SESSÃO DE ANATOMIA CLÍNICA CARDIOPATIA CÔNGENITA? HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE? INFECÇÃO POR ESTREPTOCOCO B? Apresentação: Roberta Rassi Almeida-R3-UTI Neonatal do HRAS Coordenação: Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira Paulo R. Margotto Raquel Almeida (Patologista) Brasília, 30 de agosto de 2011 CASO CLÍNICO RN do dia 18/05/11 às 22:15 horas,no HRAS, de parto normal,bolsa rota no ato,com 1 circular apertada de cordão e período expulsivo prolongado (cerca de 20 minutos). RN chorou fraco ao nascer,evoluiu com cianose,bradicardia e hipotonia. RNT/AIG/masculino, Apgar 3 e 7 ,peso 3005 gramas,Capurro 38 semanas, estatura de 52 cm e perímetro cefálico de 35 cm CASO CLÍNICO Foi aspirado vias aéreas com pouca secreção (clara) e ventilado com CFR e máscara (P 20X4) com melhora lenta e gradual da FC,cor e hipotonia. Com cerca de 2 minutos de vida RN chorou Evoluiu com desconforto respiratório leve, gemência,batimento de asa nasal leve e hipotonia RN com bossa serosanguínea,sem outras anormalidades no exame físico RN apresentou diurese na sala de parto CASO CLÍNICO #CONDUTA: Berço aquecido O2 Reavaliar em 1 hora Colhido TORCHS e tipagem sanguínea CASO CLÍNICO #ANTECEDENTES MATERNOS: Mãe 23 anos, G1P0A0, proveniente do Recanto das Emas,realizou 9 consultas de pré-natal,deu entrada no HRAS dia 18/05/11 às 9:50 horas DUM 22/08/11 DPP 29/05/11 Idade gestacional:38 semanas US (08/04/11) com polidrâmnio CASO CLÍNICO #ANTECEDENTES MATERNOS: VDRL não reagente (25/11/10) HIV não reagente (25/11/10) Toxoplasmose IgM (- ) IgG (+) (25/11/10) Hepatite estava imunizada Tratou ITU em março de 2011 CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 22:50 h (C.O.) RN mantém gemência alta,palidez cutânea (+/4+),acianótico em O2 inalatório.Desconforto respiratório moderado com tiragem subcostal e batimento asa nasal leve para moderado,FR:78. #CONDUTA: CPAP nasal + SOG aberta HV com TIG 5 e TH 80/ml/kg RX de tórax Solicitado vaga de UTI Comunicado a mãe CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 23:40 h (C.O.) RN com 1 hora e 30 minutos de vida,berço aquecido,no C.O. e em CPAP nasal com FIO2 de 60%,sem acesso venoso Ao exame,com melhora da taquidispnéia e gemência( agora de leve a moderada) hidratado,palidez cutânea(+/4+), hipoativo,perfusão regular e boa. #CONDUTA: ↓FIO2 RX de tórax RX DE TÓRAX CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 2:00 h RN evolui mantendo taquidispnéia leve,melhora significativa da gemência,FR:68 TSC leve,em CPAP 34% fluxo 6 PEEP 5 RX de tórax normal,ligeiramente hiperinsuflado #CONDUTA ↓PEEP 4-3 CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 4:15h RN em CPAP nasal 40%,PEEP 3,HV em curso,pronga com escape(nº2),apresentando gemência ao manuseio,hipocorado,Sat 8690%.CPAP nasal não borbulha adequadamente e contínuo #CONDUTA: ↑a PEEP 4 Trocar a pronga nº 3 ou 4 Tentar vaga UTI CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 4:50h RN evoluindo dessaturação,recuperou após aumento para 80%,padrão respiratório irregular,fez pausa respiratória rápida e revertida com estímulo tátil,gemência persistente,palidez cutânea (1+/4+) e de mucosas,má perfusão periférica #CONDUTA: Expansão com soro fisiológico(20ml/kg) Intubação Fentanil CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 5:40h Entubado com cânula 3,5 e fixado em 8 no lábio superior,não foi feito sedação e não esboçou nenhuma reação após ou durante o procedimento.Saturação 98% após VM FIO2 100% P20x5 FR: 60 , pois assincrônico Corre fase rápida, PA 61x32x26 mmHg,repetir fase rápida Solicito RX de tórax RX DE TÓRAX CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 6:00 h Após RX apresenta queda importante de saturação,RX mostra TOT praticamente fora.Estava fixado 8,5 lábio superior e hiperexpansão pulmonar e condensação em base direita. Ao trocar a TOT, houve secreção amarelada na ponta do tubo,bebê manteve padrão respiratório assincrônico,pele pálida,boca seca. #CONDUTA Nova fase rápida RX de tórax CASO CLÍNICO #GASOMETRIA: pH: 7,09 pO2:45 pCO2:36,4 HCO3: ? BE: - 17,2 Sat:81,5% CASO CLÍNICO EVOLUÇÃO: 7:00 h RN mantem-se gravíssimo,em uso de dobutamina e bicarbonato de sódio,cateterizado veia umbilical agora.RN pálido,mal perfundido,com cianose central(2+/4+),pele mosqueada,apresentando gaspings.Ventilando bem,MV rude,auculta cardíaca sem sopros,FC±130,abdome globoso,fígado 2 cm RCD, saturação 60% CASO CLÍNICO #GASOMETRIA (durante o cateterismo): pH:6,94 pO2:24,1 pCO2:37,1 HCO3: ? BE: - 21,9 Sat: 55,3% CASO CLÍNICO #CONDUTA: Push de bicarbonato 2ml/kg (feito 1ml/kg 2x) Prostin (cardiopatia complexa provável) Conversado com avó sobre a gravidade do quadro Coletado gasometria,hemograma,PCR e hemocultura Feito ampicilina CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 8:30 h Mesmo após bicarbonato,RN mantem-se gravissímo,com piora da perfusão e dessaturação.Sob VM com P 32x7, t insp 0,4 seg, FIO2 100% e FR:60. Repetido fase rápida,já iniciado o prostin CASO CLÍNICO #EVOLUÇÃO: 9:20 h RN em parada cardíaca,ventilando bem,iniciado massagem cardíaca externa,feito adrenalina 3 doses EV e nova fase rápida sem sucesso. Constatado óbito às 9:40 , avisado a mãe,aos avós maternos que compareceram ao berçário Solicitado necrópsia CASO CLÍNICO #EXAMES: HEMOGRAMA: Hb:9,37 Leucócitos:4650 (N3/B0/L79/Mo1/Eos1/LA16) NT:139 • NI:0 • I/T:O Plaquetas:116.000 Observados 43 eritroblastos em 100 células HEMOCULTURA(25/05/11): negativa CASO CLÍNICO #PLACENTA: Macroscopia:placenta medindo 21x20x2 cm peso:780 gramas Diagnóstico:placenta de termo com sinais de hipóxia intervilosa subaguda e crônica LISTA DE PROBLEMAS #PRÉ-NATAL: Polidrâmnio ITU em março tratada #INTRA-PARTO: Período expulsivo prolongado Circular de cordão LISTA DE PROBLEMAS #PÓS-NATAL: Asfixia leve Desconforto respiratório Palidez cutânea Desidratação Choque Secreção amarelada em TOT RX de tórax com infiltrado em base D e pericardíaco LISTA DE PROBLEMAS #PÓS-NATAL: Cardiomegalia/coração em bota?! Acidose metabólica Cianose central Má perfusão periférica Anemia,leucopenia,neutropenia Placenta com sinais de hipóxia subaguda e crônica DISCUSSÃO CARDIOPATIAS CÔNGENITAS HIPERTENSÃO PULMONAR INFECÇÃO POR ESTREPTOCOCO B CARDIOPATIAS CÔNGENITAS As cardiopatias congênitas ocorrem em 9:1000 nascidos vivos 25% são cardiopatias graves,que necessitam de intervenção no 1º ano de vida Alto risco pelas elevadas mortalidade e morbidade Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde CANAL ARTERIAL O fechamento funcional do canal arterial no recém- nascido a termo ocorre com 12 a 15 horas de vida, e o permanente, com 5 a 7 dias, alcançando, em alguns casos, até o 21º dia Sinais clínicos de cardiopatia grave dependente de canal coincidem com o seu fechamento -> 12 a 25 h Cianose no RN Dx diferencial Doenças pulmonares •Desconforto respiratório precoce •Acidose respiratória •RX de tórax: alterações pulmonares significativas X Cardiopatia Congênita •Desconforto respiratório tardio (24-48 h vida) •Sem acidose respiratória •RX de tórax: sem alterações pulmonares significativas CARDIOPATIAS CÔNGENITAS #MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: CIANOSE cardiopatia congênita dependente de canal para fluxo pulmonar BAIXO DÉBITO SISTÊMICO cardiopatia congênita dependente de canal para fluxo sistêmico SOPRO CARDÍACO TAQUIPNÉIA cardiopatias congênitas que cursam com ICC e de manifestação mais tardia quando há queda da pressão arteriolar pulmonar CARDIOPATIAS CÔNGENITAS #CIANOSE: Causas: doenças pulmonares,cardiopatias e hipertensão pulmonar As cardiopatias que cursam com cianose geralmente são aquelas em que o fluxo pulmonar é dependente do canal arterial A saturação normal de um RN após 24 horas de vida é ≥ 95% O reconhecimento clínico da cianose é fácil quando está abaixo de 80% Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde CARDIOPATIAS CÔNGENITAS #BAIXO DÉBITO SISTÊMICO: Geralmente são lesões obstrutivas do lado esquerdo,em que o fluxo é dependente do canal arterial RN nascem bem,ficam estáveis durante as primeiras horas , e começam com sintomas a partir de 24 horas de vida Taquipnéia,cansaço as mamadas,palidez cutânea,sudorese acentuada,taquicardia,hipotensão arterial Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde CARDIOPATIAS CÔNGENITAS #SOPRO: A maioria das cardiopatias congênitas graves não apresenta sopros cardíacos significativos A presença de sopro cardíaco significativo (mais de 2 cruzes) e que se mantém ou agrava nos primeiros dias de vida,deve alertar o médico para possível cardiopatia Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde CARDIOPATIAS CÔNGENITAS #TAQUIPNÉIA: FR acima de 60 rpm Cardiopatia x doenças pulmonares Pode surgir mais tardiamente,após a 2º semana de vida,à medida que a resistência vascular pulmonar e a taxa de hemoglobina diminuem Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde CARDIOPATIAS CÔNGENITAS #DIAGNÓSTICO : TESTE DE HIPERÓXIA Auxilia no diagnóstico diferencial entre cardiopatia x pneumonia x hipertensão pulmonar Oferecer O2 100% para o RN e obter P02 por gasometria arterial da região pré-ductal e pós-ductal Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde Teste de hiperoxia Oferecer FiO2 100% por 10 min. PaO2 < 100mmHg 100<PaO2<250mmHg PaO2>250mmHg Provável CC com fx pulmonar dependente de canal arterial, ou HPPRN Provável CC com shunt misto, ou HPPRN Descarta CC cianótica CARDIOPATIA CONGÊNITA #DIAGNÓSTICO: RX de TÓRAX ECOCARDIOGRAMA (padrão ouro) Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR Síndrome associada a várias doenças cardiopulmonares,caracterizada por hipertensão vascular pulmonar e alteração da vasorreatividade que leva ao shunt direito-esquerdo do fluxo sanguíneo através do canal e/ou do forame oval. Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #EPIDEMIOLOGIA 1-2:1000 nascidos vivos 1-4% dos RN internados em UTI Acomete principalmente RNT ou pós-termo Letalidade de 40% Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #PATOGENIA: Ainda é desconhecida Pesquisa em modelos experimentais demonstram que estímulos antenatais como hipóxia crônica e aumento do fluxo sanguíneo pulmonar alteram o desenvolvimento dos vasos pulmonares,levando a disfunção das células endoteliais e musculares lisas Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR Ocorre um desequilíbrio na produção de mediadores endoteliais vasoconstritores e vasodilatadores,resultando em alterações funcionais e estruturais dos vasos pulmonares Qualquer fator que interfira no processo de adaptação cardiorespiratória perinatal-desde a formação e o desenvolvimento dos vasos pulmonares até a transição cardiopulmonar ao nascimento –possa desencadear o aparecimento da síndrome de hipertensão pulmonar Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #CLASSIFICAÇÃO: MÁ –ADAPTAÇÃO MAU DESENVOLVIMENTO SUBDESENVOLVIMENTO Margotto, PR, 2011 Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #MÁ-ADAPTAÇÃO: Anatomia e estrutura no desenvolvimento dos vasos pulmonares normais A alta resistência vascular pulmonar decorre da vasoconstrição reativa,sendo na maioria das vezes reversível Exemplos:SAM,distúrbios metabólicos,sepse,policitemia,pneumonia Em geral este grupo apresenta boa resposta a vasodilatadores pulmonares Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #MAU DESENVOLVIMENTO: Vasos pulmonares com a camada muscular espessada,principalmente de médio calibre Alterações presentes antes do nascimento Exemplos:hipóxia fetal crônica,pósmaturidade,filhos de mães diabéticas,cardiopatias congênitas que cursam com hiperfluxo,uso de antiinflamatórios e antidepressivos pela mãe Apresentam resposta variável aos vasodilatadores pulmonares Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #SUBDESENVOLVIMENTO: Hipoplasia do leito vascular pulmonar com redução no número e muscularização excessiva dos vasos Restrição no fluxo sanguíneo Exemplos:malformações pulmonares como hérnia diafragmática,hipoplasia pulmonar,hidropsia Em geral não apresentam resposta aos vasodilatadores pulmonares Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #QUADRO CLÍNICO: Desconforto respiratório Taquipnéia Cianose progressiva Acentuada labilidade de oxigenação Ausculta pulmonar normal ou ruídos adventícios típicos de cada doença associada Ausculta cardíaca é frequente a presença da 2º bulha hiperfonética e sopro sistólico Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #QUADRO RADIOLÓGICO: Pode ser inespecífico Pode haver proeminência do tronco da artéria pulmonar junto a silhueta cardíaca Cardiomegalia Geralmente a vasculatura pulmonar é pouco proeminente HIPERTENSÃO PULMONAR #DIAGNÓSTICO: ECOCARDIOGRAMA (padrão ouro) RX de tórax #DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Doença parenquimatosa pulmonar grave Cardiopatia congênita Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde HIPERTENSÃO PULMONAR #TRATAMENTO- MEDIDAS GERAIS Manipulação mínima do RN Analgesia Cateterização da artéria umbilical para coleta de exames Correção de policetemia,hipoglicemia,hipotermia,acidose metabólica e hipotensão arterial Antibióticos-quando associado a quadro infeccioso Suporte inotrópico Suporte ventilatório Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #TRATAMENTO: PaO2 entre 50-70 mmHg PaCO2 entre 45-55 mmHg pH ≥ 7,20 Recomenda-se os parâmetros iniciais da VM: -FiO2 60-80% -Pinsp 20-25 cmH₂O -Peep 5 -FR 40-60 -Tinsp 0,5 segundos Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #ALCALINIZAÇÃO: Controverso,proposto em 1965 Vasos pulmonares diminuem o tônus quando submetidos ao pH > 7.25 NaHCO3 8,4% (dose: 0,5-1,0 mEq/kg/h) Manter o pH 7,50 - 7,55 pCO2 aceitável 60 mmHg Margotto;PR ,2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #SURFACTANTE PULMONAR: Pode ser usado em RN com síndrome de aspiração meconial associado a hipertensão pulmonar Geralmente ocorre um aumento da PaO2 nas primeiras 12 horas após administração Dose recomendada 100 mg/kg Pode repetir a dose após 8-12 horas da dose inicial Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE: Fosfodiesterase são enzimas que catalisam a divisão hidrolítica da adenosina monofosfato cíclico (AMPc) e da guanosina monofosfato cíclico (GMPc),controlando seus níveis intracelulares A inibição dessas substâncias resulta em níveis intracelulares aumentados de AMPc e GMPc, o que leva a vasodilatação Existem 11 tipos de fosfodiesterases distribuídas por diferentes tecidos do organismo A fosfodiesterase 5 encontra-se principalmente no pulmão Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE: SILDENAFIL: Inibidor da fosfodiesterase 5 Ação vasodilatadora pulmonar com menos efeito sistêmico Efeito sinérgico quando associada ao óxido nítrico Dose de 0,5-1 mg/kg a cada 6 a 12 horas Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE: MILRINONA: Inibidor da fosfodiesterase 3,diminuindo a RVP Indicado quando existe disfunção ventricular ou hipóxia grave (PaO₂ ˂ 50 mmHg em FiO₂ ≥ 60%) Dose 0,25-1 mcg/kg/min Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #ÓXIDO NÍTRICO: Difunde pela musculatura lisa do endotélio vascular,ativa a guanil-ciclase,eleva o nível intracelular de GMPc e causa o relaxamento da musculatura dos vasos pulmonares Vasodilatador seletivo da circulação pulmonar #INDICAÇÕES: RN > 34 semanas de gestação IO ≥ 20 e/ou de acordo com o grau de hipertensão pulmonar (pressão pulmonar >30 mmHg) Ausência de hemorragia intracraniana Neonatologia Instituto da Criança 2011 HIPERTENSÃO PULMONAR #OXIGENAÇÃO EXTRACORPÓREA: Indicado em casos graves IO > 40 Resposta inadequada aos tratamentos anteriores Permite aos pulmões um repouso funcional e posterior recuperação Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde ESTREPTOCOCO DO GRUPO B Streptococcus agalactiae Coco Gram-positivo do grupo B de Lancefield É um dos principais agentes de infecção no período neonatal Existem 9 sorotipos (Ia,Ib,II,III,IV,V,VI,VII,VIII),classificados conforme os antígenos capsulares polissacarídeos da bactéria Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #PATOGÊNESE: A gestante pode ser portadora assintomática do EGB nos tratos genital e gastrointestinal no momento do parto A taxa de colonização em nosso país varia 1525% O tratamento das mulheres colonizadas erradica temporariamente o EGB,porém a maioria volta a apresentar culturas positivas em menos de seis semanas Ao nascimento 50-65% dos RN filhos de mães colonizadas podem apresentar culturas positivas nas membranas mucosas,pele ESTREPTOCOCO DO GRUPO B Cerca de 98% desses RN permanecem saudáveis,enquanto 1-2% desenvolvem infecção invasiva Nos EUA,antes da profilaxia intraparto,a incidência de infecção neonatal pelo EGB era 2:1000 nascidos vivos Em São Paulo entre 2001-2003 a incidência de infecção neonatal por EGB foi de 1,5:1000 nascidos vivos,a maioria dos casos apresentou sinais e sintomas de sepse nas primeiras 72 horas de vida e meningite ocorreu em 7,6% dos casos. Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #FATORES DE RISCO: Culturas maternas positivas (vaginal e anorretal) Alta densidade de colonização materna Bacteriúria por EGB na gestação Rotura prematura de membranas (≥ 18 horas em todos os RN ou qualquer duração se a idade gestacional for ˂ 37 semanas) Corioamnionite Febre materna intraparto Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #FATORES DE RISCO: Bacteremia ou ITU por EGB Filho anterior com EGB Idade gestacional inferior a 37 semanas Peso de nascimento inferior a 2.500 gramas Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #QUADRO CLÍNICO: SEPSE PRECOCE :até 7 dias de vida SEPSE TARDIA: 7-12 semanas de vida SEPSE MUITO TARDIA:após 3 meses de vida Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #SEPSE PRECOCE: Cerca de 90% dos casos as manifestações clínicas ocorrem já nas primeiras 24 horas de vida Hemocultura (+ ) em 25-40% dos casos Sepse com pneumonia 35-55% dos casos Sepse com meningite em 5-10% dos casos Sintomas respiratórios como apnéia,taquipnéia e cianose, estão presentes em mais de 80% dos RN Letargia,intolerância alimentar hipotermia É 10 x mais alta em RNPT e com peso inferior a 1500gramas Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #SEPSE TARDIA: Manifesta entre 7-90 dias de vida Principal agente EGB do sorotipo III O acometimento respiratório é menos comum,sendo a meningite relatada em cerca de 35-40% dos casos Infecções osteoarticulares e celulites também são descritas Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #SEPSE MUITO TARDIA: Lactentes com idade superior a 3 meses A maioria das dos lactentes,foram RN com idade gestacional inferior a 35 semanas,que necessitaram de hospitalização prolongada após o nascimento Bacteremia sem foco definido é a forma mais comum de apresentação A febre é o principal sintoma clínico Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #DIAGNÓSTICO: Quadro clínico Isolamento da bactéria na hemocultura Cultura de material normalmente estéril Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #PREVENÇÃO: Imunização Anti-sepsia do canal de parto Antibiótico profilaxia intra-parto Prevenção da doença perinatal pelo estreptococo B SBP-2010 ESTREPTOCOCO DO GRUPO B #TRATAMENTO: - MEDIDAS GERAIS: Controle de temperatura Balanço hídrico adequado Oxigenação adequada (PaO2 entre 50-70 mmHg) Suporte nutricional Controle da glicemia Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásicos Neonatologia Instituto da Criança 2011 ESTREPTOCOCO B X HPP A HPP é mediada por um aumento do troboxano A2 Estudo realizados em cordeiros,no Instituto Naval de Bethesda - EUA Foram identificadas moléculas produzidas pelas bactérias causadoras de HPP Os componentes purificados da bactéria que podem causar HPP foram os fosfolipídeos e cardiolipina Curtis,2011 ESTREPTOCOCO B X HPP Foi observado que o estreptococo B possui quantidade elevada de fosfolipídeos (fosfatidilglicerol) e cardiolipina O estreptococo B pode aumentar em até 15 x a excreção de fosfolipídeos A exposição do estreptococo B a penicilina induz uma secreção imediata de fosfolipídeos A descoberta do estudo é que os fosfolipídeos bacterianos podem causar HPP Curtis,2011 ESTREPTOCOCO B X HPP Streptococcus do Grupo B (GBS) hipertensão pulmonar através do aumento do Tromboxane A2 Fosfolipideos dominantes do GBS Componentes ativadores: cardiolipina e fosfatidilglicerol Infusão de indometacina (inibidor da ciclogenase):bloqueia a síntese de tromboxane e o efeito da hipertensão pulomnar pelo GBS Curtis, 2011 ESTREPTOCOCO B X HPP Streptococcus do Grupo B (GBS) e Hipertensão Pulmonar -o antibiótico induz aumento na síntese de lipídeo que é excretado ( a excreção de fosfolipídeos, incluindo cardiolipina, é uma resposta comum da bactéria a certos antibióticos, inclusive outros Gram-positvos e negativos) (pode haver um aumento de 15 vezes na excreção de lipídeos pelo Streptococcus) Se tal fato ocorre com um neonato infectado recebendo antibiótico é especulativo Tema que está sendo investigado na Section on Bacterial Disease, Patogenesis and Immunity of The Eunice Kennedy Shiver Institute of Child Health and Human Development Curtis J, 2011 ESTREPTOCOCO B X HPP MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ANTIBIÓTICO DOSE DURAÇÃO SEPSE SEM MENINGITE PENICILINA G 200.000 UI/Kg/dia 14 dias MENINGITE PENICILINA G + AMICACINA 500.000 UI/Kg/dia 21 dias (no mínimo) ARTRITE SÉPTICA PENICILINA G 200.000 UI/Kg/dia 4 semanas OSTEOMIELITE PENICILINA G 200.000 UI/Kg/dia 6 semanas ENDOCARDITE PENICILINA G 400.000 UI/Kg/dia 6 semanas Neonatologia Instituto da Criança 2011 Atenção à saúde do Recém Nascido-vol.3 Ministério da Saúde A-049/11; (B-2145/11). 31 de Agosto de 2011 Raquel Almeida Patologista-HRAS Dados na Solicitação de Necrópsia RN com 10 hs de vida Termo, polidrâmnio*, bolsa rota no ato. Apgar 3*/7 Desconforto Respiratório* Acidose* RX: Infiltrado Difuso* Diagnóstico Clínico: Cardiopatia? Asfixia perinatal moderada* Ectoscopia RN sexo masculino Peso: 3100g CT: 50 cm Livor Abertura das Cavidades Líquido pleural amarelo-citrino bilateral, pequena quantidade. Pesos dos órgãos Armados; MacroscopiaPulmões Não aerados, elásticos *; Vermelho-arroxeados; Petéquias e equimoses sub-pleurais; Aos cortes: vasos proeminentes até próximo à pleura. Macroscopia- Pulmões Macroscopia- Pulmões 22 g MacroscopiaCoração (17 g) VD- 0,5 cm VR: 0,5-0,6 cm VE- 0,5 cm VR: 0,4-0,5 cm Forame oval e Canal Arterial abertos * MacroscopiaFígado Áreas de congestão Insuficiência Respiratória - Insuficiência Respiratória Atelectasia Pulmonar Neonatal - Microscopia- Pulmões Membranas Hialinas Formação: 8 a 12 horas Reabsorção: 24 a 48 horas Camada Média 5% do diâmetro do vaso 1/20 1/8 12,5% Microscopia- Fígado Placenta À termo, com sinais de hipóxia intervilosa subaguda e crônica. Achados Anátomo-patológicos Atelectasia pulmonar Dano alveolar difuso- membranas hialinas Hipertrofia da camada média de artérias pulmonares distais Derrame pleural bilateral Congestão hepática Hipóxia intervilosa subaguda e crônica placentária Diagnósticos Anátomopatológicos Causa da Morte: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Diagnósticos principais: SÍNDROME DE ESTRESSE RESPIRATÓRIO NEONATAL HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE DO RECÉMNASCIDO Síndrome de Estresse Respiratório Neonatal Forma específica de dano alveolar difuso Menos de 5% de gestações à termo DEFICIÊNCIA DE SURFACTANTE Prematuridade Diabetes Gestacional Insulina impede maturação de pneumócitos tipo II Cesárea antes do trabalho de parto Polimorfismo em genes da SP-A e da SP-B A- glicoproteína hidrofílica, imunidade; B- glicoproteína hidrofóbica, redução da tensão superficial. Gestação gemelar Hipóxia Vasoconstricção Hipertensão Pulmonar Persistente do Recém-nascido Desenvolvimento vascular pulmonar anormal (aumento do músculo liso vascular pulmonar devido a hipóxia fetal crônica*, diabetes materna, displasia capilar alveolar) Hipoplasia pulmonar (hérnia diafragmática, oligodrâmnio prolongado) Elevação pós-natal de vasoconstrictores (sepse, pneumonia, aspiração, asfixia perinatal) Cardiopatias congênitas (retorno venoso pulmonar anômalo com obstrução) Fechamento prematuro do Canal arterial (alta pressão em vasculatura imatura) Exposição materna a AINEs Hipertensão Pulmonar Persistente do Recém-nascido Tanto causa como consequência de Dano Alveolar Difuso Vasoconstricção Hipoperfusão Dano alveolar Circulação Fetal Alta resistência das artérias pulmonares distais/ papel do Canal arterial A resistência vascular pulmonar diminui nos 2 a 3 primeiros dias de vida, acompanhada da constricção do Canal arterial, e alcança os níveis normais de vida extra-uterina em cerca de 2 semanas. O aumento da tensão de oxigênio na artéria pulmonar leva à contração do Canal arterial, mas estados anóxicos como síndrome de angústia respiratória podem levar à manutenção da abertura do Canal arterial. As artérias pulmonares fetais desenvolvem uma camada média espessada em resposta a altas pressões e à constricção induzida por hipóxia. 1º GEMELAR Fisiopatologia Fisiopatologia Deficiência de surfactante Hipóxia intra-uterina crônica Dano alveolar difuso Hipertensão pulmonar Hipóxia Vasoconstricção e proliferação Hipertensão pulmonar persistente persistente OU Hipoperfusão Hipóxia Dano alveolar difuso OBRIGADA!