OS EQUÍVOCOS DE NOSSA CRIANÇA INTERIOR Tenho que ser o melhor Competir! Se você ainda esta naquela de querer evitar confrontos ou detestar todo tipo de divergência sinto informar que está equivocado em relação a sua natureza. O que define um predador de uma presa é a posição dos olhos. Todo predador além de caninos, tem os olhos na frente da cabeça, enquanto as presas que são herbívoros tem os olhos na lateral. E quem come carne tem que estar disposto a no mínimo enfrentar situações e manter seu território de caça. Não é mesmo? O que pode-se dizer é que, existem pessoas que preferem resolver as divergências de uma maneira mais adulta e evoluída, do que brigando ou faltando com a educação. E se você é uma delas pessoas esta coberto de razão, mas isto não invalidada sua condição básica de predador ou competidor. Confundimos um termo simples que é “agressividade”. Esta palavra grega tem por origem a tradução de: `` Ir em direção ao que se deseja´´. Muitos confundem agressividade que é ter garra, iniciativa e posição, com violência. Para ser agressivo basta buscar, defender e tomar a iniciativa de criar ou manter algo que queira. Só que alguns são agressivos, mas também violentos. Acabam violentando a moral, a conduta, a forma de ser, as escolhas e em grau mais intenso até mesmo a condição física. Estas pessoas que usam mais intensidade do que o necessário, em sua maneira de se expressar e fazer suas colocações não percebem sua expressão corporal ou o tom de voz usado ao lidar com divergências. O que supomos é que pessoas que valorizam muito o resultado tem a tendência de agir desta maneira exagerada no se posicionar, usando mais intensidade nós processos vividos do que se precisa. E isto se dá por internamente não se permitirem errar ou ficar para trás. Não sei se conhece alguém que seja seco, objetivo, orientado para sempre fazer bem feito, que cobre de forma um tanto ``dura´´ usando palavras intensas, que seja imediatista, que prefira trabalhar sozinho e que ao contar casos sempre ira ter pego um peixe maior que o seu ou no mínimo tem um amigo que pegou? Estas pessoas boas de coração que oscilam da simpatia a uma seriedade exagerada se cobram demasiadamente conseguirem ter resultados. Estão sempre se esforçando em alcançar serem valorizados e respeitados mostrando que obtiveram resultados. Focam na produção, na objetividade e na previsibilidade das coisas. Se esta demorando ou se não confia que fara bem feito acabam tomando a frente e resolvendo o que tem que ser feito sem muita cerimônia. Em sua característica de pouca conversa ao apontar erros o fazem de forma direta, sem muitos rodeios e normalmente usam palavras, vamos dizer ``duras``, instigando o orgulho do outro a reagir e corrigir o fato definitivamente. O que não percebem é que são eles que reagem bem a este tipo de instigar a corrigir o que se faz. Uma vez que tem seu erro apontado buscam no orgulho o combustível para superar o problema. Algo bem diferente de outras estilos de se relacionar e lidar com dificuldades. Um detalhe e que ao usar este ``jeitão´´ um tanto intenso estão na verdade falando do fato, da forma de se fazer e do resultado e nunca, mas nunca mesmo da índole da pessoa. Isto é tão verdadeiro que depois de darem o ``sermão´´ usando aquele ``jeitão´´, um tempo depois tem a tendência de agir como se nada tivesse acontecido ..., falam de forma ´´áspera´´ intensa e depois de algum tempo chegam relacionando ou chamam para tomar um café. Quem possui uma outra forma de lidar com problemas e tem critérios diferentes quanto ao que é manter uma boa relação e já conviveu com uma pessoa que tem este padrão relacional afirma que, parece coisa de louco. Em seu intimo depois de se sentirem ``atropelados´´ relatam pensar o seguinte: - Me magoa ao falar daquele jeito e depois age como se não tivesse ocorrido nada! É importante lembrar que realmente na cabeça deles não fizeram nada demais. Havia um erro é ele o resolveu de forma objetiva simples e pratica..., só não percebeu que utilizou uma cartucheira de dois canos para matar um pernilongo. Há em sua linha de raciocínio uma priorização do fazer focado no resultado, se esquecendo que ao relacionar com outra pessoa além delas terem um emocional, também possuem expectativas sobre como se deve comunicar os fatos. O que posso informar é que, depois ao ver o jeitão do outro, estas pessoas refletem sobre suas ações e percebem que exageraram, usaram mais intensidade que o fato necessitava, mas dificilmente iram pedir desculpas, simplesmente tentam retomar a relação com outras abordagens. Vou tentar explicar o que ocorre com elas de forma diferente. Imagine uma guerra. No campo de batalha você não pede por favor ou fica com receio de magoar o outro. Simplesmente age de forma objetiva, direta, definitiva e sem rodeios, se tem que chamar a tenção você berra por não poder haver erros ou duvida da intenção, usam para isto palavras pesadas e duras, já que o reflexo ali no campo de batalha é: Vitoria é igual a vida e derrota é igual a morte ou escravidão. Trabalham de forma onde o erro de um pode significar sua ``morte´´, por isto são duros em cobrar ..., mas depois da batalha sentam ao redor de uma fogueira como se nada tivesse ocorrido e contam casos e se confraternizam. Isto de forma metafórica descreve o estado emocional interno que estes seres bons de coração, mas firmes na forma de agir e focados no resultado sentem em seu interno ao lidar com suas atividades no dia a dia quando tem que lidar com ``erros´´ ou problemas. Focam no material, no resultado, na forma de agir e principalmente em sentir que estão no caminho do sucesso. E sucesso tem como base não errar e acertar. Fazem isto para se sentirem seguros de que serão respeitados, valorizados e terão a liberdade que desejam, mas se não tiverem o tal respeito ou valorização ainda podem fazer o que desejam por terem tido sucesso. Como agem de forma objetiva, buscando crescer sempre, acabam tendendo a criar vitimas em sua jornada, por só valorizarem e respeitarem pessoas de mesmo nível ou superiores a sua condição acabam preterindo relações onde considera que o outro seja inferior ou ``fraco´´. Vou fazer uma grande suposição em meu ``achometro´´. Imagino que estas pessoas em algum momento de vida tenha passado por situações onde o resultado era o foco. Assim acabaram supondo que ao ter resultado teriam o respeito e a valorização que almejavam sem necessitar trabalhar ou lidar com as trocas emocionais e ter que mudar seu jeito de ser. É mais ou mesmos assim: Quero fazer as coisas de meu jeito, se tenho resultado não necessito me envolver com as mazelas emocionais das relações e ninguém pode me impedir de ser como eu quero, independentemente da forma como conduzo o que fiz e faço. Cabe a cada um que possui este padrão intenso de ser rever em sua memoria se estas palavras tem algum fundamento ou não. Se por um lado estas pessoas tem resultados materiais, por outro acabam deixando de usufruir de muitas oportunidades relacionais. Uma coisa é certa, ao tender a ter reações maiores do que o fato necessita e usar espadas ou cartucheiras para matar simples pernilongos, faz mais bagunça que o próprio problema que era o pernilongo. Ou, em sua forma exagerada de contar casos pode vir a criar uma imagem sua distorcida em relação a outros objetivos. Mesmo que estas pessoas sejam auto-suficientes em relação a fazer coisas e consigam viver bem sozinhas, suponho que haja mais solidão interna do que boas relações emocionais. Ser taxativo, independente, mais calado que outras pessoas, esquecer da relação e do emocional ao se expressar, corrigir posturas, cobrar ser forte e eficaz o tempo todo tem suas sequelas, além de tender a levar a uma condição interna de comparações e inevitavelmente a critica. Como há uma suposta carência, tendem a buscar não os prazeres emocionais ou relacionais, mas os prazeres físicos e materiais, para compensar a falta de acolhimento relacional que podem vir a sentir. Se em sua jornada encontrou alguém com este padrão lembre dos seguintes pontos para se relacionar bem com ela: - Fale de forma objetiva. - Fale do que sabe e tem domínio. - Não espere muitos paparicos de sua parte. - Evite apontar erros e bater boca, isto tende a virar competição. - Desconsidere os termos taxativos e duros que usa, releve-os, mesmo que lhe incomodem. São termos muito mais focados em mostrar o grau de importância do fato ou da ação, do que falando de sua pessoa. - E principalmente, fale do que quer e sobre a forma como quer ser tratado. Ele ira ouvi-lo com toda atenção, ira refletir e em seu silencio tenderá a mudar sua forma de agir. Como foi falado antes, são pessoas boas de coração. Agora, se por outro lado você é uma destas pessoas lhe transmito a seguinte colocação: ``Refreia tua impulsividade, meu filho, nem penses unicamente em ti. Se queres ser líder domine primeiro tuas paixões. Se queres ser o primeiro pense nos últimos, se queres preservar tua liberdade, respeita o outro. Refreia teu egocentrismo, derruba a muralha que te separa das pessoas. Tu tens a habilidade de acumular tanta energia quanto queiras retirar do celeiro universal, mas por que te negas a partilhar de seu excessivo suprimento de energia com outros? Refreia tua cólera diante dos fracos e dependentes, pois a tua cólera os intimida e de longe acabam duelando contigo. Somente tu tens o segredo da energia. Por que te negas a ensinar isto a outros? E quando tu concede ensinar exige que sejam gênios e de pronto te atendam. Enquanto os outros irmãos seguem utilizando da servidão, de uma falsa gentileza ou da doação para se relacionar, tu segues implacável, seguindo o penhor de tuas estrelas, sempre cruelmente verdadeiro, exigindo que eles nasçam sabendo tudo, mas eles não sabem e tu deves ensinar. Nem todos passaram por tudo que tu passaste, nem todos tem a fortaleça de sua natureza. Não posso repreende-lo e dizer que só pensas em ti e que és egoísta. O teu egoísmo é diferente de outros egoísmos. Tu tens o poder, e com teu poder tu és egotista, pois avaliando o fraco que já se lambuzou em teu prato antes de cuspi-lo, agora fica a medir o quanto vai dar. Quem é que mereceria então uma doação de porte depois de averiguares as dificuldades da natureza humana? Liberta-te de tua prisão e critica interna em imaginar que não dão valor a quem tu és ou o que proporcionaste. Isto faz parte de um passado distante, que é bem diferente de tua realidade presente.´´ E com estas palavras que não são minhas, mas de algo maior, encerro lembrando que relações e equipes nunca foram construídas ou mantidas por se gostar, amar, pagar contas ou ter resultados, mas por se sentir aceito, respeitado e valorizado. Reflete sobre isto. Voltar a Página Anterior