STRESS E TRABALHO Organismo em busca da ‘homeostase’ Capacidade de lidar com os limites e demandas do ambiente, com as incertezas, descontinuidades, mudanças. Estímulos (físico/químicos/sociais/psicológicos) – resposta do organismo (stress) “Mitos” sobre o stress: é necessariamente ruim? É uma doença? Vivemos mais ‘estressados’ atualmente? Stress como fenômeno psicofisiológico Hans Selye Conjunto de reações que ocorrem em um organismo quando está submetido a um esforço de adaptação. Síndrome Geral de Adaptação = relação ser humano e ambiente Síndrome Geral de Adaptação 1ª. Fase: Reação de Alarme – comportamento de “Luta e Fuga”: aumento da frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, redistribuição do sangue, aumento da pupila. 2ª. Fase: Reação de Resistência – insônia, mudanças no humor, diminuição do desejo sexual, sensação de cansaço crônico, irritabilidade, ulcerações no aparelho digestivo, diminuição das células de defesa do organismo. Síndrome Geral de Adaptação 3ª. Fase: Exaustão. Falhas dos mecanismos de adaptação ao agente estressor. – Breve retorno à situação de alarme, esgotamento por sobrecarga fisiológica. Organismo em busca da ‘homeostase’ Eustress – tensão com equilíbrio entre esforço, tempo, realização e resultados. Distress – tensão com rompimento do equilíbrio biopsicossocial por excesso ou falta de esforço, incompatível com tempo, resultados e realização. ASPECTOS COGNITIVOS E FATORES DE AVALIAÇÃO A presença de eventos que podem se constituir como estressores não caracteriza o stress. O evento potencialmente estressor deve ser percebido desta forma pelo indivíduo. Fatores cognitivos têm um papel central no processo de resposta do indivíduo aos estímulos potencialmente estressores. FATORES DE AVALIAÇÃO DO STRESS INDIVIDUAIS (COMPROMISSOS E CRENÇAS – PERSONALIDADE TIPO A) AMBIENTE (ESCALA DE HOLMES) COTIDIANO (INCERTEZA E INSEGURANÇA) SAÚDE = EQUILÍBRIO BIOPSICO-SOCIAL Fatores ambientais • incertezas • violência • poluição Fatores organizacionais • Demandas de tarefas ou papéis • Demandas e conflitos • Lideranças, estrutura e clima organizacional Fatores pessoais • Problemas pessoais • Problemas familiares Diferenças individuais • personalidade • percepção • apoio social • auto-confiança • inteligência emocional • capacidade de auto-gestão • resiliência Nível de estresse vivenciado Adaptado de Robbins, 2005 Sintomas • físicos • cefaléias • pressão alta • doenças • psicológicos • ansiedade • depressão • irritabilidade • fadiga desmotivação •comportamentais • desempenho •agressividade • absenteísmo • drogas/álcool ENFRENTAMENTO - COPING “Conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas, que são avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades” (p.49) STRESS NO TRABALHO Estímulos do ambiente de trabalho: exigências de respostas adaptativas que excedem a habilidade atual de enfrentamento (coping). Respostas (psicológicas, fisiológicas e comportamentais) que os indivíduos emitem quando expostos a estímulos stressores. Impacto do eustress = desempenho eficiente. ASPECTOS COGNITIVOS E STRESS OCUPACIONAL O indivíduo percebe as demandas do trabalho como ameaçadoras, provocando reações negativas. - Estilo individual de enfrentamento. - Distress na saúde física, mental e desempenho profissional: absenteísmo, rotatividade, insatisfação, baixo desempenho, aumento do n. de acidentes de trabalho. - Profissões Estressantes: foco emocional Cuidadores em geral (Professores, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais); Segurança (vigilantes, policiais, agentes penitenciários); Atendimento ao cliente – call center Motoristas Executivos FONTES AMBIENTAIS DE STRESS OCUPACIONAL MODELO EXIGÊNCIA-CONTROLE (KARASEK) - ALTA SOBRECARGA DE EXIGÊNCIAS + BAIXO CONTROLE SOBRE O TRABALHO + RESTRIÇÕES AMBIENTAIS= STRESS NOCIVO À SAÚDE. FOCO NAS CARCTERÍSTICAS DO TRABALHO E NÃO NA PERCEPÇÃO DO INDIVÍDUO. FONTES AMBIENTAIS DE STRESS OCUPACIONAL Características intrínsecas ao trabalho (ambiente físico, sobrecarga de trabalho, controle). Papéis organizacionais (conflito, ambiguidade, responsabilidade). Relações interpessoais Interface trabalho-família. Desenvolvimento da carreira: instabilidade no emprego, impossibilidade de crescimento, medo de obsolescência. Fatores característicos da organização. NEXO CAUSAL dificuldade em estabelecer se determinados comportamentos, estados afetivos e problemas de saúde são conseqüências de estressores organizacionais ou de outros contextos e eventos da vida do indivíduo. Trabalho como fator contributivo na manifestação do stress. STRESS ‘NEGATIVO’ = estímulos do ambiente de trabalho + respostas não saudáveis de pessoas expostas a eles. Administrando a Doença Soluções Paliativas e Limitadas A maioria das soluções é baseada em uma visão limitada que responsabiliza o funcionário pela incapacidade de lidar com as pressões do trabalho. Geralmente são soluções individuais com duração e eficácia limitadas. Exemplos: palestras sobre administração do estresse e do tempo; campanhas anti-tabagismo e anti-drogas; eventos sociais de lazer, promovidos pela empresa. PREVENÇÃO AO STRESS NO TRABALHO PRIMÁRIA: ELIMINAÇÃO E REDUÇÃO DOS FATORES ESTRESSORES NO TRABALHO. SECUNDÁRIA: IDENTIFICAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS COM SINAIS DE STRESS; DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES INDIVIDUAIS DE GERENCIAMENTO DO STRESS. TERCIÁRIA: TRATAMENTO, REABILITAÇÃO E RETORNO AO TRABALHO. PROJETOS DE PREVENÇÃO - OMS 1. Etapa diagnóstica: análise da demanda; análise organizacional, dos processos de trabalho; características da população a quem a prevenção se destina; grupos de risco; criação de um comitê de prevenção do estresse no trabalho. Instrumentos: observação, entrevistas, grupos focais, pesquisa documental,exames médicos, análise ergonômica do trabalho. PROJETOS DE PREVENÇÃO - OMS 2. Planejamento e implementação das intervenções: gerenciamento individual do stress (bio-psico-social); modificação das situações de trabalho. Instrumentos: participação e envolvimento da gestão da empresa, mobilização dos trabalhadores, treinamentos. 3. Avaliação da Intervenção: indicadores físicos dos trabalhadores; produtividade; indicadores do RH. Stress e Burnout Burnout: Processo de resposta à cronificação do stress ocupacional, trazendo consigo conseqüências negativas no nível individual, profissional, familiar e social. Burnout Exaustão emocional Despersonalização Inexistência de realização profissional Sintomas: dores de cabeça, transtornos gastrintestinais, tensão muscular, hipertensão,cardiopatia, episódios repetidos de resfriados, gripes, distúrbios do sono, fadiga, ansiedade, depressão, tendência ao uso de álcool, tabaco e drogas. Gestão do stress no local de trabalho – Qualidade de Vida no Trabalho Reduzir barulho, iluminação agressiva, aglomeração, extremos de temperatura; Minimizar a imprevisibilidade e a ambiguidade nas tarefas e nos níveis de desempenho esperados; Empoderar colaboradores sobre a ordem e o ritmo das tarefas; Enriquecimento das tarefas; Oferecer dependências sociais e recreacionais; Oferecer recompensas tangíveis para bons desempenhos; Capacitar os lideres para monitorar sinais potenciais de stress e propor intervenções.