MISSÃO CUMPRIDA
António Gonçalves Monteiro
BASTONÁRIO
Ao longo dos últimos 14 anos (8 como membro do
Conselho Diretivo e 6 como Bastonário) coloquei
incondicionalmente ao serviço da Ordem, todas as minhas
capacidades pessoais e profissionais. Foram anos de
intenso trabalho, de grande entusiasmo, de incessante
persistência e de contínua dedicação a uma causa coletiva.
Não foram fáceis nem foram poucos os problemas que
tivemos de resolver e os obstáculos que tivemos de
transpor, tendo sempre procurado que as soluções
encontradas e as decisões tomadas, obedecessem a
critérios de legalidade, rigor, transparência, objetividade
e interesse público.
Aqueles que melhor conhecem a profissão e, obviamente,
todos os membros da Ordem não terão dificuldade em
reconhecer que nos últimos dois mandatos se operou
uma significativa mudança no quadro normativo e
regulamentar na disciplina da atividade.
Para se concretizarem as importantes mudanças que foi
necessário promover, sem criar um clima de grande
instabilidade, foi indispensável definir objetivos
estratégicos claros, ouvir os Revisores, conquistar o seu
apoio, promover a coesão da classe profissional e,
finalmente, desenhar um rigoroso Plano de Ação e lançar
mãos à obra.
Estamos convictos de ter escolhido o caminho certo e de
nos termos focado nos aspetos mais relevantes e
suscetíveis de contribuir para aumentar a qualidade das
auditorias, a reputação e a sustentabilidade da nossa
profissão.
Procurando sintetizar a nossa ação diria o seguinte:
· Trabalhamos ativamente com o Governo e com os
supervisores na criação de um novo Quadro Normativo
e Regulamentar;
· Exercemos uma ação persistente de supervisão dos
aspetos comportamentais que culminou com a elaboração
e aprovação, por unanimidade, de um novo e mais exigente
Código de Ética, que entrou em vigor precisamente no
início do corrente mês de janeiro;
· Mantivemos uma participação ativa na FEE e na IFAC,
organismos internacionais em que a Ordem está filiada
há vários anos;
· Estabelecemos uma ampla cooperação com o Conselho
Nacional de Supervisão de Auditoria, facultando-lhe todas
as informações solicitadas e o livre acesso aos processos
de Controlo de Qualidade realizados pela Ordem;
· Promovemos melhorias significativas na gestão dos
recursos da Ordem o que permitiu melhorar os processos
internos;
· Introduzimos uma maior equidade no sistema de
cotizações reforçando o contributo daqueles que mais
rendimentos auferem.
· Procedemos à modernização da imagem e da identidade
visual da Ordem;
· Continuamos a fazer dotações para o Fundo de Pensões
tendo o valor global das entregas efetuadas, nos últimos
seis anos, representado cerca de 68% do valor acumulado
das contribuições efetuadas;
· Em 6 anos aumentamos o valor do Fundo Social em
cerca de 67%, estimando que, à data de 31 de dezembro
de 2011, o seu valor seja de aproximadamente 4,9 milhões
de euros, dos quais cerca de metade é constituído por
meios líquidos, o que evidencia a boa situação económica
e financeira da Ordem.
· Promovemos a harmonização das estruturas profissionais
e a uniformização de metodologias técnicas;
Se nos dias de hoje fosse feita uma avaliação e se tomasse
por referência o que se verifica ao nível da profissão, nos
diferentes países da União Europeia, designadamente,
quanto:
· Incentivamos o exercício da atividade em regime de
exclusividade mediante uma maior profissionalização;
· à natureza, atribuições, competências e liderança das
associações profissionais congéneres;
· Procedemos ao reforço do controlo de qualidade externo
realizado pela Ordem, editando um Guia que permite a
monitorização da adoção de melhores práticas;
· aos padrões de execução técnica adotados;
· Realizamos para a Comissão Europeia a tradução das
Normas Internacionais de Auditoria produzidas pela IFAC
e editamos e divulgamos a sua publicação em língua
portuguesa;
· ao grau de supervisão exercida pela Ordem e pelas
entidades supervisoras,
· à qualidade das auditorias realizadas;
teríamos, forçosamente, que concluir que Portugal ocupa
claramente um lugar no “pelotão da frente”.
· Procedemos à tradução das Normas Internacionais de
Contabilidade para o Setor Público produzidas pela IFAC,
estando a Ordem a preparar a edição e divulgação do
respetivo manual;
Estamos fortemente convictos de que os Revisores têm
um papel importante, se não mesmo imprescindível, a
desenvolver nesta fase crucial que o país atravessa.
· Elegemos a formação contínua como desígnio,
regulamentando a sua obrigatoriedade e criando condições
favoráveis à sua realização;
Vivemos um período conturbado em que tudo se tornou
instável, em que a incerteza prolifera e a desconfiança
tende a generalizar-se. Enquanto depositários de uma
(Redigido conforme o novo acordo ortográfico)
assinalável credibilidade, os Revisores Oficiais de Contas
estão disponíveis e querem contribuir ativamente para
promover a defesa do interesse público mediante a sua
ação na auditoria da informação financeira, na defesa da
legalidade, no controlo da utilização de fundos públicos
e privados, na avaliação dos riscos de crédito e, até mesmo,
na defesa do emprego. Estamos certos de que podemos
contribuir para ajudar a promover o crescimento
económico, na medida em que, por força da nossa ação
fiscalizadora, reforçamos a confiança dos agentes
económicos e promovemos a estabilidade económica e
social.
Entregamos uma instituição mais prestigiada, mais
moderna, mais transparente, mais profissionalizada e,
ainda, mais comprometida com a defesa intransigente
dos valores que suportam a profissão.
É, pois, com grande tranquilidade e uma profunda sensação
de dever cumprido, que termino este ciclo de dois
mandatos que exerci com uma grande dedicação,
determinação e sentido de responsabilidade.
Compete-me, igualmente, agradecer publicamente à
equipa que tive o privilégio de liderar e reconhecer a
dedicação e o empenhamento que manifestaram no
exercício das suas funções. Uma palavra de agradecimento
muito especial ao Colega José Rodrigues de Jesus, Vicepresidente do Conselho Diretivo e Diretor da Secção
Regional do Norte, pela permanente colaboração e apoio
incondicional que sempre me dispensou.
Devo, igualmente, reconhecer e agradecer publicamente
o apoio sistemático recebido da generalidade dos Colegas
que, repetidas vezes, foi manifestado através de votações
maciças realizadas em diferentes assembleias gerais, em
que foram aprovadas, por unanimidade ou sem votos
contra, importantes deliberações com caráter estruturante.
Não posso deixar de agradecer a todos os Colaboradores
da Ordem, que com a sua dedicação profissional e o seu
empenho, me ajudaram a alcançar os objetivos propostos.
Ao novo Bastonário de quem sou Colega e amigo há mais
de 30 anos, quero dedicar-lhe uma palavra especial.
Partilhámos nesta Ordem 14 anos de trabalho intenso,
8 anos em que ambos fomos membros do Conselho
Diretivo e os últimos 6 integrando a equipa a que tive a
honra de presidir. O conhecimento direto das qualidades
pessoais e profissionais do Colega Azevedo Rodrigues
constituem uma sólida garantia do sucesso da sua
liderança.
Para si e para todos os restantes membros que integram
os novos corpos sociais, e que na sua grande maioria
também comigo colaboraram, os meus sinceros votos
das maiores felicidades.
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