AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM Faculdade Integrada PE LA LE I DE DI R EI TO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO INFANTIL Alusair de Souza Santos TO PR OT EG ID O APRENDENDO E JOGANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DO CU M EN Professora Msc. Maria da Conceição Maggioni Poppe Posse-Go 2013 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM Faculdade Integrada PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM EDUCAÇÃO INFANTIL APRENDENDO E JOGANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Alusair de Souza Santos Monografia apresentada à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Educação Infantil por Alusair de Souza Santos Posse-Go 2013 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por ter me iluminado a todos os momentos, à minha família, e a todos os meus amigos, em especial à minha amiga Silvania presenças sempre marcantes nesse trabalho que realizo. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus familiares pela compreensão, apoio, incentivo e ensinamentos que me deram no decorrer do desenvolvimento deste e em especial à minha amiga Silvania Gomes valente que sempre me ajudou nos momentos mais difíceis da minha vida quando se tratava de desenvolver este, ela que me auxiliou em tudo o que mais precisei. EPÍGRAFE Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los, sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. (Drummond) RESUMO A presente monografia teve como objetivo principal pesquisar jogos para valorizar a prática pedagógica e a partir desses jogos lúdicos ampliar e assimilar os conteúdos. Dessa forma tanto o professor quanto o aluno só tende a ganhar, pois os alunos memorizam mais rápido os conteúdos e o professor têm uma aula motivadora. Nos capítulos serão abordados os jogos lúdicos criados e desenvolvidos dentro da sala de aula. A importância do papel dos jogos na escola, o quanto ele auxilia para assimilação dosa conteúdos. Levando em conta como é importante o brincar para aprender. Saber o quanto o brinquedo é importante na vida. Contudo, no decorre do desenvolvimento deste será possível notar que o brinquedo pode ser usado em diferentes disciplinas que consistem o currículo da Educação Infantil. A Educação Infantil deve ser um ambiente especialmente criado para fazer desabrocharem todas as potencialidades da criança, e por esse motivo, devem ser estimulada e motivada. Palavras-chave: Atividades lúdicas. Educação Infantil. Jogos. Brincadeiras. Processo escolar. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa de campo na Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida na sala do pré II, através de jogos e brincadeiras que foram desenvolvidos fora e dentro da sala de aula. A pesquisa de campo se deu início no dia 1º do mês de março do ano de 2012 à 08 de abril do corrente ano, onde pude analisar o contexto da escola e a série mencionada anteriormente, durante a realização da pesquisa foram trabalhadas as seguintes brincadeiras: Amarelinha de números e letras; Jogo de dominó; Jogos de elementos e conjuntos; Jogo de dominó; Caracol das letras e dos números; Caça-palavras; Montagem de famílias silábicas; Amarelinha de números e letras e Dominó de palavras. Todas as brincadeiras mencionadas fez com que as crianças despertassem o seu interesse em aprender. Durante a realização das brincadeiras foi possível perceber que através do lúdico a criança aprende melhor, pois o interesse em aprender a jogar faz com que eles se interessem pelo que estão querendo fazer. Esta pesquisa teve, como objetivo inicial, diagnosticar e posteriormente analisar descrevendo a realidade encontrada em uma Escola Municipal, no que diz respeito à incorporação do lúdico na prática concreta de professores e crianças pré-escolares. Através do lúdico, mostrou ao professor que a aprendizagem é ativa, dinâmica e continua, ou seja, uma experiência basicamente social, que tem capacidade de conectar o individuo com sua cultura e meio social mais amplo. O desenvolvimento da criança acontece, inicialmente, com a interação entre ela e as pessoas mais próximas. O centro dos estudos de Vygotsky sobre desenvolvimento e aprendizagem infantil esteve na zona de desenvolvimento proximal - ZDP, que ele define como: [...] A distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1998, p.112). Piaget(1973), mostra claramente em suas obras que os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem o desenvolvimento intelectual, dessa forma os jogos e as atividades lúdicas tornaram-se significativas a medida que criança se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar a coisas no seu cotidiano. No momento em que brinca a criança trabalha diversas dimensões de aprendizagem, envolvidas pelo mundo do faz-de-conta que a brincadeira lhe oferece. Como afirma Kishimoto (2009, p.36) “O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remetemos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil”. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................09 CAPITULO I- Os jogos lúdicos..........................................................................13 1.1 O jogo lúdico e as atividades lúdicas no ensino .................................14 CAPITULO II - O papel dos jogos na escola ....................................................17 2.1 O professor e os recursos pedagógicos .....................................................18 CAPITULO III - Brincar e brincadeiras ..............................................................22 3.1 A ação do educador sobre o brincar infantil..........................................24 3.2 O Brinquedo ...................................................................................26 3.3 O brinquedo e seu grande papel ......................................................27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................29 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................31 9 INTRODUÇÃO O referido trabalho tem como tema o lúdico na Educação Infantil, enfocando assim o problema central que é como trabalhar jogos na sala de aula valorizando sempre o que o aluno já sabe com jogos do seu cotidiano. Com base nisso é de fundamental importância, pois atualmente a educação infantil configura-se como a primeira etapa da educação básica. Assis (1998) acrescenta que esta integração da educação infantil na educação básica como sendo um direito tanto das crianças como da sua família é um dever do Estado surgiu perante lutas direcionadas por educadores ao longo dos anos, que buscavam legitimar a demanda social de educação e cuidado ás crianças na faixa etária dos quatros meses a seis anos. O brinquedo pode ser usado em diferentes disciplinas que consistem o currículo da educação infantil. A educação infantil deve ser um ambiente especialmente criado para fazer desabrocharem todas as potencialidades da criança, e por esse motivo, devem ser oferecidas á criança, oportunidades de ser estimulada e motivada. O processo de ensino aprendizagem na Educação Infantil é visto como de grande relevância mostrar a possibilidade de trabalhar com jogos de maneira lúdica e prazerosa. Nos capítulos serão abordados os jogos lúdicos criados e desenvolvidos dentro da sala de aula. A importância do papel dos jogos na escola, o quanto ele auxilia para assimilação dosa conteúdos. Levando em conta como é importante o brincar para aprender. Saber o quanto o brinquedo é importante na vida. Os jogos lúdicos são constituídos de um jeito inteligente de propor problemas, pois fazem com que os mesmos sejam mostrados de forma atrativa, sendo assim, irá favorecer a criatividade ao elaborar as estratégias de resolução. Sendo o jogo algo importante para o aluno e sendo também fator de aprendizagem indispensável em qualquer atividade que o mesmo venha a desenvolver. Através das brincadeiras faz-se necessário que os conteúdos educativos sejam ampliados e conforme, é percebido na realidade de muitas escolas de educação infantil, “as crianças gostam de se exercitar, descarregar as energias e principalmente quebrar a rotina da sala de aula.” 10 É necessário que o professor esteja muito bem orientado, pois ele é uma peça fundamental do sucesso e do fracasso dentro dessa proposta de trabalho, mostrando os mesmos que o educando possa se desenvolver gradativamente. Para que os mesmos possam exercer sua capacidade de criar, é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas, favorecendo assim, a autoestima, auxiliando a superar progressividade suas aquisições de forma criativa. Os objetivos desse estudo, portanto são: pesquisar jogos para valorizar a prática pedagógica e a partir desses jogos lúdicos ampliar e assimilar os conteúdos. Dessa forma tanto o professor quanto o aluno só tende a ganha, pois os alunos memorizam mais rápido o os conteúdos e o professor têm uma aula motivadora. Cabe salientar que pesquisar jogos do cotidiano do aluno, o professor estará valorizando os jogos vivenciados pelos mesmos, ou seja, que já é do seu dia a dia. com o desenvolvimento deste torna-se possível comparar jogos diários dos alunos com jogos criados em sala de aula. Dessa forma professor e aluno acabam trocando experiências em sala de aula. Avaliar o desenvolvimento dos alunos diante dos jogos desenvolvidos em sala de aula, conforme os jogos são desenvolvidos pelos alunos o professor tem a oportunidade de está avaliando o seu desempenho e aproveitamento diante do conteúdo estudado. O lúdico na educação infantil é de suma importância, pois a cada dia o professor pode estar inovando sua aula e também tendo oportunidade de conhecer a vida diária de brincadeiras dos mesmos. Nos dias atuais é possível notar que a escola de educação infantil, com seus professores e funcionários devem dar as mãos nas brincadeiras com as crianças. Pois nos dias atuais o brincar não é visto como um passatempo pedagógico, mas sim como um grande auxiliar. A educação infantil tem o papel de tornar aquele brincar livre e espontâneo da criança em um fazer pedagógico, estimulando a construção de conhecimento. Uma educação infantil onde as atividades cotidianas são bem elaboradas levando em consideração de qualidade favorece o desenvolvimento a aprendizagem, 11 ensinando a criança a se tornar questionadora e saber interpretar a sociedade em que vive sendo um meio de preparação para a vida. Sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os moldes da educação bancária e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento principal para o desenvolvimento da criança. O jogo, e a maneira como o professor dirigem o brincar, desenvolverão psicológica, intelectual, emocional, físico-motora e socialmente as crianças, e por isso os espaços para se jogar são imprescindíveis nos dias de hoje. A brincadeira povoa o universo infantil desde os tempos mais remotos da história. Através dela a criança apropria-se da sua imagem seu espaço, seu meio sócio-cultural, realizando inter e intra- relações. Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil, o brincar é um precioso momento de construção pessoal e social, é permeado pelo eixo de trabalho movimento, onde a criança movimenta-se construindo sua moralidade, afetividade perante as situações desafiadoras e significativas presentes no brincar e inerentes á produção social do conhecimento. Posteriormente o lúdico foi trazido como um forte instrumento da educação. Frobel, em sua proposta para a educação infantil, realizou estudos nos quais foi atribuída grande relevância ao brinquedo. Estudiosos como Vygotsky e Piaget fizeram análises de todo o processo do desenvolvimento infantil, mostrando a importância da presença do jogo na vida humana demonstrando que eles favorecem não apenas a aprendizagem, mas também o desenvolvimento e a interação social do indivíduo. A visão do lúdico como estratégia capaz colaborar no processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, tem sido muito discutida e trazida aos poucos para os ambientes escolares, por ser a brincadeira é um dos universos da criança. Mesmo com todos os estudos que tratam da eficácia do uso de jogos nos ambientes escolares, ainda existe resistência por parte de alguns educadores descrentes na possibilidade de unir a brincadeira ao conteúdo pedagógico. No decorrer do desenvolvimento deste nota-se que o brinquedo pode ser usado em diferentes disciplinas que consistem o currículo da Educação Infantil. 12 A Educação Infantil deve ser um ambiente especialmente criado para fazer desabrocharem todas as potencialidades da criança, e por esse motivo, devem ser estimulada e motivada. Cabe salientar que o jogo ajuda-o a construir descobertas interessantes, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. Cabe ressaltar que a escola pode ser considerada o reflexo do brincar, pois tudo o que é produzido pelo aluno no âmbito escolar, está certamente ligado aos primeiros estágios da vida, à sua mais remota infância. No ambiente escolar, o ato de brincar, torna-se um processo educacional, que visa ampliar a aquisição de conhecimentos do aluno para participar com maior eficiência do meio em que vive. A criança é um ser com inúmeras potencialidades, que manifesta alegria e felicidade, aspectos expressos no brincar. Para ela, brincar é sua realidade enriquecida, humanizada e personalizada. O que passa em sua mente é transposto ao lúdico,, a busca infantil em compreender o mundo em que se vive está no ato de brincar. (Harres, 2007). Conforme o que foi mencionado, salienta-se que brincar realmente é um dos meios pelo qual o ser humano explora uma variedade; novas experiências e diversas situações em diversos propósitos. A infância sendo uma fase de brincadeiras, através dela a criança torna seus interesses, necessidades e desejo mais satisfeitos. Sendo assim, vai haver uma inserção na realidade, pois assim, reflete e expressa a maneira como a criança ordena, organiza, constrói, desorganiza e reconstrói o seu espaço. 13 CAPÍTULO I OS JOGOS LÚDICOS Os jogos lúdicos sempre serão muito importantes na vida das crianças, desde a antiguidade até os dias atuais. O acesso gratuito à escola conforme nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo nº. 205, diz que: “A Educação é um direito de todos e dever do Estado [...].” É condição indispensável para a garantia dessa premissa constitucional e para que se complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de procedimentos que assegurem condições para sua concretização. O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criança precisa de tempo para brincar. De acordo com a afirmação de Carvalho: “Desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois guando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividade vivenciadas naquele instante.” (1992,p.14) Observando essa afirmação de Carvalho fica provado o valor que os jogos lúdicos tem na vida das crianças ,quando brinca faz esforços físicos e mentais, físicos quando manuseia, jogo mental quando raciocina, cria. Não é permitido mais limitar nossas aulas em apresentação oral do conteúdo, com definições, exemplos e demonstrações de propriedades seguidas de exercícios de aprendizagem. O nosso aluno deve ser ativo na construção do seu saber. O professor deve iniciar os percursos por onde o aluno deverá passar, mas deixando que o aluno procure buscar sozinho também com suas próprias iniciativas. Nessa perspectiva o professor será um mediador, um facilitador da aprendizagem, pois não será mais um expositor de conteúdos e sim um fornecedor de informações indispensáveis ao conhecimento que o aluno não 14 tem como obter sozinho. Sendo assim: “A educação é o grande nivelador da sociedade, e toda melhoria na educação é uma grande contribuição para equalizar as oportunidades”. (GATES, 1995, p. 316). Diante dessa questão é possível ver que as pessoas são obrigadas a mudar o rumo do ensino, buscando novas metodologias. A história mostra que jogar é uma atividade que acompanha o homem desde os tempos mais remotos, visto como alegre e desafiador o jogo é vital para o crescimento intelectual. Divertir enquanto aprende é uma alternativa que faz o aluno ir criando em sua mente experiências agradáveis com relação aos jogos lúdicos e consequentemente ir diminuindo os traumas e a visão assustadora que esta traz para a vida dos estudantes. 1.1 O jogo lúdico e as atividades lúdicas no ensino O jogo no ensino oferece o desenvolvimento de um ambiente motivador, onde o aluno dá o melhor de si num esforço espontâneo sem a obrigação explícita do acertar, pois é movido pela vontade de vencer em consequência atinge o objetivo do jogo. Sendo que este propicia uma maneira descontraída de propor problemas, uma vez que estes são apresentados de forma atraente, incentivando a criatividade na busca de soluções. Mas seu uso em sala de aula requer conhecimento e objetivos claramente definidos, por isso o planejamento e o conhecimento devem andar juntos na busca de uma boa qualidade de ensino. O jogo como recurso didático é uma ferramenta riquíssima defendida por vários pesquisadores como Piaget, Vygotsky entre outros. O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola. (1994, p. 13). Conforme o que foi mencionado acima é percebido a necessidade do educador de pensar e refletir em relação às atividades lúdicas em momentos 15 distintos de seu planejamento. Cabe memorizar que “o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas, promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais”. Cabe salientar ainda que: O pensamento de que o desenvolvimento da atividade lúdica segue a trajetória do jogo de papéis para jogo de regras, e que ambos são importantes para o desenvolvimento humano. A criança, na brincadeira, experimenta papéis (re)construindo sua realidade, vivenciando sentimentos, comportamentos e fazendo representações do mundo exterior. Assim, novas explorações e relacionamentos interpessoais presentificam-se. Como afirma Andrade, “as crianças brincam porque vivem em um mundo onde estas e outras relações estão presentes. Brincando elas exploram as diferentes representações que têm do mundo”. (ANDRADE, apud REGO, 1995, p. 90). Destacando ainda mais a importância do lúdico, lembramos as palavras de Ronca: “O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo”. (1989, p.27). A criança ao jogar solta toda a sua imaginação até mesmo vai criando outro jogo diante do mesmo que lhe foi apresentado. Carvalho afirma também: “E o ensino absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela e se modifica de ato puramente transmissor o ato transformador em ludicidade, denotando-se portanto em jogo”(1992, p.28). 16 Na visão de Carvalho ele afirma que com os jogos lúdicos ajuda no desenvolvimento da inteligência, ou seja, quanto mais uma criança está em contato com os mesmos ela tem a tendência de aprender cada vez mais. Sendo que cada jogo vem propriamente acompanhado de um conteúdo. A cada dia que passa os mesmos vem ocupando um espaço muito grande na sala de aula, pois é instrumento que está conseguindo sanar as duvidas dos alunos de uma forma divertida e organizada. A atividade lúdica vem transformando os ambientes da sala de aula, em um ambiente tranquilo e participativo. “Os jogos e as atividades lúdicas tornam-se significativas a medida que se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir reinventar as coisas , que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato. (PIAGET,1973. p.56). Na visão de Piaget a criança se desenvolve muito através de jogos, ou seja, a cada manuseio de um jogo, a criança aprende brincando, e cada um que lhe é apresentado em sala de aula a criança só tende a evolui, pois tudo que ocorre em sala de aula é uma mera adaptação do seu dia a dia. Os jogos enriquecem a aula, além de prendera atenção a atenção dos alunos, fazendo com que ele participe e queira sempre esta na escola, pois os jogos estimulam e aumenta o interesse na interação das brincadeiras. 17 CAPÍTULO II O PAPEL DOS JOGOS NA ESCOLA È de suma importância os jogos na sala de aula, pois o mesmo auxilia o professor no conteúdo que está sendo ministrados, chamando a atenção dos alunos, pois os mesmos fazem parte da sua vida cotidiana. Os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico na educação infantil, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira, a humanidade observou a importância da criança que brinca. Os efeitos do brincar começam a ser investigados pelos pesquisadores que consideram a ação lúdica, no caso os jogos como metacomunicação, ou seja, a possibilidade da criança compreender o pensamento e a linguagem do outro. Portanto, o brincar implica uma relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento do aluno. O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Mas, é Piaget que nos esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar. Ao apresentar um conteúdo através da forma em jogos, o aluno vai aprender brincando, e o mesmo vai ter prazer em participar porque a aula se torna muito mais interessante. A cada passo dado o educando irá procurar se desenvolver da melhor forma possível para a obtenção de bons resultados e de conseguir vencer. “A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo um guia, um animador, um líderalguém muito consciente e que se preocupe com ela e que faça pensar tomar consciência de si do mundo e seja capaz de dar-lhes as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor” (Almeida,1987, p.195). 18 De acordo com Almeida a criança quer encontrar na escola um ambiente acolhedor, onde terás amigos para brincar e um orientador para direcionar as suas brincadeiras. Que na sua sala de aula a criança possa construir, raciocinar, inovar, pois ali é o seu momento de conhecer novos conteúdos que o torne capaz de ser com os seus colegas de classe o que aprendeu. Ressaltando sempre a importância do professor que estará sempre do seu lado, animado e guiando dessa forma o mesmo não se sente sozinho e percebe que alguém se interessa por ele que se preocupa com o seu bem está tanto dentro do âmbito escolar quanto na sociedade. Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade. 2.1 O professor e os recursos pedagógicos Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam o seu raciocínio e construam o seu conhecimento de forma descontraída. As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. Ao ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar. Os jogos na sala de aula vêm proporcionando momentos de lazer e bem estar para os alunos, pois a cada jogo levado para sala os mesmos terão o maior interesse em aprender como brincar. Mesmo que eles tenham regras, eles vão querer participar, dessa forma os ajuda a se organizar e também respeitar a vez de jogar do coleguinha. Para que isso aconteça faz-se 19 necessário o educador assumir a grande responsabilidade de falar, explicar as regras diante de cada jogo apresentado dentro e fora de sala de aula. A assimilação da aprendizagem durante todo o desenvolvimento de alguma atividade vai sendo monitorada pelo professor, pois qualquer dúvida que tiver surgir vai sendo esclarecida pelo mesmo. O professor levando jogos para a sua sala de aula torna-se as mesmas mais prazerosas e com o tempo perceberá que será uma ferramenta indispensável para o seu trabalho cotidiano. A atividade lúdica é importante em sala de aula, pois auxilia o trabalho do professor faz com que a criança desperte a sua imaginação e aprenda brincando. Na concepção de Vygostsky: “O jogo é a mais importante das atividades da infância pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utiliza dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica e uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastantes enriquecedores que promovem a aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo.” (1984,p.64). Analisando essa afirmação a criança precisa brincar sorrir, se divertir, pois brincando ela aprende e começa a criar novos conceitos das brincadeiras que auxilia os conteúdos que são ministrados na sua sala de aula. O professor sempre deixará muito claro aos alunos que os jogos não é só para brincar, mas sim para aprender, explorar o conhecimento, dando oportunidades para os alunos perceberem que estão brincando e aprendendo ao mesmo tempo. O professor tendo o jogo como suporte na sua ação pedagógica ele só tende a ganhar, pois estará contribuir para uma qualidade melhor de ensino e assim incentivando cada vez mais para a construção do conhecimento de forma gostosa e prazerosa e que possibilitem a compreensão dos conteúdos estudados. 20 E diante de cada jogo que o professor tem que explorá-lo de todas as maneiras, pois o processo de ensino aprendizagem acontece de várias formas, alguns alunos aprendem logo de imediato e outros podem levar um processo mais demorado, cabe ao mesmo perceber e desencadear ações mais específicas que levem todos a um único caminho que é da compreensão dos conteúdos ou seja, a construção do conhecimento como processo contínuo de formação da aprendizagem. Para Piaget (1973), Os jogos e as atividades lúdicas tornara-se significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em que em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato. Se o lúdico é tão discutido por psicólogos e pensadores, não seria este o momento da escola parar e refletir também sobre a importância do lúdico (jogos e brinquedos) para a criança? Quais os benefícios para ela? Como utilizar essas atividades lúdicas para aquisição da linguagem escrita e do conhecimento como um todo? Com o passar dos anos, a deixa o meio familiar e vai ao encontro de uma outra realidade: a escolar. Como será esta escola? O que acontecerá? Como se comporta? São questões que passam pela cabecinha desse pequeno ser que, muitas vezes, encontrará na escola o mesmo ambiente familiar. No entanto, se ela consegue uma escola comprometida com o seu desenvolvimento e que compreenda as suas necessidades de correr, brincar, jogar, de expandir-se em vez de torna-se prisioneira por várias horas, com certeza será uma criança alegre e feliz. A escola deve aproveitar todas as manifestações de alegria da criança e canalizá-la emocionalmente através de atividades em jogos lúdicos educativos. Essas atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem grande benefícios que proporcionam saúde física, mental, social e intelectual à criança, ao adolescente, até mesmo ao adulto. 21 Contudo, com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir e outros; participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais; desenvolva livremente a expressão corporal que favorece a criatividade, adquira hábitos de práticas recreativas para serem empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hábitos de boa atividade corporal, seja estimulada em suas funções orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde dinâmica e desenvolva o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações imprevistas. 22 CAPÍTULO III BRINCAR E BRINCADEIRAS A brincadeira é vista como um processo de desenvolvimento corporal, imaginativo exploratório que amplia ainda mais a capacidade do ser humano. Brincar faz parte do dia a dia da criança e leva uma brincadeira para a sala de aula e associa La a um conteúdo é de suma importância e valor para assimilação do conteúdo. Brincar é uma atividade paradoxal: livre, imprevisível e espontânea, porém, ao mesmo tempo, regulamentada; meio de superação da infância, assim como modo de constituição da infância; maneira de apropriação do mundo de forma ativa e direta, mas também através da representação, ou seja, da fantasia e da linguagem (WAJSKOP, 1995, p. 47). De um modo geral, os educadores infantis reconhecem a importância das brincadeiras com jogos no desenvolvimento infantil, percebendo seu papel na construção do Eu e das relações interpessoais. Convencê-los da importância para a aprendizagem, no entanto, é mais difícil, pois, por muito tempo, a definição de sua identidade profissional baseou-se na oposição brincar-estudar: a escolinha e a creche são lugares de brincar enquanto a escola ( nas séries iniciais) é um lugar de estudar . Brincar é uma importante forma de comunicação e, por meio dela, a criança pode reproduzir o seu cotidiano. Mas vale lembrar que cada faixa etária tem uma necessidade e um interesse diferente durante a brincadeira. Crianças muito pequenas têm maior dificuldade em dividir os seus brinquedos, enquanto as maiores gostam de jogos em grupo. “A brincadeira é a atividade que a criança começa dede o seu nascimento no âmbito familiar”( KISHIMOTO,2002,p.139). Na concepção de Kishimoto a criança brinca desde o seu nascimento, dentro do seu âmbito familiar, ou seja, o brincar com sua família faz parte da sua vida diária. 23 Brincando, as crianças constroem seus próprios mundos e dos mesmos fazem o vínculo essencial para compreender o mundo do adulto, ressignificam e reelaboram acontecimentos que estruturam seus esquemas de vivências, sua diversidade de pensamentos e a gama diversificada de sentimentos. (ANTUNES, apud MACEDO, 2004, p.12). Cabe salientar que brincar e jogar são atividades simples na vida das crianças. Parecem simples, mas depois de observá-los, se verifica que a atividade lúdica está no centro de muitas ideias sobre o desenvolvimento psicológico, intelectual, emocional ou social do ser humano. O brincar, brincadeira desempenham um papel na aprendizagem e no processo de socialização das crianças. Qual é, afinal, o melhor lugar que a brincadeira pode ocupar na educação infantil? O melhor lugar da brincadeira é na sala de aula, desde que o educador saiba levar a brincadeira certa e integrá-la ao conteúdo estudado, assim mostrando regras e coordenando toda a brincadeira desde inicio, meio e fim. A cada dia que passa a ludicidade está tendo o seu espaço no ambiente escolar, pois para o educado é um instrumento que auxilia e incentiva os alunos cada vez mais. “A brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretiza as regras do jogo ao mergulhar na ação lúdica, e o lúdico em ação.” (KISHIMOTO,1990,p.31). De acordo Kishimoto (1990), a brincadeira faz parte da vida da criança, mas para a mesma se interagir com a brincadeira tem que conhecer as regras e assim a lucidade vai ocupando um grandioso espaço, não só na sua vida fora da escola, mas sim com grande presença na escola mostrando aos alunos que podem sim aprender brincando de uma forma divertida. Segundo pesquisas realizadas por Gisela Wajskop, a constatação da existência de brincadeira na criança era interpretada a partir de uma visão de natureza infantil, biologicamente determinada para a qual a mesma cumpre requisitos de desenvolvimento básico e predeterminado. A autora afirma que a 24 brincadeira encontra papel educativo importante na escolaridade das crianças que vão se desenvolvendo e conhecendo o mundo numa instituição que se constrói a partir exatamente dos intercâmbios sociais que nela vão surgindo. Ou seja, a partir das diferentes histórias de vida das crianças, dos pais e dos professores que compõem o corpo de usuários da instituição e que nela interagem cotidianamente. Brincar favorece a auto-estima, a interação com seus pares e, sobretudo, a linguagem interrogativa, propiciando situações de aprendizagens que desafiam seus saberes estabelecidos e destes fazem elementos para novos esquemas de cognição. “Através do jogo simbólico a criança aprende a agir e desenvolve a autonomia que possibilita descobertas e anima a exploração, a experiência e a criatividade”. (ANTUNES, Apud MACEDO, 2004, p. 13). 3.1 A ação do educador sobre o brincar infantil A ação do educador sobre o brincar infantil não é apenas simples oferta de brinquedos. O educador infantil que realiza seu trabalho pedagógico na perspectiva lúdica observa as crianças brincando e faz disso a ocasião para reelaborar suas hipóteses e definir novas propostas de trabalho. Assim, “não se sente culpado por esse tempo que passa observando e refletindo sobre o que está acontecendo em sua sala de aula dá espaço para a ação de quem brinca, além de investigar e conter mistérios”. (MOYLES, 2002, p. 123). Conforme o que fora apresentado, cabe ressaltar que o educador deve sempre adotar estratégias diversificar quanto ao brincar, ele é quem vaio intermediar o aprendizado através do uso de brinquedos e brincadeiras, não deixando de fugir daquilo que deve ser ensinado ao aluno. Além de ensinar e estimular a criança a brincar, o professor deve sempre observar e refletir como se dá o desenvolvimento da aprendizagem através do brincar. Os educadores infantis, são bem resistentes a assimilar o jogo à aprendizagem, ainda que estão a par da sua importância para o desenvolvimento infantil. Uma hipótese para entender esta posição, já 25 apresentada em outro trabalho (Fortuna, 2000), é que, por muito tempo, a definição de sua identidade profissional baseou-se na oposição brincar versus estudar: a “escolinha” e a creche são lugares de brincar, enquanto a escola (as demais séries de ensino) é lugar de estudar. Outra hipótese é que a disposição de “deixar brincar” é seu modo de insurgirem-se contra as práticas educativas que submetem o tempo passado na escola infantil ao pragmatismo e ao utilitarismo da Economia escolar. No entanto, quando admitem que brincar é aprender, não é no sentido amplo, em plena conexão com o próprio desenvolvimento, e sim como resultado do ensino dirigido, onde tudo acontece, menos o brincar – exatamente como procedem os professores do ensino fundamental, tentando instrumentalizar aquilo que é indomável, espontâneo, imponderável. No caso da educação infantil, qual é, então, o melhor lugar que a brincadeira pode ocupar? Nem tão "largada" que dispense o educador, dando margem a práticas educativas espontaneístas que sacralizam o ato de brincar, nem tão dirigida que deixe de ser brincadeira (Ramos, 2002). Como se faz isso? Qual é o papel do educador em relação ao brincar na educação infantil? Brincar é uma atividade paradoxal: livre, imprevisível e espontânea, mas, ao mesmo tempo, regulamentada; meio de superação da infância, assim como modo de constituição da infância; maneira de apropriação do mundo de forma ativa e direta, mas, também, através da representação, ou seja, da fantasia e da linguagem (WAJSKOP, 1995). O brincar realmente á algo espontâneo, pois através do momento em que se dá o desenvolvimento de um jogo por exemplo, a criança vai procurar encontrar meios para que possa ganhar o jogo que realizando, sendo assim ela vai estar trabalhando como a mente e com o corpo, através da maneira de pensar da mesma, os movimentos e as linguagens vão surgindo espontaneamente. Brincando, o indivíduo age como se fosse outra coisa e estivesse em outro tempo e lugar, embora, para que a atividade seja considerada brincadeira e não alucinação, ele deve estar absolutamente conectado com a realidade. 26 Provavelmente Ajuriaguerra e Marcelli (apud Fortuna, 2000) consideraram tudo isto para dizer que é um paradoxo querer definir o brincar com demasiado rigor. De acordo com as concepções apresentadas cabe dizer que brincar é algo muito bom, ainda mais em se tratando de crianças. Na educação infantil os jogos fazem com que as crianças aprendam muitas coisas que lhes são ensinados através das brincadeiras, pois as mesmas são algo que vai instigar a criança a ter curiosidade em aprender aquilo que ela quer. 3.2 O Brinquedo Muitos autores usam indistintamente o termo brinquedo para nomear tanto o jogo quanto à brincadeira. Daí, muitas vezes, ser impraticável distinguir estes termos com nitidez. Em seu livro “Brinquedo e Indústria Cultural”, Salles Oliveira (l986: p.25) aponta quatro possibilidades para se definir o que é o brinquedo, tiradas de um dos mais conhecidos dicionários brasileiros, organizado por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (apud Oliveira, 1986: p. 25). 1) Objeto que serve para as crianças brincarem; 2) Jogo de crianças, brincadeira; 3) Divertimento, passatempo, brincadeira; 4) Festa, folia, folguedo, brincadeira. Nos dias atuais, perceber-se que o papel do brincar, com o apoio também do brinquedo e brincadeiras que é importante e favorece a construção dos valores e formação do individuo, pois ao mesmo tempo em que brinca esta aprendendo de maneira prazerosa e significativa e ainda está lhe propiciando meios que venham ajudá-lo psicologicamente. “Hoje a imagem de infância é enriquecida, também com o auxilio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e construção do conhecimento infantil. (KISHIMOTO, 1999,p.23). Dentro desta concepção de Kishimoto o brinquedo é de suma importância para enriquecer a vida pedagógica da criança, desde que esse 27 brinquedo associado a um conteúdo desenvolvendo a construção do conhecimento infantil. Baseando-se na teoria Vigotskiana, percebe-se a da brincadeira como fonte de promoção do desenvolvimento infantil. Vigotski afirma que, “apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce uma enorme influência onde a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende de motivações internas” (REGO, 2002, p.80). Jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais ou antigas isso dá-se um senso de continuidade, permanência, mergulhando nos nossos antepassados e sua cultura. Brincar jogar com as atividades geram espaço para pensar, onde fazem o raciocínio desenvolver de uma forma mais prazerosa e educativa, pois a medida em que um jogo está sendo desenvolvido, a criança terá que capacitar de diversas habilidades para que possa vencer o jogo, já que a atividade lúdica, justamente por pressupor ação, provoca a cooperação e a articulação de pontos de vistas estimula a representação e a operatividade. As interações que oportuniza favorecem a superação do egocentrismo desenvolve a solidariedade e a empatia e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos parta a posse e o consumo. É fundamental saber que os brinquedos são tão importantes para o desenvolvimento psicológico e físico da criança. Segundo especialistas as crianças que tem contato com o brinquedo desde bebê, amadurecem mais rápido do que as que não têm, pois é através deste que as crianças desenvolvem noções de tamanho, forma, textura e até como funcionam as coisas. Percebe-se que brincando as crianças constroem seu próprio mundo. 3.3 O brinquedo e seu grande papel Para Vygotsky, o brinquedo tem um grande papel no desenvolvimento da identidade e da autonomia. A criança, desde muito cedo, pode se comunicar por meio de gestos, sons e de representar determinado papel na brincadeira, desenvolvendo 28 sua imaginação. A imaginação é um processo psicológico, que, para a criança, representa uma forma de atividade consciente. De acordo com OLIVEIRA (1995, p.36): No brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real e também aprende; objeto e significado. Ou seja, a brincadeira possibilita a ação com significados, além disso, as situações imaginárias fazem com que as crianças sigam regras, pois cada faz-de-conta supõe comportamentos próprios da situação, ao brincar com um tijolinho de madeira como se fosse um carrinho por exemplo, ela se relaciona como o significado em questão (a idéia de carro) e não com o objeto concreto que tem nas mãos. O brinquedo não precisa ser caro, mas seguro; criativo e que a criança saiba manuseá-lo, ele tem o seu papel na vida do aluno tanto no seu dia a dia quanto na escola. È associando aos brinquedos que o mesmo se envolve e aprende brincando. Como construção social, a brincadeira é atravessada pela aprendizagem, uma vez que os brinquedos e o ato de brincar, a um só tempo, contam a história da humanidade e dela participam diretamente, sendo algo aprendido, e não uma disposição inata do ser humano. Essa aprendizagem é mais frequente com os pares do que dependente de um ensino diretamente transgeracional. (CARVALHO, apud WAJSKOP, 1995, p. 48). Conforme o mencionado, através da brincadeira a criança vai adquirindo novas aprendizagens, pois os brinquedos dizem muito para as mesmas, através deles a criança passa a obter novas interpretações daquilo que a cerca, sendo assim, passam a conhecer novas historias que fazem parte do seu convívio em si. 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS O tema atual serviu de estímulo à todos aqueles que, envolvidos no processo da Educação Infantil, procuram alcançar a profícua relação entre as que pensam e o que vivem pela via da pesquisa sobre o cotidiano escolar, visando o ensino através de atividades lúdicas que envolvem brinquedos e brincadeiras que promovem uma aprendizagem significativa, buscando sempre refletir sobre o aprender e os jogos na Educação Infantil. Esta pesquisa objetivou coletar dados que demonstrassem a importância dos jogos na Educação Infantil na Escola estadual Nossa Senhora Aparecida da Vila Rosário, município de Correntina, Bahia, visto que jogos e brincadeiras são, conforme os estudiosos, experiências afetivas que se correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas crianças em fase escolar primária. A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e imaginação favorecem á criança comportamento além dos habituais. Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, e isto, inegavelmente, contribuem de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento (REGO, 1932, p.36). Relembrando que brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Respaldou por expressivos referenciais teóricos, a proposta de trabalho apresentada permitiu afirmar a existência de jogos e brincadeiras infantis, que se bem aplicadas, certamente ajudarão no desenvolvimento da educação psicomotora e consequentemente, no processo escolar. A conclusão final permitiu ressaltar os principais aspectos da pesquisa que certamente farão com que os educadores motivem-se para a realização de novos estudos sobre o tema abordado e que possam tornar os jogos, brincadeiras e atividades lúdicas como parte do cotidiano escola das crianças. 30 Cabe salientar que os jogos podem dar oportunidades para as crianças explorarem aspectos da vida. No momento em que jogam ou criam os seus elas terão uma compreensão maior de como o mundo funciona e de como lidar com ele à do seu jeito. Neste foi salientado que os jogos podem ser verdades do que está acontecendo, ou representações do que as crianças entendem. O jogo está presente no cotidiano do aluno. É através do jogo que ele constrói grande parte de seu conhecimento, caracterizado pela forma lúdica e prazerosa, e a interação com o outro é espontânea. Com o jogo, a criança ultrapassa seus próprios limites, passando assim, a ser autônomo na aprendizagem. Com recursos pedagógicos, a professora poderá utilizar-se de jogos e brincadeiras em atividades de leitura e escrita, matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar o jogo no momento oportuno. 31 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica: Técnicas e jogos Pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1987 ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das Múltiplas inteligências. 8 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. 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