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FATORES DE RISCO PARA EVENTOS CORONARIANOS EM PORTADORES DE
DEFICIÊNCIA AUDITIVA: UM RELATO DE CASO
Joelma Curtinovi Nunes1
Eduardo Ramos da Silva2
Resumo: Aptidão física para saúde refere-se a um conjunto de componentes morfológicos e
funcionais relacionados a uma boa qualidade de vida diária e a capacidade de realizar exercícios com
menor esforço, ocasionando assim uma redução no acometimento de doenças não transmissíveis
como diversas cardiopatias. Infere-se que deficientes auditivos possuam diminuição de sua
capacidade cardiopulmonar o que poderia reduzir a funcionalidade dos mesmos e aumentar as
chances da doença. Assim, o presente estudo, procurou investigar a relação entre resistência
cardiorrespiratória de duas adolescentes surdas com os componentes da aptidão física, buscando
saber se a doença pode potencializar o risco para púberes surdos. Para o presente estudo foram
mensurados a Freqüência Cardíaca (FC) em repouso e imediatamente após o término do teste de 1
milha, assim como a estatura, percentual de gordura Corporal (%G), Índice de Massa Corporal (IMC),
Índice Cintura-Quadril (ICQ), peso corporal, Capacidade Vital pulmonar (CV) e a capacidade
cardiorrespiratória (VO2máx). Os resultados foram comparados com tabelas normativas de cada
variável mensurada. Apesar dos resultados estarem dentro do considerado normal, para todas os
fatores de risco, observou-se uma diminuída CV em ambas alunas o que possivelmente limite sua
tolerância para esforços intensos e severos, impedindo assim níveis máximos de desempenho e
maior risco.
Palavras-chave: aptidão física; surdez; capacidade cardiorrespiratória.
Abstract: Physical aptitude related to healthcare refers to a set of morphological and functional
components which are associated to a fair quality of life and the ability to perform less demanding
exercises leading to a reduction in the occurrence of non transmissible diseases such as
cardiopathies and metabolic disfunctions. It has been said that the hearing impaired have a diminished
cardiorespiratory fitness which could lower their functionality and raise the occurrence of disease.
Thus the present study tried to show the relation between the cardiorespiratory fitness of two hearing
impaired adolescent girls and the physical aptitude components, trying to find out if the disease might
increase the risk for hearing impairded adolescents. The measurements made involved cardiac
frequency (CF), both at rest and immeaditely after the one mile test, as well as: stature, body fat
percentage (%G), corporeal mass index (CMI), hip-waist index (HWI), body weight, pulmonar vital
capacity (VC) and cardiorespiratory fitness (VO 2max). The results were compared to normative data
tables for each measured variable. Although the results were within the normal range, a lowered VC
was observed in both subjects which could indicate a limited tolerance to submaximum and maximum
efforts leading to a raise of the mentioned risks.
Keywords: physical aptitude; hearing impaired; cardiorespiratory capacity.
Introdução
Estima-se que 16,6 milhões de mortes ou um terço de todos os óbitos no mundo
resultam de várias formas de doenças cardiovasculares. Há também, sérios
problemas de incapacidade por causa de cardiopatias ou acidentes vasculares
cerebrais, que matam mais de 12 milhões de pessoas todo ano (OPAS, 2003).
1
2
Graduanda em Educação Física na FACOS- Faculdade Cenecista de Osório.
Prof. Dr. Formado na URGS, Professor na FACOS – Faculdade Cenecista de Osório.
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Importantes conhecimentos já foram acumulados nestes anos e deles pode-se retirar
alguns dados numéricos e ensinamentos, para uma avaliação mais correta dos
fatores de risco. No Brasil, alguns dados já são conhecidos, suficientes para mensurar
a magnitude das cardiopatias e de alguns fatores de risco, muito provavelmente, os
mais significativos (GUS, 1998).
Um menor risco para o surgimento de uma doença e/ou de uma incapacidade
funcional está associada aos componentes da aptidão física, composta por
composição corporal, função musculoesquelética e capacidade cardiorrespiratória.
ACSM (2003) define aptidão física relacionada à saúde como um estado
caracterizado por(a) capacidade de realizar atividades diárias com vigor e (b) a
demonstração de traços e capacidades que estão associados com um baixo risco de
surgimento prematuro de doenças hipocinéticas.
A composição corporal, um dos componentes é constituído por subcomponentes
como estatura, massa corporal, circunferências e dobras cutâneas. Ela apresenta
implicações tanto na saúde funcional como na fisiológica. No caso das crianças, as
mais pesadas correm um maior risco de transferirem o problema do peso excessivo
para a vida adulta (ACSM, 2003). Nesse sentido, Winnick e Short (2001) afirmam
que quando o nível de gordura corporal está alto demais, a capacidade de erguer e
movimentar o corpo é afetado de forma negativa.
Ainda tratando-se da aptidão física relacionada à saúde, Barbanti (1990) afirma que
a capacidade cardiorrespiratória é o componente mais importante desta. Ela está
relacionada à saúde porque: (a) os baixos níveis desta estiveram associados com
um risco extremamente maior de morte prematura por todas as causas, mais
especificamente, por doença cardiorrespiratória (b) os aumentos nas aptidões
cardiorrespiratórias estão associados com uma redução na morte por todas as
causas e (c) os altos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão associados com
níveis mais altos de atividade física habitual (ASCM, 2003). Tendo esta capacidade
como uma capacidade do sistema circulatório e respiratório, é necessário salientar
os objetivos da respiração, que são prover oxigênio aos tecidos e remover o dióxido
de carbono, sendo dividida em quatro principais funções: Ventilação pulmonar;
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difusão de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue; transporte de
oxigênio e dióxido de carbono no sangue e líquidos corporais; e regulação da
ventilação. Mudanças nos padrões respiratórios podem afetar a ventilação alveolar
e, logo, a quantidade de ar disponível para as trocas gasosas, pois nem todo o ar
inspirado alcança os alvéolos.
Visto que este fator pode afetar negativamente a aptidão cardiorrespiratória, deve-se
levar em consideração uma parcela da população que possui deficiência auditiva.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no
Brasil são mais de 5 milhões de surdos e um pouco menos de 170 mil se declaram
surdos ( CORRÊA et al., 2010).
A política Nacional de Educação Especial define a deficiência auditiva como sendo a
“perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala
através do ouvido” (BRASIL, 1994). Nesse sentido, Diehl (2006) afirma que as
causas da surdez na fase pré-natal são aquelas que surgem durante a gestação, na
forma de doenças hereditárias, do meio ou má formação do bebê. Na fase perinatal,
os problemas surgem em decorrência de dificuldades ocorridas no momento do
parto. Doenças ou traumatismos ocorridos durante as diversas fases de
desenvolvimento do indivíduo que o levam a adquirir deficiência auditiva são causas
pós-natais (DIEHL, 2006). Para Adams, Daniel, Cubbin e Rullman (1985), a perda da
audição pode ser classificada pelo local da lesão ou como condutiva ou sensoneural
(nervosa, neural, perspectiva). A perda da condução auditiva é causada por lesões
e/ou obstruções do ouvido externo ou do ouvido médio, onde o som é reduzido
antes que atinja o ouvido interno (RONALD et al.,1985).
Ainda segundo a autora, as atividades aeróbicas são muito importantes, pois as
crianças que não se utilizam da fala costumam ter uma respiração curta, isto é, não
enchem completamente os pulmões, deixando de expandir a caixa torácica e de
exercitar os músculos envolvidos na respiração e ainda podem contribuir
indiretamente, para o aprendizado da emissão de sons da fala (FILHA, 1996).
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Essa afirmação de Filha (1996) nos remete à hipótese de que a Capacidade Vital
desta população seja, conseqüentemente, reduzida e afete negativamente o VO 2
máx. Sendo este um fator de risco para doenças coronarianas, o presente estudo
buscou investigar a relação entre deficiência auditiva e prevalência de fatores de
risco para cardiopatias.
Metodologia
O presente estudo configurou-se em um relato de caso em que duas estudantes
adolescentes surdas, (adolescente “a” e “b”), alunas de uma escola estadual de uma
cidade do litoral norte com idades “a” 15 e “b” 11 anos, ambas com surdez congênita
e profunda. A adesão foi voluntária e elas foram escolhidas por serem alunas de
uma turma de surdos de uma escola de ensino fundamental estadual, onde todas as
outras turmas são de ouvintes. Outro critério foi a de “a” e “b” serem moradoras da
mesma cidadã, o que facilitou a realização dos testes, além de as duas possuírem o
mesmo tipo de surdez.
Os alunos participaram dos testes com o consentimento de seus responsáveis,
através de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em dia e
hora marcado, os alunos “a” e “b”, encaminharam-se para as instalações de uma
faculdade situada na mesma cidade em que elas residem e estudam,
acompanhados pelos responsáveis. O procedimento foi esclarecer, detalhadamente,
todas as etapas da pesquisa, enfatizando os riscos e benefícios da participação dos
alunos “a” e “b” na coleta de dados, com o auxílio de um aluno parcialmente surdo
que fez toada a tradução em libras. Feito isso, aplicou-se os questionários como
anamnese geral e o questionário de prontidão para atividade física (PAR-Q)
(HEYWARD, 2004).
Logo após os questionários serem respondidos com o auxílio dos responsáveis e a
tradução em libras ser feita por um aluno com surdez leve, o procedimento seguinte
foi de verificação da a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), em posição
sentada, com um esfigmomanometro e estetoscópio, marca Solidor.
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Foram utilizados manguito de tamanho adequado e um estetoscópio sensível a fim
de obter valores reais em repouso e depois do trabalho. Para mensuração em
repouso, o indivíduo foi orientado a deixar os pés bem firmes no chão e manter uma
posição relaxada, com o braço apoiado. O manguito foi ajustado em torno do braço,
no nível do coração e com o tubo do lado de dentro do braço; o estetoscópio ficou
abaixo do manguito e não sob ele. O primeiro e quarto sons de Korotkoff (o primeiro
som ouvido e o som quando o tom muda ou se torna abafado) foram utilizados para
detecção da PAS e PAD, respectivamente (HOWLEY e FRANKS, 2008).
Em seguida, foi verificada a Frequência Cardíaca dos alunos, ainda sentados, por
palpação da artéria radial, contando os batimentos durante 15 segundos e
multiplicando por quatro (batimentos por minuto). Segundo Hawley e Franks (2008),
a Freqüência Cardíaca de repouso e durante o exercício sub-máximo costumam ser
usadas como indicadoras do condicionamento.
Imediatamente, os alunos,
descalços e com roupas leves, foram pesados em uma balança digital Toledo. Em
seguida foram realizadas a mensuração das circunferências com uma trena
antropométrica e das dobras cutâneas com um plicômetro WCS Skinfald Caliper. As
dobras cutâneas aferidas foram a triciptal, subescapular, peitoral, supra-ilíaca e
abdominal.
Orientações são encontradas nos estudos de Harrison et al. (1991) e em Guedes
(1994), citados por Queiroga (2005), que indicam realizar as medidas no lado direito
do corpo, destacar a dobra iniciando a pinçada a aproximadamente 8cm entre os
dedos; manter a dobra elevada enquanto realiza a medida; aplicar o compasso
perpendicularmente à dobra; soltar a pressão das hastes do compasso lentamente;
realizar uma série de três medidas no mesmo local de forma alternada em relação
às demais. Para efeito de cálculo, considerou-se o valor intermediário entre as três
medidas (QUEIROGA, 2005). A mensuração das dobras cutâneas, serviram para o
cálculo do percentual de gordura. Para esse procedimento foi utilizado a equação de
Guedes para crianças e adolescentes (7-18 anos).
%G= 1,33(S) – 0,013(S)2 – 6,8
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Sendo que S é a somatória das dobras cutâneas triciptal e subescapular.
As circunferências mensuradas foram cintura e quadril, para a coleta de dados para
o cálculo do Índice Cintura-quadril através da divisão da circunferência da cintura
pela circunferência do quadril.
O IMC foi calculado pela divisão do peso em quilos pela altura em metros, elevada
ao quadrado (kg/m2). Conforme a tabela normativa de IMC de crianças com idades
entre 7 e 17 anos da PROESP (Projeto Esporte Brasil), consideram-se valores
abaixo dos pontos de corte como parâmetros de normalidade. Os valores superiores
aos pontos de corte configurem-se como indicadores de risco à presença de níveis
elevados de colesterol e pressão arterial, além de provável ocorrência de obesidade.
A medida da estatura foi realizada utilizando-se um antropômetro da marca Sanny,
afixada a uma parede plana, no qual os alunos ficaram em pé, descalços, braços ao
longo do corpo, os pés unidos com calcanhares encostados no aparelho, cintura
pélvica, cintura escapular e cabeça encostada no antropômetro. O cursor ou
esquadro, num ângulo de 90o em relação à escala, toca o ponto mais alto da cabeça
no final de uma inspiração, onde se realiza a leitura em metros (BECK et al., 2007).
Depois de realizadas as mensurações corporais, os alunos, um a um, foram
submetidos ao teste de Capacidade Vital Forçada, feito em um espirômetro de
Barness marca Fami, em que o indivíduo expele dos pulmões a quantidade máxima
de ar que puder, após primeiramente enche-los à sua extensão máxima e então
expirar também à sua extensão máxima (GUYTON E HALL, 2006). Os valores
alcançados através do cálculo da Capacidade Vital previstos para “a” e “b” foram
respectivamente 3325 ml e 2770 ml. Como limite inferior previsto foram encontrados
2840 ml para “a” e 2293 ml para “b”.
Para a análise dos resultados da Capacidade Vital, foram utilizadas equações
propostas por Mallozi (1995), citada por Drumond (2006), considerada equação de
normalidade para a espirometria em crianças e adolescentes. A equação utilizada foi
para o sexo feminino:
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CV = estatura(cm)0,02417 + idade x 0,0561 + peso x 0,010 – 2,2197
Considerando, ainda, um limite inferior que foi calculado através do CVF previsto –
0,0477. A aluna “a” obteve o valor de 1700 ml e “b” 1600 ml.
Ao final da coleta destes dados, “a” e “b” foram conduzidos até o ginásio da
entidade, onde foram esclarecidos sobre como deveria ser realizado o teste de 1
milha. Para a realização do teste, foram utilizados cones para a demarcação do
percurso, na quadra de esportes da Faculdade Cenecista de Osório e um
cronômetro para o controle do tempo. Para predição do VO 2 máx. foi utilizada a
equação de predição (campo) de caminhada de 1 milha (8-17 anos) proposta por
Cureton et al. (1995) apud Heyward (2004):
VO2máx= 108,94 – 8,41(tempo em minutos) + 0,34(tempo em minutos) + 0,21(idade x sexo) –
0,84(IMC)
O tempo foi cronometrado do início do exercício até o exato momento em que o
aluno ultrapassou os cones que demarcaram a distância de 1609 metros, ou 1 milha.
As comparações absolutas do VO2 máx medido em litros de oxigênio consumidos
por minuto não explicam de forma adequada as diferenças nos desempenhos dos
exercícios. Dessa forma, o VO2 máx é mais comumente registrado como mililitros de
oxigênio consumidos pelo examinado por quilograma de peso corporal por minuto de
exercício. (HOWLEY E FRANKS, 2008).
Resultados e discussão
Idade
VO2 máx
.
-1.
IMC
-1
T.A. repouso
2
(anos)
(ml Kg min )
ICQ
(Kg/m )
(mmHg)
%G
A
15
47,67
0,73
20,58
130/80
19,64
B
11
50,66
0,72
14,69
100/60
14,6
Tabela 1: Tabela de resultados das mensurações e cálculos realizados com os
dados coletados
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Nenhuma publicação foi encontrada para a ratificação da hipótese de que o
deficiente auditivo tenha um elevado risco para problemas coronarianos, devido a
sua possível limitação ventilatória, obtendo uma menor Capacidade Vital e
consequentemente, um VO2 máx menor. Todos os dados observados foram
escolhidos para que, através de cálculos e análise dos mesmos, obtivéssemos
respostas para a hipótese descrita acima.
Comparando os dados calculados com as tabelas normativas apresentadas para
cada variável, observou-se que o VO2 máx de “a” e “b” possuem os valores de 47,67
ml.Kg-1.min-1 e 50,66 ml.Kg-1.min-1 respectivamente, considerados bons em relação
aos apresentados como média normal para crianças e adolescentes da mesma faixa
etária e até mesmo, em comparação com valores de pessoas não surdas, de faixas
etárias diferentes. Nesse caso, não se confirmou a hipótese de um menor VO 2 máx
para esta população.
Quanto ao IMC, conforme a tabela normativa de IMC de crianças com idade entre 7
e 17 anos do Programa Esporte Brasil (PROESP), observou-se que “a” está dentro
dos parâmetros de normalidade, pois apresenta um valor de 20,58 Kg/m 2, menor do
que o acusado na tabela como ponto de corte para mulheres da mesma idade que é
de 22,4 Kg/m2. Já “b”, apresentou um valor de 14,69 Kg/m 2, muito abaixo do
considerado normal pela tabela da Proesp, que indica o valor de 22,3 Kg/m 2, mas,
ainda assim, está englobada nos parâmetros de normalidade.
Os valores de ICQ (Indice Cintura-Quadril) das alunas “a” e “b” comparados à tabela
normativa sugerida por Gray apud Heyward, Stolarczyk (1996) citado por Pitanga
(2004), indicou que tanto “a”, com o ICQ 0,73, quanto “b” com 0,72, apresentam
resultados considerados como de baixo risco para a idade até 29 anos que é de
0,83. Os mesmos autores ainda citam uma classificação do percentual de gordura,
no qual “a” encontra-se na classificação acima do normal, pois apresentou um
percentual de 19,64%, que refere-se ao percentual entre 18 e 25%. No caso de “b”,
seus valores para percentual de gordura está classificado na faixa abaixo do normal,
ou seja, dentro da porcentagem até 16%, com o percentual de 14,60%.
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Em relação à tensão arterial de repouso (TArep), “a” teve sua TA aferida com o
resultado de 130/80 mmHg e “b” 100/60 mmHg, valores considerados normais,
classificando-as como normotensas. Até este ponto, os dados calculados
apresentaram valores considerados dentro da normalidade, comparados com os
valores normativos.
Por outro lado, a Capacidade vital calculada apresentou valores abaixo do limite
inferior, tanto para “a” com 1700ml quanto para “b” com 1600 ml, sendo que o
previsto pela equação proposta por Mallozi (1995) seria de 2840 ml para “a” e de
2293 ml para “b”, desfazendo a hipótese de que uma CV baixa não é um fator que
provoque uma maior propensão para doenças coronarianas. Esses resultados
descritos anteriormente sugerem que a Capacidade Vital nestes dois casos, não
influencia a prevalência de fatores de risco nesta população.
Conclusão
Apesar de os resultados estarem dentro do considerado normal, a CV das duas
alunas pesquisadas está abaixo do limite inferior previsto pela equação de Mallozi
(1995). Porém, é necessário que haja mais estudos neste sentido, com a utilização
de métodos mais sensíveis e um número maior de voluntários para que seja
apresentados dados mais consistentes sobre a relação da capacidade vital e aptidão
física nesta população.
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