RESUMO
O lúdico no trabalho: o ponto de vista da atividade como operador de análise do lúdico no trabalho dos "menores" em um "Programa Adolescente Trabalhador". Adílson Dias Bastos.
Tese de Doutorado defendida em 2008 no PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
PSICOLOGIA SOCIAL da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Orientador: Milton Raimundo Cidreira de Athayde.
Palavras-chave: Lúdico no trabalho. Ponto de Vista da Atividade. Ergologia. Clinica do
trabalho. Adolescente trabalhador.
A presente tese de doutorado propõe-se a investigar o lúdico como um ingrediente das
situações de trabalho. Tem-se como referência teórica os materiais oriundos da
Ergologia e das abordagens clinicas sobre trabalho: Psicodinâmica do Trabalho e
Clinica da Atividade. Os autores pesquisados concordam que independentemente de
época histórica, cultura e classe social, jogar e brincar fazem parte da vida da criança,
onde real e imaginário se confundem. O jogo constitui uma função tão fundamental para
a humanidade quanto a razão e a fabricação de objetos. A cultura possui um caráter
essencialmente lúdico; é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve. O
brincar é uma atividade humana universal, própria da saúde, fundamento de todo o viver
criativo, assim como da arte e da cultura. O próprio homem medieval é muito sensível
ao lúdico e convive a cada instante com o riso e com a brincadeira. O foco desta
pesquisa foi uma aproximação à realidade do trabalho de alguns integrantes de um
Programa Adolescente Trabalhador, com idade entre 14 e 18 anos. O campo empírico
foi a Gerência Regional de Logística do Banco do Brasil, situada no bairro do Andaraí,
no município do Rio de Janeiro. Sete adolescentes participaram da Comunidade
Ampliada de Pesquisa. O trabalho de campo foi norteado pela preocupação em evitar a
supremacia do saber científico em relação a saberes advindos da prática. Este trabalho
de pesquisa não se propôs a pesquisar a realidade de trabalho dos “menores”, mas
investigar os movimentos discursivos produzidos nos Encontros desta Comunidade de
Pesquisa. Conforme a abordagem da Clínica da Atividade chama-se à atenção para
vários impedimentos da emergência da dimensão lúdica em função dos
constrangimentos da organização do trabalho. Por fim, questiona-se que modos de
gestão olham para a realidade e o real do trabalho e da atividade, aceitando o lúdico
como foco analítico, incorporando essa “reserva de alternativa“, investigando toda uma
riqueza aí potencialmente presente e desconhecida.
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O lúdico no trabalho: o ponto de vista da atividade como operador