Encontro com Professores Coordenadores dos Anos Finais
fevereiro de 2014
OBJETIVO:
Subsidiar os PCs do Ensino Fundamental - anos
finais, quanto a sondagem inicial para a
formação das turmas de recuperação da
Língua Portuguesa
Proposta da DE em relação aos 6ºs anos
• Que os PCs orientem os Professores de Língua
Portuguesa a realizarem uma avaliação diagnóstica
com os alunos de 6º ano.
COMO?
- 1º momento: propondo uma reescrita
Reescrita
Reescrita é uma situação didática que tem
como produto um texto de autoria com apoio.
Reescrita não é memorização – é conhecer a
história e reconstruir sua textualização.
Que tipo de texto pode ser reescrito?
• Lendas
• Mitos
• Fábulas
• Contos
Condições que favorecem a reescrita
• Escolher um gênero adequado (lendas, mitos, fábulas ou
contos);
• Repertoriar o conteúdo temático;
• Repertoriar com leituras (leitura feita pelo professor / leitura
compartilhada / leitura individual);
• Fazer com que os alunos recontem (oralmente), para
recuperar a sequência dos fatos;
• Planificar / planejar a história antes de iniciar a reescrita;
• Possibilitar com que o aluno faça o deslocamento entre os
papéis enunciativos;
• Revisão final.
Alfabético e Alfabetizado
depende da concepção de alfabetização:
• estar alfabético significa apenas que o aluno já
compreendeu como funciona o sistema de escrita , ás vezes
nem mesmo convencionalmente, como por exemplo se
escrever KAZA, está alfabético, mas ainda não se apropriou
da ortografia.
• estar alfabetizado significa que o aluno escreve e
compreende textos diversos, além de possuir o
conhecimento de suportes ou portadores diferentes e suas
funções.
Portanto, alfabetização é um processo que se dá ao longo da vida
escolar - entendo que procedimentos de escrita e de leitura são
conteúdos a serem trabalhados ao longo do ensino fundamental objetivando que os alunos vão progressivamente compreendendo
cada mais todo o complexo sistema de escrita da nossa língua
Em 1º lugar ao observar a produção de texto do aluno tenho
que detectar o problema:
- se é na “produção textual”- se sabem produzir
ou
- se é no “sistema de escrita” - se sabem escrever
→ Produção textual: quando o aluno tem problemas de
textualização, ou seja, na organização do texto de acordo
com o gênero, na coerência, coesão, paragrafação e
pontuação.
→ Sistema de escrita: quando o aluno tem problema na
ortografia e de segmentação.
• Focar essas dificuldades em momentos diferentes.
O QUE É SONDAGEM / ENTREVISTA?
• Sondagem não é uma situação de ensino e sim uma
situação de entrevista;
• A sondagem é um instrumento imprescindível para
orientar o trabalho da/do professora/professor em
sala de aula.
O objetivo da sondagem é saber ‘o que meu aluno já
sabe’ sobre a escrita e a leitura. Durante a sondagem
dou oportunidade dele pensar (refletir sobre o
sistema) e devo prestar atenção no que ele está
fazendo ao colocar em jogo seus saberes.
As hipóteses de escrita
• As crianças não chegam à escola sem saber nada
sobre o sistema de escrita;
• Antes de aprenderem a ler e a escrever
convencionalmente elas formulam hipóteses sobre o
sistema de representação;
• As crianças passam por estágios evolutivos de
compreensão sobre o sistema de escrita alfabético
que denominamos hipóteses de escrita.
Como fazer?
Fazer a sondagem de um aluno por vez:
- ditar as palavras previamente estabelecidas começando pela
polissílaba, depois para a trissílaba, em seguida uma dissílaba e por
último uma palavra monossílaba. As palavras escolhidas não devem,
nesta situação, ter vogais repetidas seguidamente;
- as palavras precisam ser de um mesmo campo semântico, isto
proporciona ao aluno a idéia de texto;
- ao ditar/falar cada palavra não se pode separar as sílabas, ou seja,
a palavra tem que ser dita ‘normalmente’, pronunciada por inteira;
- pedir para que ele leia o que escreveu – só com a leitura é que ele
justificará o que escreveu - e é na leitura que faço boas questões
para que ele reflita sobre o sistema proporcionando ao aluno a
reflexão, não induzindo.
IMPORTANTE: existe uma diferença entre quando perguntar algo
para ajudá-lo (levando-o à reflexão causando conflito) e o fato de
fazer induções que façam com que ele não precise pensar.
Para sabermos o que os alunos sabem sobre a escrita é
necessário que realizemos a Sondagem / entrevista
Hipótese Pré – silábica:
 Esta hipótese pode ser chamada de fase inicial do processo de
aquisição da escrita. A criança se utiliza de letras quaisquer para
escrever. Quando esta criança possui poucos saberes sobre o sistema
de escrita ela se utiliza de números e desenhos junto com um monte de
letras aleatoriamente dispostas. Já quando ela sabe as letras do seu
nome se utiliza delas sem nenhuma correspondência sonora com o que
foi ditado, ex:
A1BEG0H4ST - PARA MORTADELA
___________________→
APNNBCKT - PARA MORTADELA
_______________→
(a criança se chama ANA)
hipótese: Silábica sem valor sonoro
 Esta hipótese da escrita se constitui numa compreensão melhor da
criança em relação a escrita, ou seja, ela já utiliza apenas letras
para escrever uma palavra – não mistura outros símbolos como
números e desenhos – começa a compreender que a palavra é
composta por sílabas, que para a criança são ‘pedacinhos’. Nessa
fase a criança, geralmente, não admite que haja repetições de letras
dentro de uma mesma palavra e também não admite que uma
palavra seja constituída de duas ou três letras; sabe que para
escrever acontece uma organização de letras. Entretanto, ainda não
atribui valor sonoro ao que escreve, ou seja, as letras não
correspondem – nem ao som e nem a forma – com a palavra que foi
ditada.
LOTD PAI E
MOR
TA
DE
LA
*sempre que se faz uma sondagem – um ditado para ver o que a criança já sabe sobre a escrita é necessário que se faça a
leitura, deve-se pedir para a criança ler o que escreveu logo que termina de escrever. Nesse caso a criança leu um
pedacinho para cada sílaba.
Hipótese: Silábica com valor
 Esta é a hipótese em que a criança começa a atribuir valor
sonoro ao que escreve, ou seja, começa a fazer
correspondência entre o falado e o escrito. Entretanto, ainda
não entende que para se escrever uma sílaba precisa de
uma, duas e até três letras. Geralmente coloca uma letra
(vogal e/ou consoante) para cada sílaba da palavra ou então,
coloca duas letras sendo que só uma corresponde – tem
alguma ligação – a palavra ditada.
 A hipótese silábica com valor é a fase que a criança mais
demora para sair, ou seja, ela pensa que já sabe escrever,
pois, já é possível ler as palavras que ela escreve, desta
forma, acontece uma acomodação.
O A E A
MOR TA
DE LA
M T E A
MOR TA DE
LA
Hipótese: Silábica alfabética
• Nesta hipótese é possível ler praticamente tudo que
a criança escreve, porém, ela ainda não escreve
convencionalmente.
Segundo FERREIRO, 2011, “O período silábicoalfabético marca a transição entre os esquemas
prévios em via de serem abandonados e os
esquemas futuros em via de serem construídos.”
MO DA TE LA
MO TA DE LA
Hipótese: Alfabética
• Quando a criança atinge esta fase
podemos afirmar que esta se encontra
capaz de escrever convencionalmente.
Embora possa apresentar erros
ortográficos tanto na escrita de palavras
como na produção de texto.
Escritas desestabilizadas
• Nessas escrita as letras da palavra estão todas escritas,
porém, estas se encontram em desordem – “desordem com
pertinência”.
• Quando a criança está na hipótese silábica com valor, as
sílabas para ela estão bem determinadas, porém, quando
ela se torna silábica alfabética essa separação, fronteira,
desaparece, criando dificuldades para escrever.
• A linguagem oral é transformada em linguagem escrita e
para isso a criança tem que analisar as partes. Oralmente
isto é tranquilo, entretanto, ao registrar ela precisa refletir
para colocar no papel a ordem das centrações cognitivas.
• A estabilidade escrita (ortografia das palavras) e a
segmentação são convenções sociais construídas.
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