UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI Francirosa da Silva Rodrigues A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO EM UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA Teresina 2013 Francirosa da Silva Rodrigues A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO EM UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, do Centro de Ciências de Educação da Universidade Federal do Piauí, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciada em Pedagogia, sob orientação da Profª. Drª. Ana Valéria Marques Fortes Lustosa. Teresina 2013 Francirosa da Silva Rodrigues A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO EM UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, do Centro de Ciências de Educação da Universidade Federal do Piauí, como requisito parcial para a obtenção do título de Licencianda em Pedagogia, sob orientação da Profª Ana Valéria Marques Fortes Lustosa. Aprovada em: ____/____/___ ______________________________________________________________ Prof.ª Dra Ana Valéria Marques Fortes Lustosa. ______________________________________________________________ Profxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx ______________________________________________________________ Profxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Teresina 2013 Dedico essa conquista a Deus e à minha família, em especial, a meu marido, Jaerson, a minha mãe, a Delzuite, e a meu pai, Francisco, por serem meu alicerce e por me fazerem acreditar em minha capacidade. AGRADECIMENTOS A Deus por ter me guiado pelos caminhos certos, pela força e coragem para enfrentar todos os desafios; A meus pais - Delzuite Rosa da Silva e Francisco Pereira Rodrigues - por serem minha inspiração e pelo apoio nos momentos mais necessários; A meu esposo - Jaerson - pela companhia em cada momento da elaboração deste trabalho; A minha irmã - pelo apoio e ajuda; A minha orientadora - Ana Valéria Marques Fortes Lustosa - pelos importantes esclarecimentos; Em fim, a todos que prestaram auxilio das mais diversas formas durante minha formação. “Respeitar primeiro, educar depois”. Jussara Hoffmann RESUMO O trabalho do professor do ensino médio com alunos que possuem necessidades educacionais especiais, visando a inclusão destes, não é um tema muito discutido atualmente por pesquisadores desse campo de estudo. Investigar esse assunto foi o objetivo desta pesquisa, pois consideramos que a formação do professor é fundamental para inclusão daqueles que possuem algum tipo de necessidade educacional. O referencial teórico adotado contemplou estudiosos como Mantoan (2003; 2005), Perrenoud (1993; 2002), Glat (1995; 2011), Barreiro (2006), dentre outros. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, foi realizada no período de outubro a novembro de 2012, na cidade de Campo Maior, no Estado do Piauí, e envolveu a participação de professoras do Ensino Médio que atuam no sistema público de educação. A coleta dos dados foi feita por meio de uma entrevista realizada na sede da escola. Os resultados da pesquisa apontam que os professores do ensino médio não se encontram aptos a trabalhar com esses alunos, o que torna ainda muito mais distante de termos uma educação inclusiva. Nos relatos desses professores eles apontam a falta de capacitação eficiente para poderem lidar com esses alunos que possuem alguma necessidade educacional especial. PALAVRAS- CHAVE: Inclusão. Formação de Professores. Ensino Médio. ABSTRACT SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INCLUSÃO...................................... 1.1. A Inclusão de Pessoas com Deficiência: Constituição no Âmbito da Escola Brasileira............................................................................................................... 1.2. Legislação internacional e nacional que ampara a inclusão............................ 1.3. Princípios da Inclusão (Escola de Qualidade para Todos)........................................... 2. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata da questão da formação dos professores do ensino médio que lidam com alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) em escolas do ensino regular, pois se considera que essa questão da inclusão é importante, uma vez que busca eliminar os obstáculos que existem para muitas pessoas com necessidades educacionais especiais dentro do ensino regular e incluí-las na forma como a lei obriga. Ainda que a legislação nacional (BRASIL, 1996; 2001) determine que a formação do professor para atuar na Educação Especial pode ser constituída de dois modos, professores capacitados e especializados, observa-se que, na prática, isso não está ocorrendo. A única licenciatura que contém conteúdos voltados para a educação especial é a Pedagogia, o que inviabiliza um trabalho adequado a nível ensino médio. Em muitos casos, esses docentes encontram dificuldades que os afetam emocionalmente, fazendo com que eles não tenham chances significativas de compreender as deficiências desses alunos. Em função disso, surge a necessidade de maior capacitação que possibilite atuação eficaz desses docentes. Considera-se que é de fundamental importância que esse professor seja capacitado em processo de formação adequado para poder identificar e saber lidar positivamente com alunos que possuem necessidades especiais, a fim de que estes não sofram segregação. O interesse em realizar este estudo surgiu da observação do fato de que são raras as pesquisas que tratam da formação dos professores do ensino médio com intuito de incluir, e não somente integrar, alunos que possuem algum tipo de necessidade educacional especial. Buscamos avaliar a formação do professor do ensino médio que trabalha com alunos com necessidades educacionais, além identificar as dificuldades que esses profissionais enfrentam para que se tenha um contexto inclusivo, observando se sua formação contribui para sua prática e como está ocorrendo a inclusão desses alunos no ensino médio. Este estudo tem por objetivo geral investigar a formação de professores do Ensino Médio que trabalham com alunos com necessidades educacionais especiais e, por objetivos específicos: 1) verificar a capacitação de professores do Ensino Médio em relação ao trabalho com alunos que possuem necessidades educacionais, observando se a formação daqueles contribui para o trabalho com estes alunos; 2) analisar como está ocorrendo a inclusão de alunos com NEE no ensino médio; 3) identificar as principais dificuldades que os profissionais da educação enfrentam em relação à inclusão desses alunos. No atual contexto social, é imprescindível que os professores estejam preparados e possuam uma capacitação específica voltada para a inclusão de todos no meio escolar. Também é necessário condicionar os pais e a comunidade escolar para lidar com os alunos que possuem NEE, para que aqueles possam participar efetivamente na inclusão deles. O docente serve como modelo, devendo, pois, compreender as diferenças e deficiências de seus alunos. Assim, os professores fazem parte do alicerce na construção do processo de humanização social para a inclusão desses alunos. Este trabalho foi organizado em três capítulos. O primeiro apresenta os principais aspectos a respeito da inclusão, seus princípios e principais leis, convenções que a ampara. No segundo capitulo dissertamos sobre formação inclusiva dos professores, formação inicial e continuada, bem como aspectos relativos ao ensino médio. O terceiro capitulo trata da metodologia adotada na pesquisa. Análise e discussão de dados serão o assunto do quarto capítulo. 1. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INCLUSÃO Este capítulo aborda a questão da inclusão de pessoas com deficiência, tanto na escola quanto nos mais diversos contextos da sociedade. Apresentaremos também a legislação elaborada no Brasil e aquela decorrente de organismos internacionais que amparam a inclusão e que constituem marcos na divulgação de novas ideias que contribuem para a gradativa consolidação da educação inclusiva e de qualidade para todos. Em seguida, discutiremos os princípios da inclusão que apontam para uma escola de qualidade para todos, pregando a sustentabilidade e a reestruturação da escola a fim de proporcionar as condições necessárias para receber todos os alunos, independentemente de suas necessidades. Abordaremos ainda o ponto de vista de alguns autores a respeito de instituições de ensino que fragilizam a aprendizagem e o desenvolvimento das potencialidades de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE). 1.1. A Inclusão de Pessoas com Deficiência: Constituição no Âmbito da Escola Brasileira A inclusão pode ser entendida como aceitação ou acolhimento das pessoas tanto pela escola quanto pela sociedade, sendo que estas devem se adequar àquelas pessoas, e não o contrário. Inclusão é um termo muito amplo que busca trabalhar com as diversidades individuais dentro da sociedade, ou seja, busca destacar o que cada pessoa pode contribuir com as demais para sair dos padrões que são estabelecidos pela sociedade. Segundo Mantoan (2003), a “inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral”. Concordamos com a autora, pois consideramos que é a partir da inclusão que todos podem vir a ter direitos iguais, assim como torna-se possível desenvolver nas crianças ditas normais, o respeito, a solidariedade em relação às pessoas que apresentam alguma diferença. Mantoan (1997, p. 120) afirma também que: A inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. Nesse sentido, consideramos que os professores têm que adquirir autonomia e atualizar sua prática a partir da busca permanente de maior qualificação. A escola tem enorme responsabilidade pela formação não só do professor, mas também dos alunos, uma vez que se constitui como a principal instituição formativa após a família. É fundamental, pois, que se prepare para a inclusão reestruturando suas bases. Já Sassaki (1997, p. 41) vê a inclusão como: [...] ‘um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade’. Percebemos que na visão de Sassaki (1997) a inclusão se apresenta de modo mais amplo, uma vez que abrange não somente a escola, mas a sociedade como um todo. Sua concepção é de que as pessoas com necessidades educacionais especiais podem se inserir nos contextos mais diversos da sociedade, como o mercado de trabalho, de modo a se tornarem autônomas e, assim, demonstrarem suas capacidades. Quando falamos em inclusão devemos atentar para as diferenças que são encontradas em sala de aula, onde os alunos com necessidades educacionais especiais são vistos como incapazes de desenvolver atividades normais. Na verdade, consideramos que a diversidade é que é o normal, não a homogeneidade. Logo, considerar como incapazes as pessoas com deficiência é desconsiderar essa premissa básica. Para Morinã (2004, apud DÍEZ, 2005, p.16): “A educação inclusiva se concebe como um processo inacabado que desafia a qualquer situação de exclusão, procurando mecanismos para eliminar as barreiras que obstaculizam uma educação para todos”. O autor considera a inclusão necessária, pois possibilita a participação de todos como cidadãos, considerando suas realidades, suas dificuldades e as limitações de cada um. Dessa forma, devem ser criados meios de romper esses obstáculos para vencer a exclusão dentro da sociedade, com vistas a buscar, cada vez mais, melhor convivência e aceitação de cada sujeito. Aprender, conhecer e respeitar esses limites individuais também é importante para termos uma verdadeira inclusão. Considerando o âmbito acadêmico, Mantoan (2005, p. 13) afirma que dentro das escolas comuns a aceitação dos alunos com deficiência ainda enfrenta grandes barreiras e que: ‘Os avanços da escola brasileira nessa direção têm acontecido muito lentamente, e o número crescente de alunos outrora excluídos das turmas do ensino comum (notadamente os alunos com deficiência) é uma provocação constante nesse sentido’. Assim, para que tenhamos inclusão nas escolas é preciso uma mudança de atitude dentro do sistema de ensino das escolas comuns em relação aos alunos com necessidades especiais, é necessário também começar a se pensar que o que existe de fato são os limites, e não diferenças. “Uma escola inclusiva é, assim, uma escola onde toda a criança é respeitada e encorajada a aprender até o limite das suas capacidades. Mas, como construí-la? [...]” (MARTINS, 2011, apud CORREIA, 2008, p. 7). É fato que ainda não temos uma escola perfeita para todos em função da elevada competitividade e do individualismo. Podemos apontar ainda o fato de a escola seguir o padrão de sociedade cujo interesse está voltado para a quantidade e não para qualidade no ensino. De fato, há atualmente um maior número de alunos incluídos, mas não são garantidas as condições mínimas para a permanência. A inclusão é um tema muito complexo que abrange a escola e a sociedade, mas o que vem a ser uma escola para todos? Sabemos que ela é possível, contudo árdua. Para tanto, é necessário que enfrentemos as dificuldades e barreiras que a sociedade impõe a essa proposta. Correia (2008, p.7) considera que: [...] ‘movimento inclusivo tende a prescrever a classe regular de uma escola regular como um local ideal para as aprendizagens do aluno com NEE. Será aí, na companhia de seus pares sem NEE, que ele encontrará o melhor ambiente de aprendizagem e de socialização, capaz de, se todas as variáveis se conjugarem, vir a maximizar o seu potencial’. O autor vai além quando afirma que essa inclusão deve começar nas classes regulares, pois é dentro delas que esses alunos com necessidades educacionais especiais irão construir suas habilidades e capacidades em um contínuo processo de socialização. Sabemos, contudo, que na atual sociedade existe discriminação quanto às diferenças individuais, fato que torna a inclusão mais difícil de ser alcançada. A respeito da inclusão, Glat (1995, p.17), afirma que: ‘A segregação social e a marginalização dos indivíduos com supostas deficiências têm raízes históricas profundas, e a sua integração escolar não pode ser vista apenas como um problema de políticas públicas, pois envolve, sobretudo, ‘o significado ou a representação que as pessoas (no caso, os professores) têm sobre o deficiente, e como esse significado determina o tipo de relação que se estabelece com ele’. Verificamos, com essa afirmação, que as dificuldades encontradas para que haja uma real inclusão não estão somente relacionadas à falta de políticas governamentais, urge primeiramente conscientizar os professores, os alunos e a sociedade como um todo de que pessoas com NEE não são diferentes. O professor antes mesmo de ser um mediador para os alunos é um ser humano que deve criar laços com estes, tanto com os que possuem algum tipo de necessidade como os que não possuem. Um dos primeiros passos para a inclusão dentro das classes regulares é a quebra dos paradigmas impostos, fazendo com que esses educadores busquem uma humanização social com o propósito de valorizar as diferenças. Beyer explica (2005, p.13) que: ‘[...] uma escola para todos nunca existiu. A escola inclusiva ou a escola com uma proposta de inclusão escolar tem se proposto (ao menos paradigmaticamente) atender todas as crianças, sem qualquer exceção. Neste sentido, não determina distinções de espécie alguma, no que tange ás características diversificadas de aprendizagem de seus alunos’. Até aqui, fica evidente que a construção de uma escola para todos nunca foi desenvolvida. Portanto, a inclusão deve ser estabelecida nas escolas sendo necessário que as mesmas saiam do essencialismo e modifiquem seus padrões a fim de melhorar seu modo de ensinar. É ainda importante que as escolas deem mais atenção a alunos com necessidades educacionais especiais, bem como àqueles que se encontrem em condições excludentes. A escola, em geral, deve conhecer e saber lidar com possíveis processos de exclusão, buscando interesse no desenvolvimento educativo desses alunos. O professor tem também o papel de reconhecer essas situações, que são observadas em escolas que segregam alunos com algum tipo de deficiência. Ele deve ainda trabalhar com vistas a revertê-las. O sistema educacional deve atuar com foco na valorização do próximo e no desenvolvimento de suas habilidades, dando especial atenção àqueles que apresentam dificuldades na aprendizagem, evitando assim a repetência e a evasão escolar. É importante ressaltar que para haver uma educação inclusiva não basta apenas conscientizar professores, alunos e sociedade. Para que ela possa existir são necessários também recursos, como por exemplo, computadores e canetas adaptados, banheiros modificados, rampas, dentre outros. Esses recursos proporcionam práticas mais amplas para alunos com NEE dentro das salas de aulas e também no acesso a elas. ‘No desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos, as ajudas técnicas e a tecnologia assistiva estão inseridas no contexto da educação brasileira, dirigidas à promoção da inclusão dos alunos nas escolas. Portanto, o espaço escolar deve ser estruturado como aquele que oferece também os serviços de tecnologia assistiva1 (BRASIL, 2006, p.19)’. A tecnologia assistiva busca superar as dificuldades que essas pessoas podem enfrentar, auxiliando-as a participar efetivamente no processo de aprendizagem nas escolas de ensino regular, objetivando também assistir cada aluno independentemente de suas dificuldades. Saad (2003) aponta que a escola, diante da determinação legal para receber alunos com necessidades educacionais especiais, não está preparada em termos de recursos humanos e infraestrutura. A situação dos professores do ensino médio torna-se ainda mais temerária, pois na maioria dos cursos de licenciatura, à exceção do curso de Pedagogia, não há na grade curricular uma disciplina obrigatória que trate da educação especial na sua formação inicial. Esse fato gera consequências negativas para o desenvolvimento educacional de alunos com NEE. Para reverter essa conjuntura faz-se necessário que os docentes adquiram conhecimentos suficientes, por meio de capacitação, a fim de proporcionar um ensino de qualidade para esses alunos. A questão da inclusão constitui-se em um assunto que vem a cada dia ganhando importância na sociedade. Diante dessa realidade foram surgindo uma série de leis, 1 Tecnologia Assistiva significa [...] qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática utilizando por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos. (UNESCO, 2007, p. 29) convenções, dentre outros documentos que tratam dessa questão. Esse será o tema do próximo tópico. 1.2. Legislação Internacional e Nacional que Ampara a Inclusão Podemos dizer que a luta das pessoas com necessidades especiais tomou um novo rumo a partir da Constituição Federal de 1988. Este inovador documento jurídico tem como principal fundamento a dignidade da pessoa humana e ressaltamos que esse princípio engloba todas as pessoas, inclusive aquelas que possuem algum tipo necessidade educacional especial. Notamos que o movimento pela inclusão teve início “a partir de 1990 quando 2 então foram publicados documentos e leis no sentido de construir uma escola numa perspectiva inclusiva, ou seja, uma escola aberta para receber todos sem qualquer tipo de distinção” (MARTINS, 2011, p.52). A Conferência Mundial sobre a Educação para Todos, realizada na cidade de Jomtien, na Tailândia, em 1990, defendeu a necessidade de aprendizagem para todas as pessoas como compromisso mundial na garantia de “instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos, habilidades, valores e atitudes)” (BRASIL, 1990, p. 2) tendo em vista uma sociedade mais justa. Sendo que os países que participaram tiveram que apresentar um Plano Decenal, de acordo com as metas e diretrizes do plano de Ação. No Brasil, esse Plano Decenal de Educação para Todos foi contemplado em 1993 e 2003. A atual lei que ampara a inclusão no Brasil é Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDBEN). Esse diploma prediz em seu artigo 59 que: Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender as suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa para os superdotados; 2 Grifo meu III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora. (BRASIL, 1996, p.). Nesse artigo podemos encontrar alguns dos avanços propostos pela lei, ou seja, os sistemas de ensino devem se adequar às necessidades de cada um dos alunos a fim de possibilitar um ensino efetivo dos conteúdos programáticos. Também podemos enfatizar a terminalidade, isto é, uma forma de concluir o período de ensino para os alunos que não tem condições de cursar em tempo regular seus estudos. A lei ainda assegura a necessidade de qualificação dos professores para que estes possam atuar adequadamente com alunos que possuem necessidades especiais. É importante que o docente se sinta preparado e não fique constrangido dentro da sala de aula ao se deparar com o aluno especial. Assegura também um efetivo espaço para o trabalho dessas pessoas com alguma necessidade especial, para efetivá-los no meio social, dando condições necessárias para atuarem junto aos meios competitivos. A LDBEN, portanto, propõe uma ideia inovadora para a educação, que se constitui em ações positivas a fim de consolidar a educação inclusiva e a garantia de direitos aos educandos com NEE. Nesse sentido, é a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação a dedicar um capítulo inteiro à educação especial. No contexto internacional, a Declaração de Salamanca representa um marco na luta pelos direito à educação das pessoas com deficiência em sistema de ensino regular. Essa declaração tratou, entre outros assuntos, sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educacionais especiais. As principais diretrizes proclamadas na Declaração de Salamanca foram, em resumo, que a educação é um direito fundamental de todas as crianças. Estas possuem características e necessidades de aprendizagem singulares, devido a isso, os sistemas de ensino devem implementar programas educacionais sempre considerando a diversidade dessas características e necessidades. Ainda, segundo a Declaração, aqueles que possuem NEE devem frequentar o ensino regular, tendo uma educação voltada para satisfação das suas necessidades. A citada Declaração preleciona que para o combate à discriminação é necessária a implementação de escolas inclusivas, por meio das quais há de se promover uma educação efetiva, bem como a eficácia de todo o sistema educacional. A Convenção da Guatemala (1999) foi outro documento que abordou a questão da inclusão. Nesse sentido, foi: ‘Promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. (BRASIL, 2007, p.11)’. Esta Convenção foi elaborada a fim de amparar as pessoas com deficiências, afirmando que as mesmas são titulares dos mesmos direitos e liberdades que as demais. Além disso, a citada convenção prega a eliminação de barreiras que impeçam os indivíduos com necessidades de conviverem com outros e define o acesso às escolas regulares. A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, é outro documento que ampara o atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais. Ela estabelece que todos os alunos com NEE devem estudar em todas as modalidades do ensino regular. Além disso, as escolas precisam dispor do apoio de professores especializados em educação especial para, quando necessário, auxiliar o desenvolvimento desses alunos na escola. O Plano Nacional de Educação foi elaborado com o intuito de que as escolas, o que inclui também o ensino médio, conseguissem incluir as pessoas com necessidades educacionais especiais, garantindo com isso educação de qualidade para todos. ‘O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que ‘o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana’. Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, aponta um déficit referente à oferta de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado. (BRASIL, 2007, p.?)’. No Brasil, existe a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que foi entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. O objetivo dessa política é garantir a inclusão escolar dos alunos com deficiência e necessidades educacionais especiais, fazendo com que todos tenham oportunidades nos diversos níveis educacionais. Outros pontos importantes dessa política são a participação da família e da comunidade no processo educacional e a acessibilidade no que diz respeito à estrutura arquitetônica, comunicação na própria escola, além de acessibilidade no transporte. A formação especializada dos professores também é abordada nessa política educacional. A esse respeito, Mantoan (2005, p.14) comenta: ‘A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva traçou seus objetivos tendo em vista reafirmar esse novo lugar da Educação Especial nos sistemas de ensino. Nesse sentido, ela é inclusiva e esclarecedora, destacando seu mote de contribuir para a transformação das relações com as diferenças, cultivadas na escola e fora dela, relações estas que são imprescindíveis para que o ensino comum reconheça a necessidade de refazer suas práticas e de reconstruir-se sob os princípios de valores da inclusão. ’ A Política Nacional de Educação surgiu a fim de confirmar a importância da educação inclusiva na atual sociedade. Um dos seus objetivos foi dar um novo rumo para as relações com os alunos, dentro e fora da escola. Glat (2011) assevera que: ‘Os professores que já estão exercendo o magistério devem ter os mesmos direitos assegurados, sendo-lhes oferecidas oportunidades para uma formação continuada, inclusive em nível de especialização, conforme prevê o Plano Nacional de Educação (Lei nº. 10.172/01) que, dentre os vinte e sete objetivos e metas para a educação das pessoas com necessidades educacionais especiais, dispõe sobre o oferecimento de educação continuada aos professores que estão em exercício. ’ Do exposto, observamos que deve ser oferecido aos professores que atuam com esses alunos uma formação continuada, com a finalidade de apoiá-los e orientá-los quanto a seus métodos, objetivando melhorar a qualidade no exercício do magistério. Ainda temos várias leis, declarações e convenções, tanto no Brasil quanto em outros lugares do mundo, que trataram sobre a temática da inclusão. Esses documentos foram muito importantes para a divulgação de uma nova ideia e contribuíram para sua gradativa consolidação. Após a discussão sobre esses tratados, leis e convenções que abordam a inclusão, é muito importante conhecermos um pouco mais a respeito desse assunto. Portanto, falaremos agora acerca dos princípios referentes à inclusão, com foco na consecução de uma escola de qualidade. 1.4. Princípios da Inclusão (Escola de Qualidade para Todos) Esses princípios referem-se a todas as questões sobre conceitos, valores, objetivos, temática, bem como condições para efetivação da inclusão, sendo que seu principal objetivo é uma transformação das escolas a fim de que o ensino transmitido seja de boa qualidade e se estenda a todos, independentemente das necessidades individuais de cada um. A implementação dos princípios da educação inclusiva, embora ainda difíceis de ser alcançada dentro das atuais escolas, é um desafio que deve ser almejado por todos, pois eles buscam reformular o ensino para que este se adeque ao modo como a lei o institui. Uma educação de qualidade é aquela que prima pela igualdade e respeito entre os alunos, independentemente de suas deficiências. A luta por uma escola que tenha condições de receber todos os alunos, sem distinção e preconceito quanto às necessidades especiais destes, vem sendo intensificada a fim de extinguir escolas segregadoras, isto é, aquelas que isolam os alunos que possuem necessidades educacionais. Pensamos que esse é um dos caminhos a serem seguidos para que tenhamos uma sociedade mais inclusiva e humanitária. Martins (2006, apud MARTINS, 2011, p.52), afirma o seguinte: ‘Mas não basta ser proporcionado o acesso à escola para todos. Urge, principalmente, a oferta de condições para que ocorra a permanência desses alunos no ambiente escolar, com qualidade, ou seja, conseguindo interagir bem com seus pares e avançando em sua aprendizagem, de maneira compatível com suas condições. ‘ Deve-se, pois, fomentar as condições necessárias para que os alunos com necessidades educacionais especiais sejam acolhidos e valorizados, objetivando sempre a progressão e evitando ao máximo a autoesclusão dos mesmos. É imperativo que esses alunos sejam estimulados a desenvolverem sua própria autonomia dentro do espaço escolar, o qual deve propiciar crescimento do aluno nos aspectos cognitivo, afetivo e cultural. Os princípios da inclusão propõem que os sistemas educacionais devem proporcionar oportunidades e educação de qualidade, para que cada um possa atingir suas metas na aprendizagem. Além disso, escolas devem estar abertas para a implantação de programas relacionados à questão da inclusão, buscando também a participação de todos, escola, família e sociedade, cada um desses entes dando sua contribuição a fim de construir um ambiente mais inclusivo. Frente ao que foi abordado, deve-se criar estratégias para a devida estruturação das escolas que possuem alunos com necessidades educacionais, bem como outros tipos de deficiência. Há também a necessidade de revisão dos currículos escolares, além da formação em sentido amplo dos professores do ensino médio, para que os métodos de ensino sejam repensados e reestabelecidos. As questões sobre essa formação dos professores do ensino médio serão esclarecidas em nosso próximo capítulo. 2. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Esse capítulo trata da formação do professor com foco para a educação inclusiva. Para efeito de organização, falaremos, primeiramente, sobre a formação em uma perspectiva geral, seu conceito, e a divisão em formação inicial e continuada. Em um segundo momento, trataremos da formação voltada especificamente para a educação especial. 2.1- Conceituação de Formação A formação objetiva aperfeiçoar conhecimentos e auxiliar os professores na implantação de novidades, proporcionando um ensino de melhor qualidade para os alunos. O professor deixa de ser um mero mediador e passa a ser um ponto de referência para o aluno, pois esse profissional é um dos principais responsáveis pela construção do conhecimento. O processo de formação de professores também consiste em uma ação conjunta para que haja melhorias nas suas práticas, bem como na escola como um todo, oferecendo conhecimentos importantes à diversidade cultural que há em uma sala de aula. Piaget destaca (1984, p.62) que: ‘[...] a preparação dos professores constitui questão primordial de todas as reformas pedagógicas em perspectiva, pois, enquanto não for à mesma resolvida de forma satisfatória, será totalmente inútil organizar belos programas ou construir belas teorias a respeito do que deveria ser realizado. ’ Há necessidade de recursos humanos qualificados e, essa qualificação é obtida por meio de uma formação adequada para os professores. Muitas vezes os próprios professores não têm responsabilidade em atualizar sua formação, isso também prejudica a qualidade da educação. A única maneira de proporcionar uma educação adequada para os alunos é oferecendo uma formação de qualidade para o professor, por isso, não adianta elaborar programas educativos sem que o alicerce, que é o professor, esteja devidamente preparado. É de grande importância à formação do docente, pois ela enriquece sua prática e acrescenta valores culturais que se farão essenciais no processo educativo. O docente passar a ter uma visão mais afetiva, ele adquire também maior nível de percepção do comportamento e das dificuldades de seus alunos. Conforme Perrenoud (1997, p.93) “A formação de professores só pode influenciar as suas práticas em determinadas condições e dentro de determinados limites”. O professor deve ter em mente que, no pensamento de Paulo Freire (1978) “A educação autêntica, repitamos não se faz de ‘A para B’, ou de ‘A sobre B’, mas de ‘A com B’, mediatizados pelo mundo”. Muitas vezes, o docente sente-se desmotivado, isso acaba implicando prejuízos na sua formação e na sua atuação como um professor reflexivo, ou seja, que participe dos grupos tantos da escola, quanto da sociedade e da comunidade, com um novo conhecimento. Nesse contexto, o professor se torna vulnerável, afastando-se da participação para uma educação democrática. Como estamos num meio muito complexo, que é a sociedade, esse profissional termina por criar uma visão homogenia, fazendo com que ele adote o pensamento da classe dominante, a qual se traduz em uma ideologia excludente. Assim, Imbernón (2002, p.18) afirma que: ‘Em uma sociedade democrática é fundamental formar o professor na mudança e para a mudança por meio do desenvolvimento de capacidades reflexivas em grupo, e abrir caminho para uma verdadeira autonomia profissional compartilhada, já que a profissão docente precisa partilhar o conhecimento com o contexto. ’ Para que possa haver mudanças educativas no magistério são necessárias novas concepções que transformem a educação e, ao mesmo tempo, a sociedade. Talvez, essa mudança nas condições do trabalho do professor não esteja apenas nele. O professor acaba por executar o que já está feito por um currículo criado por outros, tornando-o um mero transmissor. É preciso também que esse profissional tenha autonomia na sua prática, adequando-a ao contexto no qual está inserido, bem como às necessidades de cada um de seus alunos. A LDBEN trata de como deve ser a formação dos professores, trazendo mudanças em relação à legislações anteriores. A respeito disso, Granville (2007, apud SANTOS, 2007, p.25) diz que: ‘A LDB 9.394/96, no artigo 62, que representa, sem dúvida, um grande avanço em relação às leis 5.40/68 e 5.692/71, estabelece que a formação dos profissionais da educação básica deve acontecer em nível superior, em licenciatura plena.’ Como vimo, a Lei 9.394/96 trouxe inovações e superou leis passadas ao enfatizar que a formação deve começar nas graduações, em licenciaturas plenas. Conforme Barreiro (2006, p. 22, 23): ‘A formação [...] é o começo da busca de uma base para o exercício da atividade docente. [...] ocupa lugar ímpar para uma docência de qualidade, pautada numa perspectiva investigativa, tendo a pesquisa como princípio científico e educativo, como caminho metodológico para a formação docente. ’ A autora aponta que a formação é o inicio do pensamento do docente sobre o desenvolvimento de suas práticas, que essencialmente resultam dos conhecimentos teóricos que são articulados, visando sempre um ensino de melhor qualidade. Ainda segundo a autora, a formação do professor deve adotar a pesquisa como metodologia central. Nesse sentido “investigar a realidade pressupõe uma prática orientada também pela formação em pesquisa, pois ela ‘exerce um papel extraordinário na articulação entre o conhecimento adquirido ou construído e a prática docente’.” (BARREIRO, 2006, p.23 apud MACIEL, 2004, p.100). Essa afirmação reitera o importante papel da pesquisa na formação do professor. O processo de formação do professor envolve conhecimentos adquiridos na graduação em conjunto com vivências da prática. Melo (2002, p. 53) afirma que: ‘[...] o processo de formação se dá a partir da conjugação dessas duas instâncias: os saberes acadêmicos e os saberes da prática, sendo que um está contido no outro e ambos pressupõem especificidades que os caracterizam e os complementam. ’ De acordo com o autor, a ligação entre a teoria e prática é primordial no desenvolvimento da formação do professor, sendo que estas estão interligadas de modo intrínseco, não podendo ser estudadas separadamente. Discutirem nos próximos tópicos sobre a formação inicial, bem como sobre a necessidade de uma permanente formação continuada que busque respostas para as variadas situações vivenciadas pelos docentes. 2.2- Formação Inicial e Continuada (Capacitação) 2.2.1- Formação Inicial O professor exerce uma função muito complexa, que é a de proporcionar conhecimento aos sujeitos que estão iniciando sua vida em sociedade, além do mais esse profissional é responsável pela educação e pelos cuidados básicos que estes necessitam. Diante disso, o professor necessita de meios adequados para trabalhar no sentido de que a sua atuação reflita positivamente no meio social em que vive. De acordo com Ramos (2002, p.47): ‘O usualmente esperado de um curso de formação é que ele forme o acadêmico ou, no mínimo, contribua com a sua formação. Formação esta que vai além da finalidade de conferir uma habilitação legal ao exercício de uma profissão, uma vez que dentre as atribuições do educador não estão inclusos somente os conhecimentos e habilidades técnico-mecânicas. ’ Segundo a autora a formação inicial deve dar suporte ao docente a fim de que ele possa atuar no magistério. Ela também aponta que o papel dessa modalidade de formação é muito mais amplo do que apenas capacitar legalmente o professor para que este possa exercer sua profissão, visto que esse profissional possui atribuições muito abrangentes. Uma formação inicial de qualidade provoca nesse profissional uma série de melhorias, que refletem positivamente na sala de aula. Na ótica de González (2002, apud MARTINS, 2011, p. 53) temos que: ‘No tocante à formação inicial, é necessário que cada profissional em formação seja capaz de: analisar o contexto em que se desenvolve sua atividade e planejá-la, de forma coerente com as mudanças comumente efetivadas na sociedade; empreender um ensino para todos, na etapa da educação obrigatória, atendendo às diferenças individuais, de modo que sejam superadas as desigualdades, mas, ao mesmo tempo, que seja estimulada a diversidade presente nos sujeitos.’ A formação inicial deve condicionar o professor a avaliar o ambiente no qual irá atuar, sempre considerando que a sociedade é dinâmica, bem como a trabalhar no sentido de concretizar uma educação inclusiva, visando suplantar as desigualdades que por ventura possam existir. Relembramos ao leitor que a inclusão é o tema do nosso primeiro capítulo. Neste contexto, para Demo (2004 apud BARREIRO, 2006, p. 24); ‘ao discorrer sobre o futuro do professor na universidade, reafirma que a formação inicial é determinante para o rompimento das práticas da reprodução. Nesse processo, é fundamental o papel dos professoresformadores ao favorecer e oferecer caminhos que levam à reconstrução de conhecimentos. ’ Podemos afirmar que uma adequada formação inicial não vai por fim definitivamente aos problemas e dificuldades encontrados pelos professores na sua atuação em sala de aula, porém ela pode proporcionar melhores condições para este profissional os enfrente de forma satisfatória. O docente deixa de reproduzir conhecimento para reconstruí-los nas transformações de teorias já existentes. De acordo com Silvestre (2011, p.169), “No Brasil, somos herdeiros de uma formação inicial de professores pautada pelos pressupostos da racionalidade técnica, que percorreu toda a história da educação brasileira, ganhando mais força a partir da LDB n. 5.692/71”. Assim, no pensamento desse autor, o principal critério adotado no Brasil para a formação de professores é o da racionalidade técnica, que, como o próprio nome já diz, preza que o professor tenha atitudes racionais fundadas em uma técnica apurada. É importante mencionar que as teorias da educação, lecionadas durante a graduação, exercem um papel relevante na formação e, posteriormente, na prática do professor. Nesse sentido, Pimenta e Ghedin (2002, p. 24, apud BARREIRO, 2006, p.35) afirmam: ‘[...] que o saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação. A teoria tem importância fundamental na formação dos docentes, pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação contextualizada, oferecendo perspectivas de analise para que os professores compreendam os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si próprios como profissionais. ’ As teorias da educação conjugam-se com a prática, formando o perfil do professor. Essas teorias ampliam o pensamento dos mesmos, fazendo com que eles tenham contato com vários tipos de posicionamentos ideológicos. Desse modo, o professor tem maior capacidade de atuar frente ao contexto no qual ele está inserido. Deve-se, pois, haver uma formação teórica para o melhor exercício da função do magistério, essas teorias orientam e contribuem para o desenvolvimento da prática do professor. Questionamos-nos o que viria a ser a formação inicial, logo de principio, poderíamos dizer que é quando o professor através da formação encare sua realidade na sala de aula, por outro lado, e a busca para a diminuição dos obstáculos que estão presentes dentro dessa profissão, e garantir que o mesmo se sinta mais preparado com sigo mesmo e que retenha essas dificuldades. No ponto de vista de Santos (2008, p.12); ‘Conceitualmente a formação inicial é a fase preambular de um longo e de diferentes trajetos de desenvolvimento profissional, em que os estudantes futuros profissionais docentes devem ter acesso a um processo formativo que apresente conhecimentos e teorias que deverão ser consagrados na prática. Além disso, é nessa fase em que os futuros professores adquirirão um saber pedagógico que lhe possibilitará fazer um trabalho muito eficiente dentro das salas de aula. ’ Essa formação, além de ter suas estratégias de ações ativas do comportamento emocional do professor, que buscar reequilibrar a autonomia do mesmo, porém, deve haver a formação teórica para equilibrar o funcionamento dessa profissão, para orientar, contribuir, desenvolver e ajudar na prática do professor, para que possa interagir e trabalhar com pessoas. A formação inicial deve incentivar os profissionais da educação a construir sua própria identidade, bem como a não se acomodarem com seu nível de atuação. Assim, os professores devem buscar sempre novidades, a fim de permanecerem sempre atualizados e motivados para exercer sua atividade fim. Essas novidades com as quais o professor tem contato constituem a chamada formação continuada, que, como já foi dito, será o assunto do nosso próximo tópico. 2.2.2 - Formações Continuada A formação continuada funda-se no fato de que o professor é o responsável pela sua carreira, por isso, ele deve se adequar e procurar se atualizar quanto às novidades e mudanças que ocorrem ao longo do tempo no exercício da sua profissão. Falar sobre formação é discutir também sobre a valorização das metodologias práticas, bem como sobre a didática ao trabalhar os conteúdos. A graduação básica do professor não é suficiente para que ele possa atuar com os vários tipos de alunos que por ele pode ser encontrado, daí a necessidade de sempre buscar capacitações, preparandose para as diversas situações que estão sujeitas a ocorrer em sala de aula. Considerando essas posições colocadas acima, Santos (2008, p. 14) põem que: ‘[...] a formação de professores deve ser concedida como um continuum, ou seja, na condição de um processo de desenvolvimento ao longo e ao largo da vida, com uma variedade de formatos de aprendizagem que possam propiciar aos futuros docentes a oportunidade de refazerem, sempre que necessário, seus percursos de aprendizagem, em especial aqueles que, na opinião, não foram exitosos, no sentido de transformá-los em bons professores.’ A formação continuada é importante, pois visa complementar o trabalho do professor e aprimorar as eventuais carências da sua formação inicial. Para que aquela se concretize, o professor deve se autoavaliar com relação à sua prática e o modo como ela está sendo exercida e fundamentada. A formação contínua também proporciona inovações que facilitam a pratica do docente na sala de aula. Isso favorece a compreensão do docente que atua com alunos especiais, auxiliando-o a atuar frente a dificuldades que por ele podem ser encontradas no trabalho com esses alunos. Barreiro (2006, p. 27) nos mostrar que: ‘A formação de professores e sua prática não podem mais ser executoras de modelos, de decisões alheias, e sim capazes de analisar, decidir, confrontar práticas e teorias, e produzir novos conhecimentos referenciados ao contexto histórico, escolar e educacional. ’ O professor não deve acomodar-se com a formação oferecida na graduação, ele também não deve pensar que está totalmente preparado para atuar em sala de aula. O ideal é que o professor sempre busque novos conhecimentos alusivos ao contexto no qual ele atua. A formação continuada é, acima de tudo, fazer com que o professor progrida e acompanhe a contínua evolução do exercício da sua profissão. Faz-se necessário que o professor crie seus próprios hábitos e formas de atuação para que o mesmo possa sempre ter novos métodos de ensino na sua prática. Conforme Pietro (2006) os sistemas de educação devem ter compromisso com a formação continuada do docente, proporcionando desenvolvimento progressivo de seus conhecimentos. Segundo Nóvoa (1992, p. 27) “A mudança educacional depende dos professores e da sua formação. Depende também da transformação das práticas pedagógicas na sala de aula e da mudança das organizações escolares e do seu funcionamento”. Os professores são a parte mais atuante do sistema educacional, por isso a melhoria da educação depende muito desses profissionais. Os outros fatores que compõem o sistema educacional, como por exemplo, as práticas pedagógicas e o funcionamento das escolas, também devem ser melhorados. Imbernón (2002, p. 14) afirma que o magistério: ‘[...] exerce outras funções: motivação luta contra a exclusão social, participação, animação de grupos, relações com estruturas sociais, com a comunidade... E claro que tudo isso requer uma nova formação: inicial e permanente. ’ O professor está em constante contato com a sociedade, devendo exercer outas atividades, como por exemplo, buscar evitar a exclusão social. Por fim, o autor reafirma a necessidade de uma formação inicial e continuada, sendo que a primeira foi discutida no tópico anterior. Barreiro (2006, p. 22) argumenta que a juntura entre teoria e prática tende a ser um processo de qualidade que deve ser alcançada na formação inicial e continuada do docente. O próprio professor deve ser sujeito da sua construção como profissional, capaz de transpor os obstáculos que surgem no meio social, colocando como referencia a sua formação para uma educação inclusiva. 2.3- Formação para a Educação Inclusiva. Os professores, no geral, se fecham as novidades, sendo a inclusão um ponto que acaba sendo esquecida ao longo da caminhada desses professores que acabam pensando numa escola regular para alunos “perfeitos”. E é nas escolas de sistema publico que nos deparamos uma visão de rejeição dessas inovações e qualificações nas formações dos mesmos. (SILVESTRE, 2011, p. 165) ‘O professor, em seu processo de formação, inicial ou continuada, é constituído numa dada realidade social, fruto de um logo processo histórico, traduzido nas relações sociais nas quais ele está envolvido, processo que vai se transformando de acordo com as exigências e demandas econômicas, sociais e políticas. ’ Os próprios docentes acabam resistindo aos cursos de formações, o que acaba dificultando e abalando suas atuações. Essa reação do docente, e pelo fato que já se acomodaram a aprender de forma fragmentada e instrumentalmente. O docente deve ter uma visão universal em relação ao alunado que frequenta a escola, para atuar nessa perspectiva inclusiva, e tentar criar formas de melhorar seus empenhos na sala e começar a atuar com recursos educacionais que suplemente em alguns casos, para ensinar e ter laços que quebrem essas barreiras que a sociedade acaba que pregando seus interesses únicos e particulares e que chegar a reprimir os menos favorecidos. Nas palavras de Rinaldi (2007, p.93): ‘[...] a formação de professores nas licenciaturas segue, ainda, um modelo tradicional de formação. Além disso, dentre os cursos de licenciatura, poucos são aqueles que oferecem disciplinas ou conteúdos voltados para a educação de portadores de necessidades educacionais especiais. Essa situação, de carência na oferta de disciplinas e conteúdos, vem ocorrendo apesar da exigência do dispositivo legal pelo § 2º do artigo 24 do Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Há, ainda, a Portaria nº 1.793/94, que recomenda a inclusão da disciplina Aspectos Ético-politico-Educacionais da Normalização e Integração da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais, prioritariamente, em todos os cursos de licenciatura. ’ A formação para a educação inclusiva vai ajudar o professor a lutar pelas melhorias de um ensino para todos e na forma como atuar sem excluir. Além disso, quebrar esse paradigma que a escola tem que se privatiza dentro da sociedade, onde todos participam e se equilibram desse domínio. Políticas educacionais para a formação do docente para a educação especial se faz necessária dentro dos contextos e também que seja repensado dentro do curso não só de pedagogia, mas todas as licenciaturas ainda na universidade sobre essa formação e que deve esta integrada nas escolas regulares dos ditos “normais” e que os alunos com Necessidade educacionais especiais não sejam anulados, mas sim que os professore ative seus potenciais. Vivemos hoje numa sociedade excludente, onde cada pessoa vive de acordo a sua classe e na educação não é diferente, quem tem um maior poder aquisitivo e que lidera. Portanto, a educação que acaba reproduzindo esse paradigma da sociedade. Diante disso e que visamos formar professores para buscar princípios da inclusão que vise à igualdade de direitos dentro da sociedade. Essa educação, excludente deve ser modificada com relação a sua forma como esta sendo feita nas escolas regulares de ensino, e que a mesma se transforme e que sua concepção seja planejada e reformulada para que se criem estratégias e programas educacionais que busque a igualdade, respeito para todos, um modelo educacional verdadeiramente que permaneça e que de fato possa educar para a vida. Outra questão a ser questionada nessa pesquisa, é que esse modelo integrador seja extinto e venha a ser inclusiva, pois essa e o primeiro fator, para termos uma escola que seja para todos aonde os alunos venha a ser aceito como ele é, pela a escola e pela sociedade. A escola deve ser adequar, se reestruturar para atender a todos e trabalhar tanto as dificuldades como as potencialidades de cada sujeito. É muito polêmico quando falamos em inclusão, de incluir algo numa sociedade que de forma geral é excludente e não se pode ignorar essa questão. Segundo Correia (1997, p. 24); ‘Quando a criança com NEE é meramente colocada na classe regular sem os serviços de apoio de que necessita e/ou quando se espera que o professor do ensino regular responda a todas as necessidades dessa mesma criança sem o apoio de especialistas ou terapeutas, isto não é inclusão. Nem é educação especial ou educação regular apropriada é educação irresponsável. ’ São evidente que para incluir devem-se ter materiais, recursos humanos para que se tenha um atendimento apropriado e que promova o bem-estar desses alunos. Assim, o docente não está preparado para acolher esse aluno com necessidade especial/deficiência. A formação desse professor se deve logo de inicio com o Instituto Nacional de Educação de Surdos, INES-RJ e o Instituto Pestalozzi e só mais tarde, esta formação foi promovida no nível superior, por conta da necessidade de especialistas para essa área. Hoje a formação de professores para a educação especial, está mais ampla, pois prever acerca da inclusão de conhecimentos que atua com disposição para esse aluno com necessidade. Em decorrência disso, Rinaldi (2007) aponta as propostas que constam no Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2001) que visa a integrar os professores da educação especial com da educação regular para a efetiva educação inclusiva. E adita; ‘Art, 8º. As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes: I – professores das classes comuns e da educação especial capacitados e especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos; II – condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva, com protagonismo dos professores, articulando experiência e conhecimento com as necessidades/possibilidades surgidas na relação pedagógica, inclusive por meio de colaboração com instituição de ensino superior e de pesquisa. ’ 3. METODOLOGIA Neste capítulo serão abordas a metodologia adotada no estudo, a caracterização da pesquisa e dos sujeitos entrevistados, bem como os instrumentos e procedimentos empregados, o lócus da pesquisa e a forma como foram analisados as informações obtidas. 3.1. Pesquisa Esta pesquisa possui caráter qualitativo, segundo Oliveira (2007, p. 117): ‘As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos’. Depreende-se que esse tipo de pesquisa possui um amplo campo de aplicação, sendo muito útil para proporcionar ao pesquisador uma melhor interpretação e, por conseguinte, melhores conclusões a respeito do seu objeto de estudo. A escolha desse tipo de abordagem se deu em razão das características apontadas, pois consideramos que permitirá obter mais informação, mais entendimento sobre o objeto de estudo elencado. Richardson (2008) defende que a pesquisa qualitativa tem a capacidade de nos levar a compreensão detalhada da expressão apresentada por indivíduos investigados. Nesse sentido, o estudo se caracteriza como pesquisa qualitativa do tipo pesquisa de campo, tendo sido realizada por meio de entrevista. Para Lüdke e André (1986) a entrevista é um instrumento básico de pesquisa muito utilizado na área das ciências sociais, que cria um clima de interação entre pesquisador e participante. Lüdke e André (1986, p. 34) afirmam que: ‘A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. [...] a entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações que a tornam sobremaneira eficaz na obtenção das informações desejadas. ’ Segundo essa afirmação, o método da entrevista é bastante versátil, pois nos permite direcionar as perguntas a fim de obtermos as respostas de modo como o entrevistado realmente pensa. Com esse método também podemos fazer as devidas modificações objetivando as informações que realmente são importantes para a discussão dos objetivos da pesquisa. 3.2. Lócus da Pesquisa A entrevista foi feita em uma escola de Campo maior, situada no Bairro de Lourdes, atendendo a alunos do ensino fundamental e médio, nos turnos matutino, vespertino, e também noturno. A escola possui uma sala de coordenação, uma secretaria, uma sala de professores, uma sala de atendimento ao aluno, um pátio interno de médias proporções, três banheiros, sendo dois para alunos e um para professores e funcionários. A escola conta ainda com uma cantina e uma sala de informática. Optou-se por essas instituições em razão do fato de que ela atende a alunos que apresentam alguma necessidade educacional especial, e que frequentavam o mesmo ambiente de aprendizagem dos demais alunos, ou seja, é uma escola tida como não segregadoras. Além disso, outro critério foi o fato destes alunos estarem frequentando o Ensino Médio. 3.3. Participantes Participaram dessa pesquisa duas professoras da cidade de Campo Maior, são elas: Rubi3, que possui graduação em Licenciatura Plena em Geografia e encontra-se na faixa etária entre 41 a 50 anos, esta não possui nenhuma capacitação em educação especial, e também não possui nenhuma pós-graduação. A outra professora, nomeada de Diamante, possui graduação em Licenciatura plena em Biologia e apresenta-se a faixa etária entre 31 a 40 anos, a mesma possui capacitação fomentada pelo Governo na área da educação especial, porém não possui nenhuma pós-graduação. 3 Em razão da garantia de anonimato, os participantes dessa pesquisa foram nomeados como pedras preciosas. 3.4. Instrumentos A entrevista (apêndice A) foi elaborada com oito perguntas que foram feita diretamente aos docentes. As perguntas abordavam a questão da inclusão em si, a inclusão de sujeitos que possuem NEE e sua participação no processo de aprendizagem, a formação dos docentes, dentre outros assuntos. O questionário completo pode ser consultado no campo referente ao apêndice. As respostas dos professores foram manualmente anotadas em folha de papel para posterior análise. Realizou-se a entrevista no turno da noite, antes dos professores entrarem na sala de aula. A duração mínima de aplicação do instrumento de pesquisa foi de 30 minutos. Enfatizamos que a entrevista teve como critério de escolha dos participantes professores do ensino médio do sistema público de educação, que trabalham com alunos que possuem algum tipo de necessidade educacional especial, em escolas não segregadoras. 3.5. Procedimentos Inicialmente foi feita uma visita à escola, verificou-se então que havia professores que atuavam com alunos que possuem necessidades educacionais especiais frequentando o Ensino Médio. Após a confirmação desse fato foi solicitada, junto à diretoria, autorização para ser feita a entrevista com aqueles professores, esses concordaram rapidamente em participar dela. Na ocasião foi estabelecido o dia e hora para a aplicação do citado instrumento de estudo. 3.6. Análise das Informações 4. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS DADOS Este capítulo discorrerá sobre os resultados do estudo REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICA BRASIL. Ministério da Educação. 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