UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE O SUL PPGEDU-UFRGS EDP- 53 TOMADA DE CONSCIÊNCIA: O CAMINHO DO FAZER AO COMPREENDER Fazer e Compreender – Jean Piaget Conclusões gerais: III Da periferia para o centro e o papel do futuro Pg.179-183 Cristiane Cabral Marcelo Vettori Mariangela Ziede ITEM 1: A conceituação continua a seguir um processo da periferia para as regiões centrais? A ultrapassagem da ação pela conceituação não modifica em nada as relações entre a periferia e os dois centros c e c’, nem as relações de equilíbrio entre os progressos em direção à interiorização lógico-matemática e em direção à exteriorização de explicação causal. Observação 1: É possível explicar a ultrapassagem da ação pela conceituação, invocando a capacidade adquirida pelo indivíduo de construir indefinidamente novas operações sobre as precedentes, isto não significa que haja aí construções puras sem referência a um movimento retrospectivo que leve novamente da periferia para os centros das estruturações operacionais. Cada nova construção se apóia sobre elementos que são retirados dos níveis anteriores por abstrações reflexionantes. Observação 2: Refere-se ao processo de explicação causal, portanto que se constata na direção da exteriorização. Mesmo nas regiões onde a conceituação ultrapassa amplamente a ação e inspira suas minúcias, como nas ações experimentais do físico, há correlação constante entre os progressos da interiorização e os da exteriorização; Ora são as estruturas e os operadores construídos pelo pensamento autônomo do matemático que servem imediatamente como instrumentos explicativos na física; ora é a descoberta de novos fatos experimentais, que levam problemas para o teórico e levam à construção de novos instrumentos matemáticos. ITEM 2: As etapas e os sucessos da ação são sempre função de relações de finalidade,em outras palavras, de projetos a curto ou longo prazo, enquanto compreender ou encontrar os motivos constitui um fim permanente e global, mas cuja influência se traduz por processos de equilibração conjunta, bem mais do que por um finalismo diferenciado em minúcias. Qual é então a relação entre finalidade e equilibração? (pg. 181) Dimensão do futuro de Goldmann. Não é o futuro que determina o presente, mas o desejo de atingir no futuro um resultado antecipado atualmente. Por outro lado é claro que nem esse desejo consciente, nem as antecipações são suficientes para mostrar o próprio processo de equilibração, o qual, por si só, possibilitará a realização progressiva desses projetos. 1) A representação de futuro constitui uma antecipação. 2) A representação de um fim leva a criação dos meios,das descobertas,mas não é causa e efeito. 3) O objetivo inicial deriva de uma intenção, os secundários da própria ação do sujeito em função do mecanismo da equilibração. Em que consiste, então esse processo considerado do ponto de vista das questões de finalidade? (pg.182) No comportamento um objetivo corresponde a uma necessidade, uma lacuna, um desequilíbrio, enquanto a satisfação corresponde a um reequilíbrio. A marcha em direção a um equilíbrio comporta uma direção, mas não uma finalidade. Na equilibração cognitiva dois aspectos parecem evocar finalidade: o caráter antecipador das regulações e o fato de cada fase preparar a seguinte. Quanto ao procedimento das regulações que asseguram a formação do novo equilíbrio ele comporta uma teleonomia na coordenação das antecipações e das retroações, mas no sentido desse “equivalente mecânico da finalidade” CONCLUSÃO: (COLAB. PROF. FERNANDO) A noção de futuro é possibilitado pelas coordenações das ações, especificamente pela implicação significante. O futuro, tal como o passado, resulta de inferências do sujeito. O passado não existe, senão pelos vestígios que deixou. O futuro nem vestígios tem, é pura construção do sujeito. Ele não existe. E, por isso, ele não pode agir sobre o presente. O futuro não deve ser visto como um atrator, adiantado no tempo, que dirige as ações humanas, um "finalismo", mas, como "uma evolução sempre orientada", "a intervenção necessária de uma direção, no sentido vetorial e não antropomórfico". CONCLUSÃO: (COLAB. PROF. FERNANDO) A noção de futuro é possibilitado pelas coordenações das ações, especificamente pela implicação significante. Atrator "Todo reflexionamento de conteúdos(observáveis) supõe a intervenção de uma forma, e os conteúdos assim transferidos exigem a construção de novas formas devidas à reflexão. Há portanto uma alternância ininterrupta de reflexionamentos - reflexões reflexionamentos; e, ou, conteúdos reelaborados - novas formas... de domínios cada vez mais amplos, sem fim e, sobretudo, sem começo absoluto.”“Piaget e Szeminska (1977: 306) Antropomorfismo é uma forma de pensamento que atribui características ou aspectos humanos a Deus, deuses, elementos da natureza, animais e constituintes da realidade em geral. Nesse sentido, toda a mitologia grega, por exemplo, é antropomórfica. Obrigado! Cristiane Cabral Marcelo Vettori Mariangela Ziede