O lúdico e o ensino da matemática nas séries finais do ensino fundamental Fábia Martins Ribeiro1 Maria Goretti Paz2 Resumo: O presente artigo tem como tema: A importância do Lúcido para a aprendizagem de Matemática, nas Séries Finais do Ensino Fundamental. O aspecto lúdico é uma característica fundamental do ser humano, por esta razão, o desenvolvimento da criança está intimamente relacionado com a ação de jogar. No âmbito da educação matemática, ao se propor um trabalho com jogos, visa-se também, desmistificar a matemática enquanto uma disciplina maçante, difícil, que envolve somente a memorização. Busca-se assim, refletir sobre a importância da ludicidade no cotidiano escolar, onde o foco é a disciplina de matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental. Realizou-se uma pesquisa quantitativa com características bibliográficas, buscando em diferentes autores que versam sobre o assunto, a confirmação do tema proposto. O lúdico consiste em uma ferramenta essencial no cotidiano da sala de aula, em especial, na disciplina de matemática, que é considerada uma disciplina que reprova. Portanto, esta pesquisa enriquece nossos conhecimentos, faz-nos perceber a realidade que nos cerca, ou seja, nem sempre o professor reconhece o lúdico como um elemento facilitador de aprendizagem para a matemática, que nossos professores ainda estão presos a um ensino estático. Daí, a necessidade de buscar um novo caráter as Escolas da atualidade, onde a aprendizagem se faça de forma coerente e significativa para todos. Palavras-chave: ludicidade - educação Matemática - aprendizagem. Abstract: This article focuses on: The importance of Lucid for learning Mathematics in Elementary School Finals Series. The playful aspect is a fundamental characteristic of human beings, for this reason, the child's development is closely related to the action of playing. In the context of mathematics education, to propose a job with games, the aim is also to demystify mathematics as a discipline dull, difficult, involving only memorization. The aim is thus to reflect on the importance of playfulness at school, where the focus is the discipline of mathematics in the Final Series of Elementary Education. We conducted a quantitative survey with characteristics bibliographic searching in different authors that deal with the subject, the confirmation of the proposed topic. The play consists of an essential tool in everyday classroom, particularly in the discipline of mathematics, which is considered a discipline abhorrent. Therefore, this research enriches our knowledge, makes us realize the reality that surrounds us, that is not always the teacher recognizes the play as a facilitator of learning for mathematics, that our teachers are still stuck with a static teaching. Hence, the need to seek a new character Schools today, where learning is done in a consistent and meaningful for everyone. Keywords: playfulness – mathematics – education - Learning. Introdução Pautada na curiosidade e necessidade de confirmar sobre a ludicidade como uma ferramenta essencial no processo de ensino e aprendizagem, buscou-se 1 2 Pós-Graduação em Metodologia de Ensino de Matemática pela [email protected] Professora Orientadora pela UNIASSELVI. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 22 desenvolver o referido tema, que tem a ludicidade no ensino da matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental, confirmando a importância do mesmo para a educação atual. O referido artigo teve o propósito de verificar a importância do lúdico e aplicação no ensino da matemática em sala de aula, analisando o interesse dos alunos na utilização de brincadeiras, jogos e outras atividades lúdicas na sala de aula. Por meio de uma consulta da literatura, envolvendo autores que versam sobre o assunto; artigos, sites e revistas que refletem sobre a importância do lúdico para a aprendizagem matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental, entre outros documentos que versam sobre o tema em questão, pretende-se confirmar a veracidade dos fatos encontrados. Afinal, as informações contidas neste artigo mostram que o lúdico, uma prática muitas vezes esquecida pelos professores, é tão importante em sala de aula nas séries Finais, especialmente no ensino da matemática. É importante que os educadores estejam sempre refletindo a cerca de suas práticas pedagógicas e, repensem constantemente suas ações em sala de aula, compreendendo que há vários caminhos que levam os alunos a uma aprendizagem prazerosa e desafiadora, especialmente no ensino da matemática, que é tão temida pelos mesmos. Uma das soluções possíveis e importantes para que essa prática se faça com êxito, consiste em reconhecer o aluno como peça fundamental no jogo do aprender e ensinar, ou seja, compreendendo que é na escola que se deve proporcionar o espaço para verdadeiras aprendizagens. A importância do lúdico no processo de ensino e aprendizagem O lúdico consiste em uma importante e útil ferramenta responsável também pela saúde mental do ser humano e, por isso, é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 23 direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos que a cercam. Lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, bem como na formação de sua personalidade. Através das atividades lúdicas e dos jogos, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. A palavra “lúdico” vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, os brinquedos e os divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga que brinca e que se diverte. Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo. O jogo lúdico é formado por um conjunto linguístico que funciona dentro de um contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto simbólico que designa também um fenômeno. Portanto, permite ao educando a identificação de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial que especifica a sua moralidade. (PIAGET apud WADSWORTH,1984, p. 44). Assim, nesta perspectiva, os jogos lúdicos são também pedagógicos, porque envolve os seguintes critérios: a função de literalidade e não literalidade, os novos signos linguísticos que se fazem nas regras, a flexibilidade a partir de novas combinações de ideias e comportamentos, a ausência de pressão no ambiente, ajuda na aprendizagem de noções e habilidades. Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo (FRIEDMAN, 1996, p. 41). Desta forma, existe uma relação muito próxima entre jogo lúdico e educação de crianças para favorecer o ensino de conteúdos escolares e como recurso para motivação no ensino às necessidades do educando, porque a criança aprende brincando e, essa dinâmica se torna mais prazerosa e envolvente, bem como significativa e eficaz. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 24 Os jogos lúdicos oferecem condições para que o educando vivencie situaçõesproblemas. É a partir do desenvolvimento de jogos planejados e livres que a criança vivencia experiências com a lógica e o raciocínio, permitindo-lhe atividades físicas e mentais que ofereçam o desenvolvimento da sua sociabilidade, estimulando as reações afetivas, cognitivas, sociais, morais, culturais e linguísticas. De acordo com Vygotsky: É na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o educando aprende a agir numa esfera cognitiva. Na visão do autor a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. (VYGOTSKY, 1984, p. 27). O educador deve oferecer formas didáticas diferenciadas e diversificadas, utilizando atividades lúdicas para que a criança sinta o desejo de pensar. Isto significa que ela pode não apresentar predisposição para gostar de uma disciplina e por isso não se interessa por ela. Daí, a necessidade e importância de disponibilizar atividades lúdicas na escola. A preparação da criança para a escola passa pelo desenvolvimento de competências emocionais – inteligência emocional – designadamente confiança, curiosidade, intencionalidade, autocontrole, capacidades de relacionamento, de comunicação e de cooperação (GOLEMAN, 1999, p. 203). Conforme (Santos, 1999, p.12), para a criança, “brincar é viver”. Esta é uma afirmativa muito usada e bem aceita, pois a história nos mostra que as crianças sempre brincaram, brincam e continuarão brincando, porque criança gosta de brincar e, quando isso não acontece, alguma coisa pode estar errada. Algumas brincam por prazer, outras brincam para aliviarem angústias, algum sentimento ruim. De acordo com (Kishimoto, 2002, p.146), “por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção de saber fazer”. As brincadeiras são formas mais originais e espontâneas que a criança tem de se relacionar e de se apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor e, brincando, ela está aprendendo o tempo todo com as experiências que pode ter. São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 25 O lúdico e a matemática O lúdico tem sido muito enfatizado como recurso para que as crianças enfrentem a aversão e o receio que grande parte delas desenvolve em relação à matemática, em função de um ensino sem significado. A abordagem lúdica envolve o uso de jogos, brincadeiras e, sobretudo, de desafios que estimulem o aluno a procurar o conhecer e o aprender. O trabalho educativo deve visar o desenvolvimento global do aluno, auxiliá-lo e posicionar-se criticamente no mundo, porém de uma forma prazerosa, envolvente e significativa. ALMEIDA (2001) propõe a Educação Lúdica como um caminho para a transformação e a libertação do ser humano, pois “a educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial”. Educar ludicamente tem uma significação muito profunda e está presente em todos os segmentos da nossa vida. Por exemplo: uma criança que joga bolinha ou brinca de boneca com seus companheiros não está simplesmente brincando e se divertindo; está desenvolvendo e operando inúmeras funções. Da mesma forma, uma mãe que acaricia e se entretém com a criança, um professor que se relaciona bem com seus alunos ou mesmo um cientista que prepara prazerosamente sua tese ou teoria. Educa-se ludicamente, pois, combina e integra a mobilização das relações funcionais ao prazer de interiorizar o conhecimento e a expressão de felicidade, manifestada pela sua interação com os seus semelhantes. No que diz respeito aos jogos e brincadeiras, o aluno utiliza suas diversas potencialidades e habilidades: a lógica-matemática, a linguística, a musical, a sinestésica, a ecológica, a espiritual, a intra e a interpessoal, a espacial. Desenvolve também valores, tais como: a responsabilidade, a resistência a frustrações, a criatividade, a cooperação, a alegria, o prazer da descoberta, etc. Por tanto, os jogos e as brincadeiras não se constituem perda de tempo, como pensam muitos professores; ao contrário, oportunizam o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, conferindo mais qualidade na educação. A interação entre os alunos é uma estratégia que, além de desenvolver o senso de cooperação e de coletividade, é muito importante na construção do conhecimento. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 26 Os jogos e as brincadeiras são muito importantes no desenvolvimento das atividades de matemática, por diversas razões. Uma delas é o fato de oferecem um ambiente alegre e descontraído, essencial a uma proposta de aprendizagem significativa. Outras vantagens igualmente importantes são os estímulos à interação, o desenvolvimento de atitudes éticas, de respeito ao outro, de raciocínio lógico, habilidades de comunicação, de orientação espaço-temporal, de preservação ambiental, de autoconhecimento e de colaboração. O desenvolvimento de brincadeiras no ambiente escolar de modo atraente e desafiador, adequadas aos alunos estimulam as crianças a buscarem também as suas próprias brincadeiras. O uso de brincadeiras na matemática possibilita o desenvolvimento de conceitos para o desenvolvimento de diferentes habilidades. Ao trabalhar com jogos, o professor deve explicar apenas os procedimentos e deixar que o aluno descubra as possíveis alternativas de solução. Em grande parte, as atividades com jogos são mais motivadoras que as práticas normais de sala de aula, pois o aluno passa a ser um agente ativo no seu processo de aprendizagem, vivenciando a construção do seu saber e deixando de ser um ouvinte passivo das explicações do professor. As atividades lúdicas, com jogos que estimulem o desenvolvimento de potencialidades necessárias e importantes na fase de aprendizado são uma prática de extrema relevância para a matemática, porque os alunos são levados às experiências que envolvem erros, incertezas, construções de hipóteses, entre outras, o que contribui para o desenvolvimento e o aprimoramento do raciocínio lógico do educando. O ensino da matemática é um ensino que está estruturalmente determinado, pois permite à criança, uma participação ativa, procurando atender as diferenças individuais, dando realce ao trabalho concreto e unificado. É importante que haja uma preocupação no que diz respeito à flexibilidade no conteúdo e nível das Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 27 crianças e, o envolvimento dessa disciplina com o lúdico oferece caminhos mais significativos e resultados positivos. No ensino de matemática, a aplicação social e os aspectos criativos devem estar presentes no desenvolvimento das atividades práticas. Segundo o disposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Matemática. Nesse aspecto, a matemática pode dar sua contribuição à formação do cidadão, ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade de enfrentar desafios (Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 27). Falar em formação básica para a cidadania significa refletir sobre condições humanas de sobrevivência, sobre a inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura e sobre o desenvolvimento da crítica e do posicionamento diante das questões sociais. Assim, é importante refletir a respeito da colaboração que a matemática tem a oferecer com vistas à formação da cidadania. Ao ensinar matemática e alcançar os objetivos que essa disciplina visa, o professor deve usar todos os recursos possíveis para manter presentes o interesse e a compreensão do aluno, pois são fatores indispensáveis à eficiência da aprendizagem. Além disso, o professor como orientador do aluno deve oferecer-lhe oportunidades para formar o hábito de pensar, desenvolvendo o raciocínio, adquirindo mais segurança e chegando à redescoberta. É através das redescobertas que a criança chega a generalizações e conclusões, etc. Pelo que observamos, sentimos que a matemática é de suma importância na vida do indivíduo, a ponto de ajudar na formação de sua personalidade. A matemática é uma disciplina pedagógica que está presente em todos os momentos da vida do indivíduo, ou seja, os números são muito constantes no cotidiano do indivíduo. Portanto, a aprendizagem deve ser desenvolvida de maneira significativa, para que a criança sinta a necessidade dela na solução dos problemas de sua própria vida. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 28 Os objetivos do ensino de matemática devem ser entendidos em função do progresso tecnológico da atualidade. A sociedade em que vivemos encontra-se em mudanças contínuas e devido a esse dinamismo, é impossível o grau de desenvolvimento que irá alcançar. Na atualidade, a instrução matemática da criança deve ser bem maior e mais completa do que a do passado e, para isso, é necessário que seus objetivos também acompanhem o progresso. É necessário que os objetivos do presente incluam não só a formação de conhecimentos, como o desenvolvimento de habilidades e formação de hábitos e atitudes favoráveis à ciência matemática. Outro ponto de fundamental necessidade e importância é pensar a matemática tanto de forma contextualizada como de qualquer contexto, como uma linguagem com símbolos próprios e regras de funcionamento específicas, que tem sua realidade independentemente do sentido a ela atribuído. Na interação desenvolvida pelos alunos em situações eles utilizam seus conhecimentos anteriores, submetendo-os à revisão, modificando-os, rejeitando-os ou completa, redefine-os, descobre novos contextos de utilização e, dessa maneira, constrói novas concepções (MORENO, 2006, p. 49). A matemática sempre fez e faz parte da vida do homem, desde o seu nascimento. E, a sua maneira, as crianças participam de várias atividades, envolvendo quantidades, números e espaços. Em situações reais e corriqueiras como pontuar um jogo, colecionar figurinhas, repartir brinquedos e doces, manipular dinheiro, etc., ela aprende conceitos matemáticos naturalmente. Ao chegar à escola, já conta com base do seu conhecimento matemático formada, cabendo a essa instituição aprofundá-lo e sistematizá-lo da forma mais natural possível. Para se trabalhar com a matemática não se deve esquecer jamais que, além de desenvolver a capacidade de calcular, visar habilidades de comunicação como: representar, falar, escutar, escrever e ler, a partir de perguntas que dão oportunidade ao aluno de expor seus pontos de vista, explicar suas estratégias, entre outros fatores; o essencial é proporcionar saberes de forma a promover no aluno a motivação e o interesse por esse ensino. E, nada melhor do que o lúdico para oferecer esse caminho de prazer e envolvimento. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 29 Fazer matemática é expor ideias próprias, escutar as dos outros, formular e comunicar procedimentos de resolução de problemas, confrontar, argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar resultados de experiências não realizadas, aceitar erros, buscar dados que faltam para resolver problemas (Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 27). Percebe-se que somente o lúdico na matemática será capaz de oferecer às crianças a habilidade de tomar decisões, agindo como produtoras do conhecimento e não apenas executoras de instruções. Portanto, o trabalho com a matemática de forma lúdica pode contribuir para a formação de cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas. Esse trabalho de ação e reflexão deve ser desenvolvido desde cedo por meio de problemas orais e escritos, de atividades lúdicas e concretas, que possibilitem mais de uma alternativa de solução. Por meio do lúdico, das experiências concretas, as crianças compreendem melhor os conceitos matemáticos. Daí, a importância de se conduzir a aprendizagem combinando descoberta e aplicação, compreensão e prática. Sem contar que o conhecimento deve obedecer a uma sequência lógica. A matemática não pode ser ensinada a partir de tópicos isolados, pois exige uma sequência, consistem num sistema inter-relacionado de fatos, processos, conceitos e generalizações. Portanto, a referida disciplina deve ser ensinada relacionada com as situações reais da vida e com as atividades humanas. Considerações finais O emprego do lúdico no ensino da matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental oportuniza diferentes situações que permitirão o ensino e a aprendizagem, diante as inovações exigidas, que estejam em constante evolução. Dessa forma, é importante e necessário oferecer oportunidades e contextos para que o lúdico no ensino da matemática mostre sua utilidade aos alunos, permitindo que as crianças ampliem suas noções matemáticas e suas habilidades de pensamento, descobrindo o aprendizado brincando. Revista Modelos – FACOS/CNEC Osório Ano 2 –Vol.2 – Nº2 – AGO/2012 – ISSN2237-7077 Página 30 Convém ainda, salientar e afirmar que o ensino lúdico é um fator essencial no processo de ensino aprendizagem, pois desperta nas crianças a curiosidade, levando-as a desafios, melhorando o nível de conhecimento, formando assim seu raciocino - lógico, criando e construindo seus próprios conceitos. Esta eficiência em trabalhar brincando favorece aos educandos e educadores das séries finais a liberdade, o gosto e a praticidade de resolver os exercícios de uma forma prazerosa, interagindo ao seu meio educativo escolar e social do dia a dia. Este trabalho oferece a oportunidade em refletir e analisar sobre como está sendo trabalhado o lúdico na matemática nas escolas e, busca incentivar os professores de matemáticas a produzir meios que venham aumentar a autoestima dos alunos, visando ampliar um melhor conhecimento na aprendizagem. Referências ALMEIDA, Paulo. Linha Viva. In: Revista Nova Escola, nº 195, setembro de 2001, p. 43. FRIEDMANN, Adriana. Brincar, Crescer e Aprender: O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. GOLEMAN, Daniel. Estruturas da Mente: a teoria das Inteligências Múltiplas. São Paulo, Graffex, 1999. KSHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 2002. MORENO, Juan Antonio. Aprendizagem Através do Jogo. 1ª. ed. 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