terá a chance de uma vida melhor. É o que seus pais lhe falam. É o que todos repetem. João não pensa muito a respeito das coisas da vida. Aceita-as como se apresentam. No entanto, sabe muito bem com o que sonha. Deseja uma vida melhor; melhor que a de seus avós; melhor que a de seus pais; melhor que a sua. Só não sabe quando isso acontecerá. Sabe, no entanto, que a escola ainda é um lugar que lhe dá certa alegria: é lá que se encontra com seus amigos, ouve histórias e estórias interessantes e, às vezes, não tão interessantes. É lá, também que pode saborear coisas diferentes das que têm em casa: a merenda. O que ele não sabe é que seus pais estão devendo na venda do bairro e não sabem como pagar. Mas sabe que pode ficar sem comer um ou outro dia. Por isso a escola, muitas vezes, é um lugar em que gostaria de ficar, de viver. Mas também gostaria que seus pais também pudessem ter esse privilégio. Afinal, eles não sabem ler nem escrever. João já aprendeu. Sabe ler, escrever, somar, subtrair, dividir e multiplicar. Sabe que, para progredir, terá que saber mais e mais. Sabe, também, que para ter a chance de mudar de vida terá que ir por mais alguns tantos anos à escola. Não sabe muito sobre o seu futuro, sabe, somente, que ele e mais outros colegas são o futuro do país. É o que todos dizem, inclusive a diretora de sua escola. Mas ele gostaria que isso começasse hoje, no presente. Não gostaria de esperar muito para seu sonho se tornar realidade. Ainda que pudesse ter mais tempo para brincar e se divertir com seus amigos pelas ruas de seu bairro, sabe que deve ir à escola, pois ela é importante em sua vida. Ela é importante para sua vida. Pelo menos é o que a professora muitas vezes repete em sala. João só quer ser feliz. E ele sabe que isso também é importante. Enquanto isso, a professora, a diretora, o prefeito, o governador, o ministro da educação, o presidente da república e outros que tanto discutem sobre a importância da educação, às vezes, parecem não saber que, para ser importante para João, ela deve ser prioridade, e absoluta. E João chega à escola..... Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 75 “He doesn’t know much about his future, he knows only that he and another classmates are the future of the country. That is what everybody says, even the school’s director.” Against the stream of countless projects that are or will still be put into practice in schools throughout the country, João, who does not know of their existence, begins a journey in his life. He also does not know, just as millions of other boys, that while he prepared to go to school, many educators are discussing many other projects that may change his course. That doesn’t interest him. However, many times laziness escorts him in his path, though he knows he should go to school. It is the law. His parents oblige him to study, the government too. He knows too, that by going to school, he will have the chance of a better life. That is what his parents say. That is what everyone repeats. João does not think a lot about the things of life. He accepts them as they come. However, he knows very well what he dreams of. He desires a better life; better than his grandparents’; better than his parents;’ better than his. He just does not know when this will happen. Yet he knows, that school is still a place that gives him certain joy: that is where he meets his friends, listens about history and interesting stories, and sometimes, not so interesting ones. And it is there too, that he can taste different things he doesn’t get at home: the school lunch. What he doesn’t know is that his parents are in debt with the neighborhood’s grocery store and don’t know how to pay it. But he knows he can go with no eating for one or two days. That is why, many times, he would like to stay in school, live there. But he would like that his parents also had this privilege. After all, they do not know how to read or write. João has already learned. He knows how to read, write, add, subtract, divide, and multiply. He knows that in order to progress, he will have to know more and more. He knows too, that in order to have the chance to change his life, he will have to go for another many years to school. He doesn’t know much about his future; he knows only, that he and other schoolmates are the future of the country. That is what everybody says, even the school’s director. But he would like this to begin today, in the present. He would not like to wait too long for his dream to come true. Even if he could have more time to play and have fun with his friends in the streets of his neighborhood, he knows he should go to school, because it is important in his life. It is important for his life. At least that is what the teacher repeats many times on class. João just wants to be happy. He knows that this is also important. Meanwhile, the teacher, the director, the mayor, the governor, the minister of education, the president of the republic and many others discuss about the importance of education. Sometimes, they seem not to know that in order for it to be important to João, it should be absolute and a priority. And João gets to school… 76 Unesco--•--Folha Dirigida “Il ne sait pas grand chose de son avenir, il sait seulement, que lui et d’autres collègues sont l’avenir du pays. C’est ce que tout le monde dit, y compris la directrice de son école.” A l’encontre d’innombrables projets qui sont ou seront encore mis en pratique dans les écoles éparpillées dans le pays, João, qui ne sait rien de son existence, commence une nouvelle bataille dans sa vie. Il ne sait pas non plus comme des millions d’autres garçons, qu’alors qu’il se prépare pour aller à l’école, beaucoup d’éducateurs discutent tant d’autres programmes et de projets pouvant changer sa trajectoire. Cela ne l’intéresse pas. Bien que souvent la paresse le suive dans son chemin, il sait qu’il doit aller à l’école. C’est la loi. Ses parents l’obligent à étudier et le gouvernement aussi. Il sait encore qu’en allant à l’école il aura la chance d’avoir une vie meilleure. C’est ce que disent ses parents. C’est ce que tout le monde répète. João ne pense pas beaucoup au sujet des choses de la vie. Il les accepte comme elles se présentent. Cependant, il sait très bien ce qu’il rêve. Il souhaite une vie meilleure ; meilleure que celle de ses grands-parents ; meilleure que celle de ses parents ; meilleure que la sienne. Mais il ne sait pas quand cela arrivera. Il sait cependant que l’école est encore un endroit qui lui donne une certaine joie: c’est là qu’il rencontre ses amis, écoute des histoires et des contes intéressants, et parfois, pas si intéressants. C’est là aussi qu’il peut savourer des choses différentes de celles de chez lui: le goûter. Ce qu’il ne sait pas, c’est que ses parents doivent de l’argent dans le magasin du quartier et ne savent pas comment payer. Mais il sait qu’il peut manquer de nourriture un jour ou l’autre. Pour cela, l’école, souvent, est un lieu où il aimerait rester, vivre. Mais il aimerait aussi que ses parents puissent avoir ce privilège. En fin de compte, ils ne savent ni lire ni écrire. João, lui, a déjà appris. Il sait lire, écrire, additionner, soustraire, diviser et multiplier. Il sait que pour progresser, il devra en savoir toujours plus. Il sait aussi que pour avoir la chance de changer de vie, il devra aller à l’école encore quelques années. Il ne sait pas beaucoup de son avenir, il sait seulement que lui et d’autres collègues sont l’avenir du pays. C’est ce que dit tout le monde, y compris la directrice de son école. Mais il aimerait que cela commence aujourd’hui, au présent. Il n’aimerait pas attendre beaucoup pour que son rêve devienne réalité. Même s’il avait plus de temps pour jouer et s’amuser avec ses amis dans les rues du quartier, il sait qu’il doit aller à l’école, car elle est importante dans sa vie. Elle est importante pour sa vie. Du moins, c’est ce que la professeur répète plusieurs fois dans la salle. João ne veut qu’être heureux. Et il sait que cela aussi est important. Pendant ce temps, la professeur, la directrice, le préfet, le gouverneur, le ministre de l’éducation, le président de la République et autres qui discutent tellement sur l’importance de l’éducation, parfois, semblent ne pas savoir que, comme elle est importante pour João, elle doit être priorité, et absolue. Et João arrive à l’école..... Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 77 “Percebi naquele momento que precisava valorizar a educação e as oportunidades que recebia. Começava a surgir em mim então um sentimento de responsabilidade e revisão...” Charlene dos Santos França Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Menino na sexta série Foi exatamente naquela tarde de março que tudo começou a descortinar-se diante dos meus olhos. Não lembro a data com precisão, mas sei que era uma segunda-feira chuvosa, de céu plúmbeo, porém de temperatura amena, o que atrairia qualquer garoto de doze anos a ficar em casa diante da televisão. Não posso negar que como tal desejei o mesmo a princípio, mas a insistência de minha vó e a saudade dos colegas me motivaram a vestir o uniforme guardado a meses, calçar os tênis empoeirados e com toda a preguiça habitual da adolescência, seguir a pé até o colégio para o primeiro dia de aula. Hoje, já distante de ser um menino na sexta série, percebo o quanto são diferentes as prioridades nessa idade. A caminho do colégio eu só tinha na mente a tv e as partidas de futebol já marcadas para a semana seguinte no campinho da rua de trás. Foi quando cheguei ao colégio que passava por reformas e começava a dar um ar até mais bonito à rua Romeu Casa Grande no subúrbio do Rio, próximo a minha residência. A imagem das escadas lotadas ainda é nítida como uma pintura, mas foi na sala de aula que minhas prioridades começaram a mudar e minhas perspectivas sofreram suas alterações primeiras, tudo rápida e simultaneamente a partir da entrada do professor de matemática que não possuía um dos braços. Ao saudar a todos com um ‘bom dia” a turma agitada calou-se. Mostrando conhecimento e desenvoltura, limpando por vezes o apagador na sola dos sapatos, ele prendia a minha atenção para a aula e para si próprio. Então de olhos bem abertos eu começava a aprender ; menos com a aula do que com o exemplo de vida que aquele senhor transmitia. Com todas as dificuldades que poderia enfrentar, ele simplesmente sonhou e com todo o esforço necessário havia conquistado o que queria, estudando e superando os obstáculos. Percebi naquele momento que precisava valorizar a educação e as oportunida- 78 Unesco--•--Folha Dirigida des que recebia. Começava a surgir em mim então um sentimento de responsabilidade e revisão do que eu tinha priorizado até então. Saí dali com um outro olhar. Olhar proporcionado por aquele homem que sem um dos braços, havia abraçado seu mundo e mudado pra sempre o que seria o primeiro dia de aula de um menino na sexta série. _____________________ “At that moment I understood that I needed to value education and the opportunities I was given. It began emerge in me then a feeling of responsibility and revision…” Boy in sixth grade It was exactly on that March afternoon that everything began to unveil in front of my eyes. I can’t recall the date with precision, but I know it was a rainy Monday, of leaden skies, but mild temperatures, which would draw any 12-year old boy to stay at home in front of the television. I can’t deny that at first I wanted to do that, but my grandma’s insistence and the longing to see my classmates motivated me to change into the uniform I kept for months, put on my tennis shoes and walk to the school for the first day of class with all habitual adolescent laziness. Today, already far away from being a sixth-grade boy, I perceive how different priorities are in this age. On my way to school, I only wanted to watch TV and play the soccer games already set for the following week on the back streets’ little field. That was when I arrived at the school, which was going through reforms and was even giving a better impression to the street Romeu Casa Grande in the suburbs of Rio, near my house. The image of the crowded stairs is still clear as a painting, but it was in class that my priorities began to change and my perspectives suffered their first changes, every thing fast and simultaneously as the math teacher who did not have one of his arms came into class. As he greeted everyone with a “good morning,” the agitated class silenced. Showing knowledge and ease, sometimes cleaning off the blackboard eraser on his shoes’ soles, he trapped my attention to his class and to himself. Then, with well-open eyes I began to learn, less with the class than with the example of life that man transmitted. With all troubles he could face, he simply dreamed and conquered what he wanted with all necessary effort, by studying and overcoming obstacles. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 79 At that moment, I understood that I needed to value education and the opportunities I was given. It began to emerge in me than, a feeling of responsibility and revision of what I used to prioritize up to them. I left school with another outlook. An outlook imparted by that man, who even without an arm, had hugged his world and changed forever what would be the first day of class of a boy in the sixth grade. _____________________ “Je me suis rendu compte à ce moment-là qu’il fallait valoriser l’éducation et les opportunités que je recevais. Un sentiment de responsabilité et révision commençait alors à surgir en moi...” Garçon en sixième Ce fut exactement cette après-midi de mars que tout commença à se révéler devant mes yeux. Je ne me souviens pas de la date précise, mais je sais que c’était un lundi pluvieux, au ciel de plomb, à la température douce cependant, ce qui attirerait n’importe quel enfant de douze ans à rester à la maison devant la télévision. Je ne peux nier que comme je désirais le même principe, mais l’insistance de ma grand-mère et la nostalgie de mes collègues m’avaient motivé à vêtir l’uniforme gardé depuis des mois, à chausser des tennis poussiéreux et avec toute la paresse habituelle de l’adolescence, aller à pied au lycée pour le premier jour de classe. Aujourd’hui, le garçon de sixième est déjà loin, et je m’aperçois combien les priorités sont différentes à cet âge-là. Sur le chemin de l’école, je n’avais à l’esprit que la télévision et les parties de football déjà fixées pour la semaine d’après dans le petit stade de la rue derrière. C’est alors que j´arrivais au collège qui était en travaux et commençais à donner un air plus beau à la rue Romeu Casa Grande dans la banlieue de Rio, près de chez moi. L’image des escaliers pleins est encore nette comme une peinture, mais ce fut dans la salle de classe que mes priorités commencèrent à changer et mes perspectives subirent leurs premières modifications, tout rapidement et simultanément à partir de l’entrée du professeur de mathématique à qui il manquait l’un des bras. En saluant tout le monde d’un ‘bonjour” la classe agitée se tut. Montrant connaissance et aisance, nettoyant parfois l’effaceur sur la semelle de ses souliers, il attirait mon attention sur le cours et sur lui-même. Alors, les yeux bien ouverts, je commençais à apprendre ; moins avec le cours qu´avec 80 Unesco--•--Folha Dirigida l’exemple de ce que ce monsieur transmettait. Avec toutes les difficultés qu’il pourrait affronter, il rêvait simplement et avec tous les efforts nécessaires il avait conquis ce qu’il voulait, en étudiant et en surmontant les obstacles. Je me suis rendu compte à ce moment-là qu’il fallait valoriser l’éducation et les opportunités que je recevais. Un sentiment de responsabilité et de révision de ce à quoi j’avais donné priorité jusqu’alors, commençait alors à surgir en moi. Je sortais de là avec un nouveau regard. Regard transmis par cet homme qui sans l’un des bras, avait conquis son monde et changé pour toujours ce qui serait le premier jour de classe d’un garçon de sixième. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 81 “A Educação, no real sentido da palavra, é, acima de tudo, prioritária, pois ilumina a escuridão, rasga o véu da ignorância e revela todo o esplendor da natureza humana...” Christiano Pereira do Amaral Centro Universitário Barra Mansa – UBM - Barra Mansa – RJ Há um mundo dentro de nós, um mundo misterioso, união entre mente, alma e coração. Uma terra que, em alguns momentos, age pela razão; em outros, pelo coração. Essa aventura começa no olhar, desperta a criatura que dorme, sensibilizando-a com um temporal de notas de um acorde sereno. Talvez não seja uma criatura, seja o habitante de um templo que descobre e, ao mesmo tempo, é descobridor, que enxerga novos horizontes com olhos perspicazes e luminosos e que revela a luz obstruída. Ao sair das mãos do oleiro, vira uma obra-prima e descobre um mundo maravilhoso, o mundo do saber. E esse saber liberta o homem, fazendo-o pensar em si e no semelhante. Os demônios chamariam de astúcia; os anjos de sabedoria. E os homens? Os homens chamariam Educação. Sim. Educação!!! Aquele fio condutor que desencadeia uma lógica, uma coesão, uma coerência, refletindo idéias, pensamentos e descobertas. Em outras circunstâncias, envolve o fraco com uma neblina obscura na calada da noite, cegando o seu coração e a sua alma. Assim, como uma ave de rapina, com suas garras, aprisiona e mata a presa, persuade os sonhos e, na pele, tem o gosto do juízo final. Às vezes, preserva; noutras, destrói ... Sua outra face, entretanto, liberta o homem, conduzindo-o a uma verdade que vai além do horizonte. É preciso acreditar, é preciso lutar para que essa face prevaleça, pois ela constrói um ser humano mais reflexivo, mais crítico, mais social, mais competitivo, mais saudável, mais culto... A Educação, no real sentido da palavra, é, acima de tudo, prioritária, pois ilumina a escuridão, rasga o véu da ignorância e revela todo o esplendor da natureza humana, resgatando no homem a imagem de Deus onipotente. Assim, ela nos conduz a um caminho promissor, de esperança e de ventura, revelando as maravilhas e tesouros existentes em cada um de nós... 82 Unesco--•--Folha Dirigida “The real meaning of the word Education is above all priority, for it illuminated darkness, tears the veils of ignorance and reveals all the splendor of the human nature…” There is a world inside us, a mysterious world that is a union of mind, soul, and heart. A land that in some moments acts through reason; in others, through the heart. This adventure begins in Man’s view, awakening the creature that sleeps, touching it with a storm of notes of a serene harmony. Maybe it is not a creature, but the inhabitant of a temple who is discovered and discoverer at the same time, seeing new horizons with keen and luminous eyes, revealing the obstructed light. As it leaves the hands of the potter, it becomes a work of art and discovers a marvelous world, the world of knowledge. And this knowing frees Man, making him think about himself and his fellow men. Demons would call it cunningness; the angels, wisdom. And Man? Man would call it Education. Yes. Education! This leading string that unleashes logic, cohesion, coherence, reflecting ideas, thoughts and discoveries. In other circumstances, it involves the weak with an obscure mist in the silent night, blinding their hearts and souls. Like a bird of prey that imprisons and kills its preys with its claws, imposes its dreams and carries a taste of final judgment on its skin. Sometimes it preserves, others, it destroys... Its other face, however, frees Man, conducting him to a truth that reaches beyond the horizon. It is necessary to believe, it is necessary to fight for this face to prevail, for it builds more reflexive, critical, social, competitive, healthier and cultured human beings… The real meaning of the word Education is above all priority, for it illuminated darkness, tears the veils of ignorance and reveals all the splendor of the human nature, rescuing in Man the image of a omnipotent God. That way, it conducts us to a promising path, of hope and venture, revealing the marvels and treasures existing in each one of us… Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 83 “L’éducation au vrai sens du terme est, au-dessus de tout, prioritaire, car elle illumine l’obscurité, déchire le voile de l’ignorance et révèle toute la splendeur de la nature humaine ...” Il existe un monde en nous, un monde mystérieux, union entre esprit, âme et cœur. Une terre qui, parfois, agit en fonction de la raison ; parfois du cœur. Cette aventure commence dans le regard, éveille la créature qui dort, en la sensibilisant avec une tempête de notes d’un accord serein. Peut-être n’est-ce pas une créature, ou un habitant d’un temple qui découvre et, en même temps, est découvreur, qui voit de nouveaux horizons avec des yeux perspicaces et lumineux et qui révèle la lumière obstruée. Des mains du potier, elle devient un chef-d’œuvre et découvre un monde merveilleux, le monde du savoir. Et ce savoir libère l’homme, le faisant penser à soi et au semblable. Les démons appelleraient cela astuce ; les anges de sagesse. Et les hommes? Les hommes l’appelleraient Education. Oui. Education!!! Ce fil conducteur qui déclenche une logique, une cohésion, une cohérence, reflétant des idées, des pensées et des découvertes. En d’autres circonstances, entoure un faible d’une brume obscure dans le silence de la nuit, rendant aveugle le cœur et son âme. Ainsi, comme un oiseau de proie, avec ses ongles crochus, emprisonne et tue sa proie, persuade les rêves et, dans la peau, a le goût de jugement dernier. Parfois, elle préserve ; d’autres fois, elle détruit ... Son autre face, cependant, libère l’homme, en le conduisant vers une vérité qui va au-delà de l’horizon. Il faut croire, il faut lutter pour que cette face domine, car elle construit un être humain plus réflexif, plus critique, plus social, plus compétitif, plus sain, plus cultivé... L’éducation au vrai sens du terme est, au-dessus de tout, prioritaire, car elle illumine l’obscurité, déchire le voile de l’ignorance et révèle toute la splendeur de la nature humaine, sauvant dans l’homme l’image de Dieu tout puissant. Ainsi, elle nous conduit sur un chemin prometteur, d’espoir et de chance, révélant les merveilles et trésors existants en chacun de nous ….. 84 Unesco--•--Folha Dirigida “Precisamos de janelas de libertação que nos projetem para além do conhecimento e ideologias prontas que recebemos até hoje.” Clarissa Monteiro Benac Universidade Federal Fluminense – UFF - Niterói - RJ Educação: ferramenta prioritária na construção da identidade social Distante das formas ordenadas, dos ensinos enrijecidos, a educação expressa-se como um canal sem fronteiras do conhecimento, da cultura e riqueza de um povo.. Entretanto, a educação precisa ser vista como uma questão prioritária, e ainda, precisa resignificar seu papel junto à sociedade, há tempo desgastado. Por ter como matérias-primas a linguagem, a cultura e os símbolos, a educação apresenta-se como um forte instrumento no processo de construção da identidade social . Assim como também, uma ferramenta de libertação, na medida em que sorve em si a intenção de construir para a posteridade pessoas livres em suas idéias, capazes de propor novos caminhos frente aos desafios humano-sociais dos nossos tempos. Precisamos,como nunca, fortalecer nossa identidade social e desta forma avaliarmos meios de solucionar as questões que nos tornam tão desiguais. A educação pode contribuir muito nesta empreitada, uma vez que está comprometida com estes valores, formando pessoas que sabem extrair da diversidade a unidade de serem iguais. Em meio às múltiplas diferenças, assim como um tecido, somos partes uns dos outros, nesse processo histórico que vai ganhando mais vida e cor. Da mesma forma,a educação assume uma frente de luta contra as diversas muralhas de exclusão e segregação,quando reveste-se de uma linguagem comprometida em valorizar a riqueza contida na diferença. Estamos cansados de ouvir palavras ricas que compõem discursos inoperantes, oriundos de pessoas cativas de seus próprios mundos, fechados para a realidade do outro. Não podemos reduzir nossa semelhança à pobreza de vivermos isolados sem canais de comunicação. Precisamos de janelas de libertação que nos projetem para além do conhecimento e ideologias prontas que recebemos até hoje. A educação como prioridade é uma questão de significação da nossa existência enquanto sociedade. É um processo longo, inacabado ainda, uma semeadura permanente, cujos frutos farão de nossas gerações pessoas mais humanas e iguais, apesar das inúmeras diferenças. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 85 “We need liberation windows that project us to beyond the polished knowledge and ideologies we have been given up to now.” Education: a priority tool in the construction of a social identity Distant from the orderly shapes of hardened teachings, education expresses itself as a channel without boundaries of the knowledge, culture and richness of a people… However, education needs to be seen as a priority question, and it needs to have a new meaning in its role in society, worn out for a long time. For having language, culture, and symbols as its raw material, education presents itself as a strong instrument in the process of building a social identity. Like a liberation tool that absorbs in itself the intention of building free people in their ideas for posterity, so that they are capable of proposing new paths in face of the human and social challenges of our times. We need, as never before, to strengthen our social identity and evaluate the means to solve the questions that make us so unequal. Education can contribute much in this endeavor, once it is compromised with these values, shaping people who know how extract from diversity the unity of being equal. In the middle of these multiple differences, just like a fabric, we are parts of one another, in this historical process that is gaining more life and color. The same way, education takes on a battle front against the several bulwarks of exclusion and segregation when it coats itself with a language compromised on valuing the richness contained in the difference. We are tired of listening to rich words that compose faulty discourses, coming from people captive of their own worlds, closed for the reality of their fellow men. We can’t reduce our similarity to the poverty of living isolated without communication channels. We need liberation windows that project us to beyond the polished knowledge and ideologies we have been given up to now. As a priority, education is a significant question of our existence as a society; it is a long process, still unfinished, a permanent sowing, which results will make of our generations more human and equal people, in spite of countless differences. 86 Unesco--•--Folha Dirigida “Nous avons besoin de fenêtres de liberté qui nous projettent au-delà de la connaissance et d’idéologies prêtes que nous recevons jusqu’à aujourd’hui” Education: outil prioritaire dans la construction de l’identité sociale Loin des formes ordonnées, des enseignements rigides, l’éducation s’exprime comme un canal sans frontières de la connaissance, de la culture et de la richesse d’un peuple. Cependant, l’éducation doit être vue comme une question prioritaire, et encore, doit redonner une signification de son rôle dans la société, usé depuis longtemps. Comme elle a pour matières premières le langage, la culture et les symboles, l’éducation se présente comme un fort instrument dans le processus de construction de l’identité sociale. Ainsi comme un outil de liberté, dans la mesure où surgit en soi l’intention de construire pour la postérité des personnes libres dans leurs idées, capables de proposer de nouveaux chemins devant les défis humano-sociaux de notre époque. Nous avons besoin, plus que jamais, de renforcer notre identité sociale et de cette forme nous évaluerons les moyens de résoudre les questions qui nous rendent si inégaux. L’éducation peut contribuer beaucoup à cette entreprise, à partir du moment où elle est engagée dans ces valeurs, formant des personnes qui savent extraire de la diversité l’unité d’être égaux. Au milieu des multiples différences, comme un tissu, nous formons parties les uns des autres, dans ce processus historique qui gagne plus de vie et de couleur. De la même manière, l’éducation assume un front de lutte contre les diverses murailles d’exclusion et de ségrégation, quand elle se revêt d’un langage engagé, valorisant la richesse contenue dans la différence. Nous sommes las d’entendre des mots riches qui composent les discours inopérants, originaires de personnes capturées dans leurs propres mondes, fermés à la réalité de l’autre. Nous ne pouvons diminuer notre ressemblance à la pauvreté de vivre isolés sans canaux de communication. Nous avons besoin de fenêtres de liberté qui nous projettent au-delà de la connaissance et d’idéologies prêtes que nous avons reçues jusqu’à aujourd’hui. L’éducation comme priorité est une question de signification de notre existence en tant que société. C’est un long processus, encore inachevé, des semailles permanentes, dont les fruits feront de nos générations des personnes plus humaines et égales, malgré les innombrables différences. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 87 “A educação desperta o gosto, o prazer e a curiosidade de aprender sempre mais.” Cláudia Helena Daher Universidade Estadual de Ponta Grossa - Ponta Grossa – PR Educação: patrimônio mundial da humanidade Simples e ignorante a humanidade iniciou o seu caminhar na Terra. Em passos frágeis e receosos o progresso começou a desenvolver-se e os homens perceberam maravilhados a incrível habilidade que possuíam: a inteligência. O homem verificou que, com o auxílio de outros companheiros, conseguia progredir mais. Convivendo, o homem espelhou-se nos outros e começou a compreender-se melhor. Quando uma criança começa seu processo educativo, passa por etapas semelhantes àquelas que a humanidade vivenciou durante milênios. Ela aprende a conviver com os demais, a criar diferentes coisas e, aos poucos, descobrir o seu próprio íntimo. Mas ela já tem uma gama de conhecimentos ao seu alcance, fruto de séculos de estudo e dedicação. Por isso, pode-se dizer que a Educação é um grande patrimônio que temos em nossas mãos. O aperfeiçoamento intelectual permite o desenvolvimento do caráter moral, de forma que há um aumento da auto-estima e a pessoa se sente mais valorizada e segura de seu potencial. A educação desperta o gosto, o prazer e a curiosidade de aprender sempre mais. Com a sua inteligência o homem modificou o mundo, deixando-o mais confortável, entretanto, também explorou a natureza de uma forma desregrada e prejudicial. O mundo atual passa por crises nos diversos setores da vida humana, crises essas que provocam profundas transformações nas relações tanto interpessoais quanto das coletividades. Num momento em que a humanidade está tão perdida, em busca de valores que a sustente, a educação se torna prioridade, e deve assumir a missão de construção contínua da pessoa, fazendo com que seus talentos se desenvolvam, bem como sua criatividade e sua consciência. Cada um deve perceber que desempenha um papel na sociedade, como ser humano, trabalhador e cidadão. O grande desafio que se coloca hoje para a educação é manter o progresso de forma sustentável, ou seja, sem ameaçar o meio ambiente e prejudicar as gerações futuras. Todas as conquistas que o homem fez no campo intelectual não devem ficar concentradas nas Academias, mas expostas a todos. As pessoas têm direito ao conhecimento porque ele as liberta de inúmeras amarras que a ignorância lhes impõe. O acesso à educação deve ser permitido a todos. 88 Unesco--•--Folha Dirigida A educação, por tudo isso, mais que importante, se torna prioritária em nossos dias. Já adentramos no Terceiro Milênio e estamos vislumbrando um franco progresso em todas as áreas, com o despertar para um mundo mais justo e equilibrado. A educação, dessa forma, apresenta um caráter essencial na sociedade como forma de desenvolvimento contínuo, construindo os ideais da paz, da liberdade e da justiça social. _____________________ “Education awakes the fondness, pleasure and curiosity to learn more and more.” Education: world patrimony of humanity Simple and ignorant, humanity began its path through Earth. In fragile and apprehensive steps, progress began to develop and Man noticed marveled the incredible ability he had: intelligence. Man verified that, with the help of other companions, he was able to progress more. Living together, Man mirrored himself in the others and began to understand himself better. When children begin their education process, they go through similar stages humanity went through throughout millennia. They learn to live together with others, to create different things, and slowly, to discover their own self. But they already have a range of knowledge at their reach, a result of centuries of study and dedication. That is why we can say that Education is a great patrimony we have in our hands. Intellectual improvement allows the development of our moral, so that there is an increase of self-esteem and we feel more valued and sage of our potential. Education awakes the fondness, pleasure, and curiosity to learn more and more. With intelligence, Man changed the world and making it more comfortable, however, he also explored nature in a disorderly and prejudicial manner. The current world is going through crises in the several sectors of human life, promoting deep changes in both, interpersonal and collective relations. In a moment in which humanity is so lost and seeking values to sustain it, education becomes a priority and should take on the mission of the continuous construction of the person, allowing people’s development, creativity, and awareness to come forth. All people should feel they perform a role in society, human beings, workers, and citizens. The great challenge for education today is to maintain progress in a sustainable form, which is, not threatening the environment and harm the future generations. All conquests Man made in the intellectual field should not be concentrated in Academies, but exposed to all. People have the right to knowledge because it liberates the countless chains ignorance imposes on them. The access to education should be granted to all. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 89 Education, more importantly, becomes a priority in our days. We have already entered the Third Millennium and are seeing a moving progress in all fields with our awakening to a more just and balanced world. Education presents an essential character in society as a way of continuous development, building ideals of peace, liberty, and social justice. _____________________ “L’éducation éveille le goût, le plaisir et la curiosité d’apprendre toujours plus.” Education: patrimoine mondial de l’humanité Simple et ignorante l’humanité a commencé sa marche sur la Terre. A pas fragiles et timides, le progrès a commencé à se développer et les hommes se sont aperçus émerveillés de l’incroyable habilité qu’ils possédaient: l’intelligence. L’homme a pu vérifier que, avec l’aide des autres compagnons, il arrivait à progresser davantage. Par la convivialité, l’homme s’est reflété sur les autres et a commencé à mieux se comprendre. Quand un enfant commence son processus éducatif, il passe par des étapes semblables à celle que l’humanité a vécu durant des millénaires. Il apprend à vivre avec les autres, à créer différentes choses et, petit à petit, à découvrir sa propre intimité. Mais il a déjà une gamme de connaissances à sa portée, fruit de siècles d’étude et de dévouement. Pour cela, on peut dire que l’Education est un grand patrimoine que nous avons dans nos mains. Le perfectionnement intellectuel permet le développement du caractère moral, de manière qu’il y ait une augmentation de l’amour-propre et la personne se sente plus valorisée et sûre de son potentiel. L’éducation éveille le goût, le plaisir et la curiosité d’apprendre toujours plus. Grâce à son intelligence, l’homme a modifié le monde, le rendant plus confortable, cependant, a aussi exploité la nature d’une forme déréglée et préjudiciable. Le monde actuel passe par des crises dans les différents secteurs de la vie humaine, ces crises provoquant de profondes transformations dans les rapports aussi bien interpersonnels que dans les collectivités. A une époque où l’humanité est si perdue, à la recherche de valeurs qui l’entretiennent, l’éducation devient priorité, et doit assumer la mission de construction continue de la personne, faisant en sorte que ses talents se développaient, ainsi que sa créativité et sa conscience. Chacun doit se rendre compte qu’il joue un rôle dans la société, comme être humain, travailleur et citoyen. Le grand défi de l’éducation aujourd’hui est de maintenir le progrès de forme durable, c’est-à-dire, sans menacer l’environnement ni porter préjudice aux générations futures. 90 Unesco--•--Folha Dirigida Toutes les conquêtes que l’homme a faites dans le domaine intellectuel ne doivent pas rester concentrées dans les Académies, mais exposées pour tous. Les personnes ont le droit à la connaissance car elle les libère des innombrables amarres que l’ignorance leur impose. L’accès à l’éducation doit être permis à tous. L’éducation, pour tout cela, plus qu’importante, devient prioritaire de nos jours. Nous arrivons au Troisième Millénaire et nous percevons un franc progrès dans tous les secteurs, avec l’éveil sur un monde plus juste et équilibré. L’éducation, de cette manière, présente un caractère essentiel dans la société comme forme de développement continu, construisant les idéaux de la paix, de la liberté et de la justice sociale. “A abrangência da palavra educação parece ser infinita, apesar de estar comumente relacionada com a instituição escolar.” Cláudio Leonardo Soares Mendes Universidade do Estado da Bahia – UNEB - Guanambi - BA A Relação Importância X Prioridade na Educação A abrangência da palavra educação parece ser infinita, apesar de estar comumente relacionada com a instituição escolar. Neste caso, esta modalidade de educação, a escolar, reflete as várias transformações da sociedade e busca explicá-las e compreendê-las propiciando um espaço onde se desencadeia um ciclo de transformações, sejam elas positivas ou negativas. Positivas na medida em que contribuem para a construção do conhecimento e negativas quando desfavorecem esta possibilidade, que é necessária e garante o valor do educando quanto aos seus conhecimentos e sua experiência. Tratase da manutenção de um papel de sujeito e não objeto histórico. O cenário contemporâneo apresenta graves problemas, como a violência, sobre todas as suas faces, e a escola, entendida como “geradora de educação” é sempre questionada sobre seus valores, sua importância e suas prioridades, sendo, por muitas vezes, chamada a solucionar tais conflitos. A compreensão do que aqui se pode chamar de relação importância versus prioridade deve-se dar em dois eixos: um localizado no interior da escola; e o segundo com respeito à política para esta área. Pensar nesta relação observando o interior da escola, numa aula propriamente dita é como analisar a dinâmica local/global. Uma vez garantindo ao aluno, por exemplo, o estudo de animais ou festas comuns de sua região, tornando a aprendizagem significativa por uma ação local e contemplando, em seguida, Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 91 os aspectos e implicações globais é possível construir um sentido de educação prioritária, promovendo o desenvolvimento cognitivo, é importante, pois também contribui para uma formação cidadã. Esta deve favorecer não só à pluralidade cultural, mas também alimentar com conhecimento o homem e a mulher do amanhã. Como segundo eixo, a política para a área educacional deve ser clara: prioridade do Estado e importante para os alunos. Uma educação praticada sob o ponto de vista do investimento trará enormes frutos à nação. É bastante provável que quanto mais se estude maior será a possibilidade de uma vida melhor, uma sociedade melhor, seja em um ou em alguns aspectos. Para isso, é preciso investir na educação escolar, já que esta precisa contribuir para a melhoria constante da formação das pessoas que vivem nesta sociedade. Sendo assim, estabelecidas estas condições, imbricadas por necessidade, temos a composição para o desenvolvimento da educação enquanto instituição, sendo realmente capaz de produzir as transformações positivas de acordo com os interesses da nação. Ainda é preciso lembrar que um elo entre a escola e outras possibilidades de educação, principalmente com a educação familiar, constitui fontes riquíssimas para a consolidação da formação cidadã. A estruturação da educação, além das fronteiras escolares, também deve ser prevista dentro das premissas de importância e prioridades. _____________________ “The scope of the word education seems to be infinite, despite being commonly related to the institution of school.” The Relation of Importance X Priority in Education The scope of the word education seems to be infinite, despite being commonly related to the institution of school. In that case, this modality of education reflects a society’s many transformations and seeks to explain and comprehend them, propitiating a space in which a cycle of changes is unchained, whether they are positive or negative. Positive in what they contribute to the construction of knowledge and negative when they disfavor this possibility, which is necessary and ensures the students’ value in what regards their knowledge and experiences. The contemporary setting presents serious problems, as violence, upon all its faces, and school, understood as “the generator of education” is always questioned about its values, its importance and its priorities, being, many times, called to solve such conflicts. The comprehension of what can be called the relation of importance versus priority should be presented in two lines: one found inside the school and the second regarding the policies applied for that field. To think about this relation, observing the school’s 92 Unesco--•--Folha Dirigida interior, analyzing a class is like analyzing the local/global dynamic. Students may have ensured, for example, studying animals or carrying out celebrations that are common to their region, making learning locally meaningful and focusing on the global aspects and its implications based on that. This would enable us to build a sense of priority education. It would promote a cognitive development as it also contributes to the formation of citizens, which is important. This should favor not only cultural plurality, but also feed tomorrow’s men and women with knowledge. As for the second line, policies for the educational area should be clear: a priority for the State and important to students. Education seen from the investment point of view will bring great results to the nation. It is quite probable that the more one studies, the greater will the possibility of a better life and society be, in several aspects. For that, it is necessary to invest in school education, once it needs to contribute to the constant improvement of the shaping of the people living in this society. That way, conditions established, imbricate by necessity, we have the composition for the development of education as an institution, being capable of producing positive transformations according to the nation’s interests. We still cannot forget that a link between school and other education possibilities, especially with the familiar education, constitutes rich sources to consolidate the formation of a citizen. The structuring of education, besides school boundaries, should also be foreseen within the premises of importance and priority. _____________________ “La portée du mot éducation semble infinie, bien qu’elle soit communément liée à une institution scolaire.” Le Rapport Importance X Priorité dans l’Education La portée du mot éducation semble infinie, bien qu’elle soit communément liée à une institution scolaire. Dans ce cas, la modalité de l’éducation, la scolaire, reflète les différentes transformations de la société, et cherche à les expliquer et à les comprendre en rendant propice un espace dans lequel se déclenche un cycle de transformations, qu’elles soient positives ou négatives. Positives dans la mesure où elles contribuent à la construction de la connaissance et négatives quand elles défavorisent cette possibilité, qui est nécessaire et garantit la valeur de l’éduquant quant à ses connaissances et son expérience. Il s’agit de l’entretien d’un rôle de sujet et non-objet historique. Le scénario contemporain présente de graves problèmes, comme la violence, sous toutes ses facettes, Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 93 et l’école, comprise comme “génératrice d’éducation” est toujours questionnée sur ses valeurs, son importance et ses priorités, étant, souvent, appelée à résoudre de tels conflits. La compréhension de ce qu’ici peut être appelé de rapport importance versus priorité doit se donner en deux axes: un localisé à l’intérieur de l’école ; et le second envers la politique dans ce secteur. Penser à ce rapport observant l’intérieur de l’école, dans un cours proprement dit, c’est comme analyser la dynamique locale/global. Une fois garantie à l’élève, par exemple, l’étude d’animaux ou fêtes communes de sa région, rendant l’apprentissage significatif par une action locale et en considérant ensuite, les aspects et implications globales, il est possible de construire un sens d’éducation prioritaire, en organisant le développement cognitif, il est important, car il contribue aussi à la formation citoyenne. Celle-ci doit favoriser non seulement la pluralité culturelle, mais aussi alimenter avec la connaissance l’homme et la femme de demain. Comme deuxième axe, la politique pour le secteur éducationnel doit être claire: priorité de l’Etat et importante pour les élèves. Une éducation pratiquée sous le point de vue de l’investissement apportera d’énormes fruits à la nation. Il est assez probable que plus on étudie, plus la possibilité d’une vie meilleure, d’une société meilleure, soit dans un ou certains aspects, sera grande. Pour cela, il faut investir dans l’éducation scolaire, puisque celle-ci a besoin de contribuer à l’amélioration constante de la formation des personnes qui vivent dans cette société. Ainsi, ces conditions établies, imbriquées par nécessité, nous avons la composition pour le développement de l’éducation comme institution, étant vraiment capable de produire les transformations positives en accord avec les intérêts de la nation. Il faut aussi rappeler que le lien entre l’école et autres possibilités d’éducation, principalement avec l’éducation familiale, constitue des sources très riches pour la consolidation de la formation citoyenne. La structuration de l’éducation, en plus des frontières scolaires, doit aussi être prévue dans les prémisses d’importance et de priorités. 94 Unesco--•--Folha Dirigida “A educação é a única herança que eu posso dar aos meus filhos. Riam-se dele. Achavam uma perda de tempo.” Conceição Ferreira de Souza Faculdade Social da Bahia - Salvador - BA E o velho trabalhava. O sol escaldante queimava-lhe a face, o suor encharcava os trapos que cobria o corpo cansado. O cabo da enxada doía-lhes as mãos, mas era preciso trabalhar. Na volta para casa, enxada no ombro, passos lentos, pensava como era difícil educar cinco filhos. Ao cair da noite, a ave-maria que ecoava do rádio era o louvor que lhe dava forças para continuar a labuta do dia-a-dia. Da cozinha, vinha o cheiro de carne frita. O fogão à lenha enfumaçava o telhado, tornando-o feio como aquela realidade.Era preciso pressa. A mãe preparava o pirão da noite. Os filhos estavam a caminho e com muita fome. Estudavam na cidade, muito longe dali. Andavam quilômetros entre raios, trovões, tempestades e os perigos da mata. Saíam de casa muito cedo, apenas com uma refeição pobre. À noite, chegavam famintos, cansados, a passos lentos, como o velho pai, mas era preciso estudar. O velho era alvo de chacota dos moradores da vila.Raimundo, Laurêncio, Maria e Guiomar diziam: • Deixa de ser bobo. Bota estes mininos na roça pra te ajudá. Muleque que não trabáia dá pra ruim, cumpade. Olhar ao longe, ele respondia: • A educação é a única herança que eu posso dar aos meus filhos. Riam-se dele. Achavam uma perda de tempo.Mas o velho trabalhava e vendia verduras na feira. Com o dinheiro comprava livros, cadernos, fardas e o sonho de ver seus filhos estudando. Os meninos correspondiam. Precisavam dar alegria ao velho. A escola era de rico. Pobres e negros, apenas os meninos da roça. Cinco da mesma família. Era intrigante. Como pagavam a alta mensalidade da escola? Quem era o autor da grande façanha? Era o velho que trabalhava ao sol e tornou prioritária a educação dos seus filhos. Um câncer consumia suas entranhas, mesmo assim não desistia do sonho. Quando lhe faltavam as forças, rezava sob o pé de juá. A ave-maria, uma promessa para Santo Antônio era fundamental. O santo se compadecia e enviava ajuda. O velho estava doente, mas não parecia. Trabalhava pesado, não pensava em si. O tempo passou e os meninos concluíram os estudos. A sombra da morte ofuscava os olhos do velho, mas estava feliz porque viu os filhos com os diplomas nas mãos. Lágrimas nos olhos, orgulho do dever cumprido. Agora podia morrer sossegado. Sabia Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 95 que os filhos podiam ir longe, voar, como ele sempre desejou... E o velho morreu. No leito de morte, ainda falou da importância da educação. E os cinco filhos ‘voaram’. Tornaram-se professores, jornalista e prefeito. Pasmem! Um deles tornou-se o primeiro prefeito professor, negro, oriundo de uma família pobre. A cidade que o viu andar, junto com seus irmãos, sob sol, raios e tempestades, hoje, quando o vê, sempre lembra o velho que vendia verduras na feira. _____________________ “‘Education is the only inheritance I can give my children, he answered.’ They used to laugh at him. They thought it was a waste of time.” And the old man worked. The scalding sun burned his face; sweat drenched the rags that covered his tired body. The hoe’s cable hurt his hands, but it was necessary to work. On the way home, hoe on his shoulders, sluggish steps; he thought how hard it was to educate five children. As night fell, the Hail Mary echoed from the radio and was the praise that gave him strength to carry on with his daily hard work. From the kitchen came the smell of fried meat. The wood stove covered the air with smoke, making it as ugly as his reality. It was necessary to hurry up. The mother prepared the night’s mush. The children were on their way home and were very hungry. They went to school in the city, very far away from home. They would walk kilometers through lightening, thunder, storm, and the dangers of the woods. They would leave home very early, after a very poor meal. At night, they would arrive famished, tired, with slow steps, like their old father, but it was necessary to study. The old man was target of mock of the village’s residents. Raimundo, Laurêncio, Maria, and Guiomar used to say: “Don’t be a fool. Take these boys to the field to help you. Young boys that don’t work go bad, my friend.” With his eyes looking far, he answered: “Education is the only inheritance I can give my children.” They would laugh at him. They thought it a waste of time. But the old man worked and sold vegetables in the open-air market. With the money, he bought books, notebooks, uniforms, and the dream of seeing his children in school. The boys lived up to it. They needed to give joy to the old man. It was a school for the rich. Poor and black, were just the country boys. Five from the same family. It was intriguing. How did they pay the high school fees? Who was the one who accomplished such feat? It was the old man, who worked under the sun and made of his children’s education a priority. A cancer consumed his insides; even so, he didn’t give up the dream. When strength failed, he prayed under the Juazeiro-tree. A Hail Mary prayer and a promise to 96 Unesco--•--Folha Dirigida Saint Anthony were essential. The saint would take pity and send help. The old man was sick, but it didn’t show. He worked hard, didn’t think about himself. Time passed and the boys finished school. The shadow of death obfuscated the old man’s eyes, but he was happy because he saw his children with diplomas on their hands. Tears in his eyes, proud to have fulfilled his duty. Now he could die in piece. He knew his children would be able to go far, fly, as he always desired… And the old man died. On his deathbed, he still talked about the importance of education. And his five children ‘flew.’ They became teachers, journalist, and mayor. Be amazed! One of them became the first professor-mayor; a black man, from a poor family. Today, the city that saw him walk along his brothers, under sun, lightning, and storm, remember the old man who sold vegetables in the open-air market. _____________________ “L’éducation est l’unique héritage que je peux donner à mes enfants. Ils en riaient. Trouvaient que c’était une perte de temps.” Et le vieux travaillait. Le soleil brûlant lui chauffait le visage, la sueur trempait les guenilles qui couvraient son corps fatigué. Le manche de la bêche lui faisait mal aux mains, mais il fallait travailler. De retour chez lui, la bêche sur l’épaule, pas lents, il pensait combien c’était difficile d’éduquer cinq enfants. A la tombée de la nuit, l’Ave Maria, qui faisait écho à la radio, était la prière qui lui donnait les forces pour continuer le labeur quotidien. De la cuisine venait l’odeur de la viande frite. Le feu. Le fourneau à bois enfumait le toit, le rendant laid comme cette réalité. Il fallait se dépêcher. La mère préparait la soupe du soir. Les enfants étaient sur le chemin de retour et affamés. Ils étudiaient en ville, très loin d’ici. Ils marchaient des kilomètres entre éclairs, tonnerres, tempêtes et dangers de la forêt. Ils sortaient de la maison très tôt, avec seulement un pauvre petit déjeuner. Le soir, ils arrivaient affamés, fatigués, à pas lents, comme le vieux père, mais il fallait étudier. Le vieux était la cible de moquerie des habitants du village. Raimundo, Laurêncio, Maria et Guiomar disaient: • Arrête tes bêtises. Mets ces enfants à travailler dans les champs pour t’aider. Un gosse qui ne travaille pas, ne sera rien, mon pauvre. Regard au loin, il répondait: • L’éducation est l’unique héritage que je peux donner à mes enfants. Ils riaient de lui. Ils trouvaient que c’était une perte de temps. Mais le vieux travaillait et vendait les verdures au marché. Avec l’argent, il achetait les livres, les cahiers, les uniformes et le rêve de voir ses enfants étudier. Les enfants correspondaient. Il fallait qu’ils Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 97 apportent de la joie au vieux. L’école était une école pour les riches. Pauvres et noirs, seulement les enfants de la campagne. Cinq de la même famille. C’était intrigant. Comment payaient-ils la mensualité chère de l’école? Qui était l’auteur de cette grande performance? C’était le vieux qui travaillait au soleil et qui faisait de l’éducation une priorité pour ses enfants. Un cancer consommait des tripes, même ainsi, il ne désistait pas de son rêve. Quand il manquait de force, il priait sur le pied de juá (arbre). L’Ave Maria, une promesse à Saint-Antoine était fondamentale. Le saint s’apitoyait et envoyait de l’aide. Le vieux était malade, mais ne paraissait pas. Il travaillait dur, ne pensait pas à lui-même. Le temps passa et les enfants finirent leurs études. La sombre de la mort offusquait les yeux du vieux, mais il était heureux de voir ses enfants diplômés. Les larmes aux yeux, orgueil du devoir accompli. Maintenant, il pouvait mourir tranquille. Il savait que ses enfants iraient loin, comme il l’avait toujours désiré.... Et le vieux mourut. Sur son lit de mort, il dit quelques mots sur l’importance de l’éducation. Et les cinq enfants ‘volèrent’. Ils devinrent professeurs, journalistes et maire. Admirable! L’un d’eux devint le premier maire professeur, noir, originaire d’une famille pauvre. La ville qui le vit marcher, avec ses frères, sous le soleil, les éclairs et les tempêtes, aujourd’hui quand elle le voit, se souvient toujours du vieux qui vendait des verdures au marché. 98 Unesco--•--Folha Dirigida “Condolências aos mortos que nunca tiveram a oportunidade de tocar na belíssima face da Educação, condenados a viver como bichos...” Cristiane da Cruz Unesp - Presidente Prudente - SP Mapa do mundo Sondaste o quintal do mundo e veste o tratamento que recebe o pobre. Na escura e úmida entranha da humanidade ela vem recendo a pesado fardo seletivo. Sua canção é inevitável, fazendo se presente onde suspira o homem. Seus mistérios e encanamentos são refletidos na história. Ao Norte é princesa e carrega nas veias o sangue real, tendo em mãos o sangue real. Em bravas mãos, ostenta o cedro que sustenta as pilastras social e econômica. A injeção em grandes doses proporciona a imperiosidade das nações e o reconhecimento do mundo. Em berço aconchegante deleita a vasta donzela educacional. Em brusco movimento, os graus mostram a diferença. O desprezo e o despeito são visto nas esquinas imundas. De lama infecta e valor ignorado, o Sul trata a educação como pedinte que busca a sobrevivência. Como ratos imundos em galerias escuras a educação busca não entregar sua alma na plenária, posto que sua ausência traga inevitavelmente a falência do homem. A educação circuncisa a humanidade e tal marca não permite que definhe em sua ignorância ou alienação. Com patas gigantes apóia a raça pensante possibilitando seu olhar no horizonte, assim possibilita o mergulho profundo em pensamentos e devaneios que possíveis de realidade, pois o instrumento que organiza o corpo, alma e espírito, faze-se inato, no entanto, é preciso que seus ramos sejam sabiamente conduzidos por mestres futuristas, estes lhes mostrarão o caminho da liberdade. Muitos não transformam a educação em armadilha de opressão com o simples objetivo de açulo de poder, poder que não é nem um pouco misericordioso, condena nações inteira à miséria de cultura e liberdade para reflexão. Condolências aos mortos que nunca tiveram a oportunidade de tocar na belíssima face da Educação, condenados a viver como bichos carregando potencial de homem, às víboras que vivem do que é tirado das vítimas da história, infinitas condenações. Aos encantadores cavaleiros que desbravaram a floresta da ignorância, as muralhas do egoísmo e lecionam dia após dia nas mais diferentes situações, enaltecidas reverências reais, estes são guardiões eternos da Educação, não permitirão que se extinga a essência humana. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 99 “Condolences to the dead who have never had the opportunity to touch the beautiful face of Education, condemned to live like animals…” Map of the World You have sounded out the world’s backyard and worn the treatment the poor are given. In the dark and humid insides of humanity, it has been reviewing heavy selective burden. Its song is inevitable, making itself present where Man breaths. Its mysteries and charms are reflected in history. To the North it is a princess and carries real blood in its veins, having the real blood in its hands. In brave hands, it displays the cedar that sustains the social and economic pillar. Great doses of its injection provide superiority to nations and acknowledgement from the world. The vast educational maiden delights itself in a cozy crib. In a sudden movement, the degrees show the difference. Despise and spite are seen in dirty corners. Of infected mud and ignored worth, the South treats education like a beggar and seeks survival. With filthy rats in dark galleries, education tries not to deliver its soul in the plenary, once its absence will inevitably cause Man’s bankruptcy. Education circumcises humanity and that mark doesn’t allow that it decays in its ignorance or alienation. With giant paws, it supports the thinking race, enabling its look toward the horizon, so that it allows the deep plunge into thoughts and daydreams. Of possible realization, like the instrument that organizes the body, the soul and spirit, turns it innate, however, it is necessary that its branches are wisely conducted by futuristic masters, these will show the path of liberty. Many do not transform education into an oppression trap with the simple goal of instigating power, a power that is not merciful the least and condemns entire nations to cultural misery and liberty for reflection. Condolences to the dead, who have never had the opportunity to touch the beautiful face of Education, condemned to live like animals carrying human potential, to the vipers that live of everything that is taken from the victims of history, infinite condemnations. To the charming knights who opened the lands of the ignorance jungle, the bulwarks of egoism and teaching the most different situations everyday, exalted real reverences; these are eternal guardians of Education; they will not allow that the human essence is extinguished. 100 Unesco--•--Folha Dirigida “Condoléances aux morts qui n’ont jamais eu la chance de toucher la très belle face de l’Education, condamnés à vivre comme des animaux ...” Carte du monde Sonde le jardin du monde et voit le traitement que le pauvre reçoit. Dans les obscures et humides entrailles de l’humanité, elle vient embaumer le lourd fardeau sélectif. Sa chanson est inévitable, se faisant présente où l’homme soupire. Ses mystères et enchantements sont reflétés dans l’histoire. Au Nord elle est princesse et porte dans les veines le sang royal, ayant entre les mains le sang royal. Dans de braves mains, montre le cèdre qui soutient les piliers de la société et de l’économie. L’injection à grandes doses offre l’impétuosité des nations et la reconnaissance du monde. Dans un berceau confortable se délecte la vaste donzelle éducationnelle. Dans un mouvement brusque, les degrés montrent la différence. Le mépris et le dépit sont vus aux coins immondes. De boue infecte et la valeur est ignorée, le Sud traite l’éducation comme un mendiant qui cherche à survivre. Comme des rats immondes dans des galeries obscures, l’éducation cherche à ne pas remettre son âme à la plénière, étant donné que son absence apporte inévitablement la faillite de l’homme.. L’éducation circoncit l’humanité et une telle marque ne permet pas qu’elle dépérisse dans son ignorance ou aliénation. Avec des pattes géantes appuie la race pensante en rendant possible son regard vers l’horizon et permet ainsi le plongeon profond en pensées et rêveries qui possibles de réalité, puisque l’instrument qui organise le corps, l’âme et l’esprit, se fait inné, cependant, il faut que ses branches soient sagement conduites par des maîtres futuristes, ceux-ci leur montreront le chemin de la liberté. Beaucoup ne transforment pas l’éducation en piège d’oppression dans le simple but provoquer le pouvoir, pouvoir qui n’est pas du tout miséricordieux, condamne la nation entière à la misère de la culture et liberté de pensée. Condoléances aux morts qui n’ont jamais eu la chance de toucher la très belle face de l’Education, condamnés à vivre comme des animaux portant le potentiel de l’homme, les vipères qui vivent de ce qui est extrait des victimes de l’histoire, infinies condamnations. Les cavaliers enchanteurs qui défrichent la forêt de l’ignorance, les murailles de l’égoïsme et donnent des cours, jour après jour dans les plus diverses situations, vantant les révérences réelles, ceux-ci sont les gardiens éternels de l’Education, ne permettront pas que l’essence humaine s’éteigne. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 101 “Sem aula, sem professora, sem lanche até quando Deus, ou quem pensa que é Ele, quiser. Mas tem um lado bom. Hoje ninguém pergunta o que ele quer ser quando crescer.” Denise Figueiredo Barros do Prado Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte - MG Prioritário é aprender o P Eram menores que os pés os chinelos. Os dedos batiam na terra. As rachaduras não doíam mais. Embrutecidas. Não havia espaço para a dor. A camiseta era a mais branca. Entre todas que ele tinha- que ironicamente eram duas e por isso havia parâmetro de comparação. Uma bermuda beirando os joelhos ralados também era bastante limpa. A mãe lavava roupas de muitas donas para deixar as de seu moleque desmazeladas. Ele ia sempre relutante para a sala. A mãe puxava os bracinhos finos e o arrastava até a porta e dizia que era ordem e não pedido e que ele não ousasse voltar para casa sem a lição. Não esfolava os braços no tanque para ter filho jogado na rua. Filho meu não serve pra bandido nem vagabundo. E ele ia. Ia porque era importante. Não, mais do que isso. Muito mais. Tanto que a mãe não sabia dizer o quanto, só que era muito. Muito mais que importante. A mãe, achava que era um luxo poder mandar o filho pra escola enquanto o das outras ia vender bala no sinal e por isso elas a invejavam, não sabia o motivo do menino ser tão relutante. Pedia a Deus para não ser preguiçoso. Já bastava o pai. Um inútil que se punha a dizer malandro e que não nasceu “pra essas coisas de patrão”.Ou que não puxasse ao tio, que trabalhava. De bandido. Mas trabalhava. E esse trabalho não serve. Morre cedo demais para o seu menino. No caminho, o menino ia trançando as pernas e os pensamentos. Não sabia o que era pior: chegar tarde ou cedo. Se tarde, corria o risco de todos voltarem-se para vê-lo, se cedo, ficaria exposto por mais tempo. Ele nunca iria dizer à mãe. Só não queria ser visto. Seguia, e no caminho, voava. Voava como o piloto que nunca seria. Bonito essa coisa de ser piloto. Carregar um monte de gente perto do céu. Era meio que ser anjo às vezes e mostrar que céu existe e que ele pode estar tão perto, por mais improvável que pareça e por mais gente que surja para provar o quão perto ele está! Que nem avião lá em cima! Grande e lá em cima. Improvável. Improvável como ele. Ele piloto. Não, não podia ser. Filho da dona Piloto. Piloto é pra gente letrada com ombro bem largo pra pendurar estrelinha dourada. Os ombros dele eram pequenos ainda. Pequenos demais 102 Unesco--•--Folha Dirigida para suportar o peso de tanta gente. Do vôo: quem dera! Lá em cima tem quem (ou o quê) leve, ele só guia. O problema é cá em baixo, quando os braços da mãe estiverem fraquinhos e doendo e ela insitir em fazer todo o trabalho mas não tiver freguesa pra chamar pr’o serviço. Daí ele vai ter que saber lidar com alguma coisa, ter uma profissão, ganhar algum. Mas de piloto não dá. Nem sabe direito desenhar o P. Passa pela portinhola e fazem uma reclamação do atraso, que ele nem ouve. A professora anda bem sem vontade de falar, um pesar nos olhos que dá até tristeza. A tia está triste né. Alguém responde que vai ter. Tão falando que vai ter. De novo. Começa amanhã. Ninguém sabe até quando. Ainda não falaram se tem lanche mesmo assim. Na minha casa não tem nada, era só aqui. Fazer o quê, né. E as vozinhas vão se misturando e as perguntas não passam de um sussuro. Ele também está triste. Sem aula, sem professora, sem lanche até quando Deus, ou quem pensa que é Ele, quiser. Mas tem um lado bom. Hoje ninguém pergunta o que ele quer ser quando crescer. Era a lição de hoje, mas todo mundo esqueceu. E ele só lembra que quer ser piloto mas isso sabe que não dá. Tem vergonha de sonhar tão Alto. Principalmente para quem não tem previsão de quando vai aprender a desenhar o P. _____________________ “No classes, no teachers and no lunch, until God, or whomever thinks to be Him, decides. But there is a good side. Today no one asks what he wants to be when he grows up.” Priority is to learn the P His slippers were smaller than his feet. His fingers touched the ground. The cracks no longer hurt. Hardened. There was no space for pain. The T-shirt was the whitest. Among all the ones he had – which ironically were two and that is why there was any parameter for comparison. One short pair of pants reaching scraped knees was also quite clean. His mother washed the clothes of many ladies to leave the ones of her boy sloppy. He would always go reluctant to class. His mother pulled his little thin arms, dragged him up to the door, and said it was an order and not a request and that he wouldn’t dare coming back home without homework. She didn’t scratch her arms every day in the concrete washtub to have her son dumped in the street. A son of hers isn’t good to become neither bandit nor vagabond. And he would go. He went because it was important. No, much more than that. Much more. So much more, that his mother didn’t know to say how much, only that it was very important. Much more than important. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 103 His mother thought it was a sumptuousness being able to send her son to school while the children of other women would go sell candies at traffic lights. And that is why they envied her. She didn’t know the reason why the boy was so reluctant. She prayed to God he wouldn’t be lazy. His father was lazy enough. A useless man who declared himself a tramp that wasn’t born “to do work for others.” Or that the boy wouldn’t do like his uncle, who worked. As a bandit. But worked. And this work wasn’t good for her boy. He would die too soon. On his way, the boy would clutch his legs and thoughts. He wouldn’t know what is worse: arriving late or getting there soon. If late, he ran the risk of everyone turning to see him, if soon, he would be exposed longer. He would never tell his mother. But he just didn’t want to be seen. He would go on and on his way, he flied. He flied like a pilot he would never become. Beautiful this thing of being a pilot. Carry a lot of people close to the sky. It was a little like being an angel and showing that heaven exists and that it can be so close, as improbable as it may seem. Like the plane up there! Big and up there. Improbable. Improbable like him. He, a pilot. No, it could not be. The son of Mrs. Pilot. Pilot is for literate people with large shoulders to hang up golden stars. His shoulders were still small. Way to small to hold the weight of so many people. About the flight: I wish! There is someone or some thing to take them there, he only guides. The problem is down here, when the arms of his mother are week and hurting and she insists on doing all the work and there is no employment. Then he will have to know how to deal with something, have a profession, make some. But becoming a pilot is not possible. He doesn’t even know how to draw the P. He passes by the small door and they complain about him being late, he does not even hear it. The teacher has been quite uninterested in talking, showing a weight in her eyes that is pitiful. The teacher is sad, right. Someone says there will be classes. They are saying there will be classes. Again. It begins tomorrow. No one knows until when. They have not said if there will be lunch in spite of classes having been canceled again. In my home there is nothing, only here would we have something. What can we do, right. And the little voices get mixed and the questions don’t go beyond a whisper. The boy is said too. No class, no teacher, no lunch, until when God, or whomever thinks to be Him, decides. But there is a good side to it. Today no one asks him what he wants to be when he grows up. This was today’s lesson, but everybody forgot it. And he only recalls that all he wants is to become a pilot, but that, he knows is not possible. He is ashamed of dreaming so high. Especially to someone who has no forecast of when will he be taught how to draw the P. 104 Unesco--•--Folha Dirigida “Sans cours, sans professeur, sans goûter jusqu’à ce que Dieu, ou qui pense qu’il est Lui, le voudra. Mais il y a le bon côté. Aujourd’hui personne ne lui demande ce qu’il voudra être quand il sera grand.” Prioritaire c’est apprendre le P Les sandales étaient plus petites que les pieds. Les doigts battaient sur la terre. Les crevasses ne faisaient plus mal. Abruties. Il n’y avait pas d’espace pour la douleur. La chemisette était plus blanche. Parmi toutes celles qu’il avait – qui ironiquement étaient deux en tout et pour cela il y avait un paramètre de comparaison. Un bermuda jusqu’aux genoux égratignés aussi était aussi assez propre. La mère lavait le linge de beaucoup de femmes pour laisser celles de son gosse négligé. Il résistait toujours à aller en classe. La mère poussait ses petits bras fins et le traînait jusqu’à la porte et disait que c’était un ordre et une demande et qu’il n’osait pas revenir à la maison sans assister au cours. Elle ne s’écorchait pas les bras au lavoir pour que son fils joue dans la rue. Mon fils ne peut être bandit ni vagabond. Et il y allait. Il y allait car c’était important. Pas plus que cela. Beaucoup plus. Si bien que la mère ne savait pas dire combien, à peine que c’était important. Beaucoup plus qu’important. La mère, trouvait que c’était un luxe de pouvoir envoyer son fils à l’école tandis que ceux des autres allaient vendre des bonbons au carrefour et pour cela elles l’enviaient, ne savait pas pourquoi le garçon était si résistant. Elle priait Dieu pour qu’il ne soit pas si paresseux. Le père paresseux suffisait déjà. Un inutile qui se mit à être voyou et qui n’était pas né “pour ces choses de patron”. Ou qu’il n’avait pas pris de l’oncle, qui travaillait. Un bandit. Mais il travaillait. Et ce travail ne sert à rien. Il meurt trop tôt pour son fils. Sur le chemin, le petit garçon tressait les jambes et les pensés. Il ne savait pas ce qui était pire: arriver tard ou tôt. Si c’était tard, il courait le risque que tous reviennent pour le voir, ci c’était tôt, il resterait exposé pendant plus de temps. Il n’allait jamais le dire à sa mère. Il ne voulait seulement pas être vu. Il continuait, et sur le chemin, il volait. Il volait comme le pilote qu’il ne serait jamais. Comme c’est beau cette chose d’être pilote. Transporter plein de gens près du ciel. C’était comme être un ange parfois et montrer que le ciel existe et qu’il peut être si près, même si cela semble improbable et même si des gens surgissent pour prouver comme il est près! Comme un avion là-haut! Grand et là en haut. Improbable comme lui. Lui pilote. Non, ce n’était pas possible. Fils de madame Pilote. Pilote c’est pour les gens diplômés avec des épaules larges pour y pendre une étoile dorée. Ses épaules étaient encore petites. Trop petites pour supporter le poids de tant de gens. Du vol: tu parles! Là haut il y a celui ou (ou ce qui) emmène, il guide seulement. Le problème est ici bas, quand les bras de la mère seraient faibles et douloureux et qu’elle insisterait à faire tout le travail mais sans avoir de cliente qu’il l’appelle pour Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 105 travailler. Il va devoir alors savoir-faire quelque chose, avoir une profession, gagner de l’argent. Mais pilote non. Il ne sait même pas écrire un P. Il passe par la petite porte et fait une réclamation de retard, qu’il n’écoute même pas. La professeur n’a pas envie de parler, elle a le regard triste qui fait de la peine. Vous êtes triste n’est-ce pas. Quelqu’un répond qu’il va y avoir. Ils disent qu’il va y avoir. De nouveau. Commence demain. Personne ne sait jusqu’à quand. Ils n’ont pas encore dit s’il y aura le goûter. Chez moi il n’y a rien, c’était ici seulement. On n’y peut rien. Et les petites voix se mélangent et les questions ne sont que des murmures. Lui aussi est triste. Sans cours, sans professeur, sans goûter jusqu’à ce que Dieu, ou qui pense qu’il est Lui, le voudra. Mais il y a le bon côté. Aujourd’hui personne ne lui demande ce qu’il voudra être quand il sera grand. C’était la classe d’aujourd’hui, mais tout le monde a oublié. Et il se rappelle seulement qu’il veut être pilote mais il sait que ce n’est pas possible. Il a honte de rêver si grand. Surtout pour qui n’a pas de prévision quand il va apprendre à écrire le P. 106 Unesco--•--Folha Dirigida “Educar é um ato de amor, como quem distribui rosas de mãos dadas com o povo...” Diego Ramos Medeiros Universidade Federal de Pernambuco – UFPE - Recife – PE O desafio da esperança Educar é um ato de amor, como quem distribui rosas de mãos dadas com o povo, plantando a esperança nos olhos de quem lê, de quem aprende a ler o mundo, lendo-se os fonemas da alegria do sorriso que surge no rosto de quem traduz, de quem traduz a coragem em taça de sonhos, pois só os que se aventuram a desvendar o desconhecido é que podem pintar a verdade, a verdade de cada um, dos sonhos, lutas e histórias que gritam na paredes do tempo, dos girassóis que se abrem na alegria de ser aprendiz aprendiz de esperança em um futuro de paz e justiça, aprendendo a soletrar as letras, o verde, o amarelo, o azul dos céus, aprendendo a plantar o pão sofrido na terra batida, o pão virginal dos mistérios na lição nossa de cada dia. Educar é um ato de coragem, nos dias desfraldados de quem defende o direito de cantar, cantar os labirintos, transformando-os, fabricando a liberdade na partilha do saber, da semente que germina na educação, seres que transcendem as limitações na construção de sua identidade, conscientes de si mesmos, do seu papel transformador na sociedade. A educação é importante, posto que irrompe nas pessoas o seu poder de criar, de pensarem criticamente, de serem livres na construção do destino, do diálogo, do trabalho coletivo, da intervenção na realidade. A educação é prioritária, posto que é condição para o despertar do povo, da força que surge da necessidade de superar a opressão, a exclusão social, do direito de sonhar o sonho (im)possível sem medo do novo, da pedras no meio do caminho, posto que destas pedras far-se-ão escadas para o infinito, montanhas para o sol É preciso lutar por uma educação que possibilite o desenvolvimento de uma sociedade digna, justa e livre, primando pela ética do ser humano. Educar é um ato de amor, posto que é preciso despertar a força que há Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 107 dentro dos seres para que possam superar a desumanização, vencer os desafios na construção da esperança, na ousadia de lutar pelo que se acredita. Educar é um ato de amor, um compromisso com os seres humanos no construir, o sonho de construir a palavra, reescrevendo o mundo, reinventando a própria existência, compartilhando o pão que fabrica asas, aos que conseguem, sem temer a luz, intervir no seu processo histórico. _____________________ “Educating is an act of love, as those who walk hand in hand with the people, distributing roses…” The challenge of hope Educating is an act of love, Like those who walk hand in hand with the people, distributing roses Planting hope in the eyes of those reading it, Of those who learn to read the world, reading the phonemes of joy Of the smile that appears in the face of who translates it, Of those who translate the courage into cups of dreams, As only those who venture to open up the unknown Can paint the truth, the truth of each one Of the dreams, battles and histories that scream at the walls of time, Of the sunflowers that open themselves enjoying being apprentices Apprentices of hope for a future of peace and justice, Learning to spell the letters, the green, the yellow, and the blue of the skies Learning to plant the suffered bread on the unpaved ground The virginal bread of the mysteries in our day-to-day lessons. Educating is an act of courage In the unfurled days of those who defend the right to sing, Sing the labyrinths, transforming them, manufacturing liberty In the sharing of knowing, of the seed that germinates in education, Beings who transcends all limitations in the construction of their identity, Aware of themselves, of their transforming role in society. Education is important, for it bursts forth its power of creating and thinking in people So people can think critically about being free in the construction of their destinies, their dialogues, their collective work, and their interventions in reality. Education is a priority, once it is the condition to awaken a people From the strength that comes from the necessity of overcoming oppression and social exclusion, 108 Unesco--•--Folha Dirigida Of the right to dream the (im)possible dream with no fear of the new, of the stones in their ways, for these rocks will build stairs to the infinite and mountains to the sun It is necessary to fight for an education that enables the development of a Dignified, fair and free society, excelling for the ethics of the human being. Educating is an act of love; once it is necessary to awaken the strengths inside people, enabling them to overcome their de-humanization, overcome all challenges in their construction of hope and in their boldness to fight for what they believe in. Educating is an act of love, a compromise with human beings to build the dream of building words, re-writing the world, Re-inventing our own existence, sharing the bread that manufactures wings, For those who, with no fear of light, are able to intervene in their own historical process. _____________________ “Eduquer est un acte d’amour, comme celui qui distribue des roses main dans la main avec le peuple...” Le défi de l’espoir Eduquer est un acte d’amour, Comme celui qui distribue des roses main dans la main avec le peuple, Plantant l’espoir dans les yeux de celui qui lit, de celui qui apprend à lire le monde, lisant les phonèmes de la joie du sourire qui naît sur le visage de celui qui traduit, de celui qui traduit le courage dans une coupe de rêves, car seulement ceux qui s’aventurent à dévoiler l’inconnu peut peindre la vérité, la vérité de chacun, des rêves, luttes et histoires qui crient dans les murs du temps, des tournesols qui s’ouvrent dans la joie d’être apprenti apprenti de l’espoir d’un avenir de paix et justice, apprenant à énoncer les lettres, le vert, le jaune, le bleu du ciel, apprenant à planter le pain douloureux dans la terre battue, le pain vierge des mystères dans la leçon de chaque jour. Eduquer est un acte de courage, Les jours déployés de celui qui défend le droit de chanter, Chanter les labyrinthes, en les transformant, fabriquant la liberté, Dans la division du savoir, de la graine qui germe dans l’éducation, Des êtres qui transcendent les limites dans la construction de leur identité, Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 109 conscients d’eux-mêmes, de leur rôle transformateur dans la société. L’éducation est importante, car elle fait jaillir chez les personnes leur pouvoir de créer, De penser de manière critique, d’être libres dans la construction du destin, du dialogue, du travail collectif, de l’intervention dans la réalité. L’éducation est prioritaire, étant donné qu’elle est la condition pour éveiller le peuple, De la force qui surgit de la nécessité de surpasser l’oppression, l’exclusion sociale, Du droit de rêver le rêve (im)possible sans peur du nouveau, des pierres au milieu du chemin, Etant donné que de ces pierres ont peut faire des escaliers pour l’infini, des montagnes pour le soleil, Il faut lutter pour une éducation qui permet le développement D’une société digne, juste et libre, dominant par l’éthique de l’être humain. Eduquer est un acte d’amour, car il faut éveiller la force qui existe Dans les êtres pour qu’ils puissent surpasser la déshumanisation, vaincre les défis Dans la construction de l’espoir, dans l’audace de lutter pour ce à quoi l’on croit. Eduquer est un acte d’amour, un engagement avec les êtres humains Pour construire, le rêve de construire le mot, en réécrivant le monde, En réinventant la propre existence, partageant le pain qui fabrique des ailes, Pour ceux qui réussissent, sans craindre la lumière, intervenir dans son processus historique. 110 Unesco--•--Folha Dirigida “Educar um homem não é encerrá-lo em conhecimento, é deixá-lo em aberto. Um homem em aberto é um homem acabado. Acabar um homem é dignificá-lo...” Diogo Ballestero Fernandes de Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro - RJ Um novo Adão No escuro do teu quarto, ao espelho, os pêlos que te cobrem e tu, nada mais. No ar, não no de fora só no de dentro, o barulho do silêncio da música que não tocas. As cortinas que te encerram e não te ocultam...o coração em que te ocultas e não te encerra... Olha aquele olhar curioso que te fere, aquele outro que te espeta, o que mede o que segue, são olhares que te cobrem e não te vestem. “Estranho os que riem, há um canto, parecem falar de mim, certamente falam de mim, não há outro de quem falar, a não ser eu mesmo.”Mas quem vai por entre as gentes, sem as vestes, senão tu próprio? E quem se sabe desnudo, entre as gentes, para se pensar olhado, senão tu mesmo? És um quarto escuro e fechado neste mundo que te envolve, mas não te abraça. E o que dizem no que falam pouco entendes, porém, o que compreendes, fica num pensamento abstrato, porque não se faz palavra – é o silêncio da música que não ouvem, pois não tocas, e o seu barulho é o que mais sentes, porque não a ouves. E te encerras nessas cortinas fechadas – tua vergonha; e ocultas o teu pensar, cismar, o teu sentir, sofrer, nesse coração que não te encerra por não te comportar. São palavras que se dão as mãos, são olhares que escutam com atenção, não com submissão, são os frutos da educação, as gentes, teu espelho, em que contemplas a tua baixa condição. E se por entre eles falares, mais se moveres, pensares alto, não ver-te-ão o pouco que te cobres, teus pêlos e pouco mais? Ah filho! Não temas, não são olhos que te perseguem, são olhos que não te enxergam num mundo que te abarca, não te abraça. Educar um homem não é encerrá-lo em conhecimento, é deixá-lo em aberto. Um homem em aberto é um homem acabado. Acabar um homem é dignificá-lo, é pô-lo entre seus iguais como igual, é diferenciá-lo de si mesmo. Um homem acabado não é senhor do mundo, é senhor de si, e porque de si senhor, do mundo é servo. A prioridade da educação não reside em seu valor, e sim, no valor do homem. Educar é respeitar. Os olhos instigam, a boca argumenta, os ouvidos apreendem, o espírito se contenta. E se acaso me perguntam “este é aquele, meu senhor?”, digo “não, aquele é este.”O homem está educado. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 111 “To educate a Man does not mean confining him to knowledge; it is to leave it open. An open man is a complete man. To complete a man means dignifying him…” A new Adam In the dark of your room, in front of the mirror, is the hair that covers you and you, nothing else. In the air, not the outside air, only the air inside you, sounds the noise of the silence of the music you don’t play. Behind curtains that confine you but don’t occult you... is the heart in which you hide and doesn’t confine you… Look that curious look that hurts you, that other one that pricks you, the one that measures and follows; these are looks that cover you but don’t wear you.“Strange, those who laugh, there is a singing, they seem to be talking about me, they are certainly talking about me, there are no one else to talk about, but me.” But who is going among peoples, without clothes but you? And who knows himself undressed, among the peoples, to think himself looked at, but you? You are a dark and closed room in this world that involves you, but doesn’t hug you. And what they say as they speak you understand but a little, however, what you comprehend, stays in an abstract through, because words aren’t made – it is the silence of the music they don’t hear, as you don’t play it, and your noise is what you feel the most, because you don’t hear it. And you close yourself up behind these closed curtains – your shame: and you hide your thinking, pondering, your feeling, suffering, in this heart that doesn’t encompass you because there is no room for it. These are words that go hand in hand, looks that hear with attention, not submission are the results from education, from the peoples, from your mirror, in which you contemplate your poor condition. And if you speak between them, move more and think out loud, they won’t see how little covers you, your hairs and a little more? Oh! Son. Don’t be afraid, it isn’t eyes that pursue you; it is the eyes that don’t see you in the word that encloses you and don’t embrace you. To educate a Man does not mean confining him to knowledge; it is to leave it open. An open man is a complete man. To complete a man means dignifying him and place him among his equals, placing him among his equals as an equal, differentiating him from himself. An open man is not the lord of the world, but his own lord, because a lord of the world is a serf. Education’s priority is not found in its value but in the value Man. To educate means to respect. Eyes instigate, mouths argue, ears apprehend, and the spirit is contented. And if they ask me “This is that, Sir?” I say: “no, that is this.” The man is educated. 112 Unesco--•--Folha Dirigida “Eduquer un homme ce n’est pas l’enfermer dans la connaissance, c’est le laisser ouvert. Un homme ouvert est un homme terminé. Terminer un homme est lui donner la dignité...” Un nouvel Adam Dans l’obscurité de ta chambre, sur le miroir, les poils qui te recouvrent et toi, rien de plus. Dans l’air, pas dans celui de dehors, seulement dans celui de dedans, le bruit du silence de la musique que tu ne joues pas. Les rideaux qui t’enferment et ne t’occultent pas...le cœur dans lequel tu t’occultes et ne t’enfermes pas... Regarde ce regard curieux qui te blesse, cet autre qui te transperce, ce qui mesure ce qui suit, ce sont des regards qui te couvrent mais ne t’habillent pas. “Etranges ceux qui rient, il y a un chant, ils semblent parler de moi, certainement ils parlent de moi, ils ne peuvent pas parler d’un autre, sauf moi-même.” Mais celui qui va entre les personnes, sans vêtements, sinon toi-même? Et qui se sait nu, entre les personnes, pour se penser vu, sinon toi-même? Tu es une chambre obscure et fermée dans ce monde qui t’entoure, mais ne t’embrasse pas. Et ce qu’ils disent, tu en comprends peu, cependant, ce que tu comprends, reste dans la pensée abstraite, parce que ne se fait pas parole – c’est le silence de la musique qu’ils n’entendent pas, car tu ne joues pas, et ton bruit est ce que tu sens le plus, car tu ne l’écoutes pas. Et tu de fermes dans ces rideaux fermés – ta honte ; et tu occultes ta pensée, méditation, sentiment, souffrance, dans ce cœur qui ne t’enferme pas pour ne pas te comporter. Ce sont des mots qui se donnent aux mains, ce sont des regards qui écoutent avec attention, non avec soumission, ce sont les fruits de l’éducation, les personnes, ton miroir, où tu contemples ta condition pauvre. Et si tu parlais entre eux, si tu de remuais, tu pensais tout haut, ils ne verraient pas le peu qui te couvre, tes poils et un peu plus? Ah mon fils! N’aies pas peur, ce ne sont pas des yeux qui te poursuivent, ce sont des yeux qui ne te voient pas dans un monde qui te tient mais ne t’étreint pas. Eduquer un homme ce n’est pas l’enfermer dans la connaissance, c’est le laisser ouvert. Un homme ouvert est un homme terminé. Terminer un homme est lui donner la dignité, c’est le placer entre ses égaux comme égal, c’est le différentier de lui-même. Un homme terminé n’est pas seigneur du monde, est seigneur de lui-même, et parce que de lui seigneur, du monde il est l’esclave. La priorité de l’éducation ne réside pas dans sa valeur, mais dans la valeur de l’homme. Eduquer c’est respecter. Les yeux instiguent, la bouche argumente, les oreilles apprennent, l’esprit se contente. Et si par hasard ils me demandaient “c’est celui-là, mon seigneur?”, je dirais “non, celui-ci est celui-là.” L’homme est éduqué. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 113 “Uma pátria que dorme na sua educação, esquece a oportunidade de aprimoramento e lapidação de seus filhos e dela mesma...” Eduardo de Franco Rispoli Alves Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte - MG Vai Passar Vai passar? O “sonho” tortuoso de uma educação que se resuma em simples notas, ou quem sabe em um índice zero de reprovações? Na avenida de um país popular, assim esta se apresenta como uma fugaz alegoria carnavalesca. Os paralelepípedos das velhas cidades não se arrepiam mais com o passar dos ofuscados iletrados de princípios desconectados com o mundo não só das letras, dos números, dos sambas imortais, ou dos nossos ancestrais, mas sim desconectados com a sonhada imortalidade do saber. A construção de um saber imortal se encontra em uma constante linha de tradição do velho que se transformará para construir o novo, pois o “imortal” não é estático. As páginas infelizes da história, aliadas à educação não serão meras passagens desbotadas e obsoletas na memória das novas gerações. A educação consolidada no consciente coletivo de uma sociedade está nos pequenos gestos, quantas vezes já escutamos nossos pais e mestres dizerem que a escola é o prolongamento de nossas casas, vejo a escola como o prolongamento do ser humano, esta é a conexão destes com o seu ambiente. Uma pátria que dorme na sua educação, esquece a oportunidade de aprimoramento e lapidação de seus filhos e dela mesma, recaindo sobre os clichês estagnados da saúde, do desenvolvimento, ou da contraditória educação regida pela égide da ordem e do progresso, ou até mesmo da “démodé” liberdade, igualdade e fraternidade. Refletindo-se assim nas despercebidas subtrações, tenebrosas transações e em ignorantes soluções. E um dia, afinal quem sabe: nós e nossos líderes acordaremos, e perceberemos que qualquer um de nós poderá “shakespearesar”, “sartrear”, “buarquizar” em devaneios e realidades sem fim, longe da alegria de uma educação fugaz que nos lembra um carnaval. Talvez escrever nas entrelinhas seja uma fuga de quem teve a oportunidade quem sabe a sorte de enxergar além dos paradigmas de sua época, para que suas idéias caiam no samba popular, e que desperte o saber, ou que seja o interesse de um barão faminto, ou de um napoleão retinto, quem sabe de todos os pigmeus do boulevard. 114 Unesco--•--Folha Dirigida Quisera Deus poder olhar, ver de perto a humanidade entender o verdadeiro fim da educação. A evolução do despertar do interesse na criança com um olhar que aceite as diferenças, da produção sustentável e coerente com seu ambiente no adulto e do redescobrir crítico, construtivo e incalculável do idoso. Importante? Prioritária? Os dois? Não sei. Sonho com uma educação inerente ao ser humano. Ai, que vida boa, olerê Ai, que vida boa, olará O estandarte da “educação” geral . Será que vai passar? _____________________ “A motherland that sleeps on its education, forgets about the improvement and polishing opportunities of its children and of itself…” It will pass Will it pass? The winding “dream” of an education summarized in simple grades, or who knows in zero failure rates? In the avenue of a popular country, this presents itself as a passing carnival allegory. The paving stones of the old cities no longer shiver with the passing of the outshined illiterate of unconnected principles with the world of letters alone, of the numbers, of the immortal samba songs, or of our ancestral, but disconnected with the yearned immortality of knowing. The construction of an immortal knowledge finds itself in a constant tradition line of the old that will transform to build the new, for “immortal” is not static. The unhappy pages of history, allied to education won’t be mere worn out and obsolete passages in the memories of the new generations. Education consolidated in the collective consciousness of a society is seen in small gestures; how many times have we heard our patents and masters saying that the school is an extension of our homes? I see school as an extension of the human being; this is his connection with the environment. A motherland that sleeps on its education, forgets the improvement and polishing opportunities of its children and of itself, falling back on the stagnated clichés of health and development or on the contradictory education rules under the patronage of order and progress, or even of the démodé liberty, equality and fraternity. This reflects in unnoticed subtractions, tenebrous transactions, and ignorant solutions. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 115 And one day, after all, who knows: we and our leaders will wake up and notice that anyone of us is able to become a “Shakespeare”, a “Sartre”, a “Buarque” in day dreams and endless realities, far from the joy of a passing education that reminds a carnival. Maybe writing between the lines is an escape for someone who had the opportunity, and perhaps the luck, to see beyond the paradigms of his epoch. And his ideas may come up in popular samba songs and may awaken knowledge, whether in the interest of a famished baron, or of an deep-dyed Napoleon, or who knows, of all pigmies of the boulevard. I wish God could look, see humanity from close and understand the real purpose of education. In the children, evolve the awakening of interests with a look that accepts differences. In the adults, enable sustainable productions that are coherent with their environment. In the elderly, offer critical, constructive, and incalculable re-discoveries. Important. A priority? Both? I don’t know. I dream of an education that is inherent to the human being. Oh, what a nice life, olerê Oh, what a nice life, olará The banner of the general “education.” Will it pass? _____________________ “Une patrie qui dort dans son éducation, oublie la chance de perfectionnement et lapidation de ses enfants et d’elle-même ...” Cela va Passer Va passer? Le “rêve” tortueux d’une éducation qui se résume en de simples notes, ou qui sait un indice zéro de réprobations? Dans l’avenue d’un pays populaire, ainsi se présente celle-ci comme une allégorie carnavalesque fugace. Les parallélépipèdes des vieilles villes n’ont plus la chair de poule à voir passer les illettrés offusqués de principes déconnectés du monde non seulement des mots, des chiffres, de sambas immortels, ou de nos ancêtres, mais plutôt déconnectés de l’immortalité rêvée du savoir. La construction d’un savoir immortel se trouve dans une constante ligne de tradition du vieux qui se transformera pour construire le neuf, car l’’’immortel’’ n’est pas statique. Les pages malheureuses de l’histoire, alliées à l’éducation ne seront de simples passages déteints et obsolètes dans la mémoire des nouvelles générations. L’éducation consolidée dans le conscient collectif d’une société se trouve dans les petits gestes, combien de 116 Unesco--•--Folha Dirigida fois avons-nous entendu nos parents et maîtres dire que l’école est le prolongement de nos maisons, je vois l’école comme le prolongement de l’être humain, c’est la connexion des humains avec leur milieu. Une patrie qui dort dans son éducation, oublie la chance de perfectionnement et lapidation de ses enfants et d’elle-même, retombant sur les clichés stagnants de la santé, du développement ou de l’éducation contradictoire régie par l’égide de l’ordre et du progrès, ou même de la “démodée” liberté, égalité et fraternité. Se reflétant ainsi dans les soustractions inaperçues, transactions ténébreuses et en solutions ignorantes. Et un jour, finalement qui sait: nous et nos leaders nous réveillerons et nous apercevrons que n’importe qui d’entre nous pourra “shakespeariser”,“sartrer”,“buarquiser” en fantaisies et réalités sans fin, loin de la joie de l’éducation fugace qui nous rappelle un carnaval. Peut-être qu’écrire entre les lignes est une fuite de celui qui a eu l’opportunité, qui sait la chance de voir au-delà des paradigmes de son époque, pour que ses idées tombent dans le samba populaire, et qui éveille le savoir, ou l’intérêt d’un baron affamé, ou d’un Napoléon reteint, qui sait de tous les pygmées du boulevard. Que Dieu puisse regarder, voir de près l’humanité comprendre le véritable but de l’éducation. L’évolution de l’éveil de l’intérêt chez l’enfant avec un regard qui accepte les différences, de la production durable et cohérente avec son milieu chez l’adulte et de la redécouverte critique, constructive et incalculable de la personne âgée. Important? Prioritaire? Les deux? Je ne sais pas. Je rêve d’une éducation inhérente à l’être humain. Ai, quelle belle vie, olerê Ai, quelle belle vie, olará L’étendard de l’éducation” Générale. Va-t-il passer? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 117 “É a Educação que dará o salto quântico entre conservar e preservar. É ainda a Educação que impedirá a destruição da Floresta Amazônica e a reprodução de seres excluídos.” Elizabeth Efigênia da Costa Alves Gonçalves Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA - Belo Horizonte - MG Prioritária é a Educação, porque forma uma crítica saudável, o interesse pela participação e o respeito à ética. O ser humano tem na sua linguagem o poder de transformar a sua história e quando lhe é tirada a capacidade de escolha, se lhe tira toda a responsabilidade pelo planeta. E responsabilidade é a capacidade de reagir, muito além da simples vontade de ajudar que, prostituída, longe de transformar a pobreza, tornou-se mantenedora da mesma em cada moedinha jogada nas mãos de nossas crianças e adolescentes nos semáforos escuros do nosso cotidiano. Prioritária é a Educação porque, latente ou não, a incapacidade de argumentação produz a falsa crença conformista de inferioridade que desencadeia a geração de mais e mais desinteresse, subserviência, exclusão, marginalismo, alienação, violência, baixa qualidade de vida e deterioração da identidade humana. Prioritária sim, porque, de acordo com o grande mestre da Filosofia, não basta viver, é preciso viver bem, e o meu povo não está conseguindo fazer nem o primeiro. Educação é priorimportante porque sem ela, os habitantes de Gaia continuarão a contaminar seus rios, desmatar suas florestas, abandonar sua cultura e finalmente, deixarão de pensar- este trabalho nobre que nos distingue dos outros seres e que nos permite mudar a paisagem. É a Educação que dará o salto quântico entre conservar e preservar. É ainda a Educação que impedirá a destruição da Floresta Amazônica e a reprodução de seres excluídos. Apenas e somente a Educação não permitirá o aniquilamento de Antigas Verdades que nortearam a civilização e sua filosofia neste planeta. É ela, pois, que evitará a propagação dessa praga maldita chamada corrupção e a essa doença terminal chamada indiferença. Prioritária sim, porque é a única coisa que protegerá os nossos territórios e evitará a devastação da herança de nossos avós e de nossos filhos chamada Nação. Prioritária sim, porque estou começando a calejar a resposta, jamais silenciada em minha garganta, à indagação do motivo pelo qual, beirando meio século de existência, eu tenha resolvido fazer Filosofia, esta cama sagrada onde deveria repousar a verdadeira Educação. 118 Unesco--•--Folha Dirigida “Education is what will make the quantum leap between maintenance and protection. It is also Education that will hinder the destruction of the Amazonian Forest and the reproduction of excluded beings.” Education is a priority because it develops healthy criticism, interest for participation and respect for ethics. Through language, the human being has the power to change his history. When the capability of choosing is taken from him, his responsibility for the planet is seized. And having responsibility means having capacity to react, way beyond the simple will to help, which, prostituted and far away from changing poverty, has turned into its maintainer at every little coin thrown in the hands of our children and adolescents at our quotidian dark traffic lights. Education is a priority because, latent or not, one’s incapacity to argue produces the false resigned belief of inferiority that unleashes the generation of more and more indifference, subservience, exclusion, marginalization, alienation, violence, low living standards and deterioration of the human identity. It is a priority indeed, because according to the great master of Philosophy, it isn’t enough to live, it is necessary to live well, and my people is not even getting to do the first. Education is prior-important because without it, the inhabitants of Gaya will continue to contaminate their rivers, clear their jungles, abandon their culture and finally, they will refrain from thinking – this noble work that distinguishes us from other beings and allows us to change the landscape. Education is what will give the quantum leap between maintenance and protection. It is Education that will hinder the destruction of the Amazonian Jungle and the reproduction of excluded beings. Education only and only Education will not allow the annihilation of the Old Truths that guided civilizations and their philosophies in this planet. It is Education then, that will avoid the propagation of this damned plague called corruption and this terminal disease called indifference. Education is a priority indeed, because it is the only thing that will protect our territories and avoid the devastation of our grandparents’ and children’s inheritance, called Nation. It is a priority indeed, because I am beginning to tire the answer never silenced in my throat, to the question of the reason why, after reaching almost a half a century of existence, I decided to study Philosophy, this sacred bed in which true Education should lie. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 119 “C’est l’Education qui donnera le saut quantique entre conserver et préserver. C’est l’Education aussi qui empêchera la destruction de la Forêt Amazonienne et la reproduction d’êtres exclus.” L’Education est prioritaire, car elle forme une critique saine, l’intérêt à la participation et le respect à l’éthique. L’être humain a dans son langage le pouvoir de transformer son histoire et quand on lui enlève la capacité du choix, on lui enlève toute la responsabilité de la planète. Et responsabilité est la capacité de réagir, bien au-delà de la simple volonté d’aider qui, prostituée, loin de transformer la pauvreté, est devenue souteneuse de celle-ci à chaque pièce de monnaie jetée dans les mains de nos enfants et adolescents aux sémaphores obscurs de notre quotidien. Prioritaire est l’Education car, latente ou non, l’incapacité d’argumentation produit la fausse croyance conformiste d’infériorité qui déclenche la génération de plus en plus de manque d’intérêt, servilité, exclusion, marginalisme, aliénation, violence, basse qualité de vie et détérioration de l’identité humaine. Prioritaire oui, car, selon le grand maître de Philosophie, il ne suffit pas de vivre, il faut vivre bien et mon peuple n’arrive même pas à vivre. L’éducation est priorimportante car sans elle les habitants de Gaia continueront à contaminer leurs fleuves, déboiser leurs forêts, abandonner leur culture et finalement, cesseront de penser - ce travail noble qui nous distingue des autres êtres et qui nous permet de changer le paysage. C’est l’Education qui donnera le saut quantique entre conserver et préserver. C’est l’Education aussi qui empêchera la destruction de la Forêt Amazonienne et la reproduction d’êtres exclus. A peine et seule l’éducation ne permettra pas l’anéantissement des Anciennes Vérités qui ont guidé la civilisation et sa philosophie sur cette planète. C’est elle, donc, qui évitera la propagation de cette plaie maudite appelée corruption et cette maladie au stade terminal appelée indifférence. Prioritaire oui, car elle est la seule chose qui protégera nos territoires et évitera la dévastation de l’héritage de nos grands-parents et de nos enfants appelés Nation. Prioritaire oui, car je commence à endurcir la réponse, jamais muette dans ma gorge, à l’indignation du motif pour lequel, ayant presque un demi-siècle d’existence, j’ai décidé de faire Philosophie, ce lit sacré où devrait reposer la véritable Education. 120 Unesco--•--Folha Dirigida “Temos o dever de analisar nossos direitos! Queremos uma educação prioritária.” Evelina Lemke Pereira Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED - Medianeira – PR Educação: prioridade ou utopia em nosso país? Há algum tempo estudei sobre um povo... Este, almejava algo que lhe parecia impossível. Prioridade para alguns; utopia para outros! Mas esse povo, sofrido e esperançoso Não quis e nem quer desistir Pela conquista de uma educação igualitária, Sempre esteve disposto a lutar. Correr atrás da aprendizagem De um processo que tivesse referências claras Um mesmo ensino dentro deste imenso país... Por quê? Porque através da educação acham-se as respostas, As necessidades de um tempo histórico-social São reveladas todas as conquistas! O correto e o incorreto, no decorrer da evolução da humanidade! Mas, a quem ela deve ser priorizada? A todos! Será esse o medo? Pode ser esse o temor? Qual o compromisso dos governantes Com toda a sociedade por eles assumida? Sim! Precisamos de integração nos objetivos, Clareza na teoria e na prática. Temos o dever de analisar nossos direitos! Queremos uma educação prioritária. Aumento do nível de desenvolvimento potencial Precisamos investimento real na educação Para nossa nação, precisa ser fundamental Sem delimitação, discriminação ou conflitos. Esta deve ser a meta para o progresso Da escola que queremos: centrada, crítica, igualitária, ideal. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 121 “We have the duty to analyze our rights! We want education a priority.” Education: a priority or a utopia in our country? Some time ago, I studied about a people... That aimed something that seemed impossible. A priority to some; a utopia to others! But that suffering and hopeful people Never wanted to give up The conquest of an egalitarian education, They have always been ready to fight. To go after learning A process that had clear references A very same teaching within this huge country... Why? Because through education, answers are found, The needs of a historic-social time All conquests are revealed! What is correct and what is incorrect, along the evolution of humanity! But, for whom should it be a priority? For everyone! Is that the fear? Could this be the dread? What is the leaders’ compromise? Toward the entire society, they assumed? Yes! We need integration of goals, Clarity in theory and practice. We have the duty to analyze our rights! We want education a priority. Increase of the potential development level We need real investment in education To our nation, it needs to be essential With no delimitation, discrimination or conflicts This should be the goal to progress The school we want: centered, critic, equalitarian, ideal. 122 Unesco--•--Folha Dirigida “Nous avons le devoir d’analyser nos droits! Nous voulons une éducation prioritaire.” Education: priorité ou utopie dans notre pays? Il y a quelque temps j’ai étudié un peuple... Celui-ci désirait quelque chose qui lui semblait impossible. Priorité pour certains ; utopie pour d’autres! Mais ce peuple, résigné et plein d’espoir N’a pas voulu et n’a pas désisté De la conquête d’une éducation égalitaire, Il a toujours été prêt à lutter. A courir après l’apprentissage D’un processus qui aurait des références claires Un même enseignement dans cet immense pays ... Pourquoi? Parce que dans l’éducation se trouvent les réponses, Les besoins d’un temps historico-social Toutes les conquêtes sont révélées! Ce qui est correct et incorrect, tout au long de l’évolution de l’humanité! Mais, pour qui doit-elle être une priorité? Pour tous! Serait-ce cela la peur? Est-ce cela la crainte? Quel est l’engagement des gouvernants? Envers toute la société qu’ils assument? Oui! Nous avons besoin d’intégration dans les objectifs, Clarté dans la théorie et dans la pratique. Nous avons le devoir d’analyser nos droits! Nous voulons une éducation prioritaire. Une augmentation du niveau de développement potentiel Nous avons besoin d’investissement réel dans l’éducation Pour notre nation, elle doit être fondamentale Sans limites, discrimination ou conflits. Cela doit être l’objectif pour le progrès De l’école que nous voulons: centrée, critique, égalitaire, idéale. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 123 “...a importância da Educação está em sua relação direta como a nossa essência, a liberdade, e se torna prioritária na luta contra tudo o que cerceia uma humanidade livre.” Fábio Antonio da Costa Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Digladiam entre si dois termos que aspiram ao posto de valor supremo da Educação: a ela caberiam os louros da importância ou o troféu da prioridade? Aqui defendemos que a importância não conquista glórias, assim como a prioridade em nada triunfa, caso ambas as querelantes não se dignem a perguntar qual juízo a Educação faz de si mesma. E sem sombra de dúvidas, dela ouviríamos um julgamento capaz de dirimir as cizânias: aquilo que sou revela o equívoco do debate, pois a minha dignidade, valor acima de todos os valores, torna-me a um só tempo importante e prioritária. Assim sendo, o que simplesmente nos cabe é expor as razões daquela que forja a própria razão. Rodam no círculo das obviedades todos aqueles que atribuem à Educação a tarefa de formar o homem. Se ao menos perguntassem, antes de tão esfuziante parecer, o que vem a ser humano e o que significa formação, para posteriormente ajuizarem sobre valores, só então abandonariam o palavrório que ressoa no vazio. A Educação calca a sua dignidade na liberdade, ou seja, na capacidade que o homem tem de conferir a si mesmo um projeto de humanidade. E por isso fica claro que educar não se reduz a fornecer os instrumentos para que, na maioridade, o indivíduo escolha um trabalho no grande cardápio das profissões. Estando ligada com a tarefa de assumir um destino, não sendo os humanos meros objetos largados no mundo, a Educação conquista a sua importância quando permite que a consciência da liberdade floresça. Tão só ela nos cultivará para as responsabilidades socais, políticas e culturais, visto que em todos os campos da vida, em cada ação cotidiana, decidimos conosco e com todos o que deve ser o homem. Para além dessa razão, não há outra que forneça a importância da Educação. Todavia, o que importa somente se deixa realizar quando atendemos às suas condições de possibilidade, isto é, às suas prioridades. Para grande parte dos povos, um projeto contrário à dignidade embrutece e avilta a existência, aniquilando a liberdade por meio da fome, da guerra e da miséria. Esses são os maiores males que nos colocam no impasse de decidir entre a importância e a prioridade da Educação. Prioritário é tudo aquilo que dissolva os obstáculos à sobrevivência da nossa espécie, e nos retire de condições indigentes que bem merecem o nome de subumanas. Por tal, a Educação se encontra no mais virtuoso dos círculos, visto que a sua importância 124 Unesco--•--Folha Dirigida nos leva a combater os problemas que obstam a sua realização: é exatamente o combate que faz dela uma prioridade. Lembremos que também os males formam os homens, mas de tal modo que os mutilam e os convertem em rebotalhos. Contra as guerras, a fome e as misérias, a Educação se faz prioridade por despertar em nós a ciência da nossa destinação, porquanto nos recorda da nossa liberdade e requisita um projeto de homem cujo fundamento último é o respeito pela sua dignidade. Assim sendo, a importância da Educação está em sua relação direta como a nossa essência, a liberdade, e se torna prioritária na luta contra tudo o que cerceia uma humanidade livre. _____________________ “Like our essence, the importance of Education is directly linked to freedom and becomes a priority in the battle against everything that restricts a free humanity.” Quarreling between themselves, two terms aspire the post of Education’s supreme value: would it bear the glories of being important or the trophy of being a priority? Here we defend that importance doesn’t conquer glories, just as priority doesn’t triumphs in anything, in the case both of the plaintiffs do not condescend to ask how Education judges itself. And with no doubt, from Education we would listen a judgment capable of putting an end to the discords: that what reveals the debate’s mistake, because my dignity, a value above all values, makes me important and at the same time a priority. Therefore, what simply rests us is to expose the reasons for the one that forges reason itself. All those who attribute the task of shaping Man to Education, revolve in the circle of obviousness. If they would at least ask, before such happy conclusion, what being human means and what formation means, in order to subsequently reason about values, only then would they abandon the wordiness that echoes in the emptiness. Education bases its dignity on liberty, that is, in the capacity man has to confer to himself a project of humanity. And that is why it becomes clear that education isn’t limited to supplying tools so that the majority may chose from a great menu of professions. Being linked to the task of assuming a destiny, as humans aren’t mere objects left in the world, Education conquers its importance when it allows that the consciousness of freedom flourishes. Only education will cultivate us to the social, political, and social responsibilities, once in all fields of life, in each quotidian action, we decide on our won and with everyone else what Man should be. There is no other reason beyond Education that carries such importance. Nevertheless, that what matters is only accomplished when it becomes a priority. To great part of the peoples, everything that goes against their dignity, besots Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 125 and demeans their existence, annihilating liberty through hunger, war, and misery. These are the greatest evils that put us in an impasse to decide Education’s importance and priority. A priority is all what dissolves obstacles for the survival of our species, and takes us away from poverty, which well deserves subhuman names. For that, Education is in the most virtuous of the circles, once its importance takes us to combat the problems that obstruct its realization: combating it is exactly what makes it a priority. Lets not forget that evil also forms Man, but in such a way, that it mutilates and converts him into trash. Against wars, hunger and miseries, Education becomes a priority to awaken in ourselves the consciousness of our destiny, inasmuch it reminds us about our freedom and requires a project of Man, which last foundation, is respect for his dignity. Like our essence, the importance of Education is directly linked to freedom and becomes a priority in the battle against everything that restricts a free humanity. _____________________ “...l’importance de l’Education se trouve dans le rapport direct avec notre essence, la liberté, et devient prioritaire dans la lutte contre tout ce qui retranche une humanité libre ...” Deux termes qui aspirent au rang de valeur suprême de l’Education luttent entre eux: à elle reviendraient les lauriers de l’importance et le trophée de la priorité? Nous défendons ici que l’importance ne conquiert pas des gloires, ainsi comme la priorité ne triomphe en rien, dans le cas où les deux accusateurs ne daigneraient pas à demander quel jugement l’Education se fait d’elle-même. Et sans l’ombre d’un doute, d’elle nous entendrions un jugement capable de détruire les zizanies: ce que je suis révèle l’équivoque du débat, car ma dignité, valeur au-dessus de toutes les valeurs, me rendent en une seule fois importante et prioritaire. Ainsi étant, nous devons simplement exposer les raisons de celle qui forge la propre raison. Tous ceux qui attribuent à l’Education la tâche de former un homme tournent sur le cercle des évidences. Si au moins ils demandaient, avant un aspect si bourdonnant, ce qui vient à l’être humain et ce que signifie formation, pour ensuite juger les valeurs, alors seulement ils abandonneraient le verbiage qui raisonne dans le vide. L’Education calque sa dignité sur la liberté, c’est-à-dire sur la capacité que l’homme à de vérifier luimême un projet de l’humanité. Et pour cela il est clair qu’éduquer ne se réduit pas à fournir les instruments pour que, dans la majorité, l’individu choisisse un travail dans le grand menu des professions. Etant liée à la tâche d’assumer un destin, les humains n’étant 126 Unesco--•--Folha Dirigida pas de simples objets abandonnés dans le monde, l’Education conquiert son importance quand elle permet que la conscience de la liberté fleurisse. Et elle seulement nous cultivera pour les responsabilités sociales, politiques et culturelles, vu que dans tous les domaines de la vie, dans chaque action quotidienne, nous décidons nous-mêmes et avec tous ce que doit être l’homme. Au-delà de cette raison, il n’en existe pas d’autre qui fournisse l’importance de l’Education. Toutefois, ce qui importe seulement se laisse réaliser quand nous répondons à ses conditions de possibilité, c’est-à-dire, à ses priorités. Pour une grande partie des peuples, un projet contraire à la dignité abrutit et avilit l’existence, anéantissant la liberté au moyen de la faim, de la guerre et de la misère. Ce sont les plus grands maux qui nous mettent dans l’impasse de décider entre l’importance et la priorité de l’Education. Prioritaire est tout ce qui dissout les obstacles à la survie de notre espèce, et nous retire des conditions indigentes qui méritent bien le nom de sous-humaines. Pour cela, l’Education se trouve dans le plus vicieux des cercles, étant donné que son importance nous conduit à combattre les problèmes qui empêchent sa réalisation: c’est exactement le combat qui fait d’elle une priorité. Rappelons aussi que les maux forment les hommes, mais de telle manière qui les mutilent et les convertissent en rebuts. Contre les guerres, la faim et les misères, l’Education se fait priorité car elle éveille en nous la science de notre destination, puisqu’elle nous rappelle notre liberté et exige un projet d’homme dont le dernier fondement est le respect de sa dignité. Ainsi, l’importance de l’Education se trouve dans le rapport direct avec notre essence, la liberté, et devient prioritaire dans la lutte contre tout ce qui retranche une humanité libre. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 127 “Paz, justiça social, igualdade de oportunidades, um desenvolvimento humano mais autêntico, mais criativo e menos desarmonioso são sonhos, são desejos; são também direitos. A educação é nossa arma para conquistá-los” Fabrícia da Silva Barros Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro - RJ Das trevas à luz: o potencial transformador da educação O conhecimento liberta e transforma. Esta pode ser considerada uma afirmação ousada, mas os que já tiveram a oportunidade de passar da ignorância à sabedoria sabem do que estou falando. Quando não pensamos, somos pensados e, mais que isso, controlados e dirigidos por outros. Quanto mais plena e consciente for nossa existência, quanto mais autonomia e segurança adquirirmos para eleger as melhores alternativas dentre as possíveis, quanto mais aptos estivermos a manter uma permanente vigilância crítica sobre nosso próprio agir, mais livres poderemos nos considerar. Sendo assim, a educação deve ser considerada prioritária; pois pressupõe investimento nessa capacidade – inerente à espécie humana – de aprender: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser, e aprender a viver junto. Paz, justiça social, igualdade de oportunidades, um desenvolvimento humano mais autêntico, mais criativo e menos desarmonioso são sonhos, são desejos; são também direitos. A educação é nossa arma para conquistá-los; deve também ser nossa bandeira de luta. Lutando por sua garantia, estamos lutando contra a marginalidade, contra a discriminação, contra a violência, pela e a favor da vida. O homem não é uma estrutura; é movimento, absolutamente singular em cada momento, em cada forma de expressão. Articular tanta diferença e tantas possibilidades de ser num mesmo espaço físico – o mundo – se impõe como um desafio cada vez mais complexificado pelo atual contexto planetário de interdependência e globalização. A probabilidade de praticarmos condutas prejudiciais aos outros, e a nos mesmos, é cada vez mais elevada, principalmente devido à prodigiosa e incessante proliferação da competitividade. Os povos têm sido convocados a ingressar no campo da ciência e da tecnologia, a adaptar suas culturas e modernizar as mentalidades à luz da sociedade da informação, mas, sobretudo, a aprender a viver em comunidade sob a égide da solidariedade. Não vejo como este convite pode ser aceito sem a mediação da educação. Dessa forma, pensá-la como possibilidade de transformação da realidade não é ilusório, 128 Unesco--•--Folha Dirigida tão pouco utópico. Negar esse seu potencial é desistir de concretizar o projeto de democratização efetiva e concreta da sociedade. O compartilhamento do saber pode prevenir condutas de risco e, principalmente, promover o bem-estar, individual e coletivo, mediante o triunfo da justiça, condição indispensável à felicidade humana e à democracia. Educação ao longo de toda vida deve ser nossa meta de conquista; redefinição de tempos e espaços destinados à aprendizagem, nossa estratégia; evitar que ela seja apropriada e articulada com interesses dominantes, um princípio do qual não podemos abrir mão. Utilizando a educação como prioritário instrumento e retomando nossas sendas, certamente ajudaremos a engendrar um projeto de sociedade ética, onde não se dê tréguas a nenhum mecanismo de exclusão, onde não se banalizem os valores que dignificam a espécie humana; e construiremos, enfim, a saída para as desigualdades sociais. Se clamarmos por conhecimento e por sabedoria alçarmos nossa voz, aí sim, a educação cumprirá seu propósito; e deixarão de ser insanos os que ainda sonham com um mundo melhor. _____________________ “Peace, social justice and equal opportunities, more authentic, creative and less disharmonic human developments are all a dream, a desire, and they are a right too. Education is our weapon to conquer them.” From the dark to the light: the transforming potential of education Knowledge frees and changes. This might be considered a daring affirmation, but those who already had the opportunity to go from ignorance to wisdom know what I am talking about. When we don’t think, we are thought, and more than that, controlled and directed by others. The more whole and aware our existence, the more autonomy and safety we acquire to elect the best alternatives within the possible; the more apt we are to maintain a permanent critic vigil on our own actions, the freer can we consider ourselves. That way, education shall be considered a priority, as it presupposes investment in this capacity – inherent to the human species – to learn: learn to know, learn to do, learn to be, and learn to live together. For peace, social justice and equal opportunities, more authentic, creative and less disharmonic human developments are all a dream, a desire, and they are a right too. Education is our weapon to conquer them; it should also be our battle flag. By fighting to have it granted, we are fighting against marginality, against discrimination, against violence, for and in favor of life. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 129 Man is not a structure; is movement, unique at each moment, at each form of expression. Articulating so much difference and so many possibilities of existing in a same physical space (the world), imposes itself as a more and more complex challenge in the current planetary context of interdependence and globalization. The probability we act badly toward others and toward ourselves becomes increasingly possible, especially due to the prodigious and incessant proliferation of competition. Peoples have been called to ingress in the field of science and technology, to adapt their cultures and modernize their mentalities under the light of the information society, but, above all, to learn how to live in community under the protection of solidarity. I don’t see how this invitation can be accepted without an intercession by Education. In that way, seeing it as a possibility of reality’s transformation is not illusory, much less utopist. Deny this potential means giving up realizing the effective and concrete democracy project of society. Sharing knowledge may prevent risky conducts, and especially, promote individual and collective well being, by the triumph of justice, an indispensable condition to human happiness and to democracy. Having access to Education throughout a lifetime should be our goal; re-defining times and spaces destined to learning, our strategy; avoiding it to be appropriated and articulated by dominant interests, a principle we can’t give up. Using education as a priority instrument and retaking our paths, certainly we will help to engender a project of an ethic society, where we don’t give truce to any exclusion mechanism, where the values that dignify the human species are trivialized. And we will build, at last, the way out of social inequalities. If we demand knowledge and raise our voices through wisdom, then will Education accomplish its purpose; and those who still dream of a better world will no longer be insane. _____________________ “Paix, justice sociale, égalité d’opportunités, un développement humain plus authentique, plus créatif et moins désharmonieux sont les rêves, les désirs ; ce sont aussi les droits. L’éducation est notre arme pour les conquérir” Des ténèbres à la lumière: le potentiel transformateur de l’éducation La connaissance nous donne liberté et transforme. Cette affirmation peut être considérée osée, mais ceux qui ont déjà eu la chance de passer de l’ignorance au savoir savent de ce que je parle. Quand nous ne pensons pas nous sommes pensés et, plus que cela, contrôlés et dirigés par les autres. Plus notre existence et pleine et consciente, plus nous acquérons d’autonomie et de sécurité pour élire les meilleures alternatives 130 Unesco--•--Folha Dirigida parmi les possibles, plus nous sommes aptes à maintenir une vigilance critique permanente sur notre propre mode d’agir, plus nous pourrons nous considérer libres. Ainsi, l’éducation doit être considérée prioritaire ; car dans cette capacité est supposé un investissement – inhérent à l’espèce humaine – d’apprendre: apprendre à connaître, apprendre à faire, apprendre à être, et apprendre à vivre ensemble. Paix, justice sociale, égalité d’opportunités, un développement humain plus authentique, plus créatif et moins désharmonieux sont les rêves, les désirs ; ce sont aussi les droits. L’éducation est notre arme pour les conquérir ; elle doit être aussi notre drapeau de lutte. Luttant pour sa garantie, nous luttons contre la marginalité, contre la discrimination, contre la violence, pour et en faveur de la vie. L’homme n’est pas une structure ; il est un mouvement, absolument singulier à chaque moment, à chaque forme d’expression. Articuler tant de différence et tant de possibilités d’être dans un même espace physique – le monde – s’impose comme un défi chaque fois plus complexe par l´actuel contexte planétaire d’interdépendance et de globalisation. La probabilité que nous pratiquions des conduites préjudiciables aux autres et à nous-mêmes, chaque fois plus élevée, surtout à cause de la prodigieuse et incessante prolifération de la compétitivité. Les peuples ont été convoqués à entrer dans le domaine de la science et de la technologie, à adapter leurs cultures et à moderniser les mentalités à la lumière de la société de l’information, mais, surtout, à apprendre à vivre en communauté sous l’égide de la solidarité. Je ne vois pas comment cette invitation peut être acceptée sans la médiation de l’éducation. De cette manière, la penser comme possibilité de transformation de la réalité n’est pas illusoire, ni utopique. Nier ce potentiel, c’est désister de concrétiser le projet de démocratisation effective et concrète de la société. Le partage du savoir peut prévenir des conduites à risque et, surtout, promouvoir le bien-être, individuel et collectif, au moyen du triomphe de la justice, condition indispensable au bonheur humain et à la démocratie. L’éducation tout au long de la vie doit être notre but de conquête ; redéfinition de temps et espaces destinés à l’apprentissage, notre stratégie ; éviter qu’elle soit appropriée et articulée avec des intérêts dominants, un principe dont nous ne pouvons nous passer. En utilisant l’éducation comme instrument prioritaire et reprenant nos chemins, nous aiderons certainement à engendrer un projet de société éthique, où il n’existe pas de trêve pour aucun mécanisme d’exclusion, où on ne banalise pas les valeurs que rendent digne l’espèce humaine ; et nous construirons enfin, la solution des inégalités sociales. Si nous clamons pour la connaissance et le savoir, nous haussons la voix et alors oui, l’éducation accomplira son objectif ; et ceux qui rêvent d’un monde meilleur ne seront plus insensés. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 131 “...antes de responder se a educação é importante ou prioritária, é preciso pensar... no mundo que temos, no mundo que queremos, no mundo que somos!” Fernanda Fatima dos Santos Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ Educar no século XXI Na trajetória do século XXI, antes de responder se a educação é importante ou prioritária, é preciso pensar... no mundo que temos, no mundo que queremos, no mundo que somos! A história da humanidade nos atesta grandes feitos, conquista, valores, descobertas... Durante o processo de evolução bio-psico-social, o homem preocupouse em marcar seus passos de forma indelével. Cada indivíduo que assentou um tijolo à parede, gravou seu nome na memória da posteridade. Foi assim com os grandes filósofos, pensadores, revolucionários, cientistas, pintores, religiosos, políticos. Nada escapa à história, nada escapa ao caminho do futuro.Alcançamos o êxtase da evolução humana. Com a possibilidade de rascunhar o homem, a clonagem, passamos da visão monoteísta ao panteísmo. Agora somos ”divino- cientificamente” quase deus, o que há da figura divina em não é apenas os sentimentos, a bondade, agora imaginamos ser igual a Ele. A ciência “parece” Ter descoberto a morada do segredo de Deus: o impossível, chegamos lá. Não há retrocessos aos feitos braçais, intelectuais do homem. Portanto nos conscientizamos que em mais ou menos cinco milhões de anos, colocamos o mundo, o universo do jeito que queríamos; ultrapassamos o divino- sagrado e talvez o impossível para chegar á um lugar sem forma e vazio- o ponto de partida- . Grandes homens, quer bons, quer maus: passaram pela escola! Foram educados pela sua família, pelos seus professores,pela sociedade. Em que a educação influenciou?! Que mundo afinal a educação ajudou a criar?! Em cinco continentes, ocorrem conflitos para uma Galáxia inteira! Se continuarmos assim, a Terra muito em breve vai ser um buraco negro.Escuro do ódio e da ganância, da violência dos Narcisos que a história registrou. Voltamos à ‘estaca zero’! Que filosofia de vida, afinal, é a do homem? O que se aprende na escola, o que se faz da educação em uma humanidade que costuma mudar seus valores, impor suas idéias, construir seu patrimônio através da guerra? Educamos alunos, formamos cidadãos ou um exército a serviço de ideologias contrárias a tudo que estudamos e acreditamos?! A educação que temos, é a que queremos? Pensar a educação como processo histórico, é reconhecer a evolução humana ao nível de comportamento e de tendências sócio-políticas, é analisar quem representa cada papel no que diz respeito a conquistas. Conquistas de quem?! 132 Unesco--•--Folha Dirigida O povo de braços fortes fez guerras. Com as mãos que mataram os ‘inimigos’ enterraram seus amigos, por quê, para quem?... Guerras e mais guerras, o mundo nunca mais foi o mesmo depois da queda da Torre de Babel....Reconhecer os lados positivos e negativos de tudo que a humanidade construiu/ destruiu até os dias de hoje é o que nos leva a pensar no que devemos fazer para construir o amanhã. No século XXI, os valores são outros. A história é outra. Caminhamos para rumos introspectivos, intra e interpessoais. O homem precisa conhecer o homem. Não temos como nos preocupar mais com valores individuais, se o foguete foi ou vai à lua, se o ouro está nas águas dos rios ou nas minas, se o verde da floresta vale mais quando ‘vira’ dinheiro ; não há mais o que destruir. Nossa preocupação é reconstruir o homem. Este que secularmente deteriorou- se com suas construções e descobertas. O homem que descobriu o fogo, gritou ideais de liberdade, acendeu velas na queda do Muro de Berlim, escalou as montanhas mais altas, assistiu à destruição do World Trade Center, chorou a morte de tantos inocentes no Oriente Médio,só agora parou para ouvir os ecos de suas atitudes. Os ecos soam incessantemente, desmoronam aquilo que pensávamos ser seguro. Primeiro na consciência, depois no corpo, no ar, na água, na história, na educação. O que responder agora?! A educação é prioritária no mundo deste novo milênio. Uma nova educação, educar para a PAZ entre os homens. _____________________ “...Before answering if education is important or a priority, it is necessary to think about the world we have, about the world we wand, the world we are!” Educating in the 21st century Along the path of the 21st century, before answering if education is important or a priority, it is necessary to think about the world we have, the world we want, the world we are! The history of humanity proves us great achievements, conquests, values, discoveries throughout the evolution of the bio-psycho-social evolution; Man used to be concerned about marking its steps in an undeletable form. Each individual that set a brick to the wall saved his name in the memorial of posterity. That is how it was with the great philosophers, thinkers, revolutionaries, scientists, painters, religious, and politicians. Nothing escapes history; nothing escapes the path of the future. We reached the ecstasy of human evolution. With the possibility of sketching Man, cloning, we went from a monotheistic vision to pantheism. Now we are, “scientifically and divinely” almost gods, what is there from the divine picture aren’t only feelings and goodness, now we imagine being like Him. Science seems to have discovered the home of God’s secret: the Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 133 impossible, we got there. There is no going back to the physical and intellectual labors of Man. Therefore we are aware that in more or less five million years, we will have put the world as we want it; we will have gone beyond the divine-sacred and maybe beyond the impossible, in order to reach an empty place devoid of form – the starting point. Great Men, whether bad or good: they have passed through school! They have been educated by their families, by their teachers, by society. How did education influence them? What world, after all, education helped to create? There are conflicts for an entire Galaxy taking place in five continents! If we continue this way, Earth very soon will become a black hole. Dark from hatred and greed, the violence of the Narcissus History recorded. We are back to ‘start from scratch’! What life philosophy, after all, is men’s philosophy? What do we learn in school, what do we do from de education of a humanity that uses to change its values, impose its ideas, constitute its patrimony through war? Do we educate students, form citizens, or an army at the service of ideologies that are contrary to everything we study and believe? The education we have, is it the one we want? To think of education as a historical process, means recognizing human evolution to the level of behavioral, social, and political tendencies, means analyzing who represents each role in what regards conquests. Whose conquests? Strong-armed peoples have made wars. With the hands that killed “enemies,” they buried their friends, why, for whom? Wars and more wars, the world has never been the same again after the fall of Babel’s Tower. ... Recognizing the positive and negative sides of everything humanity has built/destroyed up to this day is what leads us to think about what we have to do in order to build the tomorrow. In the 21st century, values are others. History is another. We walk toward introspective, intra and interpersonal paths. Man needs to know Man. We can no longer worry about individual values, if the rocket went or is still going to go to moon, if the gold is in the waters of rivers or in the mines, or if the green of the jungle is worth more when it “turns” into money; there is nothing left to destroy. Our concern is to re-build Man. This Man who deteriorated with its constructions and discoveries. The Man that discovered fire, yelled ideas of liberty, lighted candles on the fall of Berlin’s wall, climbed the highest mountain, watched the destruction of the World Trade Center, cried the death of so many innocent in the Middle East, stopped only now to hear the echoes of his attitudes. The echoes sound incessantly; collapsed what we thought to be safe. First in our consciences, then in our bodies, in the air, in the waters, in history, in education. What to answer now? Education is a priority in the world of this new millennium. A new education; educating for PEACE among Man. 134 Unesco--•--Folha Dirigida “...avant de réponde si l’éducation est importante ou prioritaire, il faut penser au monde que nous avons, au monde que nous voulons, au monde que nous sommes!” Eduquer au XXIème siècle Dans la trajectoire du XXIème siècle, avant de réponde si l’éducation est importante ou prioritaire, il faut penser au monde que nous avons, au monde que nous voulons, au monde que nous sommes! L’histoire de l’humanité nous atteste de grands événements, conquêtes, valeurs, découvertes... Durant le processus de l’évolution bio-psycho-sociale, l’homme s’est préoccupé de marquer ses pas de forme indélébile. Chaque individu qui a posé une brique sur le mur, a gravé son nom dans la mémoire de la postérité. Ce fut ainsi pour les grands philosophes, penseurs, révolutionnaires, scientifiques, peintres, religieux, politiques. Rien n’échappe à l’histoire, rien n’échappe au chemin de l’avenir. Nous avons atteint l’extase de l’évolution humaine. Avec la possibilité de faire un brouillon de l’homme, le clonage, nous sommes passés de la vision monothéiste au panthéisme. Maintenant nous sommes ”divino- scientifiquement” presque dieu, ce qui a de figure divine n’est pas seulement les sentiments, la bonté, maintenant nous imaginons être égaux à Lui. La science “semble” Avoir découvert le lieu où habite le secret de Dieu: l’impossible, nous y sommes arrivés. Il n’existe pas de régressions aux actions vigoureuses, intellectuelles de l’homme. Donc, nous avons pris conscience qu’en plus ou moins cinq millions d’années, nous avons mis le monde, l’univers de la manière que nous voulions ; nous avons dépassé le divin-sacré et peut-être l’impossible pour arriver à un endroit sans forme et vide – le point de départ. Les grands hommes, les bons ou les mauvais: sont passés par l’école! Ils ont été éduqués par leur famille, par leurs professeurs, par la société. En quoi l’éducation a-t-elle eu une influence?! Quel monde finalement l’éducation a aidé à créer?! Sur les cinq continents, surgissent des conflits pour une Galaxie entière! Si nous continuons ainsi, la Terre, très brièvement sera un trou noir. Obscur de la haine et du profit, de la violence des Narcisses que l’histoire a enregistré. Nous revenons au ‘point de départ’! Quelle est finalement la philosophie de l’homme? Ce qui s’apprend à l’école, ce qui se fait de l’éducation dans une humanité qui a l’habitude de changer ses valeurs, imposer ses idées, construire son patrimoine au travers de la guerre? Nous éduquons des élèves, nous formons des citoyens ou une armée au service d’idéologies contraires à tout ce que nous étudions et croyons?! L’éducation que nous avons est-elle celle que nous voulons? Penser à l’éducation comme un processus historique, c’est reconnaître l’évolution humaine au niveau du comportement et de tendances socio-politiques, c’est analyser ce que représente chaque rôle en ce qui concerne les conquêtes. Conquêtes de qui?! Le peuple aux bras forts fait des guerres. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 135 Avec les mains qui ont tué les ‘ennemis’ ils ont enterré leurs amis, pourquoi, pour qui?... Guerres et encore des guerres, le monde n’a jamais plus été le même après la chute de la Tour de Babel ....Reconnaître les côtés positifs et négatifs de tout ce que l’humanité a construit/ détruit jusqu’à nos jours c’est ce qui nous amène à penser à ce que nous devons faire pour construire le lendemain. Au XXIème siècle, les valeurs sont autres. L’histoire est autre. Nous marchons sur des chemins introspectifs, intra et inter personnels. L’homme doit connaître l’homme. Nous ne devons plus nous préoccuper des valeurs individuelles, si la fusée est allée ou va sur la lune, si l’or se trouve dans les eaux des fleuves ou dans les mines, si le vert de la forêt vaut plus ‘se transforme’ en argent ; il n’y a plus rien à détruire. Notre préoccupation est reconstruire l’homme. Celui qui au cours des siècles s’est détérioré avec ses constructions et ses découvertes. L’homme qui a découvert le feu, a crié les idéaux de liberté, a allumé des bougies à la chute du Mur de Berlin, a escaladé les montagnes les plus hautes, a assisté à la destruction du World Trade Center, a pleuré la mort de tant d’innocents au Moyen-Orient, seulement maintenant s’est arrêté pour écouter les échos de ses attitudes. Les échos résonnent sans cesse, démontent ce que nous pensions être sûrs. D’abord dans la conscience, après dans le corps, dans l’air, dans l’eau, dans l’histoire, dans l’éducation. Que répondre maintenant?! L’éducation est prioritaire dans le monde de ce nouveau millénaire. Une nouvelle éducation, éduquer la PAIX entre les hommes. 136 Unesco--•--Folha Dirigida “Deus explicou que a Senhora Educação é a base para que todos os Senhores e Senhoras do mundo das Palavras cumpram suas tarefas e deixem a Terra organizada...” Francele Theodo Assumção Universidade Federal de Viçosa – UFV - Volta Redonda – RJ Procura-se: Senhora Educação Muitos desconhecem esta história e, por isso, ignoram sua importância. Trata-se do modo como os homens têm vivido. É essencial, portanto, voltarmos à criação do mundo. Diz esta lenda que Deus criou dois mundos de seres com vida: o Planeta Terra e o Planeta das Palavras. Estranho, não? Talvez, mas isso tudo faz muito sentido. Deus teria criado outro mundo, sem que os homens soubessem, habitado por palavras cheias de vida que teriam como função, eternamente, manter o equilíbrio em nosso planeta. Elas controlariam, na Terra, o poder daquilo que representam. Assim, no Planeta das Palavras, também chamado “Guardião”, existiriam os habitantes: Paz, Igualdade, Beleza, Amor, Justiça, Persistência, Segurança e Educação, entre outros. Todos tomariam conta das atitudes dos homens, para que tudo, aqui, permanecesse em ordem. Tudo corria bem em ambos os Planetas até que os homens começaram a acreditar que quem lutasse pelo poder dominaria o mundo. Isso não estava nos planos de Deus, contudo Ele deu a todos o direito de escolher seus caminhos. Nosso planeta tornou-se, então, um caos. Certamente, os seres humanos não sabiam que suas atitudes seriam refletidas no Planeta das Palavras. Por isso, a Senhora Justiça ficou doente; a Senhora Segurança já estava muito fraca; a Senhora Paz, à beira da morte e o Senhor Amor buscava, incansavelmente, força para nos guiar. A Senhora Esperança, ainda forte, decidiu pedir ajuda a Deus. Ela e outros amigos não sabiam mais o que fazer. Então, Deus disse que uma entre aquelas Palavras conhecia a chave para que o Planeta Terra caminhasse até a cura. Quem seria tão importante herói e guardião? Deus respondeu que tudo estava nas mãos da Senhora Educação, que poderia ajudar as Palavras que ainda conseguiam lutar. Ninguém entendia, entretanto, por que Ela teria esse papel, já que estava fraca e seus conselhos eram mal compreendidos por nós. Deus explicou que a Senhora Educação é a base para que todos os Senhores e Senhoras do mundo das Palavras cumpram suas tarefas e deixem a Terra organizada e é, sobretudo, o caminho para que os homens tenham consciência de seus direitos e deveres. Por isso, Ela deve ser prioritária em nosso mundo, pois é a via para a reflexão, o Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 137 diálogo, a liberdade e a transformação. Além disso, por meio dela, os seres humanos perceberiam que poderiam mudar sua história e enxergariam que estavam maltratando seu planeta e seus semelhantes. A sábia Palavra, no entanto, estava doente, porque muitos ainda não possuíam acesso a suas informações ou, simplesmente, não lhe davam o reconhecimento necessário. Assim, a Senhora Esperança e seus parceiros saíram à procura da Senhora Educação. Depois de algum tempo, conseguiram encontrá-la e falaram sobre seu valor. Em seguida, todos, utilizando os conhecimentos dela, começaram a lutar com muito mais empenho para a cura de seus companheiros e dos homens. As Palavras e, por conseqüência, nós começamos a enxergar que a educação ideal está, também, além das escolas: está nos livros, no respeito pelos outros e em nossas atitudes. Desde então, as Palavras lutam para que ouçamos a Senhora Educação e para que, portanto, todas as outras Palavras sejam ouvidas. Parece que os seres humanos, finalmente, têm dado mais atenção a Elas, mesmo que, infelizmente, não saibam sobre a existência do Planeta Guardião. Ainda... _____________________ “God explained that Mrs. Education is the basis so that all misters and madams of the world can do their part and leave Earth organized…” Wanted: Mrs. Education Many people don’t know this story, that is why they ignore its importance. It is about the way Men have been living. Therefore, it is essential that we get back to the creation of the world. It goes that God created two worlds with living beings. The Planet Earth and the Planet of the Words. Strange, isn’t it? Maybe, but all that makes a lot of sense. Without Man’s knowledge, God would have created another world inhabited by words full of life, which function would be to keep the balance of our planet eternally. On Earth, they would control the power of what they represent. So, the Planet of the Words, also known as “Guardian,” would have the following inhabitants: Equality, Beauty, Love, Justice, Persistence, Safety, and Education, among others. All words would take care of humankind’s attitudes, so that everything here remained in order. Everything was going well between both Planets until men began to believe that those who fought for power would dominate the world. That wasn’t in God’s plans. Nevertheless, He gave everyone the right to choose his or her own path. Our planet then turned into chaos. Certainly, human beings didn’t know their attitudes would have 138 Unesco--•--Folha Dirigida reflections on the Planet of the Words. That is why Mrs. Justice got ill; Mrs. Safety was already very weak; Mrs. Peace nearly dead, and Mr. Love sought tirelessly, strength to guide us. Mrs. Hope, still strong, decided to ask God for help. She and other friends did not know what to do anymore. So, God said that one among these Words knew the key to walk the Planet toward cure. Who would be such important hero and guardian? God answered that everything was on the hands of Mrs. Education, who would help the remaining words that still were able to battle. No one understood however, why did SHE have this role, once she was already weak and her advices were misunderstood by us. God explained that Mrs. Education is the basis so that all misters and madams of the world can do their part and leave Earth organized and above all, the path for Man to become aware of his rights and duties. For that, it should be a priority in our world, as it is a way to reflection, dialogue, liberty, and transformation. In addition, through education, human beings would perceive that they could change their history and see that they were ill-treating their planet and fellow men. The wise Word, however, was sick, because many still did not have access to its information or simply, did not give them the necessary knowledge. So, Mrs. Hope and her partners went out on the search of Mrs. Education. After some time, they were able to find her and spoke about her value. Afterward, using her knowledge, they began to fight with much more effort for the cure of their companions and men. All Words, consequently, began to see that the ideal education is found beyond schools as well: it is found in books, in the respect for others and in our attitudes. Ever since, all Words fight so that we can hear Mrs. Education and consequently, all other Words can be heard. It seems that the human beings, finally, have been giving more attention to them, even if, unfortunately, they don’t know about the existence of the Guardian Planet. Yet… _____________________ “Dieu a expliqué que Notre-Dame Education est la base pour que tous les Hommes et les Femmes du monde des Paroles accomplissent leurs tâches et laissent la Terre organisée ...” On recherche: Notre-Dame Education Beaucoup méconnaissent cette histoire, et pour cela, ignorent son importance. Il s’agit de la manière dont les hommes ont vécu. Il est donc essentiel que nous revenions à la création du monde. Cette légende dit que Dieu a crée deux mondes d’êtres avec vie: la Planète Terre et la Planète des Mots. Etrange non? Peut-être, mais tout cela a un sens. Dieu aurait créé un Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 139 autre monde, sans que les hommes le sachent, habité de mots pleins de vie qui auraient la fonction, éternellement, de maintenir l’équilibre sur notre planète. Ils contrôleraient, sur la Terre, le pouvoir de ce qu’ils représentent. Ainsi, sur la Planète des Mots, appelée aussi “Gardien”, existeraient des habitants: Paix, Egalité, Beauté, Amour, Justice, Persistance, Sécurité et Education, entre autres. Tous s’occuperaient des attitudes des hommes, pour que tout, ici, reste en ordre. Tout allait bien dans les deux Planètes jusqu’à ce que les hommes commencèrent à croire que celui qui luttait pour le pouvoir dominerait le monde. Ceci ne faisait pas partie des plans de Dieu, car Il donna à tous le droit de choisir leurs chemins. Notre planète se transforma alors en un chaos. Certainement, les êtres humains ne savaient pas que leurs attitudes seraient reflétées dans la Planète des Mots. Pour cela, Notre-Dame Justice est tombée malade ; Notre-Dame Sécurité était très faible ; Notre-Dame Paix, prête à mourir et Le Seigneur Amour cherchait, infatigablement, la force pour nous guider. Notre-Dame Espoir, encore forte, décida de demander de l´aide à Dieu. Elle est les autres amis ne savaient plus quoi faire. Alors, Dieu dit que l’un parmi ces mots savait la clef pour que la Planète Terre puisse marcher vers la guérison. Qui serait si important héros et gardien? Dieu répondit que tout était dans les mains de Notre- Dame Education, qui pourrait aider les Mots qui arrivaient encore à lutter. Personne ne comprenait, cependant, pourquoi Elle aurait ce rôle, puisqu’elle était faible et que ses conseils étaient mal compris par nous. Dieu a expliqué que Notre-Dame Education est la base pour que tous les Hommes et les Femmes du monde des Paroles accomplissent leurs tâches et laissent la Terre organisée et représente, surtout, le chemin pour que les hommes aient conscience de leurs droits et devoirs. Pour cela, Elle doit être prioritaire dans notre monde, car elle est la voie de la réflexion, le dialogue, la liberté et la transformation. De plus, à travers elle, les êtres humains s’aperçoivent qu’ils pourraient changer leur histoire et pourraient voir qu’ils maltraitaient leur planète et leurs semblables. Le Mot sage, toutefois, était malade, car beaucoup n’avaient pas encore accès à ses informations ou, simplement, ne leur donnaient pas la reconnaissance nécessaire. Ainsi, Notre-Dame Espoir et ses partenaires allèrent à la recherche de Notre-Dame Education. Après un certain temps, elles réussirent à la trouver et parlèrent de sa valeur. Ensuite, tous, utilisant ses connaissances, commencèrent à lutter avec beaucoup d’effort pour la guérison de leurs compagnons et des hommes. Les Mots, par conséquent, nous commencions à entrevoir que l’éducation idéale se trouve aussi, au-delà des écoles: elle se trouve dans les livres, dans le respect envers les autres et dans nos attitudes. Dès lors, les Mots luttent pour que nous écoutions Notre-Dame Education et pour que, donc, tous les autres mots soient entendus. Il semble que les êtres humains, finalement soient plus attentifs à ces mots, même si, malheureusement, ne connaissant pas l’existence de la Planète Gardien. Encore... 140 Unesco--•--Folha Dirigida “Educar ou se educar é conhecer os limites do seu mundo e do mundo alheio. É sentir prazer para servir e abordar características da realidade do outro.” Francisco da Silva Santana Faculdades Jorge Amado - Salvador - BA Segundo definição de alguns dicionários, educação é o desenvolvimento das faculdades físicas, morais e intelectuais do ser humano. Então, educação tem a sua importância na estruturação do ser humano, por natureza é inseparável de qualquer aspecto que venha ser nivelado como coisa ou procedimento. Com isso, a educação dar espaço para que haja outras modalidades com determinadas prioritárias. A educação não tem um fim nela mesma. Tudo é construído e acrescentado. E será sempre imperativo que haja um tempo para ensinar e aprender. É na educação que se encontra o óbvio de várias questões. A educação não se faz no estreitamento, tampouco na exatidão, ela é pluralista. Colocá-la na disputa da sua importância ou da sua prioritária é como se desejasse que o sangue ficasse fora da veia ou vice-versa. Ela é uma camada de passadio para qualquer indivíduo. Somos a educação que tivemos e teremos no decorrer das nossas vidas e, com essa objetividade, nos tornaremos peças ativas para sua praticidade. A importância da educação é sublime e estritamente necessária para desenvolver um mundo de pessoas melhores em atitudes e comportamentos. Já que ela é inerente ao ser humano. E como tal, é um pilar de sustentação para qualquer nação. A educação jamais deveria ser vista como um conteúdo de aprendizagem-técnico, e sim, como uma contextualização para a convivência e para a subsistência. A educação deve ter enfoque no direcionamento do eu, para todos e para o mundo. Ou seja, uma educação para o eu – como indivíduo agente de ações e reações, a educação para todos – com os devidos dispositivos dos seus direitos, deveres e obrigações e a educação para o mundo – com a perspectiva de analisar a necessidade do outro sem que haja a imposição ou a cassação dos seus direitos. Educar ou se educar é conhecer os limites do seu mundo e do mundo alheio. É sentir prazer para servir e abordar características da realidade do outro. Assim sendo, a educação é nada mais ou nada menos que uma metodologia humanitária que carece de uma retratação considerável, para reproduzir e ampliar as condições mínimas cabíveis para nossa convivência. E tê-la dentro do contexto da sua importância ou da sua prioridade, não é relevante – já que a educação é essencialmente intrínseca ao ser humano. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 141 “To educate others or yourself means to know the limits of your world and the world of the others. It means having pleasure in serving and approaching characteristics of the reality of others.” According to the definition of some dictionaries, education is the development of physical, moral, and intellectual abilities of the human being. Therefore, education has its importance in structuring the human being, by nature inseparable from any aspect that may be leveled as things or proceedings. With that, education gives space so that there are other modalities with certain priorities. Education doesn’t end in itself. Everything is built and added. And it will always be imperative that there is a time to teach and a time to learn. It is in education that the obvious of many questions are found. Education is neither narrowness nor exactitude, it is pluralist. Placing it in the competition for its importance or priority is as if we wanted that blood ran outside the veins or vice-versa. It is a layer of daily food to anyone. We are the education we had and will have throughout our lives, and with this objectivity, we will become active pieces to its practicality. The importance of education is sublime and strictly necessary to develop a world of better people in attitudes and behaviors. Once it is inherent to the human being. And as such, it is a supporting pillar to any nation. Education should never be seen as a content of technical apprenticeship, but a contextualization for living together and its subsistence. Education would be focused on guiding the I, for everyone and for the world. That is, an education to the me – as an individual agent of actions and reactions, education for everyone – with the proper devices of their rights, duties and obligations, and education for the world – with the perspective of analyzing the necessity of the other, without impositions or cassation of their rights. To educate others or yourself means to know the limits of your world and the world of the others. It means having pleasure in serving and approaching characteristics of the reality of others. That way, education is nothing more, or less, than a humanitarian methodology that lacks a considerable image to reproduce and broaden minimal proper conditions to our living together. And have it within the context of its importance or its priority isn’t relevant – once education is essentially intrinsic to the human being. 142 Unesco--•--Folha Dirigida “Eduquer ou s’éduquer c’est connaître les limites de son monde et du monde d’ailleurs. C’est sentir le plaisir de servir et d’aborder les caractéristiques de la réalité de l’autre.” Selon la définition de certains dictionnaires, éducation est le développement des facultés physiques, morales et intellectuelles de l’être humain. Alors, éducation a son importance dans la structuration de l’être humain, par nature est inattendue de tout aspect qui vient se niveler comme chose ou procédé. Ainsi, l’éducation donne espace pour qu’il y ait d’autres modalités avec déterminées prioritaires. L’éducation n’a pas une fin en elle-même. Tout est construit et ajouté. Et il sera toujours impératif qu’il y ait un temps pour enseigner et apprendre. C’est dans l’éducation que l’on trouve l’évidence de plusieurs questions. L’éducation ne se fait pas dans l’étroitesse, ni dans l’exactitude, elle est pluraliste. La mettre dans la dispute de son importance ou de sa priorité, c’est comme si l’on voulait que le sang reste hors de la veine ou vice versa. Elle est une couche de nourriture pour tout individu. Nous sommes l’éducation que nous avons reçue et que nous aurons tout au long de notre vie et, dans cette objectivité, nous deviendrons des pièces actives pour sa practicité. L’importance de l’éducation est sublime et strictement nécessaire pour développer un monde de personnes meilleures en attitudes et comportements. Puisqu’elle est inhérente à l’être humain. Et comme telle, est un pilier de soutien de n’importe quelle nation. L’éducation ne devrait jamais être vue comme un contenu d’apprentissage technique, mais comme une contextualisation de la convivialité et pour la subsistance. L’éducation doit cibler le moi, pour tous et pour le monde. Soit, une éducation pour le moi– comme individu agent d’actions et de réactions, l’éducation pour tous – avec les dispositifs dus de leurs droits, devoirs et obligations et l’éducation pour le monde – dans la perspective d´analyser la nécessité de l’autre sans qu’il y ait imposition ou cassation de ses droits. Eduquer ou s’éduquer c’est connaître les limites de son monde et du monde d’ailleurs. C’est sentir le plaisir de servir et d’aborder les caractéristiques de la réalité de l’autre. Ainsi, l’éducation n’est rien de plus ou moins qu’une méthodologie humanitaire manquant d’une rétractation considérable, pour reproduire et agrandir les conditions minimums qui incombent à notre convivialité. Et l’avoir dans le contexte de son importance ou de sa priorité, n’est pas relevant – car l’éducation est essentiellement intrinsèque à l’être humain. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 143 “...a educação não é importante ou prioritária. Na realidade, ela está acima de tudo isso porque é essencial para o pleno gozo de nossa razão...” Franey Reitz Faculdades Porto-Alegrenses – FAPA - Porto Alegre - RS “O poeta estava parado Apenas sentindo E não apenas sonhando... Durante muito tempo acreditou-se que a ciência poderia explicar qualquer questão e que os números estariam inseridos na essência de tudo aquilo que se faz presente nesta realidade. Através da educação passamos a visualizar a busca pela sabedoria como uma estrada de sentido único. Suas bases estariam sustentadas por regras e padrões concernentes a um modelo de pensar e agir previamente estabelecido. Enquanto o papel do educador limitava-se a transmissão desse conhecimento, a expressão mais vívida de uma verdade absoluta dependia de uma possível comprovação empírica. Se pararmos para analisar, ainda que superficialmente, perceberíamos que esta noção seqüencial, sistemática e contínua compete apenas à essência primitiva de tudo que se vislumbra por “dever ser”. Os valores numéricos que compõe até mesmo as estruturas de uma bela melodia de Chopin são únicos, mas nem por isso, impossibilitaram sua flexibilização para o aprimoramento da obra. E o que pretendo dizer-lhes com tudo isso? O homem é um ser inacabado, ou seja, uma obra de arte ambulante dotada de singularidade absurda, cujo aprimoramento depende de uma troca positiva de valores e conhecimento continuamente. Foi com a Metafísica de Aristóteles que aprendi a ultrapassar os limites da primeira impressão. Goethe me ensinou que mau juiz é só o olhar da gente e que não importa o lugar que se ocupa pelos palcos da vida, mas o papel que nele se desempenha. Com ele aprendi que apenas valoramos com maior apreço aquilo que há no outro porque sentimos demasiado as nossas imperfeições. Com Dom Quixote aprendi a nunca desistir de um sonho ou de percorrer pelos caminhos da verdade. Já com Richard Bach aprendi que vê mais longe a gaivota que voa mais alto...aprendi a observar e calar....ganhei asas para voar! Com Mozart aprendi a escutar a melodia dos pingos de chuva que batem na vidraça como lágrimas de viúva carregadas de emoção. Khalil Gibran me ensinou que as raízes do frutífero e do infrutíferos encontram-se cravadas no silencioso coração da terra. Ele me ensinou que o amor está na essência de tudo, mas quem lhe sustenta e dignifica é o respeito. Dante me ensinou a pensar no impensável, ou seja, me ensinou a vislumbrar a consciência humana como uma justiceira impiedosa e incansável. Esta 144 Unesco--•--Folha Dirigida corrupção que assola a política do nosso país me ensinou que a verdade sempre floresce como as flores da primavera. Sua aparição independe da vontade do homem porque é um princípio de Deus. Só nos resta proferir os dizeres de Hamlet: “Há algo de podre no reino da Dinamarca!”. Parece-me que a maior parte das pessoas já perdeu a sua fé e o amor por elas mesmas para ficarem tão distante e alheias à proposta divina. Minh’alma vaga por romances de 1900, tragédias de Shakespeare, solilóquios e poemas de Goethe. Minh’alma vaga! Mas o meu conforto reside no regaço ilusório da poetisa imortal do meu coração, Florbela Espanca. Foi através das palavras desta mulher que percebi que possuo em meu peito um insano astro em forma de coração. Ela me ensinou a ser como a hera rude que entende a linguagem do muro, e, desta forma, consegui reconhecer o poeta errante que se esconde no âmago do meu ser. Com Olavo Bilac aprendi que só quem ama é capaz de ouvir e entender as estrelas. Com Paulo Coelho aprendi que as coisas simples são as mais extraordinárias e percebi que a “sorte” está intimamente ligada ao comportamento. Milton Nascimento me disse que o solo é sagrado e alimenta de horizontes o tempo acordado de viver. Com Alexandre Dumas aprendi a amar e libertar. Ele me ensinou que neste mundo existem sábios e sabedores, ou seja, enquanto uns são agraciados pela memória outros se fazem pela filosofia. Com a Rebelião de Lúcifer percebi que ainda tenho um mundo todo por conhecer. Percebi que existem inúmeros universos dentro deste nosso universo. Com os formigas do meu pátio (enquanto brincava de Zeus) aprendi que somente a paciência e a luta constante são capazes de nos contemplar com coisas sólidas e duráveis. Com as minhas três filhas felinas aprendi a reconhecer uma amizade fiel, sincera e verdadeira. Minha santa mãe me ensinou (entre tantas coisas) que o silêncio responde qualquer questão e que cada vida é um livro na biblioteca de Deus. Com os meus professores aprendi que é através do nosso proceder que devem refletir os valores que pretendemos transmitir ao outro. Aprendi que apenas realizamos um bom trabalho quando fazemos as coisas com paixão. Com as minhas notas baixas aprendi que os números não dizem absolutamente nada quanto ao conhecimento adquirido por uma pessoa que apenas está desabrochando no ramo do saber. Apesar de já ter aprendido inúmeras coisas do amanhecer ao anoitecer...apesar de estar aprendendo todo os dias novas coisas importantes do amanhecer ao anoitecer...uma única certeza carrego comigo e não tenho dúvidas em dizer que foi com a minha família que aprendi o que realmente é importante. Foi com todos eles que aprendi que o tempo é o elemento mais preciso e perfeito a serviço da natureza. Aprendi que o importante é tentar ser aquilo que melhor se pode ser com toda a sinceridade. Sendo assim, não tenho dúvidas em dizer que a educação não é importante ou prioritária. Na realidade, ela está acima de tudo isso porque é essencial para o pleno gozo de nossa razão, para o desenvolvimento da dignidade humana, para a prosperidade de qualquer nação. Somente através dela é que conseguiremos transpor barreiras preconceituosas para unirmos as mãos em prol do bem comum. O mundo é um grande útero e as intempéries (de todos os gêneros que assolam os nossos dias) são como as dores do parto. Qual de nós conseguirá formar-se com integridade a fim de receber como condecoração a liberdade do espírito? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 145 “...Education isn’t important or a priority. In truth, it is above all that because it is essential for the whole enjoyment of our reasoning...” “The poet stood there Only feeling And not only dreaming... For a long time, it was believed that science could explain any questions and numbers would be inserted in the essence of everything present in this reality. Through education, we began to visualize the search for knowledge as a one-way street. Its bases would be supported on rules and standards concerning a previously established thought and action model. While the role of education was limited to transmitting this knowledge, most vivid expressions of absolute truths depended on a possible empirical confirmation. If we stopped to analyze, even superficially, we would notice that this sequential, systematic and continuous notion compete only to the primitive essence of all what was seen as “should be.” The numerical values that compose even the structures of a beautiful melody of Chopin are unique, but that doesn’t mean they make it impossible to make the work of art’s improvement flexible. And what do I intend to say with all that? Man is an unfinished being, that is, an ambulant work of art endowed with an absurd singularity, which improvement depends on a continuous positive exchange of values and knowledge. It was through Aristotle’s metaphysics that I learned to go beyond the limits of the first impression. Goethe taught me that a bad judge is only our view and that it doesn’t matter the place you occupy in the stages of life, but the role that you play. With him, I learned that we only value more what is in the other because we feel our imperfections too much. With Dom Quixote, I learned to never give up a dream or give up trailing the paths of truth. With Richard Bach, I have learned that the gull that flies higher sees farther … I have learned to observe and silence... I was given wings to fly. With Mozart, I have learned to hear the melody of raindrops hitting the glass with widow tears heavy with emotion. Khalil Gibran taught me that the roots of the fruit bearing and the fruitless find themselves thrust in the silent heart of Earth. He has taught me that love is in the essence of everything, but who supports and dignifies it is respect. Dante taught me to think the unthinkable, that is, he taught me to conjecture the human consciousness as merciless and pitiless righteousness. This corruption that devastates our country’s politics taught me that the truth always flourishes like flowers in the spring. Its apparition depends on the will of man because it is a principle of God. It only rests us to pronounce Hamlet’s words: “Something is rotten in the state of Denmark!” It seems to me that most of the people have already lost their faith and love for themselves in order to stay so distant and away from the divine proposal. My soul roams through the Romans of 1900, 146 Unesco--•--Folha Dirigida Shakespearean tragedies, monologues, and poems by Goethe. My soul roams! But my comfort resides in the deluding lap of my heart’s immortal poet, Florbela Espanca. It was through the words of this woman that I noticed that I have an insane planet in form of a heart in my chest. She taught me to be like the rude ivy that understands the wall’s language, and so I was able recognize the errant poet that is hidden in the core of my being. With Olavo Bilac, I’ve learned that only those who love are able to listen and understand the stars. With Paulo Coelho, I’ve learned that the simple things are the most extraordinary and I perceived that “luck” is closely connected to our behaviors. Milton Nascimento told me that the soil is sacred and feeds with horizons, the accorded time to live. With Alexandre Dumas, I’ve learned to love and let go. He taught me that in this world, there are the wise and the learned, that is, while some are bestowed with memory, others make themselves of through philosophy. With the Rebellion of Lucifer, I noticed that I still have an entire world to get to know. I noticed there are countless universes within this universe of ours. With the ants in the courtyard, while I played being Zeus, I’ve learned that only patience and a constant battle are capable of contemplating us with solid and durable things. With my three feline daughters, I’ve learned to recognize a faithful, sincere, and truthful friendship. My saint mother taught me (among so many other things) that silence answers any question and that each life is a book in the library of God. From my teachers, I’ve learned that the values we intend to transmit to others should be reflected through our proceedings. I have learned that we only realize a good job when we do things with passion. With my low grades, I have learned that numbers mean absolutely nothing in relation to the knowledge acquired by a person that is only blossoming in the branch of knowledge. In spite of having already learned countless things at dawn and nightfall... in spite of learning new important things everyday from dawn to nightfall... I carry a single certainty with me and I have no doubts to say it was with my family that I learned what is really important. It was with all of them that I have learned that time is the most precise and perfect element at the service of nature. I have learned that important is to try being the best we can with all sincerity. So being, I have no doubt to say that Education isn’t important or a priority. In truth, it is above all that because it is essential for the whole enjoyment of our reasoning, for the development of human dignity, for the prosperity of each nation. Only through education will we be able to transpose prejudiced barriers and join hands for the common good. The world is a great uterus and all inclemency (of all kinds that devastate our days) is like labor pains. Who among us won’t be able to graduate with integrity in order to receive with awards the freedom of the spirit? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 147 “..l’éducation n’est pas importante ou prioritaire. En réalité, elle est au-dessus de tout cela car elle est essentielle pour la totale jouissance de notre raison...” “Le poète était arrêté Il sentait seulement Et pas seulement en rêvant... Pendant longtemps on a cru que la science pourrait expliquer n’importe quel problème et que les chiffres étaient insérés dans l’essence de tout ce qui se fait présent dans cette réalité. Au travers de l’éducation, nous passons à visualiser la recherche du savoir comme une route à sens unique. Ses bases seraient soutenues par des règles et des modèles concernants un modèle de penser et d’agir déjà établi. Tandis que le rôle de l’éducateur se limitait à la transmission de cette connaissance, l’expression la plus vécue d’une vérité absolue dépendant d’une possible preuve empirique. Si nous nous arrêtons pour analyser, même superficiellement, nous nous apercevrions que cette notion séquentielle, systématique et continue poursuit à peine l’essence primitive de tout ce qui s’entrevoit par “doit être”. Les valeurs numériques qui composent même les structures d’une belle mélodie de Chopin sont uniques, mais même ainsi, rendent impossible leur flexibilité pour le perfectionnement de l’œuvre. Et ce que je prétends vous dire avec tout cela? L’homme est un être inachevé, soit une œuvre d’art ambulante dotée de singularité absurde, dont le perfectionnement dépend d’un échange positif de valeurs et de connaissance continuellement. Ce fut avec la Métaphysique d’Aristote que j’ai appris à dépasser les limites de la première impression. Goethe m’a appris que le mauvais jugement est seulement le regard des gens et que peu importe l’endroit qu’on occupe sur les estrades de la vie, mais le rôle qu’on y joue. Avec lui, j’ai appris que nous ne donnons valeur avec appréciation à ce qu’il y a dans l’autre car nous sentons trop nos imperfections. Avec Dom Quichote j’ai appris à ne jamais désister d’un rêve ou de parcourir les chemins de la vérité. Avec Richard Bach j’ai appris que la mouette qui vole plus haut voit plus loin...j’ai appris à observer et à me taire....j’ai gagné des ailes pour voler! Avec Mozart j’ai appris à écouter la mélodie des gouttes de pluie qui battent sur la vitre comme des larmes de veuve chargées d’émotion. Khalil Gibran m’a appris que les racines du fructueux et du non fructueux se trouvent clouées dans le silence du cœur de la terre. Il m’a appris que l’amour est dans l’essence de tout, mais c’est le respect qui le soutient et le rend digne. Dante m’a appris à penser l’impensable, soit, m’a appris à apercevoir la conscience humaine comme une justicière sans piété et infatigable. Cette corruption qui dévaste la politique de notre pays m’a appris que la vérité fleurit toujours comme les fleurs au printemps. Son apparition ne dépend pas de la volonté de l’homme car c’est un principe de Dieu. Il nous reste donc à proférer les dires d’Hamlet: “Il y a quelque 148 Unesco--•--Folha Dirigida chose de pourri dans le royaume du Danemark!”. Il me semble que la majorité des personnes a déjà perdu la foi et l’amour pour elles-mêmes pour rester si distantes et étrangères à la proposition divine. Mon âme parcourt les romans de 1900, les tragédies de Shakespeare, soliloques et poèmes de Goethe. Mon âme parcourt! Mais mon confort réside dans le giron illusoire de la poétesse immortelle de mon cœur, Florbela Espanca. Ce fut au travers des mots de cette femme que je me suis rendue compte que je possède dans ma poitrine un astre insensé en forme de cœur. Elle m’a appris à être comme le lierre rude qui comprend le langage du mur et, de cette manière, j’ai réussi à reconnaître le poète errant qui se cache, dans le fond de mon être. Avec Olavo Bilac j’ai appris que seul celui qui aime est capable d’entendre et de comprendre les étoiles. Avec Paulo Coelho j’ai appris que les choses simples sont les plus extraordinaires et j’ai vu que la “chance” est intimement liée au comportement. Milton Nascimento me dit que le sol est sacré et alimente d’horizons le temps éveillé de vivre. Avec Alexandre Dumas j’ai appris à aimer et à me libérer. Il m’a appris que dans ce monde il existe des sages et des connaisseurs, soit, tandis que les uns ont été octroyés de la mémoire, les autres se font par la philosophie. Avec la Rébellion de Lucifer j’ai vu que j’avais encore tout un monde à connaître. J’ai vu qu’il existe d’innombrables univers dans notre univers. Avec les fourmis de ma cour (quand je jouais à Zeus) j’ai appris que seules la patience et la lutte constante sont capables de nous apporter des choses solides et durables. Avec mes trois filles félines, j’ai appris à reconnaître une amitié fidèle, sincère et vraie. Ma sainte mère m’a appris (parmi tant de choses) que le silence répond à n’importe quelle question et que chaque vie est un livre dans la bibliothèque de Dieu. Avec mes professeurs, j’ai appris que c’est au travers de notre conduite que les valeurs que nous prétendons transmettre à autrui doivent se refléter. J’ai appris que nous ne réalisons un bon travail que lorsque nous faisons les choses avec passion. Avec les notes faibles j’ai appris que les chiffres ne disent absolument rien sur la connaissance acquise par une personne que s’épanouit à peine dans le domaine du savoir. Bien que j’ai déjà appris d’innombrables choses du lever du soleil au coucher du soleil...bien que j’apprenne tous les jours de nouvelles choses importantes de l’aube au crépuscule...je porte en moi une unique certitude et je n’ai pas de doutes à dire que c’est avec ma famille que j’ai appris ce qui est vraiment important. C’est avec eux tous que j’ai appris que le temps est l’élément plus précis et parfait au service de la nature. J’ai appris que l’important est d’essayer d’être ce que l’on peut être de meilleur avec toute la sincérité. Ainsi, je n’ai pas de doutes à dire que l’éducation n’est pas importante ou prioritaire. En réalité, elle est au-dessus de tout cela car elle est essentielle pour la totale jouissance de notre raison, pour le développement de la dignité humaine, pour la prospérité de n’importe quelle nation. Ce n’est que grâce à elle que nous réussirons à surmonter les barrières de préjugés pour unir nos mains en faveur du bien commun. Le monde est un grand utérus et les intempéries (de tous les genres qui dévastent nos jours) sont comme les douleurs de l’accouchement. Qui de nous réussira à se former avec intégrité afin de recevoir comme décoration la liberté d’esprit? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 149 “...há de se priorizar um modelo específico de educação: o libertário. Não se pode restringir o papel da educação puramente à “formação de indivíduos”. Gabriel Merheb Petrus Universidade Federal do Pará – UFPR - Curitiba - PR Certos desafios do século XXI só serão superados a partir de planos de ação permanente que atuem em nível global. Já foram muitas as tentativas frustradas de solucionar problemas graves como a fome, conflitos entre povos e a pobreza nos países subdesenvolvidos. Porém, raramente se procurou considerar, seriamente, a educação como fórmula eficaz no combate a todos esses males. É necessário, pois, apostar no poder de transformação global e permanente que a educação pode exercer a partir dos atributos que somente ela possui, e que abaixo serão elencados. É hora de priorizá-la, e como projeto global. Dessa forma, tem-se que uma educação global é aquela que, primeiramente, releva valores humanos universais, capazes de se afirmarem acima de qualquer doutrina política ou religiosa. O resultado disso é a consolidação dos direitos humanos como valores superiores dos povos. É necessário considerar também que educação não é um mecanismo que age apenas exteriormente aos problemas, como, por exemplo, medidas de cunho assistencialista. Ela possuiu um caráter de ação interior, pois atinge diretamente a consciência dos indivíduos e, portanto, as raízes dos problemas. Quanto ao investimento na educação, pode-se dizer que ele é o mais rentável e produtivo que existe, pois é multifacetado. Ele é de caráter progressista, pois contribui para a expansão dos ramos das várias ciências; é de caráter humanitário, pois atua na prevenção de inúmeros conflitos e no combate à intolerância; é de caráter solidário, porque contribui para a formação de uma consciência orgânica, de cooperação entre os povos. Além do mais, a educação, caso tratada como meta global, cumprirá papel importante na consolidação dos direitos dos cidadãos do mundo. Isso porque haverá uma ampliação do número de sujeitos de direito que, já instruídos, passarão a requerer plenamente seus direitos perante seus governos e organizações internacionais. E a luta pelo direito, em seu amplo aspecto, é fundamental para a existência de uma cidadania verdadeira, que não seja somente de papel. A busca de um modelo de educação ideal passa também pela construção de uma escola modelo.Essa escola deve ser democrática, a partir da valoração de ideais críticos e interculturais, ao mesmo tempo em que se propõe a ser um local de propagação de 150 Unesco--•--Folha Dirigida uma justiça social. A educação, contudo, não se limita ao ensino. Ela compreende um processo de auto-aprendizado dos educandos, inclusive a respeito de suas respectivas culturas. Por fim, há de se priorizar um modelo específico de educação: o libertário. Não se pode restringir o papel da educação puramente à “formação de indivíduos”. Caso ela se restrinja a essa concepção, a educação assumirá um papel de submissão ao instituído, o que dificultará as lutas pela emancipação dos povos. Lutas essas que, por sua vez, são um dos muitos desafios deste século. A educação libertadora deste século é aquela que garantirá ao educando oportunidades de autodesenvolvimento. A partir disso, os indivíduos, uma vez emancipados, também contribuirão para encontrar soluções para seus problemas locais. É, portanto, um investimento-chave e que, se devidamente priorizado por todos os países da comunidade internacional, provocará uma verdadeira revolução no seio da sociedade contemporânea. Diante do que pode a educação realizar, do vasto campo social que pode atingir e da urgência que temos em buscar alternativas para um mundo melhor, é razoável que a classifiquemos como pertencente à esfera dos direitos fundamentais do homem. Do discurso à ação ou da teoria à prática, encontra-se a fronteira entre considerar a educação simplesmente importante ou fazer dela, realmente, uma prioridade na superação dos inúmeros obstáculos mundiais. _____________________ “...A specific model of education has to be prioritized: the libertarian. Education’s role can’t be limited to the ‘formation of individuals’ only.” Some challenges of the 21st century will only be overcome if permanent actions applied on a global scale are taken. There have already been many frustrating trials to solve serious problems as hunger, conflicts among peoples, and poverty in underdeveloped countries. However, rarely have we sought to seriously consider education as an efficacious formula in the combat against all these evils. So it is necessary to bet on the global and permanent transformation power education is able to exert with qualities only education has, and which will be shown below. It is time to make it a priority and in a global scale. That way, it is believed that a global education first gives importance to universal human values that are capable of keeping strong above any political or religious doctrine. The result of this is the consolidation of the human rights as the peoples’ superior rights. It is necessary to consider as well that education isn’t a mechanism that acts on Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 151 problems only externally, as for example, with assitencialist measures. It works the inside, as it reaches the individual’s awareness directly, and therefore, the roots of the problems. In relation to investments in education, one can say that it is the most profiting and productive investment there is, once it is multifaceted. It has a progressive character, as it contributes to the expansion of the branches of the several sciences; it has a humanitarian character, as it acts in the prevention of countless conflicts and in the combat of intolerance; it has a solidarity character, because it contributes to the shaping of an organic awareness, of cooperation among peoples. In addition, education treated as a global goal, will fulfill an important role in the consolidation of the rights of world citizens. That will be so because there will be increased literacy and people will be able to require their full rights from their governments and international organizations. And the fight for rights, in its broad sense, is essential for the existence of a true citizenship that is not only on the paper. The search for an ideal education model also regards the construction of a model school. This school should be democratic, valuing critical and intercultural ideals, and at the same time, proposing to be a propagation place of social justice. Education, nevertheless, isn’t limited to teaching. It comprehends a process of self-learning by the students, including what regards their respective cultures. At last, we should give priority to a specific education model: the liberating model. You can’t restrict the role of education purely to the ‘shaping of individuals.’ In case it is restricted to this conception, education will assume a submission role, which will make people’s fights for emancipation difficult. Fights that on their turn, are one of this century’s several challenges. The freeing education of this century is one that will guarantee students selfdevelopment opportunities. Once emancipated, individuals will also contribute to find solutions to their local problems. Therefore, a key-investment if properly prioritized by all countries of the international community, will promote a true revolution in the innermost of the contemporary society. Before what education can realize, the vast social field that it can reach and its urgency, we have to find alternatives to a better world; it is reasonable to classify it as pertaining to the sphere of the fundamental rights of men. From discourse to action or from theory to practice, there is a boundary between considering education simply important or really making a priority out of it, in order to overcome the countless world obstacles. 152 Unesco--•--Folha Dirigida “...il faut donner priorité à un modèle spécifique d’éducation: le libertaire. On ne peut pas restreindre le rôle de l’éducation purement à la “formation d’individus”. Certains défis du XXIème siècle seront surmontés à partir de plans d’action permanente qui agissent au niveau global. Les tentatives frustrées de résoudre les problèmes graves comme la faim, conflits entre les peuples et la pauvreté dans les pays sousdéveloppés sont déjà très nombreux. Cependant, on a rarement chercher à considérer, sérieusement, l’éducation comme formule efficace pour le combat de tous ces maux. Il est nécessaire donc, de parier sur le pouvoir de transformation globale et permanente que l’éducation peut exercer à partir des attributs qu’elle seule possède, et qui seront listés ci-dessous. C’est l’heure de lui donner priorité, et comme projet global. Ainsi, l’éducation globale est celle qui, d’abord, relève les valeurs humaines universelles, capables de s’affirmer au-dessus de n’importe quelle doctrine politique ou religieuse. Le résultat de cela est la consolidation des droits de l’homme comme valeurs supérieures des peuples. Il est nécessaire aussi de considérer que l’éducation n’est pas un mécanisme qui agit à peine extérieurement aux problèmes, comme, par exemple, les mesures d’assistance. Elle possède un caractère d’action intérieure, car elle atteint directement la conscience des individus et, donc, les racines des problèmes. Quant à l’investissement dans l’éducation, on peut dire qu’il est le plus rentable et productif qui existe, car il est à multi facettes. Il a un caractère progressiste, car il contribue à l’expansion des domaines des diverses sciences ; il a un caractère humanitaire, car il agit dans la prévention d’innombrables conflits et dans le combat de l’intolérance ; a un caractère solidaire, car il contribue à la formation d’une conscience organique, de coopération entre les peuples. De plus, l’éducation, dans le cas où elle serait traitée comme objectif global, accomplira un rôle important dans la consolidation des droits des citoyens du monde. Ceci car il y aura augmentation du nombre de sujets de droit qui, déjà instruits, iront exiger pleinement leurs droits devant leurs gouvernements et organisations internationales. Et la lutte pour le droit, dans son ample aspect, est fondamentale pour l’existence d’une citoyenneté véritable, qui ne soit pas seulement en papier. La recherche d’un modèle d’éducation idéale passe aussi par la construction d’une école modèle. Cette école doit être démocratique, à partir de la valorisation d’idéaux critiques et inter-culturels, en même temps qu’elle se propose à être un lieu de propagation d’une justice sociale. L’éducation, donc, ne se limite pas à l’enseignement. Elle comprend un processus d’auto-apprentissage de ceux qui éduquent, y compris le respect de leurs respectives cultures. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 153 Enfin, il faut donner priorité à un modèle spécifique d’éducation: le libertaire. On ne peut pas restreindre le rôle de l’éducation purement à la “formation d’individus. Dans le cas où elle se restreindrait à cette conception, l’éducation assumerait un rôle de soumission à l’institué, ce qui rendrait difficile les luttes pour l’émancipation des peuples. Ces luttes qui, à leur tour, sont l’un des nombreux défis de ce siècle. L’éducation libertaire de ce siècle est celle qui garantira à l’éduquant des opportunités d’auto-développement. A partir de cela, les individus, une fois émancipés, contribueront aussi à trouver des solutions à leurs problèmes locaux. C’est donc un investissementclef et qui, s’il est dûment rendu prioritaire par tous les pays de la communauté internationale, provoquera une véritable révolution au sein de la société contemporaine. Face à ce que peut réaliser l’éducation, du vaste champ social qu’elle peut atteindre et de l’urgence que nous avons à chercher des alternatives pour un monde meilleur, il est raisonnable que nous la classions comme appartenant à une sphère des droits fondamentaux de l’homme. Du discours à l’action ou de la théorie à la pratique, on trouve une frontière entre considérer l’éducation simplement importante ou en faire, réellement, une priorité pour surmonter les innombrables obstacles mondiaux. 154 Unesco--•--Folha Dirigida “A educação deve ser ressignificada, por meio de projetos modernos e otimistas, considerando as possibilidades da natureza humana e do ponto de vista histórico...” Geisa Fróes de Freitas Universidade Estadual de Feira de Santana - Feira de Santana – BA Educação: a protagonista da modernidade Importante?Prioritária? É um desafio situar a educação diante de sua tamanha relevância na história das sociedades humanas e a prioridade que esta teria entre os demais aspectos sociais e/ou humanísticos. Como então dissociar importância e prioridade? Antes de qualquer definição é indispensável analisar qual o papel da educação no mundo, já que esta, a princípio, visa o desenvolvimento global de uma nação. Cada período da história, como também cada civilização possuem óticas diferentes de acordo com suas necessidades social-política- econômica e cultural, por isso a educação foi, e é vista por várias dimensões e ideologias. Com o advento da modernidade, juntamente a era global, nasce a necessidade de conhecer as mais variadas áreas do conhecimento e culturas, os avanços tecnológicos e científicos, assim como a busca incessante do homem de compreender a si e o mundo que o cerca. No entanto, nota-se que as prioridades da modernidade estão voltadas para o desejo material, a extrema urgência de lucros; E, segundo, este molde a educação encontra-se excluída, vagando pelas ruas como objeto esfarrapado, perifericamente...enquanto isso fomentam as desigualdades e injustiças sociais. Vazia de humanismo quando confrontados os interesses humanos e os do mercado capitalista. Seria indigno focalizar a educação apenas do ângulo mercadológico, pois assim anula-se sua concepção e minimiza também os valores que esta possui, enquanto instrumento de cidadania. A educação deve ser ressignificada, por meio de projetos modernos e otimistas, considerando as possibilidades da natureza humana e do ponto de vista histórico, porque contribui para libertação dos seres, situando o indivíduo na sociedade e no mundo. Compreender a educação, é vê-la como esperança da libertação social daqueles que desfrutassem dos benefícios que a mesma promete. Por isso, entre tais reflexões, pousou nos meus pensamentos a idéia de que muitos sonhos possíveis podem tornar-se inviáveis, pelo excesso de desesperança, especialmente para aqueles que não permitem e que não acreditam no poder de criação e libertação da educação, e desta forma, atrofia-se tal poder. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 155 A elevação urgente de qualidade na educação mundial, preferencialmente nos países pobres, passa pela conscientização dos governos e dos povos, pelo direito universal a educação e pelo resgate dos valores educacionais, do prazer e afetividade que sustenta a relação entre educandos e educadores. Nesse contexto, percebe-se que educar é o verbo da formação, da transformação, da decisão, da ruptura, da opção, da ética, do crescimento de um país e de melhoria de qualidade de vida de seus cidadãos. Refletir educação, sonhar sonhos possíveis...espero na próxima crônica, estar tecendo palavras sobre as melhorias e avanços educacionais, que elas ganhem, num futuro bem próximo uma dimensão real de sua prioridade no mundo, sendo portanto, a protagonista da modernidade. _____________________ “Education should be re-signified through modern and optimist projects, considering the possibilities of the human nature and the historical point of view…” Education: modernity’s protagonist Important? A priority? It is a challenge placing education before its considerable relevance in the history of human societies and the priority that it would have among the remaining social and or humanistic aspects. How then, to dissociate importance from priority? Before any definition, it is indispensable to analyze which is the role of education in the world, as initially, it views the global development of a nation. Each period of history, as well as each civilization has different views according to their social, economical and cultural needs, and that is why education was and is still, seen though several dimensions and ideologies. With the advent of modernity, together with the global age, surfaces the need to know the most varied areas of knowledge and cultures, the technological and scientific advancements, as well as Man’s incessant search to comprehend himself and the world around him. However, we can see that the priorities of modernity are turned to achieving material desires and an extreme urgency for profits. Second, this form of education has been excluded and is drifting through the streets as a rotten object, peripherally, fomenting social inequalities and injustices. Devoid of humanism when faced with the human and the capitalist market interests. It would be undignified to focus on education only from the marketing angle, for its conception and its values are annulled and minimized as an instrument of citizenship. 156 Unesco--•--Folha Dirigida Education should be re-signified through modern and optimistic projects, considering the possibilities of human nature and from the historical point of view, because it contributes to the liberation of beings, placing the individual in society and in the world. Comprehending education is to see it as the hope of social freedom by those who would enjoy the benefits it promises. That is why, between such reflections, landed in my thoughts the idea that many possible dreams can turn out unrealizable, for the excess of hopelessness, especially by those who do not allow nor believe in education’s power of creation and liberation, therefore, atrophying such power. The urgent need for the world education quality’s improvement, especially in poor countries, goes through the awareness of governments and peoples, through the universal right to education and through the rescue of educational values, pleasure and devotion that sustain the relation between teachers and students. In this context, we can notice that to educate is the verb of formation, transformation, decision, rupture, and ethics, of the growth of a country and of the improvement of the living standards of its citizens. Reflect on education, dream possible dreams... I hope to be writing words about improvements and advancements on my next chronicle, and that they may achieve, very shortly, the real dimension of their priority in the world, being therefore, the protagonist of modernity. _____________________ “Nous devons donner une nouvelle signification à l’éducation, au moyen de projets modernes et optimistes, considérant les possibilités de la nature humaine et du point de vue historique...” Education: la protagoniste de la modernité Important? Prioritaire? C’est un défi de situer l’éducation face à une telle importance dans l’histoire des sociétés humaines et la priorité que celle-ci aurait entre les autres aspects sociaux et/ou humanitaires. Comment alors dissocier l’importance et la priorité? Avant toute définition, il est indispensable d’analyser quel est le rôle de l’éducation dans le monde, celle-ci, en principe, visant au développement global d’une nation. Chaque période de l’histoire, comme aussi chaque civilisation possèdent des optiques différentes selon leurs nécessités sociales politiques économiques et culturelles, pour cela l’éducation a été et est vue par de nombreuses dimensions et idéologies. Avec l’arrivée de la modernité, ensemble avec l’ère globale, naît la nécessité de Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 157 connaître les domaines les plus variés de la connaissance et des cultures, les progrès technologiques et scientifiques, ainsi que la recherche incessante de l’homme à se comprendre soi-même et le monde qui l’entoure. Toutefois, on note que les priorités de la modernité sont tournées vers le désir matériel, l’extrême urgence de profits ; Et, selon ce moule, l’éducation se trouve exclue, parcourant les rues comme objet déguenillé, périphériquement...tandis qu’ils complotent les inégalités et les injustices sociales. Vide d’humanisme quant sont confrontés les intérêts humains et ceux du marché capitaliste. Il serait indigne de focaliser l’éducation à peine sous l’angle de marché car ainsi s’annule sa conception et les valeurs qu’elle possède sont minimisées, en tant qu’instrument de citoyenneté. Nous devons donner une nouvelle signification à l’éducation, au moyen de projets modernes et optimistes, considérant les possibilités de la nature humaine et du point de vue historique car elle contribue à la liberté des êtres, situant l’individu dans la société et dans le monde. Comprendre l’éducation, et la voir comme espoir de libération sociale de ceux qui jouiraient des bénéfices que celle-ci promet. Pour cela, entre telles réflexions, s’est posée dans mes pensées, l’idée que beaucoup de rêves possibles peuvent devenir inviables, à cause de l’excès de désespoir, spécialement pour ceux qui ne permettent pas et qui ne croient pas au pouvoir de création et de libération de l’éducation, et de cette forme, ce pouvoir s’atrophie. L’élévation urgente de qualité dans l’éducation mondiale, préférentiellement dans les pays pauvres, passe par la prise de conscience des gouvernements et des peuples, par le doit universel à l’éducation et par le sauvetage des valeurs éducationnelles, du plaisir et de l’affection qui entretient la relation entre les éduquants et les éducateurs. Dans ce contexte, on s’aperçoit qu’éduquer est le verbe de la formation, de la décision, de la rupture, de l’option, de l’éthique, de la croissance d’un pays et de l’amélioration de la qualité de vie de ses citoyens. Réfléchir sur l’éducation, rêver des rêves possibles...j’espère dans la prochaine chronique, tisser des mots sur les améliorations et les progrès éducationnels, qu’ils gagnent, dans un avenir bien proche une dimension réelle de sa priorité dans le monde, étant pour autant la protagoniste de la modernité. 158 Unesco--•--Folha Dirigida “Educação é viver em função, amar sem questão, e ouvir com perdão. Não adianta formar sem antes criar, e não adianta criar se não for formar.” George Okechukwu Maha Instituto de Educação Superior de Brasilia – IESB - Brasília – DF Às vezes me surpreendo a relembrar memórias da minha infância escolar. Lembrome do meu primeiro dia na escola, mamãe e papai me levaram a uma sala diferente, e eu berrava com um grito estridente. Sem entender por que, sem entender pra que, enquanto eu chorava de um lado uma mulher bem bonita, parecida com mamãe sorria e de braços abertos esperava me abraçar. Relutei por alguns minutos, mas não sei se foi por falta de “choro” ou pelo simples e lindo gesto de consolo... cedi. Aos poucos fui me silenciando até finalmente me encontrar nos braços fraternos daquela tia. Tenho deste dia risos de minhas lembranças, me recordo das brincadeiras, dos colegas apresentados pela professora e também dos “podes e não podes fazer”. Gostei tanto daquele dia que permaneceu marcado em minha memória, mas o bom mesmo foi descobrir que tinha alguém bem parecido com a minha mãe que me amava. Eu cresci, sai daquela escolinha e fui para outras bem maiores, conheci diversos tipos de pessoas, aprendi diversos tipos de coisas. Aprendi que tenho que estudar e trabalhar muito para ser alguém na vida, meus pais ainda acreditam que um dia serei um médico. Muitas vezes me pergunto por quê? Por que tanta pressão? Por vezes, ouvia que isso era Educação, o necessário virou imposição, mesmo que em sua totalidade não fosse prioridade. As pessoas se desentendem mais facilmente do que se compreendem, vejo anúncios de governos falando sobre o erradicar do analfabetismo, ou a promoção do profissionalismo, mas tais declarações apenas exprimem dosagens, dosagens que dependem do grau de satisfação e do interesse da cidade ou município em questão. Na evolução de nossa historia, vivemos em estações. Houve a estação da primavera na qual um dia foi bom educar, valores brotavam de mentes pequenas medias e grandes, todos preocupados com a sociedade e o seu futuro. Tal preocupação não percebeu que não passava de uma estação, e pela ironia do nosso país o verão deu lugar ao outono, e com o cair das folhas caíram também os sonhos. Hoje a educação não passa de uma profissão, e por ser assim, depende do seu retorno em cifras que podem alcançar um milhão. Mas será que é isso mesmo? Será que aquela minha linda professora do sorriso carinhoso já sabia de tudo isso? E mesmo assim me escondeu estes segredos? Ai se eu soubesse antes, teria tirado dez em todas as provas e mostrado aos meus pais que posso ser um ótimo cidadão que sabe trabalhar e ganhar um milhão... Será que minha professora já tinha ganhado o seu milhão? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 159 Lembro também, que ela me disse que educar é dar, e mesmo quem não tem, pode dar. Que o dar é amar, pois o educar é viver, viver e perceber que o próximo precisa de você, precisa pra saber que o seu nascer tem um sentido de ser. Ah... Lembro bem, que da sua graça ela disse e me fez crer que Educação não é uma prioridade, mas sim uma forma feliz de se viver. Educação não cabe em estação, e se fosse tempo, não se trataria em hora ou data, muito menos em agenda. Educação é viver em função, amar sem questão, e ouvir com perdão. Não adianta formar sem antes criar, e não adianta criar se não for formar. Bem, se educar for mesmo viver, quero pra sempre viver feliz. Quem me dera, se meu vizinho do terceiro andar tivesse estudado na mesma escola da minha querida e amada tia, ops... Digo professora. _____________________ “Education means living for something, loving without questions, and listening with forgiveness. It is no use to form before creating, and it is no use to create if we won’t form.” Sometimes I am surprised when I recall my school times. I remember my first day at school, mother and father took me to a different room, and I screamed with a strident shout. Without understanding why, without knowing what for, I cried beside a quite beautiful lady, like my mother. She smiled and waited with open arms to hug me. I was reluctant for some minutes, but I don’t know if it was for lack of “crying” or for the simple and beautiful gesture of consolation. I gave in. Little by little, I became quieter until I finally found myself in the arms of that teacher. Of this day, I have memories, I recall games, friends introduced by the teacher and the “dos and don’ts.” I liked that day so much that it stayed in my mind, but what was really good was to discover that there was someone like mother that loved me too. I grew, left that little school, and went to others much bigger, I met several types of people, and learned several types of things. I learned that I have to study and work a lot to become someone in life; my parents still believe that I will be an excellent doctor one day. Many times, I ask myself the reason for so much pressure. Sometimes I would hear this was Education, the necessary became imposition, even if it wasn’t entirely a priority. People misunderstand one another more easily than otherwise, I see advertisements of governments talking about eradicating analphabetism, or the promotion of professionalism, but these declarations only express dosages, dosages that depend on the degree of satisfaction and interest of the city or county in question. 160 Unesco--•--Folha Dirigida We live in seasons along the evolution of our history. There was the spring season, in which it was good to educate and at some point values sprouted of small, medium, and great minds, and everyone was concerned about society and its future. These concerns didn’t notice they went through seasons, and ironically for our country, the summer gave place to autumn and with the falling of the leaves, dreams were also falling. Today education isn’t but a profession and for being so, it depends on its rewards, figures that can reach a million. But I wonder is that it? I wonder if that beautiful teacher with a sweet smile already new all of that? And even so hid all these secrets? If I only knew it before, I would have made a 10 in all exams and showed my parents that I can be a great citizen that knows how to work and make a million… had my teacher already made her million then? I also remember that she had told me that educating means giving, that even those who don’t have can give. That giving is loving, for educating is living, live and notice that the fellow men need you and need to know in order to know that being born has a meaning to be. Oh... I remember well, that with all her grace she said and made me believe that Education isn’t a priority, but a happy way of living. Education doesn’t fit in seasons, and if it were time, wouldn’t be about hours or dates, much less agendas. Education means living to love, loving without question, and listening with forgiveness. In doesn’t make sense to form without creating first, and it doesn’t make sense to create if we won’t form. Well, if educating is really living, I want to live happy forever. I wish my neighbor of the third floor had studied in the same school of my dear and loved teacher. _____________________ “Education c’est vivre en fonction, aimer sans question et écouter avec pardon. Rien ne sert de former sans créer auparavant, et rien ne sert de créer sans former.” Parfois je me surprends à me souvenir les mémoires de mon enfance scolaire. Je me souviens de mon premier jour à l’école, maman et papa m’avaient amené dans une salle différente, et je hurlais d’un cri strident. Sans comprendre pourquoi, sans comprendre pour quoi, tandis que je pleurais d’un côté une femme très belle, ressemblant à maman souriait et les bras ouverts attendait de m’embrasser. Je résistais quelques minutes, mais je ne sais pas si ce fut par manque de “pleur” ou par le simple et beau geste de consolation... je cédais. Petit à petit je me taisais jusqu’à finalement me retrouver dans les bras fraternels de cette dame. Aujourd’hui je ris de ces souvenirs, je me rappelle des jeux, des collègues présentés par la professeur et aussi des “tu peux et ne peux pas faire”. J’ai tellement aimé ce jour-là Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 161 qu’il est resté marqué dans ma mémoire, mais le meilleur a été de découvrir qu’il y avait quelqu’un qui ressemblait beaucoup à maman qui m’aimait. J’ai grandi, ai quitté cette petite école et suis allé dans d’autres bien plus grandes, j’ai connu différents types de personnes, j’ai appris divers genres de choses. J’ai appris que je dois étudier et travailler beaucoup pour être quelqu’un dans la vie, mes parents croient encore qu’un jour je serai médecin. Bien des fois je me demande pourquoi? Pourquoi tant de pression? Parfois, j’entendais que cela était Education, le nécessaire se transforma en imposition, même si dans sa totalité ce n’était pas priorité. Les personnes ne s’entendent pas plus facilement qu’elles se comprennent, je vois des annonces de gouvernements sur l’éradication de l’analphabétisme, ou la promotion du professionnalisme, mais de telles déclarations expriment seulement des dosages, dosages qui dépendant du degré de satisfaction et de l’intérêt de la ville ou de la municipalité en question. Dans l’évolution de notre histoire, nous vivons en saisons. Il y a eu la saison du printemps dans laquelle un jour il fut bon d’éduquer, valeurs poussaient d’esprits petits, moyens et grands, tous préoccupés par la société et son avenir. Cette préoccupation n’a pas vu que ce n’était qu’une saison, et par l’ironie de notre pays, l’été a donné place à l’automne, et les feuilles tombant, les rêves aussi sont tombés. Aujourd’hui l’éducation n’est qu’une profession, et pour en être ainsi, dépend de son retour en chiffres qui peuvent atteindre un million. Mais est-ce vraiment cela? Ma belle professeur au sourire affectueux savait-elle déjà tout cela? Et même ainsi elle m’a caché ces secrets? Si je l’avais avant, j’aurais eu dix à tous mes examens et j’aurais montré à mes parents que je peux être un excellent citoyen qui sait travailler et gagner un million ... Ma professeur avait-elle déjà gagné son million? Je me souviens aussi, qu’elle m’a dit qu’éduquer c’est donner, et même si on a rien, pouvoir donner. Que le fait de donner c’est aimer, car éduquer c’est vivre, vivre et percevoir que le prochain a besoin de vous, a besoin pour savoir que sa naissance a le sens d’être. Ah... je me souviens bien qu’elle m’a dit et m’a fait croire que l’Education n’est pas une priorité, mais plutôt une forme heureuse de vivre. Education ne convient pas à saison, et si c’était l’époque, il ne s’agirait pas d’heure ou de date, encore moins d’agenda. Education c’est vivre en fonction, aimer sans question et écouter avec pardon. Rien ne sert de former sans créer avant, et rien ne sert de créer sans former. Bien, si éduquer est vivre, je veux vivre heureux pour toujours. Ah, si mon voisin du troisième étage avait étudié dans la même école de ma chère et aimée tante, op.... Je dis professeur. 162 Unesco--•--Folha Dirigida “Porém é tanta informação. Que acaba-se priorizando coisas que não tem importância alguma.” Gilcilene Correia de Lima UEM - Goioerê - PR Um giro... 360º graus...é tão matemático; Mas o sistema não funciona É uma questão de ângulo Mas quase ninguém chega aos 180º graus Os interesses se encaixam Mas, quase ninguém chega aos 180º graus É difícil priorizar, Claro que educação é essencial Mas os valores foram distorcidos Educação é prioridade, pois é importante? Educação é importante, pois é prioridade? Parece tão complexo... Mas é só uma questão de ângulo Será que não somos capazes de girar? É tanta informação... É tanta indisposição... Será que é tão importante priorizar? Será que priorizar é importante Educação importante ou prioridade? Se é assim... Quem vai desistir? Quem vai priorizar? Quem vai importar-se? Se banalizam situações Quem influenciam no giro E ninguém assume a culpa Ninguém assume a coroa Nas as contas estão gordas Se é assim... Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 163 A ética é abstrata E a educação ministério falso Prioridade ou importante? Educação é uma questão de ângulo Um giro de 360º graus Porém é tanta informação Que acaba-se priorizando coisas que não tem importância alguma Educação é o que se tem no final Um giro de 360º graus _____________________ “However, there is so much information. Things that have no importance whatsoever get to be a priority.” A turn... 360º degrees... it is so mathematic; But the system doesn’t work It is a question of angle But almost no one reaches the 180º degrees Interests fit one another But almost no one reaches the 180º degrees It is hard to set priorities, Of course education is essential But values have been distorted Is Education a priority because it is important? Is Education important because it is a priority? It seems so complex... But it is just a question of angle Would we not be able to turn? There is so much information... There is so much indisposition... Would it be so important to prioritize? Would prioritizing be important? Education, important or a priority? If that is it... Who will give up? Who will prioritize? 164 Unesco--•--Folha Dirigida Who will care about it? Situations that influence the turn Are trivialized And no one takes on the fault No one assumes the crown The accounts are fat If that is it... Ethics is abstract And education a false portfolio Priority or important? Education is a question of angle A 360-degree turn However there is so much information That we end up prioritizing things of no importance whatsoever Education is what you have in the end A 360-degree turn _____________________ “Cependant, c’est tellement d’information. Que l’on finit par rendre prioritaires des choses qui n’ont aucune importance.” Un tour... 360º degrés...c’est si mathématique ; Mais le système ne fonctionne pas C’est une question d’angle Mais presque personne n’arrive aux 180º degrés Les intérêts s´emboitent Mais presque personne n’arrive aux 180º degrés Il est difficile de rendre prioritaire, Bien sûr que l’éducation est essentielle Mais les valeurs ont été faussées Education est priorité, car elle est importante? Education est importante, car elle est priorité? Cela semble si complexe ... Mais c’est seulement une question d’angle Ne sommes-nous pas capables de tourner? Tant d’information... Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 165 Tant d’indisposition... Est-ce si important de rendre prioritaire? Rendre prioritaire est important Education importante ou priorité? S’il en est ainsi... Qui va désister? Qui va rendre prioritaire? Qui va s’en importer? S’ils banalisent les situations Qui influencent le tour Et personne n’assume la faute Personne n’assume la couronne Mais les comptes sont gras S’il en est ainsi... L’éthique est abstraite Et l’éducation ministère faux Priorité ou importante? Education est une question d’angle Un tour de 360º degrés Cependant tant d’information Que l’on finit par donner priorité à des choses qui n’ont pas d’importance Education est ce que l’on a à la fin Un tour de 360º degrés 166 Unesco--•--Folha Dirigida “...penso que Educação é prioridade, que deve ser dada a todo ser humano, independente de cor, raça, condição social ou credo e que esta deve ser estimulada, primeiramente, na família...” Gisele Milan Universidade Estadual de Ponta Grossa - Ponta Grossa - PR Mês de novembro, plena primavera, manhã quente, ipês repletos de flores roxas enfeitam não apenas suas árvores frondosas, como também, deixam os passeios cobertos de flores caídas na véspera. Bem- te- vis, sabiás são os cantores que não se intimidam com nada e entoam em alto som a sinfonia perfeita onde se misturam outros sons de outras aves e insetos que saúdam o nascer de um novo dia. Ofegante, minha cabeça a mil, conceitos e mais conceitos, uma prova a minha espera, ou melhor, muitas provas. Assim, é a minha entrada na Universidade. Fora dela vejo o mundo com seus contrastes. O gari com sua vassoura procura não deixar nenhuma pétala das flores que forram o chão. Do carrinho de cachorro- quente já vem o cheiro picante dos temperos chamativos da cebola e da mostarda; livrarias, lanchonetes, lojas se abrem. O burburinho da rua me dispersa dos pensamentos tão egoisticamente sobre minha pessoa. Por um instante, sala de aula, provas, trabalhos para serem feitos e entregues em data marcada são obscurecidos por aquilo que meus olhos vêem. Vejo o gari sorrindo, desejando bom- dia aos que se dignam a olhá-lo; o casal que vende cachorro quente, as pessoas que entram em seus respectivos locais de trabalho. Todos têm algo em comum comigo: são pessoas, que como eu, têm o mesmo direito de viver, sonhar, participar, mas nem sempre é isso o que acontece. Para essas pessoas, o dia presente significa lutar pela sobrevivência, para poucos como eu, que tiveram mais sorte, o presente significa o preparo para o futuro. Então penso que Educação é prioridade, que deve ser dada a todo ser humano, independente de cor, raça, condição social ou credo e que esta deve ser estimulada, primeiramente, na família, mantida e aperfeiçoada, posteriormente, pelos órgãos educacionais da sociedade, os quais deverão, com certeza, serem subsidiados por um Governo honesto que almeje uma sociedade mais justa e feliz. Vou para a sala de aula, aprender um pouco mais... Não custa sonhar! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 167 “...I think Education is a priority that should be granted to every human being, regardless of color, race, social condition or creed, and that it should be firstly stimulated in the family...” Month of November, mid-Spring, hot morning, ipê-trees covered by purple flowers adorn not only the leafy trees, but leave the walkways covered by fallen flowers from the previous day. Humming birds and thrushes are the singers that aren’t intimidated by nothing and intonate in high notes the perfect symphony where the sounds of other birds and insects mix, welcoming the breaking of a new day. Breathless, my head racing, concepts and more concepts, an exam to take, or better, many exams. That is my entrance to University. Outside I see a world with its contrasts. The street cleaner with his broom tries not to let a single petal of the flowers that came to the floor. From the hot-dog cart drifts the peppery smell of onion and mustard; bookstores, snack bars, stores open. The street noise diffuses my egoistic thoughts about my self. For an instant, classroom, exams, term papers to be written and delivered on time are obscured by what my eyes don’t see. I see the street cleaner smiling, saying good morning to those who deigned to say good morning to him; the couple that sells hot-dogs, the people that go to their work places. All of them have something in common with me: they are people, who like me, have the same right to live, dream and participate, but that doesn’t happen all the time. To these people, the present day means fighting for survival, to a few like me, who had more luck, the present means preparation for the future. So I think Education is a priority, which should be granted to every human being, regardless of color, race, social condition or creed, and that it should be stimulated, firstly, in the family, and later maintained and improved by society’s educational agents, which should certainly be aided by a honest Government that aims a fairer and happier society. I’m going to class, learn a little more… It doesn’t hurt to dream a little! 168 Unesco--•--Folha Dirigida “...je pense que l’Education est priorité, qu’elle doit être donnée à tout être humain, indépendamment de sa couleur, race, condition sociale ou croyance et qu’elle doit être stimulée, d’abord, en famille...’’ Mois de novembre, en plein printemps, matin chaud, les ipês (arbre) remplis de fleurs violettes décorent non seulement les arbres touffus mais aussi les allées couvertes de fleurs tombées la veille. Bem- te- vis, sabiás (oiseaux du Brésil) sont les chanteurs qui ne s’intimident de rien et entonnent haut la symphonie parfaite où se mélangent d’autres sons d´autres oiseaux et insectes qui saluent la naissance d’un nouveau jour. Haletante, ma tête en ébullition, concepts et encore des concepts, un examen qui m’attend, ou mieux, beaucoup d’examens. Ainsi est mon entrée à l’Université. En dehors de l’Université, je vois le monde avec ses contrastes. Le balayeur avec son balais cherche à ne laisser aucun pétale des fleures qui garnissent le sol. Du chariot du hot-dog vient l’odeur puante des assaisonnements attrayants d’oignon et de moutarde ; les librairies, bars, magasins ouvrent. Le brouhaha de la rue me disperse des pensées si égoïstes sur ma personne. Pendant un moment, salle de classe, examens, devoirs à faire et à remettre à date fixée sont obscurcis par ce que mes yeux voient. Je vois un balayeur sourire, disant bonjour à ceux qui daignent le regarder ; le couple qui vend les hot dog, les personnes qui entrent dans leurs respectifs lieux de travail. Tous ont quelque chose en commun avec moi: ce sont des personnes qui comme moi, ont le même droit de vivre, rêver, participer, mais ce n’est pas toujours ce qui se passe. Pour ces personnes, le jour présent signifie lutter pour la survie, pour peu comme moi, qui ont eu plus de chance, le présent signifie la préparation de l’avenir. Je pense alors que l’Education est priorité, qui doit être donnée à tout être humain, indépendamment de sa couleur, race, condition sociale ou croyance et qu’elle doit être stimulée, d’abord, en famille, maintenue et perfectionnée postérieurement par les organes éducationnels de la société, lesquels devront, certainement, être entretenus par un Gouvernement honnête qui souhaite une société plus juste et heureuse. Je vais dans la salle de classe apprendre un peu plus... Cela ne coûte rien de rêver! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 169 “Enfim, pela leveza da vida, eduque e aprenda!” Gisely Moura Radael Universidade Federal de Minas Gerais - Lagoa Santa – MG Nascemos sem saber quase nada; crescemos descobrindo a importância do aprendizado; amadurecemos quando compreendemos a prioridade da educação no ciclo da vida, nos levando sempre a dar um passo adiante. Dessa forma... Em vez de indignar-se com a dureza da vida, aprenda. Em vez de perder o rumo, aprenda. Em vez de deixar-se cair, aprenda. Em vez de fingir que sabe, aprenda. Em vez de contentar-se em não saber, aprenda. Aprenda, inclusive, que a vida é dura, que rumos são perdidos, que pessoas caem e que, muitas vezes, não sabem das coisas do mundo, mas fingem que sabem. Aprenda, mesmo que seja para depois esquecer. Mas ao menos tenha o que esquecer, o que recordar, o que lhe servir de guia, de base, de conhecimento para tocar a vida. Tente aprender desde cedo sobre aquilo de que gosta, e descobrirá, no mínimo, as coisas de que não gosta. Encante-se com o agradável prazer da descoberta, da revelação, da aprendizagem útil, curiosa, interessante, estimulante. Tenha dúvidas e busque as respostas; permita-se essa satisfação! Para que a ignorância não se torne porta de entrada dos caminhos onde viver é um fardo de peso intolerável. Para que a ausência de simples ensinamentos, não dificulte tanto as boas escolhas. Para que a fragilidade de valores e conceitos não lhe deturpe as boas idéias. Para que o erro, tão comum ao ser humano, não seja fruto, exclusivamente, da falta de educação, da falta de habilidade com a razão humana. Afinal, é cruel a condição de se estar fadado ao erro em função da ignorância. Erro que leva ao fracasso, ao desespero; erro que leva ao caos da miséria e da violência. Por isso aprenda! Por isso ensine! Por isso cobremos que todos tenham a oportunidade de aprender, tanto nas escolas como dentro de casa, nas ruas, no campo, no trânsito, nos bares e restaurantes, nas quadras de esporte, nas lojas de comércio e, por que não dizer, nos estádios de futebol?! Por isso a importância de se contribuir para a construção de uma sociedade global que compreende e valoriza a prioridade da educação, que só reforça o desejo por um sistema menos caótico, menos injusto e que produz menos “escravos da ignorância”, assim como menos vítimas dos erros de todos nós. Enfim, pela leveza da vida, eduque e aprenda! 170 Unesco--•--Folha Dirigida “In short, for the lightness of life, educate and learn!” We are born knowing almost nothing; we grow up discovering the importance of learning. We grow up when we comprehend education’s priority on the cycle of life, always leading us to the next step. That way… Instead of being indignant with the hardness of life, learn. Instead of losing track, learn. Instead of letting yourself fall, learn. Instead pretending you know, learn. Instead of being satisfied in knowing nothing, learn. Learn, even, if life is hard, if tracks are lost, if people fall and if many times, they don’t know about the things of the world, but pretend they do. Learn, even if it is to forget afterwards. At least have something to forget, what to recall, something to guide you, to be your base, your knowledge to go on with life. Try learning soon about the things you like, and you will find at least, the things you don’t like. Be charmed by the delightful pleasure of discovering, of the revelation, of the useful, curious, interesting, stimulating learning. Have doubts and seek answers; allow yourself this satisfaction! So that ignorance doesn’t become the entrance door to the paths in which living is a burden of intolerable weight. So that the absence of simple teachings don’t difficult good choices so much. So that the fragility of values and concepts don’t distort your good ideas. So that errors, so common to the human being, aren’t results, exclusively, from the lack of education, lack of ability to deal with the human reasoning. After all, the condition of being faded to failure due to ignorance is cruel. Errors that lead to failure, to despair; errors that lead to the chaos of misery and violence. So learn! So teach! So let’s demand that everybody has the opportunity to learn, in the schools and inside the homes, in the streets, in the countryside, in the traffic, in the bars and restaurants, in the sport courts, in the stores, and why not say it, in the soccer stadiums? That is the reason for the importance of contributing to the construction of a global society that comprehends and values the priority of education, which only reinforces the desire for a less chaotic system, less unjust, and that produces less “slaves of ignorance,” as well as less victims of the errors of all of us. Finally, for the lightness of life, educate and learn! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 171 “Enfin, pour la légèreté de la vie, éduquez et apprenez!” A notre naissance nous ne savons presque rien ; nous grandissons en découvrant l’importance de l’apprentissage ; nous mûrissons quand nous comprenons la priorité de l’éducation dans le cycle de la vie ;, nous amenant toujours à faire un pas en avant. De cette façon... Au lieu de s’indigner de la dureté de la vie, apprenez. Au lieu de perdre le fil, apprenez. Au lieu de laisser tomber, apprenez. Au lieu de faire semblant de savoir, apprenez. Au lieu de vous contenter à ne pas savoir, apprenez. Apprenez, y compris connaissent pas des choses du monde, mais font semblant de savoir. Apprenez, même s’il faut oublier après. Mais au moins ayez de quoi oublier, de quoi se rappeler, ce qui vous sert de guide, de base, de connaissance pour mener la vie. Essayez d’apprendre depuis tôt sur ce que vous aimez, et vous découvrirez, au minimum, les choses que vous n’aimez pas. Enchantez-vous de l’agréable plaisir de la découverte, de la révélation, de l’apprentissage utile, curieux, intéressant, stimulant. Ayez des doutes et cherchez les réponses ; permettez-vous cette satisfaction! Pour que l’ignorance ne devienne pas la porte d’entrée des chemins où vivre est un fardeau au poids intolérable. Pour que l’absence de simples enseignements, ne rendent pas si difficiles les bons choix. Pour que la fragilité de valeurs et de concepts ne dévie pas les bonnes idées. Pour que l’erreur, si commune à l’être humain, ne soit pas le fruit, exclusivement, du manque d’éducation, du manque de l’habilité avec la raison humaine. En fin de compte, la condition d’être destiné à l’erreur en fonction de l’ignorance est cruelle. Erreur qui mène à l’échec, au désespoir ; erreur qui mène au chaos de la misère et de la violence. Pour cela apprenez! Pour cela enseignez! Pour cela nous voulons que tous aient la chance d´apprendre, aussi bien dans les écoles comme à la maison, dans les rues, à la campagne, dans la circulation, dans les bars et les restaurants, dans les cours de sport, dans les magasins et, pourquoi pas, dans les stades de football?! Pour cela l’importance de contribuer à la construction d’une société globale qui comprenne et valorise la priorité de l’éducation, qui ne fait que renforcer le désir d’un système moins chaotique, moins injuste et qui produit moins “esclaves de l’ignorance”, ainsi comme moins de victimes des erreurs de nous tous. Enfin, pour la légèreté de la vie, éduquez et apprenez! 172 Unesco--•--Folha Dirigida “Assim como o alimento, a educação é indispensável para a vida. Só ela pode fazer com que a dor da fome tenha fim.” Gisele Sousa Gutzmer Borba Universidade Federal Fluminense – UFF - Rio de Janeiro- RJ Educação: o pão que sacia a fome Chovia. Chovia muito e eu mal conseguia enxergar onde estava pisando. Estava cansada e tudo que eu ansiava era deitar e esquecer os problemas. Como se não bastasse a difícil apresentação que teria na semana seguinte, ainda precisava enfrentar mais esse temporal. “Este não pode ser o meu dia”, pensava. Àquela hora, as ruas do centro da cidade estavam quase desertas e eu, motivada pela pressa e receosa da escuridão, andava firme sem olhar para os lados. Pensava no trabalho que deveria apresentar em menos de uma semana e que nem havia começado a escrever. O que dizer da educação além daquilo que já foi dito? Não tinha idéia sobre o que apresentar naquele congresso. Precisava de inspiração e, definitivamente, aquele dia e aquela chuva não me ajudavam. Já cogitava a possibilidade de desistir da minha participação quando notei, espremida na calçada debaixo da marquise de uma confeitaria, a presença do que me pareceu ser uma família. Percebi que havia um casal de adultos, dois jovens e duas crianças. No entanto, esta não parecia ser como as outras milhares de famílias que existem nas ruas do Rio de Janeiro, esta era diferente. Parei para observá-los. Sentados em forma de roda, vestidos com roupas simples e sujas, cada um tinha nas mãos livros esfarrapados e jornais imundos. No centro, um pão francês, convidativo como os livros e os jornais. Mal podia esperar para ver o que aconteceria ali, mas me contive para não interromper aquela espécie de ritual. Todos traziam no rosto um sorriso leve e uma ansiedade como a de um cão que anseia pelo reconhecimento do seu dono. O homem mais velho levanta-se. Com os pés rachados descalços, dá um passo para trás e, dizendo algumas palavras, dá início à atividade. A mulher abre seu livro e lê com dificuldade: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos.” Todos aplaudem, ela senta-se satisfeita e orgulhosa de si. A seguir o jovem rapaz levanta-se, ergue seu jornal e balbucia: “Botafogo diz estar preparado para vencer o campeonato brasileiro”. Desta vez o aplauso veio seguido de algumas brincadeiras. O rapaz sambou e sentou-se contente. Era a vez de uma moça, porém ela não se levanta, lê sentada lentamente: “Só quem ama tem ouvido ca- Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 173 paz de ouvir e de entender estrelas”. Rubra de vergonha a jovem ri e se cala, todos aplaudem com fervor. Pensei que havia acabado, quando as crianças levantam-se e cantam animadas “atirei o pau no gato”. Todos riem e se cumprimentam. Depois de alguns minutos, o mesmo senhor que abriu a atividade encaminha-se ao centro da roda, pega o singelo pão francês, reparte-o e distribui. A satisfação e a voracidade com que cada um devora seu pedaço deixa-me impressionado. Não percebi que a reunião havia acabado, e a minha presença é notada por eles. Não tinha como fugir e precisava saber mais sobre aquele inusitado sarau. Com toda a simplicidade eles explicaram-me que quando lêem esquecem-se da fome e que a leitura é uma forma de deixá-los sãos diante de tudo que sofrem. Perguntei porque o pão fica no centro da roda; disseram que era para lembrá-los de que a dor da fome teria fim. Engasgada com tudo aquilo que vi, já nem me importava com a chuva – que havia parado há muito tempo – nem com os problemas que julgava ser tão sérios. Ao chegar em casa fui rapidamente preparar meu trabalho ainda com os olhos marejados e o gosto amargo na boca. Agora mesmo lembro de algumas passagens, dizia assim: Urge priorizarmos a educação. É ela que ilumina e dá vida à vida do analfabeto, que encoraja e inspira o jovem, que faz com que tenhamos a capacidade de compreender o mundo e a nós mesmos, que permite a transmissão da cultura e oferece a todos a igualdade de oportunidades. Nunca esquecerei aquela simples família que traduziu tão perfeitamente a grandiosidade da educação. Assim como o alimento, a educação é indispensável para a vida. Só ela pode fazer com que a dor da fome tenha fim. _____________________ “Just like having meals, education is indispensable to life. Only education can give an end to the pain of hunger.” Education: the bread that satiates hunger It was raining. It was raining a lot and I could hardly see where I was stepping. I was tired and all I longed for was to lie down and forget about my problems. As if it weren’t hard enough to think about the presentation I would have to make in the following week, I still had to face this storm. “This can’t be my day,” I thought. At that time, the downtown streets were almost all deserted and, motivated by hurry and fear of the dark, I walked firm without looking to my sides. 174 Unesco--•--Folha Dirigida I was thinking about the presentation due in less than a week and which I had not even begun to write. What to say about education beyond what has already been said? I had no idea what to present in that congress. I needed inspiration and definitely, that day and the rain wasn’t helping. I was already thinking about the possibility of giving up on participating when I noticed, squeezed in the walkway under a pastry shop marquee, the presence of what seemed to be a family. I noticed there were a couple of adults, two youths, and two children. However, that didn’t seem like the thousand of families living in the streets of Rio de Janeiro, this one was different. I stopped to observe them. Sitting in a circle, wearing simple and dirty clothes, each one had some ragged books and newspapers on their hands. In the middle of the circle was a French bread, as inviting as the book and the newspapers. I could hardly wait to see what would take place there, but I held myself back not to interrupt that kind of ritual. All of them had a light smile on their faces and an anxiety like the one of a dog that longs for the recognition of his owner. The older man gets up. With cracked bare feet, he steps back, saying some words, and begins the activity. The woman opens her book and reads with difficulty: “your word is light for my feet and light for my path.” Everybody applauds and she sits down happy and proud of herself. Next, a young boy gets up, lifts his newspaper and stammers: “Botafogo says to be prepared to win the Brazilian championship.” This time applause came together with some teasing. The young man danced a little samba and sat down contented. It was the time of a lady, however, she doesn’t get up, and reads slowly: “Only those who love have ears capable of listening and understanding the stars.” Red with shyness the young woman smiles and everybody applauds with fervor. I thought this was it when the children got up and sang cheerful children’s song. All of them smile and compliment each other. After a few minutes, the same man who opened the activity walks to the center of the circle, grabs the French bread, parts it and distributes it. The satisfaction and voracity with which each one of them eat his or her piece leaves me impressed. I didn’t notice the meeting had finished, and my presence noticed. I had no way of getting away and needed to know more about that uncommon evening party. With all simplicity, they explained that when they read they forget their hunger and that reading is a way of letting them sound in face of everything they suffer. I asked why did the bread stay in the center of the circle; they told me it was to remind them that pain and hunger would have an end. Choked with all I saw, I no longer bothered with the rain – which had stopped a long time before – nor with the problems I judged be so serious. As I arrived at home, I sat down quickly to prepare my paper, still with tear-filled eyes and a bitter taste in my mouth. Even now, I remember some parts, like: It is urgent to give education priority. It is education that illuminates and gives life to the life of the illiterate, that encourages and inspires the youth, that makes us capable of comprehending the world and ourselves, Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 175 that allows the transmission of culture and offers equal opportunities to everyone. I will never forget that simple family that translated the grandiosity of education so perfectly. Just as taking in meals, education is indispensable for life. Only education can give an end to the pain of hunger. _____________________ “Comme l’aliment, l’éducation est indispensable à la vie. Elle seule peut faire que la douleur de la faim ait une fin.” Education: le pain qui rassasie la faim Il pleuvait. Il pleuvait beaucoup et j’avais du mal à voir où je marchais. J’étais fatiguée et tout ce que je voulais était m’allonger et oublier les problèmes. Comme si la difficile présentation que j´aurai la semaine prochaine ne suffisait pas, il fallait en plus que j’affronte cette tempête. “Ce n’est pas mon jour”, je pensais. A ce moment-là les rues du centre étaient presque désertes et moi, motivée par la presse et craignant l’obscurité, je marchais d’un pas ferme sans regarder sur les côtés. Je pensais au travail que je devais présenter dans moins d’une semaine et que je n’avais même pas commencer à écrire. Que dire de l’éducation en dehors de ce qui a déjà été dit? Je n’avais pas d’idée sur ce que j’allais présenter à ce congrès. J’avais besoin d’inspiration, et définitivement, ce jour-là et cette pluie ne m’aidaient pas. Je cogitais la possibilité de désister de ma participation quand je notais, serrée sur le trottoir sous la marquise d’une pâtisserie, la présence de ce qui me parut être une famille. Je m’apercevais qu’il y avait un couple d’adultes, deux jeunes et deux enfants. Cependant, celle-ci ne me paraissait pas être comme les autres milliers de familles qui existent dans les rues de Rio de Janeiro, celle était différente. Assis en forme de cercle, vêtus de vêtements simples et sales, chacun avait dans les mains des livres déchirés et des journaux immondes. Au centre, un petit pain, attrayant comme les livres et les journaux. Je ne pouvais pas attendre pour voir ce qui se passerait là, mais je me contenais pour ne pas interrompre cette espèce de rituel. Tous avaient sur le visage un sourire léger et une anxiété comme celle d’un chien qui veut la reconnaissance de son. L’homme plus âgé se leva. Les pieds coupés sans chaussures, fait un pas en arrière et, en disant quelques mots, commence une activité. La femme ouvre son livre et lit avec difficulté: “Lampe pour mes pieds est ta parole et lumière pour mes chemins.” Tous applaudissent, elle s’assoit satisfaite et orgueilleuse d’elle-même. Ensuite le jeune homme se lève, dresse son journal et balbutie: “Botafogo dit être préparé pour vaincre le championnat brésilien”. Cette fois les applaudissements 176 Unesco--•--Folha Dirigida se suivirent de quelques plaisanteries. Le jeune homme dansa le samba et s’assit content. C’était le tour de la jeune fille, mais elle ne se lève pas, lit assise lentement: “Seul celui qui aime est capable d’entendre et de comprendre les étoiles”. Rouge de honte la jeune rie et se tait, tous applaudissent avec ferveur. Je pensais que c’était terminé, quand les enfants se lèvent et chantent animés “j’ai jeté le bâton sur le chat”. Tous rient et félicitent. Après quelques minutes, le même monsieur qui commença l’activité se déplace vers le centre du cercle, prend le simple petit pain, le partage et le distribue. La satisfaction et la voracité avec laquelle chacun dévore son morceau m’impressionne. Je ne me suis pas aperçue que la réunion était terminée, et ils notent ma présence. Je ne pouvais pas fuir et j’avais besoin d’en savoir plus sur cette réunion inhabituelle. En toute simplicité, ils m’expliquèrent que quand ils lisent ils oublient la faim et la lecture est une manière de les maintenir sains face à tout ce qu’ils souffrent. Je demandais pourquoi le pain reste au centre du cercle ; ils dirent que c’était pour leur rappeler que la douleur de la faim aurait une fin. Suffoquée par tout ce que j’avais vu, la pluie n’avait plus d’importance – qui s’était arrêtée depuis longtemps – ni les problèmes que je jugeais si sérieux. En arrivant à la maison, j’allais rapidement préparer mon travail les yeux encore brouillés de larmes et un goût amer dans la bouche. Maintenant même, je me rappelle de quelques passages, disait ainsi: Il est urgent que nous donnions priorité à l’éducation. C’est elle qui illumine et donne vie à la vie de l’analphabète, qui encourage et inspire le jeune, qui fait que nous ayons la capacité de comprendre le monde et nous-mêmes, qui permet la transmission de la culture et offre à tous l’égalité d’opportunités. Je n’oublierai jamais cette simple famille qui a traduit si parfaitement la grandeur de l’éducation. Comme l’aliment, l’éducation est indispensable à la vie. Elle seule peut faire que la douleur de la faim ait une fin. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 177 “É EDUCAÇÃO, o que alimenta uma nação na esperança de um mundo melhor!” Glauciane Maria de Almeida Catanho Universidade Cruzeiro do Sul - São Paulo - SP A Educação Um dia ela apareceu na minha vida: olhar sereno, jeito cortês, andar manso...Eu era apenas uma criança: brincando com as horas, na melodia do tempo...Ela mostrou-me uma chave e disse para mim: - Você quer um sorriso sem fim? Uma felicidade que não descansa? Pegue esta chave e encontre a saída! - Uma chave? – perguntei com medo. E ela pôs-se a conduzir os meus passos abrindo uma porta enorme chamada Mundo. Entrei na realidade dos continentes, cada qual com a própria beleza; avistei várias pessoas conhecidas: ilustres personagens dos livros de história e simples amigos do meu cotidiano. Pus-me então a aprender com ela o desejar de dias melhores a cada um deles, o vibrar do coração junto com aqueles seres. Logo, fui crescendo com ela, amiga de aventuras, revelando o que sou com talento e certeza e onde estou com sabedoria e respeito profundo. E, num forte abraço, mostrou-me os males espalhados em vários lugares: guerras, misérias, fome, poluição... - Está vendo? –disse-me com seriedadeMuitos ainda não me conhecem, não têm coragem de abrir a porta da felicidade, foram enganados pela Solidão! Mal sabem que a força está na união, na contribuição de cada um para o bem de todos. Enxugou as lágrimas e pegou na minha mão. Hoje eu sei que ela ainda caminha comigo e com a humanidade. A sua presença é importante para que haja a paz no mundo e prioritária para que sejamos conscientes do nosso papel de seres sociais. O nome dela? É EDUCAÇÃO, o que alimenta uma nação na esperança de um mundo melhor! 178 Unesco--•--Folha Dirigida “IT IS EDUCATION that feeds a nation in the hope of a better world!” Education One day, she came to my life: a serene look, courteous manners, slow walking... I was only a child playing with time, at the melody of time… She showed me a key and said to me: - Do you want to own an endless smile? A happiness that doesn’t rest? Take this key and find the way out! - A key? I asked, afraid. She began to conduct my steps, opening a huge door called World. I entered the reality of the continent, each one with its own beauty: I saw many known people, distinguished characters from the history books and simple friends of my quotidian. Then I began to learn with her to desire better days for each one of them, the vibration of my heart together with these beings. I grew with her, a friend of adventures, revealing what I am, with talent and certainty, and where I am, with wisdom and deep respect. And with a strong embrace, she showed me the evils spread in many places: wars, miseries, famish, pollution… - Do you see? She said with seriousness. Many still don’t know me, don’t have the courage to open the door to happiness, they have been deceived by Loneliness! Little do they know that strength is found in union, in the contribution of each one to the good of all. She dried her tears and took my hand. Today I know that she still walks with me and with humanity. Her presence is important so that there is peace in the world and a priority so that we are conscious of our role as social beings. What is her name? It is Education, which feeds a nation in the hope of a better world! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 179 “C’EST EDUCATION, qui alimente une nation dans l’espoir d’un monde meilleur!” L’éducation Un jour elle est apparue dans ma vie: regard serein, manière courtoise, allure tranquille...J’étais à peine un enfant: Jouant avec les heures, dans la mélodie du temps...Elle m’a montré une clef et m’a dit: - Tu veux un sourire sans fin? Un bonheur qui ne se repose pas? Prends cette clé et trouve la solution! - Une clef? – demandais-je apeurée. Et elle se mit à conduire mes pas en ouvrant une porte énorme appelée Monde. J’entrais dans la réalité des continents, chacun avec sa propre beauté ; je vis plusieurs personnes connues: Illustres personnages de livres d’histoire et simples amis de mon quotidien. Je me mis alors à apprendre avec elle le désir de jours meilleurs à chacun d’eux, la vibration du cœur aux côtés de ces êtres. Ensuite, je grandis avec elle, amie d´aventures, relevant ce que je suis avec talent et certitude et où je suis avec savoir et respect profond. Et, dans une forte étreinte, elle me montra les maux éparpillés à plusieurs endroits: guerres, faim, pollution ... - Tu vois? – me dit-elle sérieuseBeaucoup ne me connaissent pas encore, n’ont pas le courage d’ouvrir la porte du bonheur, ils ont été trompés par la Solitude! Ils ne savent pas que la force est dans l’union, dans la contribution de chacun pour le bien de tous. Elle sécha les larmes et prit ma main. Aujourd’hui je sais qu’elle marche toujours avec moi et avec l’humanité. Sa présence est importante pour qu’il y ait paix dans le monde et prioritaire pour que nous soyons conscients de notre rôle d’êtres sociaux. Son nom? C’EST ÉDUCATION, qui alimente une nation dans l’espoir d’un monde meilleur! 180 Unesco--•--Folha Dirigida “Eis-me. Comigo mesmo, encontrado após dezoito anos. Na escola! Partilhando novamente...” Gusthavo Corrêa Gonçalves dos Santos Estácio de Sá - Belo Horizonte - MG A Poética do Reencontro Desde que eu voltei à escola, após dezoito anos de ausência, o mundo em muito mudara. Já não dava as voltas costumeiras de minha adolescência vaga pelas ruas ermas. Tudo se transformara velozmente e o tempo passara a ser contado por um novo espaço: o espaço que somente os passos do aprendizado conduzem. Onde eu estava e por onde andara? Perdido de mim mesmo, talvez. À minha própria caça, buscador de mim, desconectado do grande momento de crescimento interior que passa pela escola: (entidade interativa-humana, jardim dos filósofos, que sabem tanto para nada saberem e se realimentarem na sede que a taça do conhecimento transborda). Quantos vultos passaram e se fizeram históricos enquanto eu me procurava? Perdera eu a conta. Muros caíram defronte homens irmãos que jamais haviam se visto. Pele nova e cibernética fez gente se tocar em continentes distantes, amando-se e provando-se capazes de transpor águas profundas pela vontade do amor. E eu me buscava, e ainda não me encontrara. E o tempo-espaço que se revolucionava, passava por mim em espirais de tornados. Tal competição era injusta, eu pensava. Contudo, eu estava em meu encalço, tramava o meu reencontro. Amava-me como a alma gêmea que nega a si mesma. Era meu “eu” masculino e feminino, antagonizados no afã do desejo não realizado. Anos se passaram com impaciência. Cada década desfilara em seu vagão. O grande trem de aço sutiliza-se a cada dia, a cada descoberta científica. Meu coração se contorcia de dor. Onde estaria minha passagem? Minha sonhada permissão? Mas, eis que a busca existencial se definiu quando a coragem de voltar à escola foi mais forte que a fuga. Quanto amor eu senti, ao sentar-me no terceiro dia de aula, após refazer-me do choque inicial dos primeiros dois dias! Tinha eu voltado à escola! E parecia-me que eu, eu mesmo, aos poucos, me reencontrava no sorriso do outro. No esclarecimento dos dentes sorrindo, que estalavam na língua palavras saborosas. Eu queria beijar assim, as bocas da Poesia e da Filosofia. Eu queria saber! Queria compreender por onde andara! Mas, portanto, ao refletir, já era eu mesmo sem perceber! Oh! Dor que me invade! Dor por penetrar em mim mesmo! Em minha própria intimidade! Dor virginal do desbravamento que concede o prazer! Eis-me comigo, a sentarme em mim, a respirar o fôlego de meus primeiros dias na terra dos iluminados pelo Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 181 saber, dos que agora comungam o verbo do conhecimento, que sorvem o néctar e o prana holístico da sabedoria e da irmandade que comunga e partilha o banquete do reencontro. Quantas impressões novas tornam o horizonte uma vastidão de colorido multifacetado, qual cristal que irrompe pela aurora, na manhã anunciada pelos profetas e metafísicos! Só mesmo pelo educar, o coração do homem traz de volta os corcéis que vagaram outrora no desvínculo e no descuido de uma oração que remete o carro numa canção uníssona, gritada aos céus, trovejada e cheia de glória, a irmanar suas asas... Eis-me. Comigo mesmo, encontrado após dezoito anos. Na escola! Partilhando novamente, colocando a todos a par das desventuras de tantas eras pseudoperdidas, porém validadas pela educação, que a todos iguala e harmoniza. Eis-me. Eu. Em mim mesmo. Novamente! “Here I am. With myself, found after eighteen years. In school! Sharing again...” The poetics of the re-encounter Ever since I went back to school, after eighteen years absence, the world had changed in many things. It no longer made the turns of my vague adolescence through deserted streets. Everything had changed rapidly and time was now counted by a new space: the space that only the steps of apprenticeship conduct. Where was I and were had I been? Lost from myself, maybe. Hunting for my self, seeking me, disconnected from the great moment of inner growth that we go through in school: (that human interactive entity and garden of the philosophers that know so much in order to know nothing and feed again in the thirst that the cup of knowledge overflows). How many shadows have passed and made themselves historical while I was looking for myself? I lost count. Walls had fallen in front of brothers that had never seen each other. New and cybernetics skins made people touch each other in distant continents, loving each other and proving to be capable of traversing deep waters for their longing for love. And I was seeking myself, and hadn’t found me yet. And the timespace that rebelled went through me in tornado spirals. This was an unfair competition, I thought. However, I was behind myself and plotted my re-encounter. I loved myself like a soul mate that denies itself. I was male and female, antagonized in the anxiety of nonrealized desires. Years have passed with impatience. Each decade paraded in its wagon. The great steel train becomes subtle each day, at each scientific discovery. My heart bent with pain. Where would my ticket be? My dreamed of permission? But, here it was, my existential search was defined when my courage to go back school was stronger than the feeling of fleeing. How much love did I feel, as I sat on the third day of school, after recovering from the initial first two days! I had come back to 182 Unesco--•--Folha Dirigida school! And it seemed to me that little by little, I found my self in the smile of my equals. In the clarifying smiling teeth snapping tasty words on their tongues. That is how I wanted to kiss the mouth of Poetry and Philosophy. I wanted to know! I wanted to understand where I had been! However, as I thought, I was already me and hadn’t noticed it! Oh! Pain that invades me! Pain penetrating myself. My own intimacy! Virginal pain of the opening up that concedes pleasure! Here I am, with myself, sitting on myself, breathing the breath of my first days on the Earth of the illuminated by knowledge, of those who now share the verb of knowledge, who sip the nectar and the holistic Prana of wisdom and brotherhood that partakes and shares the feats of re-encounter. So many new impressions turn the horizon in a vastness of multifaceted colorfulness, like a crystal that irrupts through dawn, in the announced morning by the prophets and metaphysics! Only through educating does the heart of men bring back the steeds that once drifted in the detachment and negligence of a prayer that remits the car in a unison song, shouted to the skies, thundering and full of glory, emanating from his wings... Here I am. With myself, found after eighteen years. In school! Sharing again, bringing all up to date about misfortunes of so many pseudo-lost ages, however validated by education, which equals and harmonizes everybody. Here I am. In myself. Again! “Me voilà. Avec moi-même, retrouvé après dix huit ans. A l’école! Partageant de nouveau...” La Poésie des Retrouvailles Depuis que je suis retourné à l’école, après dix huit ans d’absence, le monde avait beaucoup changé. Je ne faisais plus les tours habituels de mon adolescence dans les rues vides. Tout s’était transformé très rapidement et le temps était compté par un nouvel espace: l’espace que seuls les pas de l’apprentissage conduisent. Où étais-je et où allais-je? Perdu de moi-même, peut-être. A ma propre chasse, chercheur de moi-même déconnecté du grand moment de croissance intérieure qui passe par l’école: (entité interactive humaine, jardin des philosophes, qui savent tant pour ne rien savoir et se réalimente dans la soif que la coupe de la connaissance transborde. Combien d’images étaient passées et s’étaient faites historiques pendant que je me cherchais? J´avais perdu le compte. Des murs étaient tombés devant des hommes frères qui ne s’étaient jamais vus. Peau neuve et cybernétique font que les gens se touchent sur des continents éloignés, en s’aimant et se prouvant capables de surmonter des eaux profondes par la volonté de l’amour. Et moi je me cherchais, et je ne m’étais pas encore trouvé. Et le temps espace qui se révolutionnait, passait par moi en spirales de tornades. Cette compétition était injuste, je pensais. Toutefois, j’étais sur ma piste, je Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 183 tramais mes retrouvailles. Je m’aimais comme une âme jumelle qui nie à soi-même. C’était mon “moi” masculin et féminin, antagoniques dans la lassitude du désir non réalisé. Des années sont passées avec impatience. Chaque décennie avait défilé dans son wagon. Le grand train d´acier se subtilise à chaque découverte scientifique. Mon cœur se contorsionnait de douleur. Où est mon billet? Ma permission rêvée? Mais, voilà que la recherche existentielle s’est définie quand le courage de retourner à l’école fut plus forte que la fuite. Combien d´amour j’ai senti, en m’asseyant au troisième jour de classe, après m’être refait du choc initial des deux premiers jours! J’étais retourné à l’école! Et il me semblait que moi-même, petit à petit, je me retrouvais dans le sourire de l’autre. Dans l´éclat des dents souriant, que pétillaient sur la langue des mots savoureux. Je voulais embrasser ainsi, les bouches de la Poésie et de Philosophie. Je voulais savoir! Je voulais comprendre où j’allais! Mais, cependant, en réfléchissant, j’étais déjà le même sans m’en apercevoir! Oh! Douleur qui m’envahit! Douleur qui me pénètre! Dans ma propre intimité! Douleur virginale du défrichement qui donne le plaisir! Me voilà avec moi-même, à m’asseoir sur moi, à respirer le souffle de mes premiers jours sur la terre des illuminés par le savoir, de ceux qui maintenant conjuguent le verbe de la connaissance, qui aspire le nectar et le prana (énergie vitale de l’univers) holysthique de la sagesse et de la fraternité qui communie et partage le banquet des retrouvailles. Combien d’impressions nouvelles font de l’horizon un espace vaste de couleur à multi facettes, tel le cristal qui surgit par l’aurore, dans le matin annoncé par les prophètes et les métaphysiciens! Seulement par l’éducation, le cœur de l’homme ramène les chevaux de bataille qui galopaient autrefois dans le déliement et la négligence d’une prière qui rapporte la charrette dans une chanson à l’unisson, criée aux cieux, tonnant et pleine de gloire, en égalant ses ailes... Me voilà. Avec moi-même, retrouvé après dix huit ans. A l’école! Partageant de nouveau, mettant tout le monde au courant des mésaventures de tant d’ères pseudo perdues, cependant valables par l’éducation, qui égale et harmonise tout le monde. Me voilà. Moi. En moi-même. De nouveau! 184 Unesco--•--Folha Dirigida “Educação é oportunidade de mudança, de transformação. Educação é saber se colocar no lugar do outro e propor um futuro melhor.” Jaciára Roberta da Conceição Barbosa Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - RJ - Ô dona, seu filho é muito mal-educado. - Que nada rapaz, meu menino é temperamental. - Pois é, na minha casa isso seria chamado de falta de educação. - Na sua casa rapaz, na minha o pessoal é esclarecido e chama isso de temperamento. - Pois é, se eu, quando menino, fosse tivesse um ataque desses levava um sanafanão. - É, no seu tempo. Além disso eu sou esclarecida, sou pelo diálogo. - Tá! E ainda assim com todo seu blá blá blá não conseguiu domar a fera? - Fera? Meu menino está apenas expondo suas frustrações e desejos. - Desejos? E desejar o que é do alheio é externar sentimentos? Isso é falta de educação! - Rapaz, eu educo meu filho muito bem. Ele sabe ler e escrever. - Saber ler e escrever não é sinônimo de educação. - E o que é educação? E falar sim senhor e não senhor? Ser cordato? Submisso? - Não senhora. Ter educação está além de saber ler e escrever. Ter educação é acima de tudo saber interpretar o que se lê, é ter alternativas de se expressar o que se vê, é poder discutir e modificar a história. - Ah! Quer dizer que o rapaz sabe-tudo tá dizendo que saber ler e escrever não é suficiente? Isso não é educação? - É e não. Educação é importante para divulgar o saber e o esclarecer. Educação é oportunidade de mudança, de transformação. Educação é saber se colocar no lugar do outro e propor um futuro melhor. - Mas isso não é educação, isso é cultura. - Engano seu dona! Educação é respirar e poder exalar conhecimento. Educação é também dizer sim e não. Educação é ter limites e não tê-los. Educação é mudança contínua. Educação é questionamento e abstração. Educação é a chave do enigma da direção. Educação é uma importante prioridade dentro da educação. E educação não é temperamento e sim discernimento. - Está bem rapaz, conseguiu me convencer. Vou “domar” o esse menino! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 185 “Education is an opportunity to change, to transform. Education means knowing how to put yourself in the place of your equals and propose a better future.” - Hey Mrs., your son is very impolite. - Come on, young man, my boy is temperamental. - Well, in my home this would be called impoliteness. - In your house young man; in my house we are informed and call this temperament. - Well, if I had given such a fit when I was a boy, I would have been shoved. - Right, in your time. In addition, I am informed, I am for dialoguing. - Right! And even so, you with all your blabbering weren’t able to tame the beast? - Beast? My boy is only expressing his frustrations and desires. -Desires? And desiring what belongs to others means to express feelings? This is impoliteness! - Young man, I educate my son very well. He knows how to read and write. - Knowing how to read and write isn’t synonym with education. - And what is education? Saying yes madam, no sr.? Being sage? Submissive? - No madam. To have education is beyond knowing how to read and write. Above all, having education means you know how to interpret what you read, have alternatives of expressing what you see, be able to discuss and change history! - Ah! So the know-it-all boy is saying that knowing how to read and write isn’t enough? That isn’t education? - Yes and no. Education is important to spread knowledge and enlightenment. Education is an opportunity to change, to transform. Education means knowing how to place oneself in the place of the other and propose a better future. - But this isn’t education, this is culture. -You are mistaken woman! Education means breathing and exhaling knowledge. Education means saying yes and no as well. Education is questioning and abstraction. Education is the key of the enigma of direction. Education is an important priority inside education. Education isn’t temperament but discernment. - All right boy, you convinced me. I’ll “tame” this boy! 186 Unesco--•--Folha Dirigida “Education c’est la chance de changement, de transformation. Education c’est savoir se mettre à la place de l’autre et proposer un avenir meilleur.” - Oh madame, votre fils est très mal élevé. - Non mon garçon, mon petit est caractériel. - Eh oui, chez moi, on appelle cela de manque d’éducation. - Chez toi mon garçon, chez moi on est instruit et on appelle cela tempérament. - Oui, si moi, quand j’étais enfant, j’avais eu ce genre de comportement, on m’aurait donné une fessée. - Oui, à ton époque. De plus, je suis instruite, par le dialogue. - D´accord! Et même comme cela avec tout votre bla bla vous n’avez pas réussi à corriger la peste? - Peste? Mon garçon ne fait que démontrer ses frustrations et désirs. - Désirs? Et désirer ce qui est d’autrui c’est extérioriser ses sentiments? C’est un manque d’éducation ! - Jeune homme, j’éduque très bien mon fils. Il sait lire et écrire. - Savoir lire et écrire n’est pas synonyme d’éducation. - Et qu’est-ce l’éducation ? - Avoir de l’éducation va au-delà de savoir lire et écrire. Avoir de l’éducation est audessus de tout savoir interpréter ce qui se lit, et avoir des alternatives d’exprimer ce qui se voir, c’est pouvoir discuter et modifier l’histoire. - Ah! Cela veut dire que le jeune homme sait tout dit que savoir lire et écrire n’est pas suffisant? Ce n’est pas de l’éducation? - Et non. L’éducation est importante pour divulguer le savoir et l’instruction. Education c’est l’opportunité de changement, de transformation. Education c’est savoir se mettre à la place de l’autre et proposer un avenir meilleur. - Mais ceci n’est pas éducation, ceci est culture. - Détrompez-vous madame! Education c’est respirer et pouvoir exhaler la connaissance. Education c’est aussi dire oui et non. Education c’est avoir des limites et les dépasser. Education c’est le continuel changement. Education c’est le questionnement et l’abstraction. Education c’est la clef de l’énigme de la direction. Education c’est l’importante priorité dans l’éducation. Et éducation ce n’est pas tempérament mais discernement. - D’accord, tu as réussi à me convaincre. Je vais “dompter” ce garçon! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 187 “Li certa vez, frase de renomado teórico, que dizia ser a educação um ato amoroso. Assim creio. Embora perceba que em nossa sociedade impere o desamor.” Janaína Laport Beta Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Nova Iguaçu – RJ Um menino marrom entre sirenes e pipas. Empurra a porta de tábua do barraco - que por pouco não fora levado no último vento - e entra. No rosto, poeira diluída em lágrima pendurada no canto do olho esquerdo, forma algo semelhante à lama de dia de chuva. Entra com urgência de mãe. Não está, trabalha. Neste momento engoma toalhas de linho em casa de madame – sai enquanto o dia dorme. É menino. Por nome, qualquer um – João, Pedro, Ezequiel... – não tem registro, daqueles a que chamam certidão. Chamam-no tico – assim, com letra minúscula. É franzino. Em angústia de menino rememora palavras ouvidas... O peito sangra. Não há mãe – pelo menos até a noite – tão pouco bandaid, que entre crianças opera milagres. Nos ouvidos o eco da sentença proferida por boca insana: “Vai virar bandido!” Tem nove anos, acredita no que adulto diz, ainda que perverso. Descera ao asfalto a correr atrás de pipa “avoada”, que acabou por cair em casa de muro baixo. No calor da hora não lembrou de chamar – pulou o muro atrás do brinquedo... Alguém da casa, tomando-lhe a pipa das mãos, bruscamente diz: “Não tem educação moleque?” O menino marrom (sem saber ao certo o que viria a ser esta tal educação) assentiu, apavorado. Mãos rudes o colocaram para fora, enquanto lábios cruéis arremessavam palavras que feriam tal qual faca: “Sem vergonha, vai virar bandido!” Saiu correndo em busca de resposta – o que seria esta tal de educação? Precisava que sua mãe explicasse, aliviasse a dor. Talvez a tivessem e ele não soubesse. Lembra ter ouvido falar que era coisa de rico... Eram pobres... Desespero. Não quer virar bandido. Destino do pai que morreu com tiro de polícia... Há que esperar a noite, quando a mãe enfim retornará. A angústia o adormece. Em seus sonhos, pipas... E sirenes. Milhares de crianças crescem como tico, desconhecendo o real sentido da educação. Algumas (talvez a maior parte delas) em dado momento serão apresentadas ao universo escolar que não se esforçará por mantê-las. Evadirão - induzidas por díspares realidades, e equivocado sentimento de não pertencerem ao lugar. A absolvição de um menino de nove anos - que desarmado luta por não ceder a condenação de um destino mesquinho que a desigualdade social lhe reserva - é importante ou prioritária? 188 Unesco--•--Folha Dirigida A gravidade faz com que palavras se percam no vácuo... Li certa vez, frase de renomado teórico, que dizia ser a educação um ato amoroso. Assim creio. Embora perceba que em nossa sociedade impere o desamor. Teorias maisque-perfeitas regem esta ou aquela corrente educacional, enquanto largo fosso, separa em margens distintas, conceitos a priori, de realidades que desafiam utopias. Já nos dizia Ruben Alves que só aprendemos o novo quando velhas certezas caem... É chegado o momento de cambiar “mais-que-perfeito” por “infinitivo”, basta de discursos verborrágicos, o tempo é da ação. Maior que a primazia, ou a importância, é a necessidade. A educação é necessária – no sentido grego da expressão, que nos diz de uma reta que não admite curvas. Pois é justo nas dobras, deste por vezes mal traçado caminho do aprender a aprender, que inúmeros “ticos” se perdem. _____________________ “Once, I read a sentence of a renowned theory, who said educating was an act of love. I believe it to be so. Though I notice, that the lack of love predominates in our society.” A brown boy between sirens and kites He pushes the hut’s door - a board that wasn’t taken by the last winds – and gets in. In his face, dust diluted in a hanging tear in the corner of the left eye formed something similar to mud on a rainy day. He enters with a mothers’ urgency. But she isn’t in, she works. At this moment she is starching and ironing linen towels in madam’s house – she leaves while the day is still asleep. It is a boy. By name, anyone - João, Pedro, Ezequiel... – he isn’t registered by what they call a birth certificate. They call him tico, like this, in low case. He his thin. In a boy’s anguish, he remembers the words he heard... His chest bleeds. There is no mother – at least until at night – much less a band-aid, which among children operates miracles. In his ears the echo of the sentence uttered by an insane mouth: “You will turn out a bandit!” He is nine, he believes in the adult that says it, even if he is a perverted. He had come down to the asphalt running after a “light-headed” kite, which ended up falling in a house with low walls. At the heat of the moment he forgot to call – jumped over the wall after his toy… someone of the house, taking the kite from him, says brusquely: “Don’t you have manners, boy?” The brown boy (not knowing for sure what these manners would be), nodded, terrified. Rude hands put him out, while cruel lips threw words that wounded like a knife: “You bastard, you’ll turn into a bandit!” Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 189 He ran away looking for an answer – what would manners mean? He needed his mother to explain it, to alleviate his pain. Maybe they had it and he didn’t know. He remembers having heard it was a rich people’s thing…. They were poor… Despair. He doesn’t want to turn out a bandit. That was his father’s destiny, who died from a police bullet… He will have to wait until tonight, when his mother will finally be back. Anguish makes him sleep. In his dreams, kites.... and sirens. Thousands of children grow up like tico, unaware of the real meaning of education. Some of them (perhaps most of them) will be introduced to the universe of school at some point, which will not make any effort to maintain them. They will evade – induced by different realities and wrong feelings that they don’t belong there. The absolution of a nine-year old boy – who fights unarmed for not ceding a condemnation of a miser destiny the social inequality reserves him – is it important or a priority? The seriousness of the matter makes that the words are lost in the vacuum… Once, I read a sentence of a renowned theory, which said educating was an act of love. I believe it is. However, I notice that lack of love reigns in our society. More than perfect theories react to this or that educational philosophy, while a wide hole separates in distinctive margins, concepts a priori, of realities that challenge utopia. It was already said by Ruben Alves that we only learn the new when old certainties fall... The moment has come for us to change the “more-than-perfect” for the “infinitive.” It is enough with wordy discourses; it is time to act. Greater than its primacy or its importance, is its need. Education is necessary – in the Greek sense of the expression, which tells us about a straight line that doesn’t admit curves. But it is exactly on the folds of this ill-traced path of learning to learn, that countless “ticos” are lost. _____________________ “Une fois, j’ai lu une phrase d’un théoricien célèbre qui disait que l’éducation était un acte d’amour. Je le crois. Bien que je constate que ce qui domine dans notre société est le manque D’amour.” Un petit garçon marron entre sirènes et cerfs-volants Il pousse la porte en bois de la baraque – qui pour peu n’a pas été emportée par le vent - et entre. Sur le visage, poussière diluée en larme pendue au coin de l’œil gauche, forme quelque chose de semblable à la boue d’un jour de pluie. Entre avec l’urgence de mère. N’est pas là, travaille. En ce moment elle repasse du linge en lin chez madame – elle sort tandis que le jour dort encore. Et enfant. Par le nom, n’importe lequel– João, Pedro, Ezequiel... – n’est pas déclaré, dans ce qu’on appelle acte de naissance. On l’appelle 190 Unesco--•--Folha Dirigida tico –ainsi, en minuscule. Il est maigrichon. Dans l’angoisse de petit garçon se souvient des paroles qu’il a entendu... La poitrine saigne. La mère n’est pas là –du moins jusqu’au soir– pas de pansement non plus, qui fait des miracles chez les enfants. Dans les oreilles, l’écho de la sentence proférée par une bouche malsaine: “Tu vas devenir bandit!” Il a neuf ans, croit dans ce qui dit l’adulte, bien que pervers. Il descendait la rue courant derrière le cerf-volant “écervelé”, qu’il a fini par tomber sur une maison au mur bas. Dans la chaleur du moment il n’a pas pensé à appeler – il a sauté le mur en courant derrière son jouet... Quelqu’un de la maison, lui prenant le cerfvolant des mains, dit brusquement:“Tu n’as pas d’éducation, sale gosse?” Le petit garçon marron (sans savoir au juste ce qu’était cette éducation) s’assit, effrayé. Des mains rudes le jetèrent dehors, tandis que des lèvres cruelles lançaient des mots qui blessaient comme un couteau: “Tu n’as pas honte, tu vas devenir un bandit!” Il sortit en courant à la recherche d’une réponse – qu’était-ce donc cette éducation? Il avait besoin que sa mère le lui explique, soulage sa douleur. Peut-être qu’ils l’avaient et que lui ne le savait pas. Il se souvient d’avoir entendu que c’était une chose de riche... Ils étaient pauvres... Désespoir. Il ne veut pas devenir un bandit. Destin du père qui est mort d’un coup de feu de la police... Il faut attendre le soir, quand sa mère rentrera. L’angoisse l’endort. Dans ses rêves, des cerfs-volants.... Et des sirènes. Des millions d’enfants grandissent comme, méconnaissant le vrai sens de l’éducation. Certains (peut-être la plupart d’entre eux) à un moment donné seront présentés à l’univers scolaire qui ne s’efforcera pas de les entretenir. Ils s’évaderont – induits par les réalités inégales, et sentiment erroné de ne pas appartenir au lieu. L’absolution d’un petit garçon de neuf ans – qui désarmé, lutte pour ne pas céder à la condamnation d’un destin mesquin que lui réserve l’inégalité sociale – est importante ou prioritaire? La gravité fait que les mots se perdent dans le vide... Une fois, j’ai lu une phrase d’un théoricien célèbre qui disait que l’éducation était un acte d’amour. Je le crois. Bien que je constate que ce qui domine dans notre société est le manque d’amour. Théories plus que parfaites régissent l’un ou l’autre courant éducationnel, tandis qu’un abîme profond, sépare en marges distinctes, des concepts à priori, des réalités qui défient les utopies. Ruben Alves nous disait déjà que nous n’apprenons les nouveautés que lorsque les vieilles certitudes tombent... Et arrivé le moment de changer ‘’plus que parfait” en “infinitif”, il y en a assez de discours verborragiques, c’est l’heure d’agir. Plus que la primatie, ou l’importance, c’est une nécessité. L’éducation est nécessaire – au sens grec de d’apprendre à apprendre, parfois mal tracé, que d’innombrables “ticos” se perdent. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 191 “E ele lia e aprendia que a história que ele vivia era tão grande quanto aquela história que ele aprendia na escola...” Jaqueline Luvisotto Marinho Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – FMRP/USP - São Paulo - SP Era um pequeno menino... Ele era só um menino, rodando pelas ruas daquela cidadezinha, sentindo o que de cada fachada fluía, conversando com as janelas e cadeiras pelas quais passava. Ele, apenas um menino, conhecia cada casa sem preconceitos. Falava com a botica, a igreja, a mercearia, o terreiro, o bordel, o bar, a quitanda. Ouvia atentamente cada história, cada lágrima, cada sonho mal resolvido. Eram tantas lembranças... E ele era só um menino, mas um menino grande, com um sentimento enorme!... E ele ia aprendendo com as experiências, vivências, doenças e carências daquela gente... Ele não se cansava de ouvir... E era uma cidade tão pequena com tanto a ensinar àquele menino... Quando, depois de ir trabalhar na roça, junto com o calor e o suor e a dor, ele caminhava para a pequena escola daquela cidade, lembrava da história daquela gente, do jeito de falar sem regras, do sorrir escondendo os poucos dentes, do andar cifótico cansado, da face envelhecida como o dia de amanhã daquela cidade, tão pequena como aquele menino. Seus dedinhos, segurando os frangos para vender e a enxada para carpir, sonhavam e sonhavam longe, entre lápis, borracha e papel, até onde não pudesse enxergar, ele, apenas só, um menino. E as letras e números que aprendia juntava com o dia que ia vivendo, na sobrevivência daquela gente de nomes comuns, sorrindo pelas páginas dos livros, velhos, esquecidos, mas grandes livros de tanta vida. E ele lia e aprendia que a história que ele vivia era tão grande quanto aquela história que ele aprendia na escola, que os trocados que ele contava eram sua matemática, que a fala daquela gente com poucos dentes ensinava um português de lutas e dores históricas e sua geografia era toda miscigenada. Então aquele pequeno e enorme menino que gostava de ler e pensar foi para a cidade grande e distante estudar. Não foi fácil para aquele menino de sonhos entrar naquele mundo enorme de escolas e cadeiras consideradas muito grandes e distantes. Mas ele sonhou longe e conseguiu o que estava além do que conseguia enxergar e 192 Unesco--•--Folha Dirigida jurou que iria mostrar a história daquela gente pequena, pois sua história de vida podia ensinar sentimentos enormes para aquele mundo enorme de gente muito grande. Ah! Esse mundo grande precisava ouvir aquele menino! Precisava compreender que aquelas pequenas coisas consideradas menores ainda poderiam ensinar. Se esse mundo grande pudesse abrir suas portas e sair do restrito e teórico mundo de gente muito grande e distante para o pequeno mundo ao redor, de cidades menores ainda de sentimentos enormes, de gente que aprendeu a viver vivendo, apesar das letras tortas e dos poucos dentes, de meninos pequenos tão distantes do mundo grande com escolas enormes de gente maior ainda. Esses mundos estão tão distantes... E o menino gritou: - Ouçam minha história! Eu quero aprender! Esse menino ainda nos ensinará a ensinar nossos pequenos e grandes meninos. _____________________ “And he would read and learn that the story he was living was as big as the story he learned in school...” He was a little boy… He was just a little boy, strolling along the streets of that small city, feeling that each facade flowed; talking to the windows and chairs he passed by. He, just a little boy, knew each house with no prejudice. He spoke to the drugstore, the church, the grocery store, the worship ground, the brothel, the bar, and the greengrocery. He listened watchful to each story, each tear, and each ill-solved dream. There were so many memories... and he was just a little boy, but big, with huge feelings! He learned with these people’s experiences, sicknesses, and needs… He didn’t get tired of listening to them... it was such a small city with so much to teach that boy… As he walked to that city’s small school after having worked under heat and sweat in the field, he would recall the history of that people, their way of talking without rules, of their smiles hiding few teeth, of their crooked tired walking, of their skins as aged as that city’s tomorrow, as small as that boy. His little fingers, holding the chickens to sell and the hoe to weed, dreamed and dreamed of far away, between pencils, erasers and papers, until it could no longer be seen, he, only a boy. The letters and numbers he learned he joined to the day he was living, in the survival of that people of common names, smiles through the pages of the old forgotten books, but great books they were, so much life they had. And he would read and learn that the story he lived was as big as the history he learned in school, that the change he counted was his math, that the speaking of that Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 193 people with few teeth taught a language of historical battles and pains, and his geography was all mixed. So, that small and huge boy who loved to read and think went to the big and distant city to study. It wasn’t easy for that dreamy boy to enter that huge world of schools and benches considered too big and distant. But he dreamed far and got what was beyond what he could see and the promise that he would show the history of that small people, for his life history could teach huge feelings to that huge world with very big people. Oh! This big world needed to listen to that boy! It needed to understand that these things considered less could still teach. If this big world could open its doors and leave the restricted and theoretic world of huge feelings, of people who learned to live by living, in spite of crooked letters and few teeth, of small boys so distant of the big world with big schools of even greater people. These so distant worlds... And the boy yelled: listen to my history! I want to learn! This boy will still teach us to teach our small and big boys. _____________________ “Et il lisait et apprenait que l’histoire qu’il vivait était aussi grande que l’histoire qu’il apprenait à l’école ...” C’était un petit garçon... Ce n’était qu’un petit garçon qui rôdait dans les rues de la petite ville, sentant ce qui épanchait de chaque façade, conversant avec les fenêtres et les chaises par lesquelles il passait. Lui, un petit garçon à peine, connaissant chaque maison sans préjugés. Il parlait à la pharmacie, à l’église, à l’épicerie, à la place, au bordel, au bar, à la boutique. Il écoutait avec attention chaque histoire, chaque larme, chaque rêve mal résolu. Tant de souvenirs... Et il n’était qu’un petit garçon, mais un petit garçon grand, avec un sentiment énorme!... Et il apprenait avec les expériences, les vécus, les maladies et les carences de ces personnes... Il ne se fatiguait pas d’écouter... Et c’était une ville si petite avec tant de choses à enseigner à ce petit garçon... Quand, après aller travailler aux champs, dans la chaleur, la sueur et la douleur, il allait dans la petite école de cette ville, se souvenait de l’histoire de ces gens, de la façon de parler sans règles, de sourire en cachant le peu de dents, de marcher courbé fatigué, au visage vieilli avec le lendemain de cette ville, aussi petite que ce petit garçon. Ses petits doigts, tenant les poulets à vendre et la pioche pour arracher, rêvaient et rêvaient loin, entre crayon, gomme et papier, jusqu’à ne plus voir, lui, à peine un petit garçon. 194 Unesco--•--Folha Dirigida Et les mots et les chiffres qu’il apprenait s´ajoutaient à la journée qu’il vivait, dans la survie de ces gens aux noms communs, souriant aux pages des livres, vieux, oubliés, mais grands livres de tant de vie. Et il lisait et apprenait que l’histoire qu’il vivait était aussi grande que l’histoire qu’il apprenait à l’école, Que la monnaie qu’il comptait était sa mathématique, que le parler de ces gens qui n’avaient pas toutes leurs dents enseignait un portugais de luttes et douleurs historiques et sa géographie était toute mélangée. Alors ce petit garçon et immense petit garçon qui aimait lire et penser, alla à la grande ville distante étudier. Ce ne fut pas facile pour ce petit garçon aux rêves d’entrer dans ce monde immense d’écoles et de chaises considérées très grandes et éloignées. Mais il rêva loin et réussit ce qui était au-delà de ce qu’il pouvait voir et jura qu’il irait montrer l’histoire de ces gens petits, car leur histoire de vie pourrait enseigner des sentiments énormes à ce monde énorme de gens très grands. Ah! Ce monde grand avait besoin d’écouter ce petit garçon! Avait besoin de comprendre que ces petites choses considérées plus petites encore pourraient enseigner. Si ce monde grand pouvait ouvrir les portes et sortir du monde restreint et théorique de gens très grands et distants vers le petit monde aux alentours, de villes plus petites encore de sentiments énormes, de personnes qui ont appris à vivre en vivant, malgré les lettres tordues et le peu de dents, de petits garçons si éloignés du monde grand aux écoles énormes de gens encore plus grands. Ces mondes sont si distants... Et le petit garçon cria: - Ecoutez mon histoire! Je veux apprendre! Ce petit garçon nous enseignera à enseigner nos petits et grands garçons. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 195 “A educação está presente desde quando respiramos nosso primeiro ar e buscamos nosso primeiro alimento.” Jerônimo Augusto Vieira Pereira Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ - Três Rios - RJ Educação é vida Acompanhando a evolução histórica do homem, percebemos sua dificuldade para viver em harmonia. Isto nos leva a refletir – se pudéssemos medir – como medimos os sismos, qual a escala da educação em tal remoto tempo? Pessoas eram torturadas e mortas, enquanto centenas delas aplaudiam e sorriam, como se assistissem a um belo espetáculo de futebol, numa final de Copa do Mundo. Atualmente, vemos esta mesma desarmonia renascer no coração do homem “evoluído”, o que nos faz refletir, qual a escala da educação da sociedade contemporânea? Importante e prioritária é a educação na vida do ser humano, pois é ela que nos dá o discernimento entre o irracional e racional, entre a intolerância e tolerância e entre o amor e ódio. Importante na literatura, dentre outros significados, é o que não se pode esquecer ou deixar de atender. Para o homem primitivo, era necessário alimentar-se e protegerse dos predadores, viver fugindo e demarcando territórios. A perda de um semelhante o tornava forte, e por isso a falta de apreço pela vida. Na era moderna, temos a certeza de que tudo isso terminou, mas somos surpreendidos por atos animalescos como guerras, atentados, homens-bomba, corrupções, falcatruas e tantos outros substantivos e adjetivos que, através da educação podemos relacioná-los. Prioridade na literatura, dentre outros significados, é a precedência no tempo ou no lugar; primazia, preferência. Um país com uma educação de qualidade terá em sua história exemplos concretos de disciplina e desenvolvimento. A educação consciente leva à saúde definida, à segurança responsável e à moradia igualitária. Buscando a sabedoria e praticando o conhecimento, o homem torna-se um grande instrumento das palavras, libertando-se da intolerância e irracionalidade e perseguindo o alto grau da escala da educação. Portanto, só há diferença das palavras na literatura. Na prática elas se complementam. Não há vida sem educação, não há harmonia sem leitura, sem conhecimento e sem aprendizagem. A educação está presente desde quando respiramos nosso primeiro ar e buscamos nosso primeiro alimento. Ela nos transcende para o mundo dos sonhos e nos traz para bem perto da realidade, da virtude, do carinho e do respeito. Um todo só 196 Unesco--•--Folha Dirigida é completo quando cada parte funciona em consonância. A educação é importante para que acreditemos num mundo melhor, onde prevaleça a paz e a compreensão, e é prioritária, pois bem educados, saberemos dosar as necessidades do corpo, alimentando o espírito com o fluido da sabedoria e marcando em nossa consciência a nota máxima da educação humana. _____________________ “Education is present from the moment we breathe and seek nourishment for the first time.” Education means life Following Man’s historical evolution, we notice his difficulty to live in harmony. This leads us to reflect – if we could measure as we measure seism, which used to be education’s scale in remote times? People used to be tortured and killed, while hundreds of others applauded and smiled as if they were watching a beautiful soccer spectacle in world championship. Currently, we see this same disharmony be born again in the heart of “evolved” Men, what makes us reflect, what would be the education’s scale in the contemporary society? Important and a priority in the life of the human being, as it is education that gives us the discernment between rational and irrational, between intolerance and tolerance, and between love and hatred. Important for literature, among other meanings, is that we can’t forget or miss to attend to. To the primitive Man, it was necessary to eat and protect himself from predators, live hiding and demarcating territories. The loss of an equal made him strong and that was the reason for the lack of appreciation for life. In the modern age, we are certain that all that ended, but we are surprised by brutish actions as wars, criminal attacks, suicide bombers, corruptions, frauds and other many substantives and adjectives which, through education we will able to enumerate. Priority for literature, among other meanings, is the precedence in times or places: primacy, preference. A country with a qualitative education will have concrete examples of discipline and development in its history. Conscious education leads to defined health, responsible safety, and equalitarian housing. By seeking wisdom and practicing knowledge, Man becomes a great instrument of words, freeing himself from intolerance and irrationality and pursuing high grades in the scale of education. Therefore, these words only present differences in literature. In practice, they are complementary. There is no life without education; there is no harmony without reading, without knowledge and without learning. Education is present from the moment we breathe and seek nourishment for the first time. It transcends us to the world of dreams Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 197 and brings us very close to reality, virtue, affection, and respect. A whole is only complete when each part works in consonance. Education is important so that we are able to believe in a better world, where peace and comprehension prevail. And it is a priority, for by being well-educated, we will be able to dosage the needs of the body, nourishing the spirit with the fluid of wisdom and marking the maximum grade of human education in our consciousness. _____________________ “L’éducation est présente dès que nous respirons notre premier air et que nous cherchons notre premier aliment.” Education et vie En suivant l’évolution historique de l’homme, nous nous apercevons de sa difficulté à vivre en harmonie. Ceci nous amène à réfléchir –si l’on pouvait mesurer – comme nous mesurons les séismes, quelle est l’échelle de l’éducation à une époque si éloignée? Les personnes étaient torturées et tuées, tandis que des centaines d’autres applaudissaient et souriaient, comme si elles assistaient à un beau spectacle de football à une finale de Coupe du Monde. Actuellement, nous voyons cette même dysharmonie renaître dans le cœur de l’homme “évolué”, ce qui nous fait réfléchir, quelle est l’échelle de l’éducation de la société contemporaine? Importante et prioritaire est l’éducation dans la vie de l’être humain, car c’est elle qui nous donne le discernement entre l’irrationnel et le rationnel, entre l’intolérance et la tolérance et entre l’amour et la haine. Importante en littérature, entre autres significations, c’est ce qui ne peut s’oublier ou ne pas servir. Pour l’homme primitif, il était nécessaire de s’alimenter et de se protéger des prédateurs, de vivre d’évaluation de la vie. A l’ère moderne, nous sommes sûrs que tout ceci est fini, mais sommes surpris par des actes animalesques comme les guerres, les attentats, les hommes bombes, les corruptions, les escroqueries et tant d’autres substantifs et adjectifs dont nous pouvons faire la liste au travers de l’éducation. Priorité en littérature, entre autres significations, c’est la préséance dans le temps ou dans le lieu ; primatie, préférence. Un pays qui a une éducation de qualité, aura dans son histoire des exemples concrets de discipline et développement. L’éducation consciente conduit à la santé définie, à la sécurité responsable et à l’habitation égalitaire. Cherchant le savoir et pratiquant la connaissance, l’homme devient un grand instrument de mots, se libérant de l’intolérance et de l’irrationalité et poursuivant le haut degré de l’échelle de l’éducation. Donc, il n’y a différence de mots que dans la littérature. Dans la pratique, ils se complètent. La vie n’existe pas sans éducation, l’harmonie sans lecture, sans connaissance 198 Unesco--•--Folha Dirigida et sans apprentissage. L’éducation est présente dès que nous respirons notre premier air et que nous cherchons notre premier aliment. Elle nous transcende vers le monde des rêves et nous conduit bien près de la réalité, de la vertu, de l’affection et du respect. Un tout n’est complet que lorsque chaque partie fonctionne en consonance. L’éducation est importante pour que nous croyions en un monde meilleur, où prévalent la paix et la compréhension, et elle est prioritaire, car bien éduqués, nous saurons doser les nécessités du corps, alimentant l’esprit avec le fluide du savoir et marquant en notre conscience la note maximum de l’éducation humaine. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 199 “A educação tem a importância de uma ação libertadora. Mas o estado castra o ensino com medidas repressoras” João Assunção dos Santos Universidade do Estado do Pará – UEPA - Belém - PA Cansados de ficarem a ver navios As crianças remam os seus sonhos sob o leito dos rios Sem transporte escolar alcançam o farol do alfabeto Os ribeirinhos sentem sede de ler e escrever o nome completo. Entre a fauna e a flora seguem de cabelo ao vento As crianças amazônicas carecem de conhecimento O destino é uma escola que se esconde lá na mata Onde a “tia” é meio branca, meio índia e mulata. A canoa vai deslizando no colo das águas barrentas De bubuia as crianças permanecem barulhentas Contam a lenda do boto que aprenderam com os avós São tão puras que nem imaginam que o governo as deixa sós. E assim vão desbravando as correntezas horas a fio Aprender ou morrer é a independência do Brasil Essas crianças sem estudo são passarinhos na gaiola Ficam sem canto, perdem o encanto e acabam na esmola. Na viagem se entusiasmam e pensam até em ter um teto A escola é uma palafita com a sala a céu aberto Afogada em tanta conta a “tia” conta o seu salário Diz que nadou em maré baixa e só cursou o velho primário. No Brasil de tantos brasis a educação morre na beira A várzea vai parindo o verde durante a viagem inteira No peito, as crianças sonham em cursar uma faculdade Querem ser médicos, professores na própria comunidade. Sem saber da existência do Estatuto da Criança O farol é a intuição, a vontade e a esperança 200 Unesco--•--Folha Dirigida Longe de serem incluídas no programa Bolsa Escola Encalham a sorte no descaso, guardando o sonho na sacola. E se sentindo sem importância perdem o interesse pelo estudo A saída é a caça e a pesca, viram impotentes absurdos E assim a potência humana vai morrendo lentamente Alagados no banzeiro da pororoca irreverente. A educação tem a importância de uma ação libertadora Mas o estado castra o ensino com medidas repressoras Manter as crianças analfabetas é uma estratégia de loucura Põe o Brasil no cativeiro, numa doença sem cura. Priorizar a educação aponta um salto pro futuro É a garantia de que o Brasil já vê o farol além do muro E redescobrindo os valores que estavam tão contidos O Brasil deixará de ser subdesenvolvido. _____________________ “Education has the importance of a freeing action. But the state castrates schooling with repressing measures.” Tired of being deceived Children row their dreams on the riverbeds Without school transportation, they reach the traffic sign of the alphabet The riparian people are thirsty for writing and reading their entire names. Between fauna and flora they go on with their hair in the wind The Amazonian children lack knowledge Destiny is a school that hides in the jungle Where the teacher is half-white, half-Indian, and mulatto. The canoe flows in the bed of the muddy waters Floating, the children remain noisy Telling the dolphin’s tale they have learned from their grandparents They are so pure, they don’t even imagine the government leaves them so lonely. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 201 And so they go on opening up the currents for hours on end To learn or to die is Brazil’s independence These children with no study are birds in the cage They end up with no song; they lose enchantment and end up begging for alms. On the trip, they feel enthusiastic and even think on having a roof Their school is a stilt house with an open-air living room Drowned in so many bills, their teacher counts her wages She says she swam on low tide and only went to the old elementary school. In the Brazil of so many Brazils, education dies at the margin The swamp gives birth to the green throughout the journey In their chests, children keep the dream of going to college They want to become doctors and teachers in their own communities. Without knowledge about the existence of the Statute of the Child The lighthouse is their intuition, will, and hope Far from being included in the School Grant Program They strand their luck in the neglect, keeping their dream inside the bag. And feeling themselves unimportant, they lose interest for studying The way out is hunting and fishing, which turn out an important absurd And so human potencies die slowly Drenched in the wake of the irreverent tidal bore. Education has the importance of a liberating action But the State castrates teaching with repressing measures Keeping children illiterate is a strategy of madness Holding Brazil in captivity, in an illness with no cure. Prioritizing education points to a jump to the future It is the guarantee that Brazil already sees the lighthouse beyond the wall And by rediscovering values that were so restrained Brazil will no longer be underdeveloped. 202 Unesco--•--Folha Dirigida “L’éducation a l’importance d’une action de libération. Mais l’état castre l’enseignement avec des mesures répressives” Las de voir la vie passer Les enfants rament leurs rêves sur le lit des fleuves Sans transport scolaire ils atteignent le phare de l’alphabet Les riverains ont soif de lire et d’écrire leur nom complet. Entre la faune et la flore ils poursuivent les cheveux au vent Les enfants de l’Amazonie manque de connaissance Le destin est une école qui se cache là-bas dans la forêt Où la “tante” (professeur) est moitié blanche, moitié indienne et mulâtre. Le canoë glisse dans les bras des eaux boueuses En flottant les enfants font du bruit Racontent la légende du dauphin qu’ils ont appris avec leurs grands-parents Ils sont si purs qu’ils n’imaginent même pas que le gouvernement les laisse seuls. Et ainsi ils vont apprivoisant les courants au fil des heures Apprendre ou mourir c’est l’indépendance du Brésil Ces enfants sans étude sont des petits oiseaux en cage Ils ne chantent pas, perdent l’enchantement et finissent dans l’aumône. Dans le voyage, ils s’enthousiasment et pensent même à avoir une maison L’école est une hutte avec salle au ciel ouvert Noyée dans tant de comptes la “tia” compte son salaire Dit qu’elle a nagé à marée basse et n’a étudié que le vieux primaire. Au Brésil de tant de braises, l’éducation meurt sur la rive La rase campagne accouche le vert durant tout le voyage Dans la poitrine, les enfants r6event de faire la faculté Ils veulent être des médecins, des professeurs dans la propre communauté. Sans connaître l’existence du Statut de l’Enfant Le phare est l’intuition, la volonté et l’espérance Loin d’être inclus dans le programme Bourse Ecole Font échouer la chance dans le mépris, gardant le rêve à l’école. Et se sentant sans importance perdent l’intérêt des études La solution est la chasse et la pêche, deviennent impuissants absurdes Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 203 Et ainsi la puissance humaine meurt lentement Inondés dans l’agitation de l’encontre irrévérente des eaux. L’éducation a l’importance d’une action de libération Mais l’état castre l’enseignement avec des mesures répressives Maintenir les enfants analphabètes est une stratégie de folie Met le Brésil en prison, dans une maladie sans guérison. Donner priorité à l’éducation montre un saut vers l’avenir C’est la garantie que le Brésil voit déjà le phare au-delà du mur Et redécouvrant les valeurs qui étaient contenues Le Brésil ne sera plus sous-développé. 204 Unesco--•--Folha Dirigida “Preciso desesperadamente manter acesa a chama dessa necessidade que arde em meu corpo e somente a educação enquanto construção de subjetividades me possibilitará.” Joelma Tito da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/CERES - Caicó - RN As luzes se acendem, o palco do conhecimento está montado. Contudo, o que me inspira a participar do espetáculo do saber constituído se sou forças em conflito? Se sou um cristão favelado ou um sujeito pagão marginalizado? Se tenho nas minhas mãos a verdade revelada e se posso vislumbrar do meu lado a sonhada e desmantelada “Razão” do meu ser? Se desconheço a própria existência do ser? Se o mundo divino e natural chama a minha sensibilidade para contemplar a verdade e a razão do possível, quando o cotidiano me envolve como um véu insinuante de pecado e perdição para conhecer e reconhecer no meu próprio sangue as suas verdades estilhaçadas? Acredito ser o ator principal de um monólogo confiável, mas sou coadjuvante de uma peça ziguezagueante, disseminada em outros corpos, em outras verdades, em diversos desejos. Quero descobrir a verdade, quero conhecê-la, tocá-la com a mão, senti-la, mas como se ela não existe, se está dentro de mim corroendo o meu corpo, se eu a invento? Como vou conhecer a minha verdade se não entendo as outras, se ninguém me ensinou na escola? Se eu não entendia a voz do professor, se ele não inspirava a minha curiosidade? Como o professor iria me ensinar as verdades do mundo se não entendia os meus gestos, se estava preso, encarcerado nos seus problemas do cotidiano? Sou filho do caos educativo, de uma desordem que não é criativa e aparece como a máscara sombria alimentando a superficialidade de idéias e esgotando o pluralismo de uma inventividade diluída em sujeitos vários. Quero ser esse personagem múltiplo, mostrando o meu rosto e a minha cara inscritos em idéias. Quero me conhecer e me desconhecer em verdades para compreender o “eu” e o “outro”. Por isso, as cortinas do grande teatro da educação não podem fechar, porque não há público, todos são sujeitos desse enredo, no qual as instituições, os professores, os alunos, os indivíduos que não conhecem a escola são personagens de uma história construída pelos próprios sujeitos. Mas não quero uma peça de fachada, escrita por autores medíocres, desejo um grande espetáculo de vida que considera os corpos marginais e desviantes como atores de uma trama sem começo, meio ou fim. Dispenso a linearidade das histórias comuns e esgarçadas. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 205 Desejo educar os meus olhos para difusos cominhos que atam e desatam realidades. Preciso desesperadamente manter acesa a chama dessa necessidade que arde em meu corpo e somente a educação enquanto construção de subjetividades me possibilitará. Por isso as luzes do conhecimento não podem se apagar elas são importantes, elas devem ser prioridades. _____________________ “I desperately need to keep the flame of this need on in my body and only education, as a construction of subjectivities, will enable me.” The lights are on; the stage of knowledge is set. However, what most inspires me to take part in the spectacle of knowing if I am powers in conflict? If I am a Christian from the slum or a marginalized pagan fellow? If in my hands, I have the truth revealed and am able to see beside me the dismantled “reason” of my existence I dreamed of so deeply? If I ignore the very existence of existence? If the divine and natural worlds call my sensitivity to see the truth and reason of what is possible, when the quotidian involves me like an insinuating veil of sin and perdition to know and recognize its shattered truths in my own blood? I believe to be the leading character of a trustworthy monologue, but I am coadjutant in a zigzagging play, disseminated in other bodies, in other truths, in several desires. I want to discover the truth, I want to know it, touch it with my hands, and feel it, but how, if it doesn’t exist, if it is inside me, corroding my body, what if I invented it? How will I know my truth if I don’t understand the others, if no one taught me that in school? If I didn’t understand the teacher’s voice, if he didn’t inspire my curiosity? How would the teacher teach me the truths of the world if he didn’t understand my gestures, if he was captive, incarcerated in his quotidian problems? I am a child of the educative chaos, of a disorder that is not creative and appears like the somber mask feeding superficiality and draining pluralism of being inventive diluted in many subjects. I want to be that multiple character, showing my face and my face inscribed into ideas. I want to know and un-know myself in truths to understand the “me” and the “other.” That is why the curtains of the great theater of education can’t be closed, because there is no public, all are subjects of this plot, in which institutions, teachers, students, and individuals who don’t know school, are characters of a history built by its own subjects. But I don’t want a play of appearances, written by mediocre authors, I desire a large spectacle of life that considers marginal and deviated bodies as actors of a plot with no 206 Unesco--•--Folha Dirigida beginning, middle or end. I dismiss the linearity of the common and torn stories. I want to educate my children to the diffuse paths that tie and untie realities. I desperately need to keep the flame on of this need that burns in my body and only education, as a construction of subjectivities, will enable me. That is why the lights of knowledge can’t be turned off; they are important, they should be a priority. _____________________ “J’ai désespérément besoin de maintenir allumée la flamme de cette nécessité qui brûle dans mon corps et seule l’éducation en tant que construction de subjectivités rendra cela possible.” Les lumières s’allument, l’estrade de la connaissance est montée. Cependant, qu’estce qui m’inspire à participer à ce spectacle du savoir constitué si je suis forces en conflit? Si je suis chrétien de la favela ou sujet païen marginalisé? Si j’ai dans mes mains la vérité révélée et si je peux entrevoir de mon côté la rêvée et démantelée “Raison” de mon être? Si je méconnais la propre existence de l’être? Si le monde divin et naturel appelle ma sensibilité pour contempler la vérité et la raison du possible, quand le quotidien m’entoure d’un voile insinuant de pêché et perdition pour connaître et reconnaître dans mon propre sang ses vérités en éclats? Je pense être l’acteur principal d’un monologue fiable, mais je suis coadjuvant d’une pièce zigzaguante, disséminée dans d’autres corps, dans d’autres vérités, dans divers désirs. Je veux découvrir la vérité, je veux la connaître, la toucher de mes mains, la sentir, mais comme si elle n’existe pas, si elle est en moi courant dans mon corps, si je l’invente. Comment vais-je connaître ma vérité si je ne comprends pas les autres, si personne me l’a apprise à l’école? Si je ne comprenais pas la voix du professeur, s’il n’inspirait pas ma curiosité? Comment le professeur pourrait-il m’apprendre les vérités du monde s’il ne comprenait pas mes gestes, s’il était prisonnier, enfermé dans ses problèmes du quotidien? Je suis enfant du chaos éducatif, d’un désordre qui n’est pas créatif et apparaît comme le masque sombre alimentant le superficiel d’idées et tarissant le pluralisme d’une inventivité diluée en sujets variés. Je veux être ce personnage multiple, montrant mon visage et ma figure inscrits en idées. Je veux me connaître et me méconnaître dans les vérités pour comprendre le “moi” et l’ “autre”. Pour cela, les rideaux du grand théâtre de l’éducation ne peuvent se fermer, parce qu’il n’y a pas de public, tous sont sujets de cette trame, dans laquelle les institutions, les professeurs, les élèves, les individus qui ne connaissent pas l’école sont des personnages d’une histoire construite par les propres sujets. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 207 Mais je ne veux pas une pièce de la façade, écrite par des auteurs médiocres, je veux un grand spectacle de vie qui considère les corps marginaux et déviants comme auteurs d’une trame dans début, milieu ou fin. Je dispense la linéarité des histoires communes et rompues. Je veux éduquer mes yeux pour des chemins diffus qui lient et délient les réalités. J’ai désespérément besoin de maintenir allumée la flamme de cette nécessité qui brûle dans mon corps et seule l’éducation en tant que construction de subjectivités rendra cela possible. Pour cela, les lumières de la connaissance ne peuvent s’éteindre elles sont importantes, elles doivent être des priorités. 208 Unesco--•--Folha Dirigida “Educar é libertar da ignorância, da opressão que a vantagem educacional ocasiona, do subjugo das nações mais desenvolvidas, das limitações que o não saber impõe...” Juliana de Fátima da Silva Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - SP Educar é libertar Educação certamente não é a resposta para todos os problemas que afligem a humanidade, mas é um caminho necessário e profícuo para amenizar muitos deles e direcionar a solução de tantos outros. Isto porque pessoas com melhor nível educacional são mais aptas para o auto-cuidado, têm hábitos de vida mais saudáveis e melhores noções de higiene, justamente porque sabem a importância de tê-los, e são portanto capazes de prevenir centenas de doenças evitáveis e assim poupar o sistema de saúde do dispêndio em seu tratamento, sabidamente mais caros que a prevenção. Estão preparadas para conseguir melhores postos de trabalho, porque estão profissionalmente mais qualificadas e competitivas para enfrentar a concorrência . E com pessoas mais preparadas para atender às necessidades do mercado, caem os níveis de desemprego e por tabela os de criminalidade, já que tendo condições de suprir as necessidades da vida cotidiana, menos pessoas procurarão meios escusos e ilegais de ganhar a vida. Cai a criminalidade ainda porque a educação, o lazer, a ocupação dão perspectivas aos jovens, e lhes restituindo o direito ao futuro, ao regozijo do sonho, os afasta do crime e faz crescer o nível de segurança e satisfação social. Educação é a armas que temos para desarmar a violência. Pessoas mais instruídas são além disso capazes de compreender a dinâmica do meio ambiente e por isso mais propensas a zelar por ele, a prevenir sua destruição, a usar racionalmente os recursos escassos, a lutar por sua preservação. São também capazes de exercer com propriedade o controle social. Têm voz, se apropriaram, por meio da educação, das habilidades de comunicação falada e escrita e por isso têm em mãos os meios necessários para exigir do governo o cumprimento dos direitos civis, para exigir da sociedade, uns dos outros, que cumpram com seus deveres, que ajam com ética. Voz para reivindicar, brigar, lutar por quaisquer causas, para coibir a corrupção em qualquer esfera. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 209 Sabem analisar, de posse de uma gama mais ampla de argumentos e de vivências, as questões éticas atuais que se põem em voga. Estas pessoas sabem construir ao longo de sua vida sua própria ética, sua escala de valores. São capazes de apreciar a pluralidade, as diferenças e o inestimável valor da diversidade e por essa razão são mais tolerantes com os outros Elas podem ter não só acesso mas interesse por cultura e podem inclusive ajudar a construí-la!Podem eternizar seus pensamentos nos livros, cantar seus sonhos, pintar seu mundo, encenar suas angústias e esculpir o futuro da maneira que melhor lhes aprouver. Estão aptas para buscar informações, para interpretá-as criticamente e deve ser função da educação não só informar, como formar e ensinar a ler o mundo com os próprios olhos. Países que investiram alto neste princípio, que alicerçaram seu projeto de crescimento nos pilares da educação, que fizeram dela uma questão mais que importante (muitas outras o são), mas prioritária, colhem hoje os frutos de uma democracia consolidada, respaldada em cidadãos conscientes, altos níveis sócio-econômicos e sólida base para o progresso técnico-científico e social. Educar é libertar da ignorância, da opressão que a vantagem educacional ocasiona, do subjugo das nações mais desenvolvidas, das limitações que o não saber impõe, do obscurantismo em que se encontram os inscientes, das escolhas impostas pela massificação. Investir na educação, em todos os níveis, deve ser prioridade na agenda de qualquer nação que queira assegurar o direito à liberdade que é saber. _____________________ “To educate means freeing from the ignorance and oppression that the educational disadvantages cause, from the dominion of the more developed nations, from the limitations that not knowing imposes on us...” To educate means to free Education certainly isn’t the answer to all problems that afflict humanity, but is a necessary and useful path to soothe many of them and guide us toward the solution of many others. People of higher educational levels are more apt to care for themselves, have healthier life habits and better hygiene notions, exactly because they know of the importance of having them and are therefore, capable of preventing thousands of evitable illnesses, sparing the health system from treatment expenses, knowingly more expensive than prevention. They are prepared for better employment placements, because they are professionally more qualified and competitive to face competition. 210 Unesco--•--Folha Dirigida And with better prepared people to attend to the needs of the market, the levels of unemployment decrease and consequently those of criminality as well, once that by having conditions to supply the needs of the daily life, less people will seek questionable and illegal means of making a living. Criminality rates fall too because education, leisure and occupation give the youth perspectives, and give them back the right to the future, to rejoice dreaming, pushing them away from crime and making the level of safety and social satisfaction grow. In addition, more educated people are capable of understanding the dynamics of the environment and therefore are more inclined to zeal for it, prevent it from destruction, to use the scarce resources with rationality, and fight for its preservation. They are also capable of exercising social control with property. They have voice, appropriate themselves through education with spoken and written communication abilities and therefore have in their hands the necessary means to demand the fulfilling of their civil rights from the government, from society, from one another to fulfill one’s duties, to act with ethics. Voice to demand, fight, battle for any causes, to restrain corruption in any sphere. They know how to analyze, owning a broader range of arguments and experiences, the current ethic questions taking place. These people know how to build their own ethics, their scale of values along their lives. They are capable of appreciating plurality, differences, and the inestimable value of diversity and for this reason they are more tolerant with others. They may have not only access but interest for culture and may even help build it! They may eternize their thoughts in books, sing their dreams, paint their world, play their anguishes, and sculpt their future the way they feel is best. They are apt to seek information, to interpret it critically, and education’s function should not be only informing, but forming as well as, and teach how to read the world with one’s own eyes. Countries that invested highly in this principle, that based their growth project on the pillars of education, that made of it a more than important question (many others are too), harvest today the results of a consolidated democracy, supported on aware citizens, high society and economic levels and have a solid base for the technical and scientific progress. To educate is to free from ignorance, from the oppression that the educational advantage causes, from the dominion of more developed nations, from the limitations the not-knowing imposes, from the darkness in which the ignorant are, from the choices imposed by massification. Investing in education, in all levels, should be a priority in the agenda of any nation that wants to ensure the right to freedom, which is knowing. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 211 “Eduquer c’est se libérer de l’ignorance, de l’oppression que l’avantage éducationnel occasionne, du pouvoir subjuguant des nations plus développées, des limitations que le non-savoir impose...” Eduquer c’est libérer Education certainement n’est pas la réponse à tous les problèmes qui affligent l’humanité, mais est un chemin nécessaire et profitable pour amenuiser beaucoup d’entre eux et orienter la solution de tant d’autres. Ceci parce que les personnes ayant un meilleur niveau éducationnel sont plus aptes à l’auto-attention, ont des habitudes de vie plus saines et des meilleures notions d’hygiène, justement car elles connaissent l’importance de les avoir, et sont donc capables de prévenir des centaines de maladies évitables et ainsi préserver le système de santé des dépenses pour leur traitement, évidemment plus chers que la prévention. Elles sont préparées pour réussir de meilleurs postes de travail parce qu’elles sont professionnellement plus qualifiées et compétitives pour affronter la concurrence. Et avec des personnes plus préparées pour répondre aux besoins du marché, les niveaux de chômage diminuent et aussi ceux de la criminalité, car ayant les conditions de remplir les nécessités de la vie quotidienne, moins de personnes rechercheront des moyens détournés et illégaux de gagner la vie. La criminalité diminue aussi car l’éducation, le loisir, l’occupation donnent des perspectives aux jeunes, et leur rendant le droit à l’avenir, au réjouissement du rêve, les éloigne du crime et fait croître le niveau de sécurité et de satisfaction sociale. Education est l’arme que nous avons pour désarmer la violence. Les personnes plus instruites sont au-delà de ceci capables de comprendre la dynamique de l’environnement et pour cela plus enclin à le protéger, à prévenir sa destruction, à utiliser rationnellement les rares recours, à lutter pour sa préservation. Elles sont aussi capables d’exercer avec priorité le contrôle social. Elles ont voix, s’approprient, au moyen de l’éducation, des habilités de communication parlée et écrite et pour cela ont entre les mains les moyens nécessaires d’exiger du gouvernement l’accomplissement des droits civils, d’exiger de la société, les uns des autres, qu’ils accomplissent leurs devoirs, qu’ils agissent avec éthique. Voix pour revendiquer, se disputer, lutter pour toutes causes, pour réprimer la corruption dans n’importe quelle sphère. Elles savent analyser, en possession d’une gamme plus ample d’arguments et de vécus, les questions éthiques actuelles qui se mettent en vogue. Ces personnes savent construire tout au long de leur vie leur propre éthique, leur échelle de valeurs. Elles sont capables d’apprécier la pluralité, les différences et l’inestimable valeur de la diversité et pour cette raison, sont plus tolérantes avec les autres. 212 Unesco--•--Folha Dirigida Elles peuvent avoir non seulement accès mais aussi intérêt pour la culture et peuvent aussi aider à la construire! Elles peuvent éterniser leurs pensées dans les livres, chanter leurs rêves, peindre leur monde, mettre en scène leurs angoisses et sculpter l’avenir de la meilleure manière qu’elles trouvent. Elles sont aptes à chercher des informations, pour les interpréter de façon critique et ce doit être fonction de l’éducation de non seulement informer, comme former et enseigner à lire le monde de ses propres yeux. Les pays qui ont beaucoup investi dans ce principe, qui ont fondé leur projet de croissance dans les piliers de l’éducation, qui ont en fait une question plus qu’importante (beaucoup d’autres le sont), mais prioritaire, cueillent aujourd’hui les fruits d’une démocratie consolidée, épaulée en citoyens conscients, de hauts niveaux socioéconomiques et une solide base pour le progrès technico-scientifique et social. Eduquer c’est se libérer de l’ignorance, de l’oppression que l’avantage éducationnel occasionne, du pouvoir subjuguant des nations plus développées, des limitations que le non-savoir impose, de l’obscurantisme dans lequel se trouvent les ignorants, des choix imposés par le phénomène de masse. Investir dans l’éducation, à tous les niveaux, doit être une priorité dans l’agenda de n’importe quelle nation qui veut garantir le droit à la liberté qu’est le savoir. “A educação é prioritária. Só ela é digna de transformar, cultivar, libertar. Vidas medíocres, pouco versadas e sem perspectiva são transformadas em vidas expressivas...” Kaytha e Silva Jorge Universidade Cidade de São Paulo – UNICID - São Paulo - SP Sobre Princípios e Valores Considerados por séculos, cultores da filosofia e criadores de várias ciências, os gregos costumavam refletir muito sobre o olhar. Visto que os olhos representam as fronteiras existentes entre a consciência humana e tudo aquilo que a cerca, duas formas de olhar passaram a ter destaque: o ativo e o receptivo. Este, decorre da capacidade de enxergar, ou seja, de receber estímulos visuais. Aquele, representa a busca, a apreciação do mundo, a observação contínua e sistematizada. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 213 Partindo do preceito de que o mundo moderno é repleto de estímulos, de competitividade e desafios, despertar o “olhar ativo” e o senso crítico passou a ser um imperativo na educação. Aliás, a amplitude de recursos da atualidade reflete bem esse mérito. Diante dos sucessivos avanços tecnológicos, a procura por qualificação e especialização profissional nos leva a crer que uma nação sem preparo não é capaz de atender a essa demanda. Presume-se, então, que todos os indivíduos possam contar com uma realidade que os convide à busca por novas ciências, ao mesmo tempo que os incentive a participarem de maneira ativa e construtiva desse mundo. A aquisição do conhecimento é uma prática ininterrupta; o acúmulo de informações não se limita aos instantes de freqüência à escola. Entretanto, é a partir dela, ao serem desenvolvidas nossas habilidades básicas, que passamos a diligenciar novos caminhos, rumo a um aprendizado sem restrições. Só a educação é capaz de vincular o processo formativo escolar e os princípios sociais. Enquanto tirocínios inovadores e criativos oferecem incentivo às competências cultas e científicas da população, a valorização da igualdade entre os seres, bem como o apreço ao respeito e à democracia estabelecem uma visão analítica e reflexiva da realidade. É certo que há proximidade entre a educação e a ética; ambas tratam da ação e da conduta humana, levando em conta não só a ciência, mas também a formação moral e ideológica dos indivíduos. Convém ressaltar que uma deve complementar a outra. Não existe ética sem educação e vice-versa. Só se pode estabelecer uma conexão entre elas, a partir da observação e absorção de valores, como a ponderação e a prudência. A educação é prioritária. Só ela é digna de transformar, cultivar, libertar. Vidas medíocres, pouco versadas e sem perspectiva são transformadas em vidas expressivas, vigorosas, admiráveis. Verdades e préstimos são libertados, a ponto de preponderarem multidões. Ora, ela não só explica as diferenças existentes na realidade humana, como também soluciona conflitos, equilibra incertezas, sana dúvidas. É um bem exclusivo. Ela pode capacitar, aprimorar, criar e formar. Esse é o seu grande álibi: é a única virtude que realmente prepara cidadãos. 214 Unesco--•--Folha Dirigida “Education is a priority. Only education is worth transforming, cultivating, and liberating. Mediocre lives, little skilled and with no perspectives are transformed into expressive lives...” About Principles and Values Considered for centuries as followers of philosophy and creators of many sciences, the Greek used to reflect much about the Man’s view of things. Seen that the eyes represent the existing boundaries between the human consciousness and everything around it, two ways of observing became highlighted: the active and the receptive. One is a result from the capacity of seeing, that is, to receive visula stimuli. The other, represents the search, the appreciation for the world, the continuous and systemized observation. Parting from the precept that the modern world is replete with stimuli, competition and challenges awaken the “active eye” and critical sense became imperative in education. Besides, the amount of resources available today reflects this merit well. In face of the successive technological advancements, the search for professional qualification and specialization takes us to believe that an unprepared nation isn’t capable of attending this demand. So it is assumed that all individuals may rely on a reality that invites them to search new sciences, and at the same time encourage them to participate actively and constructively in this world. Acquisition of knowledge is an uninterrupted practice; the accumulation of information isn’t limited to instants of school frequency. Nevertheless, it is from there on, as our basic abilities are developed, that we begin to endeavor new paths, toward learning without restrictions. Only education is capable of linking the school formative process to social principles. While innovative and creative teachings offer incentives to the cultured and scientific competences of the population, the valorization of equality among beings, as well as the appreciation for respect and democracy establish an analytical and reflexive view of the reality. It is certain that there is a proximity between education and ethics; both treat human action and conduct, taking in consideration not only science, but also the moral and ideological formation of individuals. It is worth it to mention that one should complement the other. There is not ethics without education and vice-versa. We can only establish a connection between them by observing and absorbing values with careful consideration and prudence. Education is a priority. Only education is worthy transforming, cultivating, freeing. Mediocre lives, little skilled and without perspectives are transformed into expressive, vigorous, admirable lives. Truths and usefulness are freed, to the point that they preponderate multitudes. Well, it not only explains the existing differences in the human reality, but it solves conflicts, balances uncertainties, remedies doubts. It is an exclusive good. It can capacitate, improve, and form. This is its great alibi: it is the only virtue that really prepares citizens. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 215 “L’éducation est prioritaire. Elle seule est digne de transformer, cultiver, libérer. Des vies médiocres, peu instruites et sans perspective sont transformées en vies expressives...” Sur Principes et Valeurs Considérés pendant des siècles, sculpteurs de la philosophie et créateurs de plusieurs sciences, les Grecs avaient l’habitude de beaucoup réfléchir sur le regard. Vu que les yeux représentent les frontières existantes entre la conscience humaine et tout ce qui l’entoure, deux formes de regard ont été mises en évidence: l’actif et le réceptif. Celui-ci, découle de la capacité de voir, c’est-à-dire, de recevoir les stimulations visuelles. L’autre représente la recherche, l’appréciation du monde, l’observation continue et systématisée. Partant du précepte que le monde moderne est rempli de stimulations, de compétitivité et défis, éveiller le “regard actif” et le sens critique est devenu un impératif dans l’éducation. D’ailleurs, l’amplitude des recours de l’actualité reflète bien ce mérite. Face aux successifs progrès technologiques, la recherche de qualification et spécialisation professionnelle nous mène à croire qu’une nation non préparée n’est pas capable de répondre à cette demande. On présume alors que tous les individus pouvaient compter sur une réalité qui les invite à la recherche de nouvelles sciences, en même temps qui les encourage à participer de manière active et constructive de ce monde. L’acquisition de la connaissance est une pratique continuelle ; l’accumulation d’informations ne se limite pas aux moments de fréquence à l’école. Cependant, c’est à partir d’elle, en développant nos habilités basiques, que nous passons à chercher de nouveaux chemins, en direction d’un apprentissage sans restrictions. Seule l’éducation est capable de lier le processus de formation scolaire et les principes sociaux. Tandis que des apprentissages innovateurs et créatifs offrent un encouragement aux compétences cultes et scientifiques de la population, la valorisation de l’égalité entre les êtres, ainsi que la valorisation du respect et à la démocratie établissent une vision analytique et réflexive de la réalité. Il est certain qu’il existe une proximité entre l’éducation et l’éthique ; toutes deux traitent de l’action et de la conduite humaine, prenant en compte non seulement la science, mais aussi la formation morale et idéologique des individus. Il convient de souligner que l’une doit compléter l’autre. Il n’existe pas d’éthique sans éducation et vice versa. On ne peut établir une connexion entre elles, qu’à partir de l’observation et l’absorption de valeurs comme la pondération et la prudence. L’éducation est prioritaire. Elle seule est digne de transformer, cultiver, libérer. Des vies médiocres, peu instruites et sans perspective sont transformées en vies expressives, vigoureuses, admirables. Vérités et capacités sont libérées, au point de prépondérer des foules. Or, elle n’explique pas seulement les différences existantes dans la réalité humaine, mais résout aussi les conflits, équilibre les incertitudes, sans doutes. C’est un bien exclusif. Elle peut habiliter, améliorer, créer et former. C’est son grand alibi: c’est l’unique vertu qui prépare réellement les citoyens. 216 Unesco--•--Folha Dirigida “A educação é prioritária apenas às vésperas das eleições, e, após a vitória forjada pelos votos dos analfabetos funcionais, nem ao menos é considerada importante.” Lara de Sousa Marques Universidade Federal de Viçosa – UFV - Viçosa - MG Estigma Cabe em poucas palavras o necessário, em atitudes raras o essencial, e a realidade feita de fardos reina, sólida e invisível aos senhores da lei. Enquanto a cegueira consente, em ilusão se conserta a história: números que tanto falam, mas nada aos que não podem ler. As mãos calejadas, desconcertadas frente ao espetáculo, mal sabem ser as atrações principais da confusão entre a prioridade e o imediato. E a alavanca para o desenvolvimento, disfarçada de ação com bom resultado, em propaganda enganosa torna-se argumento, quando nada mais é que caminho ao futuro sem ordem nem progresso. Os discursos bem estruturados consideram o educar fundamental para a construção social de qualidade. E em países que não avançaram o primeiro passo da total alfabetização, é ainda mais urgente investir na área do conhecimento – a base da cidadania a qual poucos detêm. População bem instruída é consciente dos seus direitos e deveres, da sua realidade e do caminho que deve seguir para fazer da sociedade o espelho do que idealiza para si. Educação liberta àqueles que se deixam levar por palavras indigestas, as quais não compreendem. É voz aos que se calam por viver à margem da aceitação. É cura à ferida aberta na história – herança que continua a zombar da lei. É mais do que bela palavra e, acima de tudo, transforma. É necessidade primeira de cada indivíduo que move um país. Instiga-nos, contudo, o motivo da discórdia entre o que é dito em campanha e o que é feito em governo: o direito que seria determinante torna-se mais um estigma nessa sina de nunca sair do lugar. Na base deste conformismo, a política do crescimento ignora as imagens em que são retratados os olhares de um povo sem expectativas diante do que lhes é renegado. A educação é prioritária apenas às vésperas das eleições, e, após a vitória forjada pelos votos dos analfabetos funcionais, nem ao menos é considerada importante. Deixam-se de lado os que constroem a nação e eternizam-se impérios com promessas de alforria. Esperamos o despertar da consciência para o tempo perdido, e que as palavras em vão sejam transformadas em atitudes significativas, pois, à mercê das leis e impotentes diante daqueles que ganham méritos por projetos sem fundamento, caminhamos para o fundo do poço, sem rumo e sem volta. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 217 “Education is only a priority on elections’ eve. After the victory forged by the votes of the functional illiterate, it isn’t even considered important.” Stigma The necessary fits into a few words; the essential, in rare attitudes; and the lords of the law reign over the solid and invisible reality made of uniforms. While blindness consents, history is repaired in illusion: numbers that say so much, but nothing to those who can’t read. Casehardened and puzzled hands in front of the spectacle, hardly know they are the main attraction of the confusion between priority and the immediate. The drive for development, disguised as actions with good results, where arguments become deceptive advertising, isn’t anything more than a path to the future without order or progress. Well-structured discourses consider educating essential for the social construction of quality. And in countries that didn’t move beyond the first step toward total literacy, it is even more pressing to invest in the area of knowledge – the base of citizenship that few detain. A well-instructed population is aware of its rights and duties, of its reality and of the path it should follow in order to make of society a mirror of what they idealize for themselves. Education frees those who are taken by indigested words they don’t understand. It is the voice of those who silence, because they live at the margin of acceptance. It is the cure of a wound opened in history – an inheritance that continues to mock the law. It is more than a beautiful word, and most of all, it transforms. It is the primary need of each individual that moves a country. Nevertheless, the reason for discord between what is said on campaign and what is done in actual administrations instigates us: the right that would be determining becomes yet another stigma in this fate of never leaving the spot. In the base of this resignation, the policy of growth ignores all images that portray the looks of a people without expectations, facing what is denied to them. Education is a priority only on elections’ eve. After the victory forged by the votes of the functional illiterate, isn’t even considered important. Those who build a nation are left aside while empires are eternized with promises of emancipation. We expect awareness wakes up to all the lost time and that vain words are transformed into significant attitudes, for, at the mercy of the laws and impotent before those who are merited for projects with no foundation, we are walking towards the bottom, with no direction and no return. 218 Unesco--•--Folha Dirigida “L’éducation est prioritaire seulement à la veille des élections, et, après la victoire forgée par les votes des analphabètes fonctionnels, n’est ni au moins considérée importante.” Stigmate Le nécessaire tient en peu de mots, l’essentiel en attitudes rares, et la réalité faite de fardeaux règne, solide et invisible aux seigneurs de la loi. Tandis que la cécité consent, l’histoire se répare en illusion: des chiffres qui parlent tant, mais rien à ceux qui ne peuvent lire. Les mains calleuses, déconcertées face au spectacle, ne savent même pas être les attractions principales de la confusion entre la priorité et l’immédiat. Et le levier du développement. Maquillée en action au bon résultat, en propagande mensongère devient argument, quand plus rien n’est que le chemin vers l’avenir sans ordre ni progrès. Les discours bien structurés considèrent l’éducation fondamentale pour la construction sociale de qualité. Et dans les pays qui n’ont pas fait le pas de la totale alphabétisation, il est encore plus urgent d’investir, dans le domaine de la connaissance – la base de la citoyenneté que peu détiennent. La population bien instruite est consciente de ses droits et devoirs, de sa réalité et du chemin qu’elle doit suivre pour faire de la société le miroir de ce qu’elle idéalise pour elle. L’éducation libère ceux qui se laissent emporter par des mots indigestes, qu’ils ne comprennent pas. C’est la voix pour ceux qui se taisent pour vivre en marge de l’acceptation. C’est la guérison de la plaie ouverte dans l’histoire – héritage qui continue à se moquer de la loi. Et plus qu’une belle parole et, surtout, transforme. Et première nécessité de chaque individu qui fait bouger un pays. On nous incite donc le motif de la discorde entre ce qui est dit en campagne et ce qui est fait dans le gouvernement: le droit qui serait déterminant devient un nouveau stigmate dans ce destin de ne jamais sortir de la place. Dans la base de ce conformisme, la politique de la croissance ignore les images où sont photographiés les regards d’un peuple sans expectatives devant ce qui leur est renié. L’éducation est prioritaire seulement la veille des élections, et, après la victoire forgée par les votes des analphabètes fonctionnels, n’est ni au moins considérée importante. On laisse de côté ceux qui construisent la nation et les empires aux promesses de liberté s’éternisent. Nous espérons l’éveil de la conscience pour le temps perdu, et que les paroles en vain soient transformées en attitudes significatives, car, à la merci des lois et impuissants devant ceux qui gagnent des mérites pour des projets sans fondement, nous marchons vers l’abîme, sans direction et sans retour. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 219 “Educar é compreender que lidamos em primeiro lugar com sujeitos históricos. Histórias pessoais e mundiais. Guerras entre países e guerras e crises individuais.” Leandro Augusto de Paula Santos Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Nova Lima – MG Ponto de partida, chegada, retorno... Até este último segundo, o átomo é visto como uma das menores partículas constituintes do ser humano. Utilizo esta referência de tempo porque os cientistas já desconfiam de algo mais para além desse componente. Primeira forma de visibilidade e identificação do ser humano, acredita-se que o corpo parte de um nível molecular (considerando aqui as limitações da ciência), integra-se a dimensões culturais, sociais e históricas e ainda estabelece relações fora dos comandos cerebrais e de sua fisiologia. A exemplo de um funil a ser construído, por um lado tem-se o seu alargamento sempre possível e por outro o seu estreitamento que nunca se fecha. Um orifício que se torna cada vez mais ínfimo, mas sempre passível de novidades e surpresas. Simplesmente a soberania de um enigma. Enigma esse que se difere do conhecimento palpável com suas aplicações a um determinado contexto e suas implicações e limites. A diferença do enigma para o conhecimento reside, então, no alcance de cada um. Enquanto o enigma apresenta-se como algo ilimitado, o conhecimento apenas se transforma. Possui um caráter acumulativo, apesar da sua constante renovação. Agora, o enigma é único, singular. Está acima da linha histórica. Delicia-se com a arte de desafiar gerações e gerações. É um perscrutar sem término, inquietante. Quando falo de corpo (s), opto pela sua centralidade e sua estreita relação que estabelece com o ato educativo. Corpo-sujeito-enigma. Complexidade das mais perfeitas. Combinação sem igual. Educadores lidam com enigmas, com o todo porque o ser humano não se trata de uma junção do biológico com o histórico, o social e o cultural como se fossem peças que se encaixam. Aqui, não se trata de partes. As dimensões formadoras da vida humana são múltiplas e incontáveis. A socialização familiar, a educação escolar, a formação profissional, o lazer, a cultura. Educar é compreender que lidamos em primeiro lugar com sujeitos históricos. Histórias pessoais e mundiais. Guerras entre países e guerras e crises individuais. Retratos sociais e fotos de momentos únicos. E isso implica dizer que são sujeitos que vêem construindo significados sobre o mundo, atribuindo sentidos, vivenciando emoções, criando expectativas e cultivando sonhos. Já são alguém. Seja na infância, adolescência, idade adulta ou na velhice o ato educativo não deve possuir uma visão futurista. Ou seja, traçando objetivos distantes ou a longo 220 Unesco--•--Folha Dirigida prazo. Não se trata de resgate, complementos ou sobreposições ideológicas. Impossível tratar pessoas que já são como um vir a ser. Aquela idéia de tábula rasa já está descartada. Qualquer tempo é tempo de formação e o possível e a urgência da educação centramse neste fato. E formar-se é conhecer o corpo e suas múltiplas manifestações. É ser singular e ao mesmo tempo sociável. É ser único e ao mesmo tempo produto de um coletivo histórico. É ser cultural e original. É fazer História. Para o educador, um recado em forma de apelo: mais que adequar a uma determinada realidade, é preciso também transformá-la. A transformação é possível. E é aí que reside a prioridade da educação. Quanto ao enigma que reveste o ser humano, lamento dizer, mas esse decifrar é algo que não nos cabe. Porém saber da existência desse enigma já é um grande passo para o encaminhamento de ações e propostas. É o contentar-se e o agir... _____________________ “To educate means understanding that in first place, we are dealing with historical subjects. Personal and world histories. Wars among countries, and wars and individual crises.” Starting point, arrival, return... Up to this last second, the atom is seen as one of the smallest particles composing the human being. I use this reference of time because scientists already suspect of something else beyond this component. The human’s first form of visibility and identification, it is believed that the body begins from a molecular level (considering science’s limitations here), integrating cultural, social, and historical dimensions, and establishing relations outside its physiology and cerebral commands. Like a funnel, with one broad side and a narrowing opposite that never closes. An orifice that becomes smaller and smaller, but is always subject to novelties and surprises. Simply the sovereignty of an enigma. An enigma that differs from palpable knowledge, with its applications to a certain context and its implications and limits. The difference between enigma and knowledge resides, then, within each individual’s reach. While an enigma presents itself as something unlimited, knowledge only transforms its self. It has an accumulative character, in spite of its constant renovation. Now, an enigma is unique, singular. It lies above the historical line. It delights itself in the art of defying generations and generations. It is a disturbing endless scrutinizing. When I speak of body(s), I opt for its centrality and narrow relation that establishes the action of educating. Body-subject-enigma. A complexity of the most perfect. Matchless combination. Educators deal with enigmas, with the whole, because the Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 221 human being isn’t about a junction of biological and historical, social, and cultural elements, as if they were pieces that fit into one another. The dimensions that form human life are multiple and countless. Familiar socialization, scholar education, professional education, leisure, culture. To educate means to comprehend that we are dealing with historical subjects in first place. Personal and world histories. Wars among countries, and individual wars and crisis. Social pictures and photos of unique moments. This implies saying that they are subjects that have been building meanings about the world, attributing significances, living emotions, creating expectations and cultivating dreams. They are already someone. Be it in their childhood, adolescence, and adult life or in old age, the act of educating should not have a futurist vision. That is, tracing goals for later or in the long run. It isn’t about rescuers, complements, or ideological superpositions. It is impossible to treat people who are already a- yet-to-come. That idea of tabula rasa is already discarded. Any time is time for education and education’s possibility and urgency focus on this fact. And to shape one self is to know the body and its multiple manifestations. Being singular and sociable at the same time. Being unique and a product of the historical collectiveness at the same time. Being cultural and original. Making history. To the educators a message in form of plea: more than adjusting to a certain reality, it is necessary to transform it as well. Transformation is possible. That is where the priority of education lies. In relation to the enigma that covers the human being, I am sorry to say, but deciphering it is something that is not up to us. However, knowing about the existence of this enigma is already a great step to forwarding actions and proposals. Contentment and action… _____________________ “Eduquer c’est comprendre que nous avons affaire d’abord à des sujets historiques. Histoires personnelles et mondiales. Guerres entre pays et guerres et crises individuelles.” Point de départ, arrivée, retour... Jusqu’à cette dernière seconde, l´atome est vu comme l’une des plus petites particules constituantes de l’être humain. J’utilise cette référence de temps car les scientifiques soupçonnent déjà de quelque chose en plus au-delà de ce composant. Première forme de visibilité et identification de l’être humain, on croit que le corps part d’un niveau moléculaire (considérant ici les limitations de la science), s’intègre aux dimensions culturelles, sociales et historiques et aussi établit des relations hors des commandes cérébrales et de sa physiologie. A l’exemple d’un entonnoir à construire, 222 Unesco--•--Folha Dirigida d’un côté on a son élargissement toujours possible et de l’autre son rétrécissement qui ne se ferme jamais. Un orifice qui devient chaque fois plus infime, mais toujours passible de nouveautés et surprises. Simplement la souveraineté d’une énigme. Une énigme qui diffère de la connaissance palpable avec applications à un contexte déterminé et ses implications et limites. La différence de l’énigme et de la connaissance réside alors dans la portée de chacun. Tandis que l’énigme se présente comme quelque chose d’illimité, la connaissance à peine se transforme. Elle possède un caractère cumulatif, malgré sa constante rénovation. Maintenant, l’énigme est unique, singulier. Elle est au-dessus de la ligne historique. Elle s’enchante avec l’art de défier des générations et générations. C’est un sondage sans fin, inquiétant. Quand je parle de corps, j’opte pour sa centralisation et son étroite relation qu’il établit avec l’acte éducatif Corps-sujet-énigme. Complexité des plus parfaites. Combinaison sans égale. Les éducateurs ont affaire avec les énigmes, avec le tout car l’être humain n’est pas une jonction du biologique avec l’historique, le social et le culturel comme si c’étaient des pièces qui s’emboîtent. Ici, il ne s’agit pas de parties. Les dimensions formatrices de la vie sont multiples et innombrables. La socialisation familiale, l’éducation scolaire, la formation professionnelle, le loisir, la culture. Eduquer c’est comprendre que nous avons affaire d’abord à des sujets historiques. Histoires personnelles et mondiales. Guerres entre pays et guerres et crises individuelles. Portraits sociaux et photos de moments uniques. Et ceci implique à dire que se sont des sujets qui sont en train de construire des significations sur le monde, en attribuant des sens, vivant des émotions, créant des expectatives et cultivant des rêves. Ils sont déjà quelqu’un. Soit dans l’enfance, l’adolescence, l’âge adulte ou dans la vieillesse l’acte éducatif ne doit pas posséder une vision futuriste. C’est-à-dire, traçant des objectifs distants ou à long terme. Il ne s’agit pas de sauvetage, compléments ou superpositions idéologiques. Impossible de traiter les personnes qui sont déjà comme quelque chose qui vient à être. L’idée de table rase est déjà éliminée. N’importe quelle époque est une époque de formation et le possible et l’urgence de l’éducation se concentrent dans ce fait. Et se former c’est connaître le corps et ses multiples manifestations. C’est être singulier et en même temps sociable. C’est être unique et en même temps produit d’un collectif historique. C’est être culturel et original. C’est faire l’Histoire. Pour l’éducateur, un message en forme d’appel: plus qu’adapter à une réalité déterminée, il faut aussi la transformer. La transformation est possible. Et c’est là que réside la priorité de l’éducation. Quant à l’énigme que revêt l’être humain, je regrette de le dire, mais ce déchiffrage ne nous incombe pas. Mais, connaître l’existence de cette énigme est déjà un grand pas vers l’acheminement d’actions et de propositions. C’est se contenter et agir. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 223 “Pela educação não se extrai somente boas idéias. Forma-se, em grande parte, o caráter moral. A educação escolar traça limites...” Leily Vânea Medeiros Dornelas Faculdades de Vitória – FDV - Vila Velha – ES Desde de seu nascimento o homem precisa aprender as regras do meio social para viver entre seus pares. Como folha em branco chega ao mundo. Sua história será redigida conforme as induções a que for submetido. Tais induções representam o processo de aprendizagem, angariado pelas experiências práticas, inerentes à observação dos fenômenos cotidianos, e também o adquirido no âmbito da aprendizagem teórica conquistada ao longo da vida escolar. Entretanto, ao homem desprovido de conhecimento resta apenas admiração irrefletida dos fenômenos vivenciados. Um absorver, pelos sentidos do corpo, sem ter condições de indagar e de discernir. Por outro lado, será através dos ensinamentos aprendidos, nos bancos escolares, que lhe será revelado o fundamento de tais experiências. Ao aprender tal conteúdo poderá enxergar a substância das coisas, não como os manipuladores inescrupulosos as dissimulam. Tal desvendar excita, se afigura saboroso, pois culmina num apetite voraz pelo conhecimento, na medida em que entender os conceitos apresentados, incita a que se queira, cada vez mais, conhecer novos significados. Deste modo, o gosto por ingerir boa nova cultural se torna insaciável, o que ocupa a mente. Faz o homem viajar por lugares nunca idos. Evita o caminhar por becos escuros da ociosidade jovial imerecida que, não muito raro, descamba rumo à violência. Este ocupar e viajar é experiência agradável. Não cansa, descansa. Sempre haverá novidade para se contar e expectadores para escutá-la, numa interação que socializa emissor e receptor. Um doa, o outro recebe, ambos compartilham. Assim, afasta-se a solidão. Constrói-se respeito mútuo. Por certo, tal sentimento esquivará a ambos de violentar o corpo ou o patrimônio um do outro, o que refletirá em paz social. Logo, o homem ao poder ler e interpretar as inúmeras informações que, em flashes diários, se lhes apresenta, terá capacidade para indagar o porquê dos fatos, bem como para contestar a razoabilidade dos procedimentos políticos, econômicos e sociais a que for submetido. Este indagar contribuirá para o progresso de seu Estado. A partir do momento que passa a questionar, se eleva ao mundo das idéias. Sai, portanto, do patamar de mero expectador de coisas, de relator de experiências alheias e sobe o degrau da criação, dimensão mais excelsa. Através desta nova percepção estará apto a quebrar paradigmas sociais ou científicos, tornando o mundo melhor para si e para outros. Aguçará a habilidade de criar opor224 Unesco--•--Folha Dirigida tunidades que lhe proporcionarão qualidade de vida. À conta disso, poderá usufruir, legitimamente, os bens que logrou construir com suas próprias mãos. Pela educação não se extrai somente boas idéias. Forma-se, em grande parte, o caráter moral. A educação escolar traça limites que, via de regra, conduz ao homem, pela inferência lógica dos conceitos aprendidos, à obediência das normas do sistema. Por conseguinte, antes de praticar, por exemplo, um ato de vandalismo, terá condições de ponderar, diante das sanções propostas, as conseqüências. Enfim, verifica-se que a educação esta diretamente ligada à conjectura orgânica, aos sentidos do corpo, à própria vida e à perpetuação da espécie humana. Homem que aprende a respeitar outro homem, não mata, escreve em seu destino a liberdade de decidir. Por estas fortes razões, conclui-se que a educação é prioritária, é importante e é fundamental à formação do homem. _____________________ “Through education one doesn’t extract only good ideas. One shapes, in great part, its moral character. School education traces limits...” From his birth on, Man needs to learn his social habitat’s rules in order to live among his pairs. He comes to the world like a blank sheet. His history will be written according to the inductions to which he is submitted. These inductions represent his learning process, gathered along his practical experiences, inherent to the observation of the quotidian phenomenon, and also the one acquired in the field of theoretic learning, conquered along the school life. However, to men lacking knowledge rests only thoughtless admiration for their experienced phenomena. Absorption, through the senses of the body, with no condition to question or discern. On the other side, it will be through what he learned in school, that the founding of these experiences will be revealed. When he has learned such content, he will be able to see the substance of things and not how the unscrupulous manipulations dissimulate them. This revelation excites, represents itself tasty, because it culminates into a voracious appetite for knowledge, as he understands the presented concepts, inciting one to want more and more, to know new meanings. That way, his taste for ingesting cultural news becomes insatiable, what occupies his mind. It makes Man travel through places never visited. Avoids the undeserved journey through the dark alleys of one’s idle youth, which not very often, lead to the course of violence. This occupation and journey is a pleasant experience. It doesn’t tire, it relaxes. There will always be news to tell and listeners to listen, in an interaction that socializes emitter and receptor. One donates, the other one receives; both share. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 225 That way, loneliness is kept away. Mutual respect is built. Certainly, such feeling will shun both from constraining their bodies or patrimonies form one another, which will reflect in social peace. Therefore, as Man is able to read and interpret countless information presented to him in daily flashes, and question the reasons for the facts, as well as to contest the reasonability of the political, economical, and social proceedings they are submitted to. Being able to question will contribute to the progress of his State. As soon as he questions, the world of ideas is elevated. Therefore, he leaves the condition of being a mere watcher of things, a reporter of others’ experiences and raises the step of creation, a more exalted dimension. Through this new perception he will be apt to break social or scientific paradigms, making the world better for him and for others. It will sharpen his ability to create opportunities that will bring him better living standards. He will be able to legitimately enjoy the goods he achieved with his own hands. Through education, one is able to extract not only good ideas. In great part, his or her moral character. School education traces limits that normally conduct to Man through the logic interference of the concepts he learned, to obeying norms of the system. Consequently, before practicing an act of vandalism, for example, he will be able to ponder its consequences in face of the proposed sanctions. Finally, one can see that education is directly linked to the organic conjecture, to the senses of the body, to life itself and to the perpetuation of the human species. People who learn to respect others, don’t kill, they write in their fate the freedom to decide. For these strong reasons, we can conclude that education is a priority; it is important and essential to the shaping of man. _____________________ “Par l’éducation on n’extrait pas seulement de bonnes idées. On forme en grande partie le caractère moral. L’éducation scolaire trace des limites...” Depuis sa naissance, l’homme a besoin d’apprendre les règles du milieu social pour vivre entre ses paires. Il vient au monde comme une feuille en blanc. Son histoire sera rédigée selon les inductions auxquelles il sera soumis. Ces inductions représentent le processus de l’apprentissage, séduit par les expériences pratiques, inhérentes à l’observation des phénomènes quotidiens, et aussi l’acquis dans le milieu de l’apprentissage théorique conquis tout au long de la vie scolaire. Toutefois, à l’homme dépourvu de connaissance il reste à peine l’admiration irréfléchie des phénomènes vécus. D’un côté absorber, par les sens du corps, sans avoir 226 Unesco--•--Folha Dirigida les conditions de s’informer et de discerner. De l’autre, ce sera au travers des enseignements appris, sur les bancs de l’école, que lui sera révélé le fondement de telles expériences. En apprenant tel contenu, il pourra voir la substance des choses, non comme des manipulateurs sans scrupules la dissimulent. Une telle découverte excite, se montre savoureuse, car elle culmine dans un appétit vorace de la connaissance, dans la mesure où comprendre les concepts présentés, incite à vouloir chaque fois plus, connaître de nouvelles significations. Ainsi, le goût d’ingérer des nouveautés culturelles devient insatiable, ce qui occupe l’esprit. Fait l’homme voyager dans des endroits ou personne n’est jamais allé. Evite de marcher dans des rues obscures de l’oisiveté joviale imméritée qui, ce n’est pas rare, dévie vers le chemin de la violence. Cette occupation et ce voyage est une expérience agréable. Ne fatigue pas, repose. Il y aura toujours des nouveautés à raconter et des spectateurs pour les écouter, dans une interaction qui socialise émetteur et récepteur. L’un donne, l’autre reçoit, tous deux partagent. Ainsi, la solitude s’éloigne. Un respect mutuel se construit. Certainement, tel sentiment évitera aux deux de violenter le corps ou le patrimoine de l’autre, ce qui se reflétera en paix sociale. Ainsi, l’homme en pouvant lire et interpréter les innombrables informations qui lui sont présentées en flashes quotidiens, aura la capacité de chercher à savoir le pourquoi des faits, ainsi que de contester la raison des processus politiques, économiques et sociaux auxquels il sera soumis. Cette recherche contribuera au progrès de son Etat. A partir du moment qu’il en vient à questionner, il s’élève au monde des idées. Il sort ainsi du degré de simple spectateur de choses, de conteur d’expériences autres et s’élève au degré de la création, dimension plus sublime. Au travers de cette nouvelle perception il sera apte à rompre les paradigmes sociaux ou scientifiques, rendant le monde meilleur pour lui et pour les autres. Aiguisera l’habileté de créer d’opportunités qui lui apporteront qualité de vie. Grâce à cela, il pourra jouir, légitimement, des biens qu’il a réussis à construire de ses propres mains. De l’éducation on n’extrait pas seulement de bonnes idées. On forme en grande partie le caractère moral. L’éducation scolaire trace des limites qui, par voie de règle, conduit à l’homme, par l’inférence logique des concepts appris, à l’obéissance des normes du système. Par conséquent, avant de pratiquer, par exemple, un acte de vandalisme, il aura les conditions de pondérer, face à des sanctions proposées, les conséquences. Enfin, on peut vérifier que l’éducation est directement liée à la conjoncture organique, aux sens du corps, à la propre vie et à la perpétuation de l’espèce humaine. Homme qui apprend à respecter un autre homme, ne tue pas, écrit dans son destin la liberté de décider. Pour ces fortes raisons, on conclut que l’éducation est prioritaire, est importante et est fondamentale à la formation de l’homme. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 227 “Tão colossal é o mito que se criou sobre o tema educação - no caso, no Brasil -, que ela se posta em nossas consciências como uma quimera.” Lenon Dias dos Santos Centro Universitário de Brasília – UNICEUB - Brasília – DF Tão colossal é o mito que se criou sobre o tema educação - no caso, no Brasil -, que ela se posta em nossas consciências como uma quimera. Eis que por remédio, superado todo o problema da educação, seremos considerados uma civilização “em potencial”, democrática: pela Ordem e Progresso – um Estado onde a base social é predominantemente de descendentes de escravos, que ainda não conseguiram encontrar a saída do labirinto da escravidão, ainda que acorrentados! -. Pasmem, como se tal panacéia fosse facilmente conquistada!! Toda educação é, senão, no mínimo, primordial. Todavia, muito cuidado se deve admitir ao fazer distinção a que tipo de educação se quer tratar, porquanto há dois modelos que o conhecimento popular exalta e apregoa. A primeira espécie de educação é a responsável, em curtos termos, pelo sucesso e ascensão do indivíduo no meio social. Esse é o tipo de educação do qual os yankes – diga-se, jóia das Américas - dizem ser essencial para o aniquilamento do cidadão “fracassado”. A educação diplomada, a carreira escolar acompanhada por profissionais, que dispõem os seus conhecimentos mediante uma didática monitorada pelo Estado. Esse modelo de educação que surgiu de uma fagulha grega, que se comprometeu e aperfeiçoou na caminhada, que nos ilumina até os dias de hoje seria ideal para uma democracia ateniense, onde os conceitos de cidadão, escravo, homens livres e Estado eram diferentes dos tomados atualmente. Tal, ao contrário do que pensam, não é mais importante que a segunda espécie. O segundo exemplar de educação é o mais negligenciado pela sociedade contemporânea.O respeito para com os idosos, a reverência aos ancestrais, o respeito aos genitores, à família, às instituições mais antigas que as próprias crenças pessoais, tudo isso fora esquecido, e não passou de geração para geração como valioso legado, mas como costume antiquadro. A sociedade, ou os responsáveis, delegaram ao Estado a vigilância sobre essa espécie de educação, falha essa suficiente para a formação do “monstro moderno”, o menino, o jovem, ou o homem de valores autosuficientes. A educação em sentido genérico significa orientação nas artes da vida, através da disciplina e de lições. A educação torna os homens artífices, para o bem ou para o mal. Um bonsai deve ser podado, desde a sua maturidade, constantemente, para que se mantenha a forma ideal a que deseja o jardineiro, e por vezes deve-se atravessar nele 228 Unesco--•--Folha Dirigida um arame que contenha o seu impulso de expandir. Para com os homens não ocorre de maneira diversa. Nas palavras de Erasmo de Roterdam “ a natureza é de per si eficiente, no entanto, a educação, com sua eficácia mais avantajada, pode superá-la”. Por convicção, tem-se que a educação é, não obstante importante, inegavelmente prioritária. Deve-se reconhecer que a educação influenciou para a aquiescência dos homens, para o progresso da humanidade. Que dela nada se fez senão fechar-se num ideal. Que ela não contribui para desfazer no homem o sub-instinto de selvageria. E se se negar que ela seja um instinto do homem, um destino, doloroso fado, nada mais restará a que ela possa envolver. E se se pensar que a educação pode dar-se fora do homem, que um animal qualquer possa ser educado nas artes da razão? Ora, não está mais que claro, que a Educação é imanente nos homens, e que, por mais que esses queiram dela dirimir ela acabará por surgir de forma singular em um indivíduo, sendo tal fenômeno uma arquitetura da natureza!? Assim como um animal irracional deve aprender a desenvolver as suas habilidades para sobreviver na natureza, devem os homens desenvolver o conhecimento por meio da educação, que é senão relegar experiências e conhecimentos para os leigos em dado assunto. E não é mediante a vara, com se fazem aos asnos, que se deve aplainar a lição aos mais jovens e ignorantes. Para muito se serviu a palmatória, principalmente para criar o terror que há no contexto de educar. “Antes de qualquer título, um diploma” dizem eles cheios de convicção, para amendontrar, diminuir, e desmotivar aqueles que vêem a vida como um longo caminho de trabalho penoso e irreconhecido. _____________________ “The myth created over the theme education is so colossal – in the case, in Brazil – that it places itself in our consciousness like a chimera.” The myth created over the theme education is so colossal – in the case, in Brazil – that it places itself in our consciousness like a chimera. Behold that once the entire problem of education is overcome through medicine, we will be considered a “potential” democratic civilization: for the Order and Progress – a State in which its social base is predominantly composed of slave descendants who haven’t been able yet to find the way out of the labyrinth of slavery, though chained! – Be amazed, as if such panacea could be easily achieved!! Every education is if not at minimum, primordial. Nevertheless, we should admit carefulness as we distinguish what type of education we are dealing with. Popular knowledge exalts and preaches about two models. The first species is the responsible education, in short terms, focusing on the success and ascension of individuals in the Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 229 social environment. This is the type of education the Yankees (read here - the jewel of the Americas) say is essential to annihilate “failed” citizens. The diploma-education, the school career followed by professionals, who dispose their knowledge by means of a didactic monitored by the State. This education model that originated from a Greek spark, which compromised and improved the path that illuminates us up to these days, would be ideal for an Athenian democracy, where the concepts of citizens, slaves, free men and State were different from today’s. That one, contrary to what we may think, isn’t more important than the second type. The second example of education is the most neglected by the contemporary society. Respect for the elderly, reverence for ancestors, respect for one’s genitors, family, and for institutions that are older than their own personal beliefs, were all forgotten and not passed on from generation to generation as a valued legacy, but as an old-fashioned costume. Society, or those responsible for it, delegates the vigilance about this kind of education to the State, a flaw that is enough to shape the “modern monster,” the boy, the young, or the man of self-sufficient values. Education in a generic sense means orientation in the arts of life, through the discipline of lessons. Education turns man into an artificer, for the good or for the bad. A bonsai has to be trimmed constantly so that it maintains the ideal form its gardener desires, and sometimes we have to cross a wire through it to contain its impulse of expanding. To men it does not happen in a different way. In the words of Erasmus of Rotterdam “nature in itself is efficient, yet, education, with its exceeding efficacy can out do it.” By conviction, it is believed that education, despite being important, is undeniably a priority. We should recognize that education had an influenced on Man’s acquiescence, on the progress of humanity. That nothing was made of it but enclosing it in an ideal. That it doesn’t contribute to undo the wild sub-instinct of man. And if we deny that it is an instinct of man, a fate, painful fate, there will be nothing left that it can involve. And if we think education can take place outside the Man, that any animal can be educated in the arts of reason? Now, isn’t it more than clear that Education is immanent in Men, and that, as much as they want to give an end to it, it will end up appearing in a unique form in an individual, being such phenomenon a design of nature? Just as an irrational animal should learn to develop its abilities to survive in nature, Man should develop knowledge through education, which is but relegating experiences and knowledge to laymen in certain issues. And it isn’t before a stick, as it is done with the donkeys, that the lessons to the younger ones and ignorant should be leveled out. The ferule was very useful; especially to create the terror there is in the context of educating. “Before any title, a diploma,” they say full of conviction, to frighten, diminish, and de-motivate those who see life as a long path of hard and unrecognized labor. 230 Unesco--•--Folha Dirigida “Le mythe qui s’est créé autour du thème de l’éducation est si colossal –en l’occurrence au Brésil -, qu’elle se place dans nos consciences comme une chimère.” Le mythe qui s’est créé autour du thème de l’éducation est si colossal – en l’occurrence au Brésil -, qu’elle se place dans nos consciences comme une chimère. Voilà que par remède, surmonté tout le problème de l’éducation, nous serons considérés une civilisation “en potentiel”, démocratique: par Ordre et Progrès – un Etat où la base sociale est prédominante de descendants d’esclaves, qui n’ont pas encore réussi à trouver la sortie du labyrinthe de l’esclavage, encore enchaînés! -. Ils s’étonnent comme si telle panacée était facilement conquise!! Toute éducation est, sinon au moins, primordiale. Cependant, on doit faire très attention en admettant de faire la distinction de quel type d’éducation on veut traiter, car il y a deux modèles que la connaissance populaire exalte et divulgue. La première espèce d’éducation est la responsable, à courts termes, par le succès et l’ascension de l’individu dans le milieu social. C’est le type d’éducation duquel les Yankees – disons-le, joyau des Amériques – disent être essentiel à l’anéantissement du citoyen “en échec”. L’éducation diplômée, la carrière scolaire accompagnée par les professionnels, qui disposent de leurs connaissances au moyen d’une didactique guidée par l’Etat. Ce modèle d’éducation qui a surgi d’une étincelle grecque, qui s’est engagée et perfectionnée dans la marche, qui nous illumine jusqu’aux jours d’aujourd’hui serait idéal pour une démocratie athénienne, où les concepts de citoyen, esclave, hommes libres et Etat étaient différents de ceux pris actuellement. Tel, au contraire de ce qu’ils pensent, n’est pas plus important que la seconde espèce. Le deuxième exemplaire de l’éducation est le plus négligé par la société contemporaine. Le respect pour les personnes âgées, la révérence aux ancêtres, le respect des parents, de la famille, des institutions plus anciennes que les propres croyances personnelles, tout ceci a été oublié, et n’est pas passé de génération en génération comme un légat précieux, mais comme une coutume ancienne. La société, ou les responsables, ont délégué à l’Etat la vigilance sur cette espèce d’éducation, erreur suffisante pour la formation du “monstre moderne”, le garçon, le jeune ou l’homme aux valeurs autosuffisantes. L’éducation au sens générique signifie orientation dans les arts de la vie, au travers de la discipline et des leçons. L’éducation rend les hommes artifices, pour le bien ou le mal. Un bonsaï doit être coupé, depuis sa maturité, constamment, pour conserver la forme idéale que désire le jardinier, et parfois, on doit le traverser avec un fil de fer qui contienne sa tendance à s’étendre. Pour qu’avec les hommes cela n’arrive pas différemment. Dans les paroles de Erasmo de Roterdam “ la nature est si efficace, cependant, l’éducation, avec son efficacité plus avantagée peut la dépasser”. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 231 Par conviction, on sait que l’éducation est, non obstant importante, on ne peut le nier, prioritaire. On doit reconnaître que l’éducation a influencé le consentement des hommes, au progrès de l’humanité. Que d’elle, rien ne s’est fait sinon s’enfermer dans un idéal? Qu’elle n’a pas contribué à défaire en l’homme le sous-instinct de la sauvagerie. Et si on nie qu’elle est un instinct de l’homme, un destin, un sort douloureux, il ne restera rien qu’elle puisse impliquer. Et si l’on pense que l’éducation peut se donner en dehors de l’homme, que n’importe quel animal puisse être éduqué dans les arts de la raison? Or, il n’est pas plus clair que l’Education est immanente dans les hommes et que, même s’ils veulent l’annuler, elle finira par surgir de forme singulière dans un individu, tel phénomène étant une architecture de la nature!? Comme un animal irrationnel doit apprendre à développer ses habilités pour survivre dans la nature, les hommes doivent développer la connaissance au moyen de l’éducation, qui est sinon reléguer les expériences et connaissances pour les laïques de ce sujet. Et ce n’est pas au moyen du bâton, comme on fait avec les ânes que l’on doit faciliter la leçon aux plus jeunes et ignorants. Pour beaucoup on a utilisé la punition, surtout pour créer la terreur qu’il existe dans le contexte. “Avant tout titre, un diplôme” disent-ils remplis de conviction, pour faire peur, diminuer et démotiver ceux qui viennent à la vie avec un long chemin de travail pénible et non reconnu. 232 Unesco--•--Folha Dirigida “Basta olharmos para Brasília: um celeiro de bravos homens, verdadeiros guerreiros, que têm defendido com unhas e dentes os interesses do povo brasileiro.” Leonardo Carvalho Universidade Federal Fluminense – UFF - Nilópolis - RJ Valões a céu aberto Quando se fala em prioridades, não há país no mundo mais exemplar do que o Brasil no trato dos assuntos que mais importam à sociedade. Basta que o povo tenha anseios, e os mesmos são prontamente atendidos. Quando pedimos segurança, presídios são construídos; quando queremos alimentação, temos restaurantes populares; quando pedimos saúde, temos farmácias populares; quando queremos projetos sociais, temos vale-gás, bolsa-escola, bolsa-família. É realmente muito bom viver num país assim, onde tudo o que o povo mais precisa é prontamente fornecido. Mas o que temos de melhor mesmo é a educação. Ah, isso sim é que eleva o Brasil à sua “privilegiada” posição no cenário mundial. É muito bom saber que no Brasil se oferece a verdadeira educação. Não a educação daqueles países pobres onde crianças da quarta série primária não sabem ler; onde adolescentes da oitava série sabem ler, mas não entendem o que lêem; daqueles países onde verbas de merenda escolar são desviadas por miseráveis que deveriam zelar por uma alimentação decente nas escolas; daqueles países que jogam suas crianças nas ruas para serem “alfabetizadas” pelo tráfico de drogas. Países que são como valões a céu aberto, entupidos de lixo, sofás velhos e mato, e a única máquina que poderia limpar esses valões seria a educação, mas a máquina está quebrada por falta de verba (Não que ela tenha sido desviada...). Não, realmente não somos como esses países. Aqui nós temos educação de qualidade. E essa qualidade é que nos leva a cada dia a sermos cidadãos mais conscientes. Agora nós não trocamos mais nossos votos por camisas ou chaveirinhos. Nós não aceitamos menos que um botijão de gás (e cheio!). Sabemos dos nossos direitos. Quando a fila do restaurante popular está muito grande, reclamamos mesmo; quando falta o remédio na farmácia popular, mandamos cartinhas para o jornal; quando o hospital não tem ortopedista, chamamos a imprensa. Ninguém engana mais a gente! É também graças à prioridade que se dá à educação em nosso país que temos escolhido melhor nossos representantes. Basta olharmos para Brasília: um celeiro de bravos homens, verdadeiros guerreiros, que têm defendido com unhas e dentes os interesses do povo brasileiro. Homens que têm lutado com todas as forças contra as calúnias que Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 233 se têm levantado contra eles. Ah, se não fosse a educação! Estaríamos perdidos. Elegeríamos chacais, amantes do dinheiro, do poder e da injustiça, que aborreceriam a Deus; que receberiam supersalários, passagens aéreas, auxílio-moradia (sem necessitarem), auxílio-paletó, superverbas de gabinete, enfim, elegeríamos verdadeiras pragas que fariam padecer a nossa nação. Mas o que temos aqui é um show de educação; um show de demagogia, ou melhor, de democracia. Aqui não se brinca com educação de jeito nenhum. Sempre se teve a consciência de que sem educação de qualidade, não teríamos saúde de qualidade, segurança de qualidade, salário dignos, e fechando o ciclo, educação de qualidade. E se hoje temos toda esta exemplar estrutura, é porque sempre foi dada à educação uma atenção prioritária, sem a qual estaríamos perdidos. E o mais importante é que todos nós temos acesso a essa educação. Todos sem...sem...ééééé...sem... Como se escreve “ecessão” mesmo? _____________________ “We just have to look at Brasília: a barn of brave men, true warriors that have been defending the Brazilian people’s interests with tooth and nail.” Gutters in the open When speaking of priorities, there is no more exemplary country in the world than Brazil when dealing with the issues that most matter to society. People just need to have desires, and they are promptly answered. When we request security, prisons are built; when we want nutrition, we get popular restaurants; when we request health, we get popular pharmacies; when we want social projects, we get gas-vouchers, schoolvouchers, family-vouchers. It is really very nice to live in such country, where everything its people need the most is promptly supplied. But what we have best, really, is education. Oh, that is what raises Brazil to its “privileged” position in the world scenario. It is very good to know that true education is offered in Brazil. Not the education of those poor countries where fourth grade children don’t know how to read. Where adolescents of the eighth grade know how to read but don’t understand what they are reading. Of those countries where budgets for school dinner are diverted by a miserable person who should zeal for a decent meal in the schools. Of those countries that throw their children in the streets to be “Alphabetized” by drug traffickers. Countries that are like gutters in the open, clogged with garbage, old sofas and thicket, and the only machine that could clean these gutters would be education, but the machine is broken for the lack of budget (not that it may have been deviated…). No, really, we aren’t like those countries. Here, we have qualitative education. And this quality is what takes us to 234 Unesco--•--Folha Dirigida be increasingly conscious citizens each day. Now we no longer exchange our votes for t-shirts or key rings. We don’t accept less than a gas cylinder (and full!). We know our rights. When the line at the popular restaurant is very crowded, we really complain; when there is no medicine in the popular pharmacy, we send little letters to the newspaper; when the hospital does not have an orthopedist, we call the press. No one will fool us anymore! It is also due to the priority we give to education in our country that we have been choosing better our representatives. We just have to look to Brasília: a barn of brave men, true warriors that have been defending the Brazilian people’s interests with tooth and nail. Men who have been fighting with all their strength against the slander people have been saying against them. Ah, if it weren’t education! We would be lost. We would be voting on jackals, lovers of money, power and injustice, who would annoy God; and they would be earning super-wages, air tickets, expense allowance for housing (without needing it), coat jacket and super ministry budgets, in short, we would be electing true plagues that would make our nation suffer. But what we have here is a show of education: a show of demagogy, or better, of democracy. Here, no one plays with education, no way. We have always been aware that without a qualitative education, we would not have qualitative health and safety, dignified wages, and closing the cycle, qualitative education. And if we have this entire exemplary structure, is because we always gave priority attention to education, without which we would be lost. And the most important is that all of us have access to this education. Everyone, without … without… eeeee… without… how do we write “ecception?” _____________________ “Il suffit de regarder Brasília: un grenier de braves hommes, véritables guerriers, qui ont défendu de toutes leurs forces les intérêts du peuple brésilien.” Vallons à ciel ouvert Quand on parle de priorités, il n’existe pas de pays au monde plus exemplaire que le Brésil dans le traitement des sujets qui importent le plus à la société. Il suffit que le peuple ait des souhaits, et ceux-ci sont tout de suite réalisés. Quand nous demandons sécurité, des prisons sont construites ; quand nous voulons l’alimentation, nous avons des restaurants populaires ; quand nous voulons la santé, nous avons des pharmacies populaires ; quand nous voulons des projets sociaux, nous avons les tickets-gaz, la bourse école, la bourse famille. Il est vraiment bon vivre dans un pays comme celui ci, où tout ce dont le peuple a le plus besoin est fourni rapidement. Mais ce que nous Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 235 avons de meilleur même est l’éducation. Ah, cela oui élève le Brésil à position “privilégiée” dans le scénario mondial. Il est très bon de savoir que le Brésil offre la vraie éducation. Non pas l’éducation des pays pauvres où les enfants de quatrième ne savent pas lire ; où les adolescents de huitième savent lire, mais ne comprennent pas ce qu’ils lisent ; de ces pays où les verbes de goûter scolaire sont déviés par des misérables qui devraient assurer une alimentation décente dans les écoles ; de ces pays qui jettent leurs enfants dans les rues pour être “alphabétisés” par le trafic des drogues. Des pays qui sont comme des vallons à ciel ouvert, remplis d’ordures, vieux canapés et broussailles, et l’unique machine qui pourrait nettoyer ces vallons serait l’éducation, mais la machine est cassée pour manque de verbe (Non pas qu’elle ait été déviée...). Non, vraiment nous sommes comme ces pays. Ici nous avons une éducation de qualité. Et c’est cette qualité qui nous mène chaque jour à être des citoyens plus conscients. Maintenant nous n’échangeons plus nos votes contre des chemises ou des petits porte-clefs. Nous n’acceptons pas moins qu’une bouteille de gaz (et pleine!). Nous connaissons nos droits. Quand la queue du restaurant populaire est très grande, nous réclamons ; quand un médicament manque dans la pharmacie populaire, nous envoyons des cartes au journal ; quand l’hôpital n’a pas d’orthopédiste, nous appelons la presse. Personne ne nous trompe plus! C’est aussi grâce à la priorité que l’on donne à l’éducation dans notre pays que nous avons mieux choisi nos représentants. Il suffit de regarder Brasília: un grenier de braves hommes, véritables guerriers, qui ont défendu de toutes leurs forces les intérêts du peuple brésilien. Des hommes qui ont lutté de toutes leurs forces contre les calomnies qui ont été élevées contre eux. Ah, si ce n’était pas l’éducation! Nous serions perdus. Nous élirions des chacals, amants de l’argent, du pouvoir de le l’injustice, qui déplairaient à Dieu ; qui recevraient des super salaires, des billets d’avion, des aides à l’habitation (sans en avoir besoin), aide à l’habillement, grosses verbes de cabinet, enfin, nous élirions de véritables plaies qui feraient, souffrir notre nation. Mais ce que nous avons ici est un show d’éducation ; un show de démagogie, ou mieux, de démocratie. Ici on ne s’amuse pas du tout avec l’éducation. On a toujours eu la conscience que sans éducation de qualité, nous n’aurions pas une santé de qualité, une sécurité de qualité, des salaires dignes, et pour fermer le cercle, une éducation de qualité. Et si aujourd’hui nous avons toute cette structure exemplaire, c’est parce qu’on a toujours donné à l’éducation une attention prioritaire, sans laquelle nous serions perdus. Et le plus important c’est que nous ayons tous accès à cette éducation. Tous sans...sans...ééééé...sans... Comment s’écrit “exession” déjà? 236 Unesco--•--Folha Dirigida “Quando todos entenderem / Fizerem prioritária a Educação / Fome, pobreza ou doença / Que importância terão?” Liliane dos Santos Generoso Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ Pelas ruas da nação Saiu a perguntar Importante ou prioritária O que a Educação será? Dentre a gente mais humilde Onde quis ajudar Quem pudesse responder Começou a procurar A todos no caminho A Educação perguntava Que sou eu em sua vida Importante ou prioritária? Perguntou a um menino Que no chão riscava seu nome “Educação é importante mas prioritária é a minha fome” Perguntou a um pedreiro Que há muito não tinha emprego “Educação é importante mas prioritário é o dinheiro” Perguntou a um ancião Sem vigor, sem atitude “Educação é importante mas prioritária é minha saúde” Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 237 Já cansada de procurar Num lamento sussurrou Como posso ajudar A quem não me dá valor? Ah, se eles soubessem Se enxergassem um momento Importância ou Prioridade? Alegria ou sofrimento? Quando todos entenderem Fizerem prioritária a Educação Fome, pobreza ou doença Que importância terão? Importante ou Prioritária Seguiu a perguntar E você Que resposta dará? _____________________ “The day everybody understands / And turns Education into a priority / /What importance Will hunger, poverty or sickness have?” Through the streets of the nation It went out to ask Important or priority What could Education be? Among the humblest people Where it wanted to help Who could answer? It began to seek To everyone in the way Education asked 238 Unesco--•--Folha Dirigida What am I in your life? Important or a priority? It asked a boy Who scribbled his name on the ground “Education is important But my hunger is a priority” It asked a stoneworker Unemployed for long “Education is important But money is a priority” It asked an old man Devoid of vigor, devoid of attitude “Education is important But my health is a priority” Already tired of looking In a lament, it whispered How can I help Those who don’t value me? Oh, if they knew If they saw it for moment Importance or Priority? Joy or suffering? The day everybody understands And turns Education into a priority What importance Will hunger, poverty, or sickness have? Important or Priority It went on asking How about you? What answer will you give? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 239 “Quand tous comprendront / Feront de l’Education une priorité / Faim, pauvreté ou maladie / Quelle importance auront-elles?” Dans les rues de la nation Alla demander Importante ou prioritaire Qu’est-ce l’Education? Parmi les plus humbles Où je voulais aider Qui pouvait répondre Commença à chercher A tous sur le chemin L’Education demandait Que suis-je dans votre vie Importante ou prioritaire? Demanda à un petit garçon Qui marquait son nom sur le sol “Education est importante mais prioritaire est ma faim” Demanda à un maçon Qui n’avait pas de travail depuis longtemps “Education est importante mais prioritaire est l’argent” Demanda à un vieux Sans vigueur, sans attitude “Education est importante mais prioritaire est ma santé” Déjà fatiguée de demander Dans la lamentation murmura Comment puis-je aider Celui que ne me donne pas de valeur? 240 Unesco--•--Folha Dirigida Ah, s’ils savaient S’il pouvaient voir pour un instant Importance ou Priorité? Joie ou Souffrance? Quand tous comprendraient Ils feraient l’Education prioritaire Faim, pauvreté ou maladie Quelle importance auront-elles? Importante ou Prioritaire Continua-t-elle de demander Et vous Quelle réponse donnerez-vous? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 241 “A educação, em todas as suas formas, é a chave que liberta o espírito ajudando a quebrar as barreiras do preconceito...” Luciane Calixto de Araújo Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC - Florianópolis - SC Educação: um caminho para o direito à liberdade. A história humana vai se construindo lentamente de forma que uma vida é pouco para conhecer os resultados das ações do presente. Newton desconhecia o impacto que teria a invenção e aplicação do cálculo diferencial, bem como a evolução que traria uma nova forma de modelar o mundo físico. Assim também, os precursores das várias revoluções que culminaram com a Declaração dos Direitos Humanos desconheciam o alcance que teriam suas idéias e como as mesmas seriam capazes transformar a realidade. É indiscutível a importância de que a sociedade viva para garantir a todo indivíduo que a compõe livre acesso aos direitos naturais. Pode-se ir mais além, afirmando que o mundo tem urgência em ver esses direitos se tornarem fatos. É preciso garantir a todos um mundo justo onde as oportunidades sejam iguais e as mentes livres, pois assim nascem todos os homens: “livres e iguais em dignidade e em direitos”. No entanto, só é livre aquele que pode escolher. Só é livre aquele que pensa e explora todas as possibilidades que o cerca, bastando um pouco de imaginação para transformar uma idéia em mágica. Só é livre quem, através de suas mãos e do seu trabalho, pode expressar o que há de melhor em si mesmo. E tanto mais livre será quanto mais ampliar os incontáveis cenários que podem ser criados a partir do mundo em que se vive. Tanto mais livre será, quanto mais conhecer. A educação, em todas as suas formas, é a chave que liberta o espírito ajudando a quebrar as barreiras do preconceito e abrindo portas para que cada indivíduo tenha reconhecido o seu mérito. Ilumina, alimenta, cura, diverte, emociona, memoriza fatos únicos que jamais se repetirão, move a economia, cria moda, transmite notícias, reprime a violência, dirige nações. A educação é a precursora de cada ato humano, pois é o principal dos fatores que molda o espírito de engenheiros, pedreiros, médicos, artistas, presidentes, bombeiros, policiais, vendedores, donas de casa... A educação é sinônima de liberdade, pois permite ao ser humano escolher, vislumbrar um novo futuro, desenvolver talentos que de outra forma ficariam ocultos atrás da falta de conhecimento. A mente e o universo das idéias são os únicos “lugares” onde todos podem ser livres mesmo que haja limitações materiais ou decorrentes de deficiências físicas e essa liberdade é proporcionada pela educação. 242 Unesco--•--Folha Dirigida Liberdade e educação: direitos humanos básicos e prioritários profundamente interligados. Cada vez que esse fato é ignorado e alguém deixa de aprender alguma coisa, esse mesmo alguém foi feito um pouco cativo. Neste exato momento em que se escreve esse grande texto, que apenas uma vida não pode ler, chamado história, somente a educação permite um mundo sem cativos onde todos caminhem juntos para um futuro livre. _____________________ “Education, in all its forms, is the key that frees the spirit, helping to break the barriers of prejudice...” Education: a path to the right to liberty. Human history builds itself slowly and one life is not enough to tell the results of present actions. Newton didn’t know the impact the invention of the differential calculus application would have, as well as the evolution a new form of modeling the physical world would bring. Just as well, the precursors of the several revolutions that culminated in the Declaration of Human Rights did not know the reach their ideas would have and how they would be able to change reality. The importance of society ensuring free access to any individual’s natural rights is incontrovertible. We can go further and affirm that the world has urgency to seeing these rights becoming facts. It is necessary to guarantee everyone a just world where opportunities are equal and minds are free, for that is how every Man is born: “free and equal in dignity and rights.” However, only those who can choose are free. Only those who think and explore all possibilities around them are free, sufficing little imagination to transform an idea into magic. Only those who can express what they have best in themselves through their hands and labor are free. The more they broaden the countless scenarios that can be created in the world they are living in, so much freer they will be. The more they know themselves, the freer will they be. Education, in all its forms, is the key that frees the spirit, helping to break the barriers of prejudice and opening doors so that each individual’s merit is recognized. It illuminates, feeds, cures, amuses, touches, and memorizes unique facts that will never happen again; it moves economies, creates fashion, transmits news, represses violence, and drives nations. Education precedes each human action, for it is the main factor that molds the spirit of engineers, masons, doctors, artists, presidents, firefighters, police, sellers, homemakers…. Education is synonymous with freedom, as it allows the human Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 243 being to choose, view a new future, and develop talents that otherwise would be hidden behind the lack of knowledge. The mind and the universe of ideas are the only “places” where anyone can be free, even if there are material limitations, or limitations resulting from physical deficiencies; and this freedom is provided by education. Freedom and education: basic and priority human rights that are deeply interconnected. Every time this fact is ignored and someone is kept from learning something, this very same person was made a little captive. In this very moment in which this great text called history is being written, which one life alone can’t read, only education allows a world without captives in which everybody walks together to a free future. _____________________ “L’éducation, sous toutes ses formes, est la clef qui libère l’esprit aidant à rompre les barrières du préjugé...” Education: un chemin pour le droit à la liberté. L’histoire humaine se construit lentement de manière qu’une vie est peu pour connaître les résultats des actions du présent. Newton méconnaissait l’impact qu´aurait l´invention et l’application du calcul différentiel, ainsi que l’évolution qu’apporterait une nouvelle forme de modeler le monde physique. Ainsi, les précurseurs des nombreuses révolutions qui ont culminé avec la Déclaration des Droits de l’Homme méconnaissaient la portée qu’auraient leurs idées et comment celles-ci seraient capables de transformer la réalité. L’importance que la société vive pour assurer à tout individu qui la compose libre accès aux droits naturels est indiscutable. Cela peut être aller très au-delà, affirmant que le monde a urgence à voir ses droits devenir des faits. Il faut garantir à tous un monde juste où les opportunités soient égales et les esprits libres, car ainsi naissent tous les hommes: “libres et égaux en dignité et en droits”. Cependant, seul est libre celui qui peut choisir. Seul est libre celui qui pense et exploite toutes les possibilités qui l’entoure, un peu d’imagination pour transformer une idée en magie étant suffisante. Seul est libre celui qui, au travers de ses mains et de son travail, peut exprimer ce qu’il y a de meilleur en lui-même. Plus il agrandira les innombrables scénarios pouvant être créés à partir du monde où il vit, plus il sera libre. Plus il aura la connaissance, plus il sera libre. 244 Unesco--•--Folha Dirigida L’éducation, sous toutes ses formes, est la clef qui libère l’esprit aidant à rompre les barrières du préjugé Et ouvrant les portes pour que le mérite de chaque individu soit reconnu. Illumine, alimente, guérit, divertit, émeut, mémorise les faits uniques qui ne se répéteront jamais, fait bouger l’économie, crée la mode, transmet des nouvelles, réprime la violence, dirige les nations. L’éducation est le précurseur de chaque acte humain, car elle est le principal facteur qui moule l’esprit des ingénieurs, des maçons, des médecins, des artistes, des présidents, pompiers, policiers, vendeurs, femmes au foyer... L’éducation est synonyme de liberté, car elle permet à l’être humain de choisir, d’entrevoir un nouvel avenir, de développer des talents qui autrement resteraient occultes derrière le manque de connaissance. L’esprit et l’univers des idées sont les uniques “lieux” où tous peuvent être libres même s’il y a des limitations matérielles ou découlant des déficiences physiques et cette liberté est apportée par l’éducation. Liberté et éducation: droits humains basiques et prioritaires profondément interliés. Chaque fois que ce fait est ignoré et que personne n’apprend pas quelque chose, celuici a été fait un peu prisonnier. A ce moment exact où est écrit ce grand texte, qu’à peine une vie ne peut lire, appelé histoire, seule l’éducation permet un monde sans prisonnières où tous marchent ensemble vers un avenir libre. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 245 “Se não dão condições nem para os bóias-frias trabalharem, quem é que pode confiar que darão às minhas crianças um estudo decente?” Luis Fabiano Valério Paixão Centro Universitário Ibero-americano - São Paulo - SP Carlinhos. Assim era conhecido o franzino menino-professor. Enquanto caminhava, pisando firme a terra seca que borrifava o pó avermelhado e quente em seus sapatos rotos, Carlinhos fitava o horizonte e perdia a vista na caatinga cinzenta: jurema, favela, mandacaru e os calangos miúdos correndo entre as moitas de cançanção. O pequeno mestre lembrava seus alunos – suas crianças – filhos e filhas de trabalhadores rurais da região do Vale do Rio São Francisco, sertão pernambucano. Na cidade, muitos eram os comentários a seu respeito: “Como pode ser tão novinho e tão inteligente”, “Pois só tem 12 anos e já leciona para as classes do primário”, “O filho de uma bóia-fria lá da minha fazenda disse que ele é muito bom pra ensinar”. Para nada disso ligava o Carlinhos, apenas queria encontrar seus alunos todos os dias e ensinarlhe as letras e os números, passar a eles a imagem de que tudo estava bem, de que as condições iriam melhorar e de que, pelo menos, a merenda iria chegar. Carlinhos sonhava... Os olhos brilhando no claro azul da caatinga rala. De longe, Carlinhos podia ver o telhado vermelho do pequeno prédio onde ministrava suas aulas para alunos de primeira, segunda, terceira e quarta séries – todos juntos, ao mesmo tempo, na mesma sala e sem ganhar nada por isso. Enquanto caminhava, um carro de placa branca ultrapassou-o a uma velocidade razoável, fazendo subir uma névoa marrom e acre. O Professorzinho levou as mãos em forma de concha ao rosto tampando o nariz e a boca para não respirar a poeira quente; os olhos semi-cerrados esperavam baixar a turvação do pó enquanto seus passos prosseguiam. Depois de duas léguas caminhando, Carlinhos entrou na escola e estranhou ver os pais de alguns alunos sentados formando um U no meio da sala de aula, aquela única que existia. À frente de todos estava um homem bem trajado, de pernas cruzadas e olhar fixo. Carlinhos puxou uma cadeira ali mesmo, perto da porta, e sentou-se para ouvir. O homem dizia que o progresso chegara e que a escola sairia dali... Dizia ainda que aquele prédio seria demolido para a construção de uma nova casa de bombas com uma poderosa adutora que levaria água do rio para irrigar as fazendas daquela região. O homem gesticulava muito, sorria forçosamente, tentando fazer com que sua pequena platéia o acompanhasse, e eles, o público, balançavam a cabeça afirmativamente, os homens pendiam seus chapéus e as mulheres sorriam expondo suas bocas incompletas. Carlinhos assistia a tudo com um interesse paralisante e não demorou mui246 Unesco--•--Folha Dirigida to para entender bem o que estava acontecendo ali. Saltou da cadeira e tomou o rumo da porta; ainda teve tempo de ouvir o homem dizer que “as turmas de alunos seriam distribuídas em núcleos dentro das fazendas onde os pais trabalhavam”. “Se não dão condições nem para os bóias-frias trabalharem, quem é que pode confiar que darão às minhas crianças um estudo decente?” – Pensou Carlinhos, meneando a cabeça – “Meus aluninhos vão deixar as letras de lado e, trocarão os livros e os lápis por podões e enxadas – mas é assim mesmo: ‘o progresso chegara’.” Então Carlinhos deixou de vez a sala e tomou de volta o rumo de casa – caminhava triste, cansado, vencido... Ainda assim os olhos brilhavam no claro azul da caatinga rala. _____________________ “If they don’t even give working conditions to the landless rural workers, who can trust they will give my children a decent education?” Carlinhos. That is how the skinny teacher-boy was known. As he walked, stepping firm on the dry dirt road that sprayed reddish and hot dust in his ragged shoes, Carlinhos stared at the horizon and lost sight in the grayish barren soil: jurema-trees, slums, mandacaru-cactuses and tiny lizards running through nettle bushes. The small master reminded his students – sons and daughters of rural workers of the region of Vale do Rio São Francisco, in the backcountry of Pernambuco. Many were the comments about him in the city:“that’s right, he’s only 12 and already teaches the first-grade classes.” “The son of a rural worker at my farm said he is very good at teaching.” All that didn’t impress Carlinhos, he only wanted to meet his students everyday and teach them letters and numbers, give them the picture that everything was well, that conditions would improve and that, at least, school meal would arrive. Carlinhos dreamed... His eyes shone under the clear blue of the sparse drought land. From far, Carlinhos could see the red roof of the small building where he ministered his classes to students of the first, second, third and fourth grades – all together, at the same time, in the same room and for free. As he walked, a car with a white plate passed by on a reasonable speed, making a brown and acre mist rise. The little teacher took his hands like a shell to his face, covering nose and mouth not to breathe the hot dust; with his eyes partially closed, he waited the powder lower while he continued. After two leagues walking, Carlinhos entered the school and found it strange to see the parents of some students forming a U in the middle of the only class there was. In front of them sat a well-dressed man, with crossed legs and a steady look. Carlinhos pulled a chair right there, next to the door, and sat down to listen. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 247 The man was saying that progress had arrived and the school would leave that place… He also said that building would be demolished for the construction of a new pump house with a powerful aqueduct that would take water from the river to irrigate the farms in that region. The man gesticulated a lot, smiled forcibly, trying to make his little audience follow, and his public was nodding; men leaned their hats and women smiled showing incomplete mouths. Carlinhos watched everything with a paralyzing interest and did not take long to understand well what was happening there. He jumped off his chair and took the way to the door. He still had time to hear the man saying “classes would be distributed in groups within the farms where the parents worked.” “If they don’t give condition even to the rural workers to work, who can trust that they will give my children a decent teaching?” – Thought Carlinhos, shaking his head. – “My little students will leave the letters aside and will exchange their books and pencils for scythes and hoes – but that is the way it is: ‘progress had arrived.’” So Carlinhos left the room at once and went back home – he walked sad, tired, defeated… nevertheless, his eyes shone under the clear blue of the sparse drought land. _____________________ “S’ils ne donnent pas même aux travailleurs agricoles les conditions de travailler, qui peut confier qu’ils donneront à mes enfants des études décentes?” Carlinhos. Ainsi était connu le fluet enfant-professeur. Tandis qu’il marchait, écrasant fermement la terre sèche qui aspergeait la poussière rougeâtre et chaude sur ses chaussures cassées, Carlinhos fixait l’horizon à perte de vue dans la ‘’caatinga’’ (végétation du Nord-Est) grisaille: jurema (arbuste épineux), favela, mandacaru (grand cactus) et les petits reptiles rampant entre les buissons. Le petit maître se souvenait de ses élèves – ses enfants – fils et filles de travailleurs ruraux de la région du Vale do Rio São Francisco, province du Pernambuco. Dans la ville, nombreux étaient les commentaires à son sujet: “Comment peut-il être si jeune et si intelligent”, “Car il n’a que 12 ans et donne déjà des cours aux classes du primaire”,“Le fils d’un travailleur rural, de ma ferme dit qu’il enseigne très bien”. Carlinhos ne prêtait pas attention à cela, il voulait seulement rencontrer ses élèves tous les jours et leur apprendre les mots et les chiffres, leur passer l’image que tout allait bien, que les conditions allaient s’améliorer et que, au moins, le goûter allait arriver. Carlinhos rêvait... Les yeux brillants dans le bleu clair de la ‘’caatinga’’ clairsemée. De loin, Carlinhos pouvait voir le toit rouge du petit bâtiment où il donnait ses cours aux élèves de première, seconde, troisième et quatrième séries – tous ensemble en même 248 Unesco--•--Folha Dirigida temps, dans la même salle et sans ne rien gagner pour cela. Alors qu’il marchait, une voiture à la plaque blanche le dépassa à une vitesse raisonnable, faisant lever un nuage de poussière marron et âcre. Le petit professeur leva ses mains en forme de coquillage sur le visage couvrant son nez et sa bouche pour ne pas respirer la poussière chaude ; les yeux à demi fermés attendaient que le tourbillon de poussière baisse tandis que ses pas continuaient. Après avoir marché deux lieues, Carlinhos entra dans l’école et fut surpris en voyant les parents de certains élèves assis formant un U au milieu de la salle de classe, l’unique qui existait. Devant tout le monde se trouvait un homme bien habillé, aux jambes croisées et au regard fixe. Carlinhos prit une chaise là-même, près de la porte et s’assit pour écouter. L’homme disait que le progrès était arrivé et que l’école sortirait de là... Il disait aussi que le bâtiment serait démoli pour construire une nouvelle maison de bombes avec un puissant adducteur qui emmènerait l’eau du fleuve pour irriguer les fermes de cette région. L’homme gesticulait beaucoup, souriait par force, essayant de faire que son petit public l’accompagne, et eux, le public, balançaient la tête affirmativement, les hommes suspendaient leurs chapeaux et les femmes souriaient montrant leurs bouches incomplètes. Carlinhos assistait à tout avec un intérêt paralysant et ne tarda pas beaucoup à bien comprendre ce qui se passait là. Il se leva de la chaise et prit la direction de la porte ; il eut encore le temps d’entendre l’homme dire que “les classes d’élèves seraient distribuées en noyaux dans les fermes où travaillaient les parents”. “S’ils ne donnent pas même aux travailleurs agricoles les conditions de travailler, qui peut confier qu’ils donneront à mes enfants des études décentes?” – Pensa Carlinhos, en hochant la tête – “Mes petits élèves vont laisser les mots de côté et, vont échanger les livres et les crayons pour des serpettes et des houes – mais c’est comme cela: ‘le progrès était arrivé.” Carlinhos quitta alors la salle pour de bon et retourna chez lui – il marchait triste, fatigué, vaincu... Même ainsi ses yeux brillaient dans le bleu clair de la ‘’caatinga’’ basse. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 249 “Será que a educação não é importante e prioridade? Para alguns até pode ser importante, precisa ver se terão chance de torná-la prioridade.” Luís Gustavo de Oliveira Universidade São Marcos - São Paulo – SP Importante e/ou prioridade - depende João, Maria, Alberto, Pedro, Thiago, Cris, Daniel. Diversos nomes, diversos níveis sócio econômicos, diversos tipos de acesso à educação. João é engenheiro, formou-se há pouco tempo em uma excelente faculdade. “Eu acho importante estudar, ser alguém na vida”, dizia ele orgulhoso. Trabalha em uma empresa de construção civil. Maria faz pedagogia, trabalha integral, estuda à noite. Os pais ajudam. “Eu ainda tenho muito chão pela frente, mas quero ser alguém, fazer diferença e trabalhar na minha área. Eu penso que é muito importante estudar”. Alberto está entrando no ensino médio agora. É estudante da rede pública, tem um sonho, ser advogado.“Não sei se consigo, sabe como é né, a gente não tem muita chance, é difícil entrá na faculdade pública, precisa estudá muito né, vamo vê se eu consigo. Sei lá, tipo, ser alguém na vida né, tipo não sei. Acho legal estudar e tudo mais, mas num sei se vou consegui”. Pedro trabalha no farol, deveria estar na 4ª ou quinta série.“Ah tio, cê sabe como é, meus irmão passam fome, preciso trabalhá pra ajudá em casa. Estudá? Ih, tio, tive que largá a escola pra podê dá de comê pros meus três irmão menor, aliás, quer uma balinha aí?” Thiago, Cris e Daniel são três irmãos. Estudam na rede particular. Thiago quer fazer economia, Cris quer ser psicóloga e Daniel quer ser médico. Os três estão no ensino médio também, e já fazem cursinho. “Olha, eu pretendo ser economista”, diz Thiago, “porque acho importante ser alguém, né”. “Ah eu sempre gostei de lidar com pessoas, quero fazer Psicologia pra ser uma boa profissional, também acho super importante estudar”. “Sempre tive uma queda por medicina, agora que tá chegando a hora de escolher, resolvi tentar medicina, já tô me preparando bem”. Sete destinos diferentes, sete vidas que se cruzam nessa questão: futuro, educação e “quero ser alguém”. Uns podem, outros não. Será que a educação não é importante e prioridade? Para alguns até pode ser importante, precisa ver se terão chance de tornála prioridade. 250 Unesco--•--Folha Dirigida “I wonder if education isn’t important and a priority? To some it may even be important, we just need to see if they will have the chance to make it a priority.” Important and/or a priority – it depends João, Maria, Alberto, Pedro, Thiago, Cris, Daniel. Several names, several social and economical levels, several types of access to education. João is an engineer, graduated not long ago in an excellent school. “It think it is important to study, be someone in life,” he would say, proud. He works in a civil construction company. Maria studies pedagogy, works full time, studies at night. Her parents help. “I still have a long road ahead, but I want to be someone, make a difference and work in my field. I think it is very important to study.” Alberto is entering middle school now. He is a public school student, has a dream, become a lawyer. “I don’t know if I will make it, you know, we don’t have many chances, it is hard to get into public university, we need to study a lot, right, let’s see if I make it. I don’t know, like, be someone in life, you know, like, I don’t know. I think it is cool to study and everything, but I don’t know if I will make it.” Pedro works at the traffic light, should be in the fourth or fifth grade. “Hey, man, you know how it is, my brothers are hungry, I need to work to help at home. Study? Hey, man, I had to drop from school to be able to give something to eat to my three younger brothers, by the way, do you want to buy a candy?” Thiago, Cris, and Daniel are siblings. They go to private school. Thiago wants to go for economy, Cris wants to become a psychologist, and Daniel wants to become a doctor. All three of them are doing middle school as well and are already taking prep. “Well, I intend to be an economist,” says Thiago, “because I think it is important to be someone, you know.” “Ah, I always liked dealing with people, I want to do Psychology to be a good professional, I also think it is super important to study.” “I always had a weakness for medicine, now that the time to choose is getting close, I decided to try medicine, I am already preparing well.” Seven different destinies, seven lives that cross in that question: future, education, and “want to be someone.” Some can, others can’t. I wonder if education isn’t important and a priority? To some it may even be important, we just need to see if they will have the chance to make it a priority. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 251 “Est-ce que l’éducation n’est pas importante et priorité? Pour certains, elle peut même être importante, il faut voir s’ils auront la chance d’en faire une priorité.” Importante et/ou priorité – cela dépend João, Maria, Alberto, Pedro, Thiago, Cris, Daniel. Différents noms, différents niveaux socio-économiques, différents genres d’accès à l’éducation. João est ingénieur, il a eu son diplôme il n’y a pas longtemps dans une excellente faculté. “Je trouve important d’étudier, être quelqu’un dans la vie”, disait-il orgueilleux. Il travaille dans une entreprise de construction civile. Maria fait pédagogie, travaille toute la journée, étudie le soir. Les parents l’aident. “J’ai beaucoup de chemin à faire encore mais je veux être quelqu’un, faire différence et travailler dans mon domaine. Je pense qu’il est très important d’étudier”. Alberto commence l’enseignement moyen maintenant. Il est étudiant d’école publique, a un rêve, être avocat. “je ne sais pas si je vais y arriver, vous savez comment c’est, on n’a pas beaucoup de chance, c’est difficile d’entrer en faculté publique, il faut étudier beaucoup, nous allons voir si j’y arrive. Je ne sais pas, genre être quelqu’un dans la vie non, genre, je ne sais pas. Je trouve que c’est bien d’étudier et tout, mais ne sais pas si je vais réussir”. Pedro travaille au phare, il devrait être en 4ème ou 5ème. “Ah, tu sais comment c’est non, mes frères sont dans la misère, j’ai besoin de travailler pour aider à la maison. Etudier? Ih, j’ai du quitter l’école pour donner à manger à mes trois frères plus jeunes, d’ailleurs, tu veux un bonbon?” Thiago, Cris et Daniel sont trois frères et sœur. Ils étudient dans le privé. Thiago veut faire économie, Cris veut être psychologue et veut être médecin. Les trois sont dans l’enseignement moyen aussi, et font déjà des cours. “Je prétends être économiste”, dit Thiago, “parce que je trouve important d’être quelqu’un, non”. “Ah j’ai toujours aimé avoir affaire à des personnes, je veux faire Psychologie pour être une bonne professionnelle, je trouve aussi super important d’étudier”.“J’ai toujours eu un penchant pour la médecine, maintenant que le moment est venu de choisir, je vais essayer médecine, je suis déjà en train de bien me préparer”. Sept destins différents, sept vies qui se croisent dans cette question: avenir, éducation et “je veux être quelqu’un”. Les uns peuvent, les autres non. Est-ce que l’éducation n’est pas importante et priorité? Pour certains, elle peut même être importante, il faut voir s’ils auront la chance d’en faire une priorité. 252 Unesco--•--Folha Dirigida “Conhecer. Eis a questão. A educação se alicerça num profundo conhecer. E se não conhecemos não somos capazes de difundir o espírito que move a educação.” Marcelo Alves dos Santos Faculdades de ciências Humanas de Curvelo - Várzea da Palma – MG A cabeça de um jovem professor como eu pode ser repleta de desafios e problemáticas, mas nada é em vão. Somos o produto de um meio tão assintomático que jamais percebemos o quanto nossa realidade é depreciável. Nas correntes filosóficas aprendi que o espírito humano necessita de cargas emocionais, intelectuais, sociais, criacionais, enfim, necessita sobretudo de conhecimento. Conhecer. Eis a questão. A educação se alicerça num profundo conhecer. E se não conhecemos não somos capazes de difundir o espírito que move a educação. Quer seja um urso, quer seja um homem, só se adquire educação conhecendo. E a educação a que me refiro está muito além das escolas e universidades, dos professores e alunos. E é importante que ela seja encontrada o mais rápido possível, pois há um povo à minha frente, talvez também à sua frente e de tantos outros, que necessitam dela com urgência. Urge em meu peito e é solene o meu ato, disso não tenho dúvidas. A educação é o passo primeiro para um grande conhecimento e para tantos descobrimentos. Válidos são os clamores e quão estridentes o são. Íngremes são os caminhos da estrada. Não me pergunte quantos vão por ela, porém se são persistentes e perseverantes. Acredite. Tudo é tão impactante que me surpreendo quando tento entender a nossa realidade e a perfídia subtraída de tantos seres. A mola propulsora dos sonhos de um povo é esquecida e tão melancolicamente renegada que me vejo, por diversas vezes, à frente da árdua missão de resgate e salvação do nosso conhecer. É a nossa educação. Fome. Viram-me entre os restos. Viram-me no lixo. Meu Deus, não sou bicho. Ou... Apenas procuro algo que sacie estes seres. Que preencha o vazio existente e mova uma terra de canários e sambistas, de sal e terra, de conhecer. Quero conhecer o meu povo educado, e levá-lo, ainda que sobre os ombros, a conhecer o seu verdadeiro tesouro, de maior importância e relevo, e o obséquio não será em vão. Creia. Não sou um utopista. Faço. Só assim será possível e só assim, numa congruência de otimismo e ações conheceremos... Educação. Aos adeptos de Bartleby, fica o exemplo. Acreditar, crendo, saciar: fazer. Na infindável busca, ainda que só, pois é solene o meu ato. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 253 “To know. That is the question. Education is based on a deep knowledge. And if we don’t know, we are not able to spread the spirit that moves education.” The mind of a young teacher like me may be filled with challenges and doubts, but nothing is in vain. We are products of such an asymptomatic environment that we never notice how depreciable our reality is. From philosophic teachings, I have learned that the human spirit needs emotional, intellectual, social, and creational burdens; in short, it needs knowledge, above all. To know. That’s the question. Education is based on a deep understanding. And if we don’t know, we are not able to spread the spirit that moves education. Be it a bear, be it a man, only by knowing do we acquire education. And the education I mean goes much beyond schools and universities, teachers and students. And it is important that it is found as soon as possible, as there are a people in front of me and of so many others, who need it with urgency. It presses in my chest and my action is solemn, of that, I am sure. Education is the first step toward a great knowledge and so many discoveries. Valid are the clamors and how strident they are. Steep are the paths of the road. Do not ask me how many are walking it, but if they are persistent and perseverant. Believe. Everything is so impacting that I am surprised when I try to understand our reality and the perfidy subtracted from so many beings. The propeller of a people’s dreams is forgotten and so melancholically denied that I see my self, many times, before the hard rescue and salvation mission of our knowledge. It is our education. Hunger. They provide for their own needs among the rests. In the garbage. My God, I am not an animal. Or... I just look for something that satiates these beings. That fills the existing emptiness and moves a land of canaries and samba dancers, of salt and soil, to know. I want to know my people educated, and take it, even if on my shoulders, to know its true treasure, of greater importance and relevance, and my kindness won’t be in vain. Believe it. I am not utopian. I make it happen. Only so will it be possible, and only so, in a congruence of optimism and actions we will know… Education. To the adepts of Bartleby, stays the example. Believe and believing satiate: make. In the endless quest, though alone, for solemn is my action. 254 Unesco--•--Folha Dirigida “Connaître. C’est la question. L’éducation se fonde dans la connaissance profonde. Et si nous ne connaissons pas nous ne sommes pas capables de divulguer l’esprit qui suscite l’éducation.” La tête d’un jeune professeur comme moi peut être remplie de défis et de problématiques, mais rien n’est en vain. Nous sommes le produit d’un milieu si asymptotique que nous ne nous apercevons jamais combien notre réalité est dépréciative. Dans les courants philosophiques, j’ai appris que l’esprit humain a besoin de charges émotionnelles, intellectuelles, sociales, créatives, enfin, a besoin surtout de connaissance. Connaître. C’est la question. L’éducation se fonde dans la connaissance profonde. Et si nous connaissons pas nous ne sommes pas capables de divulguer l’esprit qui suscite l’éducation. Que ce soit un ours, que ce soit un homme, l’éducation ne s’acquiert qu’en connaissant. Et l’éducation à laquelle je me réfère est très au-delà des écoles et des universités, des professeurs et des élèves. Et il est important qu’elle soit trouvée le plus rapidement possible, car il y un peuple devant moi, peut-être aussi devant vous et de tant d’autres, qui ont besoin d’elle avec urgence. Urgent dans ma poitrine et mon acte solennel, de cela je n’ai pas de doutes. L’éducation est le premier pas vers une grande connaissance et vers tant de découvertes. Les clameurs sont valables et combien elles sont stridentes. Les chemins de la route sont difficiles. Ne me demandez pas combien se trouvent sur la route, mais s’ils sont persistants et persévérants. Croyez. Tout a tant d’impact, que je me surprends quand j’essaie de comprendre notre réalité et la perfidie soustraite de tant d’êtres. Le ressort propulseur des rêves d’un peuple est oublié et tant mélancoliquement reniée que je me vois, plusieurs fois, face à la dure mission de délivrance et de sauvetage de notre connaissance. C’est notre éducation. Faim. Elles me retournent dans les restes. Elles me retournent dans les ordures. Mon Dieu, je ne suis pas un animal. Ou... Je cherche à peine quelque chose qui rassasie ces êtres. Qui remplit le vide existant et fait bouger une terre de canaris et de danseurs de samba, de sel et terre, de connaître. Je veux connaître mon peuple éduqué, et l’emmener, même sur mes épaules, à connaître son véritable trésor, de plus grande importance et relief, et la marque d’amitié ne sera pas en vain. Croyez. Je ne suis pas un utopiste. Je fais. Ce sera possible seulement ainsi et seulement ainsi, dans une congruence d’optimisme et d’actions nous connaîtrons... Education. Aux adeptes de Bartleby, reste l’exemple. Croire, croyant, rassasier: faire. Dans la recherche infinie, même seul, car mon acte est solennel. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 255 “Não há atalhos para a educação. Ao ser humano, por mais que mudem os tempos e as épocas, não se chega, tampouco, por caminhos improvisados.” Marcelo Moraes Caetano Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ Novos tempos, antigos desafios Em todos os tempos, a realidade humana se perfaz graças a um conjunto de vertentes complementares: são importantes e interdependentes os aspectos físico, intelectual, emocional, ético e espiritual do ser humano. Sob inúmeras linguagens diferentes, essas vertentes básicas sempre tiveram em comum a necessidade de serem assimiladas e mantidas. E, para que haja tal assimilação e manutenção, será imprescindível, acima de tudo, a consciência da - educação. Educação é um universo plural, uma verdade ubíqua. A ciência de sua imensurável importância é o primeiro passo à consecução de todos os seus benefícios. O aprimoramento humano jamais pôde abrir mão do lastro benevolente que a educação espalha e entranha no espírito de todas as épocas. Podemos dizer que a educação tem sido o maestro das eras; lamentavelmente, podemos inferir, daí, que a ausência da educação é o motor que mais pungentemente tem impulsionado a cruel máquina de preconceitos, segregações, discórdias, guerras... Nenhum país, nenhuma nação, nenhum povo, nem mesmo uma pequena tribo, nenhuma aglomeração humana, rudimentar que seja, seria capaz de sobreviver por muito tempo sem um conjunto de valores que, em comum, tenham o condão de propiciar e acalentar o tom da paz. Esses valores - que podem ser nomeados ora como ética, ora como espiritualidade, ora como religião, ora como moral - não são, ao contrário do que pensam alguns, necessariamente espécies de “dom” de uma ou outra pessoa “privilegiada”. Ao invés disso, são realidades que, como todas as demais, devem ser passadas de geração a geração, apreendidas, valorizadas, encarecidas, adaptadas às mudanças que a passagem do tempo ocasiona, vivenciadas e incutidas dia a dia, como num treino, como num exercício constante e duradouro, a cada ser racional e consciente que agiganta a constelação das pessoas do mundo. Descendo a um particular do ser humano, sabemos que a manutenção física do organismo requer cuidados permanentes: alimentação, sono, exercícios, repouso. Tudo, em concerto, dá ao corpo a harmonia de que ele precisa para continuar sua brilhante jornada no planeta. Pois que sirva o corpo de exemplo ao restante do brilho humano tudo em nós é educação! 256 Unesco--•--Folha Dirigida Há, infelizmente, motivos óbvios para o desinteresse de alguns governos em investirem no fecundo campo educacional, a que tanto aludimos. O primeiro deles é o fato de que as benesses advindas das políticas de educação “demoram” para aparecer; não são frutos tão imediatos como os que satisfazem governantes populistas de países em que a consciência ingênua dos povos não lhes permite ver o engodo em que os estão pondo diariamente. A própria necessidade crudelíssima de mão de obra jovem e infantil (necessidade tanto para as famílias, como para as indústrias), em muitos casos, é motivo crucial para o descaso pela educação, que requer dedicação, disciplina e, certamente, paciência. Direcionar prematuramente um jovem ou uma criança para o mercado de trabalho é uma das piores lesões, uma das mais truculentas privações que se podem infligir a uma pessoa. Não há atalhos para a educação. Ao ser humano, por mais que mudem os tempos e as épocas, não se chega, tampouco, por caminhos improvisados. Os princípios diretores da humanidade nunca prescindirão do universo educacional, que, adequando-se às intempéries e aos percalços das eras por que passa, aprimora-se passo a passo, seguindo a regra-mor que o próprio Maestro da Educação tem firmemente erigido: o brilho humano é resultado de desafios que passam pelas searas da consciência, do aprendizado, da calma, do esforço. Tudo em nós é educação.. _____________________ “There are no bypaths to education. To the human being, as often as times and epochs may change, there is no way to get there through improvised ways either.” New times, old challenges Throughout all times, human reality has made itself up thanks to a set of complementary venues: important and interdependent physical, intellectual, emotional, ethical, and spiritual aspects of the human being. Under countless different languages, these basic venues had in common the necessity to be assimilated and maintained. And, once it is assimilated and maintained, it will be essential, above all, the conscience of – education. Education is a plural universe, a ubiquitous truth. The science of its immeasurable importance is the first step to the consecution of all its benefits. The human improvement could never give up the benevolent ballast education spreads and introduces in the spirit of all times. We can say education has been the maestro of all ages; regrettably, we can infer that the absence of education is the engine that most pungently has propelled the cruel machine of prejudices, segregations, discords, and wars. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 257 No country, nation or people, not even a small tribe, no human agglomeration, as rudimental it may be, would be able to survive for a long time without a set of values that, in common, have the magic power to propitiate and touch the tone of peace. These values – that can sometimes be named ethics, others spirituality; at times religion, now and then moral – are not, contrary to what some may think, necessarily kinds of “gifts” of one or another “privileged” person. Instead, they are realities, which as all others, should be passed on from generation to generation and learned, valued, stressed, adapted to the changes the passing of time brings about, and lived and instilled day by day, like an exercise. Like a constant and lasting exercise, to any rational and conscious being that broadens the constellation of the people of the world. Coming down to a particularity of the human being, we know that the physical maintenance of the body requires permanent care: nourishment, sleep, exercises, and resting. Everything, in consonance, gives the body the harmony it needs to continue its journey through the planet. So let’s use the body as an example for the rest of the human shine – everything in us is education! There are, unfortunately, obvious reasons for the lack of interest by some governments to invest in the productive educational field to which we allude so much. The first of them is the fact that the benefits resulting from education policies “take time” to appear; aren’t immediate results as those that satisfy populistic governors of countries in which the naïve consciousness of the peoples don’t allow them to see the ground bait in which they are put daily. The very cruel necessity of children and young hand labor (a need by the families as well as by the industries), in many cases, is a crucial reason for the disregard for education, which requires dedication, discipline, and certainly, patience. Directing a young person or a child prematurely to the work market is one of the worst lesions, one of the most truculent privations we can inflict a person. There are no bypaths to education. To the human being, as often as times and epochs may change, there is no way to get there through improvised ways either. The leading principles of humanity will never be separated from the educational universe, which adjusts itself to the cruelties and drawbacks of all the ages it goes through. And it improves slowly, following the major rule that the Maestro of Education himself has been erecting firmly: the human shine is a result of the challenges that go through the harvest of consciousness, learning, calmness, effort. Everything in us is education… 258 Unesco--•--Folha Dirigida “Il n’existe pas de raccourcis pour l’éducation. A l’être humain, même si les temps et les époques changent, on n’y arrive pas non plus par des chemins improvisés.” Temps nouveaux, anciens défis En tous temps, la réalité humaine se parfait grâce à un ensemble de versants complémentaires: les aspects physique, intellectuel, émotionnel, éthique et spirituel de l’être humain sont importants et interdépendants. Sous d’innombrables langages différents, ces versants basiques ont toujours eu en commun la nécessité d’être assimilés et maintenus. Et pour qu’il y ait cette assimilation et manutention, la conscience de – l’éducation sera indispensable, au-dessus de tout. Education est un univers plural, une vérité ayant conscience de l’ubiquité. La science de son incommensurable importance est le premier pas vers la réussite de tous ses bénéfices. L’amélioration humaine n’a jamais pu désister du lest bénévole que l’éducation éparpille et grave dans l’esprit de toutes les époques. Nous pouvons dire que l’éducation a été le chef d’orchestre des ères ; lamentablement, nous pouvons inférer de là, que l’absence de l’éducation et le moteur qui a donner le plus offensivement l’impulsion à la cruelle machine des préjugés, ségrégations, discordes, guerres... Aucun pays, aucune nation, aucun peuple, ni même une petite tribu, aucune agglomération humaine, aussi rudimentaire soit elle, serait capable de vivre longtemps sans un ensemble de valeurs qui, en commun, aient, le privilège de rendre propice et apaiser le ton de la paix. Ces valeurs - qui peuvent être nommées soit comme éthique, soit comme spiritualité, soit comme religion, soit comme morale - ne sont pas, au contraire de ce que certains pensent, nécessairement des espèces de “don” d’une ou autre personne “privilégiée”. Au contraire, ce sont des réalités qui, comme toutes les autres, doivent passer de génération en génération, assimilées, valorisées, renchéries, adaptées aux changements qu’occasionne le passage du temps, vécues et suggérées tous les jours, comme dans une formation, comme dans un exercice constant et durable, à chaque être rationnel et conscient qui rend géant la constellation des personnes du monde. Descendant à un particulier de l’être humain, nous savons que la manutention physique de l’organisme exige des soins permanents: alimentation, sommeil, exercices, repos. Tout, en harmonie, donne au corps l’harmonie dont il a besoin pour continuer sa brillante bataille sur la planète. Eh bien que le corps serve d’exemple au restant de l’éclat humain - tout en nous est éducation! Il y a malheureusement des motifs évidents de désintérêt de certains gouvernements à investir dans le domaine fécond de l’éducation, auquel nous faisons tant allusion. Le premier d’entre eux est le fait que les émoluments venus des politiques d’éducation “tardent” à apparaître ; ce ne sont pas des fruits si immédiats comme ceux qui satisfont Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 259 les gouvernants populaires de pays où la conscience ingénue des peuples ne leur permet pas de voir l’appât où ils sont mis quotidiennement. Le propre besoin cruel de maind’œuvre jeune et d’enfants (besoin tant pour les familles que pour les industries), dans beaucoup de cas, est motif crucial pour manque d’éducation, qui exige dévouement, discipline, et certainement, patience. Orienter prématurément un jeune ou un enfant vers le marché du travail est une des pires lésions, l’une des plus truculentes privations qui peut être infliger à une personne. Il n’existe pas de raccourcis pour l’éducation. A l’être humain, même si les temps et les époques changent, on n’y arrive pas non plus par des chemins improvisés. Les principes directeurs de l’humanité ne feront jamais abstraction de l’univers éducationnel qui, s’adaptant aux intempéries et aux profits des ères par lesquelles il passe, se perfectionne pas à pas, suivant la règle que le propre Maître de l’Education a fermement érigé: l’éclat humain est le résultat de défis qui passent par les moissons de la conscience, de l’apprentissage, du calme, de l’effort. Tout en nous est éducation. 260 Unesco--•--Folha Dirigida “Se a educação é prioritária ou importante, não descobri qual adjetivo. Sei que é fundamental, urgente, vital. Une e aproxima pessoas. Propicia amizades, histórias, momentos.” Marcos Junior Teixeira de Oliveira Universidade Católica de Petrópolis - Petrópolis - RJ (Re)Encontro Prioritário e Importante Duras e diferentes realidades. Em torno a delas conseguiríamos nos reencontrar no futuro. Veja o motivo: uma mãe viúva, desempregada, com dois filhos doentes, recebeu uma proposta de vender um., pensou e o fez para não perder os dois. Lágrimas, lágrimas no rosto, coração dilacerado. Vidas separadas, nada festivo. Humildade: cheguei à escola e não sabia se ria ou se chorava, que agonia. Mesmo assim havia novidade, crianças chorando, flores, flores nas paredes rabiscadas, carteiras quebradas, ordens. Um início da idade. Fundamental: achava, pois ali estava. Minha mãe, lutadora, que ensinava os adultos, afirmava que era. Mesmo com dor aprendi a tocar piano. Gostava na verdade é de ouvir a orquestra da favela, imaginava um dia tocar no velho, velho continente. Descobri a diferença entre o certo e o errado. Algo que esperara. Tesouro: achei na educação a leitura e o teatro, li em livros velhos e rasgados. Foi difícil. Momento raro que me proporcionou lazer, formar minha consciência. Queria melhorar a vida dos jovens dependentes. Cresci, casei-me, criei meu filho, especial, numa turma normal, normal. Sou aluno, bolsista, do doutorado. Dificuldade: chorei, como chorei. Numa terra estranha me levaram à creche. Que frio, lá fora estava branco. Mesmo na dor me adaptei. Quantos recursos, educação dinâmica. Já até surgiu uma educação “on-line”. Um dia falei com um índio, índio, no Brasil, pelo computador, sem entender. Descobri um vazio, um buraco. Oportunidade: cresci, aprendi idiomas. Sabia dos requintes da boa vida. Visitas só natalinas. Tudo tranqüilo. Nada me faltou. Mas o que adiantou? Educação perfeita, pais distantes. Hoje tento ainda, não cair naquilo Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 261 que me tormenta, as drogas. Eu com tudo, joguei fora. Admiro aqueles que não tem quase nada e famintos, aprendem o alfabeto, nas favelas, nos interiores. Atrás delas, das letras, com uma sede, sede de infinitos. Chance: nem imaginava que em meu futuro seria importante, creio que saberia se tivesse dado prioridade. Somente não tive consciência na hora de optar pelo bem ou pelo mal. Que dilema? Corrompi-me fácil. Mesmo assim existia uma resposta. Corri atrás, pois vi que poderia morrer e que não era, não era tarde. Amizade: Desesperado, procurei ajuda no Brasil. Alguma coisa me atraia àquele país. Internei-me livremente numa clínica especializada, reencontrei-me. Em outro espaço, no doutorado sobre dependência química, um professor-aluno estudava firme, com um ideal. Lá viu passar um rosto do passado, e marcado por uma dor, de antes e agora. Que real, foi um reencontro sacramentado na comunhão e força de vontade. Ideais, um com prioridade à vida de reerguer-se e outro com sua vida dando importância em doutorar-se. Se a educação é prioritária ou importante, não descobri qual adjetivo. Sei que é fundamental, urgente, vital. Une e aproxima pessoas. Propicia amizades, histórias, momentos. Revela sentimentos: alegria, humildade. Tem suas dificuldades, buracos, vazios, mas nos mostra muitas oportunidades. É um direito humano real, Verdadeira, é necessária, um tesouro fecundo, intrínseco. Ontem, hoje e sempre. Chance à felicidade. _____________________ “If education is important or a priority, I haven’t found out which adjective to use. I know it is fundamental, urgent, and vital. It unites and gathers people. It propitiates friendships, histories, moments.” A Precedent and Important (Re) Encounter Hard and different realities. Around them, we would be able to meet again in the future. Here is the reason: a widowed jobless mother with two sick children was proposed to sell one of them. She thought about it and did it not to lose them both. Tears, tears on her face, a dilacerated heart. Separated lives, nothing festive. Humbleness: I arrived at school and didn’t know if I should laugh or cry, what an agony. 262 Unesco--•--Folha Dirigida Even so, there was novelty, children crying, flowers, flowers on the scribbled walls, broken desks, orders. A beginning of age. Essential: I thought, consequently, there I was. My mother, a fighter, who taught adults, affirmed she was. Even with pain, I learned piano. In truth, I liked to listen to the slum’s orchestra, used to imagine playing in the old, old continent one day. I discovered the difference between right and wrong. Something that waited. Treasure: in education I found reading and theater, I read old and ripped books. It was hard. Rare moments gave me pleasure, shaped my consciousness. I wanted to improve the lives of the addicted youth. I grew, married, and brought my son up, a special boy, in a normal class, normal. I am a student with a doctorate scholarship. Hardship: I cried and I cried. In a strange land, I was taken to a day nursery. I felt cold, it was white outside. Even in pain, I adapted. So many resources, dynamic education. They even offered “on-line” education. One day I spoke to an Indian, Indian, in Brazil, through the computer, without understanding him. I discovered emptiness, a hole. Opportunity: I grew, learned languages. Knew of a good life’s refinements. Visits, only on Christmas. Everything calm. I lacked nothing. But what for? Perfect education, distant parents. Today still, I try not to fall in what torments me, drugs. I, who had everything, threw it out. I admire those who have almost nothing and learn the alphabet feeling hungry, in the slums, in the inlands. Behind them, the letters, with a thirst, thirst for infinites. Chance: I didn’t even imagine that I would be important in the future; I believe that I would know if I had made it a priority. I only didn’t have consciousness when I had to opt between the good and the bad. I was easily corrupted. Even so there was an answer. I ran after it, for I saw I could die and it wasn’t late. Friendship: desperate, I looked for help in Brazil. Something attracted me to that country. I checked into a rehabilitation clinic voluntarily, found my self. In another space, in the doctorate about chemical dependence, a student teacher was learning intensively, with an ideal. There he saw passing a face of the past and marked by a pain, of before and now. So real, it was a reencounter consecrated in communion and will power. Ideals; one considering getting back to life a priority and the other deeming finishing his doctorate as important. If education is important or a priority, I haven’t found out which adjective to use. I know it is fundamental, urgent, and vital. It unites and gathers people. It propitiates friendships, histories, moments. It reveals feelings: joy, humbleness. It has its hardships, holes, emptiness, but shows us many opportunities. It is a real human right, true, it is necessary, a fecund treasure, intrinsic. Yesterday, today, and always. Chance to happiness. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 263 “Si l’éducation est prioritaire ou importante, je n’ai pas découvert quel adjectif. Je sais qu’elle est fondamentale, urgente, vitale. Elle unit et rapproche les personnes. Rend propice les amitiés, les histoires, les moments..” (Re) Encontre Prioritaire et Importante Dures et différentes réalités. Autour d’elles nous réussirions à nous retrouver dans l’avenir. Voyez le motif: Une mère veuve, au chômage, avec deux enfants malades, a reçu une proposition d’en vendre un, elle pensa et le fit pour ne pas perdre les deux. Larmes, larmes sur le visage, cœur dilacéré. Vies séparées, rien de festin. Humilité: je suis arrivé à l’école et je ne savais pas si je devais rire ou pleurer, quelle agonie. Même ainsi, il y avait du nouveau, des enfants en pleurs, des fleurs, fleurs sur les murs griffonnés, cartables cassés, ordres. Un début de l’âge. Fondamentale: je pensais, elle y était. Ma mère, batailleuse, qui donnait des cours aux adultes, affirmait qu’elle l’était. Même avec douleur, j’ai appris à jouer au piano. J’aimais en réalité entendre l’orchestre de la favela, j’imaginais un jour jouer dans le vieux, vieux continent. J’ai découvert la différence entre le correct et l’incorrect. Quelque chose que j’avais attendu. Trésor: j’ai trouvé dans l’éducation la lecture et le théâtre, j’ai lu dans des vieux livres déchirés. Ce fut difficile. Moment rare qui m’apportait le loisir, formait ma conscience. Je voulais améliorer la vie des jeunes dépendants. J’ai grandi, j’ai éduqué mon fils, spécial, dans une classe normale, normale. Je suis élève, boursier, de doctorat. Difficulté: j’ai pleuré, comme j’ai pleuré. Sur une étrange terre ils m’avaient emmené à la crèche. Quel froid, dehors tout était blanc. Même dans la douleur, je me suis adapté. Combien de recours, éducation, dynamique. Il est même surgi une éducation “on-line”. Un jour j’ai parlé à un indien, indien du Brésil, par l’ordinateur, sans comprendre. J’ai découvert un vide, un trou. Opportunité: j’ai grandi, ai appris des langues. Je connaissais les raffinements de la belle vie. Visites seulement à Noël. Tout tranquille. Rien ne me manquait. Mais cela a servi à quoi? Education parfaite, parents distants. Aujourd’hui, j’essaie toujours de ne pas tomber dans ce qui me tourmente, les drogues. Moi qui avais tout, j’ai tout jeté. J’admire ceux qui n’ont presque rien et affamés, apprennent l’alphabet, dans les favelas, dans l’intérieur. Derrière, des mots, avec une soif, soif d’infinis. Chance: je n’imaginais pas que mon avenir serait important, je crois que je le saurais si je lui avais donné priorité. Seulement, je n’ai pas eu la conscience au moment d’opter pour le bien ou pour le mal. Quel dilemme? je me suis corrompu facilement. Même ainsi il existait une réponse. J’ai couru derrière, et j’ai vu que je pouvais mourir et qu’il n’était pas, n’était pas tard. 264 Unesco--•--Folha Dirigida Amitié: Désespéré, j’ai cherché de l´aide au Brésil. Quelque chose m’attirait dans ce pays. Je m’internais librement dans une clinique spécialisée, je me retrouvais. Dans un autre espace, au doctorat sous dépendance chimique, un pofesseur-élève étudiait ferme, comme un idéal. Là il vit passer un visage du passé, et marqué par une douleur, d’avant et de maintenant. Réel, ce furent des retrouvailles consacrées dans la communion et la force de volonté. Idéaux, l’un avec priorité à la vie de se redresser et l’autre avec sa vie donnant importance à se former en doctorat. Si l’éducation est prioritaire ou importante, je n’ai pas découvert quel adjectif. Je sais qu’elle est fondamentale, urgente, vitale. Elle unit et rapproche les personnes. Rend propice les amitiés, les histoires, les moments. Révèle les sentiments: joie, humilité. Elle a ses difficultés, trous, vides, mais nous montre beaucoup d’opportunités. C’est un droit humain réel, Vraie, nécessaire, un trésor fécond, intrinsèque. Hier, aujourd’hui et toujours. Chance au bonheur. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 265 “...deve adubar suas sementes com educação e instrução geral, para que se tenha o melhor aproveitamento de uma boa rede de saúde, saneamento, moradia, segurança...” Maria Julia Oller Pereira Universidade de Campinas – UNICAMP - Campinas - SP Grãos do Futuro No solo fértil do país do samba, entre as rodas de capoeira e plantações de cana, desenvolvem-se as sementes do futuro. Algumas possuem oportunidades suficientes para conseguir um lugar ao sol, onde seguirão as trilhas universitárias e participarão ativamente do contingente de cérebros que guia o Brasil rumo ao progresso. Outra parte da produção, porém, é desperdiçada. Sementes perdem-se no tempo e no espaço, preocupadas com o mundo voraz que se impõe frente ao seu desenvolvimento, adubadas apenas por água e farinha. Há, ainda, aquelas que lutam mesmo enfraquecidas pela vida, atingindo o sonho através do esforço mirabolante gerado pela necessidade. Àquelas que são deixadas para trás, resta compor o corpo do desperdício ou lixo, que, nesse caso, não demonstra a riqueza do país, mas sua perda devido à insuficiência estrutural do meio público em conjunto com a banalização educacional. Banalização esta, que torna intangíveis mentes sucumbidas perante a manipulação da mídia que, junto ao governo, visa domínio ideológico em detrimento do potencial nacional. Ainda assim, entre plantações perdidas, surgem pequenas manifestações de verde, que vão às ruas com um passo firme, lutando pelos direitos perdidos na turva legislação das exceções. Representando o investimento e não o gasto, a luta permeia a cidade cinza, de indústrias, movida pelo saber de poucos e pelo trabalho mecânico de muitos, num quadro que poderia espelhar o saber de muitos em garantia de trabalho e perspectivas para outros tantos. Contraditoriamente, em um momento em que o desenvolvimento nacional depende dos esforços pontuais daqueles que ainda buscam um ideal educacional, sementes anseiam pela sua exportação. A demanda por cérebros criativos e bem-sucedidos é alta e, após uma boa colheita, são selecionados e levados os melhores frutos, como se a população nacional não precisasse deles. A necessidade populacional, no entanto, não se traduz apenas nessas jóias perdidas, mas também nos frutos de plantações reais, que determinam a possibilidade de suces- 266 Unesco--•--Folha Dirigida so de um plano educacional, se este fosse implantado como prioritário. Sementes ainda não educadas também fazem suas escolhas: se há falta de comida ou condições básicas de sobrevivência, a trilha em busca do sol não segue o rumo do saber, mas do labor. O país, assim, deve adubar suas sementes com educação e instrução geral, para que se tenha o melhor aproveitamento de uma boa rede de saúde, saneamento, moradia, segurança e oportunidades, a fim de que as futuras árvores da floresta brasileira não se percam no cinza ou deixem seu verde ser levado pelo vento. Esse cuidado educacional instrutivo é prioritário tanto para aquelas que crescem vencendo a selva de pedra, quanto para outras que rastejam entre as fendas do sertão, sem que seja deixada de lado sua subsistência. Todas precisam de proteção e muito mais do que água e farinha para que o potencial nacional seja formado por árvores bem enraizadas, e não por grãos raquíticos, revelando mais do que exportação de produtos agrícolas e de cérebros sobreviventes. _____________________ “...should fertilize its seeds with general education and instruction, so that we can make the best use of a good health, sanitation, housing and safety network...” Seeds of the Future In the fertile soil of the country of samba, between capoeira rounds and sugarcane plantations are being developed the seeds of the future. Some have enough opportunities to have a place in the sun, where they will follow the university trails and participate actively in the contingent of brains that guides Brazil toward progress. Another part of the production, however, is wasted. Seeds are lost in time and space, concerned with the voracious world that imposes itself on them in the face of its development, fertilized with water and flour only. There are still those that fight, even weakened by life, reaching dreams through conspicuous efforts generated by necessity. To those left behind, remains composing the body of waste or garbage, which, in this case, doesn’t demonstrate the country’s richness, but its loss due to the structural insufficiency of the public means and educational trivialization. A trivialization that makes unreachable minds succumb by the manipulation of the media, which together with the government, aims ideological dominium in detriment of the national potential. Nevertheless, some little manifestations of green appear between lost plantations and go to the streets with firm steps, fighting for their rights lost in the turbid legislation of exception. Representing the investment and not the spending, the battle permeates the gray city with industries, moved by the knowing of few and by the mechanical work Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 267 of many, in a picture that could reflect the knowing of many upon working guarantees and perspectives for many others. Contradictorily, in a moment in which national development depends on the punctual efforts of those who are still looking for an educational ideal, seeds yearn to be exported. Demands for creative and successful brains are high, and after a good harvest, they are selected and the best fruits are taken, as if the national population didn’t need them. The population’s need, however, isn’t translated only into these lost jewels, but into the fruits of real plantations as well, which determine the possibility of success of an educational plan, if it was implanted as a priority. Not-yet educated seeds also make their choices: if there is a lack of food, or basic survival conditions, the trail that leads to the sun doesn’t follow the path of knowledge, but laboring. Consequently, the country should fertilize its seeds with education and general instruction, so that there is a better utilization of a good network of health, sanitation, dwelling, security and opportunities, so that the future trees of the Brazilian forest aren’t lost in the gray or leave their green be taken by the wind. This instructive educational care is a priority for those who grow overcoming the rock jungle, as well as for the others, who creep between the cracks of the backcountry, without having to leave their subsistence aside. All of them need protection and much more than water and flour so that the national potential is shaped by well-rooted trees, and not by underdeveloped seeds, revealing more than exportation of agricultural products and surviving brains. _____________________ “...doit fertiliser ses graines avec éducation et instruction générale, pour profiter mieux d’un bon réseau de santé, assainissement, habitation, sécurité...” Graines du Futur Dans le sol fertile du pays de la samba, entre les rondes de capoeira (danse acrobatique) et les plantations de canne à sucre se développent les graines du futur. Certaines possèdent des opportunités suffisantes pour réussir un coin au soleil, où elles suivront les chemins universitaires et participeront activement du contingent de cerveaux qui guide le Brésil en direction du progrès. L’autre partie de la production, cependant, est gaspillée. Des graines se perdent dans le temps et dans l’espace, préoccupées avec le monde vorace qui s’impose face à son développement, fertilisées seulement avec de l’eau et de la farine. Il existe aussi, celle qui luttent, même affaiblies par la vie, atteignant le rêve par l’effort mirobolant géré par la nécessité. 268 Unesco--•--Folha Dirigida A celles qui sont laissées en arrière, il reste à composer le corps du gaspillage ou des ordures, qui, dans ce cas, ne démontre la richesse du pays, mais as perte due à l’insuffisance structurelle du milieu public ensemble avec la banalisation éducationnelle. Banalisation qui rend intangibles les esprits succombés devant la manipulation de la presse qui, avec le gouvernement, vise la domination idéologique au détriment du potentiel national. Encore, entre les plantations perdues, surgissent quelques manifestions de vert, qui vont dans les rues d’un pas ferme, luttant pour les droits perdus dans la législation trouble des exceptions. Représentant l’investissement et non la dépense, la lutte pénètre la ville grise, d’industries, induite par le savoir de peu et par le travail mécanique de beaucoup, dans un cadre qui pourrait répandre le savoir en garantie de travail et perspectives pour tant d’autres. Contradictoirement, à un moment où le développement national dépend des efforts ponctuels de ceux qui cherchent encore un idéal éducationnel, les graines désirent ardemment leur exportation. La demande de cerveaux créatifs et qui ont réussi est grande est, après une bonne cueillette, sont sélectionnés et les meilleurs fruits sont retirés, comme si la population nationale n’avait pas besoin d’eux. La nécessité de la population, cependant, ne se traduit pas à peine dans ces joyaux perdus, mais aussi dans les fruits de plantations réelles, qui déterminent la possibilité de succès d’un plan éducationnel, si celui-ci était implanté comme prioritaire. Des graines encore non éduquées font aussi leurs choix: s’il y a manque de nourriture ou des conditions basiques de survie, le chemin à la recherche du soleil ne suit pas la direction du savoir mais du labeur. Ainsi, le pays doit fertiliser ses graines avec éducation et instruction générale, pour profiter mieux d’un bon réseau de santé, assainissement, habitation, sécurité et opportunités afin que les futurs arbres de la forêt brésilienne ne se perdent pas dans le gris ou laissent leur vert être emmené par le vent. Cette attention éducationnelle instructive est prioritaire aussi bien pour celles qui grandissent en vainquant la forêt de pierres, que pour les autres qui se traînent entre les fentes de la campagne, sans que ne soit laissée de côté leur subsistance. Toutes ont besoin de protection et beaucoup plus que d’eau ou de farine pour que le potentiel national soit formé d’arbres bien enracinés, et non par des graines rachitiques, révélant plus que l’exportation de produits agricoles et de cerveaux survivants. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 269 “Educar é tornar o homem firme, torná-lo seguro a seguir sua própria e verdadeira rota, causando-lhe a fissura necessária para não mais ser um átomo humano...” Mariana Tavares dos Santos Universidade de São Paulo – USP - São Paulo – SP O botaréu e o arcobotante Sedimentados conhecimentos, da arquitetura milenar, incute-nos, à cultura, a lição, de como engendrar uma vigorosa construção: primeiro se assentam os alicerces e depois, por cima deles, levanta-se o prédio; e, por aqueles, a resistência e esplendor deste está condicionado. Escondem as bases e planta todo segredo da solidez e vigor das augustas engenharias - como bem se soube e se fez, no Egito, das pitagóricas maravilhas. E seja sutil, mas plenamente congruente a analogia que se faz, entre a construção de tijolos e a células e neurônios. Pois a grandeza de qualquer sociedade há de se arquitetar sobre o potencial de seus cidadãos, cada qual que, com sólidos alicerces, terá resistência às intempéries da vida e não há de sucumbir. Assim a educação nos é prioritária. Posto que o importante emergirá das peças já construídas. Prioritário são as raízes, as vigas, o romper casulos; importante são os troncos, os andares, os ares e mares a se conquistar já com asas. Educar é tornar o homem firme, torná-lo seguro a seguir sua própria e verdadeira rota, causando-lhe a fissura necessária, para não mais ser um mero átomo humano, alienado e domesticado. É preciso educação, antes de tudo, para nos transformarmos em mais do que meros espectadores, hipnóticos frente à grande peça da História. A cultura e o saber transforma-nos em protagonistas e autores. E tomando seu justo lugar prioritário, nessa construção social, a educação arma o homem à batalha de viver como ser único, de opiniões e de atitude. Em conjunto, uma sociedade sã, liberta de irracionalismos e meios de massificação. Principalmente em nações como a brasileira, em que tantas decisões e mudanças são fruto da deliberação coletiva, avulta-se o seu papel basilar da educação, como semente a cultivar a responsabilidade político-social, a análise crítica e a subversão necessária. Porque quando se educa, projetam-se os alicerces sobre os quais cada indivíduo se elevará. O aprendizado abre-nos portas e nos conduz a um corredor, ilumina nossa mente e apaga nosso medo, pois o homem só teme o que desconhece. E quando não se sabe, só se ataca por loucura, mas devaneio nunca foi forma de luta, a não ser contra moinhos de vento, alquebrado e golpeado ao final. 270 Unesco--•--Folha Dirigida “To educate means turning Man firm, giving him confidence to follow his own and true path, causing the needed fissure so that he is no longer a human atom…” The Pier and the Flying Buttress Established knowledge of millenary architecture instills us culture and the lesson of how to engender a vigorous construction: first we lay foundations and then we erect the building on top of them; its resistance and splendor is conditioned to this premise. They hide its foundations and plant the entire secret of solidity and vigor of the imposing engineering – as it was well known and made, in the Egypt of the Pythagorean marvels. And be subtle but wholly congruent to the analogy between the constructions made of bricks and those made of cells and neurons. For the greatness of any society must be built upon the potential of its citizens, who, like solid foundations, are resistant to the cruelties of life and should not succumb. So is education a priority. Seen that its importance will emerge from pieces that have already been built. Priorities are roots, beams, and the breaking of seed capsules; important are trunks, floors, airs, and oceans to be conquered with wings already. To educate means turning man firm, making him safe to follow his true route, causing him the necessary fissure, so that he is no longer a mere alienated and domesticated human atom. Education is necessary, above all, in order to make of us more than mere spectators, hypnotized before the great piece of History. Culture and knowledge turn us into protagonists and authors. And taking its righteous place as a priority in this social construction, education arms man for the battle of living as a unique being of opinions and attitudes. Together, a healthy society, free of irrationalism and means of mass productions. Especially in nations as the Brazilian, in which so many decisions and changes are result of the collective deliberation, its basilar role of education increases, like a seed cultivating the political and social responsibility, the critical analysis, and the necessary subversion. Because when we educate, the foundations on which each individual will rise are projected. Learning opens doors and takes us to a corridor, illuminates our minds and turns our fears off, for Man only fears what is unknown. And when we don’t know, we just attack for craziness; daydreaming was never a kind of fight, unless against windmills, fatigued and stricken in the end. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 271 “Eduquer c’est rendre l’homme solide, sûr de suivre sa propre et véritable route, lui causant la fissure nécessaire pour ne plus être un atome humain...”. L’arc-boutant et le demi-arc Connaissance sédimentée, de l’architecture millénaire, nous inspire la culture, la leçon, comment engendrer une construction vigoureuse: d’abord on pose les fondations et ensuite, au-dessus, on bâtit l’immeuble ; et, grâce à elles, la résistance et la splendeur de celui-ci est conditionné. Les bases et plan cachent tout le secret de la solidité et de la vigueur des imposantes ingénieries – comme on le savait et a été fait en Egypte, des merveilles pytagoriques. Et qu’elle soit subtile mais pleinement convenable l’analogie faite, entre la construction en briques et celle des cellules et des neurones. Car la grandeur de n’importe quelle société est d’être architectée sur le potentiel de ses citoyens, chacun, avec des fondations solides, aura la résistance aux intempéries de la vie et ne pourra pas succomber. Ainsi l’éducation est pour nous prioritaire. Vu que l’important émergera des pièces déjà construites. Prioritaires sont les racines, les poutres, la rupture du cocon ; importants sont les troncs, les étages, les airs et les mers à conquérir avec des ailes. Eduquer c’est rendre l’homme firme, sûr pour suivre sa propre et véritable route, en lui causant la fissure nécessaire pour ne plus être un simple atome humain, aliéné et domestiqué. L’éducation est nécessaire avant tout, pour nous transformer en plus que de simples spectateurs hypnotiques face à une grande pièce de l’Histoire. La culture et le savoir nous transforment en protagonistes et auteurs. Et prenant sa juste place prioritaire, dans cette construction sociale, l’éducation arme l’homme pour la bataille de vivre comme être unique, d’opinions et d’attitude. Ensemble, une société saine, libère les irrationalismes et les moyens de massification. Surtout dans les nations comme le Brésil, où tant de décisions et de changements sont le fruit de la délibération collective, s’accroît son rôle de base de l’éducation, comme graine à cultiver la responsabilité politico-sociale, l’analyse critique et la subversion nécessaire. Parce que quand on éduque, on protège les fondations sur lesquelles chaque individu s’élèvera. L’apprentissage nous ouvre les portes et nous conduit à un couloir, illumine notre esprit et éteint notre peur, car l’homme ne craint que ce qu’il méconnaît. Et quand on ne sait pas, on n’attaque que par folie, mais rêverie n’a jamais été une forme de lutte, sauf contre les moulins à vent, se courbant et frappé à la fin. 272 Unesco--•--Folha Dirigida “Que seu pai sequer pôde pensar em lhe fazer doutor. Porque lançou cedo em suas mãos o facão ao invés de lápis multicor.” Marinalva Rodrigues Magalhães Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro - RJ “A educação é como um rio que corre, e corre, e deságua em certo lugar” Quem foi que disse que eu não conheço Rai-mundo... Que trabalha no roçado no interior do Nordeste, ou em qualquer outro lugar... Que desde menino, traz vivo no rosto suado, a ilusão de um dia ser feliz. Quem foi que disse ... Que seu pai sequer pôde pensar em lhe fazer doutor. Porque lançou cedo em suas mãos o facão ao invés de lápis multicor. E quando ainda no crepúsculo do dia, caminhavam sem sentir a dor... Quem foi que disse... Que ninguém percebeu que ele também tinha fome de conhecimento... E que a vida multifária tem-lhe sido dura e tem-lhe feito insipiente. E sequer lhe oportunou conhecer as oito letras que carrega em seu próprio nome. Quem foi que disse... Que hoje, esse esguio rapaz, não concebe as suas prioridades de vida. E, que apesar do coração ressecado de alegria e de esperança, Vive ainda em sua mente, idéias e desejos sãos. Quem foi que disse... Que ele não sonha em fazer prosas para a sua Flor. E quando os meninos chegararem, não quer lhes contar histórias, Para que sejam abençoados pelos anjos, já que os homens não os abençoarão. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 273 Quem foi que disse... Que o saudoso Gonzaguinha, sabiamente, em seus versos, Não sabia que Rai-mundo entendia que a educação é prioridade e a única solução! E encantou e decantou em seus lindos versos que “a gente quer viver a liberdade”... Quem foi que disse... Que Rai-mundo não sabia que a única forma possivel de ser livre, É através do estudo, do conhecimento, Que nos faz donos das rédeas de nossa própria vida. Quem foi que disse... Que Rai-mundo, até hoje, não clama pelos magos-professores! E eleva a Deus suas preces, dizendo: Oh! Senhor, por que não lhes concede o poder de nos tirar dessa escuridão? Quem foi que disse... Que não se conhece os homens! Aqueles que não compreendem a primazia por respeito de se ter felicidade. Que não propiciam a todos o direito ao saber. Eu os conheço... Não são homens, são carrascos, são covardes... Atacam de forma cruel: aquela que castiga - aquela que humilha- aquela que exclui. Aquela que, indubitavelmente, coloca o indivíduo num abismo... Mas, quem foi que disse que eu não conheço Raimundo? 274 Unesco--•--Folha Dirigida “That your father could not even think of making you a doctor. Because he tossed the machete instead of the multicolor pencil in your hands early.” “Education is like a river that runs and runs and flows into some place.” Who said I don’t know Rai-mundo... Who works in the Northeastern backcountry, or in any other place... Who brings alive in his sweated face, the illusion of being happy one day ever since he was a boy. Who said... That his father could not even think of making him a doctor. Because he tossed the machete instead of the multicolor pencil in his hand early. And when still at dawn, they walked without feeling pain... Who said... That no one noticed that he was also hungry for knowledge... And that his multifarious life had been hard and made him insipient. And that he even didn’t bother to know the eight letters that he carries in his own name. Who said... That today, this slender boy, doesn’t conceive his life priorities. And that, in spite of a heart dried-up of joy and hope, Sound ideas and desires are still alive in his mind Who said... That he doesn’t dream of writing prose to his Flower. And when the boys arrive, that he doesn’t want to tell them stories For them to be blessed by the angels, once men won’t bless them. Who said... That the late Gonzaguinha, wisely, in his verses, Didn’t know that Rai-mundo understood that education is a priority and the only solution! And charmed and sang in his beautiful verses “we want to experience freedom...” Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 275 Who said... That Rai-mundo didn’t know that the only possible way of being free, Is through studying, through knowledge, Which makes us owners of the reigns of our own life? Who said... That Rai-mundo, up to this day, doesn’t cry out for the magician-teachers! And rises his prayers to God, saying: Oh! Lord, why don’t you concede them the power to take us from this darkness? Who said... No one knows Men! Those who don’t understand the primacy for the respect of having happiness. Who don’t propitiate to everyone the right to knowing. I know them... They aren’t men, they are executers, they are cowards... They attack in a cruel way: the one that punishes – that one that humiliates – that one that excludes. That one that, undoubtedly, places the individual on an abyss But, who said that I don’t know Raimundo? _____________________ ‘’Que son père ne peut même pas penser à le faire docteur. Parce qu’il a jeté tôt entre ses mains le grand couteau au lieu du stylo multicolore.’’ “L’éducation est comme un fleuve qui court, et court, et se jette dans un certain endroit” Qui a dit que je ne connaissais pas Rai-mundo... Qui travaille dans les champs à l’intérieur du Nord-Est, ou n’importe quel autre endroit... 276 Unesco--•--Folha Dirigida Qui depuis son enfance, porte vivant sur son visage en sueur, l’illusion d’être heureux un jour. Qui a dit ... Que son père ne peut même pas penser à le faire docteur. Parce qu’il a jeté tôt entre ses mains le grand couteau au lieu du stylo multicolore. Et quand encore au crépuscule, ils marchaient sans sentir la douleur... Qui a dit... Que personne ne s’est aperçu que lui aussi avait faim de connaissance... Et que la vie variée a été dure pour lui et l’a fait ignorant. Et ne lui a même pas donné la chance de connaître les huit lettres qu’il porte en son propre nom. Qui a dit... Qu´aujourd’hui, ce jeune homme élancé, ne conçoit pas ses priorités de vie. Et que malgré le cœur sec de joie et d’espoir, Vit toujours dans son esprit, des idées et des désirs sains. Qui a dit... Qu’il ne rêve pas à faire de la prose pour sa Flor. Et quand viendraient les enfants, leur raconter des histoires, Pour qu’ils soient bénis par les anges, puisque les hommes ne les béniront pas. Qui a dit... Que le regretté Gonzaguinha, sagement, dans ses vers, Ne savait pas que Rai-mundo comprenait que l’éducation est priorité et l’unique solution! Et enchanta et déchanta dans ses beaux vers que “on veut vivre la liberté”... Qui a dit... Que Rai-mundo ne connaissait pas l’unique forme possible d’être libre, Est au travers des études, de la connaissance, Qui nous fait maîtres des rênes de notre propre vie. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 277 Qui a dit... Que Rai-mundo, jusqu’aujourd’hui ne clame pas pour les mages professeurs! Et élève ses prières à Dieu en disant: Oh! Seigneur, pourquoi ne nous concédez pas le pouvoir de nous libérer de cette obscurité? Qui a dit... Qu’on ne connaît pas les hommes! Ceux qui ne comprennent pas la primatie pour le respect d’avoir le bonheur. Qui n’offrent pas à tous le droit du savoir. Je les connais... Ce ne sont pas des hommes, ce sont des bourreaux, des lâches ... Ils attaquent de forme cruelle: celle qui punit – celle qui humilie – celle qui exclut. Celle qui, sans doute, met l’individu dans un abîme... Mais qui a dit que je ne connais pas Raimundo? 278 Unesco--•--Folha Dirigida “A educação é prioridade, porque é o ar que respiramos. Seja ao levantar ou ao deitar, ela continua a fazer o seu papel automaticamente...” Marta Carvalho da Silva Universidade Veiga de Almeida - Búzios – RJ Quando pequena, ficava sempre me martirizando sobre escola, forma de tratar as pessoas, escrever correto, postura no andar, etc.Vinha sempre pessoas falando: Olha a educação! As interrogações cresciam também. Cresci aprendendo de tudo um pouco. O que mais me deixava intrigada era que havia sempre pessoas falando que a educação não estava boa, que há pessoas maleducadas, etc.Pra mim isso não refletia em nada, afinal o que era educação?Sei lá o que é isso! Esta bendita palavra está sempre me perseguindo – Pensava. Saí perguntando a todos que encontrava o que era educação. Ninguém na verdade sabia dizer certinho o que era. Uns diziam que era tratar bem as pessoas, outros diziam que era o que aprendíamos na escola, enfim... ninguém sabia me explicar. Continuei crescendo com esta bendita palavra soando no meu consciente: EDUCAÇÃO; E-DU-CA-ÇÃO; E-D-U-C-A-Ç-Ã-O! Isso cansa, sabia? Já estava delirando. Vou me concentrar pra ela sumir do mapa – Pensei. Então comecei com uma concentração básica: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10. Apelei: chô urubu! Sai de reto! Não adiantou nadica de nada. Pois ela continuava firme e forte a soar nos meus ouvidos. Um dia me apresentaram um tal de Aurélio, dizendo que ele sabia de tudo. Vamos ver! – Pensei – se for mesmo, vou saber o que é isso. Essa palavra sairá certamente de mim. Estava lá, ainda que confuso pra mim: e.du.ca.ção. 1. Ato ou efeito de educar(-se). 2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. 3. Civilidade, polidez. Piorou tudo!!Agora que fico doida – pensei. Comecei a juntar os significados às pessoas. Alguns adiantaram, outras, nem tanto. Cheguei à seguinte conclusão: se não pode contra ela, junte-se a ela. A questão pra mim era: porque ela me perseguia tanto? Resolvi juntar tudo. Misturei o que eu gostava, o que não podia e não devia fazer, com o que consegui pegar sobre educação. Foi difícil. Comecei assim: minha mãe, meu pai, escola, amigos, livros, não xingar, não roubar, comer bem, comer de boca fechada, irmãs,etc. Misturei tudo como se estivesse imitando minha mãe a fazer um bolo. Só que os mais importantes pra mim, coloquei primeiro e os demais como se fosse a cobertura. Peguei a palavra educação e coloquei o bolo em cima. Ficou bonito. Bolo na mão, só em fatias. Bolo inteiro, só em recipiente apropriado. Percebi uma coisa, sem a educação sustentando, o bolo cai e quebra todo. Como vou construí-lo de novo? Refleti.Construir Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 279 minha família e tudo o que gosto? Não dá. Educação é tudo mesmo. É prioridade, é a minha vida. Apesar de ter crescido, na minha cabeça inda continua soando. Todo mundo tem ela dentro de si, não dá pra negar. Ninguém se esquece de respirar. É automático, nem se fôssemos para o lugar mais isolado do mundo. A educação é prioridade, porque é o ar que respiramos. Seja ao levantar ou ao deitar, ela continua a fazer o seu papel automaticamente, nós apenas a aperfeiçoamos, como ingredientes de bolo – cada um tem o seu truque. Mas uma coisa ninguém pode e nem poderá negar: ela estará sempre soando automaticamente dentro de nós... EDUCAÇÃO!E- DU- CA- ÇÃO! E – D- U- C – A – Ç – Ã – O! _____________________ “Education is a priority because it is the air we breathe. Be it when we get up or go to bed, it continues having its role, automatically…” When I was little, I always tormented myself about school, how to treat people, write right, how to carry myself as I walked, etc. There were always people saying: look your manners! Interrogations escalated too. I grew up learning a little from everything. What most intrigued me was that there were people saying that education wasn’t good, that there are ill-mannered people, etc. to me, that didn’t reflect anything; after all, what was education? What the hell is that! The heck of that word is always following me – I thought. I went out asking everybody I met what education was. In truth, no one could ever say exactly what it was. Some would say it was to treat people well, others would say it was what we learned in school, in short, no one knew how to explain it to me. I continued growing with that word sounding in my consciousness: EDUCATION; EDU-CA-TION; E-D-U-C-A-T-I-O-N! That is tiring, you know. I was already delirious. I’ll concentrate to vanish from the map – I thought. So I began with a basic concentration: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10. I stretched: shoo! Go away! It didn’t help, for it continued to sound firm and strong in my ears. One day they introduced me to some Aurélio dictionary, saying it knew everything. Lets see” – I thought – if he really knows everything; I will know what that means. This word will certainly leave me alone. There it was, even if confusing to me: e.du.ca.tion. 1. Act or effect of educating. 2. Process of development of the physical, intellectual, and moral capacity of the human being. 3. Civility, politeness. It became worse! Now I will go crazy, I thought. I began to link the meanings to people. Some worked, others not that much. I got to the following conclusion: if you can’t go against it, go with it. The question to me was: why did it pursue me so much? 280 Unesco--•--Folha Dirigida I decided to gather everything, I mixed what I liked, what I couldn’t or shouldn’t do, what was I was able to get about education. It was hard. That is how I began: my mother, my father, school, friends, books, no cursing, no robbing, eating well, eating with my mouth closed, sisters, etc. I mixed everything as if I were imitating my mother making a cake. Only that the most important to me, I placed first and the remaining as if they were the icing. I got the word education and put the cake on top of it. It was nice. Cake in hand, only in slices. Whole cake, only in appropriate recipient. I noticed something: without education supporting it, the cake falls in breaks. How will I build it again? I reflected. Build my family and everything I like? It isn’t possible. Education is really everything. It is a priority, it is my life. Although I grew, it still sounds in my head. Everybody has it inside; we can’t deny it. No one forgets to breathe. It is automatic, even if we went to the most isolated place on earth. Education is a priority, because it is the air we breathe. Be it when we get up or go to bed, it continues playing its role automatically, we only improve it, like the ingredients of a cake – everyone has its own tricks. But one thing no one can nor will deny: it will always be sounding automatically inside us... EDUCATION! E- DU- CA- TION! E – D- U- C – A – T – I – O-N! _____________________ “L’éducation est priorité, car elle est l’air que nous respirons. Soit au lever soit au coucher, elle continue à jouer son rôle automatiquement...” Quand j’étais petite, je me martyrisais toujours sur l’école, forme de traiter les personnes, écrire correctement, posture en marchant, etc. Des personnes disaient toujours: Attention à l’éducation! Les interrogations grandissaient aussi. J’ai grandi en apprenant un peu de tout. Ce qui m’intriguait le plus est qu’il y avait des personnes qui disaient que l’éducation n’était pas bonne, qu’il y a des personnes mal éduquées, etc. Pour moi, cela ne reflétait rien, finalement qu’était l’éducation? Je ne sais pas ce que c’est! Cette parole bénie me poursuit toujours –Je pensais. J’allais demander à tout le monde que je rencontrais ce qu’était l’éducation. Personne en réalité ne savait bien ce que c’était. Les uns disaient que c’était bien traiter les personnes, d´autres disaient que c’était ce que nous apprenions à l’école, enfin... personne ne savait m’expliquer. Je continuais à grandir avec ce mot béni résonnant dans mon conscient: EDUCATION ; E-DU-CATION ; E-D-U-C-A-T-I-O-N! Cela fatigue, tu savais? Je délirais déjà. Je vais me concentrer pour qu’elle disparaisse –Je pensais. Je commençais alors une concentration basique: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10. Je faisais appel: vas-t’en! Sors de mon chemin! Cela ne servit à rien du tout. Car elle continuait ferme et forte à résonner dans les oreilles. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 281 Un jour on m´a présenté l´Aurélio, disant qu’il savait tout. Voyons! – je pensais – si c’est vraiment cela, je vais savoir ce que c’est. Ce mot sortirait certainement de moi. Elle était là, encore confuse pour moi: é.du.ca.tion. 1. Acte ou effet d’éduquer(-s’). 2. Processus de développement de la capacité physique, intellectuelle et morale de l’être humain. 3. Civilité, politesse. Ca s’aggrave!! Je deviens folle – je pensais. Je commençais à lier les significations aux personnes. Certains servirent, d’autres, pas tellement. J’arrivais à la conclusion suivante: si on ne peut contre elle, il faut se joindre à elle. La question pour moi était: pourquoi me poursuivait-elle autant? Je résolus réunir tout. Je mélangeais ce que j’aimais, ce que je pouvais et ne devais pas faire, avec ce que j’avais réussi à prendre sur l’éducation. Ce fut difficile. Je commençais ainsi: ma mère, mon père, l’école, les amis, les livres, ne pas se moquer, ne pas voler, manger bien, manger la bouche fermée, les sœurs, etc. Je mélangeais tout comme si j’imitais ma mère à faire un gâteau. Seulement que les plus importants pour moi, je mettais en premier et les autres comme si c’était la couverture. Je prenais le mot éducation et mettais le gâteau au-dessus. Il était beau. Gâteau en mains, seulement en tranches. Gâteau entier, seulement dans un récipient approprié. Je m’aperçus d’une chose, sans l’éducation soutenant, le gâteau tombe et se casse. Comment faire pour le construire à nouveau? je réfléchissais. Construire ma famille et tout ce que j’aime? Ca ne va pas. L’éducation est tout. Et priorité, c’est ma vie. Bien que j’ai grandi, le mot continue à résonner dans ma tête. Tout le monde la possède en soi, on ne peut pas le nier. Personne n’oublie de respirer. C’est automatique, même si on allait dans l’endroit le plus isolé du monde. L’éducation est priorité, car c’est l’air que nous respirons. Soit au lever, soit au coucher, elle continue de jouer son rôle automatiquement, non seulement nous la perfectionnons, comme les ingrédients du gâteau – chacun a son truc. Mais une chose personne peut ni ne pourra nier: elle résonnera toujours automatiquement en nous... EDUCATION! E- DU- CA- TION! E – D- U- C – A – T – I – O- N! 282 Unesco--•--Folha Dirigida “O sonho de Educação é acolher a todos, crianças, jovens e adultos. Mas as eleições passaram e Educação foi para o final da fila...” Mauro Martins Cardoso Faculdades Santa Cruz – INOVE - Curitiba - PR Educação é muito importante, pois sobe no palanque e está sempre presente no discurso político. Candidatos de renome falam de Educação com autoridade. Educação é considerada importante e acredita sinceramente que pode ajudar o país a resolver problemas sociais, como a fome. Ela espera, que através dela, as pessoas tenham mais dignidade, enfim, descubram novas possibilidades na vida. Educação sonhava em poder ajudar as pessoas da sua comunidade a ler, a escrever, a ter uma profissão e, quem sabe ainda, dar-lhes ao menos três refeições ao dia. O sonho de Educação é acolher a todos: crianças, jovens e adultos. A eleição passou e o povo esperava por Educação. Mas Educação ficou esquecida no discurso, esperando pacientemente pelo dia em que entraria para a lista das prioridades sociais, as consideradas importantes pelo então prefeito eleito. Não sabia que esperaria tanto tempo até chegar a sua vez. Continuava na esperança de que na próxima gestão seria chamada. Doce ilusão. Nem tudo foi em vão, Educação fez amizade com as reformas que ali esperavam como ela. Uma de suas amigas, a Saúde, era a mais antiga da casa, pois já participara de muitos discursos. Perdera a conta. Estava velha e acabada, não sabia se resistiria até o fim daquele mandato, tinha esperança, como todos, de nas próximas eleições ser requisitada para algum cargo público, mas estava cansada dos discursos. As próximas eleições chegaram e finalmente Educação saiu da fila de espera. Foi chamada ao palanque, finalmente, com um dos políticos de renome da cidade que disse: - Educação é importante meus caros. Educação se sentiu o máximo naquele momento. Educação sonhava em poder ajudar as pessoas da sua comunidade a ler, a escrever, a ter uma profissão e, quem sabe ainda, dar-lhes ao menos três refeições ao dia. O sonho de Educação é acolher a todos: crianças, jovens e adultos. Mas as eleições passaram e Educação foi para o final da fila outra vez, tendo como companheira a já esquecida Saúde. Pobre Saúde, estava mal mesmo, tossia feito uma condenada, não passaria daquele ano. Passaram-se muitos anos até que as eleições aconteceriam novamente na cidade. Era um rebuliço só. O candidato então, esse era dos bons, prometia de tudo no discurso. - Dessa vez a fila anda, disse a reforma agrária também na fila de espera para ser chamaEducação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 283 da ao palanque. Num discurso empolado e esfuziante o então candidato, o mais votado na ocasião, foi interrompido por vozes da multidão que gritava: Educação! Educação! Educação! Educação não apareceu. Saúde encontrara vaga num dos hospitais locais e enquanto aguardava, na fila por atendimento, um moribundo que ali também esperava, perguntou a ela: - Que fim levou a Educação que eu nunca mais a vi. Saúde respondeu: - Educação recebeu uma proposta e se mudou daqui. Ninguém sabe onde é, só disse que lá lhe dão valor. Acrescentou ainda que está ajudando as pessoas, a ler, a escrever, a ter uma profissão e que ainda consegue dar-lhes três refeições ao dia. Confessou-me, da última vez que nos falamos, que Educação não é importante, é prioritária. Veja só, ganhou até sobrenome, Educação Prioritária. _____________________ “The dream of Education is to shelter everyone, children, the youth and adults. But elections passed and Education went to the end of the line...” Education is very important because it goes up on the campaign platform and is always present in political discourses. Renowned candidates speak of Education with authority. Education is considered important and they sincerely believe it can help the country solve social problems as hunger. Education expects that through it, people have more dignity, in short, find new possibilities in life. Education dreamed of being able to help the people in her community to read, write, have a profession, and who knows, give them at least three meals a day. Education’s dream is to shelter everyone: children, the youth, and adults. Election passed and the people waited for Education. But Education was forgotten in the discourse, waiting patiently for the day it would enter the list of social priorities, those considered important by the elected mayor. She didn’t know she would wait for so long for her time to come. It continued on hoping that she would be called in the next administration. Sweet illusion. Not everything was in vain, Education made friends with the reforms that were waiting there with her. One of her friends, Health, was the oldest in the house, as she had already taken part in many discourses. She lost count. She was old and worn out, didn’t know if she would resist until the end of that term, she hoped, like everyone else, she would be requested in the next elections for some public office, but she was tired of discourses. The following elections came and finally Education left the waiting line. She was called up to the stand, finally, with one of the city’s renowned politicians, who said: Education is important to us. Education felt great an that moment. Education dreamed 284 Unesco--•--Folha Dirigida of being able to help the people of her community to read, write, have a profession, and who knows, give them at least three meals a day. Education’s dream was to shelter everyone: children, the youth, and adults. But elections passed and Education went to the end of the line once again, having the forgotten Health as her companion. Poor Health was really ill; she was coughing like a condemned, wouldn’t last beyond that year. Many years passed until new elections took place in that city. It was a great commotion. The candidate then, he was one of the good ones, was promising of everything in his discourse. – This time the line moves, said an agrarian reform also in the line waiting to be called up to the stand. In a swollen and vivacious discourse, the then candidate, the most voted in the occasion, was interrupted by voices coming from the people who shouted: Education! Education! Education! Education didn’t appear. Health had found a vacancy in one of the local hospitals and while it waited in line to be seen, a moribund that was also waiting there, asked her: - What happened to Education, I never saw her again. Health answered: - Education was given a proposal and she moved. No one knows who called her, she only said they appreciate her. She also said that she is helping people to read, write, have a profession and is able to give them three meals a day. She confessed, the last time we spoke, that Education isn’t important, but a priority. Look at this; she was even given a surname, Education Priority. _____________________ “Le rêve de l’Education est d’accueillir tout le monde, les enfants, les jeunes et les adultes. Mais les élections sont passées et l’Education est passée à la fin de la queue...” L’éducation est très importante, car elle monte sur les gradins et est toujours présente dans le discours politique. Les candidats de renom parlent d’Education avec autorité. Education est considérée importante et je crois sincèrement qu’elle peut aider le pays à résoudre les problèmes sociaux, comme la faim. Elle attend, que grâce à elle, les personnes aient plus de dignité, enfin découvrent de nouvelles possibilités dans la vie. L’éducation rêvait de pouvoir aider les personnes de sa communauté à lire, écrire, à avoir une profession, et qui sait aussi, leur donner au moins trois repas par jour. Le rêve de l’Education est d’accueillir tout le monde, les enfants, les jeunes et les adultes. Mais les élections sont passées et le peuple attendait l’éducation. Mais l’Education a été oubliée dans le discours, attendant patiemment le jour où elle entrerait dans la liste des priorités sociales, celles considérées importantes par le maire alors élu. Elle ne savait pas qu’elle attendrait si longtemps jusqu’à ce que son tour arrive. Elle continuait dans l’espoir d’être appelée à la prochaine gestion. Douce illusion. Pas tout a été en vain, l’Education a fait Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 285 amitié avec les réformes qui attendaient là comme elle. Une de ses amies, la Santé, était la plus ancienne de la maison, car elle avait déjà participé à beaucoup de discours. Elle en avait perdu le compte. Elle était vielle et fichue, ne savait pas si elle résisterait jusqu’à la fin du mandat, elle avait l’espoir, comme tous, d’être appelée aux prochaines élections pour une fonction publique, mais était lasse des discours. Les prochaines élections arrivèrent et finalement l’Education sortit de la file d’attente. Elle fut appelée sur les gradins, finalement, avec l’un des politiciens renommés de la ville qui dit: - Education est importante mes chers. L’Education s’est sentie maximum à ce moment-là. L’éducation rêvait de pouvoir aider les prisonniers de sa communauté à lire, à écrire, à avoir une profession et qui sait, leur donner au moins trois repas par jour. Le rêve de l’Education est d’accueillir tout le monde, les enfants, les jeunes et les adultes. Mais les élections sont passées et l’Education est allée à la fin de la queue de nouveau, avec pour compagne la Santé déjà oubliée. Pauvre Santé, elle allait mal, toussait comme une condamnée, elle ne finirait pas l’année. Plusieurs années ont passé jusqu’à ce que les élections eurent lieu de nouveau dans la ville. C’était un grand tumulte. Le candidat alors, celui-ci était bon, promettait de tout dans le discours. – Cette fois-ci la queue avance, dit la réforme agraire aussi dans la file d’attente à être appelée sur les gradins. Dans un discours agité et bruyant le candidat de l’époque, le plus voté à l’occasion, fut interrompu par des voix de la foule qui criait: Education! Education! Education! Education n’est pas apparue. La santé trouvait une place dans les hôpitaux locaux et tandis qu’elle attendait, dans la queue de consultation, un mourant qui attendait là aussi, lui demanda: - Qu’est devenue l’Education que je n’ai jamais revue. La Santé répondit: - L’éducation a reçu une proposition et a déménagé. Personne ne sait où, et elle a dit seulement que là-bas ils lui donnent de la valeur. Elle ajouta aussi qu’elle aide les personnes à lire, à écrire, à avoir une profession et qu’elle réussit aussi à leur donner trois repas par jour. Elle m’a confessé, la dernière fois que nous nous sommes parlés, que l’Education n’est pas importante, elle est prioritaire. Voyez, elle a même un nom de famille, Education Prioritaire. 286 Unesco--•--Folha Dirigida “Erros são, no final das contas, fundamentos da verdade. Se um homem não sabe o que é uma coisa e, já, um avanço do conhecimento...” Melissa Jardim de Souza Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - Araruama - RJ O conceito amplo de educação, induz o meu pensar critico sobre prioridade e importância. Há um paradoxo; na verdade acredito que não passa de uma conseqüência, a educação é uma prioridade importante! Se me asseguro nas leis e direitos do cidadão, me deparo com uma “realidade” figurada, onde todo cidadão tem direito à saúde e educação, e chega a ser irrisório a falta de conhecimento e entendimento da realidade. Tais leis foram implantadas pelos homens “sábios” do poder, à medida que o poder gera saberes e os saberes geram poderes, concluímos pela lógica que a dimensão política presente na relação entre saber, conhecimento e poder deve ser recuperada para expressar o mais próximo possível a luta pela posse de informações entre grupos e indivíduos, ou seja cidadãos de uma sociedade, essa é uma prioridade. Importante é saber o valor da necessidade de educação e destacar o papel do conhecimento para a supressão de carências humanas. Conhecimento e saber interligados; pois jovens e adultos haverão de saber o que se passa e o que se pode passar ao nosso redor, para terem a dimensão exata de hoje e do futuro, de seus desafios, direitos e responsabilidades. O importante na educação não é na verdade, no conhecimento dos fatos, mas sim nos valores. Educar é dar ao indivíduo uma oportunidade de errar, pois quem erra, pode acertar duas vezes, cito o exemplo de Fleming que só descobriu a penicilina, graças a um fungo que contaminou sua lâmina de cultura que ele deixara em seu laboratório sem proteção; a conseqüência do erro resulta na descoberta de um grande acerto. Erros são, no final das contas, fundamentos da verdade. Se um homem não sabe o que é uma coisa e, já, um avanço do conhecimento saber o que ela não é, entendemos que o conhecimento está a serviço da necessidade de viver. E a resposta está nas entrelinhas, a educação é uma prioridade de relevante importância, que nos direciona a descobertas, transformando erro em grandes acertos. Busquemos então o saber; pois a educação é como um tesouro, em todo lugar tem valor; e ressalto a sensatez do educador Paulo Freire na frase que diz: “ Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 287 “Errors are, in the end, foundations of truth. If a man doesn’t know what something is, this is already an improvement of knowledge...” The broad concept of education induces my critical thinking to cast an eye on priority and importance. There is a paradox; in truth, I believe that it is nothing but a consequence, education is an important priority! If I lean myself on the laws and rights of citizens, I am faced with a synecdochic “reality,” in which every citizen has the right to health and education and the lack of knowledge and understanding about reality is ludicrous. These laws were implanted by the “wise” men of power, while power generates knowledge and knowledge generates powers. We conclude through logic that the political dimension present in the relation between knowing, having knowledge and power has to be recuperated to express as close as possible, the battle for the possession of information among groups and individuals, that is, citizens of a society, that is a priority. Important is to know the value of the necessity of education and highlight the role of knowledge to suppress human needs. Interconnected knowledge and education; as the youth and adults should know what is going on and what may go on around us, to have the exact dimension of today and of the future, their challenges, rights and responsibilities. The important in education isn’t the truth in the knowledge of facts, but its values. To educate means giving individuals an opportunity to err, as who errs, may do it right twice, I cite the example of Fleming who only discovered penicillin, thanks to a fungus that contaminated the culture blade that he had left in his lab without protection; the consequence of the error results in the discovery of a great rightness. Errors are, in the end, foundations of the truth. If a man doesn’t know what something is, this is already an improvement of knowledge by knowing what isn’t, we understand that the knowledge is at the service of the need to survive. And the answer lies between the lines; education is a priority of relevant importance, which guides us to discoveries, transforming wrongs into great rights. Let’s then seek the knowing; as education is like a treasure, it has its worth everywhere; and I highlight the sobriety of educator Paulo Freire: “If education alone doesn’t transform society, society alone, doesn’t change either.” 288 Unesco--•--Folha Dirigida “Des erreurs sont en fin de compte, les fondements de la vérité. Si un homme ne sait pas ce qu’est une chose et, déjà un progrès de la connaissance...” L’ample concept de l’éducation, induit ma pensée critique sur la priorité et l’importance. Il existe un paradoxe ; en réalité, je crois que ce n’est qu’une conséquence, l’éducation est une priorité importante! Si je me certifie dans les lois et les droits du citoyen, je tombe sur une “réalité” figurée, où tout citoyen, a le droit à la santé et à l’éducation, et le manque de connaissance et de compréhension de la réalité arrive à être dérisoire. Ces lois ont été implantées par les hommes “sages” du pouvoir, à mesure que le pouvoir génère des savoirs et les savoirs génèrent des pouvoirs, nous concluons par la logique que la dimension politique présente dans le rapport entre savoir, connaissance et pouvoir doit être récupérée pour exprimer le plus près possible la lutte pour la possession d’informations entre groupes et individus, c’est-à-dire citoyens d’une société, c’est la priorité. Important est de savoir la valeur de la nécessité de l’éducation et détacher le rôle de la connaissance pour la suppression de carences humaines. Connaissance et savoir interliés ; car jeunes et adultes devront savoir ce qui se passe ou ce qui peut se passer autour de nous, pour avoir la dimension exacte d’aujourd’hui et de l’avenir, de leurs défis, droits et responsabilités. L’important dans l’éducation ce n’est pas la vérité, dans la connaissance des faits, mais plutôt dans les valeurs. Eduquer c’est donner à l’individu une opportunité de se tromper, car, qui se trompe, peut atteindre le but deux fois, je cite l’exemple de Fleming qui n’a découvert la pénicilline, que grâce à un champignon qui contamina sa lamelle de culture qu’il avait laissée dans son laboratoire sans protection ; la conséquence de l’erreur entraîne la découverte d’une grande réussite. Les erreurs sont, en fin de compte, des fondements de la vérité. Si un homme ne sait pas ce qu’est une chose, c’est déjà un progrès de connaissance de savoir ce qu’elle n’est pas, nous comprenons que la connaissance est au service de la nécessité de vivre. Et la réponse se trouve entre les lignes, l’éducation est une priorité d’importance relevante, qui nous oriente vers les découvertes, transformant l’erreur en grandes réussites. Nous cherchons alors à savoir ; car l’éducation est comme un trésor, elle a de la valeur partout ; et je souligne la prudence de l’éducateur Paulo Freire dans sa phrase: “ Si l’éducation toute seule ne transforme pas la société, sans elle non plus, la société ne change pas”. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 289 “Ficarão essas para um tempo outro, para construir discursos outros, na busca de uma Educação viva e integralmente funcional.” Mônica Diniz Marques Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro - RJ Uma reflexão bakhtiniana Seis da matina. Um café cheiroso, pão com margarina, quem sabe um leite, um banho corrido, os livros aprumados na mochila e o carro do colégio a buzinar. “Ô” tempo bom! “Êta” saudade grande! Certa estou de que poucos são os estudantes que têm o seu dia escolar assim iniciado. O estômago tem de esperar a hora do lanche “pra” se aquietar. Esse é um problema, também importante; como importante é a Educação. Educar... do latim, educare... o ato de guiar, de orientar. Assim, etimologicamente, visualizamos a essência da educação. E assim, desde os tempos mais remotos, teve início o processo educacional. E assim, percebeu-se a necessidade de incorporar valores nos indivíduos levando em conta as relações sociais. Sociologia, caro leitor! Interessado em manter a ordem, o Estado, através dos processos e práticas educacionais (por vezes defasados e/ou falidos) vai organizando e estruturando os sistemas sociais. Funcional na perspectiva governamental; mas, e do lugar onde se encontra o outro? Há muito ainda a ser lapidado. Um recorte na importância (intrínseca à questão educacional), para que ela seja compreendida como prioritária ao progresso social e cultural brasileiros, é urgente! Sinto agora o gostoso aroma das tardes juvenis em que o foco era a minha formação como cidadã, que sou, crítica e reflexiva. Penso na Educação amplamente: na Educação das crianças e adolescentes (carentes ou não, rurais ou urbanos), dos índios, do povo dos quilombolas, dos jovens e adultos, enfim, na Educação dos brasileiros – a qual não pode continuar a ser a Educação dos discursos políticos, a Educação dos documentos, a Educação híbrida ao simples ato de ensinar. Há de ser a Educação formadora de cidadãos construtores do conhecimento, reflexivos, autônomos, propulsores e incutidos de valores indispensáveis a uma nação que se quer desenvolvida. Viva o Iluminismo! Viva Dalember’t, Diderot e Voltaire! Em prol da renovação e do impulso ao desenvolvimento do país! Os sinos da Igreja de Lourdes se fazem soar, assim como soam minhas outras reflexões coadunadas as de Bakhtin (crítico do marxismo positivista e reducionista). Ficarão essas para um tempo outro, para construir discursos outros, na busca de uma Educação viva e integralmente funcional. 290 Unesco--•--Folha Dirigida “These will remain for another time, to build other discourses, in search of a living and wholly functional Education.” A Bakhtinian reflection Six in the morning. A fragrant coffee, bread and margarine, maybe milk, a quick shower, the books in the backpack and the school bus honking. “Oh what a good time”“Oh how I miss it!” I am sure few students begin their days that way. Their stomach had to wait until snack time to calm down. This is also an important problem; as important as Education. To Educate, from the Latin, educare… the act of guiding, orienting. That way, etymologically we visualize the essence of education. And so began the educational process in most remote times. And so, the need of incorporating values within the individuals, considering social relations was noticed. Sociology, dear reader! Interested in maintaining order, the State, through educational processes and practices (sometimes old and/or failed) organizes and structures social systems. Functional in the governmental perspective; but and from where the other one is standing? There is still a lot to be polished. A cut in the importance (intrinsic to the educational question), so that it can be comprehended as a priority for the Brazilian social and cultural progress, it is urgent! I feel now the delightful aroma of the afternoons of my youth in which the focus was my graduation as a citizen, which I am, critical and reflexive. I think about Education broadly: about the education of children and adolescents (poor or not, rural or urbane), of the Indians, of the fugitive slaves, of the youth and of the adults. In short, in the Education of the Brazilians – which can’t continue being the Education of the political discourses, the Education on the documents, the hybrid Education in the simple act of teaching. It must be an Education that shapes citizens that are builders of knowledge, reflexive, independent, propellers and instilled with indispensable values to a nation that wants to be developed. Cheers to the Enlightenment! Applause to Dalember’t, Diderot and Voltaire! In favor of the renewal and of the impulse to the development of the country! The bells of the Church of Lourdes can be heard, as well as my other reflections incorporated as de Bakhtin (critic of the positivistic and reductionistic Marxism). These will remain for another time, to build other discourses, in search of a living and a whole functional Education. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 291 “Celles-ci resteront pour une autre époque, pour construire d’autres discours, à la recherche d’une Education vive et intégralement fonctionnelle.” Une réflexion bakhtinienne Six heures du matin. Un café. Un café parfumé, pain et margarine, qui sait du lait, une douche en vitesse, les livres empilés dans le sac à dos et l’autobus du collège qui klaxonne. “Oh” belle époque! “Ai” grande nostalgie! Je suis sûre que peu d’étudiants commencent leur jour scolaire ainsi. L’estomac doit attendre l’heure du goûter “pour” s’apaiser. C’est un problème aussi important ; aussi important qu’est l’Education. Eduquer... du latin, educare... l’acte de guider, d’orienter. Ainsi, étymologiquement, nous visualisons l’essence de l’éducation. Et ainsi, depuis les temps les plus anciens, a commencé le processus éducationnel. Et ainsi, on a perçu le besoin d’incorporer les valeurs aux individus prenant en compte les relations sociales. Sociologie, cher lecteur! Intéressé à maintenir l’ordre, l’Etat au travers des processus et des pratiques éducationnelles (parfois déphasés et/ou en faillite) organise et structure les systèmes sociaux. Fonctionnel dans la perspective gouvernementale ; mais, et de l’endroit où se trouve l’autre? Il y a beaucoup encore à lapider. Une découpe dans l’importance (intrinsèque à la question éducationnelle), pour qu’elle soit comprise comme prioritaire au progrès social et culturel brésilien, est urgente! Je sens maintenant l’arôme délicieux des après-midi juvéniles dans lesquelles la cible était ma formation comme citoyenne, que je suis, critique et réflexive. Je pense dans l’Education, amplement: dans l’Education des enfants et des adolescents (nécessiteux ou non, ruraux ou urbains), des indiens, du peuple des refuges d’esclaves, des jeunes et adultes, enfin, dans l’Education des brésiliens – laquelle ne peut continuer à être l’Education des discours politiques, l’Education des documents, l’Education hybride au simple acte d’enseigner. Il faut que ce soit l’Education formatrice de citoyens constructeurs de la connaissance, réflexifs, autonomes, propulseurs et inspirés de valeurs indispensables à une nation qui se veut développée. Vive l’Illuminisme! Vive Dalember’t, Diderot et Voltaire! En faveur de la rénovation et de l’impulsion au développement du pays! Les cloches de l’Eglise de Lourdes sonnent, comme sonnent les autres réflexions combinées à celles de Bakhtin (critique du marxisme positiviste et réductionniste). Cellesci resteront pour une autre époque, pour construire d’autres discours, à la rechercher d’une Education vive et intégralement fonctionnelle. 292 Unesco--•--Folha Dirigida “A educação é mais do que prioritária. É o desenho das curvas de nossas faces. É a necessária força do enlace de nossas mentes, de nossas almas.” Natália Lourenço Ribeiro Medeiros Universidade de São Paulo – USP - São Paulo – SP Contemplo no horizonte o fervilhar de uma nova aurora. É o sol! É a luz! É a luz que se apagara outrora. Porque das tórridas sementes de escuridão sempre há de brotar um turbilhão de amanhãs, sem esperanças vãs, no rastro da mais altiva cidadã que, em um gesto de educação, nos doa a si mesma por compaixão. Eu já caminho por entre os prováveis aromas a enaltecer todos os povos, em todos os idiomas. Vejam, senhores, é a essência das flores que cativa a humanidade, é a essência das cores que conduz à serenidade. E cada um de nós, em sua singela existência, caminha para a dignidade nos pés descalços de Aquiles, nas patas aladas de um hipopótamo. Posto que o saber atravessa pontes, carrega toneladas, invade a relva dos ignorantes. A educação é mais do que importante. É a cor de nossas íris, é o tom de nossos destinos, é a luz de nossas vidas a nos afastar dos desatinos. E o que será da pátria que se esquece de ensinar? E o que será do povo que se esquece de aprender? Eu visto o anil do céu estrelado do meu Brasil, como há de fazer cada ser, em cada país. Eu sou cidadã deste mundo, quero do saber mais profundo, apenas a margem do rio que reluz a imagem do futuro: um terno olhar pueril a ver os desenhos de giz sobre a negra moldura do saber. Vejam só! A educação é mais do que prioritária. É o desenho das curvas de nossas faces. É a necessária força do enlace de nossas mentes, de nossas almas. Eu sou o que aprendi. Tu és do tamanho que te ensinaram. Cada nação tem a dimensão do que conhece. A educação é importantemente prioritária, sendo prioritariamente importante em toda essa possível redundância, como também o são a vida, a saúde e a infância. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 293 “Education is more than a priority. It is the design of the curves on our faces. It is the necessary strength of the enlacement of our minds, or our souls.” I gaze upon the swarming of a new dawn in the horizon. It is the sun! It is the light! It is the light that was turned off in olden times. For from the torrid seeds of darkness there must always sprout a tourbillion of tomorrows, devoid of vain hopes, in the track of the most proud citizen, who, in a gesture of education, donates itself to us for compassion. I already walk among the probable aromas that will exalt all peoples, in all languages. See, it is the essence of the flowers that captivate humanity; it is the essence of the colors that conduct to serenity. And every one of us, in our simple existence, walks toward the dignity in bare Achilles feet, in the winged paws of a hippopotamus. Seen that knowledge crosses bridges, carries tons, and invades the lawn of the ignorant. Education is more than important. It is the color of our iris, it is the shade of our destinies, it is the light of our lives chasing us away from our foolishness. And what will become of the motherland that forgets to teach? And what will become of the people that forget to learn? I wear the blue of the starlit sky of my Brazil, as any being should do, in any country. I am a citizen of this world, from the deepest knowledge I only want the margin of the river that shines the image of the future: a tender childish look over chalk drawings on the black frame of knowledge. Look at this! Education is more than a priority. It is the design of the curves of our faces. It is the necessary strength of the enlacement of our minds, of our souls. I am what I learned. You are the size of what they have taught you. Each nation has the dimension of what it knows. Education is importantly a priority, being an important priority in our entire possible redundancy, just as life, health and childhood are. 294 Unesco--•--Folha Dirigida “L’éducation est plus qu’importante et plus que prioritaire. Elle est le dessin des courbes de notre visage. Elle est la force nécessaire d’union de nos esprits, de nos âmes.” Je contemple à l’horizon l’ébullition d’une nouvelle aurore. C’est le soleil. C’est la lumière! C’est la lumière qui s’était éteinte auparavant. Car des torrides graines de l’obscurité peuvent toujours pousser un tourbillon de lendemains, sans espoirs vains, sur les traces de la citoyenne la plus active, en un geste d’éducation, nous donne à ellemême par compassion. Je marche déjà entre les probables arômes à exalter tous les peuples, dans toutes les langues. Voyez, messieurs, c’est l’essence des fleurs qui captiva l’humanité, c’est l´essence des couleurs qui conduit à la sérénité. Et chacun de nous, dans une simple existence, marche vers la dignité dans les pieds nus d’Achille, dans les pattes ailées d’un hippopotames. Vu que le savoir traverse les ponts, porte des tonnes, envahit la végétation des ignorants. L’éducation est plus qu’importante. Elle est la couleur de notre iris. Elle est le ton de nos destins, la lumière de nos vies en nous éloignant des fous. Et que deviendra la patrie qui oublie d’enseigner? Et que deviendra le peuple qui oublie d’apprendre? Je revêts le bleu du ciel étoilé de mon Brésil, comme chaque être doit le faire, dans chaque pays. Je suis citoyenne de ce monde, je veux le savoir le plus profond, à peine le bord du fleuve qui reluit l’image de l’avenir: un tendre regard puéril en voyant des dessins à la craie sur le cadre noir du savoir. Voyez donc! L’éducation est plus qu’importante et plus que prioritaire. Elle est le dessin des courbes de notre visage. Elle est la force nécessaire d’union de nos esprits, de nos âmes. Je suis ce que j’ai appris. Tu es de la taille qu’ils t’ont enseignée. Chaque nation a la dimension de ce qu’elle connaît. L’éducation est ‘’importantement’’ prioritaire, étant ‘’prioritairement’’ importante dans toute sa possible redondance, comme le sont aussi la vie, la santé et l’enfance. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 295 “... o caminho que escolhi para guiar meus sonhos chama-se educação, pois através dela posso livrar-me do estigma de ser réu inocente...” Pedro Vitor Guimarães Rodrigues Vieira Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro – RJ Identidade de um Sonho Por que calar a boca daquele que não pode sonhar? É assim que nós estamos... Ontem acordei apegado aos requícios de um sonho que me guiava à busca pela concretização de alguns dos meus principais objetivos de vida. Encontrei nesta busca os anseios e necessidades trazidas pelos sonhos antigos, da minha infância querida, a mesma da aurora da minha vida que os anos não trazem mais. Assim, deparei-me com um universo de palavras e pedir-me em meio a insensatas canções e saudosas poesias, e tentando me lembrar os porquês e os motivos que me guiavam até ali, assegurei-me de que artista eu sempre fui. Dancei, cantei e sou intérprete; vivo do teatro e em função do enobrecimento da cultura; acredito no esperar por um dia melhor e na possibilidade de se construir imagens nos sonhos e destas fazer a criação mais fiel do sentido da vida; acredito nos sonhos do amanhã em função das realizações do hoje e por isso, tenho de encarar que nem todos os sonhos são possíveis... Nem todos os sonhos são possíveis, pois não é a cultura o caminho-primeiro buscado nas raízes de uma sociedade que se definha pela incompreensão de seus artistas; nem todos os sonhos são possíveis, pois nem todos sobrevivem, ao menos, para se permitirem aos devaneios de um sonho, por sofrerem no grito das entranhas esquecidas de guetos e enclausuras; nem todos os sonhos são possíveis, pois a ignorância não a melhor das qualidades e os envolvidos por ela são os primeiros julgados à tortura do isolamento; nenhum sonho pode ser possível para os que “não são artistas”, para os que não podem optar pela não ignorância, para os que vivem à margem das palavras mudas de um livro entreaberto e para os que nunca são convidados a cantar as canções mais belas nos festivais. Por isso, acredito no meu ofício: sou artista, necessito de arte, de música e de palavras. Sou levado à redenção pela subjetividade e pelo valor da expressão que me tortura com poesias. Transito por entre universos trazidos pelos resquícios dos sonhos de ontem e pela credulidade e consciência dos caminhos que podem transformar o mundo dos que não sonham hoje. Este é o caminho importante e por isso prioritário, 296 Unesco--•--Folha Dirigida pois nada pode ser pior que o desprazer por não conseguir sonhar. Se nesta ausência de sonho há um bosque, que se chama solidão, o caminho que escolhi para guiar meus sonhos chama-se educação, pois através dela posso livrar-me do estigma de ser réu inocente e entrar no universo mágico das palavras, que desenha as notas das canções lembradas pela aurora da minha vida e conta em contos de fadas os encantos do ser artista... Hoje eu acordei com sede de questões e daí eu pergunto: Como calar a boca daquele que sonha? É assim que somos! _____________________ “... The path I chose to guide my dreams is called education, for through education I am able to free myself from the stigma of being an innocent defendant...” Identity of a Dream Why shutting up the mouth of those who can’t dream? That is how we are... Yesterday I woke up attached to traces of a dream that guided me in the search for the concretization of some of my main life goals. In this search I found the longings and needs brought by old dreams, from my dear childhood, the very same of my life’s dawn, which the years do not bring back. I was faced with a universe of words and I was lost in between senseless songs and nostalgic poesies, trying to remember the reasons that guided me there, and I assured myself that, an artist, I have always been. I danced, I sang, and I am an interpreter; I live from theater and for the ennoblement of culture; I believe in waiting for a better day and in the possibility of building images in dreams and make of them the most faithful creation of the sense of life. I believe in the dreams of tomorrow due to the accomplishments of today and that is why, I have to face that not all dreams are possible… Not all dreams are possible, as culture isn’t the first path sought in the roots of a society that wastes away due to the incomprehension of its artists; nor all dreams are possible, for not all of them survive to at least allow themselves a daydream because they suffer in the shout of the forgotten insides of ghettos and seclusion. Not all dreams are possible, as ignorance isn’t the best of qualities and those involved by it are the first ones to be judged to the torture of isolation. No dream can be possible for those who “aren’t artists,’ for those who can’t opt for non-ignorance, for those who live at the margin of mute words of a half open book and for those who are never invited to sing the most beautiful songs in the festivals. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 297 That is why I believe in my craft: I am an artist, I need art, music, and words. I am taken to redemption by its subjectivity and by the value of the expression that tortures me with poetry. I transit between universes brought by the vestiges of dreams of yesterday and by the credulity and conscience of the paths that can transform the world of those who don’t dream today. This is the important path and that is why it is a priority, as nothing can be worse than the displeasure of not being able to dream. If in this absence of dreams there is a thicket called solitude, the path I chose to guide my dreams is called education. For through education I am able to free myself from the stigma of being an innocent defendant and enter the magic universe of words, which draws the notes of the songs recalled by the dawn of my life and tells the charms of being an artist in fairytales… Today I woke up thirsty for questions, so I ask: how to shut up the mouth of the one who dreams? That is how we are! _____________________ “... le chemin que j’ai choisi pour guider mes rêves s’appelle éducation, car grâce à elle, je peux me libérer du stigmate d’être accusé innocent...” Identité d’un Rêve Pourquoi faire taire celui qui ne peut rêver? C’est ainsi que nous sommes... Hier je me suis réveillé attaché aux vestiges d’un rêve qui me guidait à la recherche de la concrétisation de certains de mes principaux objectifs de vie. J’ai trouvé dans cette recherche les désirs et les nécessités amenées par les rêves anciens, de mon enfance chérie, la même que l’aurore de ma vie que les années n’apportent plus. Ainsi, je me suis trouvé devant un univers de mots et à me demander au milieu de chansons insensées et de poésies pleines d’un doux souvenir, et essayant de me rappeler les pourquois et les motifs qui me guidaient jusque là, je me suis certifié que j’ai toujours été artiste. Je dansai, chantai et je suis interprète ; je vis du théâtre et en fonction de l’ennoblissement de la culture ; je crois dans l’espoir d´un jour meilleur et dans la possibilité de construire des images dans les rêves et que celles-ci font la création la plus fidèle du sens de la vie ; je crois aux rêves du lendemain en fonction des réalisations de l´aujourd´hui et pour cela, je dois affronter que pas tous les rêves sont possibles... Pas tous les rêves sont possibles, car ce n’est pas la culture le premier chemin recherché dans les racines d’une société qui s’affaiblit par l´incompréhension de ses artistes ; pas tous les rêves sont possibles, car pas tous survivent, au moins, pour se 298 Unesco--•--Folha Dirigida permettre chimères d´un rêve, pour souffrir dans le cri des entrailles oubliées de ghettos et de cloîtres ; pas tous les rêves sont possibles, car l´ignorance n’est pas la meilleure des qualités et les impliqués par elle sont les premiers jugés à la torture de l´isolement ; aucun rêve ne peut être possible pour ceux qui “ne sont pas artistes ”, pour ceux qui ne peuvent opter pour la non ignorance, pour ceux qui vivent en marge des paroles muettes d´un livre entrouvert et pour ceux qui ne sont jamais invités à chanter des chansons plus belles dans les festivals. Pour cela, je crois dans mon office: je suis artiste, j’ai besoin de l´art, de la musique et des paroles. Je suis amené à la rédemption par la subjectivité et par la valeur de l’expression qui me torture avec des poésies. Je transite entre des univers amenés par les resquisses des rêves d’hier et par la crédulité et conscience des chemins qui peuvent transformer le monde de ceux qui ne rêvent pas aujourd’hui. Celui-ci est le chemin important et pour cela prioritaire, car rien ne peut être pire que le manque de plaisir de ne pas réussir à rêver. Si dans cette absence de réveil y a un bosquet, qui s’appelle solitude, le chemin que j’ai choisi pour guider mes rêves s’appelle éducation, car grâce à elle je peux me libérer du stigmate d’être accusé d’innocent et entrer dans l´univers magique des mots, qui dessine les notes des chansons rappelées par l´aurore de ma vie et raconte en conte de fées les enchantements d’être artiste... Aujourd’hui je me suis réveillé assoiffé de questions et alors je demande: Comment faire taire celui qui rêve? C’est ainsi que nous sommes! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 299 “...a escola desta história ensinou o personagem a pensar criticamente. Para melhorar o mundo. E, acreditem, esta escola pode existir!” Penélope Thais da Cunha Toledo Universidade Federal Fluminense – UFF - Niterói - RJ “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda?” (Paulo Freire) Despertar Era o seu primeiro dia de aula. Ele estava radiante. Finalmente, aos setenta e cinco anos de idade, iria aprender a ler, escrever e contar. Era um sonho que nutria desde menino! Enquanto arrumava o material escolar, incontido de orgulho, vislumbrava como seria quando já pudesse decifrar todos aqueles símbolos obscuros: “Primeiro eu vou ler as placas da rua, planejava, o que será que está escrito nelas? Também quero ler as pinturas nos muros, os cartazes nos postes e os jornais pendurados nas bancas”, sonhava. E lembrava de todas as vezes em que se sentiu inferior por não ser alfabetizado. Pensou, também, nas palavras incansavelmente repetidas pelo pai: “Bobagem querer ir à escola. Isso não enche a barriga de ninguém. Você precisa trabalhar”. E foi o que fez durante toda a vida. As mãos calejadas eram a prova. Trabalhou, arduamente, de sol a sol, feito um animal, até que a última gota de suor se secasse e o corpo, já velho e enferrujado, não tivesse mais valor algum. Foi o trabalho que lhe consumiu desde a infância. Cada segundo. E agora estava ele, sentado na primeira cadeira, em frente ao quadro negro. Caderno e caneta nas mãos, observando atentamente tudo o que a professora ensinava. Coração a mil. E mais disparado ainda seu coração ficou quando chegou à porta: o que o velho via não era mais aquele mundo de antes, que estava ali quando ele chegou. Esfregou os olhos mas não adiantou, nada mais seria igual. Surpreso, atônito, perplexo, ele contemplava o novo mundo que emergia à sua frente, mágico, feito uma criança rompendo o ventre da mãe. Era muito mais bonito que o anterior, muito mais! Mas ainda faltava ler as placas, os muros, os jornais... Correu à rua com a pressa de quem, de repente, se dá conta de que está deixando a vida escapar. Queria saber de tudo. E, muito mais do que simplesmente decifrar sinais, o que ele aprendeu foi a importante - e difícil - tarefa de ler o mundo. E foi assim que se deu conta de que nunca questionara o fato de seu sacrifício diário não ser recompensa300 Unesco--•--Folha Dirigida do sequer com um prato de comida quando a barriga roncava. Foi assim que constatou que sempre aceitara passivamente, submisso, a condição de não poder minimamente usufruir aquilo o que fabricava, porque o produto custava mais do que era o seu salário. Foi assim que ele, aos setenta e cinco anos, percebeu que não era natural, lógico ou imutável a sua situação subumana. E tomou implacável decisão de transformar o mundo. O despertar deste homem - e de tantos outros fadados ao anonimato!! - seria difícil sem o acesso à educação institucional, mas seria absolutamente insuficiente só com ela. Muito mais do que conceitos engessados e valores cristalizados, a escola desta história ensinou o personagem a pensar criticamente. Para melhorar o mundo. E, acreditem, esta escola pode existir! _____________________ “... The school of this story taught the character to think critically. To improve the world. And, believe me, this school can exist!” “If education alone doesn’t transform society, without it, does society change?” (Paulo Freire) Awakening It was his first day of class. He was flushed with joy. Finally, at 75 years of age, he would learn how to read, write, and add. It was a dream he nourished ever since he was a boy! While he gathered his school material, unrestrained of pride, he imagined how it would be when he was already able to decipher all these obscure symbols. “First I will read the street names, he planned, I wonder what is written on these plates. I also want to read the paintings on the walls, the posters on the lampposts and the newspapers hanging on the newsstands,” he dreamed. And he thought of every time he felt inferior for not being able to read or write. He thought, as well, in the words his father never tired to repeat: “nonsense wanting to go to school. That doesn’t fill anybody’s belly. You need to work.” And that was what he did his entire life. His casehardened hands were proof. He worked hard from sun to sun, like an animal, until the last drop of sweat dried off his body, and already old and rusted, he had no more value. Work consumed him ever since he was a child. Every second. And there he was, sitting in the first row, facing the blackboard. Notebook and pen in hands, observing alert everything the teacher taught. His hearth was racing. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 301 And it raced even more when he got to the door: what the old man saw wasn’t the world that was there when he arrived. He scrubbed his eyes but it didn’t change, nothing would ever be the same again. Surprised, astonished and perplexed, he contemplated the new world that emerged in front of him, magic, like a child breaking through the mother’s womb. It was much more beautiful than the prior, much more! But he still needed to learn to read plates, walls, newspapers… He ran to the street with the hurry of someone who realizes life is escaping. He wanted to know everything. And, much more than only deciphering signals, what he learned was very important and hard: the task of reading the world. And that is how he realized that he had never questioned the fact that his daily sacrifice wasn’t even rewarded with a plate of food when his stomach complained. That is how he verified that he had always accepted passively, submissive, the condition of not being able to enjoy what he manufactured, because the product cost more than his wages could pay. That is how he noticed at 75, that his subhuman situation it wasn’t natural, logic or immutable. And he took the implacable decision of changing the world. The awakening of this man – and of so many others doomed to anonymity!!! – would be hard without the access to institutional education, but it would be absolutely insufficient only with it. Much more than plastered concepts and crystallized values, the school of this story taught the character to think critically. To improve the world. And believe me, this school can exist! _____________________ “...l’école de cette histoire a appris au personnage à penser de manière critique. Pour améliorer le monde. Et, croyez-le, cette école peur exister!” “Si l´éducation toute seule ne transforme pas la société, sans elle, la société de change pas non plus?” (Paulo Freire) Eveiller C’était son premier jour de classe. Il était radiant. Finalement, âgé de soixante cinq ans, il allait apprendre à lire et à compter. C’était un rêve qu’il nourrissait depuis qu’il était enfant! Tandis qu’il préparait le matériel scolaire, tout orgueilleux, il entrevoyait comment serait quand il pourrait déchiffrer tous ces symboles obscurs: “D’abord je vais lire les plaques de la rue, planifiait-il, qu´est-il écrit sur ces plaques? Je veux aussi lire les peintures sur les murs, les affiches sur les poteaux et les journaux pendus chez le vendeur 302 Unesco--•--Folha Dirigida de journaux”, rêvait-il. Et il se rappelait de toutes les fois où il s’était senti inférieur pour ne pas être alphabétisé. Il pensa aussi aux mots répétés infatigablement par son père: “Bêtise de vouloir aller à l’école. Cela ne nourrit personne. Tu as besoin de travailler”. Et ce fut ce qu’il fit durant toute sa vie. Les mains calleuses en était la preuve. Il travailla durement, du lever au coucher du soleil, comme un animal, jusqu’à ce que la dernière goutte de sueur séchât et le corps, déjà vieux et rouillé, n’ait plus aucune valeur. Ce fut le travail qui le consomma depuis l’enfance. Chaque seconde. Et maintenant, il était là, assis dans la première chaise, en face du tableau noir. Cahier et stylo en mains, observant attentivement tout ce que la professeur enseignait. Son cœur battait très fort. Et son cœur battit encore plus fort quand il arriva à la porte: ce que le vieux voyait n’était plus ce monde d´avant, qui était là quand il est arrivé. Il se frotta les yeux mais cela ne serait à rien, plus rien ne serait plus pareil.. Surpris, étonné, perplexe, il contemplait le nouveau monde qui émergeait devant lui, magique, comme un enfant rompant le ventre de la mère. Il était beaucoup plus beau que l´antérieur, beaucoup plus! Mais il manquait encore de lire les plaques, les murs, les journaux... Il courut dans la rue avec la presse de qui, soudain, se rend compte qu’il est en train de laisser la vie s´échapper. Il voulait tout savoir. Et, beaucoup plus que simplement déchiffrer des signaux, et qu’il avait appris a été l´importante et difficile tâche de lire le monde. Et c’est ainsi qu’il se rendit compte qu’il n’avait jamais questionné le fait que son sacrifice quotidien ne soit pas récompensé même pas par un plat de nourriture quand il avait le ventre vide. C’est ainsi qu’il constata qu’il avait toujours accepté passivement, soumis, la condition de ne pas pouvoir au minimum profiter ce que qu’il fabriquait, car le produit coûtait plus que son salaire. C’est ainsi que lui, à soixante quinze ans, s’était aperçu que sa situation sous-humaine n’était pas naturelle, logique ou immuable. Et prit l´implaccable décision de transformer le monde. Le réveil de cet homme – et de tant d´autres anonymes!! – serait difficile sans l´accès à l´éducation institutionnelle, mais serait absolument insuffisante seulement avec elle. Beaucoup plus que des concepts emplâtrés et des valeurs cristallisées, l’école de cette histoire enseigna au personnage à penser de manière critique. Pour améliorer le monde. Et, croyez-le, cette école peut exister! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 303 “O mundo que avistei é o que quero. Nele, a Educação não é apenas importante, é prioritária! Então, com licença, vou fazer existir, vou à Universidade, quero ser Educadora!” Priscila Camelier de Assis Cardoso Universidade Federal da Bahia - Salvador – BA Avistei Um dia, ao olhar pela janela do meu quarto, avistei um mundo diferente. Ali, do meu canto, do meu pequeno canto, avistei o extraordinário, simplesmente por acreditar que ele era possível. Avistei crianças, um campo de barro, uma bola e um jogo de futebol. Ouvi um barulho – a vidraça da vizinha – ouvi também um pedido de desculpa e avistei um sorriso. Avistei uma mãe, um dever de casa na mão e uma bola embaixo do braço – há tempo para tudo. Então percebi. O que avistei foram crianças exercendo o direito de serem crianças! Além dos coqueiros, avistei o repouso do sol e uma água cristalina, uma rede e um giro de corpo perfeito. Avistei pescadores admirados, uma cooperativa e uma casinha amarela. Avistei adultos e crianças, juntos, em uma mesma direção – apertei os olhos – é preciso enxergar; avistei, então, um nome: Escola. Pais e filhos, que tantas vezes o mar separou, unidos pelo desejo e necessidade de aprender. Avistei, sob uma mangueira, uma roda de pessoas. Seria uma ciranda? Avistei livros, avistei lápis e avistei uma aula. Aprendizagem e natureza, avistei um sonho. De repente, ouvi um grito de revolta. Avistei o medo, o desespero e a dor; avistei uma mãe que chorava o choro dos inconformados. Ela exigia de volta o filho que o tráfico levara naquele instante – “Ele não queria estar nessa vida, ele queria estudar e ser doutor!”. Ué? Para onde foi o meu mundo diferente? Foi, então, que percebi, desviei o olhar e fechei a janela. Avistar apenas não é suficiente. É preciso fazer existir. O mundo que avistei é o que quero. Nele, a Educação não é apenas importante, é prioritária! Então, com licença, vou fazer existir, vou à Universidade, quero ser Educadora! Quero fazer mães e pais chorarem de alegria e orgulho, não quero que suas lágrimas sejam de dor e revolta. Quero resgatar para o mundo aquele menino, não o seu corpo, pois isto, infelizmente, não posso, mas o sonho inacabado que ele representa. Quero concretizar desejos, quero aprender a arte de ensinar para fazer da vida um espetáculo, do mundo um palco e das pessoas protagonistas de um final feliz! 304 Unesco--•--Folha Dirigida “The world I saw is the one I want. In it, Education isn’t only important; it is a priority! So, excuse me, I will make it come true, I am going to the University, I want to be an Educator!” I saw it One day, as I looked out my bedroom window, I saw a different world. There, from my corner, my little corner, I saw the extraordinary; simply for believing it was possible. I saw children in a muddy field, a ball, and a soccer game. I heard a noise – the neighbor’s glass – I heard an apology too and saw a smile. I saw a mother, homework in her hands and a ball under her arms – there is a time for everything. Then I noticed. What I saw was children exercising their right to being children! Besides coconut trees, I saw the sun resting and a crystalline water, a hammock. I saw admired fishermen, a cooperative and a little yellow house. I saw adults and children going in a same direction together – I squinted my eyes – it is necessary to see; I saw then a name: School. Parents and children, that the sea had separated so many times, united by the desire and need to learn. I saw, under a mango tree, a circle of people. Would it be a game? I saw books, I saw pencils, and I saw class. Learning and nature, I saw it in a dream. Suddenly I heard an uprising shout. I saw fear, despair and pain; I saw a mother who cried the cry of the discontented. She demanded her son back who trafficking had taken on that instant – “He didn’t want to be in this life, he wanted to study and become a doctor!” What? Where did my different world go? That was when I understood. I looked away and closed the window. Seeing isn’t enough. It is necessary to make it happen. The world I saw is the one I want. In it, Education isn’t just important; it is apriority! So, excuse me, I will make it true, I will go to university, I want to become an educator! I want to make mothers and fathers cry of joy, I don’t want their tears to be of pain and revolt. I want to rescue that boy back to the world, not his corpse, because that I can’t, unfortunately, but the unfinished dream he represents. I want to fulfill desires, learn the art of teaching to make of life, a spectacle; of the world, a stage; and of people, protagonists of a happy ending! Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 305 “Le monde que j´ai découvert est celui que je veux. En lui, l´Education n’est pas seulement importante, elle est prioritaire! Alors, permettez-moi, je vais faire exister, je vais à l´Université, je veux être Educatrice!” J’ai découvert Un jour, en regardant par la fenêtre de ma chambre, j’ai découvert un monde différent. Là, dans mon petit coin, j’ai découvert l´extraordinaire, simplement pour croire qu’il était possible. J’ai vu des enfants, un champ d´argile, un ballon et un jeu de football. J’ai entendu un bruit – la vitre de la voisine – J’ai aussi entendu une demande d’excuses et j’ai entrevu un sourire. J’ai vu une mère, un devoir de classe dans la main et un ballon sous le bras – il y a un temps pour tout. Je me suis alors aperçue. Ce que j’ai vu c’était des enfants exerçant le droit d’être des enfants! Outre les cocotiers, j’ai vu le repos du soleil et une eau cristalline, un hamac et un tour de corps parfait. J’ai vu des pêcheurs admirés, une coopérative et une petite maison jaune. J’ai vu des adultes et des enfants, ensemble, dans une même direction – j’ai serré les yeux – il faut voir ; j’ai alors vu un nom: Ecole. Pères et fils, que tant de fois la mer sépara, unis par le désir et le besoin d´apprendre. J’ai vu sous un manguier, une ronde de personnes. Serait-ce une ronde? J’ai vu des livres des crayons et une classe. Apprentissage et nature, j’ai vu un rêve. Soudain, j’ai entendu un cri de révolte. J’ai vu la peur, le désespoir et la douleur ; j’ai vu une mère qui pleurait inconsolable. Elle exigeait le retour de son fils que le trafic de drogues avait emporté à ce moment-là– “Il ne voulait pas de cette vie, il voulait étudier et devenir docteur!”. Mais? Où est allé mon monde différent? C’est alors que je me suis aperçue, je déviais le regard et fermais la fenêtre. Apercevoir seulement n’est pas suffisant. Il faut faire exister. Le monde que j’ai découvert est celui que je veux. En lui, l´Education n’est pas seulement importante, elle est prioritaire! Alors, permettez-moi, je vais faire exister, je vais à l´Université, je veux être Educatrice! Je veux faire pleurer de joie et d´orgueil les mères et les pères, je ne veux pas que leurs larmes soient de révolte ni de douleur. Je veux sauver du monde ce garçon, non son corps, car ceci, malheureusement, je ne le peux pas, mais le rêve inachevé qu’il représente. Je veux concrétiser les désirs, je veux apprendre l´art d´enseigner pour faire de la vie un spectacle, du monde des estrades, et des personnes, les protagonistes d’une fin heureuse! 306 Unesco--•--Folha Dirigida “Se quisermos sonhar com uma nova realidade política, econômica e social construída sobre bases sólidas, esta somente poderá ser concebida através da educação de seu povo.” Rafaela Aparecida Fonseca Faculdade de Direito de Varginha - Lavras – MG De vera et perfecta philosophia Governos, entidades e sociedade civil, com vistas no progresso, questionar-se-ão, cada vez mais acirradamente, acerca da relevância da educação para o desenvolvimento das práticas humanas. A educação pode ser concebida como o processo mediatista que visa ao aprimoramento das faculdades humanas através do desenvolvimento de sua capacidade intelectual e moral. Diversas foram as correntes que, ao longo dos séculos, influenciaram a questão do ensino nos dias atuais. Destaquemos, como exemplo, o positivismo, corrente filosófica que ascendeu com vigor no século XIX, sobretudo na França, cujos ideais apregoavam a educação laica e universal. A educação era vista como o principal meio de libertar o homem da ignorância, da desordem e da anarquia moral. O ensino deveria desenvolver as idéias de ordem e de harmonia, visando à felicidade da Humanidade. Todavia, o positivismo confronta uma questão crucial. Nessa proposta, o conteúdo das disciplinas deve ser ensinado, não ser debatido, ou modificado através da produção de novos conhecimentos. O currículo escolar deveria estar organizado de forma a construir o conhecimento a partir de um caráter predominantemente cientificista, abnegando a abstração. Destarte, há que se destacar que as instituições de ensino, dentre outras atribuições inerentes a sua função social, têm o dever de promover e exercitar a permanente reflexão no indivíduo, além de contribuir para com a sua formação, que, em princípio, deve estar identificada com a ética e com os valores. É de suma importância que, indistintamente, as áreas do saber sejam de livre acesso, amplamente difundidas. Tratam-se de meios para moldar o caráter humano, que propõem uma análise crítica da realidade; estes, tão necessários e fundamentais para uma nação que aspira a ascender, não somente sob o ponto de vista econômico, mas em especial, sob o prisma social. Se quisermos sonhar com uma nova realidade política, econômica e social construída sobre bases sólidas, esta somente poderá ser concebida através da educação de seu Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 307 povo. A educação é dever social do Estado que, inafortunadamente, vem sendo renegado por parte do Poder Público, seja pelas novas égides neoliberais, que afastam a atuação do Estado junto à sociedade, seja pelas recentes visões apregoadas pela globalização, que tratam a educação como um bem comercial. Todavia, apesar da realidade desmotivadora da qual fazemos parte e com a qual contribuímos com a nossa inércia diante dos fatos, renovemos, incontinenti, as nossas esperanças. Através da revisão de nossa visão agregada de nação, é possível o surgimento de uma perspectiva conjunta de uma nova realidade social. Para o delineamento e construção dessa nova realidade, decerto, estejamos lúcidos que a educação é peça fundamental e prioritária. _____________________ “If we want to dream of a new political, economical and social reality built on solid foundations, it can only be conceived through the education of its people.” De vera et perfecta philosophia Governments, entities and civil society, looking to progress, will question ever more driven, about the relevance of education for the development of human practices. Education can be conceived through the process that views improving human faculties through the development of intellectual and moral capacities. Several were the currents that influenced the existing question of teaching along the centuries. Let’s highlight positivism for example, a philosophical current that ascended vigorously in the 19th century, especially in France, which ideals proclaimed superficial and universal education. Education was seen as the main means of freeing men from ignorance, disorder, and moral anarchy. Teaching should develop ideas of order and harmony, viewing happiness of Humanity. Nevertheless, positivism confronts a crucial question. In this proposal, the content of the courses of study should be taught, not debated or modified through the production of new knowledge. The school curriculum should be organized as to built knowledge from a predominantly scientific character, abnegating abstraction. Consequently, we have to emphasize that teaching institutions, within other attributions inherent to their social functions, have the duty to promote and exercise the individual’s permanent reflection, besides contributing to shaping him, which in principle, should be identified with ethics and values. It is of great importance that learning areas have free access and are broadly diffused indistinctively. These should be means of shaping the human character, which propose 308 Unesco--•--Folha Dirigida a critical analysis of reality, so necessary and essential to a nation that aspires to ascend, not only from the economical point of view, but in special, from the social prism. If we want to dream with a new political, economic and social reality built upon solid foundations, it will only be conceived through educating its people. Education is a social duty of the State, which, unfortunately, has been rejected by the Public Power, be it by the new neo-liberal patronages that shun the action of the State for the society, be it by the recent views proclaimed by globalization, which treat education like a commercial good. Nevertheless, in spite of the de-motivating reality we take part in and to which we contribute with our inertia before the facts, let’s renew our hopes incontinently. Through the revision of our aggregated view of the nation, the appearance of a joined perspective of a new social reality is possible. To delineate and build this reality, lets be certainly lucid that education is fundamental and a priority. _____________________ “Si nous voulons rêver d’une nouvelle réalité politique, économique et sociale construite sur des bases solides, celle-ci ne pourra être conçue qu’à travers l´éducation de son peuple.’’ De vera et perfecta philosophia Gouvernements, entités et société civile, en vue du progrès, se questionnent, chaque fois plus de façon provocante, au sujet de l’importance de l’éducation pour le développement des pratiques humaines. L’éducation peut être conçue comme le processus médiatiste qui vise le perfectionnement des facultés humaines au travers du développement de sa capacité intellectuelle et morale. Nombreux sont les courants, qui au long des siècles, ont influencé la question de l´enseignement de nos jours. Nous soulignons, comme exemple, le positivisme, courant philosophique qui a grandi avec vigueur au XIXème siècle, surtout en France, dont les idéaux, proclamaient l´éducation laïque et universelle. L´éducation était vue comme le principal moyen de libérer l´homme de l´ignorance, du désordre et de l´anarchie morale. L´enseignement devrait développer les idées d´ordre et d´harmonie visant le bonheur de l´Humanité. Cependant, le positivisme se confronte à une question cruciale. Dans cette proposition, le contenu des disciplines doit être enseigné, ne pas être débattu ou modifié au travers de la production de nouvelles connaissances. Le curriculum scolaire devrait être organisé de manière à construire la connaissance à partir d´un caractère à prédominance scientifique, renonçant à l’abstraction. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 309 Désastre, il faut souligner que les institutions d´enseignement, entre autres attributions inhérentes à leur fonction sociale, ont le devoir de promouvoir et exercer la réflexion permanente chez l´individu, en plus de contribuer à que sa formation qui, en principe, soit identifiée à l´éthique et aux valeurs. Il est très important que, indistinctement, les domaines du savoir soient de libre accès, amplement divulgué. Il s’agit de moyens pour mouler le caractère humain, qui proposent une analyse critique de la réalité ; ceux-ci si nécessaires et fondamentaux pour une nation qui aspire à l´ascension, non seulement du point de vue économique, mais spécialement, sous le prisme social. Si nous voulons rêver d’une nouvelle réalité politique, économique et sociale construire sur des bases solides, celle-ci ne pourra être conçue qu´au travers de l´éducation de son peuple. L´éducation est devoir social de l´Etat qui, malheureusement, est reniée de la part des pouvoirs publics, soit par les nouvelles égides néolibérales, qui éloignent l’action de l´Etat avec la société, soit par les récentes visions divulguées par la globalisation, qui traitent l´éducation comme un bien commercial. Toutefois, malgré la réalité démotivante de laquelle nous faisons partie et avec laquelle nous contribuons à une nouvelle inertie devant des faits, nous renouvelons, incontinenti, nos espoirs. Au travers de la révision de notre vision agrégé de nation, l´apparition d´une perspective conjointe d’une nouvelle réalité sociale est possible. Pour le dessin et la construction de cette nouvelle réalité, certainement, soyons lucides que l´éducation est une pièce fondamentale et prioritaire. 310 Unesco--•--Folha Dirigida “E hoje eu afirmo, se um dia não souber o que querer da vida, pergunte a vida o que ela quer de você.” Raife Jeferson Santos de Lima UniverCidade - Duque de Caxias – RJ Quando eu era menino, mamãe me ensinou algo que nunca mais esqueci, algo que fez de mim o que sou hoje. É verdade que na minha adolescência esqueci os sábios conselhos de mamãe. Tornei-me um rebelde que queria mudar o mundo através dos meus atos insanos. Meu mundo desabou no momento que vi as pessoas cruas, fazendo parte de uma sociedade em que o que importava era a posição social, era ter o produto da moda, ou ser o produto da moda. Foi assim que me revoltei contra os valores pregados na mídia e por meus amigos. Um dia para me sentir bem, roubei uma loja de grande capital, não que precisasse de dinheiro, só por desafio. Acabei sendo pego. Já estava na maioridade. Ocorreu-me ficar três anos preso. Na cadeia havia um programa de alfabetização, como tinha feito o normal na escola, não vi problemas em tentar lecionar. Um professor excluído para alunos excluídos até que combinava. E posso lhes dizer que tudo mudou, reencontrei ali, aquele menino de mamãe tão cheio de sonhos. Eu devia ensinar e, acabei aprendendo muito sobre a vida. Aprendi com aqueles homens que errar não é pecado eterno, deve-se respeitar o ser humano independente de qualquer estado ou posição. Sempre há uma saída para os problemas da gente. Era prazeroso olhar nos olhos daqueles homens taxados de perigosos por uma elite perigosa, e ver o brilho de um mundo novo que as novas palavras traziam, um mundo de sensibilidade, sentir o que é humanidade. Aprendi que a vida depende das nossas escolhas. Eu escolhi o que iria fazer da minha. Cada dia que passava eu estudava mais, me dediquei aos livros de orientação e literatura, principalmente. Através da literatura compreendi o mundo que vivia, com os livros de orientação descobri que podia mudar o mundo, ou pelo menos moldá-lo. Chegou o dia de ir embora, meus amigos fizeram uma festa de despedida para mim. Não perdi tempo, estudei mais um pouco e me matriculei numa faculdade. Hoje eu sou professor, sou professor de sensibilidade, minha pedagogia é o amor, tratar os alunos como seres humanos que são, repletos de desejos e sonhos. A minha didática é o olhar. Olhar sincero, transmitindo confiança para as crianças e os jovens. Hoje é um dia importante, daqui a pouco serei homenageado, e não é nenhum prêmio dado por uma grande instituição de ensino, tampouco dinheiro. A comunidade Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 311 decidiu comemorar os dez anos de existência da escola que ajudei a fundar, e uma coisa digo, bendita seja minha mãe que me ensinou a prioridade de se viver e fazer viver. O conselho que mamãe me deu quando era menino foi que a Educação era coisa importante na vida, aliás, era a prioridade da vida. Ela falava que a boa educação acalmava as pessoas nervosas, fazia sorrir as pessoas tristes, fazia sonhar as que estavam esquecidas. E hoje eu afirmo, se um dia não souber o que querer da vida, pergunte à vida o que ela quer de você. _____________________ “And today I affirm, that if one day you don’t know what you want from life, ask life what it wants from you.” When I was a boy, my mother taught me something that I never forgot; something that made of me what I am today. It is true that in my adolescence I forgot my mother’s wise advices. I became a rebel who wanted to change the world through insane actions. My world crumbled as I saw the people raw, making part of a society in which their social position was what mattered, having the products of the moment or being the product of the moment. That is how I rebelled against the values preached in the media and by my friends. One day, to feel good, I robbed a store of great capital, not that I needed the money, just for the challenge. I ended up being caught. I was already of age. I was behind bars for three years. In jail, there was an alphabetization program, and as I had finished Normal School, I saw no problem in trying to teach. An excluded teacher for excluded students even went together. And I can say that everything changed. Back there, I found that mommy’s boy so full of dreams. I should have taught, and I ended up learning much about life. I learned with those men that erring isn’t an eternal sin; you should respect the human being regardless of his state or position. There is always a way out for our problems. It was a pleasure to look in the eyes of those men, called dangerous by a dangerous elite, and see the shine of a new world that the new words would bring, a world of sensitivity, feeling what humanity is. I leaned that life depends on our choices. I chose what I was going to make out of mine. Each day that passed I studied more, dedicated my time to reading orientation books and especially literature. Through literature, I understood the world I was living in, through the orientation books I found out that I could change the world, or at least shape it. 312 Unesco--•--Folha Dirigida The day for me to leave arrived; my friends threw a farewell party for me. I didn’t lose time, studied a little more, and registered in a university. Today I am a teacher, I teach sensibility, my pedagogy is love, treating students as the human beings they are, full of desires and dreams. My didactic is my view. A sincere view, transmitting trust to children and the youth. Today is an important day, soon I will be awarded, and it isn’t an award given by a great teaching institution, much less money. The community decided to celebrate the ten years of this school’s existence, which I helped to found, and one thing I say, blessed be my mother who taught me the priority of living and making life. The advice my mother gave me when I was a boy was that Education was important in our lives, actually, a priority. She said that good education calmed nervous people down, made sad people laugh, made the forgotten dream. And today I affirm, that if one day you don’t know what you want from life, ask life what it wants from you. _____________________ “Et aujourd’hui, j´affirme, si un jour tu ne sais pas ce que tu veux de la vie, demande à la vie ce qu’elle veut de toi.” Quand j’étais enfant, maman m´a appris quelque chose que je n’aie jamais oublié, quelque chose qui a fait de moi ce que je suis aujourd’hui. Il est vrai que dans mon adolescence, j’ai oublié les sages conseils de maman. Je suis devenu un rebelle qui voulait changer le monde par mes actes malsains. Mon monde s’est écroulé au moment où j’ai vu les personnes crues, faisant partie d’une société où ce qui importait était la position sociale, c’était avoir un produit à la mode, ou être le produit de la mode. Ce fut ainsi que je me révoltais contre les valeurs prêchées dans les médias et par mes amis. Un jour pour me sentir bien, j’ai volé un magasin d´un grand capital, non pas parce que j´avais besoin d’argent, seulement par défi. J’ai fini par être arrêté. J’étais déjà majeur. Je suis resté trois ans en prison. Dans la prison existait un programme d´alphabétisation, comme j´avais fait l’école Normale, je ne voyais pas de problèmes à essayer de donner des cours. Un professeur exclus par des élèves exclus, ça combinait. Et je peux vous dire que tout a changé, je retrouvais là, ce petit garçon de maman si plein de rêves. Je devais enseigner et, j’ai fini par apprendre beaucoup sur la vie. J’ai appris avec ces hommes que se tromper n’est pas un péché éternel, il faut respecter l´être humain indépendant de tout état ou position. Il y a toujours une solution à nos problèmes. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 313 C’était un plaisir de regarder dans les yeux de ces hommes taxés de dangereux par une élite dangereuse, et voir l´éclat d´un monde nouveau que les nouvelles paroles amenaient, un monde de sensibilité, sentir ce qu´est l´humanité. J’ai appris que la vie dépend de nos choix. J’ai choisi ce que j´allais faire de la mienne. Chaque jour qui passait, j´étudiais plus, je me dédiais aux livres d´orientation et littérature, principalement. Au travers de la littérature, j’ai compris le monde où je vivais, avec les livres d´orientation, j’ai découvert que je pouvais changer le monde, ou au moins le mouler. Le jour du départ arriva, mes amis firent une fête de départ pour moi. Je ne perdis pas de temps, j´étudiais un peu plus et m´inscrivais à une faculté. Aujourd’hui je suis professeur, professeur de sensibilité, ma pédagogie est l´amour, traiter les élèves comme des êtres humains qui sont pleins de désirs et de rêves. Ma didactique est le regard. Regard sincère, transmettant confiance aux enfants et aux jeunes. Aujourd’hui c’est un jour important. D’ici peu on me rendra hommage, et ce n’est aucun prix donné par une grande institution d´enseignement, ni de l’argent. La communauté a décidé de fêter les dix ans d´existence de l’école que j’ai aidée à fonder, et je dis une chose, bénie soit ma mère qui m´a enseigné la priorité de vivre et faire vivre. Le conseil que maman m´a donné quand j’étais enfant était que l´Education était une chose importante dans la vie, d’ailleurs, c’était la priorité de la vie. Elle disait que la bonne éducation calmait les personnes nerveuses, faisait sourire les personnes tristes, faisait rêver celles qui étaient oubliées. Et aujourd’hui je l’affirme, si un jour tu ne sais pas ce que tu veux de la vie, demande à la vie ce qu’elle veut de toi. 314 Unesco--•--Folha Dirigida “Pois que digo e bem me veja / Que educação é o poder / Ensinar a fazer / Ensinar a ser /” Regis Lopes Silva Faculdade Cambury - Goiânia - GO A educação De importante ou quase nada, Do guri à meia-boca, Do Doutor à empregada. No professor a voz já rouca De gritar pra criançada Que educação é tudo Mas o barulho às ruas A travar a atenção Impede o entender Do que é educação. Nas escolas decaídas Em que se ensinam a não cair Diante de uma vida Sem caminho a seguir. Se não há educação O que seria então? Um Homem sem destino Sem vontade de agir, Saciando um leve instinto De um pequeno existir. Primazia à educação. Antes de qualquer que seja O fazer ou o saber. Pois que digo e bem me veja Que educação é o poder. Ensinar a fazer, Ensinar a ser, Aprender a viver Tal quanto O destino é morrer. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 315 “For I say it and see me well / That education is power / It teaches to make / It teaches to be /” Education From important or almost nothing, From the doctor to the housemaid. In the already hoarse voice of the teacher From screaming to the bunch of children That education is everything But the noise in the streets Restrains their attention Preventing them from understanding What education really is. In the decayed schools That teach how not to fall Before a life Without paths to follow. If there is no education What then would it be? A Man with no destiny No willingness act, Satiating the frail instinct Of a small existence. Primacy to education. Before anyone who might be The one who makes or knows. For I say it and see me well That education means power. Teach to make, Teach to be, Learn to live Just as You learn that our destiny is to die. 316 Unesco--•--Folha Dirigida “Car je le dis et vois bien / Qu’éducation est le pouvoir / Enseigner est faire / Enseigner à être /” L’éducation D’importante ou presque rien, Du gosse à mi-bouche, Du docteur à la bonne. Dans le professeur la voix déjà rauque De crier aux enfants Que l´éducation est tout Mais le bruit dans les rues En bloquant l’attention Empêche de comprendre De quoi est éducation. Dans les écoles en ruines Où l’on enseigne à ne pas tomber Devant une vie Sans chemin à suivre. S´il n’y a pas d´éducation Que serait-ce alors? Un Homme sans destin Sans volonté d´agir, Rassasiant un léger instinct D’une petite existence. Primatie à l´éducation. Avant n’importe quoi Le faire ou le savoir. Car je le dis et vois bien Qu’éducation est le pouvoir. Enseigner à faire, Enseigner à être, Apprendre à vivre Autant Que le destin est mourir. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 317 “Educar é o que então? É importante, é prioritário, é necessariamente urgente para que haja conscientização...” Renata Aparecida Canatelli Vieira Centro Universitário Herminio Ometto – Uniararas - Iperó - SP Braços que se abraçam, mãos que se apertam, bocas que murmuram palavras de amor...Música..., Sonhos..., há quem diga que amar é ultrapassado, sonhar é coisa de gente boba, mas um dia os poucos viventes deste mundo maravilhoso passarão seus dias sonhando, lembrando de como eram felizes e não sabiam, como seria necessário tão pouco, apenas uma atitude sensata e tudo estaria resolvido. A ganância consumiu a existência e agora só resta sonhar e esperar. Não mais ver o céu azul, tingido pelos raios do sol a iluminar nossa vida, alimentando as plantas que adornam nosso chão, o chão da Terra onde vivemos com toda sua beleza em meio a tanto verde. Quando anoitece o céu fica ainda mais bonito, negro e com suas estrelas, até parece que os anjos de tanta felicidade jogaram purpurina fazendo-o brilhar intensamente. E a água então? Não há nada nesse mundo que o homem com sua inteligência e sua falsa onisciência tenha criado e que seja tão puro, tanto quanto ou mais cristalino que ela e mais verdadeiro. Educar é o que então? É importante, é prioritário, é necessariamente urgente para que haja conscientização, pois só assim o homem usará a força que tem para poder salvar nosso planeta e tornar-se assim aquilo que ele procura e não encontra que é ser Deus. HOMEM, será que você não vê que Deus constrói ao invés de destruir? Ou será que você destruiu também a sua educação e já não sabe mais pensar? _____________________ “What is Education then? It is important, it is a priority, it is necessarily urgent so that there is awareness...” Arms hugging, hands pressing, mouths whispering words of love... Music... Dreams... there are those who say that loving is surpassed and dreaming a thing for fools, but one day the few ones living in this wonderful world will pass their days dreaming, recalling how happy they were and didn’t know, and how little was necessary; just a sensible 318 Unesco--•--Folha Dirigida attitude and everything would be solved. Greed consumed existence and now we can only dream and wait. No longer see the blue sky, died by the sunrays illuminating our lives, feeding the plants adorning our ground, the ground of the Earth in which we live with all its beauty in the middle of so much green. When the night falls, the sky becomes even more beautiful, dark and starred, it even looks as if angels threw purpurin making it shine intensely. And the water? There is nothing in this world that Man with his intelligence and false omniscience may have created and that may be so crystalline or more, and truer, than water. What then does educating mean? It is important, it is a priority, it is necessarily urgent so that there is awareness, as only so will Man use the power he has in order to save our planet and become that what it seeks and doesn’t find, which is becoming God. MAN, can’t you see that God builds instead of destroying? Or did you also destroy your education and don’t know how to think anymore? _____________________ “Qu’est-ce qu’éduquer alors? C’est important, prioritaire, nécessairement urgent pour qu’il y ait prise de conscience...” Bras qui s’étreignent, mains qui se serrent, bouches qui murmurent des mots d’amour Musique.., Rêves..., Il y a celui qui dit qu’aimer est dépassé, que rêver est une bêtise, mais un jour, le peu de vivants de ce monde merveilleux passeront leurs jours à rêver, à se rappeler combien ils étaient heureux et ne le savaient pas, comme si peu serait nécessaire, juste une attitude sensée et tout serait résolu. Le profit a consommé l’existence et maintenant il ne reste plus qu’a rêver et attendre. Ne plus voir le ciel bleu, teignant par les rayons de soleil illuminant notre vie, alimentant les plantes qui décorent notre sol, le sol de la Terre où nous vivons avec toute sa beauté au milieu de tant de vert. Quand le soleil se couche le ciel est encore plus beau, noir avec ses étoiles, il semble même que les anges, si heureux, ont jeté de la purpurine le faisant briller intensément. Et l’eau alors? Il n’y a rien en ce monde que l’homme avec son intelligence et sa fausse omniscience n’ait créé et qui soit si pure, plus cristalline, plus vraie. Qu’est-ce qu’éduquer alors? C’est important, prioritaire, nécessairement urgent pour qu’il y ait prise de conscience, car seulement ainsi l’homme utilisera la force qu’il a pour pouvoir sauver notre planète et devenir ainsi ce qu’il recherche et ne trouve pas qui est être Dieu. HOMME, tu ne vois pas que Dieu construit au lieu de détruire? Ou est-ce que tu as aussi détruit son éducation et tu ne sais déjà plus penser? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 319 “Nós, educadores / precisamos olhar no espelho da alma / sem pudores / e escutar nossos burburinhos interiores...” Renata Luize Pinheiro Carrara Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ - Rio de Janeiro – RJ É preciso cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto, já dizia cantando Milton Nascimento. Neste sentido, educação é importante. Cuidar para ver. Cuidar é um gesto. Ver o quê a partir de que impulso? Talvez essa pergunta tão simples seja tão mais essencial quanto pensar se ela é importante ou prioritária. A educação não é prioritária em si mesma, mas existem educações e educações. Qual delas queremos? Para qual propósito? Arriscaria dizer que educação enquanto autoavaliação dos agentes humanos (educadores)é prioridade. É a instituição de um trabalho criativo, de amorosa e consciente ação numa Instituição. Educação, experiência única de socialização, lugar de tensão e, por isso mesmo, de criação. E por falar em criação... deixo aqui outras palavras sobre Educação que saem do coração... Educação, ação. Uma ação, um gesto é sempre em direção a um horizonte. Horizonte é fonte; fonte de inspiração para o que pensamos sobre o que seja essa coisa-palavra-sentido que nomeamos formação Formar seria um desejo do coração? Um desejo de provocar reflexão e paixão pela transformação (do mundo)? É delicado esse assunto. Nós, educadores, precisamos olhar no espelho da alma, sem pudores, e escutar nossos burbuinhos interiores e perguntar: de onde vem nosso impulso primordial 320 Unesco--•--Folha Dirigida que definirá nosso gesto, mais do que nossas palavras, afinal, no exercício de nossa profissão? é essa pergunta, na minha opinião, que define se é prioritária ou importante a educação. Educação como um ato situado na linha tênue de ilusória (apenas didática) divisão: entre a criação de contornos na semente que temos em mãos, e a coragem de deixar acontecer,no educando, a livre expressão, para que seja ele, amanhã, homem de ação e coração e continue a nossa (primeira, primordial, prioritária) intenção, que gerou aquele gesto, que gerou aquela ação... que gerou naquele broto outra ação. _____________________ “We, educators / Need to look at the mirror of our souls / Without chastity / And hear our inner noises...” It is necessary to care for the buds so that life can give us flower and fruit, said it already Milton Nascimento in singing. In this sense, education is important. Care for in order to see. Caring is a gesture. Seeing what, from what impulse? Maybe this so simple question is so more essential as thinking whether it is important or a priority. Education isn’t a priority in itself, but there is education and there is education. Which one do we want? For what purpose? I would say that education, as a self-evaluation of the human agents (educators) is a priority. It is the institution of a creative work, of loving and conscious actions in an institution. Education is a unique experience of socialization, a place of tension, and exactly because of that, a place of creation. And speaking of creation… I leave here other words about Education that are coming from the heart… Education, action. An action, a gesture Is always directed To a horizon. Horizon is source; Source of inspiration To what we think about What this thing-word-meaning we name education might be Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 321 Would educating be a desire from the heart? A desire to provoke reflection And passion for transformation (Of the world?) This issue is delicate. We, educators, Need to look into the mirror of our souls, With no chastity, And hear our inner noises And ask: where does it come from Our primordial impulse That will define our gestures, More than our words, After all, In the practice of our profession? That is the question, in my opinion, that defines whether it is a priority or important Education. Education is an action placed In the tenuous line of illusion (only didactic) division: Between the creation of contours in the seed we have in our hands, and courage to let the students’ free expression take place, so that tomorrow, they are men of action and heart and continue our (first, primordial, a priority) intention, that generated that gesture, that generated that action… that generated another action in that bud. _____________________ “Nous, éducateurs / nous devons regarder dans le miroir de l’âme / sans pudeurs / et écouter nos murmures intérieurs...” Il faut prendre soin de la pousse pour que la vie nous donne fleur et fruit, disait déjà en chantant Milton Nascimento. Dans ce sens, éducation est importante. Prendre soin pour voir. Prendre soin est un geste. Voir quoi à partir de quelle impulsion? Peut-être cette question si simple est autant plus essentielle que penser si elle est importante ou prioritaire. L’éducation n’est pas prioritaire en elle-même, mais il existe éducations et éducations. Laquelle voulons-nous? Dans quel but? J’oserai dire que l’éducation en tant qu’auto-évaluation des agents humains (éducateurs) est priorité. C’est l’institution d’un travail créatif, d’action amoureuse et consciente dans une Institution. 322 Unesco--•--Folha Dirigida Education, expérience unique de socialisation, lieu de tension et, pour cela même, de création. Et pour parler de création... je laisse ici d’autres mots sur l’Education qui partent du cœur …. Education, action. Une action, un geste Est toujours dans le sens D’un horizon. Horizon est source ; Source d’inspiration Pour ce que nous pensons sur Ce qui est cette chose-parole-sens que nous nommons formation Former serait un désir du cœur? Un désir de provoquer la réflexion Et passion pour la transformation (du monde)? Le sujet est délicat. Nous, éducateurs, Nous devons regarder dans le miroir de l’âme, Sans pudeurs, Et entendre nos murmures intérieurs Et demander: d’où vient Notre impulsion primordiale Qui définira notre geste, Plus que nos Paroles, finalement, Dans l’exercice de notre profession? C’est cette question, à mon avis, qui définit si l’éducation est prioritaire ou importante Education comme un acte situé Sur la ligne fine de l’illusoire (à peine didactique) division: entre la création de contours dans la graine que nous tenons dans les mains, et le courage de laisser arriver, en éduquant, la libre expression, pour que ce soit lui, demain, l’homme d’action et cœur et continue notre (première, primordiale, prioritaire) intention, qui a géré ce geste, qui a géré cette action... qui a géré dans cette pousse une autre action. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 323 “A educação empírica do lar, dos amigos, da vida, ganha uma aliada: a educação formal para a salvação dos povos.” Rita de Cássia Cortez Pedro Dias Centro Universitário de Barra Mansa – UBM - Barra Mansa - RJ Das trevas para luz Manchas caducas, sombras na parede. Ilusão do real. Presos, acorrentados ao fundo de uma caverna, iluminados apenas por uma grande fogueira, com seu facho de luz imprensado por uma parede tosca... Escravos de seu destino vêem apenas, na parede à sua frente, imagens difusas de seres, objetos inanimados do mundo exterior. Milhares de pessoas vivem a mesma realidade da fenomenal metáfora filosófica descrita por Platão há mais de 2.500 anos em o “O Mito da Caverna”. “O meu povo... morre por falta de conhecimento”. O versículo bíblico do livro de Oséias já denunciava o que pode causar a ausência de educação a uma nação: a morte. A morte da vida, da alma, do espírito, do canto, da dança, da literatura... A morte da arte. A morte da verdade. A morte da liberdade. Trevas e morte, aguilhões do confinamento do ser encarcerado por imagens destorcidas do seu eu, do cosmos ao redor. O logos intrínseco na sua alma humana é pouco a pouco descaracterizado. Ele sofre pela falta de nutrientes, vitaminas e torna-se anêmico. Tudo porque lhe falta ferro: as palavras, muitas, muitas e muitas no seu acervo lingüístico. Então para fortalecer um país, recuperálo antes do mal da leucemia, doses e mais doses de letras, palavras e textos aos seus cidadãos são oferecidos nas escolas públicas ou particulares, faculdades e universidades espalhadas pelo seu território afora. A educação empírica do lar, dos amigos, da vida, ganha uma aliada: a educação formal para a salvação dos povos. E juntas, de mãos dadas, caminham para fora da caverna, num percurso denso e longo. Mas lá, lá na final está o imenso hélio, o sol que tudo ilumina, que tudo vê e mostra com clareza a realidade do que antes eram apenas sombras vistas no lusco-fusco daquele sombrio buraco. Eis a luz! Eis a luz prioritária! Eis a verdade! Eis a liberdade! Fora do cativeiro, o conhecimento e a ciência envolvem o ser humano, alimentam o seu intelecto. E aclimatado a essa nova dimensão de vida, ele aos poucos se despede de seu velho homem, o homem das cavernas. E ganha uma nova roupagem, um novo significado. Agora, são-lhe enxertados preciosos paradigmas revolucionários discutidos e mediados por essa inestimável ponte do saber: a educação. O homem então, renasce, cresce e se fortalece. A educação lhe é prioritária, pois o traz das trevas para a luz, e o faz produzir sintagmas e mais sintagmas lineares que 324 Unesco--•--Folha Dirigida descem para o fio da espada aguda e afiada de sua língua escrita e falada. A educação – prioridade das prioridades – o lapida como um raro, fino, puro e multifacetado diamante. Ela revela um novo ser iluminado, refletindo sua mais nobre sabedoria interior. Emana agora, de sua vida plena, um cidadão preparado para viver e construir uma sociedade mais digna, mais humana, mais solidária, mais justa e, conseqüentemente, melhor. _____________________ “The empiric education from home, friends and life, gets an ally: formal education to the salvation of the peoples.” From darkness to light Senile stains, shadows on the wall. Real illusion. Imprisoned, chained to the bottom of a cave, illuminated only by a big fire, with its beam of light pressed by a rough wall… Slaves of its destiny can see only the wall in front of them, showing diffused images of beings, lifeless objects of the exterior world. Thousands of people live the same reality of the phenomenal philosophical metaphor described by Plato more than 2500 years ago in the “Myth of the Cave.” “My people... die from the lack of knowledge.” The biblical versicle of the book of Oseas already denounced where the lack of education can lead a nation to: death. To the death of life, of spirit, of singing, of dancing, of literature… the death of art. The death of the truth. To the death of liberty. To darkness and death, where the incarcerated being’s confinement goads through distorted images of itself, of the cosmos around him. Little by little, the human soul’s intrinsic logos turns de-characterized. He suffers from lack of nourishment and vitamins and becomes anemic. All because he lacks iron: words, many, many and many of them in his linguistic collection. In order to strengthen a country, recover it before the evil of leukemia, doses and more doses of letters, words, and texts to its citizens are offered in public or private schools, colleges and universities spread throughout its territory. The empiric education from home, from friends and life, gets an ally: formal education to the salvation of the peoples. And together, hand in hand, they walk out the cave, through a dense and long course. But there, at the end is the huge Helios, the sun that illuminates everything, sees everything, and shows clearly the reality that was only shadow before, seen in the twilight of that somber hole. There is light! Here is the priority light! Here is the truth! Here is liberty! Outside captivity, knowledge and science involve the human being, feed its intellect. And acclimatized to this new dimension of life, he bids farewell, little by little, to his old Man, the Man of the caves. And gets a new garment, Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 325 a new meaning. Now, he is shown precious revolutionary paradigms discussed and mediated by this inestimable bridge of knowledge: education. Man then, is born again; he grows and strengthens. Education is a priority to him, as it takes him from darkness to light, and makes him produce more and more linear syntagamas that lower down to the acute and sharpened spade of his written and spoken language. Education – the priority of priorities – polished him into a rare, fine, pure, and multifaceted diamond. Education reveals a new illuminated being, reflecting its most noble inner wisdom. He now emanates, from the wholeness of his life, a citizen that prepared to live and build a society that is more dignified, more humane, more caring, fairer and consequently, better. _____________________ “L’éducation empirique du foyer, des amis, de la vie, gagne une alliée: l’éducation formelle pour le sauvetage des peuples.” Des trêves à la lumière Taches caduques, ombres sur le mur. Illusion du réel. Prisonniers, enchaînés au fond d’une caverne, illuminés à peine par un grand feu de bois, avec sa bande de lumière pressée par un mur mal fait... Esclaves de leurs destins, ils voient à peine devant eux, des images diffuses d´êtres, des objets du monde extérieur. Des milliers de personnes vivent la même réalité de la phénoménale métaphore philosophique décrite par Platon il y a plus de 2.500 ans dans “Le Mythe de la Caverne”. “Mon peuple... meurt par manque de connaissance”. Le versiculet biblique du livre de Oséias dénonçait déjà ce qui peut causer l’absence d’éducation à une nation: la mort. La mort de la vie, de l’âme, de l’esprit, du chant, de la danse, de la littérature... La mort de l’art. La mort de la vérité. La mort de la liberté. Trêves et mort, aiguillons de confinement de l’être emprisonné par des images tordues de son moi, du cosmos autour. La raison intrinsèque de son âme humaine est peu à peu décaractérisée. Il souffre du manque d´aliments, de vitamines et devient anémique. Tout car il lui manque du fer: les mots, beaucoup, beaucoup et beaucoup dans son patrimoine linguistique. Alors pour fortifier un pays, le récupérer avant du mal de la leucémie, de doses et encore des doses de lettres, de mots et de textes à ses citoyens, sont offerts dans les écoles publiques ou privées, facultés et universités éparpillées dans tout son territoire. L’éducation empirique du foyer, des amis, de la vie, gagne une alliée: l’éducation formelle pour le sauvetage des peuples. Et ensemble, main dans la main, marchent hors de la caverne, dans un parcours dense et long Mais là-bas, à la finale se trouve l’immense hélium, sol qui illumine tout, 326 Unesco--•--Folha Dirigida qui voit tout et montre avec clarté la réalité de ce qui avant étaient juste des ombres vues au crépuscule du trou obscur. Voilà la lumière! Voilà la lumière prioritaire!Voilà la vérité! Voilà la liberté! En dehors de la prison, la connaissance et la science entourent l’être humain, alimentent son intellect. Et acclimaté à cette nouvelle dimension de vie, il se sépare de son vieil homme, l’homme des cavernes. Et gagne un nouvel habit, une nouvelle signification. Maintenant, ce sont insérés précieux paradigmes révolutionnaires discutés et divisés par ce pont du savoir inestimable: l’éducation. L’homme alors, renaît, grandit et se fortifie. L’éducation lui est prioritaire, car l’amène des trêves à la lumière et le fait produire des syntagmes et encore des syntagmes linéaires qui descendent par le fil de l’épée aiguë et aiguisée de sa langue écrite et parlée. L’éducation – priorité des priorités – le lapide comme un rare, fin, pur diamant à multifacettes. Elle révèle un nouvel être illuminé, reflétant sa plus noble sagesse intérieure. Emane maintenant de sa vie pleine, un citoyen préparé pour vivre et construire une société plus digne, plus humaine, plus solidaire, plus juste et par conséquent, meilleure. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 327 “A premissa da educação é de que ela não apenas corrige os desníveis econômicos entre as nações mas principalmente eleva o espírito, humaniza e abranda intransigências étnico-raciais e até religiosas.” Robson Caetano dos Santos Universidade Federal do Pará – UFPA - Marabá - PA Quando trabalhei como professor de zona rural, o que mais me chocou e ao mesmo tempo me sensibilizou não foi o fato de ver alunos caminharem até seis quilômetros para ir e vir todos os dias estudarem, ou a escola não possuir paredes e apenas um teto coberto de palha, ou as carteiras serem improvisadas com talos de coqueiro, mas sim ter presenciado uma mãe ter empurrado seu filho de nove anos, meu aluno, que tentara abraçá-la numa comemoração do dias das mães. Percebi que transcendendo a necessidade para a evolução econômica e a ascensão social a lacuna da educação converge principalmente em embrutecimento e insensibilidade. Desde que os ganhadores do prêmio Nobel de Economia Paul Romer e Robert Lucas deixaram transparecer em seus trabalhos que o adquirir de conhecimento resulta em crescimento na economia governos passaram a investir mais na educação. Escolas foram construídas e professores foram capacitados. Entretanto em muitos países que se voltaram totalmente para o profissionalismo e a competitividade, como a Coréia, o lado humano foi esquecido desprezando-se uma das funções primordiais da educação. Ambas as educações são importantes. Mas qual deve ser a prioritária para o ser humano e para os seus governantes? Sob uma análise histórica, a experiência brasileira tem algo a demonstrar para o mundo. Nos anos ditatoriais dos militares, a educação era totalmente voltada para o trabalho. Cursos profissionalizantes foram criados e disciplinas como sociologia e psicologia inexistiam nos currículos escolares. Em seu lugar foi criada a Educação Moral e Cívica que se resumia quase a decorar datas comemorativas e insuflar o sentimento patriótico. Foi uma época de grande perda para o país, pois os principais intelectuais,sociológos e artistas foram exilados do país. Nunca se saberá os avanços, o que se teria produzido no campo humanístico não fosse essa interrupção. A premissa da educação é de que ela não apenas corrige os desníveis econômicos entre as nações, mas principalmente eleva o espírito, humaniza e abranda intransigências étnico-raciais e até religiosas. É um instrumento que provoca mudanças e transformações, mas o seu uso equivocado em se priorizar os avanços tecnólogicos acarretará cada vez mais em desigualdades e disparidasdes sociais. Sua função não é tornar alguns 328 Unesco--•--Folha Dirigida melhores sobre os outros, mas ensinar a convivência e a cooperação. Entre os direitos e necessidades fundamentais humanas figuram não apenas os do aspecto físico como a alimentação, a moradia e o vestuário; a educação e a liberdade para exercê-la também não devem ser abstrações inacessíveis, pois permitem o acesso a todos os outros. Todos são importantes mas nem todos prioritários. Que os governos conscientizem e incentivem seus povos a reconhecerem a sua priorização em suas vidas que conduzirá à transformação das nações. _____________________ “The premise of education is that it not only corrects economical inequalities among nations, but it mainly elevates the spirit, humanizes and soothed ethnical, racial and even religious intransigencies.” When I worked as a rural-zone teacher, what most chocked and touched me at the same time wasn’t the fact of seeing students walking up to six kilometers to go and come to school everyday. Or that the school didn’t have walls and only a roof made of straw, or desks improvised with coconut tree stalks, but having witnessed a mother pushing her nine-year old son away, my student, who tried to hug her on a mothers’ day celebration. I noticed that transcending the need for an economic evolution and social ascension, the lacuna of education converges especially into becoming brutish and insensible. Ever since Economy Nobel Prize winners Paul Romer and Robert Lucas let show in their works that acquiring knowledge results in economy growth, governments began to invest more in education. Schools have been built and teachers have been qualified. Nevertheless, in many countries that focused completely on professionalism and competition, as Korea, the human side was forgotten, neglecting one of education’s primordial functions. Both educations are important. But which one should be a priority to the human being and his leaders? Under a historical analysis, the Brazilian experience has something to show the world. In the dictatorship years of the military, education was totally focused on work. Qualification courses were created, and courses as sociology and psychology simply didn’t exist on the school curricula. Instead, the course of Moral and Civic Education was created, which was almost summarized into memorizing commemorative dates and insufflating patriotic sentiments. It was a time of great losses for the country, as the main intellectuals, sociologists, and artists were exiled from the country. We will never Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 329 know the advancements or what would have been produced in the humanistic field if it weren’t this interruption. The premise of education is that it not only corrects economical inequalities among nations, but mainly elevates the spirit, humanizes and soothes ethnical, racial and even religious intransigencies. It is an instrument that incites changes and transformations, but its misuse in prioritizing technological advancements will bring about more and more social inequalities and disparities. Its function isn’t turning some better than others, but teaching living together and cooperation. Among the fundamental human rights and needs are not only aspects as physical as nourishment, housing and clothing; education and liberty to exercise education shouldn’t be an inaccessible abstraction, as they allow access to all others. All are important but not all of them a priority. May the governments become aware and encourage its peoples to recognize the priority of education in their lives, which will conduct to the transformation of the nations. _____________________ “La prémisse de l’éducation est qu’elle ne corrige pas seulement les dénivellements économiques entre les nations, mais principalement élève l’esprit, humanise et apaise les intransigeances éthnico-raciales et même religieuses ..” Quand je travaillais comme professeur de zone rurale, ce qui m’a le plus choqué et en même temps sensibilisé n’était pas le fait que les élèves marchaient jusqu’à six kilomètres pour aller et venir étudier tous les jours, ou que l’école n’avait pas de murs et juste un toit couvert de paille, ou que les cartables étaient improvisés avec des tiges de cocotier, mais le fait d’avoir vu une mère poussant son fils de neuf ans, mon élève, qui avait essayé de l’embrasser lors d’une fête des jours des mères. Je m’aperçus que transcendant la nécessité pour l’évolution économique et l’ascension sociale la lacune de l’éducation converge principalement vers l’abrutissement et le manque de sensibilité. Depuis que les gagnants du prix Nobel d’Economie Paul Romer et Robert Lucas ne faisaient plus transparaître dans leurs travaux que l’acquisition de la connaissance résulte dans la croissance de l’économie, les gouvernements se sont mis à investir davantage dans l’éducation. Des écoles ont été construites et des professeurs ont été formés. Cependant, dans beaucoup de pays qui se sont tournés totalement vers le professionnalisme et la compétitivité, comme la Corée, le côté humain a été oublié, en ignorant l’une des fonctions primordiales de l’éducation. Les deux éducations sont importantes. Mais laquelle doit être prioritaire pour l’être humain et pour ses gouvernants? 330 Unesco--•--Folha Dirigida Sous une analyse historique, l’expérience brésilienne a quelque chose à démontrer au monde. Pendant les années de la dictature militaire, l’éducation était totalement tournée vers le travail. Des cours professionnalisant ont été créés et des disciplines comme la sociologie et la psychologie n’existaient pas dans les curriculum scolaires. A leur place a été créée l’Education Morale et Civique qui se résumait presque à apprendre par cœur les dates commémoratives et souffler le sentiment patriotique. Ce fut une époque de grande perte pour le pays, car les principaux intellectuels, sociologues et artistes ont été exilés du pays. On ne connaîtra jamais les progrès, ce qui aurait été produit dans le domaine humanitaire, s’il n’y avait pas eu cette interruption. La prémisse de l’éducation est qu’elle ne corrige pas seulement les dénivellements économiques entre les nations mais principalement élève l’esprit, humanise et apaise les intransigeances éthnico-raciales et même religieuses. C’est un instrument qui provoque des changements et des transformations, mais son usage erroné qui donne priorité aux progrès technologiques, entraînera chaque fois plus d’inégalités et de disparités sociales. Sa fonction n’est pas de faire des meilleurs par rapport aux autres, mais d’enseigner la convivialité et la coopération. Entre les droits et les besoins fondamentaux humains, figurent non seulement ceux de l’aspect physique comme l’alimentation, l’habitation et l’habillement ; l’éducation et la liberté pour l’exercer aussi ne doivent pas être des abstractions inaccessibles, car elles permettent l’accès à tous les autres. Tous sont importants mais pas tous prioritaires. Si les gouvernements faisaient prendre conscience et encourageaient les peuples à reconnaître sa priorité dans leurs vies, elle conduirait à la transformation des nations. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 331 “A educação é o mais extraordinário dos elementos formativos da cultura humana, já que só os homens ensinam e são ensinados.” Rodrigo Poreli Moura Bueno Universidade Estadual de Londrina - Londrina – PR Por uma Beleza de Educação Certa vez perguntei a um professor a respeito da necessidade de se educar nossas crianças. Fiquei surpreso quando me disse que a educação tornava-as aptas para atuarem no mercado de trabalho e, portanto, possuírem uma função na vida. Essa resposta levou-me a pensar seriamente nas crianças e nos futuros adultos que um dia seriam. Imaginei-as como integrantes de um imenso e lindo jardim recém-formado. Nesse lugar, havia flores jovens e tímidas, árvores quietas com poucos e pequenos galhos e plantas tenras quase sem folhagens. Periodicamente via-se lá um jardineiro com regador, algumas tesouras e um rastelo. Ele alimentava-as carinhosamente, amaciava a grama e podava alguns de seus galhos e folhas. Entretanto, quando elas estavam ficando bonitas, esse jardineiro começou a realizar provas e competições e a ensinar dicas e truques para se saber quais delas eram as mais apropriadas para atingirem o estágio decisivo de suas vidas, ou seja, serem grandes e produtivas. Depois de algum tempo algumas ficaram desse jeito, outras, foram excluídas do jardim. Porém, todas estavam infelizes e insensíveis. Essa estória faz lembrar a mentalidade de educação que se difunde entre nós. Acredita-se que é necessário instruir as crianças, pois elas posteriormente serão pessoas úteis ao progresso de um país. Esquece-se que esse é um dos inúmeros motivos porque a educação pode ser considerada importante em uma sociedade, contudo, não o mais fundamental. Será pouco admirável que as escolas mostrem a lista de seus aprovados nos concursos públicos ou daqueles que conseguiram um bom emprego, se elas não discutirem o motivo essencial da educação na vida das crianças. A educação é o mais extraordinário dos elementos formativos da cultura humana, já que só os homens ensinam e são ensinados. Dessa maneira, não existe cultura sem educação. Quando uma pessoa mais velha se relaciona com uma mais jovem, seja contando estórias, fazendo gestos, rindo, chorando, é um educador que transmite os conhecimentos inerentes a esse mundo inventado por nós. É o jardineiro que cuida de sua criação, aprecia seu encanto misterioso e sente-se realizado pela simples razão de saber que ela existe. 332 Unesco--•--Folha Dirigida Assim, a educação precisa ser prioritária na vida de todos nós para que possamos cuidar das tristezas, das alegrias e dos sonhos de nossas crianças. Não somente vê-las como meios para determinados fins. Educar é cultivar a graça, a esperança e a sensibilidade no coração delas. É deixar que o jardim se encha de vida, cresça, fique mais tolerante, mais humano e que os seres incomparáveis que lá habitam tornem-se realmente belos e destinados unicamente à felicidade. _____________________ “Education is the most extraordinary formative element of the human culture, as only Man teaches and is taught.” For a Beautiful Education I once asked a teacher about the need of educating our children. I was surprised when he told me that education made people apt to act on the work market and therefore, have a function in life. This answer took me to think seriously about children and the future adults they would be one day. I imagined them as members of a huge and beautiful newly shaped garden. There would be young and shy flowers, quiet trees with few small branches and tender plants with almost no leaves. Periodically, we would see a gardener with a watering can, some scissors, and a rake. He would nourish them lovingly; smooth the grass and prune some branches and leaves. However, when they were getting beautiful, this gardener would begin to carry out exams and competitions and teach them hints and tricks to know which one of them were more appropriate to reach the decisive stage of their lives, that is, being large and productive. After some time, some would reach that point; others would be excluded from the garden. However, all of them would be unhappy and insensible. This story reminds us the mentality of education diffused among us. It is believed that it is necessary to instruct children, as they will later become useful people for the progress of a country. It is forgotten that this is one of the countless reasons why education can be considered important to a society, nevertheless, not the most fundamental. It will be little admirable that schools show the list of their approved students from public exams or of those who got good jobs, if they don’t discuss the essential reason of education in the lives of these children. Education is the most extraordinary formative element of the human culture, as only Man teaches and is taught. That way, there is no culture without education. When an older person interacts with a younger one, be it by telling stories, making gestures, laughing, crying, she or he is an educator that transmits the knowledge inherent to this Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 333 world we invented. It is the gardener that cares for its creation, appreciates its mysterious charm, and feels realized by the simple reason of knowing it exists. That way, education needs to become a priority in the lives of all of us, so that we can take care of our children’s sadness, happiness, and dreams. Not only see them as means for certain purposes. Educating means cultivating grace, hope, and sensitivity in their hearts. Let the garden fill with life, grow, become more tolerant and humane and that all incomparable beings living there become really beautiful and destined to happiness, and happiness only. _____________________ “L’éducation est le plus extraordinaire des éléments de formation de la culture humaine, puisque seuls les hommes enseignent et reçoivent l’enseignement.” Pour une Belle Education Une fois, je demandais à un professeur au sujet du besoin d’éduquer nos enfants. Je fus surpris quand il me dit que l’éducation le rendrait aptes à travailler sur le marché du travail et donc, d’avoir une fonction dans la vie. Cette réponse m’amena à penser sérieusement aux enfants et aux futurs adultes qu’ils seront un jour. Je les imaginais comme intégrants d’un immense et beau jardin récemment formé. Dans cet endroit, il y avait des fleurs jeunes et timides, des arbres tranquilles avec peu et petites branches et de tendres plantes presque sans feuillage. On y voyait périodiquement un jardinier avec un arrosoir, quelques ciseaux et un râteau. Il les alimentait affectueusement, ramollissait le gazon et coupait quelques branches et feuilles. Cependant, quand elles commençaient à être belles, ce jardinier commença à réaliser des examens et des compétitions et à enseigner les conseils et des trucs pour savoir lesquelles étaient les plus appropriées pour atteindre le stade décisif de leurs vies, c’est-à-dire, être grandes et productives. Après quelque temps, certaines restèrent ainsi, d’autres furent exclues du jardin. Toutefois, toutes étaient malheureuses et insensibles. Cette histoire nous rappelle la mentalité d’éducation qui se divulgue entre nous. On croit qu’il est nécessaire d’instruire les enfants, car ils seront postérieurement des personnes utiles au progrès d’un pays. On oublie que c’est l’un des innombrables motifs pour lesquels l’éducation peut être considérée importante dans une société, donc, n’est pas plus fondamentale. Il sera peu admirable que les écoles montrent la liste des élèves reçus aux concours publics ou de ceux qui ont réussi un bon emploi, si elles ne discutent le motif essentiel de l’éducation dans la vie des enfants. 334 Unesco--•--Folha Dirigida L’éducation est le plus extraordinaire des éléments de formation de la culture humaine, car seuls les hommes enseignent et reçoivent l’enseignement. Ainsi, il n’existe pas de culture sans éducation. Quand une personne plus vieille a une relation avec une plus jeune, soit en racontant des histoires, ou en faisant des gestes, ou en riant ou en pleurant, c’est un éducateur qui transmet les connaissances inhérentes à ce monde inventé par nous. C’est le jardinier qui s’occupe de sa plantation, apprécie son enchantement mystérieux et se sent réalisé par le simple motif de savoir qu’elle existe. Ainsi, l’éducation doit être prioritaire dans la vie de nous tous pour que nous puissions prendre soin des tristesses, des joies et des rêves de nos enfants. Pas seulement les voir comme des moyens pour des fins déterminées. Eduquer c’est cultiver la grâce, l’espoir et la sensibilité dans leurs cœurs. C’est laisser le jardin se remplir de vie, grandir, être plus tolérant, plus humain et que les êtres incomparables qui y habitent deviennent réellement beaux et destinés uniquement au bonheur. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 335 “Seu trabalho é mais do que importante. É prioritário. A educação é o princípio de tudo. É a base da sociedade e da nação.” Rosaly Patrício Fonseca Centro Universitário Plínio Leite - Niterói - RJ É como ter o leme nas mãos É uma daquelas horas brancas, lentas e raras. Seu olhar mergulha em detalhes que, normalmente, passam despercebidos. Logo, uma leve brisa a envolve, trazendo consigo lembranças, imagens e canções. Tudo isso existe em seu mundo impalpável. Mundo seu, que pode ser externado, revelado através das palavras. Um momento, um pensamento a ser lido. Em casa, há uma folha em branco, pronta para ser preenchida. Escrever é um exercício gostoso, assim como ler. A vida se torna mais intensa e mais visível. Liberdade têm aqueles que podem sonhar, sentir, questionar e se expressar. Liberdade, voz e vez. Palavras são livres. Lançadas ao vento, ou gravadas na areia, no papel, na memória. São bem vivas e comunicam sempre algo de valor. A comunicação é que move a sociedade. Envolve linguagens diversas, cujas mensagens têm múltiplas faces. Decifrá-las é possível, com o olhar de quem sabe enxergar as coisas. Olhar de quem saiu do casulo, abriu as asas e lançou-se a uma constante aprendizagem. Na vida, existem mistérios. Perguntas, às vezes, ficam mudas, estáticas diante deles. Talvez eles queiram ser desvendados. As palavras e olhares têm esse véu. Os olhos que lêem podem ver através dele. Provavelmente, todas as pessoas que estão no ônibus freqüentaram a escola. Será que elas sabem ler? É mais do que decodificar o código verbal. É mergulhar com tudo: emoção, razão e conhecimento de mundo. Um rapaz está lendo. Qual será o autor? As mãos que escrevem podem tecer habilmente, com linhas marcantes e atraentes. Produzem, assim, algo único e permanente. Algo que vive, em constante diálogo com outros textos e saberes, que constituem a grande teia cultural. A cultura é produto e bem comum. A rua mais bela é a que tem árvores. Isso se deve aos que plantaram as mudas. Todos colhem os frutos daquilo que plantam. Os que semeiam educação, colhem cidadãos. Foi o que sua professora escreveu no artigo. Aquelas mãos estão sempre estendidas, prontas para o toque amigo. Têm o vestígio branco do giz e o calor humano de quem educa. Seu trabalho é mais do que importante. É prioritário. A educação é o princípio de tudo. É a base da sociedade e da nação. O conhecimento é como o vasto mar. Quem tem educação está dentro do barco. A viagem é diária. Em alguns momentos é árdua. Em outros, plena e aprazível. Quem educa tem o comando do barco. É como ter o leme nas mãos. 336 Unesco--•--Folha Dirigida “Education is more than important. It is a priority. Education is the beginning of everything. It is the base of a society and a nation.” It is like having the rudders in our hands It is one of these white hours, slow and rare. Your look dives into details that normally go unnoticed. Soon, a light breeze involves you, bringing memories, images, and songs. All that exists in your intangible world. Your world, but which can be brought out, revealed through words. A moment, a thought to be read. At home, there is a blank sheet, ready to be filled. Writing is a delightful exercise, like reading. Life becomes more intense and more visible. Those who can dream, feel, question, and express themselves are free. Freedom, voice and chance. Words are free. Thrown in the wind or engraved on the sand, on the paper, in our minds. They are well alive and always communicate something of value. Communication moves society. Involves several languages, which messages have multiple faces. It is possible to decipher them with the look of those who know how to see things. The look of those who left the capsule, opened their wings and threw themselves into a constant learning. There are mysteries in life. Questions sometimes become mute, static before them. Perhaps they want to be revealed. Words and looks have this veil. Eyes that read can see through it. Probably, all people in the bus go to school. Do any of them know how to read? It means more than de-codifying verbal codes. It means to dive with everything: emotion, reasoning, and knowledge of the world. One young man is reading. Who might be the author? Hands that write can weave with ability, with strong and attractive lines. So they produce something unique and permanent. Something that lives in constant dialogue with other texts and knowledge, which constitute the great cultural web. Culture is product and common good. The most beautiful street is the one that has trees. This is owed to those who planted the buds. Everybody harvests the results of what they have planted. Those who seed education, harvest citizens. This was what his teacher wrote in the article. Those hands are always stretched, ready to the friendly touch. They have the white vestige of chalk and the human warmth of those who educate. Education is more than important. It is a priority. Education is the beginning of everything. It is the base of the society and of the nation. Knowledge is like the vast ocean. Those who have education are inside the boat. It is a daily voyage. In some moments, it is arduous. In others, whole and pleasant. Those who educate have the command on the boat. Is like having the rudders on their hands. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 337 “Leur travail est plus qu’important. Est prioritaire. L’éducation est le principe de tout. C’est la base de société et de la nation.” C’est comme avoir le gouvernail entre les mains C’est l’une de ces heures blanches, lentes et rares. Son regard plonge dans des détails qui, normalement, passent inaperçus. Ensuite une légère brise entoure, amenant avec elle des souvenirs, des images et des chansons. Tout ceci existe dans son monde impalpable. Son monde, qui peut être externe, révélé au travers des mots. Un moment, une pensée à être lue.. A la maison, il y a une feuille en blanc, prête à être remplie. Ecrire est un exercice agréable, ainsi que lire. La vie devient plus intense et plus visible. La liberté est à ceux qui peuvent rêver, sentir, questionner et s’exprimer. Liberté, voix et fois. Les mots sont libres. Lancés au vent, ou marqués sur le sable, sur le papier, dans la mémoire. Ils sont bien vivants et communiquent toujours quelque chose de valeur. La communication est ce qui fait bouger la société. Elle implique des langages divers, dont les messages ont de multiples facettes. Les déchiffrer est possible, avec le regard de celui qui sait voir les choses. Regard de celui qui est sorti du cocon, a ouvert les ailes et s’est lancé dans un apprentissage constant. Dans la vie il existe des mystères. Parfois les questions restent muettes, statiques devant eux. Peut-être. Veulent-ils être révélés. Les mots et les regards ont ce voile. Les yeux qui lisent peuvent voir grâce à lui. Probablement, toutes les personnes qui sont dans l’autobus fréquentent l’école. Est-ce qu’elle sait lire? C’est plus que décoder le code verbal. C’est plonger avec tout: émotion, raison et connaissance du monde. Un jeune homme lit. Qui est l’auteur? Les mains qui écrivent peuvent tisser habilement, avec des lignes marquantes et attrayantes. Elles produisent ainsi quelque chose d’unique et permanent. Quelque chose qui vit, en constant dialogue avec d’autres textes et savoirs, qui constituent la grande toile culturelle La culture est produit et bien commun. La plus belle rue est celle qui a des arbres. Cela grâce à ceux qui ont planté les pousses. Tous cueillent les fruits qu’ils plantent. Ceux qui sèment l’éducation, cueillent des citoyens. C’est ce que ta professeur a écrit dans l’article. Ces mots sont toujours tendes, prêts au toucher ami. Ils ont le vestige blanc de la craie et la chaleur humaine de celui qui éduque. Leur travail est plus qu’important. Est prioritaire. L’éducation est le principe de tout. C’est la base de société et de la nation. La connaissance est comme la vaste mer. Celui qui a l’éducation est dans le bateau. Le voyage est quotidien. Par moments il est ardu. En d’autres, plein et apaisant. Celui qui éduque est au commandement du bateau. C’est comme avoir le gouvernail entre les mains. 338 Unesco--•--Folha Dirigida “Optar por um adjetivo seria o mesmo que negar o outro. As duas afirmativas estão intrinsecamente ligadas.” Rosibel da Silva Fonseca Araújo Fundação de Ensino Superior de Olinda – FUNESO - Olinda - PE Jamais poderemos afirmar que a educação não é importante ou que não é prioritária. Optar por um adjetivo seria o mesmo que negar o outro. As duas afirmativas estão intrinsecamente ligadas. Não há desenvolvimento econômico, político, social e valorização cultural de um povo, se não houver a consciência de que a Educação é o caminho para o êxito, e deve ser colocada em um patamar no qual ela seja percebida como essencial, necessária, importante, prioritária, enfim, como condição indispensável na vida das pessoas. Refletir sobre esta questão, nos leva a muitas outras, pela abrangência e, por que não dizer, pela complexidade que o tema pode nos levar. Mas, focalizemos uma outra questão a qual parece pertinente na argumentação que se pretende encaminhar: a Educação é dever ou direito? Ambos estão corretos: é dever do poder público assegurar o ensino de qualidade para todos e é direito, também de todos, exigir e usufruir esta prerrogativa. Podemos, então, até fazer um trocadilho com as palavras chaves surgidas nesta análise. Para que as duas vertentes – importância ou prioridade – sejam consideradas uma via de mão única, é preciso que se entenda que, o sentido semântico, neste caso, se torna sutil, pois, o que determina este impasse é o engajamento das duas partes envolvidas: governo versus sociedade. É “dever”do governo “priorizar” a educação em seu plano de gestão. E é “importante” para a sociedade ter a garantia do gozo deste “direito”, e acima de tudo, cobrá-lo. O que aqui se pretende dizer é que, todos os temas que, por ventura, forem apresentados para justificar um lado ou outro (importância ou prioridade), sempre chegarão ao mesmo lugar: A Educação só terá reconhecida a sua real importância se for colocada como prioridade, pois, um povo que não tem educação, jamais saberá requerer seus direitos, e pouco poderá fazer para contribuir com o desenvolvimento de sua comunidade, de sua cidade, de seu país.Um povo sem educação é, portanto, uma sociedade extremamente frágil, vulnerável, facilmente manipulada, sem senso crítico, e conseqüentemente, submissa. Será que, diante da globalização à qual o mundo foi submetido, não seria a hora de perceber que só a Educação poderá promover as transformações necessárias para o avanço promissor do Brasil? Cabe, então, mais uma vez afirmar: não existe educação importante em disjunção com educação prioritária. As duas vertentes formam um único prisma. Caminham de mãos dadas. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 339 “Opting for an adjective would be the same as denying the other. Both affirmatives are intrinsically linked.” We will never be able to affirm that education isn’t important or a priority. Opting for an adjective would be the same as denying the other. Both affirmatives are intrinsically linked. There is no economic, political, social development and cultural appreciation of a people, if there isn’t a consciousness that Education is the path to success and should be placed in a rank where it can be perceived as essential, necessary, important and a priority, in short, as an indispensable element in the lives of people. Reflecting about this question leads us to many others, for its reach, and why not say, for the complexity the issue offers. But, let’s focus on another question, which seems pertinent in the argumentation that is intended to direct: Education, is it a duty or a right? Both are true: it is the public power’s duty ensure quality schooling to everyone and it is everyone’s right to demand and enjoy this prerogative. So we can even play with those key words that came about in this analysis. So that both venues – importance and priority – are considered as a one-way road, it is necessary to understand that in its semantic meaning, in this case, it becomes subtle, for what determines this impasse is the engagement of both parties involved: government versus society. It is the government’s duty to make education a priority of its administration plan. And it is important to society to have this right granted, and above all, demand it. What I intend to say here is that all themes that by any chance are presented to justify one side or another (importance or priority), will always get to the same point: Education’s real importance will only be recognized if it is ranked as a priority. For a people that doesn’t have education will never know how to demand its rights, and little will it know to contribute with the development of its community, its city, its country. A people without education is therefore an extremely fragile society, vulnerable, easily manipulated, with no critical sense and consequently, submissive. I wonder if in face of the globalization the world was submitted to, wouldn’t it be time to notice that only Education will promote the needed transformations for the promised advancement of Brazil? So we have to say once again: there is no important education separated from priority education. Both venues form a single prism. They walk hand on hand. 340 Unesco--•--Folha Dirigida “Opter pour un adjectif serait la même chose que nier l’autre. Les deux affirmatives sont intrinsèquement liées.” Nous ne pourrons jamais affirmer que l’éducation n’est pas importante ou qu’elle n’est pas prioritaire. Opter pour un adjectif serait la même chose que nier l’autre. Les deux affirmatives sont intrinsèquement liées. Il n’y a pas de développement économique, politique, social et valorisation culturelle d’un peuple, s’il n’existait pas la conscience que l’Education est le chemin pour le succès, et doit être placée à un niveau où elle soit perçue comme essentielle, nécessaire, importante, enfin, comme condition indispensable dans la vie des personnes. Réfléchir sur cette question nous amène à beaucoup d’autres, par la portée et, pourquoi ne pas le dire, par la complexité que le thème peut nous apporter. Mais, nous focalisons une autre question qui parait pertinente dans l’argumentation que nous prétendons acheminer: l’Education est droit ou devoir? Tous les deux sont corrects: c’est le devoir du pouvoir public de garantir l’enseignement de qualité à tous et le droit, aussi de tous, d’exiger et de profiter de cette prérogative. Nous pouvons alors, même faire un changement des mots clés qui ont surgi dans cette analyse. Pour que les deux versants – importance et priorité – soient considérés une voie à sens unique, il faut comprendre que, dans ce cas, il devient subtil, car, ce qui détermine cette impasse, est l’engagement des deux parties impliquées: gouvernement contre société. C’est le “devoir’’ du gouvernement “rendre prioritaire” l’éducation sur son plan de gestion. Et il est “important” pour la société d’avoir l’assurance due jouissance de ce “droit”, et surtout, de le réclamer. Ce que l’on prétend dire ici est que, tous les thèmes qui, par hasard, ont été présentés pour justifier un côté ou l’autre (importance ou priorité), arriveront toujours au même endroit: on ne reconnaîtra la vraie importance de l’Education que si elle est placée comme priorité, car, un peuple qui n’a pas d’éducation, ne saura jamais exiger ses droits, et ne pourra pas faire grand chose pour contribuer au développement de sa communauté, de sa ville, de son pays. Un peuple sans éducation est donc une société extrêmement fragile, vulnérable, facilement manipulée, sans sens critique, et par conséquent, soumise. Devant la globalisation à laquelle le monde a été soumis, ne serait-il pas l’heure de percevoir que seule l’Education pourra promouvoir les transformations nécessaires pour le progrès prometteur du Brésil? Il convient donc, encore une fois d’affirmer: il n’existe pas d’éducation importante en disjonction avec l’éducation prioritaire. Les deux versants forment un prisme unique. Ils marchent main dans la main. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 341 “Viu naquele menino um potencial para ser alguém, mas preso a um ciclo de má formação que não priorizou a educação...” Ruandro Victor Knapik Centro Universitário Positivo – UniceP - Quatro Barras – PR Futuro: quem que tem? Era um dia de sol. Robercleisson acordara às cinco horas da manhã como de costume e se preparava para a jornada de oito ônibus diários. Estava animado, recebera suas notas do segundo bimestre da faculdade, cursava Engenharia Cartográfica e estava bem colocado com seus resultados. Feliz, afinal já arrumara um estágio e quase namorava uma linda e sábia garota da classe. Andando pelas ruas do centro da capital por onde passava entre o primeiro e o segundo ônibus, pensava nos colegas de escola dos anos anteriores: alguns presos, outros pais e mães de família, desempregados e outros viciados em drogas, sem trabalhar com falta de uma perspectiva e rumo para o futuro. Considerava-se esforçado, pegando suas oito conduções, indo estagiar após a faculdade e chegando a casa às nove horas da noite, muitas vezes só com algumas bolachas ou um sanduíche de qualquer coisa que seu dinheiro poderia pagar. Bolsista, de família pobre ajudava a mãe e os irmãos em casa, mas mesmo assim não desanimava, a vontade de ser alguém na vida e de aprender era infinita. Considerava a educação importante para o seu futuro e sua família, sabia que toda essa formação não traria somente dinheiro ou conforto e sim o conhecimento para transformar as coisas erradas que via no cotidiano. Seu sonho é ser presidente do país. Crítico da atual situação mundial, sabe o lugar em que se encontra, suas limitações e da real em que situação dos valores humanos, encaixa tudo isso àqueles seus colegas, e não vê outra solução para eles além do estudo em uma boa universidade, mas com ele é diferente. Acredita em Deus e dá a Ele todos os créditos de seu sucesso. Terá uma prova hoje, retomava as fórmulas, malditas fórmulas, mas as decorava. Quando chegou ao ponto de ônibus, retirou da mala sua carteira, seu celular estava no bolso, deu o dinheiro para o cobrador que lhe deu o troco quando alguém o segurou pelo braço e disse: dá o dinheiro! Um ladrão todo sujo que aparentava ter a sua idade. Vendo um grupo de meninos atrás dele, com medo de que levassem sua mala e o trabalho que levou a madrugada para fazer, deu dois dos três reais do troco para o garoto e pensou: “fiquei sem almoço”. Deduziu naquele instante que a educação que recebera e o diferenciava dos outros que não chegaram à universidade era importante 342 Unesco--•--Folha Dirigida para conhecer a sociedade, as ciências, ser crítico de toda essa situação e filtrar as informações recebidas, mas compreendeu outro significado para essa palavra: prioritária, no convívio das pessoas, no relacionamento com os outros e na vida, que ela em si diferenciava também as pessoas em: quem levaria a nação para o progresso e a sonhada paz, e quem somente queria saciar o desejo do presente. Viu naquele menino um potencial para ser alguém, mas preso a um ciclo de má formação que não priorizou a educação e não considerou o outro, o seu mundo era individual e a preocupação era o agora. O futuro? Robercleisson ficará com fome hoje. “He saw in that boy the potential to become someone, but he was chained to a cycle of ill-formation that didn’t prioritize education...” Future: who has it? It was a sunny day. Robercleisson had gotten up at five in the morning as always and prepared for his daily journey, which encompassed taking eight buses. He felt encouraged, he had gotten his grades from college where he was coursing Cartographic Engineering and was well placed with his results. He was feeling happy, after all, he had already found an internship and was almost dating a beautiful and intelligent girl from college. Walking through the capital’s downtown streets, where he took the first and second buses, he thought about his classmates of prior years: some were in jail, others became parents, were unemployed and or drug addicts, not working for the lack of perspectives and goals for the future. He considered himself diligent, taking his eight buses, going to the internship after college, and arriving at home at nine every night, many times with only a few crackers or an “anything-sandwich” his money could buy. Studying on a scholarship and coming from a poor family, he helped his mother and brothers at home, but even so he didn’t lose heart, his will to become someone in life and learning was endless. He considered education important to his future and the future of his family, he knew that all this education wouldn’t only bring in money or comfort but also the knowledge to change the wrong things he saw everyday. His dream was to become the president of the country. Critical about the world situation, he knows well the situation he is in, his limitations, and the real situation of the human values, which fits those classmates of him, and he doesn’t see another solution for them but studying in a good university, but with him it is different. He believes in God and gives Him all credits for his success. He will write an exam today, he was going over the formulas, the damned formulas, but he learned them by heart. When he got to the bus station, he took his wallet out of his case; his cell phone was in the pocket. He paid the fare and got his change, when someone took him by the arm Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 343 and said: give me the money! A dirty robber who seemed to have his age. Seeing a group of boys behind him and fearing they would take his case and the paper he had spent all night writing, he gave two of the three Real bills from the change to the boy and thought: “no lunch today.” At this moment he deduced that the education he was given and made him different from the others who never made it to college was important for him to get to know society, the sciences, be critical of this entire situation and screen the received information. But he comprehended another meaning of the word priority, of living together, having relationships with others and in life, which itself also differentiated the people into those that would take the nation to the dreamed progress and peace, and those who only wanted to satiate immediate desires. He saw in that boy a potential to become someone, but he was tied to a cycle of ill formation that didn’t prioritize education and didn’t consider his equals; his world was individual and his concern was about now. The future? Robercleisson will be hungry today. “Il vit dans cet enfant un potentiel d’être quelqu’un, mais prisonnier dans un cycle de mauvaise formation qui ne rendit pas l’éducation prioritaire ...” Avenir: qui en a? C’était un jour ensoleillé. Robercleisson s’était réveillé à cinq heures du matin comme d’habitude et se préparait pour une bataille de huit autobus quotidiens. Il était animé, il avait reçu ses notes du second bimestre de la faculté, il faisait Ingénierie Cartographique et avait de bons résultats. Heureux, car finalement il avait réussi un stage et était presque l’amoureux d’une belle et sage jeune fille de sa classe. Marchant dans les rues du centre de la capitale où il passait entre le premier et le second autobus, il pensait à ses camarades d’écoles des années antérieures: certains en prison, d’autres pères et mères de famille, au chômage et d’autres drogués, sans travail sans perspective et sans direction pour l’avenir. Il se considérait appliqué, prenant ses huit autobus, allant faire un stage après la faculté et arrivant chez lui à neuf heures du soir, souvent n’ayant mangé que quelques biscottes ou un sandwich de n’importe quoi que son argent puisse payer. Boursier, de famille pauvre il aidait sa mère, et ses frères à la maison, mais même ainsi, il ne se décourageait pas, la volonté d’être quelqu’un dans la vie et d’apprendre était infinie. Il considérait l’éducation importante pour son avenir et sa famille, savait que toute cette formation n’apporterait pas seulement argent et confort mais aussi connaissance pour transformer les choses erronées qu’il voyait au quotidien. Son rêve était d’être le président du pays. Critique de l’actuelle situation mondiale, il connaît l’endroit où il se trouve, ses limitations et de la vraie situation des valeurs humaines, applique tout ceci à ses camarades et ne voit pas d’autre solution pour eux outre les études dans une bonne 344 Unesco--•--Folha Dirigida université, mais pour lui, c’est différent. Il croit en Dieu et Lui donne tous les crédits de son succès. Il fera un examen aujourd’hui, reprenait les formules, les maudites formules, mais les apprenait par cœur. Quand il arriva à l’arrêt de l’autobus, il retira de sa mallette son portefeuille, son portable était dans sa poche, donna l’argent au receveur qui lui rendit la monnaie, lorsque quelqu’un lui prit le bras et dit: donne-moi l’argent! Un voleur tout sale qui semblait avoir le même âge que lui. Voyant un groupe de petits garçons derrière lui, ayant peur qu’ils lui prennent sa mallette, et le travail qu’il avait fait à l’aube, donna deux ou trois réaux de monnaie au garçon et pensa: “je ne vais pas pouvoir déjeuner”. Il conclut à cet instant que l’éducation qu’il avait reçue et qui le différenciait des autres qui n’étaient pas arrivés à l’université, était importante pour connaître la société, les sciences, être critique de toute cette situation et filtrer les informations reçues, mais comprenait une autre signification pour ce mot: prioritaire, dans la convivialité des personnes, dans la relation avec les autres et dans la vie, qui elle en soi, différenciait aussi les personnes en: qui conduirait la nation au progrès et à la paix rêvée, et qui seulement voulait satisfaire le désir présent. Il vit dans ce garçon un potentiel d’être quelqu’un, mais pris dans un cycle de mal formation qui ne rendait pas l’éducation prioritaire et ne considéra pas l’autre, son monde était individuel et la préoccupation était le présent. L’avenir? Robercleisson aura faim aujourd’hui. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 345 “Hoje, eu Rubenir, a vejo com outros olhos. Olhos do coração. Sim, graças a esse reencontro com minhas raízes, educação é prioritária na minha vida.” Rubenir Fernandes Costa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ - Teresópolis – RJ Raízes da Educação. Houve um tempo, que eu não percebia. Porém, a verdade estava bem ali ao meu lado. Minha mãe nascera no interior de Friburgo, só conseguiu estudar até o primário. Não pôde seguir em frente, pois trabalhava no como empregada e, naqueles tempos, ir adiante era só para gente rica. Não percebia. Olhava para os ternos dos engenheiros agrônomos e dizia eu, é o padrão da época. Sim. A formação dos meus pais coibi com fel. Em mim. De minha parte, lembro o primeiro dia fui estudar no colégio de Realengo, Presidente Rooselvet. Muito medo na ida; lá os colegas perguntando porquê do “t” mudo no nome da escola. Lembro que minha mãe me levou ao bairro vizinho, Padre Miguel, para comprar o uniforme da escola. E, assim, fui formando meu museu de lembranças. Do entusiasmo a aprender a dividir. De não ter repetido a primeira série pela terceira vez por ser analfabeto. A decepção de ver meu pai falecer, e cego não compreendia o esforço dela na labuta das cocadas cuja venda mantinha nosso sustento. Com o tempo, cheguei até a oitava série sem mais repetência, e me formei no segundo grau na rede particular. Meu pai, apesar do berço humilde, galgou os altos escalões do emprego. Assim a vida passava. Depois de seis meses, arrumei um emprego. Tinha uma vida calma, solteiro. O salário na época, em cruzeiros, solucionava as necessidades daquele jovem de vinte anos. Quando, então, meu irmão caçula me disse que na universidade onde ele estudava havia um curso que provavelmente daria um rumo na minha vida. Insatisfeito com o baixo salário, e após verificar a grade do curso de engenharia de agrimensura exclamei: hei de me formar como agrimensor. Naquele dia, estudar era importante pra mim. Fora meu ingresso nos idos de 1993, em Viçosa. Seria mais um calouro, porém, acometeu-me uma grave enfermidade. Da minha formatura em 1997, fui desligado. Vi as luzes se transformarem em trevas. Mas, como sempre, com o apoio da minha mãe consegui o retorno ao ensino superior. Hoje, cursando engenharia de agrimensura na UFRuralRJ colarei grau ano que vem, em 2006. Sim, um filme a ser engavetado no meu museu. Contudo, foi numa discussão ao telefone que vislumbrei toda a trajetória da mainha. Nesse dia, disse ela a mim. Por que você acha que eu me esforço tanto na sua 346 Unesco--•--Folha Dirigida formação? É porque não pude estudar quanto criança, era pobre e não tinha escola na roça. Era tudo difícil e caro. Escutei sua voz lubrificada nas lágrimas da esperança. Hoje, eu Rubenir, a vejo com outros olhos. Olhos do coração. Sim, graças a esse reencontro com minhas raízes, educação é prioritária na minha vida. _____________________ “Today I, Rubenir, see her with other eyes. The eyes of the heart. Yes, thanks to this reunion with my roots, education became a priority in my life.” Roots of Education. There was a time in which I didn’t notice it. However, the truth was right there. My mother was born in the inland of Friburgo, and was only able to go to primary school. She couldn’t go beyond that because she worked as a housemaid and in those times, going further than that was only a rich people’s thing. I didn’t notice it. I observed the suits the agronomists wore and would say, that is the standard of these times. Yes. I suppressed my parent’s education with bitterness. In me. On my part, I remember the first day I went to the school of Realengo, in Presidente Rooselvet. I was very afraid on my way there. I remember my mother had taken me to the nearby neighborhood, Padre Miguel, to buy the school’s uniform. And so, I was forming my museum of memories. With the enthusiasm of learning to share. With not having repeated first grade for the third time for being analphabetic. With the deception of seeing my father die. He had been a blind man and didn’t understand my mother’s efforts, working hard, making coconut sweets to support our home. I had gotten to eighth grade, with no repetitions, and graduated from high school in a private school. My father, despite his humble background, had reached a better position in his job. So life passed. After six months, I got a job. I led a calm life, I was single. The wages at the time were enough to supply the needs of a twenty-year old boy. One day my younger brother told me that his college offered a course that would probably give me a direction in life. Unsatisfied with the low wages and after verifying the syllabus of the course of land surveyor engineering I shouted: I will graduate as a land-surveyor. On that day, studying became important to me. That was my entrance in 1993, in Viçosa. I would be another freshman, however, I became very sick. I wasn’t able to graduate in 1997. I saw light turning into darkness. But as always, with my mother’s support, I was able to go back to college. Today, I study land surveyor engineering at UFRuralRJ and will be graduating next year, in 2006. Yes, this is Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 347 a movie to be added to my museum collection. Nevertheless, it was on a telephone conversation that I understood my mother’s entire journey. On that day, she said to me: why do you thing I make so much effort for your education? It is because I couldn’t study when I was a kid, I was poor, and there was no school in the country. Everything was difficult and expensive. Today, I, Rubenir, see her with other eyes. The eyes of the heart. Yes, thanks to this reunion with my roots, education became a priority in my life. _____________________ “Aujourd’hui, moi Rubenir, je la vois avec d’autres yeux. Les yeux du cœur. Oui, grâce à ces retrouvailles avec mes racines, l’éducation est prioritaire dans ma vie.” Racines de l’Education. Il était une époque que je ne m’en apercevais pas. Cependant, la vérité était bien là à mes côtés. Ma mère était née dans la province de Fribourg, et n’avait réussi à étudier que jusqu’au primaire. Elle n’avait pas pu continuer, car elle travaillait comme bonne et, à cette époque, seuls les riches pouvaient avancer dans la vie. Je ne le percevais pas. Je regardais les costumes des ingénieurs agronomes et je disais, c’est le modèle de l’époque. Oui. La formation de mes parents était réprimée amèrement. En moi. De mon côté, je me rappelle du premier jour où je suis allé étudier au lycée de Realengo, President Rooselvet. Très peu à l’aller ; là-bas les camarades demandaient pourquoi le “t” muet du nom de l’école. Je me souviens que ma mère m’avait amené au quartier voisin, Padre Miguel, pour acheter un uniforme d’école. Et, ainsi, j’ai formé mon musée de souvenirs. De l’enthousiasme à apprendre à partager. De ne pas avoir redoublé la première série pour la troisième fois parce que j’étais analphabète. La déception de vous mourir mon père, et aveugle ne comprenait pas son effort dans le labeur des douceurs de noix de coco, dont la vente nous entretenait. Avec le temps, je suis arrivé en huitième sans ne plus redoubler, et je me formais au second degré dans un lycée public. Bien que mon père était d’origine humble, il avait grimpé les hauts échelons de l’emploi. Ainsi passait la vie. Après six mois, je travaillais. Je menais une vie tranquille de célibataire. Le salaire à l’époque, en cruzeiros, résolvait les besoins de ce jeune de vingt ans, C’est alors que mon frère cadet me dit qu’à l’université où il étudiait il y avait un cours qui probablement donnerait une direction à ma vie. Insatisfait de mon bas salaire, et après avoir vérifié le degré du cours d’ingénierie d’arpentage, je m’exclamais: je vais préparer un diplôme d’arpenteur. Ce jour-là, étudier était important pour moi. 348 Unesco--•--Folha Dirigida Ce fut mon entrée en 1993, à Viçosa. J’aurais été un novice, mais j’ai eu une grave maladie. Je fus détaché de mon diplôme en 1997. J’ai du arrêter. J’ai vu les lumières se transformer en trêves. Mais, comme toujours, avec l’aide de ma mère, j’ai réussi mon retour à l’enseignement supérieur. Aujourd’hui, élève d’ingénierie d’arpentage à l’ UFRuralRJ j´aurai mon diplôme l’année prochaine, en 2006. Oui, un film a mettre dans un tiroir de mon musée. Toutefois, ce fut au cours ‘une conversation au téléphone que j’ai entrevu toute la trajectoire de maman. Ce jour-là, elle me dit. Pourquoi penses-tu que je fais tellement d’efforts pour que tu aies une formation? C’est parce que je n’ai pas pu étudier quand j’étais enfant, j’étais pauvre et il n’y avait pas d’école à la campagne. Tout était difficile et cher. J’écoutais sa voix lubrifiée dans les larmes de l’espoir. Aujourd’hui, moi Rubenir, je la vois avec d’autres yeux. Les yeux du cœur. Oui, grâce à ces retrouvailles avec mes racines, l’éducation est prioritaire dans ma vie. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 349 “Dar um tratamento adequado para a educação sob a égide da sua concomitante importância e prioridade é recobrar-lhe a originalidade...” Sebastião Júnior Ferreira Braga Faculdade Dehoniana - Taubaté – SP Vejam, que aterrorizante angústia, um menino que se perdeu nas traçadas linhas da história e do seu quase caderno, aquele mesmo sujo de terra... Ah! O frágil corpo ao vento e os pés nus ao chão, como o banco da escola, nua escola desenhada com giz nas manchetes da vida. Até quando? O esplendor do saber e a dura fadiga do não-saber nos interpelam para a construção de um espaço verdadeiramente humano e criativo por meio da sabedoria, fonte do humano para o humano, ápice da reflexão que esvaziada do hermetismo, nos eleva na concreta elucidação do caminho a ser trilhado pelos homens e mulheres de nosso tempo, a educação. A proposição acerca da educação como um elemento importante e prioritário é, de antemão, esclarecida pela substituição do ou pelo e, de tal modo que, a linguagem precisa encontra aí o seu nascedouro: Educação: importante e prioritária! Assim, se encaramos o humano, o humano demasiadamente humano, aquele não estático, cuja dinamicidade perpetua como busca incansável do sentido mais profundo do ser em sua existência, real, única e questionadora, constatamos diametralmente que, a educação é essencialmente uma transposição, um ir além, diferenciando-se de um tradicionalismo livresco, formalista, arrogante ou da ignorância imposta pela desordem econômica e social. Dar um tratamento adequado para a educação sob a égide da sua concomitante importância e prioridade é recobrar-lhe a originalidade, a qual se expressa, primeiramente, como importante porque contribui com a ruptura concernente à impessoalidade, à egolatria e ao solipsismo hodiernos, noutros termos, a necessidade de uma educação que atinja a pessoa em sua totalidade é urgente, possível e é o caminho da esperança por meio de um relacionar-se face-a-face, logo, é importante. O segundo argumento reside na meta-fenomenologia da educação, isto, na radicalização da cumplicidade ética correlata à existência humana no seu frente-a-frente com alguém, uma resposta concreta sob a forma de compromisso comigo, com o outro e com todo o cosmos, ou seja, uma libertação integral da pessoa segundo os critérios da alteridade e da diversidade. Portanto, ao contemplarmos a tridimensionalidade da Beleza-Linguagem-Liberdade na morada chamada Ser Humano, esse evento maravilhoso e transformador de si 350 Unesco--•--Folha Dirigida mesmo, afirmamos a importância e prioridade da educação como impulso primeiro na superação das fórmulas senis que destroem e escravizam a pessoa. Não obstante, declaramos a extra-lucidez da vida mediante uma educação para o homem, para o sujeito concreto, importante e prioritário na construção do mundo, do nosso mundo. Estes teus olhos arregalados, menino, no silêncio choram! Educação! _____________________ “Giving a proper treatment to education under the patronage of its concomitant importance and priority is to recover its originality...” See what a terrifying anguish, a boy lost in the traced lines of history and his almost notebook; that very same notebook, dirty with soil… Oh! The fragile body against the wind and his naked feet on the ground, naked like his desk in school, naked school, drawn with chalk in the headlines of life. Until when? The splendor of knowing and the hard fatigue of not-knowing challenges us to build a truly humane and creative space with wisdom. Education, the source of Man for Man, summit of the reflection that emptied from hermetism, elevates us in the concrete elucidation of the path to be trailed through men and women of our time. The proposition about education as an element of importance and priority, clarified by the substitution of the or by an and, in such a way that the precise language finds its birthing there. Education: important and a priority! So, if we face the human, that non-static excessively humane human, whose dynamism perpetuates as a tireless search for the being’s deepest meaning of his real, unique and questioning existence, we determine diametrically that education is essentially a transposition, a going beyond, differentiating itself from a bookish, formalist and arrogant traditionalism or from the ignorance imposed by the economical and social disorder. Treating education properly under the benefaction of its related importance and priority means recovering its originality, which expresses itself, firstly as important because it contributes with the rupture that concerns impersonality, to egotism and solipsism. In other terms, the need of an education that reaches the people as a whole is urgent, possible and the way of hope through a face-to-face relationship, so, it is important. The second argument resides in education’s meta-phenomenology, in the radicalization of the ethical connivance correlated to face-to-face human existence, a concrete answer in the form of a compromise with me, with my equals and with the entire cosmos, that is, an integral liberation of the person according to the criteria of alterity and diversity. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 351 Therefore, if we contemplate the tri-dimensionality of Beauty-Language-Liberty in the home called Human, this marvelous and transforming event of itself, we affirm the importance and priority of education as a first impulse to overcome the senile formulas that destroy and enslave people. Notwithstanding, we declare extra-sanity of life in face of an education for Man, to the concrete subject, important and a priority in the construction of the world, of our world. These eyes of yours, boy, wide open, in silence cry! Education! _____________________ “Donner un traitement adéquat à l’éducation sous l’égide de sa commettante importance et priorité c’est lui redonner l’originalité...” Voyez, quelle angoisse terrorisante, un garçon qui s’est perdu dans les lignes tracées de l’histoire et de son presque cahier, celui-là même sale de terre ... Ah! Le fragile corps au vent et les pieds nus par terre, comme le banc de l’école, dans une école dessinée à la craie dans les manchettes de la vie. Jusqu’à quand? La splendeur du savoir et la dure fatigue du non-savoir nous interpellent pour la construction d’un espace vraiment humain et créatif au moyen du savoir, source de l’humain pour l’humain, apogée de la réflexion qui vidée d’hermétisme, nous élève dans la concrète élucidation du chemin à tracer par les hommes et les femmes de notre temps, l’éducation. La proposition autour de l’éducation comme élément important et prioritaire est, d’avance, élucidée par le remplacement du ou par le et, de telle façon que, le langage précis trouve ici son lieu de naissance: Education: importante et prioritaire! Ainsi, si nous affrontons l’humain, l’humain trop humain, celui non statique, dont le dynamisme se perpétue comme recherche infatigable du sens plus profond de l’être dans son existence, réelle, unique et qui questionne, nous constatons diamétralement que, l’éducation est essentiellement une transposition, un aller au-delà, se différenciant d’un traditionalisme livresque, formaliste, arrogant ou de l’ignorance imposée par le désordre économique et social. Donner un traitement adéquat à l’éducation sous l’égide de sa commettante importance et priorité c’est lui redonner l’originalité, laquelle s’exprime, d’abord, comme importante car elle contribue à la rupture concernant l’impersonnalité, à l’égocentrisme et au solipsisme actuels, en d’autres termes, le besoin d’une éducation qui atteint la personne dans sa totalité est urgente, possible et elle est le chemin de l’espoir, au moyen d’une relation face à face. Donc, importante. Le deuxième argument réside dans la meta-phénoménologie de l’éducation, dans 352 Unesco--•--Folha Dirigida la radicalisation de la complicité éthique corrélée à l’existence humaine dans son face à face avec quelqu’un, une réponse concrète sous la forme d’un engagement avec moimême, avec l’autre et avec tout le cosmos, c’est-à-dire, une libération intégrale de la personne selon les critères de l’altérité et de la diversité. Donc, lorsque nous contemplons le tridimensionnel de la Beauté – Langage-Liberté dans l’habitat appelé Etre Humain, cet événement merveilleux et transformateur de soi-même, nous affirmons, l’importance et la priorité de l’éducation comme première impulsion dans le dépassement des formules très vieilles qui détruisent et rendent esclave la personne. Non obstant, nous déclarons l’extra-lucidité de la vie au travers de l’éducation pour l’homme, pour le sujet concret, important et prioritaire dans la construction du monde, de notre monde. Tes yeux écarquillés, mon enfant, pleurent dans le silence! Education! “A educação não é importante nem prioritária. A educação é vital! Vital para as nossas araras, para as nossas madeiras, para a nossa água doce, e, sobretudo, para a nossa gente.” Silvana Michele Ramos Universidade Federal do Pará - UFPA - Ananindeua - PA Antes de o sol surgir por entre as árvores de copa vasta e úmida, eles despertam. Nomes não importam; eles não têm ainda a Certidão de Nascido Vivo. Natos ali mesmo, recônditos na mata, estão literalmente, à margem. Do rio e da civilização. São apenas eles, e, depois de comerem açaí com farinha, saem em canoinhas, ganhando os afluentes e alcançando a grande baía, por onde passam os barcos e navios com viajantes que lhes atiram esmolas em sacos plásticos. E, quando algumas trouxinhas ameaçam submergir nas águas barrentas, o alvoroço deles para alcançá-las antes disso mostra que existe algo afundando junto com os trapos e sapatos velhos contidos ali: a dignidade. Seus pais trabalham extraindo palmito dos açaizeiros para vender. É um trabalho hercúleo, e a recompensa, parca, além de ser mister sacrificar a palmeira para retirar o palmito. Mas, vez ou outra, algum estranho aparece e paga muito bem para eles subirem em alguma árvore e capturarem uma aranha ou uma folha qualquer. Eles ficam satisfeitos se isto acontece, pois sabem que aquele mês será farto, e até se oferecerem para tal serviço em barcos e navios. E, falando em navios, eles, outro dia, não entenderam o porque de os tripulantes de um petroleiro estarem coletando barris de água na calada da noite. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 353 Eles moram em taperas onde não há luz, fogão ou geladeira. Vendo-os, tem-se a exata noção de como era a vida nos primórdios do descobrimento do Brasil. Cinco séculos depois de estradas terem sido abertas, de o inferno verde ter sido colonizado e de se ter descoberto que ele continha ouro, remédios, cosméticos e borracha, eles desconhecem os benefícios do progresso. Não lhes foi facultado o direito de escolher o destino que seguiriam. Talvez eles estranhassem livros; talvez fosse penoso incutir em suas cabeças a complexa trama em torno daquela árvore cujas folhas eles venderam. Mas eles precisam ter escolha. Precisam ter ciência de que o que é vendido é a sua amazônica essência. Para nós outros, à direita e abaixo no mapa, urge perceber que eles são, afinal, nós, e que, para que deixem de ser eles e se tornem cidadãos, está mais que na hora de dar a contrapartida, sobretudo se ela equivale a frutas com sabor de royalties e a peixes que provêm proteínas e patentes. Precisamos de educação para ter consciência de que a biodiversidade é o nosso único bem inegociável. Podemos vendê-la por um mísero real, como eles, no auge de sua ignorância e de seu desamparo, estão fazendo. Mas também podemos negociá-la de forma sábia para que ela se converta em desenvolvimento e em capacitação, lampejos de luz na sombria, úmida e cobiçada floresta. Somente através da educação que gere autonomia de pensamento e de opinião, este círculo vicioso que sempre remete à miséria e à falta de perspectivas poderá ser verdadeiramente rompido. A educação não é importante nem prioritária. A educação é vital! Vital para as nossas araras, para as nossas madeiras, para a nossa água doce, e, sobretudo, para a nossa gente. Pois, a cada criança que se perde na ignorância e na ausência de senso crítico, a cada folha que sai da colossal árvore e embarca clandestinamente num avião qualquer, empobrecemo-nos mais. No bolso, na biodiversidade, na alma. E o que será de nós quando isto chegar ao fim? Que será de nós, caboclos sem rios, sem mata, sem nada? _____________________ “Education isn’t important nor a priority. Education is vital! Vital for our macaws, for our woods, for our fresh waters, and above all, for our people.” They wake up before the sun appears from between the trees of vast and humid crowns. Names don’t matter; they don’t have the Born Alive Certificate yet. Innate right there, hidden in the woods, they are literally at the margin. Of the river and civilization. There are just them, and, after they have eaten açaí-fruit with flour, they leave on little canoes, gaining the tributaries and reaching the great bay, through which the large 354 Unesco--•--Folha Dirigida boats and ships pass with travelers throwing them alms inside plastic bags. And when some small bundles threat to sink into the muddy waters, their commotion to reach them before it happens shows that there is something else sinking with the rags and old shoes contained there: dignity. Their fathers work extracting palm hearts at the açaí plantations to sell. It is a Herculean job, and the reward, meager, in addition of being necessary to sacrifice the palm tree to take its heart. But, occasionally, some stranger appears and pays them very well to climb a tree and capture a spider or some leaf. They are satisfied when that happens, for they know they will have a bounteous month, they even offer such services on boats and ships. And talking about ships, they didn’t understand why the crewmembers of an oil ship were collecting barrels of water in the dead of night one of these days. They live in abandoned ruined villages with no electric power, oven, or fridge. Seeing them, we have the exact notion of how life was in the primordial times of Brazil’s discovery. Five centuries later, after roads were opened and the green hell was colonized and revealed it had gold, medicine, cosmetics, and rubber, they still ignore the benefits of progress. They weren’t given the right to choose a destiny to pursue. Perhaps they found books strange; maybe it was painful to instill in their heads the complex plot about that tree, which leaves they sold. But they need to have a choice. They need to be aware that what is sold is their Amazonian essence. For the rest of us, living to the right and down the map, it is pressing to perceive that after all, they are we. And in order to give up being them and become citizens, it is more than time to compensate them, especially if it is equivalent to fruits tasting after royalties and fish that offer proteins and patents. We need education to become aware that biodiversity is our only non-negotiable good. We can sell it for an insignificant Real, like they are doing in the height of their ignorance and abandonment. But we could also negotiate it in a wise way to convert them into development and qualification - flashes of light into the somber, humid, coveted forest. Only through education that manages thinking and opinion autonomy, this vicious circle that always remits to misery and lack of perspectives will be really broken. Education isn’t important nor a priority. Education is vital! Vital for our macaws, for our woods, for our fresh waters, and especially, for our people. Because for every child lost in ignorance and for the lack of critical sense, for each leaf that leaves the colossal tree and embarks clandestine in some plane, we become poorer. In our pockets, our biodiversity, in our souls. And what will we become when it comes to the end? What will we become, acculturate people without rivers, without woods, without anything? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 355 “L’éducation n’est ni importante, ni prioritaire. L’éducation est vitale! Vitale pour nos perroquets, pour nos bois, pour notre eau douce, et surtout, pour notre peuple.” Avant que le soleil se lève entre les arbres au ramage grand et humide, ils se réveillent. Peu importe leurs noms ; ils n’ont pas encore le Certificat de Né Vivant. Nés là même, cachés dans la forêt, ils sont littéralement en marge. Du fleuve et de la civilisation. Ils sont eux seulement et, après avoir mangé de l’acaí (fruit d’un palmier) avec de la farine, ils partent en canoës, rejoignant les affluents et atteignant la grande baie, où passent les bateaux et les navires avec des voyageurs qui leur lancent une aumône dans des sacs en plastique. Et, quand quelques paquets menacent de submerger dans les eaux boueuses, leur agitation pour les atteindre montre, avant cela, qu’il existe quelque chose qui se noie avec les guenilles et les vieilles chaussures contenues ici: la dignité. Leurs parents travaillent dans l’extraction du palmito des arbres d’açais pour les vendre. C’est un travail herculéen, et la récompense, en plus d’avoir besoin de sacrifier le palmier pour en retirer le palmito. Mais, de temps en temps, un étranger apparaît et les paie très bien pour qu’ils montent sur un arbre et capturent une araignée ou une feuille quelconque. Si cela arrive, ils sont satisfaits, car ils savent que ce mois-ci sera abondant, et s’offrent même pour tel service dans des bateaux et des navires. Et en parlant de navires, eux, l’autre jour, n’ont pas compris pourquoi le personnel de bord d’un pétrolier recueillait des barils d’eau dans le silence de la nuit. Ils habitent dans des maisons abandonnées où il n’y a pas de lumière, ni cuisinière ni réfrigérateur. En les voyant, on a l’exacte notion de comment était la vie au début de la découverte du Brésil. Cinq siècles après que les routes aient été ouvertes, que l’enfer vert ait été colonisé et d’avoir découvert qu’il contenait de l’or, des médicaments, des cosmétiques et du caoutchouc, ils méconnaissent les bénéfices du progrès. On ne leur a pas appris le droit de choisir le destin qu’ils suivraient. Peut-être trouveraient-ils étrange des livres ; peut-être serait-ce pénible suggérer dans leurs têtes la trame complexe autour de tel arbre dont ils vendaient les feuilles. Mais ils avaient besoin d’avoir le choix. Ils ont besoin d’avoir la science que ce qui est vendu est leur essence amazonienne. Pour nous autres, à droite et en bas de la carte, il est urgent de percevoir qu’ils sont, en fin de compte, nous, et que, pour qu’ils ne soient plus eux et deviennent des citoyens, il est plus que l’heure de donner la contrepartie, surtout si elle équivaut à des fruits à la saveur de royalties et à des poissons qui produisent protéines et patentes. Il nous faut l’éducation pour avoir conscience que la biodiversité et notre unique bien négociable. Nous pouvons la vendre pour un misérable réal, comme ils le font, à l’apogée de leur ignorance et de leur abandon. Mais nous pouvons aussi la négocier de forme sage pour qu’elle se convertisse en développement et en habilitation, éclairs de lumière dans l´obscurité, humide et la forêt si convoitée. C’est seulement au travers 356 Unesco--•--Folha Dirigida de l’éducation, qui génère autonomie de pensée et d’opinion, que ce cercle vicieux qui revient toujours à la misère et au manque de perspectives pourra être véritablement rompu. L’éducation n’est ni importante, ni prioritaire. L’éducation est vitale! Vitale pour nos perroquets, pour nos bois, pour notre eau douce, et surtout, pour notre peuple. Car, à chaque enfant qui se perd dans l’ignorance et dans l’absence de sens critique, à chaque feuille qui sort de l’arbre colossal et qui embarque clandestinement dans n’importe quel avion, nous nous appauvrissons plus. Dans le portefeuille, dans la biodiversité et dans l’âme. Et que sera-t-il de nous quand cela arrivera à la fin? Que sera-t-til de nous, indigènes sans fleuves, sans forêt, sans rien? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 357 “Lembre-se que a Educação possui em si mesma a arte de criar, é um alimento que propicia o desenvolvimento de outras ações. Ela tem que ser e não parecer ser.” Silvério Fernandes Borges Universidade Federal Fluminense – UFF - Saquarema - RJ Encontrava-se o jovem Polata refletindo sobre o papel da Educação quando deparou com seu mestre a contemplar uma colméia alojada sobre uma pequena coluna jônica. Setarcos, percebendo a presença do discípulo, levanta-se e o convida a um passeio dialógico entre as árvores e o frescor da relva, hábito este desenvolvido por ambos nos últimos oito anos. – Jovem Polata, algo o incomoda?– abordou o grande Setarcos. – Sim, mestre. Tenho tido dúvidas e incertezas. Aprofundei meus estudos sobre a arte de bem governar; construí idealmente a melhor das sociedades. Entretanto – balbuciou Polata - não sei que grau de importância ou prioridade daria à Educação neste meu Estado ideal. – Polata – retrucou o mestre – percebo em ti uma intensa vontade de construir modelos que dêem conta de uma relação harmoniosa entre governantes e governados. Admiro a relevância com que tratas o tema Educação. Entretanto, esta não deve ser vista como uma mercadoria qualquer. Todo ensinamento deve servir para desencadear novos conhecimentos. Lembre-te que a Educação possui em si mesma a arte de criar, é um alimento que propicia o desenvolvimento de outras ações. Ela tem que ser e não parecer ser. Que importância eu daria à Educação? Quem sabe este problema esteja na pergunta, e não na resposta? Observa teu próprio corpo e diz o que é mais importante nele, por exemplo, a tua mão direita ou tua mão esquerda? – A mão direita, mestre, pelo fato de ser destro e a utilizá-la com muito mais intensidade. – Pois bem, Polata. Dê prioridade à tua mão direita, desleixando-te da mão esquerda e perceberás com o tempo o equívoco cometido. Concluirás que ambas são fundamentais. A sabedoria popular nos ensina que uma mão lava a outra, e as duas juntas transformam o mundo. – Concordo, amado mestre. – Observa esta colméia – apontou o mestre – cada abelha sabe o seu papel, pois foi educada para tal fim; todas se reconhecem e têm a percepção de pertencimento perante o grupo. Não se nota aí, entre estas abelhas, quem é melhor ou menos importante. 358 Unesco--•--Folha Dirigida O que é mais importante para esta colméia, Polata? – Compreendi aonde queres chegar. O mais importante é o todo; o prioritário é o pleno. O que deve prevalecer é o conjunto, não necessariamente a soma das partes. O fim último deve ser a harmonia, o equilíbrio deste conjunto. Obrigado, mestre. Grato estou por mais este ensinamento. E se retiraram, cada qual pelo seu caminho... _____________________ “Don’t forget that Education has in itself the art of creation, it is a nourishment that propitiates the development of other actions. It has to be, not seem to be.” There was the Young Polata reflecting about Education’s role when he met his master contemplating a hive on top of a small Ionian column. Setarcos, noticing the presence of his disciple, gets up and invites him for a walk by the trees and the lawn’s freshness, a habit both of them developed in the past eight years. – Young Polata, is something bothering you? – approached the great Setarcos. – Yes, master. I have been having doubts and facing uncertainties. I deepened my studies about the art of governing well; I have built the best of societies. However – stammered Polata – I don’t know what degree of importance or priority I would give to Education in this ideal State of mine. – Polata – retorted the master – I sense in you a great will to build models to reach a harmonious relation between governors and governed. I admire the relevance with which you treat the issue Education. However, this shouldn’t be seen as any other merchandise. All teachings should serve to unleash new knowledge. Don’t forget that Education has in itself the art of creation, and it is nourishment that propitiates the development of other actions. What importance would I give to Education? Who knows the problem lies in the question and not in the answer? Observe your own body and say what is more important to it, for example, your right hand or your left hand? – The right hand, master, as I am right-handed and use it more intensely. – Very well, Polata. Give priority to your right hand, neglecting your left hand and with time, you will notice the mistake you committed. You will conclude both are fundamental. Popular knowledge teaches us that one hand washes the other and both of them transform the world. – I agree, beloved master. – Observe this hive – pointed the master – each bee knows its role, as each one of them was educated for a purpose; they recognize each other and have the perception Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 359 of belonging to the group. You can’t observe which one is better or less important among these bees. What is most important to this hive, Polata? – I understood where you wanted to get to. The most important is the whole; priority is whole. What should prevail is the body, not necessarily the sum of the parts. The goal should be harmony, the balance of the whole. Thank you master. I am thankful for yet another learning. And they parted, each to his path… _____________________ “Rappelle-toi que l’Education possède en elle-même l’art de créer, c’est un aliment qui rend propice le développement d’autres actions. Elle doit être et non paraître être.” Le jeune Polata était en train de réfléchir sur le rôle de l’Education quand il se trouva devant son maître à contempler une ruche logée sur une petite colonne onique. Setarcos, s’apercevant de la présence du disciple, se leva et l’invita à une promenade pour dialoguer, entre les arbres et la fraîcheur du gazon, habitude qu’avaient prise tous deux ces dernières huit années. – Jeune Polata, quelque chose te dérange?– aborda le grand Setarcos. – Oui, maître. J’ai des doutes et des incertitudes. J’ai approfondi mes études sur l’art de bien gouverner ; j’ai construit idéalement la meilleure des sociétés. Cependant – balbutia Polata – je ne sais pas quel degré d’importance ou de priorité je donnerais à l’Education dans mon Etat Idéal. – Polata – rétorqua le maître – je perçois en toi une intense volonté de construire des modèles qui puissent former un rapport harmonieux entre gouvernants et gouvernés. J’admire l’importance avec laquelle tu traites le thème Education. Toutefois, celle-ci ne doit pas être vue comme n’importe quelle marchandise. Tout enseignement doit servir à déclencher de nouvelles connaissances. Rappelle-toi que l’Education possède en ellemême l’art de créer, c’est un aliment qui rend propice le développement d’autres actions. Elle doit être et non paraître être. Quelle importance donnerais-je à l’Education? Qui sait ce problème est une question, et non une réponse? Observe ton propre corps et dit ce qui est plus important en lui, par exemple, ta main droite ou ta main gauche? – La main droite, maître, car je suis droitier et je l’utilise avec beaucoup plus d’intensité. – Bien, Polata. Donne priorité à ta main droite, négliges ta main gauche et tu t’apercevras avec le temps l’erreur commise. Tu concluras que toutes les deux sont 360 Unesco--•--Folha Dirigida fondamentales. La sagesse populaire nous apprend qu’une main lave l’autre, et les deux ensembles transforment le monde. – Je suis d’accord, maître aimé. – Observe cette ruche – montra le maître – chaque abeille connaît son rôle, car elle a été éduquée pour cela ; toutes se reconnaissent et ont la perception d’appartenance au groupe. On ne note pas là, parmi ces abeilles, qui est la meilleure ou la moins importante. Ce qui est plus important pour cette ruche, Polata? – J’ai compris où tu veux arriver. Le plus important est le tout ; le prioritaire est le plein. Ce qui doit prévaloir est l’ensemble, pas nécessairement la somme des parties. Le but final doit être l’harmonie, l’équilibre de cet ensemble. Merci, maître. Je vous suis reconnaissant d’avoir appris encore un peu plus. Et il se retirèrent, chacun sur son chemin... Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 361 “Educação é dever/ De quem está no poder/ Para o País desenvolver/ Educação é crescer” Simone Alves Silva Centro Universitário de Caratinga – UNEC - Santana do Paraíso - MG O que é educação? Educação é prioridade No campo ou na cidade Não importa a idade Educação é integridade. Educação é direito Chama que arde no peito Para o mundo perfeito Educação é conceito. Educação é dever De quem está no poder Para o País desenvolver Educação é crescer. Educação é ação Do povo a proteção Contra a corrupção Educação é reação. Educação é perseverança No presente confiança Para o futuro herança Educação é mudança. Educação é união Professores em ação Alunos em integração Educação é solução. 362 Unesco--•--Folha Dirigida “Education means the duty/ Of those who have power/ For the development of the country/ Education means growing” What is education? Education means priority In the country or in the city It doesn’t matter your age Education means integrity. Education means rights A flame that burns in the chest To the perfect world Education means concept. Education means the duty Of those who have power For the development of the country Education means growing. Education means action The people’s protection Against corruption Education means reaction. Educations means perseverance Trust in the present Inheritance for the future Education means change. Education means union Teachers in action Students in interaction Education means solution. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 363 “Education est devoir/ De celui qui est au pouvoir/ Pour que le Pays se développe/ Education c’est croître” Qu’est-ce que l’éducation? Education est priorité A la campagne ou à la ville Peu importe l’âge Education est intégrité. Education est droit Flamme qui chauffe le cœur Pour le monde parfait Education est concept. Education est devoir De celui qui est au pouvoir Pour que le Pays se développe Education c’est croître. Education est action La protection du peuple Contre la corruption Education est réaction. Education est persévérance Au présent confiance Pour l’avenir héritage Education est changement. Education est union Professeurs en action Elèves en intégration Education est solution. 364 Unesco--•--Folha Dirigida “Educação. Para que os que nela achar significado tornem-se bons e os sucessores ainda melhores, formando um ciclo de excelência, elo com um mundo ideal.” Sócrates Simões Ramos Faculdade Sumaré - São Paulo - SP Deixem a criança correr, brincar, comer terra ou chocolate; é prioritário à sua infância, é determinante às suas fantasias. Que nos passos estreitos e nos sorriso maroto fique estampada a alegria de ver o mundo por seu prisma, independente de ser ele a “Terra do Nunca” ou o “País das Maravilhas”. As fadas madrinhas sejam ainda as mais belas e a bruxa de nariz enorme e verruga na ponta morra no final dos contos, como de praxe, surpreendente só a eles. Em seus ouvidos soem belas canções, cercadas de virtude, sem pensamentos dissonantes. Seja extirpada a intenção de apagar infâncias através de melodias torpes e versos sujos. No crescimento do “homenzinho” ou no da “princesinha” estabeleça-se à identidade com sua “Pátria Mãe Gentil”, o preceito ético de respeito ao mais velho e a supervalorização da amizade, mais que o ouro ou qualquer jóia. Por Deus, não os deixem longe da escola, nem que se afastem dela, que não se apague a chama que vacila em acender. Que saibam honrar seus mestres, sejam amantes da pura arte e não desanimem por nada. Vimos mestres enfadados, talvez perderam o prazer pela educação, o sonho de ver o mundo melhor, de codificá-la como a base para um cidadão, o divisor de águas para a formação de um sábio. De certo que não surgirão outros Sócrates ou Sigmund Freud, estes, singulares. Virão melhores, piores, o futuro está nas mãos deles, os do passado mudaram histórias, os do presente traçarão o futuro. A imaginação sempre vai longe, às vezes perde o rumo, precisa de bússola, anseia a educação. Sem ela os pensamentos lançar-se-iam ao vento, como de loucos. Educação. Para que os que nela achar significado tornem-se bons e os sucessores ainda melhores, formando um ciclo de excelência, elo com um mundo ideal. Não há nada mais igual no mundo que o potencial de intelecto, o desejo sobrehumano de harmonia com a natureza e a esperança de termos chefes de Estado atentos ao povo, de verdade, sem hipocrisia. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 365 A luz no fim do túnel está cada vez mais forte, ao nosso alcance, na antologia de milhares de pequeninos sentados em carteiras, inteiras ou quebradiças, virão dali as melhorias. Sejam todos movidos pela importância da educação, do Sul ao Norte, da América à Oceania, do branco ao negro. Que a gota de serenidade num mar de incertezas venha dela, e que seja edificante num mundo angustiado com o terror e tirano com o meio ambiente. Nossa necessidade é iminente. _____________________ “Education. For those who find meaning in it, to become good and their successors even better, forming a cycle of excellency, a link with the ideal world.” Let the children run, play, eat soil or chocolate; it is a priority to their childhood, it is determinant to their fantasies. May the joy of seeing the world through their prism be imprinted in their narrow steps and mischievous smiles, regardless if their world is Neverland or Wonderland. May the fairies be even more beautiful and the witches with huge noses and a ward on the tip die in the end of the stories, as usual, surprising only them. May all beautiful songs, surrounded by virtue, sound in their ears with no dissonant thoughts. May the intention of erasing childhoods through sordid melodies and dirty verses be extirpated. May the identity of the big boy or the little princess with their “Gentle Motherland” be established, let the ethic precept of respect for the older and the super valorization of friendship be more than gold or any jewel. For God’s sake, don’t keep them away from school, nor stray away from school, may the flame that flickers to go on never go out. May they know how to honor their masters, be lovers of pure art and don’t give up for anything. We see bored masters; perhaps they lost the pleasure for education, the dream of seeing the world better, of codifying education as a basis to a citizen, the divide to the shaping of wise men. Certainly there won’t be other Socrates or Sigmund Freud, they were unique. There will be better ones, worse ones; the future is in their hands. The ones of the past changed histories; those of the present will trace the future. Imagination always goes far, sometimes it loses track, needs a compass, and longs for education. Without education, thoughts would be thrown in the wind, like those of the mad. 366 Unesco--•--Folha Dirigida Education. For those who find meaning in it to become good and their successors even better, shaping a cycle of excellence, a link to the ideal world. There is nothing more equal in the world that the potential of the intellect, the superhuman longing for harmony with nature and the hope we have in the leaders of State who are truly attentive to the people, with no hypocrisy. The light at the end of the tunnel is getting brighter and brighter, at our reach, in the anthology of thousand of small ones sitting at desks, whole or broken desks, improvements will come from there. May all of them be moved by the importance of education, from south to north, from America to Oceania, from the white to the black. May the drop of serenity in a sea of uncertainties come from education, and may it be edifying in a world anguished with terror and tyrant with the environment. Our need is imminent. _____________________ “Education. Pour ceux qui trouvent en elle une signification, ils deviennent bons et les successeurs meilleurs encore, formant un cycle d’excellence, lien avec un monde idéal.” Laissez l’enfant courir, jouer, manger de la terre ou du chocolat ; c’est prioritaire à son enfance, c’est déterminant à ses fantaisies. Que nos pas étroits et nos sourires malicieux affichent la joie de voir le monde par son prisme, indépendamment d’être la “Terre du Jamais” ou le “Pays des Merveilles”. Que les fées protectrices soient les plus belles et la sorcière au nez énorme et à la verrue sur la pointe meurt à la fin des contes, comme de coutume, surprenant seulement pour eux. A leurs oreilles sonnent de belles chansons, entourées de vertu, sans pensées dissonantes. Que soit extirpée l’intention d’éteindre les enfances au travers de mélodies répugnantes et des vers sales. Dans la croissance du “petit homme” ou de la “petite princesse” s’établit l’identité avec “Gentille Patrie Mère”, le précepte éthique de respect envers le plus vieux et la super valorisation de l’amitié, plus que l’or ou n’importe quel bijou. Pour Dieu, ne les gardez pas loin de l’école, qu’ils ne s’en éloignent pas, que la flamme qui oscille en s’allumant ne s’éteigne pas. Qu’ils sachent honorer leurs maîtres, qu’ils soient amants d’art pur et ne se découragent pas pour rien. Nous avons vu des maîtres irrités, peut-être ont-ils perdu le plaisir pour l’éducation, le rêve de voir le monde meilleur, de la codifier comme la base pour un citoyen, le diviseur d’eaux pour la formation d’un sage. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 367 Certainement ne surgiront pas d’autres Socrate ou Sigmund Freud, ceux-ci singuliers. Il en viendra de meilleurs, des pires, l’avenir est entre leurs mains, ceux du passé ont changé les histoires, ceux du présent traceront l’avenir. L’imagination va toujours loin, parfois elle perd la direction, a besoin d’une boussole, désire l’éducation. Sans elle les pensées seraient jetées au vent, comme celles de fous. Education. Pour ceux qui trouvent en elle une signification, ils deviennent bons et les successeurs meilleurs encore, formant un cycle d’excellence, lien avec un monde idéal. Il n’y a rien de plus égal au monde que le potentiel de l’intellect, le désir surhumain d’harmonie avec la nature et l’espoir d’avoir des chefs d’Etat attentifs au peuple, vraiment, sans hypocrisie. La lumière à la fin du tunnel est chaque fois plus forte, à notre portée, dans l’anthologie de milliers de tout petits assis sur les cartables, entiers ou déchirées, de là viendront les améliorations. Qu’ils soient tous inspirés par l’importance de l’éducation, du Sud au Nord, de l’Amérique à l’Océanie, du blanc au noir. Que la goutte de sérénité dans une mer d’incertitudes vienne d’elle, et qu’elle soit édifiante dans un monde angoissé par la terreur et tyran de l’environnement. Notre nécessité est imminente. 368 Unesco--•--Folha Dirigida “Importante ou prioritária? Sendo raiz e fruto, a educação é inerente à humanidade, portanto necessária...” Solinéia Brandão Pompermayer Universidade Federal do Espírito Santo - Serra - ES Educação fragilizada educação. À mercê das prosopopéias e falácias, à mercê dos pêndulos oscilatórios e caóticos dos ous, à mercê dos discursos conciliadores e ecléticos dos pensamentos holísticos e totalizantes e das técnicas fragmentadas. Infeliz a educação que tenha que se sujeitar a esta pergunta, que, para acessar um foco se faz necessário que outros focos fiquem na penumbra. Mas, é preciso esclarecer que não é o caso da questão aqui colocada, pois há de se convir que o fato de ser prioritária, já implica, justamente, o fato de ter sido considerada importante antecipadamente. Pois senão caímos numa contradição óbvia a de como algo pode ser prioritário e não ter importância? Diante disso, como chegaremos às respostas que mais nos aproximem de um real realizável, coerente e possível, senão fazemos as perguntas corretamente? Fragilizada educação? E de que educação digo? Da educação que pode ser consumida pelas técnicas de destruição? Da educação que nos educa em função das ideologias? As quais, temos que des-educar para respirar a alteridade de outras possibilidades de educações que possam vir se realizar e promovam o ser humano na sua humanidade. Educação não produz homens, ela os reproduz. Homens e mulheres produzem educação, ela é práxis, sendo laboro do ethos, corresponde aos valores da realidade, a qual pertence. E, então, a pergunta que talvez nos encaminhe a renovar os dois polos, pergunta que nos encaminhe para uma idéia que nos faça refletir e passasse pela nossa responsabilidade seria: Homens e mulheres porque fazem a educação que fazem? Qual o sentido e finalidade da educação que querem construir? Importante ou prioritária? Sendo raiz e fruto, a educação é inerente à humanidade, portanto necessária, penso eu. Como objeto do sujeito de reprodução, isto é do homem, é sujeita as condicionantes e determinantes de cada etapa de sua civilização. Importantes são homens e mulheres. Mulheres e homens são prioritários, na medida em que o que fazem da educação passe do simples processo de absorver e reproduzir. À medida que estejam dispostos a fazer olhando com reciprocidade o outro. Reconheçam-se como partilhante dos processos de envolvimento. Somente envolvidos po- Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 369 demos des-envolver, e somente comprometidos podemos pensar a educação que queremos e merecemos ter. Se a educação é um dos possíveis reflexo nos espelhos pelo qual estamos vendo a nossa humanidade, a questão que se impõe não é pensar que o espelho esteja sofrendo efeitos distorcidos, e nem pensar que possamos alterar o refletido para atingir o objeto. É o contrário; mudando nossas relações humanas mudamos nossa educação. _____________________ “Important or a priority? Being root and fruit, education is inherent to humanity, therefore, necessary...” Education, broken education. At the mercy of the prosopopeias and fallacies, at the mercy of the oscillating and chaotic pendulums of the ous, at the mercy of conciliating and eclectic discourses of holistic and totalizing thoughts and of fragmented techniques. Unfortunate education that has to submit itself to such question, which, to achieve a goal makes it necessary that the other goals stay in the dark. But, it is necessary to clarify that it is not the case of the question stated here, for we have to agree that the fact of being a priority, already implies, justly, the fact of being considered important in advance. So then we fall into an obvious contradiction of how can something be a priority and have no importance? In the face of that, how will we get to the answers that most approach a realizable real, coherent, and possible, if we don’t make questions appropriately? Broken education? And what education am I talking about? About the education that can be consumed by destruction techniques? About the education that educates on behalf of ideologies? The educations from which we have to un-educate us in order to breathe the alterity of other possibilities of educations that may come true and promote the human being in its humanity. Education doesn’t produce men, it reproduces them. Men and women produce education, it is praxis, being a labor of the ethos, correspond to the values of reality, to which it pertains. So, then, the question that takes us to renew both poles, the question that directs us to an idea that makes us reflect and pass through our responsibility would be: men and women why do you make the education you make? What is the sense and purpose of the education you want to build? Important or a priority? Being root and fruit, education is inherent to humanity, therefore necessary, I think. 370 Unesco--•--Folha Dirigida Important are men and women. Women and men are priority, while what they make of education goes beyond the simple process of absorbing and reproducing. As they are ready to make it by looking their equals with reciprocity. Recognize each other as sharers of the processes of involvement. Only involved can we develop, and only compromised can we think the education we want and deserve to have. If education is one of the possible reflexes on the mirror through which we are seeing humanity, the question that arises is not thinking that the mirror is suffering distorted effects, nor thinking that we can alter the reflected to reach a goal. It is the opposite: by changing our human relations, we change our education. _____________________ “Importante ou prioritaire? Etant racine et fruit, l’éducation est inhérente à l’humanité, donc nécessaire...” Education fragilisée. A la merci des prosopopées et astuces, à la merci des pendules oscillatoires et chaotiques des ous, à la merci des discours conciliateurs et éclectiques des pensées holistiques et totalisantes et des techniques fragmentées. Malheureuse l’éducation qui doit se soumettre à cette question, qui, pour avoir accès à une cible il est nécessaire que d’autres cibles restent dans la pénombre. Mais, il faut dire clairement que ce n’est pas le cas du problème posé ici, car il faut convenir que le fait d’être prioritaire, implique déjà, justement, le fait d’avoir été considérée importante d’avance. Car sinon nous tomberions dans la contradiction évidente de comment quelque chose peut être prioritaire et ne pas avoir d’importance? Face à cela, comment arriverions-nous aux réponses qui nous rapprochent le plus d’un réel réalisable, cohérent et possible, si nous ne faisons pas les questions correctement? Education fragilisée? Et de quelle éducation je parle? De l’éducation qui peut être consommée par les techniques de destructions? De l’éducation qui nous éduque en fonction des idéologies? Lesquelles, nous devons déséduquer pour respirer l ‘alternance d’autres possibilités d’éducations qui peuvent venir se réaliser et promouvoir l’être humain dans son humanité. L’éducation ne produit pas les hommes, elle les reproduit. Hommes et femmes produisent l’éducation, c’est la pratique, étant le labeur du tempérament intérieur, correspond aux valeurs de la réalité, à laquelle elle appartient. Et, alors, la question qui peut-être nous conduit à renouveler les deux pôles, question qui nous conduit à une idée qui nous fasse réfléchir et passe par notre responsabilité serait: Hommes et femmes Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 371 pourquoi font-ils l’éducation qu’ils font? Quel est le sens et la finalité de l’éducation qu’ils veulent construire? Important ou prioritaire? Etant racine et fruit, l’éducation est inhérente à l’humanité, donc nécessaire, je pense. Comme objet du sujet de reproduction, ceci est de l’homme, est sujette aux conditionnantes et aux déterminantes de chaque étape de leur civilisation. Importants sont les hommes et les femmes. Femmes et hommes sont prioritaires, dans la mesure où ce qu’ils font de l’éducation passe du simple processus d’absorber et de reproduire. A mesure qu’ils seraient disposés à le faire regardant l’autre avec réciprocité. Ils se reconnaissent comme partageant les processus d’implication. Seulement lorsque nous sommes impliqués nous pouvons nous dés impliquer, et seulement lorsque nous sommes engagés nous pouvons penser à l’éducation que nous voulons et que nous méritons d’avoir. Si l’éducation est un des possibles reflets dans les miroirs dans lesquels nous voyons notre humanité, la question qui s’impose n’est pas de penser que le miroir a des effets de distorsion, ni penser que nous pouvons modifier le reflet pour atteindre l’objet. C’est le contraire ; en changeant nos rapports humains, nous changeons notre éducation. 372 Unesco--•--Folha Dirigida “Sem livros, nem giz... Simples educação de rua... Erguida de palafitas ou nem assim.” Thais Rodrigues Reis Universidade do Grande Rio – UNIGRANRIO - Duque de Caxias – RJ Educação sem consciência, Escrita em papel de pão Camuflada de esperança Acorrentando quem a tem Ausentando quem almeja Anos caminha sem vontade Em pernas e passos curtos... Sem livros, nem giz... Simples educação de rua... Erguida de palafitas ou nem assim Miragem de expectativas... Tão esquecida e iludida se diz existir. Palavra com significado abstrato Sem punho, sem pulsação, tão fraco. Prioridade em planos, comícios, leis. Lei do abandono, do tanto faz como tanto fez... Alimentam números mórbidos. Decai a cada ano... Falseia nossa moral Subestimam nossa inteligência... Piada nacional... Quiçá mundial? Teatro da ignorância... Um filme de ficção... Nação que ainda diz não a educação... Nos rotulam como custos... Povo sem vontade... Ainda vegetamos... O que importa é priorizar... Deixar de ganhar diploma de asnos Notar que o “probrema” persiste E que a estupidez não nos rende frutos. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 373 “Without books, nor chalk... Simple street education... Erected by stilt houses or not even so.” Education without conscience, Written on bread paper Disguised as hope Enchaining who has it Absenting those who yearn Walking without will In short legs and steps... Without books, nor chalk... Simple street education... Erected by stilt houses or not even so Mirages of expectations... So forgotten and deceived they say to exist. Word of abstract meaning Without wrist, without pulse, so weak. Priority in plans, campaigning, laws. Laws of abandonment, it didn’t make nor does difference... Nourishes morbid figures. Decays more each year… perverts our moral They underestimate our intelligence... National joke... Perhaps worldwide? Theater of ignorance... A fiction film... Nation that still says no to education... We are labeled as costs... People with no will… we still vegetate... What matters is to prioritize... Not be given stupidity diplomas Notice that the problem persists And that stupidity doesn’t render results. 374 Unesco--•--Folha Dirigida “Sans livres, sans craie... Simple éducation de rue... Erigée de palafittes ou ni comme cela.” Education sans conscience, Ecrite sur le papier du pain Camouflée d’espoir Enchaînant celui qui l’a Absentant celui qui la désire Marche des années sans volonté A jambes et pas courts... Sans livres, sans craie... Simple éducation de rue... Erigée de palafittes ou ni comme cela Mirage d’expectatives... Si oubliée et pleine d’illusions se dit exister. Mot à la signification abstraite Sans poignet, sans pouls, si faible. Priorité dans les plans, assemblées, lois. Loi de l’abandon, du tampis... Alimentent des chiffres morbides. Se dégrade chaque année... Fausse notre moral Sous-estiment notre intelligence... Plaisanterie nationale... Qui sait mondiale? Théâtre de l’ignorance... Un film de fiction... Nation qui dit encore non à l’éducation... Nous classent comme des coûts... Peuple sans volonté...Nous végétons encore... Ce qui importe et de rendre prioritaire... Ne plus avoir des diplômes d’ânes Noter que le “problème” persiste Et que la stupidité ne nous donne pas de fruits. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 375 “A educação deve ser vista como uma prioridade e o povo brasileiro deve lutar para colocar esse projeto em prática, fazendo da educação um orgulho nacional.” Vânia Gato Medeiros Universidade do Estado do Pará – UEPA - Belém – PA O Brasil é um país que tem muito orgulho de suas riquezas naturais, do carnaval e do futebol. Mas, como todo país em desenvolvimento, ainda tem um longo caminho a percorrer para poder orgulhar-se de outras coisas, como as condições de emprego, moradia, e, principalmente, educação do povo brasileiro. Estamos “em desenvolvimento” há bastante tempo e não é difícil imaginar por quê. Não adianta ser um país de muitas vantagens e poucas oportunidades. Os brasileiros não conseguem transformar o Brasil em um país melhor porque não têm qualificação para isso. A educação, que é base para uma mão-de-obra qualificada, está num estado tão crítico que precisa de medidas de emergência para torná-la acessível aos cidadãos. Priorizá-la é o primeiro passo. Enquanto os países desenvolvidos reclamam do mercado competitivo demais porque há profissionais extremamente qualificados, a grande maioria do povo brasileiro nunca sentou na frente de um computador. Internet então... É um sonho distante. É o “analfabetismo digital” tomando conta do Brasil, além dos 16 milhões de analfabetos no país. E quem vive na era digital e não sabe lidar com a tecnologia, dificilmente conseguirá um bom lugar no mercado de trabalho. Conseguir emprego no Brasil não é muito fácil. Conseguir profissionais qualificados é muito mais difícil. Cada vez mais se exige saber falar outra língua fluentemente, saber lidar com internet, e-mail, sites... Alguns têm que recorrer a cursos no exterior para melhorar seu currículo. Mas e quem não tem condições para isso e depende do ensino público para ser um bom profissional? O povo sem educação é um povo que não consegue ter discernimento para votar nas pessoas certas, deixando-se influenciar facilmente com promessas de emprego, ou troca de votos por dinheiro, cestas básicas, etc. E aí pessoas erradas são eleitas e agem de acordo com seus próprios interesses, fazendo com que o país não cresça e não deixe ninguém crescer. Assim forma-se um ciclo vicioso que só será quebrado quando o povo tiver uma educação melhor. No país que detém o maior índice de repetência da América Latina, a priorização da educação começa desde a mudança da infra-estrutura das escolas, que não tem bibliotecas incrementadas, nem acesso à internet; passando pela qualificação dos professo- 376 Unesco--•--Folha Dirigida res e até mudanças nos recursos didáticos, incentivando a leitura e tornando o ensino algo prazeroso e divertido. É preciso também ter a consciência de que a alfabetização não é apenas saber escrever o próprio nome e decifrar as letras, e sim entender, interpretar o que está escrito em um texto, saber elaborar idéias e escrevê-las, ser um formador de opinião. Deve-se incentivar a alfabetização de adultos e não esquecer que os deficientes visuais, auditivos e físicos também merecem educação de qualidade. Considerar a educação importante é algo indiscutível, mas isso não basta para melhorar o ensino no Brasil. A educação deve ser vista como uma prioridade e o povo brasileiro deve lutar para colocar esse projeto em prática, fazendo da educação um orgulho nacional. _____________________ “Education should be seen as a priority and the Brazilian people should fight to put this project into practice, making of education a national pride.” Brazil is a country that is very proud of its natural riches, of its carnival and soccer. But, like any other developing country, it still has a long way to go in order to be proud of other things, as the conditions of employment, housing, and especially, education of the Brazilian people. We are “developing” for a long time and it isn’t hard to imagine why. It doesn’t help being a country of many advantages and few opportunities. The Brazilians can’t change Brazil into a better country because they aren’t qualified to do so. Education, which is the basis for a qualified labor, is in such a critical state that it needs emergency measures to make it available to its citizens. Making it a priority is the first step. While developed countries complain about their excessively competitive market because there are extremely qualified professionals, great majority of the Brazilian people has never sat before a computer. Not to mention the Internet… it is a distant dream. This is the “digital illiteracy” taking Brazil over, in addition to the 16 million illiterate in the country. And those who live in the digital age and don’t know how to deal with technology will hardly find a good placement in the employment market. Finding a job in Brazil isn’t very easy. Finding qualified professionals is even harder. More and more, speaking another language fluently is in demand, knowing to use the Internet, e-mails, sites… Some have to resort to courses abroad to improve their resumes. But what about those who can’t afford it and depend on the public education to become good professionals? Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 377 A people without education is a people that isn’t able to discern to vote on the right people, being easily influenced by employment promises or exchange of votes for money, basic food baskets, etc. And in that way, wrong people are elected and act according to their own interests, hindering the country’s growth and don’t letting anyone grow. In that way, a vicious circle is formed that will only be broken when people are given a better education. In the country presenting Latin America’s highest repetition rates, prioritizing education starts with changing the school infrastructure, which doesn’t have incremented libraries nor Internet access, or teachers’ qualification and not even changes of the didactic resources in order to encourage reading and making learning something pleasurable and fun. It is also necessary to be aware that alphabetization isn’t only knowing how to write one’s own name and deciphering letters, but understanding and interpreting what is written in a text, know how to elaborate ideas and write them, be an opinion maker. Adult alphabetization should be encouraged and not forgetting that the visual, auditive and physical deficient also deserve quality education. Considering education important is incontrovertible, but it isn’t enough to improve education in Brazil. Education should be seen as a priority and the Brazilian people should fight to put this project into practice, making of education a national pride. _____________________ “L’éducation doit être vue comme une priorité et le peuple brésilien doit lutter pour mettre ce projet en pratique, en faisant de l’éducation un orgueil national.” Le Brésil est un pays qui est très orgueilleux de ses richesses naturelles, du carnaval et du football. Mais comme tout pays en voie de développement, a encore un long chemin à parcourir pour pouvoir être fier d’autres choses, comme les conditions d’emploi, l’habitation et, principalement, l’éducation du peuple brésilien. Nous sommes “en voie de développement” il y a pas mal de temps et il n’est pas difficile d’imaginer pourquoi. A quoi sert d’être un pays de beaucoup d’avantages et de peu d’opportunités. Les Brésiliens n’arrivent pas à transformer le Brésil en un pays meilleur car ils ne sont pas qualifiés pour cela. L’éducation, qui est la base de la maind’œuvre qualifiée, se trouve dans un état critique qui a besoin de mesures d’urgence pour la rendre accessible aux citoyens. Le premier pas est la rendre prioritaire. Tandis que les pays développés réclament tant du marché compétitif car il y a des professionnels extrêmement qualifiés, la grande majorité du peuple brésilien ne s’est 378 Unesco--•--Folha Dirigida jamais assise devant un ordinateur. Internet alors... C’est un rêve distant. C’est l’“analphabétisme digital” qui envahit le Brésil, outre les 16 millions d’analphabètes dans le pays. Et celui qui vit à l’ère digitale et ne sait pas se servir de la technologie, réussira difficilement une bonne place dans le marché du travail. Trouver du travail au Brésil n’est pas très facile. Trouver des professionnels qualifiés est encore plus difficile. Chaque fois plus, on exige de savoir parler une autre langue couramment, savoir se servir de l’Internet, e-mail, sites... Certains doivent avoir recours à des cours à l’étranger pour améliorer leur curriculum. Mais celui qui n’a pas les conditions pour cela et dépend de l’enseignement public pour être un bon professionnel? Le peuple sans éducation est un peuple qui n’arrive pas à avoir de discernement pour voter dans les personnes correctes, se laissant influencer facilement par les promesses d’emploi, ou d’échange de votes contre de l’argent, paniers de la ménagère, etc. Et alors les personnes erronées sont élues et agissent selon leurs propres intérêts, faisant que le pays n’a pas de croissance et ne laisse personne croître. Ainsi se forme un cercle vicieux qui ne pourra être rompu que lorsque le peuple aura une meilleure éducation. Dans le pays qui détient le plus grand taux de redoublement de l’Amérique Latine, l’action de rendre prioritaire l’éducation commence dès le changement de l’infrastructure des écoles, qui n’ont pas de bibliothèques bien achalandées ni accès à l’Internet ; en passant par la qualification des professeurs et même des changements de ressources didactiques, en encourageant la lecture et en rendant l’enseignement plaisant et amusant. Il faut aussi avoir la conscience que l’alphabétisation n’est pas seulement savoir écrire son propre nom et déchiffrer les mots, mais plutôt, comprendre, interpréter ce qui est écrit dans un texte, savoir élaborer des idées et les écrire, être un formateur d’opinions. Il faut encourager l´alphabétisation d’adultes et ne pas oublier les déficients visuels, auditifs et physiques, qui méritent aussi une éducation de qualité. Considérer l’éducation importante est quelque chose d’indiscutable, mais ceci ne suffit pas pour améliorer l’enseignement au Brésil. L’éducation doit être vue comme une priorité et le peuple brésilien doit lutter pour mettre ce projet en pratique, faisant de l’éducation un orgueil national. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 379 “É de vida que tenho sede e se é no saber que repousa um dos elementos interessantes da vida, então reitero minha exigência pela educação.” Verlan Valle Gaspar Neto Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF - Juiz de Fora - MG Educação e Esperança Nasci cru e é de luz que tenho sede. Tenho os sentidos dormentes e já não suporto mais não saber. Perguntaram-me hoje se eu acho que a educação é importante ou prioritária. Eu insisto em dizer que tenho sede e se me negam uma gota que seja já não sei o que será de mim. Não me neguem o sabor da descoberta e tão pouco abortem a esperança que se me anuncia. Dêem-me educação não para que eu seja imagem e semelhança dos que me oprimem, mas sim, para que eu possa debater tudo aquilo que me revolve n’alma. Por onde se estende o meu plácido olhar, antevejo o devir das questões que me consomem. Sou carne e pensamento, e habito os corpos de todos os que não sabem porque os que sabem lhes dominam. Não blasfemem contra a verdade santa: a educação e a liberdade caminham juntas. É pouco o que vos peço e é grande a sede que possuo. Que escravidão é essa a qual me submetem? Mundo, eu vos peço: serrai com as escolas os grilhões da ignorância e lançai ao movimento dos submissos uma chama de esperança. Sou humano na acepção franca da palavra e quero debater com meus semelhantes a possibilidade de sermos os profetas de nossas próprias vidas. Sei que há livros para ler e que em muitos deles está escrito o nosso passado de absurdos gloriosos. No entanto, para onde posso correr se é no analfabetismo que me encontro? Por que me negligenciam a beleza das palavras? Por que não me deixam apreciar o bailar das letras e a poesia das frases? Preciso de educação como quem necessita de um consolo. Não sou apenas tenra idade e expectativa de futuro. Sou mais que isso.Sou também o entardecer do ancião que por este mundo passou sem nunca ter sabido que tinha o direito de saber. Sem falar dos que são tidos como maduros e que servem de mão-deobra barata para as luxúrias de uma pequena parte do mundo. Não almejo luxúrias. Almejo dignidade e, para tanto, exijo educação. Alhures a qualquer indagação acerca de a educação ser importante ou prioridade, é na consciência dos que governam que deve residir o peso do egoísmo. A responsabilidade que se exige está pautada na desolação que acomete a maior parte de nossos semelhantes. Evite maquiar vossa face com o estridente sorriso do descaso. Isso diz respeito a todos nós. 380 Unesco--•--Folha Dirigida Dêem-nos escolas e livros. Dêem-nos lápis e borrachas. Dêem-nos cadernos sobre os quais possamos escrever, com nossas mãos calejadas de vida, a história de nossos dias. Dêem-nos informação e despertar de um mundo de sombras. Retirai-nos da caverna de que fala o filósofo. Não nos ocultai a reflexão que perpassa os arranjos que ordenam o mundo. Deixem-nos mexer nas estruturas. Muitos dizem que não possuímos capacidade. Eu digo que nos faltam oportunidades. Falta-nos educação. Não a dos bons modos, mas a que nos preenche de vida. É de vida que tenho sede e se é no saber que repousa um dos elementos interessantes da vida, então reitero minha exigência pela educação. Importante e prioritária, é ela quem me possibilitará esboçar pelos caminhos que percorrer o belo sorriso de ser aprendiz. Quero me chamar homem e, por extensão, esperança. _____________________ “I am thirsty for life and if it is in knowledge that lies one of life’s interesting elements, so I reiterate my demand for education.” Education and Hope I was born raw and my thirst is for light. My senses are numb and I can no longer stand not knowing. I was asked today whether I thought education was important or a priority. In insist on saying that I am thirsty and if I am denied at least a drop, I don’t know what will become of me. Don’t deny me the taste of discovery and neither abort the hope that announces itself to me. Give me education not for me to be image and equal to those oppressing me, but so that I am able to debate all what revolves in my soul. Everywhere my placid look reaches, I foresee the coming of the questions consuming me. I am flesh and though, and inhabit the bodies of all bodies that don’t know why those who know dominate them. Don’t blaspheme against the holy truth: education and freedom walk together. It is little what I am asking and it is great the thirst I have. What is this enslavement you submit me to? World, I ask you: with schools, saw the chains of ignorance and throw a flame of hope into the movement of the submissive. I am human in the frank meaning of the word and want to debate with my equals the possibility of being the prophets of our own lives. I know there are books to read and that in many of them our past of glorious absurd is written. However, where to can I ran if it is in illiteracy that I find myself? Why am I neglected the beauty of the words? Why don’t they let me appreciate the dancing of the letters and the poetry of the sentences? I need education like someone needing solace. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 381 I am not tender age and future expectation. I am more than that. I am also the dusk of the elderly who passed through this world without ever knowing they had the right to know. Not to mention those who are taken as mature and serve as cheap labor to the lusts of a small part of the world. I do not long for lusts. I long for dignity and I demand education. Elsewhere to any questioning about education or priority, the weight of egoism should reside in the conscience of those who govern. The expected responsibility is based on the desolation that assaults great majority of our equals. Avoid making up your faces with the shrill smile of disregard. This regards all of us. Give us schools and books. Give us pencils and erasers. Give us notebooks on which we can write the history of our days, with our casehardened hands. Give us information and awakening from a world of shadows. Take us out from the cave from which the philosopher spoke. Do not hide from us the reflection that goes along the arrangements that ordain the world. Let us touch the structures. Many say we aren’t capable. I say we lack opportunities. We lack education. Not good manners, but education that fills us with life. I am thirsty for life and it if is in the knowing that lies one of life’s interesting elements, so I reiterate my demand for education. Important and a priority, education will allow me to sketch the beautiful smile of being an apprentice through the paths I will walk. I want to be called man and by extension, hope. _____________________ “J’ai soif de vie et si c’est dans le savoir que repose un des éléments intéressants de la vie, je réitère alors mon exigence pour l´éducation.” Education et Espoir Je suis né cru et j’ai soif de lumière. Mes sens sont endormis et je ne supporte plus de ne pas savoir. On m’a demandé aujourd’hui si je pense que l’éducation est importante ou prioritaire. J’insiste à dire que j’ai soif et si on me refuse ne serait-ce qu’une goutte, je ne sais ce que je deviendrai. Ne me refusez pas la saveur de la découverte et n’avortez pas non plus l’espoir qui s’annonce à moi. Donnez-moi l’éducation non pas pour que je sois image ou ressemblance de ceux qui m’oppriment, mais plutôt, pour que je puisse débattre tout ce qui me retourne l’âme. Partout où s’étend mon regard placide, j’entrevois le devenir des questions qui me consomment. Je suis chair et pensée, et j’habite les corps de tous ceux qui ne savent pas pourquoi ceux qui savent les dominent. Ne blasphémez pas 382 Unesco--•--Folha Dirigida contre la vérité sainte: l’éducation et la liberté marchent ensemble. Ce que je vous demande est peu et la soif que je possède est grande. Quelle est cet esclavage auquel ils me soumettent? Monde, je vous demande: sciez avec les écoles les chaînes de l’ignorance et lancez au mouvement des soumis une flamme d’espoir. Je suis humain dans l’acceptation franche de la parole et je veux débattre avec mes semblables la possibilité d’être prophètes de nos propres vies. Je sais qu’il y a des livres à lire et que dans beaucoup d’entre eux est écrit notre passé d’absurdes glorieux. Cependant, où puis-je courir si c’est dans l’analphabétisme que je me trouve? Pourquoi m’ont-ils négligé la beauté des mots? Pourquoi ne me laissent-ils pas apprécier la danse des lettres et la poésie des phrases? J’ai besoin d’éducation comme celui qui a besoin d’une consolation. Je ne suis pas à peine âge tendre et expectative de l’avenir. Je suis plus que cela. Je suis aussi le crépuscule du vieux qui est passé dans ce monde sans jamais avoir su qu’il avait le droit de savoir. Sans parler de ceux qui sont considérés comme mûrs et qui servent de main-d’œuvre bon marché pour les corruptions d’une petite partie du monde. Ne désirez pas les luxures. Désirez la dignité et, pour cela, j’exige l’éducation. Ailleurs toute recherche autour de l’éducation à savoir si elle est importante ou prioritaire, est dans la conscience de ceux qui nous gouvernent que doit résider le poids de notre égoïsme. La responsabilité exigée est mentionnée dans la désolation qui agresse la majeure partie de nos semblables. Evitez de maquiller votre face d’un strident sourire du mépris. Ceci nous concerne tous. Donnez-nous écoles et livres. Donnez-nous crayons et gommes. Donnez-nous cahiers sur lesquels nous puissions écrire, de nos mains calleuses de vie, l’histoire de nos jours. Donnez-nous l’information et l’éveil d’un monde d’ombres. Enlevez-nous de la caverne dont parle le philosophe. Ne nous occultez pas la réflexion qui passe derrière les arrangements qui ordonnent le monde. Laissez-nous bouger les structures. Beaucoup disent que nous ne possédons pas la capacité. Je dis qu’il nous manque d’opportunités. Il nous manque l’éducation. Non pas celle des bonnes manières, mais celle qui nous remplit de vie. J’ai soif de vie et si c’est dans le savoir que repose un des éléments intéressants de la vie, je réitère alors mon exigence pour l´éducation. Importante et prioritaire, c’est elle qui me permettra d’ébaucher sur les chemins que je parcourrais le beau sourire d’être apprenti. Je veux m’appeler homme et, par extension, espoir. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 383 “Educação não é só importante, é prioritária: só a educação salva.” Victor Alexandre Dantas de Miranda Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém - PA O cara ali da esquina tem menos de 20 anos, menos de 20 reais pra semana inteira, menos de 20 motivos pra continuar vivendo decentemente. Mesmo assim, conquistará a parte que lhe cabe no mundo (e não sou só eu que sei). O que diferencia a criatura apontada das demais tão miseráveis quanto é a eletricidade particular da qual o cérebro dele se alimenta: alimenta-se como um leão donode-selva, muito além da apatia de cachorro com que seus semelhantes garotos sobrevivem. O cara ali da esquina estuda - e estuda certo, e estuda bem. A educação que ele carrega permanentemente na mochila o torna um observador do contexto, enquanto os outros da sua cercania se atêm à condição de práticos sem filosofia. Os mais espertos líderes nações afora ou estimularam em seus governados o conhecimento máximo, porque eram líderes humanitários, ou frearam no povo em torno a vontade de aprender, porque eram líderes tiranos. A problemática é se definir qual é a educação que serve (porque os punks, mesmo decorando revoltas, não mudaram o mundo, e os camponeses, mesmo entendendo a natureza, perderam a guerra contra os mercenários). A educação revolucionária é a que restringe os caminhos – ao contrário da máxima de que saber mais amplia o horizonte: a visão estudada reconhece o panorama, mas conclui que a única possibilidade de sobrevivência ótima é o progresso. O oceano afoga as expectativas e as disposições: como milagre, felizmente, lá surge a bóia da informação. Na era da Informação, saber-se e induzir-se informado sustenta o organismo. Educação não é só importante, é prioritária: só a educação salva. 384 Unesco--•--Folha Dirigida “Education isn’t only important, it is a priority: only education saves.” The guy there at the corner is less than 20, has less than 20 Real for the entire week, less than 20 reasons to continue living decently. Even so, he will conquer the part he is entitled to in the world (and I am not the only one who knows it). What differentiates the pointed creature from the others, as miserable as him, is the particular electricity that feeds his brain: he is fed like an owner-of-the-jungle Lion, much beyond the dog apathy with which his equal boys survive. The guy there at the corner studies – and studies right, he studies well. The education he permanently carries in his backpack makes him an observer of the context, while the others around him are practitioners without a philosophy. The smartest leader-nations throughout the world either encouraged their governed to maximum knowledge because they were humanitarian leaders, or restrained their people’s will to learn because they were tyrant leaders. The problematic is to define which education serves (because the punks, even while decorating rebellions, didn’t change the world, and the country’s men and women, even understanding nature, lost the war against the mercenaries). The revolutionary education is the one that restricts the paths – opposite to the maxim that knowing more broadens the horizon: the studied view recognizes the panorama, but concludes that the only great possibility to survive is progress. The ocean drowns the expectations and the dispositions: like miracle, fortunately, there appears the buoy of information. In the information age, knowing and inducing oneself informed sustains the organism. Education isn’t only important, it is a priority: only education saves. _____________________ “L‘éducation n’est pas seulement importante, elle est prioritaire: seule l´éducation sauve.” Le type du coin a moins de 20 réaux pour toute la semaine, moins de 20 motifs pour continuer à vivre décemment. Même ainsi, il va conquérir la partie qui lui revient dans ce monde (et ce ne n’est pas seulement moi qui sait). Ce qui différencie la créature indiquée des autres aussi misérables que l’électricité particulière de laquelle s’alimente le cerveau: s’alimente comme un lion roi de la forêt, beaucoup plus loin que l’apathie du chien avec qui survivent des enfants semblables. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 385 Le type du coin étudie - et étudie correctement, et étudie bien. L’éducation qu’il porte en permanence dans le sac à dos le rend observateur du contexte, tandis que les autres de son entourage s’en tiennent à la condition de pratiques sans philosophie. Les dirigeants les plus malins des nations étrangères ou bien ont stimulé durant leurs gouvernements la connaissance maximum, car ils étaient dirigeants humanitaires, ou ont freiné le peuple autour de la volonté d’apprendre, car ils étaient des dirigeants tyranniques. La problématique est de définir quelle est l´éducation qui sert (car les punks, même apprenant les révoltes, n’ont pas changé le monde, et les campagnards, même comprenant la nature, ont perdu la guerre contre les mercenaires). L’éducation révolutionnaire est celle qui restreint les chemins – contrairement à la maxime selon laquelle en savoir plus agrandit l’horizon: la vision étudiée reconnaît le panorama, mais conclut que l’unique possibilité d’excellente survie est le progrès. L’océan noie les expectatives et les dispositions: comme un miracle, heureusement, surgit la bouée de l’information. A l’ère de l’Information, savoir et induire en s´informant soutient l’organisme. L’Education n’est pas seulement importante, elle est prioritaire: seule l’éducation sauve. 386 Unesco--•--Folha Dirigida “Você é minha parteira, professora. Você me deu a luz da palavra.” Vinícius Guilherme Rodrigues Vieira Universidade de São Paulo – USP - Santos – SP Parteiras Até hoje me lembro daqueles tempos, quando, para ir ao trabalho, pegava carona num caminhão que passava de sítio em sítio recolhendo a produção de leite de um dia inteiro para levar para a cooperativa. Havia pouco tempo que tinha me formado em Letras. Por gostar muito de crianças, queria dar aula para o primário. Mas havia aparecido uma oportunidade irresistível para quem, acostumada às comodidades da vida moderna, sempre morara numa metrópole. Precisavam de alguns professores numa dessas cidades que sequer aparecem no mapa. Cidades feitas de pessoas que são apenas lembradas pelas autoridades de dois em dois anos, quando há eleição. E, por causa do pleito que se aproximava, decidiram criar um programa de alfabetização de adultos. Mais do que importante, a educação deveria ser uma prioridade de nossos governos. E falta de recursos não é desculpa. Apesar da região ser relativamente bem desenvolvida devido à cultura da soja que avançava sobre as pastagens, ainda contava com baixos índices de escolaridade, particularmente entre os mais velhos, geralmente vaqueiros e bóias-frias. Mãos morenas, enrugadas, mãos experientes, calejadas. Sob a luz fraca, Maria estudava. Tinha nome da mãe do Senhor, porém jamais havia tido filhos de seu ventre. Uma frustração, eu pensava, para uma mulher cujas mãos haviam trazido ao mundo várias crianças. Rezava a lenda, era metade da população das redondezas. Parteira experiente, a lavradora estava no ofício, que aprendera com a avó, desde os 25 anos. Com 45, mas aparentando 60, decidiu ser parida. Nasceria, junto com seus colegas, para o mundo da palavra. Não sabia escrever nem ler, embora sua vida, assim como a dos demais alunos, pudesse render excelentes romances. MARIA DOS SANTOS. Pronto. Após três meses já sabia escrever seu nome. A luz, cada vez mais forte depois das melhorias no sistema elétrico da casa de madeira onde as aulas eram dadas, acompanhava o desenvolvimento daqueles novos cidadãos. “Você é minha parteira, professora. Você me deu a luz da palavra”. Não, não estou inventando nada. Maria me disse isso numa noite, noite de trevas. Horas antes descobrira, numa consulta com um médico da maior cidade da região, que eu sou estéril. Frustração: jamais uma criança seria fruto de meu ventre. As palavras da parteira me conso- Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 387 laram depois de um tempo, quando me lembrei delas em outra noite, também de choro. Realizei que poderia sim ter filhos, filhos como os de Maria, aos quais ela havia dado a luz da vida. Filhos, adultos ou não, aos quais eu daria a luz da palavra. Tive que ir embora no final do ano. Estava na hora de continuar os estudos, fazer o mestrado, mas não abandonei minha prole. Até hoje recebo cartas de “meus filhos”, entre eles Maria, que já tem outras mães. Outras “parteiras” que continuam a dar-lhe mais sentido à vida. No final do ano, minha “filha”, com seus “irmãos” de letras, acaba a 4ª série. “Querida professora, Espero que esteja tudo bem com você. Como vai nos estudos? Obrigado por ensinar eu a escrever e ler. Um dia tava sozinha lá em Rondonópolis. Fui ver como fazia pra aposentar. Tava atravessando a rua e passei mal. Se não soubesse ler, não tinha lido a placa que apontava pro hospital onde me acudiram. Se não fosse isso, não tava te escrevendo agora (...)”. Literalmente, o conhecimento salva as pessoas (mesmo as sábias), atribuindo a suas vidas (às vezes já bastante ricas) um novo sentido, uma nova existência, a qual só pode ser construída através da educação. E a priorização desta é o único caminho através do qual outras Marias e, por conseqüência, e todos nós teremos um mundo melhor, mais repleto de luz e sabedoria. _____________________ “You are my midwife, teacher. You brought me to the word.” Midwives To this day I remember the times when, in order to go to work, I would take a ride in a truck that went from farm to farm collecting the milk production of an entire day to take it to the cooperative. I had recently graduated in Letters. For liking children, I wanted to teach the first grade. But I was offered an irresistible opportunity for someone who was used to the commodities of modern life and always lived in a metropolis. They needed a teacher in one of those cities that don’t even appear on the map. Cities made of people who are only recalled by the authorities every two years, on elections. And because of the approaching elections, they decided to create an alphabetization program for adults. More than important, this education should be a priority to our governments. And lack of resources isn’t an excuse. Despite the region be relatively well developed due to the culture of soy, it still had low schooling rates, especially among the elderly, generally cowboys and landless rural workers. Brown-haired, wrinkled, 388 Unesco--•--Folha Dirigida experienced, and casehardened hands. Under the weak light, Maria studied. She had the name of the Lord’s mother, but had never had children of her own. A frustration, I thought, to a woman whose hands had brought to life so many children. It goes that it was half the population of the surroundings. Experienced midwife, the farm worker had the occupation she learned from her grandmother since she was 25. At 45, looking 60, she decided to be born. She had been born, together with her classmates to the world of the word. She didn’t know how to write or read, though her life, as of the remaining students, could render excellent novels. MARIA DOS SANTOS. Done. After three months, she already knew how to write her name. Light became brighter and brighter after improvements in the electric system of the wooden house used as school, followed the development of these new citizens. “You are my midwife, teacher. You brought me to the word.” No, I am not making up any of this. Maria told me one night, a night of darkness. Three hours earlier, I had found out with a doctor from the largest city in the region that I am sterile. Frustration: never would a child be born out of my womb. The words of the midwife comforted me after some time, when I remembered then another night, also of grief. I realized that I could indeed have children, children like the children of Maria, to whom she had given the light of life. Children, adults or not, I would give them the light of the words. I had to leave at the end of the year. It was time to go on with the studies, take a masters degree, but I didn’t abandon my offspring. To this date I receive letters from “my children,” among them Maria, who already has other mothers. Other “midwives” who continue giving her more meaning to life. At the end of the year, my “daughter” and her “brothers” of letters will finish the fourth grade. “Dear teacher, I hope everything is fine with you. How are the studies? Thank you for teaching me to write and read. One day I was there in Rondonópolis alone. I went to see what is needed for me to retire. I was crossing the street and felt sick. If I didn’t know how to read, I wouldn’t have been able to read the sign that pointed to the hospital where I was then cared for. If it weren’t that, I wouldn’t be writing you now (…)” Literally, knowledge saves people (even the wise), attributing their lives (sometimes very rich ones) a new meaning, a new existence, which can only be built through education. And prioritizing it is the only way through which other Marias, and consequently, all of us, will have a better world, more replete of light and wisdom. _____________________ Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 389 “Professeur, tu es mon accoucheuse. Tu m’as donné la lumière de la parole.” Accoucheuses Jusqu’à aujourd’hui, je me souviens des époques quand, pour aller au travail, je montais en stop dans le camion qui passait de ferme en ferme recueillant la production de lait d’un jour entier pour l’emmener à la coopérative. J’avais eu mon diplôme de Lettres depuis peu. Comme j’aimais beaucoup les enfants, je voulais donner des cours en primaire. Mais une opportunité irrésistible était apparue pour qui, habituée aux commodités de la vie moderne, avait toujours habité dans une métropole. Ils avaient besoin de quelques professeurs dans l’une de ces villes qui n’apparaissent même pas sur la carte. Villes faites de personnes dont on se souvient de deux en deux ans, quand il y a des élections. Et, à cause du débat qui s’approchait, ils décidèrent de créer un programme d’alphabétisation d’adultes. Plus qu’importante, l’éducation devrait être une priorité de nos gouvernements. Et le manque de recours n’est pas l’excuse. Bien que la région soit relativement bien développée grâce à la culture du soja qui avançait sur les pâtures, avait des indices bas de scolarité, particulièrement parmi les plus vieux, généralement les vachers et travailleurs agricoles. Mains brunes, ridées, mains expérimentées, calleuses. Sous la faible lumière faible, Maria étudiait. Elle avait le nom de la mère du Seigneur, cependant n’avait jamais eu de fils de son ventre. Une frustration, je pensais, pour une femme dont les mains avaient apporté plusieurs enfants au monde. Comme disait la légende, c’était la moitié de la population des alentours. Accoucheuse expérimentée, l’agricultrice était à l’office, qu’elle avait appris avec sa grand-mère, depuis ses 25 ans. Ayant 45 ans mais en paraissant 60, elle décida d’être accouchée. Elle naîtra, ensemble avec ses collègues, au monde de la parole. Elle ne savait ni lire ni écrire, bien que sa vie, comme celle des autres élèves, pourrait donner d’excellents romans. MARIA DOS SANTOS. Voilà. Trois mois après elle savait déjà écrire son nom. La lumière, chaque fois pus forte après les améliorations du système électrique de la maison de bois où étaient donnés les cours, accompagnait le développement de ces nouveaux citoyens. “Tu es mon accoucheuse, professeur. Tu m’as donné la lumière de la parole”. Non, non je n’invente rien. Maria m’a dit cela une nuit, une nuit de trêves. Des heures auparavant, je découvrais, lors d’une consultation chez le médecin de la plus grande ville de la région, que j’étais stérile. Frustration: jamais un enfant serait fruit de mon ventre. Les paroles de l’accoucheuse me consolaient après un moment, quand je m’en souvenais une autre nuit, de peurs aussi. Je réalisais alors que je pourrais avoir des enfants, des enfants comme ceux de Maria, auxquels elle avait donné la lumière de la vie. Enfants, adultes ou non, auxquels je donnerai la lumière de la parole. J’ai du m’en aller à la fin de 390 Unesco--•--Folha Dirigida l’année. C’était l’heure de continuer les études, faire une maîtrise, mais je n’abandonnais pas mon enfant. Jusqu’à aujourd’hui, je reçois des lettres de “mes enfants”, parmi eux Maria, qui a déjà d’autres mères. Autres “accoucheuses” qui continuent à lui donner plus de sens à la vie. A la fin de l’année, ma “fille”, avec ses “frères” de mots, termine la 4éme série. “Chère professeur, J’espère que tu vas bien. Comment vont les études? Merci de m’apprendre à écrire et à lire. Un jour j’étais toute seule là-bas à Rondonópolis. Je suis allée voir comment faire pour prendre ma retraite. Je traversais la rue et me suis sentie mal. Si je ne savais pas lire, je n’aurais pas pu lire la plaque qui indiquait l’hôpital où ils m’ont secouru. Si ce n’était pas cela, je ne serais pas en train de t’écrire maintenant (...)”. Littéralement, la connaissance sauve les personnes (même les savantes), attribuant à leurs vies (parfois déjà assez riches) un nouveau sens, une nouvelle existence, laquelle ne peut être construite qu’avec l’éducation. Et donner priorité à celle-ci est le seul chemin au travers duquel les autres Marias et, par conséquent, nous tous, aurons un monde meilleur, plus rempli de lumière et de savoir. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 391 “Sendo a educação de tal valor e importância para a nossa vida, entendemos que sem ela, nossos sonhos e desejos de uma vida melhor e mais digna para todos serão como um grande Titanic...” Wellington dos Santos Vasconcelos Universidade Estadual de Feira de Santana - Feira de Santana - BA “Pensar sem aprender nos torna ineficientes e aprender sem pensar é um desastre.” Confúcio Se quisermos estar presentes e de cabeça erguida no grande encontro marcado com o futuro, precisamos entender que educação é, ao mesmo tempo, importante e prioritária - não necessariamente nessa mesma ordem – agora. E se faz imperativo que essa compreensão seja eficaz no sentido de oportunizar à nossa nação, indiscriminadamente, oportunidades de desenvolvimento pessoal e sócio-econômico, para que o descaso com que ela ainda é tratada não continue sendo um exterminador do futuro brilhante a que nosso povo tem direito, e um apanhador de sonhos que tem condenado milhões de pessoas a passarem pela vida como quem tem que se desculpar. A educação é importante e prioritária porque traz revelações e nos possibilita experiências capazes de nos deixar de olhos bem abertos para a realidade que nos circunda, fazendo com que sejamos mais conscientes e participativos do nosso destino (fruto das nossas atitudes, intrinsecamente ligadas à nossa visão de mundo, condicionada pela educação que recebemos e nos permitimos ter). Isso faz com que ela tenha um impacto profundo sobre tudo que diz respeito à nossa vida como indivíduos e como sociedade, e nos liberta da grande matrix que opera em favor de poucos oportunistas. Sendo a educação de tal valor e importância para a nossa vida, entendemos que sem ela, nossos sonhos e desejos de uma vida melhor e mais digna para todos serão como um grande Titanic a afundar no oceano de pobreza e subdesenvolvimento do qual poucos conseguem escapar. Ela é capaz de romper com o silêncio dos inocentes que, por ignorância e opressão, são vítimas dos que detém o poder e que conhecem muito bem a eficácia da educação no combate a esse sistema. Todos nós sabemos o poder de um jovem equipado por uma educação de qualidade, que vai além das fórmulas prontas e de conteúdo para vestibular; que não serve apenas para formar mão de obra para preencher vagas no mercado de trabalho; e que fomenta a curiosidade, a crítica, a dúvida, e alimenta o pensamento. 392 Unesco--•--Folha Dirigida Tudo isso passa por uma revolução de conceitos, reformas políticas e sociais profundas, de modo que nossos governantes não mais vejam a educação como um inimigo do estado, principalmente do estado das coisas que eles querem manter em beneficio próprio, através de interesses excusos e corrupção. O magistério precisa ser visto como a grande mola propulsora que possibilitará essa reação em cadeia capaz de transformar este país e colocar seu destino nas mãos dos brasileiros. Isso também se faz dirigindo o nosso olhar ao mestre, com carinho, e ao enxergálo, não como um super-homem ou uma mulher maravilha, mas, sem dúvida, como um profissional de coração valente que, também bem educado e remunerado dignamente, será o elemento multiplicador de cidadania, desenvolvimento e justiça social. E então não fará diferença se alguém é nascido em quatro de julho ou em sete de setembro, pois todos os direitos reservados a nós brasileiros serão, de fato, usufruídos. _____________________ “Being education so valuable and important to our lives, we understand that without it, our dreams and desires for a better and more dignified life for everyone will be like a great Titanic...” “To think without learning makes us inefficient and to learn without thinking is a disaster.” Confucius) If we want to be there with our heads up on the appointment set with the future, we need to understand that education is at the same time important and a priority now – not necessarily in that order. And it becomes imperative that this comprehension is efficacious in order to give our nation indiscriminate personal, social and economic opportunities. So that the disregard with which it is still treated doesn’t continue being an exterminator of the brilliant future to which our people have the right to and a dream catcher that has condemned millions of people to pass through life as someone who has to apologize. Education is important and a priority because it brings revelations and allows us experiences able to leave us with eyes wide open to the reality that surrounds us, turning us more conscious and participative of our destiny (result of our attitudes, intrinsically linked to our world view, conditioned by the education we are given and allow ourselves to have). That enables it to have a deep impact upon everything that regards our lives as individuals and as a society, and frees us from the great matrix that operates in favor of a few opportunists. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 393 Being education of such value and importance to our lives, we understand that without it, our dreams and desires for a better and more dignified life to everyone will be like a great Titanic sinking in the ocean of poverty and underdevelopment from which only a few are able to escape. Education is capable of breaking with the silence of the innocents who, for ignorance and oppression, are victims of those who detain the power and know very well the efficacy of education against this system. All of us know the power of young men equipped by a qualitative education, that goes beyond finished formulas and contentment for college entrance examinations, which don’t serve to shape workmanship to fill vacancies in the employment market; and which foments curiosity, criticism, doubt and nourishes thoughts. All that passes through a revolution of concepts, deep political and social reforms, so that our leaders no longer see education as a State enemy, especially for the state of the things they want to maintain for their own benefit, through excused interests and corruption. Teaching needs to be seen as the great propeller that will enable this chain reaction capable of transforming this country and put its destiny in Brazilian hands. This can also be done by directing our look to the master, with affection and as we see him, not like a superman or a wonder woman, but, with no doubt, as a professional of valiant heart who, by being well educated and paid, will be the multiplying element of citizenship, development and social justice. And then it won’t matter if someone is born on fourth of July or seventh of September, for all rights reserved to us Brazilians, will, as a fact, be enjoyed. _____________________ “L’éducation ayant une telle valeur et importance pour notre vie, nous comprenons que sans elle, nos rêves et désirs d’une vie meilleure et plus digne pour tous seront comme un grand Titanique...” “Penser sans apprendre nous rend inefficaces et apprendre sans penser est un désastre.” (Confucius) Si nous voulons être présents et la tête haute à la grande rencontre fixée pour l’avenir, nous avons besoin de comprendre que l’éducation est, en même temps, importante et prioritaire –pas nécessairement dans ce même ordre – maintenant. Et il est impératif que cette compréhension soit efficace dans le sens de donner à notre nation, de façon indiscriminée, des chances de développement personnel et socio-économique, pour que le mépris avec lequel elle est encore traitée ne continue pas à être l’exterminateur 394 Unesco--•--Folha Dirigida du futur brillant auquel a droit notre peuple, et un preneur de rêves qui condamne des millions de personnes à passer la vie comme quelqu’un qui doit s’excuser. L’éducation est importante et prioritaire car elle apporte des révélations et nous permet des expériences capables de nous faire ouvrir bien les yeux sur la réalité qui nous entoure, faisant en sorte que nous soyons plus conscients et participatifs de notre destin (fruit de nos attitudes, intrinsèquement liées à notre vision du monde, conditionnées par l’éducation que nous recevons et que nous permettons d’avoir). Ceci fait qu’elle a un impact profond sur tout ce qui concerne notre vie comme individus et comme société, et nous libère de la grande matrice qui opère en faveur de peu d’opportunistes. L’éducation a tant de valeur et est si importante pour notre vie, que nous comprenons que sans elle, nos rêves et nos désirs d’une vie meilleure et plus digne pour tous seront comme un grand Titanique coulant dans un océan de pauvreté et de sousdéveloppement duquel peu réussissent à échapper. Elle est capable de rompre le silence des innocents qui, par ignorance ou oppression, sont victimes de ceux qui détiennent le pouvoir et qui connaissent très bien l’efficacité de l’éducation dans le combat à ce système. Nous tous connaissons le pouvoir d’un jeune équipé d’une éducation de qualité, qui va au-delà des formules prêtes et de contenu pour le baccalauréat ; qui ne sert pas seulement à former une main-d’œuvre pour remplir de places sur le marché du travail ; et qui incite la curiosité, la critique, le doute et alimente les pensées. Tout ceci passe par une révolution de concepts, de réformes politiques et sociales profondes, de façon que nos gouvernants ne voient plus l’éducation comme un ennemi de l’état, surtout de l’état des choses qu’ils veulent conserver à leur propre bénéfice, au travers d’intérêts financiers et corruption. La classe des professeurs doit être vue comme un grand ressort propulseur qui rendra possible cette réaction en chaîne capable de transformer ce pays et mettre son destin dans les mains des brésiliens. Ceci aussi se fait en orientant notre regard vers le maître, avec affection, et en le voyant, non pas comme un super-homme ou une femme merveilleuse, mais sans doute, comme un professionnel au cœur vaillant qui, également bien éduqué et payé dignement, sera l’élément multiplicateur de citoyenneté, développement et justice sociale. Et alors il n’y aura pas de différence entre quelqu’un né le quatre juillet ou le sept septembre, puisque tous les droits réservés à nous brésiliens, seront, de fait, objets d’usufruit. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 395 “...o sucesso de qualquer nação está concentrado num caminho chamado educação.” Wenderson Aparecido Nunes dos Santos Universidade do Grande Rio – UNIGRANRIO - Rio de Janeiro - RJ Educação como alicerce da sociedade. Num período sustentado pelo imperialismo da velocidade, da ganância, do egoísmo vilão e atroz e da abstinência moral, a educação é o caminho mais eficiente para lutar contra estes vilões. A cada instante o mundo urge num brado forte e insígne pela prioridade a educação, onde só por meio desta, o homem e sua sociedade pode conseguir saciar e desenvolver cada vez mais suas potencialidades biopsíquicas e se tornarem capazes de criar e recriar a cada momento, meios e técnicas para conviverem entre si. A humanidade deveria saber que a educação não se estabelece somente em expressar pequenos ou grandes mundos; na realidade ela vai além permitindo que a sociedade usufrua e se situe entre as múltiplas culturas, práticas e tradições existente neste grande planeta; e como se não bastasse, ainda nos conduz a reflexão sobre a coletividade da qual fazemos parte. Se existe um capital capaz de revolucionar ainda mais este mundo moderno, ele não se encontra dentro dos status sociais, mercadorias econômicas e nem está em algum juízo de valores financeiros, mas com certeza encontra-se no cerne da proferida educação. Às vezes, este caminho onde está escondido o famoso capital, é tratado simplesmente como caminho da instrução, algo que não deveria acontecer, uma vez que a estrada da educação não está ligada só ao intelecto, mas também à moralidade, ao caráter, aos sentimentos e à formação de hábitos salutares individuais ou grupais, que respondem pela boa convivência do todo. Contudo vale acrescentar que a todo momento a educação primou pelo saber, contanto não se limitou só ao nível das palavras, dos códigos sociais de conduta, dos segredos da arte, religião e tecnologia; na verdade a mesma sempre procura ir além do pressuposto, revelando que sua verdadeira essência é quase inexplicável e está acima dos matizes ideológicos de interesses comuns ou individuais. No momento, o mundo está repleto de sinais confusos, propensos a mudanças rápidas e infrenes a todo instante; sendo assim, para que o homem consiga inventar e reinventar todos os dias sua vida na sociedade, de uma forma mais sensata e harmônica é vital priorizar a educação, e parar de tratá-la com resquícios de uma visão aristocrática e limitada; é necessário valorizar sua posição e seus benefícios conscientizando-se 396 Unesco--•--Folha Dirigida que ela representa muito mais que uma simples fração de um modelo de vida grupal, uma vez que esta nos permite ultrapassar as barreiras dos sonhos meramente quiméricos e substanciais. Contudo fica elucidado neste breve relato, que o sucesso de qualquer nação está concentrado num caminho chamado educação. _____________________ “...the success of any nation is concentrated in a path called education.” Education as foundation of society. In a period sustained by the imperialism of speed and greediness, by the villain and atrocious egoism and by moral abstinence, education is the most efficacious path to fight against these villains. At each instant the world presses with a strong and noted roar for the priority to education, because only through education, Man and his society are able to satiate and develop their bio-psychic potentialities more and more and become capable of creating and recreating means and techniques to live among themselves at each moment. Humanity should know education isn’t established only by expressing small and large worlds; in truth it goes beyond allowing society to enjoy and place itself among multiple cultures, practices and traditions existent in this planet; and as if it weren’t enough, it also conducts us to a reflection about the collectivity of which we are part of. If there is a capital capable of revolutionizing even more this modern world, it wouldn’t be found inside the social status, economic merchandises and neither is some knowledge of financial values, but certainly in the center of the uttered education. Sometimes, this path in which the famous capital is hidden, is simply treated as the path to instruction, something that shouldn’t happen, once the path to education isn’t connected only to the intellect, but also to morality, character, feelings and the formation of salutary individual and group habits, that answer for a well living together as a whole. Nevertheless, it is worth it to add that t education excelled in knowledge at every moment, but didn’t limit itself only to the level of words, of social conduct codes, art, religion and technology secrets. In truth, it seeks to go beyond the anticipated, reveling that its real essence is almost inexplicable and above the ideological hues of common or individual interests. At the moment, the world is full of confused signals, prone to fast and unbrilled changes every instant. So being, for Man to be able to invent and re-invent his life Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 397 harmonically every day in society and in a more sensate way, it is vital to prioritize education, and stop treating it with the rests of an aristocratic and limited view. It is necessary to value its position and its benefits, by becoming aware that it represents much more than a simple fraction of a model of group life, once it allows us to exceed the barriers of merely chimerical and substantial dreams. So it is elucidated in this brief account, that the success of any nation is concentrated in a path called education. _____________________ “...le succès de toute nation est concentré dans un chemin appelé éducation.” Education comme fondations de la société. A une époque soutenue par l’impérialisme de la vitesse, de profit, d’égoïsme vilain et atroce et de l’abstinence morale, l’éducation est le chemin plus efficace pour lutter contre ces misérables. A tout instant le monde a urgence à crier fortement et très distinctement pour la priorité de l’éducation, où seulement au moyen de celle-ci, l’homme et sa société peuvent réussir à rassasier et développer chaque fois plus leurs potentialités bio-psychiques et devenir capable de créer et recréer à chaque moment, les moyens et les techniques pour qu’ils vivent entre eux. L’humanité devra savoir que l’éducation ne s’établit pas seulement en exprimant des petits ou grands mondes ; en réalité, elle va au-delà, permettant que la société en ait l’usufruit et se situe entre les multiples cultures, pratiques et traditions qui existent sur cette grande planète ; et comme si ce n’était pas suffisant, nous conduit aussi à la réflexion sur la collectivité de laquelle nous faisons partie. S’il existe un capital capable de révolutionner encore plus ce monde moderne, il ne se trouve pas dans les statuts sociaux, les marchandises économiques, ni dans un jugement de valeurs financières, mais certainement se trouve dans les cellules de l’éducation proférée. Parfois, ce chemin où est caché le fameux capital, est traité simplement comme chemin de l’instruction, quelque chose qui ne devrait pas arriver, une fois que la route de l’éducation n’est pas liée seulement à l’intellect, mais aussi à la moralité, au tempérament, aux sentiments et à la formation des habitudes salutaires individuelles ou de groupes, qui répondent par la bonne convivialité de tout. Ainsi, il convient d’ajouter qu’à toute époque l’éducation à dominé par le savoir, tant qu’elle ne s’est pas limitée seulement au niveau des mots, des codes sociaux de conduite, des secrets de l’art, religion 398 Unesco--•--Folha Dirigida et technologie ; en réalité, elle cherche toujours à aller au-delà du supposé, révélant que sa vraie essence est presque inexplicable et est au-dessus des matrices idéologiques d’intérêts communs ou individuels. Actuellement, le monde est rempli de signaux confus, propices à des changements rapides et effrénés à tout instant ; ainsi, pour que l’homme réussisse à inventer et réinventer tous les jours sa vie dans la société, de manière plus sensée et harmonieuse il est vital de rendre l’éducation prioritaire, et cesser de la traiter avec des résidus d’une vision aristocratique et limitée ; il est nécessaire de valoriser sa position et ses bénéfices en prenant conscience qu’elle représente beaucoup plus qu’une simple fraction d’un modèle de vie de groupe, une fois qu’elle nous permet de dépasser les barrières des rêves simplement chimériques et substantiels. Ainsi il est élucidé dans cette brève description, que le succès de n’importe quelle nation et concentré dans un chemin appelé éducation. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 399 “Qual o começo ou o fim de um círculo? Como essa pergunta, responder a questão proposta do tema é uma tarefa complexa.” Wilen Norat Siqueira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO - Rio de Janeiro - RJ A finalidade de um começo Qual o começo ou o fim de um círculo? Como essa pergunta, responder a questão proposta do tema é uma tarefa complexa. O fato de a Educação ser um dos quesitos mais cotados num governo, no anseio geral da nação, fica notório perceber que a escolha de sua definição de importante ou de prioritária requererá uma análise mais detalhada. De acordo com qualquer critério lógico, começar com a primazia do significado etimológico do termo prioridade é importante para entender o impulso natural de formação do relacionamento social entre os primeiros indivíduos; posto que este advém do surgimento da linguagem. Essa, por sua vez, com o seu mais amplo conceito, transcendendo a forma predominante deste tempo, permite imaginar que a ausência da possibilidade de transmitir o conhecimento adquirido desvela a total incompatibilidade de se constituir uma sociedade; onde é mister o compartilhamento das experiências vividas – Viver, sem ao menos descrever as circunstâncias passadas, fica inviável a comunhão em grupo. Educação, por isso, poderá ser compreendida como sendo o meio de propagar as novidades e a perpetuação da linguagem. Sem, portanto, esse meio, tudo que é aprendido e inovado torna-se inócuo, quando a característica eminente da Educação de estabelecer códigos está ausente. É para se considerar, dessa forma, que o caráter prioritário da Educação não exclui a existência de outros meios importantes. É importante sim a saúde, a segurança, a mãode-obra vendida ou explorada dependendo do contexto, ou até mesmo a habitação dos componentes da sociedade. Todavia, todos esses exemplos, quer possíveis, quer imaginários, são sempre produtos direto da atividade cognitiva dos seres vivos, da faculdade mental que suscita a entidade nobre da vida: linguagem. Isso mesmo, não é uma exclusividade dos homens estar se comunicando, uma vez que entre os seres vivos há um nítido controle das informações e de sua transmissão; caso contrário, não teria adaptação e, talvez, evolução das espécies. Percebe-se, portanto, o caráter estruturalista da Educação para o fomento social; não é, enfim, apenas conceito e grau escolar, é toda uma ordem suprema que possibilita a co-existência dos indivíduos. Deve-se ainda atentar para inúmeras tentativas sofismáticas, a fim de menosprezar a real importância, prioridade da educação. Argumentos, muitas vezes com decoro 400 Unesco--•--Folha Dirigida emotivo, soarão aos brados na discussão. Alguns dirão da urgência da saúde, essa fundamental para o desenvolvimento dos seres; outros falarão do caos urbano-social dos grandes centros, onde bastantes jovens perdem vida antes de se procriarem – preocupação evolucionista; e, quem sabe, lembrarão dos empregos tão escassos no mundo globalizado. São todos verdades. No entanto, até mesmo o levantamento deles são evidências cabais da prioridade educacional, em que é a partir do desenvolvimento intelectual, da percepção do homem-mundo, que torna este debate válido. Como seria, caso não houvesse nenhum tipo de linguagem? Agora, pode-se ousar responder àquela pergunta e as demais presentes, sendo ou não fruto da História cognitiva e intelectual dos seres. Se for para ser uma finalidade, não tem chance de haver término do processo; o círculo é entendido de forma contínua e holística, da mesma forma o questionamento do tema – a Educação é um processo que tem sua prioridade no início dos relacionamentos individuais, na sociedade. _____________________ “What is the beginning or the end of a circle? With this question, answering the presented subject becomes a complex task.” The purpose of a beginning What is the beginning or the end of a circle? With this question, answering the presented subject becomes a complex task. The fact that Education is one of a government’s most well thought of questions, according to the nation’s general desire, it becomes clear that choosing to define whether it is important or a priority will require a more detailed analysis. According to any logical criteria, to begin by the primacy of the ethnological meaning of the term priority is important in order to understand the natural impulse of the social relationship’s formation amid its first individuals; once this comes from the emergence of language. Language, on a broader concept, transcends the predominant form of this time and allows us to imagine the absence of the possibility of transmitting acquired knowledge, unveiling a total incompatibility of constituting a society; were the sharing of lived experiences is imperative – To live, without describing at least past circumstances makes it impossible to live as a group. That is why education can be understood as a means of propagating news and the perpetuation of language. However, without this venue, everything that is learned and innovated becomes innocuous, when the eminent characteristic of Education of establishing codes is absent. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 401 That way, it should be considered that the priority character of Education doesn’t exclude the existence of other important venues. Yes, health is important, as it is safety, sold or explored workmanship depending on the context, or even habitation of the components of society as well. Nevertheless, all these examples, whether possible or imaginary, are always direct products of the cognitive activity of the living beings, of the mental ability that stimulates the noble entity of life: language. That’s right, it isn’t an exclusivity of Men, being able to communicate, once there is a clear control of information and its transmission taking place among the living beings; otherwise there would be no adaptation, and maybe, evolution of the species. We can notice, therefore, the structuring character of Education for social fomentation; it isn’t, after all, only about a concept or school grades, it is an entire supreme order that allows co-existence among individuals. We should also observe the countless sophistic trials to underrate its real importance, education’s priority. Arguments, many times with emotive decorum, will sound roars in the discussion. Some will talk about the urgency for health, fundamental to the development of all beings; other will speak of the urban and social chaos of the great centers, where many young people lose their lives before they procreate – evolutionist concern; and who knows, they will remember the so scarce employments in the globalized world. They are all true. However, even their surveys are convincing evidences of the priority of education, in which in its intellectual development and the perception of the man-world validates this debate. How would it be if there was no kind of language? Now we can dare to answer that question and the remaining ones, being or not result of the cognitive and intellectual history of the beings. If it has to have a purpose, there is no chance that the process will have an end; the circle is understood in a continuous and holistic form, just like the questioning of the theme – Education is a process that has its priority in the beginning of all individual relationships, in society. _____________________ “Quel est le début ou la fin d’un cercle? Avec cette question, répondre à la question proposée du thème est une tâche complexe.” La finalité d’un début Quel est le début ou la fin d’un cercle? Avec cette question, répondre à la question proposée du thème est une tâche complexe. Le fait que l’Education soit une des opinions plus cotées dans un gouvernement, dans le souhait général de la nation, il est notoire de percevoir que le choix de sa définition d’importante ou de prioritaire exigera une analyse plus détaillée. 402 Unesco--•--Folha Dirigida Selon tout critère logique, commencer par la primatie de la signification étymologique du terme priorité est important pour comprendre l’impulsion naturelle de formation du rapport social entre les premiers individus ; étant donné que celui-ci advient de l’apparition du langage. Celui-ci à son tour, avec son plus ample concept, transcendant la forme prédominante de ce temps, permet d’imaginer que l’absence de la possibilité de transmettre la connaissance acquis, élucide la totale incompatibilité de constituer une société ; où est nécessaire le partage des expériences vécues – Vivre, sans au moins décrire les circonstances passées, la communion en groupe n’est pas viable. Pour cela, l’éducation pourra être comprise comme étant le moyen de propager les nouveautés et la perpétuation du langage. Sans, donc, ce moyen, tout ce qui est appris et innové devient inoffensif, quand la caractéristique éminente de l’Education, d’établir les codes est absente. Il faut considérer, de cette manière, que le caractère prioritaire de l’Education n’exclut pas l’existence d’autres moyens importants. Sont importantes oui, la santé, la sécurité, la main-d’œuvre vendue ou exploitée dépendant du contexte, ou même l’habitation des composants de la société. Cependant, tous ces exemples, soit possibles, soit imaginaires, sont toujours des produits directs de l’activité cognitive des êtres vivants, de la faculté mentale qui suscite l’entité noble de la vie: langage. Cela même, n’est pas une exclusivité des hommes d’être en communication, une fois qu’entre les êtres vivants existe un net contrôle des informations et de leur transmission ; dans le cas contraire, il n’y aurait pas d’adaptation et, peut-être, évolution des espèces. On perçoit donc, le caractère structurel de l’Education pour la stimulation sociale ; ce n’est pas enfin, à peine un concept et degré scolaire, c’est tout un ordre suprême qui rend possible la coexistence des individus. Il faut aussi considérer les innombrables tentatives sophistiquées, afin de déprécier la réelle importance, la priorité de l’éducation. Arguments, souvent avec style émotif, résonneront comme des cris dans la discussion. Certains parleront de l’urgence de la santé, fondamentale pour le développement des êtres ; d’autres parleront du chaos des grands centres, où pas mal de jeunes perdent la vie avant de se procréer – préoccupation évolutionniste ; et, qui sait, rappelleront les emplois si rares dans le monde globalisé. Tous sont vrais. Toutefois, même leur relevé sont des évidences pleines de la priorité éducationnelle, dans laquelle, c’est à partir du développement intellectuel, de la perception de l’homme-monde que ce débat devient valable. Comment serait-ce, s’il n’y avait aucun type de langage? Maintenant, on peut oser répondre à cette question et aux autres présentes, étant ou non fruit de l’Histoire cognitive et intellectuelle des êtres. Si c’était pour être une finalité, il n’y a pas de chance de cesser le processus ; le cercle est compris de forme continue et holistique, de la même façon le questionnement du thème – l’Education est un processus dont la priorité se trouve au début des rapports individuels, dans la société. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 403 “É preciso pensar com calma, refletir bem para procurar um esclarecimento sobre a questão.” Wilian Ramos Marcos Pontifícia Universidade Católica – PUC - Belo Horizonte – MG Pensar na educação entre importância e prioridade é tarefa não muito fácil, mas, por outro lado, não deixa de ser estimulante. É preciso pensar com calma, refletir bem para procurar um esclarecimento sobre a questão. Nesse sentido, pela exigência que o tema imprime aos homens de nosso tempo, por si só, faz com que algo de muito importante deixe a obscuridade e se apresente de maneira mais clara, isto é, a nossa visão acerca da educação, de maneira ampla, é revelada, uma vez que estamos entre a importância e a prioridade. São idéias que expressam o apreço dedicado à educação e demonstram o patamar no qual desejamos que ela permaneça. Por isso, já de antemão, pode-se dizer que a educação é algo de grande relevância para todos os tempos humanos. Neste sentido, vamos pensar um pouco sobre a educação para fazer o caminho que levará ao objetivo dessa pequena reflexão, saber se ela é importante ou prioritária. Pensando sobre a condição humana e voltando esse pensar sobre o caminho feito até aqui, surgem diversas imagens. O homem rompe com a condição natural, com o dado biológico, enfim, diferencia-se dos animais e de todos os demais seres existentes pela capacidade de pensar. Mas não foi só isso, acrescentada ao pensamento, o humano também precisou contar com outra arma poderosíssima em seu favor, sua memória. Cada passo dado para além da simples condição natural, cada descoberta, cada nova invenção e criação, precisavam ser recordadas para não se perderem e ainda, para serem patamares de novos passos. Outras imagens são os grandes momentos culturais, a expressão religiosa, a arte, a filosofia e tudo isso perpassado por uma intricada teia de relações compostas por códigos estritamente humanos, os símbolos. Depois vem a ciência, a possibilidade de recriar a natureza, transformá-la. Todas essas coisas e muitas outras foram conquistas do ser humano que pensa, tem memória e comunica-as para que se façam novos degraus na grande escada construída até agora. Tudo isso, sem sombra de dúvida, só foi possível porque o homem contou com a educação desde os primórdios de sua existência. Enquanto o homem pensava, memorizava e comunicava aos seus semelhantes suas novas descobertas e construções, em meio a tudo isso estava a educação. Por isso, pode-se dizer que não há homem sem educação. Por meio dela pode-se saber quem se é, de onde se veio, para daí trilhar novos caminhos, porque ser humano é ser assim, um andarilho que caminha olhando para trás pois quer saber quanto já caminhou e ir cada vez mais longe. Por essas razões pode-se colocar a educação lá onde figuram as dimensões fundamentais do humano. 404 Unesco--•--Folha Dirigida Agora já chegou a hora das coisas se tornarem mais claras. O importante figura dentro do horizonte de valores que foram experimentados e selecionados ao longo do tempo. Seleção feita, às vezes por imposição, às vezes por consenso, mas de qualquer forma, o importante é fruto de uma eleição, uma escolha dentre tantas. Ao passo que o prioritário figura no horizonte das necessidades. Elas podem ser agradáveis ou não, serem importantes ou não, mas não deixam de ser um caminho do qual não se pode desviar. Se houver desvio, a prioridade será adiada e retornará com o tempo batendo à porta com mais vigor. Por isso, a educação é ao mesmo tempo importante e prioritária. É importante na medida em que se reconhece seu valor e pertinência. É prioritária na medida em que o reconhecimento de sua importância se dá, de tal forma, que se impõe como um caminho necessário pelo bem dos seres humanos. Portanto, ela é prioritária por sua demasiada importância na construção da humanidade. _____________________ “It is necessary to think with calmness and reflect well in order to seek an explanation to the question.” To think about education involving importance and priority is not an easy task, but on the other hand, it is stimulating. We need to think with calmness and reflect well in order to seek an explanation to the question. In that sense, the demand alone that the theme communicates to man of our times makes that something very important leaves obscurity and presents itself in a clearer way. That is, our view about education, in a broad manner, is revealed once we are between importance and priority. These are ideas that express the esteem dedicated to education and demonstrate the level in which we want it to remain. That is why we can say beforehand that education is something of great relevance for all human times. In that sense, lets think a little about education to make the path that will take to the purpose of this little reflection, to know if it is important or a priority. Thinking about the human condition and focusing this thought on the path covered up to here, several images come up. Man breaks with his natural condition, with the biological condition, in short, differentiates itself from the animals and all other existing beings by his capacity to think. But it wasn’t just that, added to the thought, the human also needed to count on another very powerful weapon in his favor, his memory. Each step made beyond his simple natural conditions, each discovery, each new invention and creation needed to be recalled not to be lost and also to become levels to new coming steps. Other images to keep are the great cultural moments, religious expansions, arts, philosophy and all that passes by an intricate web of relations composed of strictly humane codes: symbols. After that comes science, the possibility to re-create nature, transform it. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 405 All these things and many others were conquests of the Man that thinks, has memory, and communicates so that new steps are made in the great staircase built up to now. All that, with no doubt, was only possible because man counted on education ever since the primordial times of its existence. While man thought, memorized, and communicated to his equals his new discoveries and constructions, education was in the middle of all that. Through education one can know who he or she is, where we came from, to trail new paths from there, because being human is like that, a walker that walks looking back because he wants to know how much he has already gone and go further and further. For these reasons we can place education where the fundamental dimensions of the human being are. Now the time has already come to clear things up. The important figure of the horizon of values that were experimented and selected throughout time. Selection made, sometimes by imposition, sometimes by consensus, but anyway, the important is the result of an election, a choice among many others. While the priority appears on the horizon of the necessities. They may be pleasant or not, be important or not, but they are a path from which you can’t divert. If there is a diversion, priority will be postponed and will come back with time knocking at the door with more vigor. That is why education is at the same time important and a priority. It is important as it recognizes its value and pertinence. It is priority as the recognition of its importance takes place as a necessary path for the good of the human beings. Therefore, it is a priority for its excessively importance in the construction of humanity. _____________________ “Il faut penser calmement, bien réfléchir pour chercher un éclaircissement sur la question.” Penser à l’éducation entre importance et priorité est une tâche pas très facile mais, d’un autre côté, est stimulante. Il faut penser calmement, bien réfléchir pour chercher un éclaircissement sur la question. Dans ce sens, par l’exigence que le thème imprime aux hommes de notre temps, en lui-même, fait que quelque chose de très important laisse l’obscurité et se présente de façon plus claire, c’est-à-dire, notre vision sur l’éducation, de manière ample, est révélée, une fois que nous sommes entre l’importance et la priorité. Ce sont des idées qui expriment l’appréciation dédiée à l’éducation et démontrent à quel niveau nous souhaitons qu’elle reste. Pour cela, avant tout, on peut dire que l’éducation est quelque chose de grande importance pour toutes les époques humaines. Dans ce sens, pensons un peu sur l’éducation pour faire le chemin qui mènera à l’objectif de cette petite réflexion, savoir si elle est importante ou prioritaire. 406 Unesco--•--Folha Dirigida Pensant à la condition humaine et retournant cette pensée sur le chemin fait jusqu’ici, diverses images surgissent. L’homme rompt avec la condition naturelle, avec la donnée biologique, enfin, se différencient des animaux et de tous les autres êtres existants par la capacité de penser. Mais ce n’est pas seulement cela, ajoutée à la pensée, l’humain a eu aussi besoin de compter sur une autre arme très puissante à sa faveur, sa mémoire. Chaque pas fait au-delà de la simple condition naturelle, chaque découverte, chaque nouvelle invention et création, doivent être rappelées pour ne pas se perdre et aussi, pour être des niveaux de nouveaux pas. D’autres images sont les grands moments culturels, l’expression religieuse, l’art, la philosophie, et tout ceci passant par une toile compliquée de rapports composés de codes strictement humains, les symboles. Ensuite vient la science, la possibilité de créer la nature, la transformer. Toutes ces choses et bien d’autres ont été conquises de l’être humain qui pense, a de la mémoire et les communique pour que se créent de nouveaux degrés sur la grande échelle construite jusqu’à présent. Tout ceci, sans l’ombre d’un doute, n’a été possible car l’homme a disposé de l’éducation depuis l’origine de son existence. Tandis que l’homme pensait, mémorisait et communiquait avec ses semblables ses nouvelles découvertes et constructions, au milieu de tout cela se trouvait l’éducation. Pour cette raison, on peut dire que l’homme n’existe pas sans l’éducation. Grâce à elle on peut savoir ce que l’on est, d’où l’on vient, pour, de là, tracer d’autres chemins, car être humain c’est être ainsi, un homme qui marche en regardant en arrière car il veut savoir la distance qu’il a déjà parcourue et aller chaque fois plus loin. Pour ces motifs, on peut placer l’éducation là où figurent les dimensions fondamentales de l’humain. Maintenant le moment est venu où les choses deviennent plus claires. L’important figure dans l’horizon de valeurs qui ont été expérimentées et sélectionnées tout au long du temps. Sélection faite, parfois par imposition, parfois dans le consentement, mais de toute façon, l’important est le fruit d’une élection, un choix parmi tant d’autres. Au pas que le prioritaire figure à l’horizon des besoins. Elles peuvent être agréables ou non, importantes ou non, mais sont toujours un chemin duquel on ne peut pas dévier. S’il y a détour, la priorité sera retardée et reviendra avec le temps battre à la porte plus vigoureusement. Pour cela, l’éducation est en même temps importante et prioritaire. Elle est importante dans la mesure où l’on reconnaît sa valeur et sa pertinence. Elle est prioritaire dans la mesure où la reconnaissance de son importance se donne, de telle forme, qu’elle s’impose comme un chemin nécessaire pour le bien des êtres humains. Donc, elle est prioritaire pour son excessive importance dans la construction de l’humanité. Educação: Importante ou Prioritária? • Education: Important or Priority? • Education: Importante ou Prioritaire? 407