PROTEÍNAS Definição Proteínas são polímeros de aminoácidos Os aminoácidos estão unidos entre si por ligações peptídicas Proteínas naturais são polímeros de L-aminoácidos Nomenclatura Peptídio – poucos aminoácidos (2 a 30) (resíduos) Polipeptídio - de 30 a 50 aminoácidos Proteínas - > 50 aminoácidos Ligação peptídica É uma ligação carbono-nitrogênio que se forma pela reação entre o grupo carboxila (COO--) de um aminoácido e o grupo amino (NH3 +) do aminoácido seguinte. Nota: grupos carboxila e amino ligados ao Carbono alfa. Formação da ligação peptídica A reação acima JAMAIS ocorre espontaneamente num ser vivo. A ligação peptídica é feita no aparato de síntese proteica e ocorre nos ribossomos. Nesta reação os aminoácidos sempre estão ligados a um tRNA (ver nas aulas do módulo de Biologia Molecular) Características da ligação peptídica (ligação amida, covalente) AA1 O C AA2 N H Os 4 átomos ficam no mesmo plano CARBOXILA AMINA Cadeia polipeptídica a1 a2 a3 ax ay az Amino terminal 1. Sentido da Cadeia Polipeptídica: grupo amino-terminal livre do aminoácido 1 e grupo carboxi-terminal livre do aminoácido z. 2. Grupos R dos aminoácidos estão livres. Carboxi terminal Estrutura Primária (Estrutura linear) Estrutura Primária = sequência de aminoácidos da proteína. Esta estrutura é mantida pela ligação peptídica (covalente) entre os resíduos de aminoácidos. A estrutura é determinada pelo código genético no DNA. Ala – Val – Lys diferente de Lys – Val – Ala NOTA: A estrutura primária da proteína determina sua estrutura tridimensional. A estrutura tridimensional determina sua FUNÇÃO As proteínas podem ser classificadas quanto à sua forma em: •proteínas globulares: a cadeia polipeptídica “enrola-se” sobre si mesma criando uma estrutura compacta mais ou menos esférica •proteínas fibrosas: as cadeias se enrolam entre si criando uma estrutura tipo fibra. proteínas globulares proteínas fibrosas Representação da estrutura de algumas Proteínas Globulares Níveis de organização estrutural de uma proteína Toda a proteína possui uma: Estrutura primária Regiões de estrutura secundária Estrutura Terciária Algumas proteínas possuem estrutura quaternária Níveis de organização estrutural de uma proteína Nota: nem todas as proteínas Estrutura Secundária Mantida por ligações fracas (Pontes de hidrogênio) entre átomos da cadeia principal (C e N da ligação peptídica) Dois tipos principais: - alfa-hélice - folha beta pregueada Presente em segmentos da proteína Folha beta pregueada Alfa-hélice Estrutura Secundária Pontes de hidrogênio entre átomos da cadeia principal O C N H R O C C H O C N H N H R O C C H N H Pontes de H = 1 a 7 kcal/Mol Estrutura Secundária Proteína com elevado conteúdo de folhas beta pregueadas Regiões sem estrutura definida Estrutura terciária Conformação tridimensional final da proteína Dobramento final da cadeia polipeptídica por interações com regiões com estrutura definida ( alfa-hélice e folha beta pregueada) e regiões sem estrutura definida. Estrutura terciária mantida por: Interações fracas e fortes (pontes S-S) entre átomos da cadeia lateral (grupo R) Estrutura terciária Interações fracas (não covalentes) entre átomos da cadeia lateral (grupo R) de um aminoácido com átomos da cadeia lateral de outro aminoácido. Lembrar Grupos R Interações na estrutura terciária Pontes de H – entre AA polares com e sem carga Interações hidrofóbicas entre AA apolares Interações iônicas (eletrostáticas) entre AA polares Ponte dissulfeto (entre cisteínas) – Ligação covalente Ligações covalentes Pontes dissulfeto (S-S) formam-se entre os grupos SH de duas cisteínas O Cisteína O C +H C 3N CH2 C S H CH2 2 C C H N C O SH O C H 3N S +H H +H O O 3 Estrutura Quaternária Muitas proteínas são constituídas por mais de uma cadeia polipeptídica. A estrutura quaternária descreve a forma com que as diferentes subunidades se agrupam e se ajustam para formar a estrutura total da proteína. Forças que mantém a estrutura quaternária: Interações fracas e pontes S-S Subunidade A Subunidade B Estrutura quaternária da Proteína Exemplo: HEMOGLOBINA é composta por quatro subunidades 2 subunidades alfa e 2 subunidades beta Grupo Heme Ligação do Oxigênio ao grupo Heme da Hemoglobina RESUMO Níveis de organização estrutural das proteínas e tipo de ligações Estrutura primária Ligações covalentes (= ligação peptídica) entre os resíduos de aminoácidos da proteína Estrutura secundária Ligações fracas (Pontes de hidrogênio) entre átomos da cadeia principal, C=O e H-N Estrutura terciária Interações fracas (ligações iônicas, pontes de Hidrogênio, ligações de van der Waals, atrações hidrofóbicas) entre átomos da cadeia lateral (grupo R) e interações fortes (covalentes) entre os grupos SH de cisteínas (pontes dissulfeto) Estrutura quaternária Apenas em proteínas que contém mais de uma subunidade. Nota: Cada subunidade (ou monômero) é uma proteína. As subunidades interagem por ligações fracas (ligações iônicas, pontes de Hidrogênio, ligações de van der Waals, atrações hidrofóbicas) entre átomos da cadeia lateral (grupo R) de cada subunidade e interações fortes (covalentes) entre os grupos SH de cisteínas (pontes dissulfeto) das subunidades. Executar o software de estrutura de proteinas http://www.iq.usp.br/bayardo/softwares/proteina/menu/index.html Resumo dos níveis de organização estrutural de uma proteína Nota: nem todas as proteínas Exemplo: Proteína Actina do músculo Proteína globular 374 aminoácidos AA N-terminal – Ac. Aspártico (D) AA C- terminal – Fenilalanina (F) Estrutura Primária - sequência linear dos aminoácidos DDDIAALVVDNGSGMCKAGFAGDDAPRAVFPSIVGRPRHQGVMVGMGQKD SYVGDEAQSKRGILTLKYPIEHGIVTNWDDMEKIWHHTFYNELRVAPEEHP VLLTEAPLNPKANREKMTQIMFETFNTPAMYVAIQAVLSLYASGRTTGIVM DSGDGVTHTVPIYEGYALPHAILRLDLAGRDLTDYLMKILTERGYSFTTTA EREIVRDIKEKLCYVALDFEQEMATAASSSSLEKSYELPDGQVITIGNERF RCPEALFQPSFLGMESCGIHETTFNSIMKCDVDIRKDLYANTVLSGGTTMY PGIADRMQKEITALAPSTMKIKIIAPPERKYSVWIGGSILASLSTFQQMWI SKQEYDESGPSIVHRKCF Estrutura Tridimensional da Actina ATP ATP As moléculas de Actina se polimerizam em forma helicoidal formando um filamento chamado de Actina F Ao filamento de Actina associam-se outras proteínas: Tropomiosina e Troponina Mutações no gene da actina Patologias: nemaline myopathy, myotubular myopathy, central core myopathy, congenital fiber type disproportion, and multicore myopathy DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS Desnaturação é a perda da estrutura tridimensional (secundária, terciária e quaternária) das proteínas. Com a desnaturação as proteínas perdem sua função. Não há perda da estrutura primária DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS AGENTES Ocorre em presença de temperaturas elevadas, uréia, ácidos, álcalis, sais concentrados e álcool Esses agentes rompem as ligações fracas que mantém a estrutura tridimensional (secundária, terciária e quaternária). DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS (cont.) A estrutura primária da proteína não é rompida com estes agentes pois é mantida por ligações covalentes que são ligações fortes. A estrutura primária da proteína é rompida por situações drásticas (HCl 6N, 100o C) ou pela ação de proteases. PROTEÍNAS FIBROSAS Possuem forma alongada. A maioria das proteínas fibrosas têm um papel estrutural em células animais e nos tecidos. Tropomiosina – Presente na célula muscular Colágeno – Proteína mais abundante em vertebrados (matriz do osso; material dos tendões) Queratina – Cabelo, unhas e pele Elastina – Fibra elástica em ligamentos e vasos sanguíneos arteriais Fibroína – Feita pelo bicho da seda e aranhas ESTRUTURA DO COLÁGENO O colágeno é um material extracelular fabricado pelos fibroblastos. É uma proteína fibrosa que resulta relativamente insolúvel em água. O colágeno é formado por três cadeias polipeptídicas entrelaçadas, formando uma tripla hélice. ESTRUTURA DA QUERATINA http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/rec ursos/10263/alfa_queratina.swf Pontes dissulfeto na queratina Cabelo liso – poucas pontes S-S entre as cadeias laterais da cisteína de fibrilas adjacentes. Cabelo ondulado - muitas pontes S-S entre as cadeias laterais da cisteína de fibrilas adjacentes. Processos para alisamento e relaxamento São três os métodos mais utilizados para alisar os cabelos: • o alisamento tradicional, • o relaxamento • o recondicionamento térmico (ou chapinha japonesa). Produtos usados: • Hidróxido de Sódio • Tioglicolato de Amônia • Hidróxido de Guanidina Transformam as ligações S-S em ligações de lantionina. http://books.google.com.br/books?id=ZUWvP6FAp4YC&pg=PA355&lpg=PA355&dq=lanthionine+AND+hair&source=bl&ots=YayTw139C&sig=sa7uQxq6s6MWntDiMvjyIeJMdeQ&hl=en&sa=X&ei=KJ5OTBCzsKxAq2ezRo&redir_esc=y#v=onepage&q=lanthionine%20AND%20hair&f=false O que está errado no nome da marca KERASTASE, que produz produtos para embelezamento dos cabelos? Eletroforese Processo segundo o qual moléculas podem ser separadas de acordo com sua carga elétrica (e tamanho) ao se aplicar um campo elétrico. Cada molécula move-se em direção ao eletrodo de polaridade elétrica oposta. Para uma dada mistura, a velocidade com a qual a molécula se move (mobilidade eletroforética) é diretamente proporcional à magnitude da carga da molécula e inversamente proporcional ao seu tamanho. Eletroforese em papel Cuba Amostra (dois aminoácidos em tampão pH 7,0): ácido glutâmico (pKa = 4,07; qual carga em pH 7,0 ???) e lisina (pKa = 10,54; qual carga em pH 7,0 ???) Onde migrou o ácido aspártico ? Onde migrou a lisina ? Carga elétrica de uma proteina A carga elétrica total de uma proteina é dada pela somatória das cargas das cadeias laterais (grupos R) dos aminoácidos que a compõem. Estas cargas, por sua vez, dependem dos pKas dos grupos R e do pH do meio. Ponto isoelétrico de uma proteina (pI) Corresponde ao pH onde a carga total líquida da proteína é igual a ZERO. O pI é determinado experimentalmente por eletroforese. Proteínas Básicas possuem pI > 7 Proteínas Ácidas possuem pI < 7 Eletroforese das proteínas do soro O soro contém dois grupos de proteínas: a albumina e as globulinas. As globulinas se dividem em α1, α2, β e γ Pesquisar qual a função de cada classe de proteínas Concentração das proteínas no soro Proteína total 6,0-7,8 g/dL (60-78 g/L) Albumina 3,5-5,5 g/dL (35-55 g/L) Globulinas 2,3-3,5 g/dL (23-35 g/L) Na fração de γ-globulinas estão os anticorpos Separação das proteínas do soro por eletroforese em papel (pH 8,6) Albumina pI 4,8 Gama globulina pI 7,2 Ânodo (+) Após o término da corrida, cora-se o papel com corante apropriado Cátodo (+) Densitometria das bandas coradas (a altura da banda define a concentração da proteína) Indivíduo normal Paciente O que está alterado ??? Macroglobulinemia de Waldenstrom (>IgM)