FEUP - MIEEC - Análise Matemática 1 a Resolução da 1 Cotações: Chamada - 1 de Fevereiro de 2008 Perguntas 1, 2 e 4: 4 valores. Perguntas 3,5: 3 valores. Pergunta 6: 2 valores. 1. Indique se cada uma das seguintes armações é verdadeira ou falsa e justique. (a) A função F (x) = Z sin x 0 Resolução: arcsin t x cos x dt é uma primitiva da função f (x) = . 1 + t2 1 + sin2 (x) Verdadeira porque F 0 (x) = cos(x) (b) A equação diferencial y 0 + y = Resolução: arcsin(sin(x)) x cos(x) = = f (x). 1 + sin2 (x) 1 + sin2 (x) ex possui uma innidade de soluções que satisfaz y(1) = 1. x2 Falsa. A equação é linear de primeira ordem. O problema de valor inicial ( y0 + y = y(1) = 1 ex x2 satisfaz as condições de aplicabilidade do Teorema da Existência e Unicidade. Realmente, no intervalo x ]0, +∞[ a função g(x) = xe 2 é contínua e 1 ∈]0, +∞[. Logo o Teorema da Existência e Unicidade garante que o problema do valor inicial tem uma e uma só solução. (c) A série ∞ X an é tal que lim an = 0. Então podemos concluir que a série é convergente. n→∞ n=1 Resolução: Falsa. A série (d) O integral impróprio Z 0 Resolução: 1 √ ∞ X 1 1 diverge, mas lim = 0. n→∞ n n n=1 dx é convergente. 1 − x2 Verdadeira, porque Z 0 1 √ dx = lim b→1− 1 − x2 Z 0 b √ π dx = lim arcsin(b) − arcsin(0) = . 2 b→1− 1 − x2 2. Calcule os seguintes integrais: (a) Z (2x + 6)(x + 1) dx. (x + 3)(x2 − 2x + 2) Resolução: Z (b) Z x3 p (2x + 6)(x + 1) dx (x + 3)(x2 − 2x + 2) x+1 dx − 2x + 2 Z x+1 = 2 dx (x − 1)2 + 1 Z x−1+2 = 2 dx (x − 1)2 + 1 Z Z 1 x−1 dx + 4 dx = 2 2 (x − 1) + 1 (x − 1)2 + 1 = 2 = ln ((x − 1)2 + 1) + 4 arctan (x − 1) + C. x2 9 − x2 . Resolução: Considere x = 3 sin(t). Temos dx = 3 cos(t)dt e p Assim Z Z x3 9 − x2 = p 9 − x2 dx Z = q 9 − 9 sin2 (t) = 3 cos(t). 35 sin3 (t) cos2 (t)dt Z = = 35 sin(t) 1 − cos2 (t) cos2 (t)dt Z Z 2 5 5 3 sin(t) cos (t)dt − 3 sin(t) cos4 (t)dt 35 cos5 (t) +C 5 5/2 (9 − x2 ) + C. = −3(9 − x2 )3/2 + 5 = −34 cos3 (t) + 3. Determine a área da região entre as curvas y = sin x e y = cos(x) onde x ∈ [π/2, 3π/2]. Resolução: Região a sombreado na gura. Ponto de intersecção: é x ∈]π, 3π/2[ tal que cos(x) = sin(x). Logo x = 5π/4. √ Lembrar que cos(5π/4) = sin(5π/4) = − 2 , cos(π/2) = 0, sin(π/2) = 1, sin(3π/2) = −1 e cos(3π/2) = 0. 2 Área: Z 5π/4 Z 3π/2 cos(x) − sin(x) dx sin(x) − cos(x) dx + 5π/4 π/2 x=3π/2 x=5π/4 + (sin(x) + cos(x)) = (− cos(x) − sin(x)) x=5π/4 x=π/2 = − cos(5π/4) − sin(5π/4) + cos(π/2) + sin(π/2) + sin(3π/2) + cos(3π/2) − sin(5π/4) − cos(5π/4) √ √ = 2+1−1+ 2 √ =2 2 4. Considere a equação diferencial y 00 (t) + y 0 (t) − 6y(t) = g(t). (a) Sabendo que a solução da equação que satisfaz y(0) = y 0 (0) = 0 tem como transformada de Laplace L(y) = 1 , verique que g(t) = et . (s − 1)(s2 + s − 6) Resolução: Considere-se o problema de valor inicial: 00 y (t) + y 0 (t) − 6y(t) = g(t) y(0) = 0 0 y (0) = 0 A transformada de Laplace da equação dada é s2 L(y) − sy(0) − y 0 (0) + sL(y) − y(0) − 6L(y) = L(g(t)). Como y(0) = y 0 (0) = 0, temos L(y) = L(g(t)) × Ora se L(g(t)) × s2 s2 1 . +s−6 1 1 1 = , então L(g(t)) = , ou seja, g(t) = et . 2 +s−6 (s − 1)(s + s − 6) s−1 (b) Determine a solução geral da equação diferencial. Equação diferencial homogénea: y 00 (t) + y 0 (t) − 6y(t) = 0. Equação característica desta E.D.: r2 + r − 6 = (r + 3)(r − 2) = 0. Solução geral da E.D. homogénea: yH (t) = c1 e−3t + c2 e2t , c1 , c2 ∈ R. Resolução: Solução geral da E.D. y 00 (t) + y 0 (t) − 6y(t) = et : y(t) = yH (t) + yp (t). Cálculo de yp (t): pode ser a solução do problema de valor inicial da alínea anterior. Essa solução tem transformada de Laplace L(y) = 1 1 1 1 =− + + . (s − 1)(s2 + s − 6) 4(s − 1) 20(s + 3) 5(s − 2) Logo 1 1 1 yp (t) = − et + e−3t + e2t . 4 20 5 Então y(t) Logo, a solução geral é 1 1 1 = c1 e−3t + c2 e2t − et + e−3t + e2t 4 20 5 1 1 2t 1 t = c1 + e−3t + c2 + e − e 20 5 4 1 y(t) = b1 e−3t + b2 e2t − et , 4 b1 , b2 ∈ R. 5. (a) Determine a soma da série n ∞ X sin(θ) 2 n=1 , onde θ é um número xo real. Trata-se de uma série geométrica de razão r = converge e a sua soma é Resolução: sin(θ) 1 sin(θ) . Como a série ≤ 2 2 2 sin(θ) sin(θ) 2 = . sin(θ) 2 − sin(θ) 1− 2 (b) Sabendo que f (x) = Resolução: A série ∞ X 2n xn , ∀x ∈ R, determine f 00 (0). (n + 1)! n=0 ∞ X 2n xn é a série de Taylor da função f centrada em 0. Logo, para todo (n + 1)! n=0 o n ∈ N ∪ {0} temos an = f (n) (0) 2n . Como an = temos n! (n + 1)! 2n f (n) (0) = . (n + 1)! n! Substituindo n por 2 na igualdade anterior vem 22 f 00 (0) = . 3! 2! 4 3 Logo f 00 (0) = . 6. Verique, usando indução nita, que 1 1 1 1 + + ... + <3− , 1! 2! n! n! Resolução: Seja S= ∀ n ∈ N. 1 1 1 1 n∈N: + + ... + <3− 1! 2! n! n! . Considerando n = 1 o primeiro membro da desigualdade é 1 e o segundo é 2. Como 1 < 2, temos 1 ∈ S . Suponhamos agora que k ∈ S , ou seja, que 1 1 1 1 + + ... + <3− . 1! 2! k! k! Vamos ver se k + 1 ∈ S . Ora 1 1 1 1 + + ... + + 1! 2! k! (k + 1)! < 3− 1 1 + k! (k + 1)! (por hipótese de indução) k (k + 1)! 1 < 3− (k + 1)! k 1 porque − < − . (k + 1)! (k + 1)! = 3− Provámos assim que k ∈ S =⇒ k + 1 ∈ S . Como, além disso, 1 ∈ S , o princípio de indução nita permite concluir que a desigualdade é válida para todo o n ∈ N. MMF MRP MTA VCP