UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR JUCILENE FELTRIN A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM FRENTE ÀS TENDÊNCIAS ATUAIS DE EDUCAÇÃO PARA O ENSINO SUPERIOR. CRICIÚMA, ABRIL DE 2008. JUCILENE FELTRIN A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM FRENTE ÀS TENDÊNCIAS ATUAIS DE EDUCAÇÃO PARA O ENSINO SUPERIOR. Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior. Orientadora: Profa. M.Sc.Vera Maria Silvestri Cruz CRICIÚMA, ABRIL DE 2008. Dedico este trabalho à minha filha Yasmin, razão da minha vida, que me dá forças para nunca desistir do meu caminho. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que sempre me guiou dando-me forças para alcançar os objetivos e ultrapassar as barreiras que surgiram no decorrer do caminho. Aos meus pais Zulma e Zulino, que sempre me incentivaram, devo a eles tudo o que sou e sei. À professora Vera Maria Silvestri Cruz por me ajudar na elaboração desta monografia. À Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina e ao Curso de Pós Graduação que oportunizaram a realização deste trabalho. “[...] insucesso e erro, em si, não são necessários para o crescimento, porém, uma vez que ocorram, não devemos fazer deles fontes de culpa e de castigo, mas trampolins para o salto em direção a uma vida consciente, sadia e feliz.” Cipriano C. Luckesi RESUMO A avaliação é um processo que direciona toda a atividade pedagógica do professor e da Universidade. Muitos professores ainda sofrem reflexos de uma avaliação tradicional em que a nota é relevante e não o processo de aprendizagem. Estudar esse tema complexo nos permite aperfeiçoá-lo diante das atuais metodologias de ensino aprendizagem. Se a avaliação não for suficiente de nada adianta todo o processo e esforço na mediação do conhecimento. Nesse trabalho se discutiu questões voltadas à avaliação do processo de ensino – aprendizagem no Ensino Superior. Buscou-se ampliar os conhecimentos acerca do assunto, por meio de estudos teóricos, com ênfase na avaliação processual, bem como seu contexto histórico na educação brasileira. Esse estudo foi desenvolvido adotando-se a metodologia de pesquisa qualitativa tipo exploratória e descritiva. Buscou-se direcionar o olhar investigativo sobre a condução do processo de avaliação pelos professores de universidades privadas dos municípios de Criciúma e Tubarão/SC e seus resultados sobre a aprendizagem dos alunos. O instrumento utilizado foi o questionário com questões abertas com o objetivo de desvelar as concepções teóricas e práticas dos professores que permeiam seu cotidiano. Os dados coletados foram organizados em categorias e analisados a partir do referencial teórico estudado. Observou-se que a maioria dos professores não conhece a avaliação como um processo e utilizam o formato tradicional com seus alunos, sendo esta isolada, não fazendo parte do contexto. Não há um modelo específico para se avaliar, a teoria é rica em experiências, que nos auxiliam na construção de novas formas de avaliar conforme o contexto atual, a regra é: propor situações de melhoria contínua. Concluímos que para que a avaliação seja realizada de forma plena é preciso que o professor saiba compreender o aprendizado do aluno, interpretar suas respostas e considerar seus erros como passos para acertos. . Palavras-chave: Avaliação; Ensino Superior; Aprendizagem. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Fotografia da Universidade do Sul de Santa Catarina..............................55 Figura 2 – Fotografia do Senai CTC Mat....................................................................56 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11 2 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: PERCURSO HISTÓRICO ....................... 14 3 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: TENDÊNCIAS ATUAIS ............................. 16 4 PROCESSO DE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR ...................................... 22 5 METODOLOGIA...................................................................................................... 26 6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 28 CONCLUSÃO............................................................................................................. 42 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 44 APÊNDICE A – Questionário Aplicado na Pesquisa de Campo .......................... 46 ANEXOS..................................................................................................................... 53 11 1 INTRODUÇÃO Atualmente quando analisamos qualquer sistema de avaliação utilizado pelo professor, percebemos que suas determinações são adotadas como reflexo de um autoritarismo que não deve mais fazer parte da metodologia de ensino. Ao adotar esta prática de “poder” o professor está inibindo o desenvolvimento da autonomia desses jovens e crianças. Esse autoritarismo deve ser controlado, é de suma importância que sua postura seja revista e transformada numa atitude em que os professores sejam capazes de avaliar seus alunos em todas as situações de aprendizagem, ou seja, que a avaliação seja um processo. É por meio das respostas dos alunos que descobrimos como ocorre sua elaboração conceitual, elas revelam, muitas vezes soluções curiosas. Nem sempre podemos encontrar explicações em todas as ocasiões, mas sobre estas, podemos refletir sobre as diversas possibilidades do educando ser levado a formular a resposta daquela maneira. Nesse contexto, está situado nosso problema de pesquisa, assim definido: Como é desenvolvida a avaliação da aprendizagem no ensino superior, frente às tendências atuais de educação? Com base nele, nosso objetivo principal é: Analisar qual a compreensão pessoal, do professor universitário sobre o processo de avaliação da aprendizagem. Os objetivos específicos são: Conhecer as atitudes dos professores do ensino superior no processo de avaliação da aprendizagem, frente às tendências atuais da educação. Analisar as diversas formas empregadas para desenvolver a avaliação tendo em vista a aprendizagem significativa dos acadêmicos; É, pois necessário, em nosso entendimento que o professor possa adotar metodologias adequadas para a construção de uma avaliação inovadora, propondo modelos a serem utilizados para ajudar os alunos a melhor compreender o processo de avaliação da aprendizagem. Dessa forma deve instrumentalizar-se utilizando adequadamente a prova ou qualquer outro instrumento avaliativo, pois se o aluno apenas responder 12 questões cujas respostas são sempre sugeridas pelo professor ou ainda se são textos lidos, tais respostas não significarão um entendimento próprio, não representa desenvolvimento do conhecimento. A forma de correção dos testes e tarefas avaliativas sugere desde cedo, que se deve agir em direção à aprendizagem dos alunos onde possam expor suas idéias e reflexões. A metodologia tradicional induz os jovens à elaboração de respostas que o professor espera que sejam elaboradas, por eles. Assim, tornam-se absolutamente passivos diante de posturas autoritárias de correção dos professores. Dificilmente há discussão diante de uma resposta que considerem erroneamente retificadas, de uma idéia que lhes pareça lógica e aprendem a “decorar” linha por linha do texto indicado. Ou pior, rebelam-se em silêncio, cumprindo as regras, para sobreviver ao sistema de controle. Visando o detalhamento deste problema, apresentamos como questões norteadoras: a) A formação acadêmica lhe permitiu ser conhecedor dos processos de avaliação incluindo: o respeito pelo saber elaborado pelo aluno, partindo de ações desencadeadoras de reflexão sobre tal saber, desafiando-o a evoluir, encontrando novas e diferentes soluções as tarefas sucessivamente apresentadas? b) De que forma o professor oportuniza os seus alunos em muitos momentos de sua aula em expressar suas idéias? c) O material bibliográfico na entidade apresenta informações referentes ao ato de avaliar? d) O professor possui um feed back do seu trabalho acadêmico? Para alcançar os objetivos e responder às questões norteadoras, buscamos embasamento teórico a partir dos autores: Hadji(2001), Esteban (2002), Hoffmann (1991), Moretto (2005), Luckesi (2001), Masetto (2001). A idéia para a realização desta pesquisa surgiu a partir de uma série de questionamentos sobre avaliação, levantados em sala de aula, mais especificamente na disciplina de Avaliação no Ensino Superior. O tema escolhido foi considerado de importância fundamental para que possamos desempenhar com competência o papel de educadoras e também 13 contribuir para que outros colegas consigam compreender melhor qual o sentido da avaliação e sua função no processo de aprendizagem. Nesse estudo sintetizamos na primeira parte a revisão bibliográfica: o percurso histórico da aprendizagem e as tendências atuais. Este último tema será muito valorizado, pois muitos professores difundem que as atividades devem ser entendidas simplesmente na “prática” e a teoria fica oculta. Na segunda parte desenvolvemos nossa pesquisa de campo tendo como público os professores do nível superior. Na terceira e última parte relacionamos as conclusões/sugestões. 14 2 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: PERCURSO HISTÓRICO O tema Avaliação tem sido objeto de muitas pesquisas, todos buscando melhorar a qualidade de nossa educação. Essa revisão bibliográfica busca dar suporte ao nosso estudo e estará dividida em três partes: A avaliação da aprendizagem: percurso histórico; tendências atuais e educação para o ensino superior. Para estudar o tema “Avaliação” se faz necessário entender sua evolução durante os anos e os contextos em que cada modelo está inserido. A tradição dos exames escolares, tem suas raízes, segundo Luckesi (1998) nas atividades pedagógicas produzidas pelos padres Jesuítas (século XVI) e por Comênio (século XVII). As regras para realização dos exames são bem definidas e seus traços se propagam até hoje, podemos assim exemplificar: “todos terão que ter seu próprio material, não poderão emprestar aos colegas, após entregar a prova deverão sair imediatamente da sala e não terão o direito de receber as provas após a correção do mestre”, no rigor e no cerimonial que envolve o momento da prova. Em 1657, Comênio, alega que as provas são condições necessárias para que o aluno estude. Atribui ao poder público a nomeação de um Escolarca, para avaliar as escolas.Segundo Luckesi (1998), destas duas pedagogias, surge o que hoje chamamos de Pedagogia Tradicional. O questionamento sobre o porquê continua assim até hoje, tem como resposta o modelo Burguês de sociedade, cujo poder é centralizado e hierarquizado. Em 1789, com a Revolução Francesa, a sociedade se organiza em torno da economia de capital, apresenta uma organização política dominante que favorece seus interesses com a exclusão das maiorias populacionais. O Bonapartismo é o modelo burguês de organização política da sociedade. Relacionando com a prática escolar de avaliação, o professor está no poder, toma as decisões no momento da avaliação, e aprova ou reprova. O educando está submisso e teme a exclusão, tal qual o que ocorre no sistema de governo. Nos primeiros anos da década de 20, surge nos Estados Unidos os exames – testes padronizados - movimento que influenciou o Brasil. Os testes 15 passaram a enfatizar a medida do comportamento humano, resultando em avaliações padronizadas para medir habilidades e aptidões dos alunos. No início dos anos 60, a educação se volta para o mercado de trabalho, visando a formação profissional para suprir o mercado, aplica-se a pedagogia tecnicista. Em 1978 a “avaliação por objetivos” desenvolvida por Tyler se caracteriza como método que permite verificar se os objetivos estão sendo atingidos pelo sistema de ensino. Nessa direção é que se desenvolveram no Brasil estudos referentes à avaliação da aprendizagem. Nos anos 80, surge no Brasil um movimento de valorização do conhecimento sobre o funcionamento interno da escola (Sousa, 1997). Este estudo permitiu uma reflexão sobre a avaliação e seus objetivos. A literatura evidencia que é função da avaliação diagnosticar e estimular o avanço do conhecimento. Em 1979, o retorno ao Brasil dos exilados políticos aponta para um novo quadro. Na área educacional, Paulo Freire, destaca com sua contribuição por meio da Pedagogia Libertadora, cujos componentes essenciais são: consciência, diálogo e ideologia. A ênfase deste educador está no diálogo, na curiosidade e no estímulo permanente aos questionamentos. 16 3 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: TENDÊNCIAS ATUAIS A avaliação não é uma tarefa simples, pois entende-se que deva subsidiar o processo de construção do conhecimento dos educandos e de seus próprios valores. Nesse entendimento, o conceito de avaliação como medida de conhecimento e classificação necessita ser revisto e substituído por outro. Essa prática é possível de ser vivenciada por meio das discussões em sala de aula, do diálogo entre professores e alunos, para que se possa atingir concretizar a relação da leitura da palavra e a leitura do mundo. “Quando questionamos os modelos de avaliação a serem adotados, não poderemos ser influenciados pela nossa história de vida”, (HOFFMANN, p.12, 1991) afirma a autora. Observa-se que grande parte dos professores age assim, pois as marcas de um passado que trazem e normas já estabelecidas são reflexos até nos dias de hoje na questão avaliação. Segundo Hoffmann (1991), é preciso que o educador questione as tarefas a serem propostas ao aluno “centena de vezes”. Estes questionamentos se fazem necessários que sejam citados em nosso texto: Em que medida a tarefa proposta possibilita ao aluno a organização de idéias de forma própria, individual? O questionamento realizado permite a construção de variadas alternativas de solução?Qual relação que a tarefa sugere com estas outras áreas do conhecimento?As ordens dos exercícios são suficientemente claras, esclarecedoras ao aluno em termos das possibilidades de respostas?(HOFFMANN,1991, p.57). Sendo assim, o processo de avaliação orienta os alunos à produção de um saber por meio de leituras, visitas a campo, dessa forma é possível ter o aprofundamento ao tema exposto e o fechamento se dará com a concreticidade deste fluxo. Hoffmann (1991), fundamenta seu trabalho na abordagem construtivista de Piaget. Denomina de avaliação mediadora, aquela que considera cada aluno em sua individualidade, utiliza–se de pareceres descritivos, por meio de relatórios com as informações sobre o crescimento de cada aluno. Considera a avaliação como parte essencial na educação permeando todos os momentos em sala de aula. A autora também relata que a avaliação é essencial à educação, e que deve fazer parte de todos os momentos em sala de aula e não ser isolada. Defende o posicionamento que, além de servir para conhecer os alunos e os professores: Mais especificamente, uma avaliação mediadora envolveria um complexo de processos educativos (que se desenvolveram a partir da análise das 17 hipóteses formuladas pelo educando, de suas ações e manifestações) visando essencialmente o entendimento. Tais processos mediadores objetivariam encorajar e orientar os alunos à produção de um saber qualitativamente superior, pelo aprofundamento às questões propostas pela oportunização de novas vivências, leituras ou quaisquer procedimentos enriquecedores ao tema em estudo. (HOFFMANN, 1991, p.72.) Quando falamos em erros e acertos, Hoffmann (1991) considera que deve ser feita a inversão da hierarquia uma vez que os acertos são valorizados e os erros, punidos. Para iniciar uma avaliação mediadora este aspecto deverá ser enfatizado e superado. Luckesi (2001, p. 60) apresenta a questão da avaliação relacionada a democratização do ensino. O autor aponta três elementos que definem a democratização do ensino: “Democratização do acesso a educação escolar; permanência do educando na escola e a conseqüente terminalidade escolar; qualidade do ensino e apropriação ativa dos conteúdos escolares”. Em toda a sua obra Luckesi (2001) enfatiza que a avaliação deve ser uma atividade bem definida que se põe a favor da competência de todos, que tem a função de qualificação e não classificação. A avaliação tem a função “básica” de diagnosticar, e a partir daí tomar ações que busquem maior satisfatoriedade nos resultados. Integradas a essa estão as funções de: a) propiciar a autocompreensão, tanto do educando quanto do educador; b) motivar o crescimento; c) auxiliar e aprofundar a aprendizagem; Para cumprir estas funções o educador, segundo Luckesi (2001), deve estar atento aos instrumentos necessários para operacionizá-las, desde a formatação da maneira de deixá-lo expor sua manifestação (como o seu modo de aprender, de viver, de criar), até a construção desses instrumentos, atendendo as articulações destes com o conteúdo planejado, sua compatibilidade com as habilidades e com os níveis de dificuldades, utilização de linguagem clara e enfim utilizar instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos educandos. Assim também, Luckesi (2001. p. 179) nos aponta que: Devemos tomar cuidado com a correção e a devolução dos instrumentos de avaliação da aprendizagem. Quanto a correção, não deve ser utilizar cores fortes e marcantes, nem mesmo borrar o trabalho do aluno. Deve-se ter um afeto positivo e explorar um formato próprio. Quanto a devolução dos resultados, o educador deve auxiliar o aluno na sua autocompreensão de estudo. 18 O autor (2001, p.180) conclui descrevendo mais um parágrafo sobre o ato de avaliar: O ato de avaliar, por sua constituição mesma, não se destina a um julgamento “definitivo” sobre alguma coisa, pessoa ou situação, pois não é um ato seletivo. A avaliação se destina ao diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão; destina-se a melhoria do ciclo de vida. Deste modo, por si, é um ato, amoroso. Infelizmente, por nossas experiências histórico-sociais e pessoais, temos dificuldades em assim compreende-la e praticá-la. Mas... fica o convite a todos nós. É uma meta a ser trabalhada que com o tempo, se transformará em realidade, por meio de nossa ação. Somos responsáveis por este processo. As idéias de Luckesi (2001) são estruturadas e objetivas, constituem uma base para se pensar e refletir sobre a avaliação da aprendizagem escolar. Moretto (2001, p.94) faz ressalvas importantes sobre as formas de avaliação, afirmando que há diferentes formas de se avaliar, sendo a prova escrita a mais utilizada: “se tiver que elaborá-la que seja bem feita, atingindo seu real objetivo, que é verificar se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes.” A habilidade de elaborar bem as provas é outro recurso que o professor competente precisa ter para enfrentar a situação. “Elaborar bem é saber contextualizar de acordo com os objetivos estabelecidos, perguntar de forma clara e precisa, questionar apenas conteúdos relevantes e não colocar “pegas” para derrubar o aluno”(MORETTO, 2001, p. 31). A avaliação da aprendizagem deve ser feita de acordo com o sistema de ensino. Moretto (2001,p.96), propõe princípios que sustentam a concepção de avaliação da aprendizagem: A aprendizagem é um processo interior do aluno; os indicadores são interpretados pelo professor e nem sempre a interpretação corresponde fielmente ao que o aluno pensa;o conhecimento é um conjunto de relações estabelecidas entre os componentes de um universo simbólico;o conhecimento construído significativamente é estável e estruturado;o conhecimento adquirido mecanicamente é instável e isolado;a avaliação da aprendizagem é um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas. Moretto (2001, p 101-105) destaca três características marcantes das provas na linha tradicional: “exploração exagerada da memorização; falta de parâmetros para correção; utilização de palavras de comando sem precisão de sentido no contexto”. Já as provas na perspectiva construtivista, apresentam características bastante distintas: “contextualização; parametrização; exploração da capacidade de 19 leitura e de escrita do aluno; proposição de questões operatórias e não apenas transcritórias”. Esteban (2002, p 173-174) esclarece que “a avaliação frequentemente atribui um valor negativo àqueles que não estão compreendendo. As manifestações de conhecimento que se distancia do padrão são frequentemente interpretados como fracasso escolar”. Porém a autora (2002) nos revela que uma simples modificação na formulação da questão pode produzir resultados diferenciados, que a utilização de instrumentos podem modificar toda a prática pedagógica e seus respectivos resultados. Refletir a prática pedagógica possibilita o desenvolvimento de um processo de avaliação da própria prática docente. Ela também nos alerta que uma repressão pode romper os últimos fios que conectavam um aluno a aula. “Corrigir uma resposta errada pode ajudar o aluno a aprender o que ainda não sabia, mas também pode paralisar seu movimento em direção a novos conhecimentos”. (2002, p 175). “A avaliação não pode provocar a exclusão!”(2002, p 169). Hadji (2001, p.10), nos fala, neste contexto que “o erro não seria uma falta a ser reprimida, mas uma fonte de informação, e isso tanto para o professor – cujo dever é analisar a produção e, através dela, a situação do aluno – como aluno, que precisa compreender seu erro para não mais cometê-lo, e progredir.” Vasconcelos (2000), em entrevista a revista Nova Escola relata que para diferenciar uma avaliação integrada de uma excludente ele divide a prática de avaliar em quatro categorias: A primeira é o conteúdo, na qual se percebe o conteúdo cognitivo do aluno. A segunda é a forma de avaliar: dar notas ou conceitos? Fazer ou não uma semana só de exames? Dar questões longas ou curtas? Outra categoria é formada pelas relações que a avaliação estabelece na prática de ensino: posso mudar a avaliação sem mudar o tipo de aula? Como avaliar uma classe grande? A última, e a mais importante, é a intencionalidade. Mudanças nos outros aspectos sem mudar a intenção com a qual se avalia não levam a nada. (http://www.novaescola.abril.uol.com.br) Esteban (2002, p 169-170), por vários momentos em sua obra enfoca a necessidade do diálogo e a possibilidade nele do aluno se expor, manifestar deste modo o que entende: “um diálogo que tem como pressupostos fundamentais a superação dos preconceitos e a construção coletiva da vida”. Esteban (2002, p. 170), 20 propõe que a avaliação seja investigadora e também não linear, ambas enfatizam o aprofundamento da avaliação. Hadji (1991) continua em sua obra reforçando sobre avaliação formativa, que corresponde a um modelo ideal, almejando uma avaliação que consagre a regulação das aprendizagens, capaz de orientar o aluno para que ele próprio possa situar suas dificuldades, analisá-las e descobrir, ou pelo menos operacionalizar os procedimentos que lhe permitam progredir. Perrenoud (1991, p.50) afirma que é formativa toda a avaliação que auxilia o aluno a aprender e a se desenvolver, ou seja, que colabora para a regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo. Em entrevista dada a revista Nova Escola, Hadji (2000) deixa claro que uma avaliação formativa eficiente deve ter três etapas: o estudo da tarefa a ser avaliada e sua explicação, a prática das habilidades e a intervenção. Cada professor vai reinventar o seu próprio caminho. Acredito que uma maneira inteligente de proceder é analisar a tarefa de modo a encontrar seus componentes essenciais. Podemos chamar de critérios de realização da tarefa, para ajudar o aluno a aprender. Primeiramente precisamos analisar, decompor a tarefa, de modo que se entenda as operações constitutivas primordiais, que serão objeto de uma aprendizagem específica. Muitas vezes a gente descarta e foge da análise da tarefa. Se o professor modificar sua maneira de ensinar após cada processo de avaliação, buscando diversas formas de trabalhar para atingir o mesmo objetivo, ele já estará cumprindo uma boa parte de sua obrigação. Ele deve optar por tarefas significativas no lugar de exercícios formais esvaziados de sentido, sem se esquecer que todo desempenho exige interpretação. (http:/www.novaescola.abril.uol.com.br). A avaliação formativa conforme Hadji (1991, p.98) “deve possibilitar a compreensão da situação do aluno, para que se possam tomar ações corretivas eficazes. Teremos duas operações, a primeira que se refere a coleta de informações e a segunda análise de resultados”. Ainda o mesmo autor (1991, p.101) afirma que: Os erros dos alunos, na análise dos resultados, nos possibilitarão criar situações de superação, tornarão a avaliação mais informativa e com isto teremos condições de tornar melhor as condições didáticas adequadas para superação do obstáculo revelado pelo erro. Recorremos a Hadji e Esteban para explicitar o conceito de negociação relacionado ao ato de avaliar: Compreendeu-se que a avaliação é uma interação, uma troca, uma negociação entre um avaliador e um avaliado, sobre um objeto particular e em um social dado. Deve-se necessariamente levar em conta os dois comportamentos ao mesmo tempo, o do professor e o do aluno, e manter 21 juntas as duas pontas da cadeia, tanto no âmbito do aluno quanto naquele do professor-avaliador. (HADJI, 2001, p. 34-35) A negociação rompe com as dicotomias, busca articulações entre elementos contraditórios e antagônicos e produz novos significados, desfiando as polarizações por ressaltar a natureza histórica e discursiva da diferença e o fato de que os referentes e prioridades não refletem um objeto homogêneo, sendo marcado pelas tensões e entrecruzamentos de objetivos. A negociação é um ato dialógico necessários ao movimento de aproximação ao conhecimento considerado em sua complexidade. Contribui, portanto para consolidação da perspectiva de avaliação como prática de investigação que encontra no saber e no não saber. (ESTEBAN, 2002, p. 181.) Atualmente, entende-se que a avaliação é um processo de investigação que oportuniza aos professores a retomada sistemática dos encaminhamentos metodológicos para que o aluno aprenda com significado. Neste sentido, conforme Cruz (2004, p. 2) a avaliação: Auxilia o aluno a aprender a se desenvolver; modifica também as práticas do professor; redireciona as ações de todos os seus autores; implica na coleta de informações, na interpretação e reflexão sobre elas e na tomada de decisões sobre como dar seqüência ao processo de apropriação do conhecimento. A avaliação do aluno é abrangente e compreende: conhecimentos, atitudes, habilidades e interações. Portanto avaliar é sinônimo de avanço, esta melhoria se refere ao aluno, ao currículo, ao professor e, em definitivo à Universidade. 22 4 PROCESSO DE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR Como professor universitário, Masetto (2003, p.146) sugere que “devemos modificar as aulas, utilizando novas tecnologias, selecionando conteúdos significativos, desenvolvendo um relacionamento adulto com a turma colocando em prática a mediação pedagógica”. As diversas áreas do conhecimento são marcadas hoje por um processo acelerado de inovações, domínio tecnológico e científico. Nos jovens que chegam ao ensino superior, observamos uma divisão: uma parcela destes que procuram ansiosos pela formação profissionalizante que a insira no mercado de trabalho e outra que procura a formação continuada para serem profissionais participativos durante toda a vida (www.comciencia.br/reportagens/2004/09/13.shtm). São cenários que nos colocam diante da necessidade de promover uma prática diferenciada de avaliação, são caminhos que ainda não são claros. Num processo de ensino que priorize a crítica e uma educação transformadora, a ênfase da avaliação, como já comentada anteriormente, estará centrada no processo e não no produto final (nota). Também são priorizadas as relações interpessoais, as trocas mutuas entre docente e discentes (www.comciencia.br/reportagens/2004/09/13.shtm). Percebemos que o ato de avaliar reflete na auto-estima do aluno. A autoestima é um sentimento de percepção de si e um querer bem, e assim é uma forma que o aluno se avalia e é avaliado pelo grupo. A avaliação entendida como um ato de acolher requer um dinamismo na prática docente e uma profunda vontade de efetivar uma prática que leve à transformação de conteúdos curriculares à ações vivificadas. Se avaliar é acolher, devo despertar em meu aluno o olhar positivo que ele tem para consigo. Não há receitas de como fazê-lo, mas inúmeros relatos de como não realizá-lo (http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=357). Muitos estudos reportam-se a prática de uma avaliação formativa e esse tema está presente em todos os debates. Porém há ainda uma separação entre teoria e prática. Para Masetto, o processo de avaliação deve ”representar a aprendizagem tanto de alunos como professores. Caso contrário os alunos não 23 terão interesse em aprender e sim de “tirar” a nota”. (2003, p,147). Os professores devem estar conscientes de que competências, habilidades e atitudes devem ser avaliadas e deste modo o acompanhamento do desenvolvimento do aluno. O autor (2003, p,147) nos coloca a situação que ainda existe na maioria das universidades: Na verdade, as atividades na escola acontecem em dois movimentos paralelos e não integrados. Um é o das atividades desenvolvidas durante a maior parte do tempo nas aulas ou em atividades fora delas: este tem pouco ou nenhum valor quando se trata de avaliação, pois nada é considerado. Outro movimento é o das provas, que acontece no menor espaço de tempo se considerarmos o ano letivo, mas que tem todo o valor porque decide a aprovação ou reprovação. E agora pergunto: em qual dos dois momentos ocorre o processo de aprendizagem? Só no primeiro?Só no segundo?Certamente nos dois juntos, desde que estejam integrados, isto é, que a avaliação acompanhe o processo de aprendizagem, valorizando todas as atividades que se realizem durante o período letivo, e as técnicas avaliativas sejam usadas para ajudar o aluno e aprender e não apenas a classificá-lo em situação de aprovação e reprovação. Segundo o autor (2003), duas características poderão sintetizar o processo de avaliação: estar integrado ao processo de aprendizagem como um elemento de incentivo e motivação para aprendizagem; ser formado pelo acompanhamento do aprendiz em todos os momentos que ele se desenvolve. Afirma ainda (2003, p. 150) que: Ambas as características não serão simbolizadas pela nota, mas sim devem ser descritivas pela forma escrita ou oral permitindo o diálogo entre o professor e o aluno. Assim teremos neste processo um aluno que percebe que o professor está interessado em sua aprendizagem e um professor que estará melhorando continuamente, pois se orientará pelos resultados obtidos. Acrescenta que o desempenho do professor é um elemento importante a ser avaliado para que se tenha uma integração efetiva do processo. Deve buscar informações com os seus alunos sobre as ações, atitudes e os comportamentos que ele vem tendo perante os alunos. O autor (2003) enfatiza o “feedback” contínuo presente em todos os momentos atingindo uma dimensão diagnóstica. O processo de avaliação também poderá contar com a auto-avaliação e a heteroavaliação, aquela corresponde a capacidade dos alunos de se aperceberem de seu processo de aprendizagem e oferecer as condições necessárias para que seja necessário desenvolver suas aprendizagem. Esta é quando se recebe informação de outras pessoas que colaboram para o desenvolvimento do processo. (Masetto, 2003). 24 O processo de avaliação precisa ser planejado e Masetto (2003) nos aponta dois exemplos para facilitar o entendimento: - 1o Pontuar todas as atividades realizadas (provas, trabalhos), realizadas durante o período e mediante esta pontuação chegar a nota/conceito. Este exemplo é ainda o mais difícil de desvincular o aluno da idéia de que se estuda ou se prepara em função da nota; - 2o Organizar a disciplina em algumas unidades de trabalho. Organizar as atividades e acertar com os alunos o processo avaliativo. Cada atividade deve ser descrita pelo professor e comentada e pelos alunos. Caso não conseguisse atingir os objetivos retoma-se as ações para melhorar o aprendizado e novas oportunidades para aprender. No final se busca uma nota que represente aquilo que foi aprendido. A preparação profissional no Ensino Superior tem requerido do sujeito que por aí passa muito mais do que o acúmulo de informações, dada a realidade repleta de problemas, incertezas com que se defronta na sociedade atual. (http://168.96.200.17/ar/libros/anped/0405P.PDF) Lembramos com Luckesi (1986, 1994), que a avaliação educacional escolar, assim como as outras práticas do professor são dimensionadas por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica, tenha o professor consciência disto ou não. Suas ações têm conseqüências na relação com os alunos, na relação deste e de ambos com o conhecimento e extensivamente às situações de vida que enfrentam no seu dia a dia. No Ensino Superior, a maioria dos professores não teve em sua formação o preparo da docência. Apenas aqueles oriundos das licenciaturas é que possuem em seus currículos uma ou duas disciplinas didático-pedagógicas. É bem provável que as dificuldades de avaliação aumentem para os docentes que atuam no Ensino Superior. Os alunos são mais maduros, a maioria tem maior clareza do que deseja, preparam-se para uma profissão. Os professores, muito preocupados com o domínio de conteúdo, nem sempre conseguem dar conta dos aspectos pedagógicos de seu trabalho. Daí a necessidade de centrar esforços de investigar seu ensino. No contexto do que ocorre atualmente na escola, entendemos que a prática avaliativa ainda é uma das formas mais eficientes de instalar ou controlar comportamentos, atitudes e crenças entre os estudantes, podendo ser positivas ou 25 destrutivas de suas possibilidades de desenvolvimento, pelo poder que encerra e pela importância que tem enquanto mecanismo de inclusão ou exclusão social. Fato que particularmente discordamos, considerando as atuais tendências que promovem a avaliação processual. Conforme Camargo (1996), a avaliação, procedimento do ritual pedagógico aponta, responsabilidades a serem assumidas junto ao aluno, do ponto de vista escolar e social. Observamos que no ensino superior a avaliação externa tem sido imposta às instituições de forma sistemática, pelos órgãos governamentais responsáveis pelo acompanhamento no desempenho das mesmas. Enquanto a avaliação que se dá no espaço da sala de aula pouco tem mobilizado os docentes para as mudanças qualitativas de suas ações pedagógicas, na maioria dessas instituições universitárias. 26 5 METODOLOGIA Neste capítulo busca-se demonstrar a metodologia adotada para obtenção dos dados, contém a classificação da pesquisa, procedimentos técnicos e apresentação dos resultados. Para atingir os objetivos foi realizada uma pesquisa de campo, do tipo exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. A pesquisa de campo, segundo Lakatos e Marconi (2006) tem como objetivo conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema tal como ocorrem espontaneamente no locus onde os fenômenos ocorrem. A pesquisa exploratória, de acordo com Silva e Shappo (2002, p.54) “viabiliza a possibilidade de compor um diagnóstico da realidade investigada, permitindo o uso de métodos como o levantamento, junto aos profissionais que apresentem experiência prática sobre o problema estudado”. A segunda parte de nossa metodologia relaciona a pesquisa descritiva, desenvolvida a partir de dados primários, que procura obter informações para descrever e interpretar a realidade investigada. Em relação a abordagem do problema, a pesquisa assume característica qualitativa. Segundo Minayo (2002), essa forma de abordagem recorre à análise indutiva dos resultados, que pode ser concebida como processo de dar significado aos dados coletados de campo. Esses são predominantemente descritivos. Quanto à população investigada, considerou-se como universo de pesquisa profissionais que atuam na docência nas universidades da região (Criciúma e Tubarão/SC). A amostra selecionada compreendeu 5 (cinco) profissionais. A amostra foi selecionada pelo critério de intencionalidade e de acessibilidade, ou seja, os questionários foram aplicados aos profissionais a que se teve fácil acesso, conforme Lakatos e Marconi(2006), pode-se adotar o critério da acessibilidade, o pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam representar o universo. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário que busca averiguar ou identificar opiniões sobre fatos ou fenômenos; determinar pelas respostas individuais, a conduta previsível em certas circunstâncias; descobrir os fatores que influenciam ou que determinam opiniões, sentimentos e condutas (Lakatos e 27 Marconi, 2006). O questionário consta no Apêndice. Os questionários foram aplicados em novembro/dezembro de 2007, pela pesquisadora nas universidades da região. As respostas originadas da pesquisa foram analisadas e interpretadas de acordo com os resultados obtidos, as categorias de análise serão discutidas posteriormente. 28 6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Apresentamos os dados coletados para esse estudo e procedemos a sua análise com intuito de refletir sobre eles, compreendê-los por meio dos depoimentos dos docentes. Iniciamos com a caracterização do grupo pesquisado e na seqüência a análise e interpretação das categorias definidas. 6.1 Caracterização do grupo O grupo pesquisado é composto por 05 (cinco) professores. Com relação à faixa etária, 02 tem idade que varia entre 30 e 35 anos, os demais entre 40 – 45 anos. Três professores são do sexo masculino e 02 (duas) do sexo feminino. Sua formação é em nível de pós - graduação sendo que 03 (três) são doutores, 01 (um) em engenharia química, 01 (um) em engenharia de materiais e outro em engenharia de produção, 01 (um) mestre em engenharia de produção e 01 (um) especialista em gerência da produção. A situação funcional do grupo é 02 (dois) coordenadores de curso e professores, 01 (um) coordenador de estágio supervisionado e professor, os demais são professores. Em relação ao tempo de trabalho 04 (quatro) professores tem tempo de trabalho entre 11 a 20 anos, somente um professor trabalha na graduação há 01 ano, porém 08 anos no ensino médio. A carga horária de 02 (dois) professores é de 40 horas, de outros 02 (dois) é de 10 horas e um de 20 horas. Atuam todos em universidade privada. 6.2 Conceito de Avaliação Nosso primeiro questionamento aos professores foi sobre o seu entendimento acerca do conceito de avaliação. A maioria do grupo relacionou como maneira de se mensurar, diagnosticar a evolução do aluno frente ao que foi desenvolvido em sala de aula, e tomar nota do que não ficou bom para melhorar. Destaca-se que um professor relacionou o conceito de avaliação como um processo: 29 A avaliação (deve ser) um processo. Nesse sentido o entendimento de que os resultados obtidos em classe dizem respeito ao conjunto de ações que envolvem o aluno e que o acompanha durante suas 24 horas. Por isso, faz-se necessário, para que a avaliação esteja próxima da fidedignidade, a utilização de um conjunto de estratégias e instrumentos que possibilitem a percepção da evolução do aluno sob a perspectiva do todo. (Professor C). Desse modo, podemos observar a existência de professores que conceituam a avaliação com formato tradicional entendendo-a como mensuração do que foi absorvido pelo aluno. Hadji (2001, p.129) responde provisoriamente, o que é finalmente avaliar? Não é nem medir um objeto, nem observar uma situação, nem pronunciar incisivamente julgamentos de valor. É pronunciar-se, isto é, tomar partido, sobre a maneira como expectativas são realizadas; ou seja, sobre a medida na qual uma situação real corresponde a uma situação desejada. Isso implica que se saiba o que se deve desejar (para pronunciar um julgamento sobre o valor, desse ponto de vista, daquilo que existe); e que se observe o real (será preciso coletar observáveis) no eixo do desejado. A avaliação é uma operação de leitura orientada da realidade. Vasconcelos (2000), em entrevista à revista Nova Escola (www.novaescola.abril.uol.com.br), nos ajuda a entender a avaliação de uma forma abrangente, sugerindo que avaliar é localizar necessidades e se comprometer com sua superação. Em qualquer situação de vida, a questão básica da avaliação é: o que eu estou avaliando? No sentido escolar, ela só deve acontecer para haver intervenção no processo de ensino e aprendizagem. 6.3 Métodos utilizados na avaliação Ao serem questionados sobre os métodos utilizados para fazer a avaliação, a maioria dos professores colocou a prova como principal fonte e na seqüência a utilização de trabalhos com respectivas apresentações. O Professor C relacionou algumas características importantes que devem ser levadas em consideração para a escolha do tipo adequado do método de avaliação: A classe, o semestre, a disciplina, o curso, o turno e o período do ano, serão determinantes para a escolha dos métodos, estratégias e instrumentos de avaliação. No entanto, faz-se primordial o entendimento do que é a avaliação? Saber qual lógica iremos avaliar: lógica dialética ou lógica formal? A partir dessa clareza, então a determinação do método. 30 A exemplo do Professor C, deve-se adequar o método de avaliação às condições do momento, além de que, as observações também coletadas em sala de aula durante a produção de um exercício proposto também vão compor as informações para a avaliação. Masetto (2003, p.148) também nos auxilia a compreender que “as pessoas são diferentes, os ritmos de aprendizagem são distintos, e pelo fato de que devemos tomar nota, a elaboração do plano deve ser flexível de modo a contemplar as dificuldades de aprendizagem, ou seja, esteja integrado ao processo”. Entendemos que o professor deve conhecer os diferentes instrumentos para a avaliação e as formas de utilizá-los.Concordamos com Moretto (2005,p.31), quando afirma que ela não deve servir como instrumento de pressão, a prova deve ser entendida “como um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas.” 6.4 Os métodos aplicados e a construção do conhecimento. Na seqüência, questionamos se os professores acreditavam que os métodos que utilizavam favoreciam a construção do conhecimento. Verificou-se que a maioria dos professores relatou positivamente. Os demais professores assim se manifestaram: “Quando optamos pela avaliação sob a égide da lógica dialética a entendemos como processual. Neste sentido, o descobrimento do conhecimento ocorre individual e coletivamente. Espaços são respeitados e novas possibilidades surgem para os alunos. Penso que, essas novas possibilidades são novos conhecimentos, descobertos pelos alunos.” (Professor C) “Alguns sim, outros não. Provas, por exemplo, não é a melhor maneira de se avaliar, mas é um dos métodos que temos, principalmente no ensino público, de avaliar o conhecimento adquirido pelo aluno. Por se tratar também de ensino médio, onde há por parte dos pais uma obrigatoriedade do estudo, o aluno não leva muito a sério o quer aprender. A idade que se encontra é conflitante fase nem adulta nem criança. Algumas responsabilidades, mas ainda muita imaturidade. Ainda não consigo ver outro método que traria credibilidade nessa faixa etária.”(Professor D). Há duas grandes características que os professores não abordaram e que Masetto nos coloca (2003, p.149), uma relaciona que a “avaliação deve ser um incentivo e motivação para a aprendizagem e a outra que se foca no acompanhamento do aprendiz em todos os momentos de seu processo”. 31 6.5 Outros métodos para avaliação dos alunos Solicitados a sugerirem outros métodos para a avaliação dos alunos, assim se manifestaram: O professor A acrescentou “os seminários como um método diferente para a avaliação”; O professor C coloca que: Não existe método adequado para essa ou aquela situação. Na verdade, existe um amplo conjunto de possibilidades que desembocam na avaliação. Assim, além da visão de mundo do docente, entram em cena o perfil desejado do aluno, as pretensões do curso e da instituição em que reside, enfim, tudo descrito no projeto político pedagógico do mesmo curso. O que deve existir é um olhar refinado do docente para perceber qual o caminho avaliativo seguir. Vasconcelos (2000) relaciona que: Eu divido a prática de avaliar em quatro categorias. A primeira é o conteúdo, na qual se percebe o conteúdo cognitivo do aluno. A segunda é a forma de avaliar: dar notas ou conceitos? Fazer ou não uma semana só de exames? Dar questões longas ou curtas? Outra categoria é formada pelas relações que a avaliação estabelece na prática de ensino: posso mudar a avaliação sem mudar o tipo de aula? Como avaliar uma classe grande? A última, e a mais importante é a intencionalidade. Mudanças nos outros aspectos sem mudar a intenção com a qual se avalia não levam a nada. (www.novaescola.abril.uol.com.br) O docente deve ter flexibilidade para adequar as situações de avaliação conforme o contexto onde está inserido e inovar seus métodos de avaliação para que a prova não seja a única e exclusiva forma de avaliar. 6.6 Dificuldades na adequação da prática a uma avaliação processual. Questionados sobre as dificuldades em adequar a prática pedagógica a uma avaliação na visão processual, dois professores responderam que tem pouco tempo disponível para a recuperação dos conteúdos, o professor D destacou que “falta interesse dos alunos e o pouco preparo destes”. O professor E comentou sobre “o preconceito que existe entre o professor que dá trabalho e aquele que faz as provas ferradas”. O professor C comentou que: “com a convicção da prática, o 32 enraizamento do pensamento positivista que disseminou a linearidade, o individualismo e a escola meritocrática como axiomas quase como dogmas para a “produção” do conhecimento.” Hadji em entrevista à revista Nova Escola ajuda-nos a responder sobre estas dificuldades encontradas na prática: O ponto mais difícil é o professor se tornar didata. É preciso imaginar exercícios de treinamentos práticos, capazes de revelar se o aluno domina alguns componentes do conjunto, ou se domina tudo. A didática é a análise das tarefas dentro de uma disciplina. A pedagogia é a imaginação de situações completas de ensino e avaliação. Portanto, o mestre deve ser didata, pedagogo e capaz de dar ao aluno a chance de avaliar sua performance, sem preconceitos, sem ser submetido a pressão social, sem ser vítima dos desvios que podem se manifestar em relação a essa tarefa. (http:/www.novaescola.abril.uol.com.br) O perfil do professor tradicional não atende mais as necessidades dos projetos políticos pedagógicos, a sociedade pode até mesmo enxergá-lo como professor padrão, mas não é este perfil que vai atender as necessidades da evolução, do crescimento tecnológico, da formação de um cidadão crítico. É preciso que o professor tenha atitude e pratique a avaliação processual. 6.7 Apresentação dos objetivos em sala de aula Em relação aos objetivos, foram questionados se os professores deixam claros estes em sala de aula e qual a forma utilizada. Todos comentaram que deixam claros seus objetivos, a maioria relacionou o plano de ensino como ferramenta para a divulgação destes. Moretto (2005, p.48), relata que a definição clara e precisa dos objetivos de ensino prepara o processo de avaliação da aprendizagem. O professor ensina para que o aluno aprenda, porém isso muitas vezes não é representativo na avaliação. “É comum verificarmos em corredores perguntas como: O que vai cair na prova professor? As respostas infelizmente indicam bem a visão de nossos professores: Tudo o que foi dado em sala de aula.” É preciso mudar este cenário, Moretto(2005, p.49) nos esclarece que: Uma relação diferente deveria se estabelecer entre o professor e o aluno, nesse caso. Seria mesmo importantes que o professor comunicasse aos alunos, com certa antecedência, o número de questões de sua prova (se a avaliação for feita por meio desse instrumento) e o objetivo de cada uma 33 delas. Isto não significa “dar” a questão, e sim orientar o estudo dos alunos, lembrando que essa é a função primordial do mediador do processo de aprendizagem. Isso diminuiria o estresse de muitos alunos, diante da insegurança que uma avaliação (Prova!) traz consigo, na cultura dos alunos. A teoria nos traz caminhos novos para controlar o autoritarismo, basta melhorar continuamente. É dever mudar o perfil do professor tradicional para um professor preocupado em criar cidadãos responsáveis, os projetos políticos pedagógicos não podem ser vistos como utopias, mas devem ser concretizados. 6.8 Fatores que impedem o desenvolvimento da aprendizagem Questionados sobre quais os fatores que impedem o desenvolvimento da aprendizagem, o grupo de professores apontou as seguintes dificuldades: O fato do aluno ter que trabalhar para pagar a faculdade, impedindo-o de estudar em outros horários, a falta de estrutura de laboratório e equipamentos básicos ou sucateados; baixa remuneração desestimulando o professor a se preparar melhor; falta de apoio ao professor para que este se torne mais independente no uso de ferramentas computacionais e edição de material didático, ou seja, o professor tem que ter curso de formação e atualização técnica além da pedagógica; sobrecarga de trabalho para o professor afim de otimização dos custos, o professor não tem tempo para aprimorar e investir na qualidade do aprendizado.” (Professor A) “Facilidade de obtenção de diplomas.” (Professor B). “A estrutura educacional brasileira, com ensino noturno, sub-utilização das bibliotecas, ausência de incentivo financeiro para os acadêmicos, diferenciais sociais aviltantes, são fatores que obstruem possibilidades dos alunos.” (Professor C). “A falta de base das séries anteriores, a falta de criatividade dos docentes, o desinteresse dos alunos e a dependência que o professor traga sempre tudo mastigado para eles.” (Professor D). “Nessa idade a ansiedade. Sem dúvida.” (Professor E). Concordamos com Luckesi (2006) quando afirma que: Além de oferecer aos educadores condições adequadas de trabalho, espaço físico, material didático, salários satisfatórios, compatíveis com suas necessidades. Uma formação adequada, teórica e vivencial (não basta ser só teórica) no Ensino Superior, que faça do educador um profissional que efetivamente tenha consciência do que está fazendo e por quê está fazendo; mas, também, uma formação continuada no seio de 34 cada um das instituições onde trabalha. O que se aprende hoje não é suficiente para o amanhã, na medida que novas emergências exigem novas e mais consistentes soluções. O educador necessita ser um profissional consistentemente formado. http://www.luckesi.com.br/artigosavaliacao.htm) Há uma série de dificuldades potenciais mencionadas pelos nossos professores e estas entram em comum acordo com o autor, porém não será com as lamentações que iremos mudar o cenário da educação. Há muito trabalho a ser feito, o primeiro está vinculado à formação constante do professor que deve estar disponível dentro da própria universidade. O crescimento dos profissionais é diretamente proporcional ao crescimento da instituição. 6.9 O papel do professor no processo ensino aprendizagem Indagados sobre qual o papel do professor no processo ensinoaprendizagem do aluno, a maioria dos professores relatou que eles são os mediadores, pois motivam, orientam, auxiliam, mostram caminhos e também são os exemplos para seus alunos. Destacamos o posicionamento do professor C: “O professor é a grande diferença. Não existem cursos, nem mercados e nem mesmo salários, mas, sobretudo, grandes professores. Eles, com suas habilidades e percepções poderão fazer homens normais alcançarem os mais elevados níveis do conhecimento.” A função do professor é dita por Moretto (2005, p.74) como “catalisador do processo ensino aprendizagem”, ou ainda um facilitador do processo ensino aprendizagem. Conforme o autor (2005) o aluno aprende à medida que interage com o processo e responde aos incentivos do professor, é Poe este fato que se diz que o professor é um facilitador da aprendizagem. A relação entre aluno e professor deve ser de constante interação, com vistas à produção dos objetos de conhecimento. Perrenound (1999, p.53) nos aponta que estamos a caminho de um “novo ofício, cuja meta é antes fazer aprender do que ensinar”. Ele nos convida a seguirmos algumas ações: Considerar os conhecimentos como recursos a serem mobilizados; trabalhar regularmente por problemas; criar ou utilizar outros meios de 35 ensino; negociar e conduzir projetos com seus alunos; adotar um planejamento flexível e indicativo e improvisar; Implementar e explicitar um novo contrato didático; praticar uma avaliação formadora em situação de trabalho; dirigir-se para uma menor compartimentação disciplinar. Somos de parecer que os professores devem, sobretudo ter interesse que seus alunos aprendam e esta relação positiva será o sucesso da Universidade. 6.10 Os resultados negativos da avaliação Questionamos os professores sobre quais ações eram tomadas após avaliações com resultados negativos. Todos apontaram que discutem e preparam uma nova diretriz para aprendizagem. Luckesi (2001, p.59) aponta que “na maioria dos casos o resultado de uma avaliação negativa traz a tona a questão do erro como fator para a exclusão, é preciso que com um erro se possa retirar os melhores e mais significativos benefícios, porém eles não são necessários para o crescimento de ninguém”. Conforme Esteban (2002) é freqüente para aqueles que não compreendem, ver a avaliação como valor negativo, além de ser interpretado como fracasso escolar. A mesma autora (2002, p.175-176) descreve: É preciso aprofundar a compreensão e usá-la como meio para criar um espaço em que a heterogeneidade possa se expressar e se potencializar num movimento simultaneamente individual e coletivo, interno e externo, singular e plural. Encontramos aqui algumas pistas que pretendemos seguir com o objetivo de construir um processo de avaliação cada vez mais adequado a sala de aula real... A avaliação, portanto, precisa estar atenta ao movimento particular que cada sujeito realiza. Neste sentido, há que se questionar a avaliação feita através de procedimentos, instrumentos e padrões únicos que partem da idéia de homogeneidade, produzem conclusões que generalizam e definem soluções insensíveis às diferentes dinâmicas e características individuais que tecem o processo coletivo de ensinar e de aprender. Os resultados da aprendizagem dos educandos interessam aos próprios educandos, para que tomem consciência de como se encontram e, fazendo uma parceria com os educadores, possam dar passos à frente, também na busca dos melhores resultados. 6.11 Os resultados negativos e o compartilhamento com os alunos 36 Na seqüência questionamos os professores se os resultados negativos originados das avaliações são compartilhados com os alunos. Todos os professores confirmaram que retornam os resultados aos alunos. O professor C comentou que “esta ação está prevista no programa da disciplina”, alguns professores reforçam a questão de evidenciar o erro para que não ocorra novamente. Luckesi (2006), em entrevista a Folha Dirigida, RJ reforça que a avaliação é do interesse de todos os envolvidos no processo de aprendizagem: A função da avaliação da aprendizagem é oferecer a todos os envolvidos no processo pedagógico, a possibilidade de conhecer as amplitudes e os limites da aprendizagem do educando. Isso interessa ao educando, ao educador, à instituição de ensino. A instituição, diante de dados bem coletados deverá tomar posição para que sua instituição efetivamente cumpra os objetivos que estão propostos em seus regimentos e apresentados à sociedade. As escolas anunciam à sociedade que elas ensinam para que os estudantes aprendam. Então, isso deve ser cumprido e, para tal, a instituições tem que investir em condições e pessoal para o ensino. Os exames escolares muitíssimas vezes são utilizados para expressar que o fracasso escolar representa uma “escola boa”. Diz-se: “Aquela escola, é boa porque aperta os estudantes”. Ledo engano. Uma escola é de boa qualidade porque os estudantes efetivamente aprendem. (http://www.luckesi.com.br/artigosavaliacao.htm). A Universidade é aquela que luta pelo aprendizado e formação dos educandos para seu desenvolvimento social e mútuo e sabe que avaliar é compromisso de obter os melhores resultados possíveis. 6.12 O que se busca com resultado da avaliação Indagamos os professores sobre o que eles buscam quando aplicam uma avaliação: saber o aprendizado do aluno, e o seu ou saber se o aluno aprendeu os conteúdos dados. As respostas que seguem revelaram a opinião do grupo: “Saber se o aluno aprendeu os conteúdos dados” (Professor A). “Investigar sobre o assunto de modo geral” (Professor B). (Professor C): O professor mestre, só o é quando aprende com seus ensinamentos e possibilita a aprendizagem. O grande professor é aquele que sabe que seus alunos deverão por princípio, superá-lo. Penso que avaliar é descobrir novos conhecimentos e aí, não podemos ser lineares, todos crescem sem distinção de categorias. Não somos professores de conteúdos e sim de alunos. 37 “Eu procuro na verdade uma mistura de todas estas questões, afinal em cada avaliação penso que ocorre um aprendizado mútuo” (Professor D). (Professor E): De tudo um pouco. Mas cada caso é um caso. É necessário saber a que situação se aplica. Muitas vezes uma turma inteira vai mal e o professor precisa reavaliar sua postura nesta sala, mas muitas vezes a sala pode ser o “terror” da escola e acontecer isso em todas as disciplinas. A resposta do professor C se destaca muito bem com o que Masetto (2003, p.150) escreve “o processo de avaliação para que se realize não deve se limitar somente no desempenho do aluno, mas também no desempenho do professor e ainda na adequação aos objetivos propostos no plano estabelecido.” Conforme Masetto (2002, p.154): São três avaliações importantes para o desenvolvimento do processo: Avaliação do desempenho do aluno: aqui se deve acompanhar o seu desenvolvimento em cada atividade e ser o mais o objetivo possível; Avaliação do desempenho do professor: é a avaliação do professor dentro do processo de aprendizagem, onde o professor coleta informações junto com os alunos sobre as ações, atitudes e os comportamentos que ele vem tendo perante os alunos; Avaliação da adequação do plano estabelecido: durante o semestre deve-se proceder uma avaliação do programa a cada dois meses, ouvindo os alunos e com eles debatendo sobre o programa se está ou não favorecendo a aprendizagem e verificar possíveis mudanças para aquele momento. O resultado da avaliação vai nos apontar quais atitudes devemos tomar, se devemos melhorar a postura como profissionais, se desenvolvemos buscar recursos para desenvolver a aprendizagem pois esta não foi eficaz, ou ainda se o programa não atende as necessidades da disciplina. É um momento de reflexão e um ponto de partida para a mudança. 6.13 A relação professor-aluno na disciplina Questionados sobre o tipo de relação que se desenvolve entre o professor e os alunos na disciplina, todos responderam ser harmoniosa e o professor que apóia o aluno, este sempre está ao seu lado. Esta relação professor-aluno também é abordada por Masetto (2003). O autor analisa o papel do professor tradicional quando apenas transmite informações e sugere que deve ser revisado: 38 É importante que o professor desenvolva uma atitude de parceria e coresponsabilidade com os alunos planejando o curso juntos, usando técnicas em sala de aula que facilitem a participação e considerando os seus alunos adultos que podem se co-responsabilizar por seu período de formação profissional. (MASETTO, 2003 p.30). Ao analisarmos este processo, podemos afirmar que não há como assumir a docência sem se aprofundar no conhecimento dos seus alunos e numa relação que colabore com a aprendizagem. 6.14 A base da teoria pedagógica utilizada Indagados sobre a utilização de alguma teoria pedagógica como base para sua prática pedagógica, o grupo se manifestou conforme segue as respostas: “Estudo voltado a projetos e problemas. Na outra disciplina utilizo a pesquisa como apoio ao ensino” (Professor A). “Tradicionalista, democrática etc... (não creio que uma teoria apenas dê conta de todas as situações)” (Professor B) “Penso na ação docente de acordo com a lógica dialética com fundamentos no construtivismo de Vigostsky e teoria sociológica de Bernstein” (Professor C). Os demais professores não responderam. Com exceção do Professor B, os professores A e C tentam fazer relação de sua prática pedagógica com a teoria construtivista. Segundo a teoria construtivista, o conhecimento é fruto de uma elaboração pessoal, resultado de um processo interno de pensamento durante o qual o sujeito coordena diferentes noções entre si, atribuindo-lhes um significado, organizando-as e relacionando-as com outras anteriores. (http://www.serprofessoruniversitario.pro.br). É necessário pensar num ensino que valorize as experiências já trazidas pela criança/jovem e que se busquem soluções aplicáveis ao seu cotidiano. O processo de construção do conhecimento deve ocorrer naturalmente na vida da criança/jovem, ao mesmo tempo em que o professor deve respeitá-los e aceitá-los em suas limitações. (http://www.serprofessoruniversitario.pro.br). 39 Ao relacionar o tema avaliação, diz-se que para o construtivismo é um elemento indispensável para a reorientação dos desvios ocorridos durante o processo e para gerar novos desafios ao aprendiz. A avaliação deve ser resultado de uma discussão de forma honesta e transparente, entre todos os elementos envolvidos no processo. Observamos que os professores demonstram dificuldades em compreender com mais profundidade que sua prática pedagógica, tem fundamento em uma teoria educacional. 6.15 O objetivo da avaliação para a Instituição Solicitamos ao grupo que assinalassem uma seqüência de ações as quais a instituição utiliza como objetivo da avaliação que são: 1 – dar nota e fazer média; 2 – aprovar o aluno; 3 – reprovar o aluno; 4 – identificar as dificuldades dos alunos; 5 – providenciar recuperação dos conteúdos aprendidos e 6 – providenciar recuperação das notas abaixo da média. A maioria do grupo assinalou o item 4 e 5: identificar as dificuldades dos alunos e providenciar recuperação dos conteúdos não aprendidos. As respostas nos apontaram que a instituição propõe uma pedagogia relacionada ao construtivismo onde avaliação abandona a idéia de relação com os itens questionados: 1, 2, 3 e 6 e ainda a identificação das dificuldades e recuperação dos conteúdos é um elemento altamente significativo ao desenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao docente a observação e investigação de como o aluno se posiciona diante do mundo ao construir suas verdades. 6.16 Identificação das dificuldades em fazer uma avaliação dos alunos O grupo diante do questionamento de identificação das dificuldades para fazer uma avaliação apresentou diferentes respostas. O professor A falou-nos que o 40 calendário acadêmico não permite que se faça prova substituta no próprio horário de aula, e continua: “o tempo de uma avaliação de uma disciplina profissionalizante envolve tempo e requer inovação a cada ano evitando repetitividade, pois os alunos têm acesso as provas anteriores; a sobre carga de trabalho impede o preparo de provas mais adequadas e inovadoras”. O professor B relacionou que “deve conhecer mais a individualidade do aluno” e o Professor C: “os vícios do legado positivo”. Para ajudar-nos a responder as soluções que devemos tomar diante das dificuldades apontadas, utilizamos as palavras de Vasconcelos (2000): É preciso rever conceitos, repensar práticas de aula, replanejar o calendário escolar, buscar alternativas. João Amós Comenio, pensador protestante, já dizia, em 1637, em seu tratado A Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa), que existiam três cavaleiros do apocalipse da educação: 1) a avaliação classificatória; 2) o conteúdo estabelecido sem sentido e 3) o professor falando o tempo todo. Essas três coisas já são denunciadas há tanto tempo e são realmente uma praga no ensino. Em Didática Magna, Comenio falava que o ensino precisava ser mais participativo. Ele comparava a sala de aula com a vida, ressaltando o perigo das classes homogêneas e da padronização dos alunos. Ele dava o seguinte exemplo: na natureza existem flores diferentes; na sala de aula temos também de ter pessoas diferentes. É singelo, mas de um sentido político profundo. (www.novaescola.abril.uol.com.br) Para desenvolver um trabalho sobre as dificuldades encontradas pelos professores é importante que todos os envolvidos no processo: coordenadores, professores e alunos tomem ações em conjunto e isto necessitará de novos estudos e aprofundamentos de tal modo que um novo entendimento e um novo modo de ser vai emergindo dentro deste espaço escolar. O que vai dar suporte à mudança é a prática refletida, investigada. 6.17 Instrumentos de avaliação Solicitamos ao grupo que assinalassem quais os instrumentos de avaliação utilizados em sua prática pedagógica. Foram destacados como instrumentos mais utilizados o trabalho em grupo, na seqüência: prova escrita dissertativa e operatória, relatório individual, seminário, debate e observação. Com menos ênfase foram destacados: prova escrita objetiva, registro, dossiê e auto avaliação. 41 O professor pode mudar o cenário dos instrumentos utilizados na avaliação, para que isso ocorra é preciso em primeiro lugar querer mudar para o novo. Vasconcelos (2000) nos ajuda a refletir ainda mais sobre este tema: Uma coisa simples é o diálogo, a exposição dialogada. Mas existem técnicas mais ativas, como dramatização, relatórios, pesquisas, onde o professor pode perceber o nível de elaboração do aluno. A metodologia participativa é fundamental na concretização da nova intencionalidade. Outro método simples: pedir para o aluno dizer com as suas próprias palavras os conceitos apreendidos, para ver se houve internalização. Freqüentemente o estudante repete as palavras do professor ou do livro didático. O trabalho em grupo em sala de aula é importante, com um colega ajudando o outro. Ao invés de ter somente um professor na sala de aula, é possível ter cinco ou seis: os próprios alunos fazendo esse papel. Outra prática muito legal é você fazer monitoria: os alunos passam a ajudar seus colegas em determinadas disciplinas ou conteúdos. Como se pode ver, há uma série de iniciativas que traduzem essa nova intencionalidade em práticas concretas. São coisas pequenas que o professor já pode começar a mudar, sem precisar mexer no planejamento escolar. Claro que seria ótimo, por exemplo, se o professor tivesse 20 horas de trabalho em classe e outras 10 na escola, quando ele pudesse atender o aluno com dificuldades fora da classe, entrevistá-lo, conversar com ele. Isso seria excelente. No fundo, gostaríamos de chegar ao ponto em que o aluno desenvolvesse a competência de se auto-avaliar e avaliar o trabalho do professor. Isso é importante porque o aluno passa a se localizar no processo de aprendizagem. Essa é a verdadeira construção da autonomia que a educação moderna visa. (www.novaescola.abril.uol.com.br) Todos os instrumentos utilizados para a prática avaliativa podem ser ótimos se forem bem elaborados para o diagnóstico e reorientação da aprendizagem, porém não para a classificação do educando. 6.18 Resultados que se busca de uma recuperação paralela Finalizando, o grupo ainda foi questionado sobre os casos em que ocorre a recuperação paralela, e quais os resultados que se busca. Todos apontaram que esse tipo de avaliação contribui para repensar o conhecimento dos alunos e o professor C apontou que “é significativa para a aprendizagem dos alunos” Nesse momento a recuperação paralela toma um espaço fundamental, onde a avaliação além de reorientar os resultados, deve contribuir para que o próprio aluno com auxílio do professor analise seus erros, superando-os. 42 7 CONCLUSÃO O conceito de avaliação não se relaciona ao simples ato de avaliar, mas sim a todo o processo de avaliação. É preciso que o professor pratique a avaliação, não é somente estudando os conceitos que ele irá entender a complexidade deste tema. Se o professor quer realmente mudar sua prática de avaliação e sua atitude ele deverá compreender em primeiro lugar sua ação pedagógica e a teoria educacional que a fundamenta. E depois vinculado a este processo como conseqüência se dará a avaliação. Os professores questionados apresentam um pouco de dificuldade na compreensão do processo de avaliação utilizando ainda o processo tradicional, centrado na nota e na classificação dos alunos. Desta forma, conseguimos entender como é desenvolvida a avaliação da aprendizagem frente as tendências atuais de educação. Para desenvolver um processo de avaliação sintonizado estas tendências, esses docentes e a instituição precisam reorientar sua prática realimentando novos estudos e aprofundamentos de tal modo que um novo entendimento e um novo modo de ser vai emergindo dentro da instituição. Dessa forma, todos os instrumentos de coleta de dados analisados, podem ser bons para a avaliação, é importante que sejam adequados ao que se pretende avaliar ou examinar e sejam elaborados com os cuidados necessários: prova escrita dissertativa e operatória, relatório individual, seminário, debate, observação, prova escrita objetiva, registro, dossiê e auto avaliação, são alguns dos instrumentos úteis para a prática da avaliação. E sempre serão instrumentos úteis para a prática avaliativa, caso sejam bem elaborados e que sirvam para diagnosticar e não para classificar o aluno. Com esse trabalho conseguimos também compreender que não há um modelo ideal para o processo de avaliação, as teorias nos apontam exemplos e caminhos e cabe aos professores diante do contexto trabalhar na construção do melhor sistema de avaliação a ser aplicado, sempre em busca de garantir uma aprendizagem significativa para os acadêmicos. 43 Concluímos que as ações avaliativas desenvolvidas pelos docentes, no ensino superior necessitam adequar-se às tendências atuais que adotam princípios sintonizados com a garantia de uma aprendizagem significativa. Há que se trabalhar na perspectiva da avaliação processual, com o compromisso de acompanhar a apropriação do conhecimento científico pelo estudante. Nesse contexto se faz necessário uma tomada de decisão da Universidade promovendo a formação continuada de seus docentes, para o debate do tema e levantamento de novas propostas, com o objetivo de implantar uma avaliação, condizente com os novos paradigmas e envolvendo seus coordenadores, professores e alunos. 44 REFERÊNCIAS BERBEL, Neusi. CARVALHO, Marcelo at al. Avaliação da aprendizagem no ensino superior, um projeto integrado de investigação através da metodologia da investigação. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://168.96.200.17/ar/libros/anped/0405P.PDF COM CIÊNCIA. Reforma universitária: conteúdos e programas na reforma do ensino superior. 2004. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.comciencia.br/reportagens/2004/09/05.shtml CRUZ ,Vera Maria Silvestri.Avaliação da aprendizagem: manifestações sobre a prática pedagógica e o discurso de novas possibilidades. Dissertação de Mestrado.Florianópolis:UDESC.2004. ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe quem erra?Reflexões sobre a avaliação e fracasso escolar. 3 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 200. HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre. RS: Artmed, 2001. p. 136. ___________. A coragem de ousar. 2000. Abril [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.ensino.net/novaescola/138_dez00/html/avaliacao_entrevista.htm HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mito e desafio uma perspectiva construtivista. Posto Alegre. RS: Mediação, 1991. p. 128. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2006. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 180. ___________. Avaliação da aprendizagem escolar: para além do autoritarismo. Revista de Educação AEC, Brasília, v.15, n. 60, p 23-37, abril/jul. 1986. __________, Avaliação. 2007. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avaliacao_entrev_paulo_camargo 2005.pdf __________, Avaliação. 2007. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avaliacao_eccos_1.pdf 45 __________, Avaliação. 2007. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avalaiacao_revista_nova_escola2 001.pdf __________, Avaliação. 2007. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avaliacao_entrev_jornal_do_Bras il2000.pdf __________, Avaliação. 2007. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.luckesi.com.br/textos/entrevista_folha_dirigida_outubro2006.pdf __________, Avaliação. 2007. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL:http://www.luckesi.com.br/textos/avaliacao_base_etica.doc MASETTO, Marcos Tarciso. Competência universitário. São Paulo: Summus, 2003. p. 193. pedagógica do professor MORETTO, Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas. 6 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p. 150. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2002 PSICOPEDAGOGIA ON LINE. Avaliar é acolher. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=357 REVISTA ESCOLA. Avaliação: avaliar para crescer. Abril. 2000. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0138/aberto/celso.doc SER PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. Avaliação da aprendizagem. [citado em 06 de abril de 2008]. Disponível em URL: http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/modulos.php SILVA, Marise Borba da; SCHAPPO, Vera Lúcia. Introdução a pesquisa em educação. Florianópolis: UDESC, 2002. 46 APÊNDICE A – Questionário Aplicado na Pesquisa de Campo 47 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL DE SANTA CATARINA - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR Prezado(a) Professor(a) Solicito a sua colaboração em responder as questões abaixo que fazem parte de minha monografia cujo tema é “A Avaliação Tradicional Frente às Tendências Atuais de Educação para o Ensino Superior”. A mesma é requisito necessário para conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, em Didática e Metodologia do Ensino Superior. Através do presente questionário pretendo obter maiores informações a respeito da prática pedagógica, além de poder analisar as posturas dos professores e dos acadêmicos em sala de aula e confrontar esses dados com os já obtidos junto às bibliografias e teorias referentes ao assunto. O objetivo desse trabalho é analisar e sugerir metodologias adequadas para a construção de uma avaliação inovadora, propondo modelos a serem utilizados pelo docente. Favor responder para [email protected]. Antecipadamente, agradeço. Prof.: Esp.: Jucilene Feltrin 48 QUESTIONÁRIO 1. Dados Pessoais: Idade: Estado Civil(marque com x): Solteiro: Separado: Casado: Viúvo: Outros: Residente em(cite nome da cidade): 2. Formação Profissional: Ensino médio (curso): Graduação(curso): Habilitação: Especialização(curso): Mestrado(curso): Doutorado(curso): 3. Situação Funcional Instituição de ensino que atua: Cargo ou função que ocupa: Disciplina que leciona: Tempo de trabalho na docência: Jornada de trabalho(marque com x): 10h 20h 30h 4. Compreensão pessoal sobre o Processo de Avaliação a) O que significa a avaliação no seu ponto de vista como professor? 40h 49 b) Quais os métodos de avaliação que você utiliza para avaliar seus alunos? c) Você acredita que os seus métodos de avaliação utilizados favorecem a construção do conhecimento? d) Que outros métodos você sugere adequados para a avaliação dos alunos? e) Quais as dificuldades que você observa em adequar em sua prática, uma avaliação na visão processual? f) Você deixa claros os objetivos de sua aula? De que maneira? g) Que fatores você acredita que impeçam o desenvolvimento da aprendizagem? 50 h) Qual o papel do professor no processo ensino – aprendizagem do aluno? Por quê? i) O que você faz com os resultados da avaliação, quando são negativos? j) Esses resultados são compartilhados com os alunos? l) O que você busca quando aplica a avaliação: saber o aprendizado dos alunos, o aprendizado do aluno e o seu, ou saber se o aluno aprendeu os conteúdos dados? m) Qual a relação professor – aluno em suas disciplinas? n) Sua aula é embasada em alguma teoria pedagógica? (....) Sim Qual? (...) Não 51 o) O resultado da avaliação, em sua instituição, é utilizado para (assinalar): dar nota e fazer média aprovar o aluno reprovar o aluno identificar as dificuldades dos alunos providenciar recuperação dos conceitos não aprendidos providenciar recuperação das notas abaixo da média p) Identifique as dificuldades que você encontra para avaliar seus alunos: q) Os instrumentos de avaliação mais utilizados por você são (assinalar): prova escrita objetiva dossiê prova escrita dissertativa portfólio prova escrita operatória seminário prova oral trabalho em grupo relatório individual auto-avaliação registro debate conselho de fase observação r) O sistema de avaliação de sua instituição prevê a recuperação paralela (assinalar)? Sim Não s) Se adota a recuperação paralela, indique os resultados da mesma: contribuiu para repensar o conhecimento dos alunos aconteceu em tempo não adequado foi significativa para a aprendizagem dos alunos 52 indicou os pontos onde o aluno precisa melhorar não foi satisfatória só enfatizou os aspectos negativos 53 ANEXOS 54 Anexo 1 – Fotos da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Campus Tubarão Campus Florianópolis Campus Araranguá Campus Norte da Ilha 55 Anexo 2 – Fotos do Senai CTC Mat – Serviço de Aprendizagem Industrial e Centro de Tecnologia Cerâmica de Criciúma This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only. This page will not be added after purchasing Win2PDF.