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Conflitos na Família: Crescimento ou Perda?
Por Samanta Luchini
Administrar conflitos é uma tarefa que causa melindres e resistências. As pessoas evitam,
postergam e, muitas vezes, não fazem nada para resolver. Afinal, enfrentar um problema não
é muito agradável.
Quando os conflitos aparecem no ambiente familiar, a coisa parece se complicar ainda mais,
pois eles são rodeados de sentimentos, preocupações, valores e crenças. Muitas famílias se
desestruturam por não saberem lidar adequadamente com os conflitos que aparecem e acabam
enfrentando problemas sérios de relacionamento, que podem perdurar por anos e acarretar em
muitas perdas.
Os conflitos familiares podem ter as mais diversas origens. Podem surgir pela busca de
autonomia ou liberdade, como acontece com os adolescentes, por exemplo, que a todo
momento desafiam a autoridade dos pais para se sentirem mais fortes e independentes.
Por alguma mudança significativa, como a chegada de um novo irmãozinho, uma mudança de
cidade e até mesmo uma diminuição dos rendimentos da família, que normalmente requer
novas atitudes e hábitos por parte das pessoas.
Pela acomodação das pessoas, que não cumprem os seus devidos papéis dentro de casa e
acabam sobrecarregando os demais, seja através de tarefas específicas ou responsabilidades.
Um ponto que geralmente é causador de conflito é a divisão das tarefas domésticas. Nos dias
atuais, o homem e a mulher trabalham fora e precisam compartilhar os deveres e as
responsabilidades da casa, para que a convivência seja saudável e para que ambos atuem
juntos na construção e na manutenção da família.
Por surpresas indesejáveis, como uma gravidez não planejada, uma doença grave, desemprego
ou até mesmo a perda de um ente querido. Em situações como essas, as pessoas são
acometidas por dúvidas e sentimentos delicados, como a angústia e a ansiedade, que acabam
comprometendo a convivência e o diálogo, dificultando ainda mais a administração do
conflito.
O primeiro passo para lidar com um conflito familiar, é ter a consciência de que ele existe de
fato e que, geralmente, nós mesmos podemos estar contribuindo para o seu aparecimento ou
prolongamento.
Em seguida, é preciso entender a sua causa e verificar as possibilidades de eliminá-la.
Enquanto a causa não for atacada, o conflito não será resolvido.
Pense na seguinte situação: você não gosta muito de deixar seu filho na casa da sua sogra por
que não tem condições de controlar a alimentação dele e gostaria de impor algumas
condições. No entanto, com receio de criar um desentendimento, não fala nada para ela, mas
seu marido (ou sua esposa) acaba ficando descontente com essa situação e a discussão do
assunto entre vocês é sempre estressante. De nada adianta ficar brigando com a realidade e
arranjando discussões dentro de sua casa, já que a causa do conflito não é o fato de deixar seu
filho com a sua sogra, mas sim a dificuldade de comunicar as suas condições para a
alimentação dele. Se você abordar a questão de maneira educada e cooperativa, usando um
diálogo aberto e sincero, como por exemplo: "Dona Elisa, por favor, não dê chocolate para o
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Thiago esta semana, ele teve uma diarréia na semana passada e eu não quero que isso se
repita. Tudo bem?" as possibilidades de resolver efetivamente o assunto serão muito grandes.
Não existe uma fórmula mágica para lidar com os conflitos. Cada pessoa tem a sua maneira própria,
que revela parte da sua personalidade e a forma como ela conduz a sua vida sobre os mais diversos
aspectos. Isso quer dizer que não existem maneiras certas e erradas, existe sim a maneira que
atende as necessidades da família e permite que as pessoas se entendam e cresçam a partir dos
conflitos.
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