Escola EB2,3/S Vieira de Araújo Prova Escrita de Matemática A Duração 90 minutos 11 de Dezembro de 2009 Versão 1 11º Ano Grupo I Para cada uma das seguintes questões identique a opção correcta. Cada questão tem a cotação de 9 pontos. Respostas ilegíveis ou duplicadas serão cotadas com 0 pontos. 1. Num referencial o.n. Oxyz, o plano α de equação x − z = 2 é (A) paralelo a xOz (B) perpendicular a eixo Oz (C) perpendicular a xOz (D) paralelo ao eio Oz O vector (1, 0, −1) é normal ao plano α, assim como o vector (0, 1, 0) é um vector normal ao plano xOz . O eixo Oz tem por vector director, por exemplo, (0, 0, 1). Assim sendo, é fácil constatar que os vectores (1, 0, −1) e (0, 1, 0) são perpendiculares, e que os vectores (1, 0, −1) e (0, 0, 1) não são nem ortogonais, nem colineares. Podemos concluir que a opção (C) é a correcta. 2. Da amplitude β de um certo ângulo orientado sabe-se que cos β < 0 e tan β > 0. Qual das expressões seguintes dá o valor de sin β? (A) p 1 + cos2 β (B) − 1 − cos2 β (C) p 1 − cos2 β (D) − 1 + cos2 β p p Se cos β < 0 e tan β > 0 então sin β < 0. Sabemos ainda, da fórmula fundamental da trigonometria, que p sin2 β = ± 1 − cos2 β . Podemos concluir a veracidade da opção (B). −−→ −→ 3. Na gura estão representados dois vectores AD e AE , de normas 12 e 15 respectivamente. No segmento de recta [AD] está assinalado um ponto B . No segmento de recta [AE] está assinalado um ponto C . O triângulo [ABC] é rectângulo de lados 3,4 e 5 unidades de comprimento. −−→ −→ O valor do produto escalar AD.AE é: (A)108 (B) 128 (C) 134 (D)144 − − − − → −→ → − → −→ − −−−→ Para calcular o produto escalar podemos recorrer à identidade AD.AE = AD × kAEk × cos AD∧ AE . − − → −→ − − → −→ O triângulo [ABC] permite-nos concluir que cos AD∧ AE = 45 e consequentemente que AD.AE = 12 × 15 × 4 5 = 144, opção (D). 1 4. Considere a gura ao lado onde se encontra representada uma recta AB num referencial o.n. Sabe-se que AB = 1. Uma equação para a recta AB é: (A) y = tan α × x + cos α (B) y = tan α × x + sin α (C) y = tan (D) y = tan π 2 + α × x + cos α A inclinação da recta AB é igual uma equação da recta AB é y = tan 5. Se (~u∧~v ) = π 3 π +α, e a ordenada 2 π + α × x + cos α, 2 π 2 + α × x + sin α na origem, ordenada do ponto A é 1×cos α. Assim, opção (C). e k é um número real negativo, pode armar-se que: (A) cos (k~u∧~v ) = cos (~u∧~v ) (B) (k~u∧~v ) = (C) (k~u∧~v ) = (D) cos (k~u∧ k~v ) = − cos (~u∧~v ) π 6 2π 3 Teremos que observar que multiplicando um vector por um escalar k negativo é invertido o sentido do vector. Se multiplicarmos ambos os vectores, os sentidos de ambos os vectores são invertidos, e o ângulo por estes formado continua igual. Se multiplicarmos um único vector, o ângulo passará a ser o suplementar. Assim a opção (B) é a correcta. Grupo II Responda a cada uma das seguintes questões apresentando todos os cálculos que tiver de efectuar, e expondo o seu raciocínio de forma clara. 1. Na gura está representado, em referencial o. n. Oxyz , um cone de revolução. Sabe-se que: a base do cone está contida no plano α de equação x + 2y − 2z = 11 o vértice V do cone tem coordenadas (1, 2, 6) o ponto C é o centro da base do cone 1.1. Determine uma equação do plano γ que contém o vértice do cone e que é paralelo ao plano α. Como os planos α e γ são paralelos, um vector normal a α também é normal a γ . Queremos então escrever a equação de um plano que contém o ponto (1, 2, 6) e tem por vector normal (1, 2, −2): 1 (x − 1) + 2 (y − 2) − 2 (z − 6) = 0 ⇔ x − 1 + 2y − 4 − 2z + 12 = 0 ⇔ x + 2y − 2z + 7 = 0 1.2. Seja β o plano denido pela equação 2x−2+z = 3. Averigúe se os planos β e α são perpendiculares. Dois planos são perpendiculares se possuirem vectores normais perpendiculares. Vectores normais a β e α são, respectivamente, (2, 0, 1) e (1, 2, −2) . Falta-nos verificar a condição de ortogonalidade, ie, verificar se o produto escalar dos vectores é nulo: (2, 0, 1) . (1, 2, −2) = 2 × 1 + 0 × 2 + 1 × (−2) = 2−2 = 0 Os planos são perpendiculares. 2 1.3. Sabendo que a altura do cone é 6, indique as coordenadas do ponto C e represente por uma condição a recta CV . − − → − − → Podemos partir da identidade C = V + V C . Como V C é colinear com (1, 2, −2), vector normal a α, − − → − → − e k(1, 2, −2)k = 3, facilmente concluimos que V C = ±2×(1, 2, −2),(observe que V C = 2×k(1, 2, −2)k = − − → 6). Como C tem cota inferior a C , pretendemos a solução de cota negativa, ou seja, V C = (2, 4, −4), e consequentemente, C = (1, 2, 6) + (2, 4, −4) = (3, 6, 2). Equação Vectorial: (x, y, z) = (1, 2, 6) + k (1, 2, -2) , k ∈ R Equação Cartesiana: x−1 = 2 y−2 2 z−6 −2 = 1.4. Calcule a amplitude do ângulo, em graus e arredondado às unidades, que a recta CV forma com o eixo Oy . Para calcular a amplitude do ângulo formado pelas duas rectas iremos precisar identificar respectivos vectores directores. Consideremos os vectores (1, 2, −2) e (0, 1, 0). Temos consequentemente: cos θ = q |1 × 0 + 2 × 1 + (−2) × 0| √ √ 9× 1 2 3 = = cos−1 2 3 |(1, 2, −2) . (0, 1, 0)| √ 12 + 22 + (−2)2 × 02 + 12 + 02 ≈ 48.19 A amplitude do ângulo formado pelas duas rectas, em graus e arredondado à unidades, é 48. 1.5. Escreva uma equação do plano V OC . − − → Precisamos determinar ~n normal a V OC , ou seja, perpendicular a OV = (1, 2, 6) e a (1, 2, −2). Uma solução imediata é (−2, 1, 0), (cancelando a terceira coordenada, permutando as duas primeiras, e alterando o sinal da primeira). No entanto poderiamos recorrer ao sistema: ⇔ ⇔ (l1 − l2 ) ⇔ ~ n. (1, 2, 6) = 0 ~ n. (1, 2, −2) = 0 x + 2y + 6z = 0 x + 2y − 2z = 0 8z = 0 − z = 0 x = −2y Considerando y = 1, obtemos (−2, 1, 0). Uma equação cartesiana do plano: −2 (x − 0) + 1 (y − 0) + 0 (z − 0) = 0 ⇔ −2x + y = 0 2. Na gura está representado, num referencial o.n. Oxy , uma circunferência de centro C e raio 5, tangente ao eixo Oy na origem e à recta t, em T . O ponto C pertence ao eixo Ox; a abcissa do ponto T é −8. 2.1. Mostre que a ordenada do ponto T é 4. 3 A equação da circunferência é (x + 5)2 + (y − 0)2 = 52 . Para x = −8, obtemos (−8 + 5)2 + y 2 = 52 (−3)2 + y 2 = 25 y 2 = 16 y = −4 ∨ x = 4 Pela observação da figura concluimos que a ordenada é positiva, ou seja, y = 4. 2.2. Prove que a equação reduzida da recta t é y = 43 x + 10. −→ Como t é perpendicular a [T C], raio da circuferência, começaremos por determinar T C . −→ T C = (−5, 0) − (−8, 4) = (3, −4). −→ Um vector normal a T C é, por exemplo, (4, 3) . O declive de t é m = 34 . Só nos falta escrever a equação da recta: (y − 4) = ⇔ y−4= ⇔ y= 2.3. Calcule o valor exacto da expressão cos 3π 2 3 (x + 8) 4 3 x+6 4 3 x + 10 4 − β × sin α. Como os ângulos α e β são complementares, a expressão pode ser simplificada para − sin β × cos β . O ângulo β é a inclinação da recta t, logo tan β = 34 . Da identidade tan2 β + 1 = 1 , cos2 β obtemos: 2 1 3 +1= 4 cos2 β 9 1 +1= 16 cos2 β 16 cos2 β = 25 4 cos β = ± 5 Como β é agudo, cos β = 4 5 e da relação tan β = O valor da expressão é − 35 × 4 5 sin β , cos β concluimos que sin β = 53 . = − 12 . 25 2.4. Determine a distância do ponto B à recta T C . − − → − − → −→ O ponto B tem coordenadas (−10, 0) e CB = (−5, 0). Vamos calcular a projecção de CB sobre CT : − − → −→ CB.CT −→ CT − − → → CB = P roj− CT (−5, 0) . (−3, 4) 5 15 + 0 5 3 = = = Temos assim que a distância d do ponto B à recta T C é o cateto omisso de um triângulo rectângulo de hipotenusa 5, e cujo o cateto conhecido mede 3. Consequentemente d = 4. −→ −→ 2.5. Determine as coordenadas de um ponto A da circunferência tal que OT .OA = 0. −→ −→ Como O,T , e A são pontos da circunfência, e OT .OA = 0, [OT A] será um triângulo rectângulo em O inscrito numa circunferência. Como qualquer triângulo inscrito numa semi-circunferência é rectângulo, −→ [T A] é um diâmetro da circunferência e consequentemente A = C + T C = (−5, 0) + (3, −4) = (−2, −4). −−→ −−→ 2 3. Considere o rectângulo [ABCD]. Mostre que DC.CB = −DC . 4 −−→ − − → DC.CB = −−→ −−→ −−→ DC. CD + DB = −−→ −−→ −−→ −−→ DC.CD + DC.DB −−→ −−→ −CD.CD + 0 −−→2 − DC = −DC = = FIM 5 2