2013 MONITORAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL RELATÓRIO MUNICIPAL DE PASSIRA Gerência de Monitoramento e Avaliação | GMA 1 Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos |SEDSDH Eduardo Henrique Accioly Campos Governador do Estado João Lyra Vice-Governador do Estado Laura Mota Gomes Secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Clodoaldo Silva Secretário Executivo de Coordenação de Gestão Ana Célia Cabral de Farias Secretária Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social Mariana de Andrade Lima Suassuna Superintendente das ações de segurança Alimentar e Nutricional Paula Vanusa de Santana Tavares Oliveira Gerente de Planejamento, Projetos e Capacitação Ingrid Vier Gerente de Monitoramento e Avaliação Fernanda Shelly Rodrigues F. da Silva Gerente do Fundo Estadual da Assistência Social Joelson Rodrigues Reis e Silva Gerente do Sistema Único de assistência Social – SUAS Rafaella Viana Gerente das Ações da Proteção Social Básica Rafael West Gerente das Ações da Proteção Social Especial de Alta Complexidade Lioniza Severina dos Santos Gerente das Ações da Proteção Social Especial de Média Complexidade Centro de Desenvolvimento e Cidadania | CDC Ana Nery dos Santos Melo - Presidente Roberta Clarissa Barbosa - Técnica Administrativa Adriana Santos - Técnica Administrativa Equipe Técnica Katharyna Assunção Coordenadora administrativo-Financeira Creusa Melo Coordenadora de Estudos e Pesquisas Maria José Diniz Coordenadora de Monitoramento Bruno Albuquerque - Técnico de TI Vinícius Souto Maior - Estatístico Flávio Leandro Alves dos Santos - Estatístico Técnicos Administrativos Carlos Gomes Marco Aurélio Dantas Técnicos de Estudos e Pesquisas Jadeildo Rodrigues da Silva Marta G. Almeida de Queiroz Raquel da Cruz Fonseca Shirley Samico Técnicos de Monitoramento Ana Paula Santiago Danielle Rafael de Souza Fátima Maria Ferreira Barbosa Francisco Godoy Laila Talita da Conceição Costa Nayana Henrique Amâncio Paula Felipe da Silva Rebeka Nylkare Marques Roberta Eleonora Souza Leão Rosilene Mota Sandro Santos da Cunha Waylla Gonçalves de Sousa Wivian Araújo Motoristas Antônio Saraiva Diozane Cabral Francisco Pires Lima João Marcelo de Oliveira José Jorge da Silva Severino Pantaleão Câmara SUMÁRIO NOTAS INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................. 5 ASPECTOS GERAIS | PASSIRA. ...................................................................................................... 6 GESTÃO DA POLÍTICA ................................................................................................................... 8 3.1. PLANO, FUNDO E CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ............................................. 8 3.2. MONITORAMENTO E VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL ................................................................ 10 4. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL |CMAS ................................................ 11 4.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CMAS DE PASSIRA. ............................................................... 11 4.2. INFRAESTRUTURA E DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO. .................................................................. 13 4.3. CONTROLE SOCIAL ............................................................................................................................ 13 5. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .............................. 14 5.1. PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA | PSB ..................................................................................................... 14 5.1.1. Centro de Referência da Assistência Social | CRAS ........................................................................... 15 5.1.2. Benefícios Eventuais ......................................................................................................................... 20 5.1.3. Benefício de Prestação Continuada | BPC .......................................................................................... 21 5.1.4. Benefício de Prestação Continuada | BPC na Escola ........................................................................... 24 1. 2. 3. 5.2. PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL | PSE................................................................................................ 24 5.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). ................................................. 25 6. GESTÃO DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE PASSIRA. ....................................................... 29 6.1. COMPOSIÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS RECURSOS HUMANOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. 29 6.2. CONDIÇÕES DE TRABALHO NO ÂMBITO DO SUAS ......................................................................... 31 FONTE: PMAPAS 2013. ................................................................................................................................... 32 6.3. CAPACITAÇÃO CONTINUADA/FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. .............................. 33 7. CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES. ................................................................................. 34 7.1. GESTÃO DA POLÍTICA. ....................................................................................................................... 34 7.2. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ......................................................................... 35 7.3. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO. ....................... 36 7.4. GESTÃO DO TRABALHO ..................................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 38 APÊNDICES ............................................................................................................................................. 39 APÊNDICE A – SUGESTÃO DE TEMAS PARA CAPACITAÇÃO DO CRAS E CREAS DE PASSIRA. .................................................................................................................................................. 40 APÊNDICE B - REGISTRO FOTOGRÁFICO DOS EQUIPAMENTOS VISITADOS NO MUNICÍPIO DE PASSIRA. ..................................................................................................................... 41 3 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Características Populacionais do Município de Passira. ....................................................... 6 Tabela 2: Quantitativo de famílias no CADÚNICO e PBF. .............................................................. 7 Tabela 3: Total de Beneficiários do BPC em 2012. ............................................................................... 7 Tabela 4: Fundo Municipal de Assistência Social de Passira em 2013. ................................................ 9 Tabela 5: Relação da Gestão municipal com o CMAS de Passira. ...................................................... 9 Tabela 6: Conselhos existentes em Passira. ........................................................................................ 10 Tabela 7: Gestão do Conselho em Passira. ......................................................................................... 12 Tabela 8: Rede de PSB em Passira. ...................................................................................................... 15 Tabela 9: Situações predominantes no atendimento do CRAS de Passira........................................ 16 Tabela 10: Oferta dos Benefícios Eventuais em Passira. .................................................................... 20 Tabela 11: Ações desenvolvidas pelo Órgão gestor do BPC no Município de Passira. ..................... 21 Tabela 12: Informações fornecidas pelo governo federal ao Município de Passira. .......................... 22 Tabela 13: Articulações da Gestão municipal do BPC ........................................................................ 23 Tabela 14: Rede de PSE em Passira. .................................................................................................... 24 Tabela 15: Planejamento das ações do CREAS. .................................................................................. 26 Tabela 16: Principais formas de acesso dos usuários no CREAS. ...................................................... 27 Tabela 17: Situações frequentemente atendidas no CREAS do Município de Passira. .................... 27 Tabela 18: Atividades desenvolvidas no CREAS de Passira. ............................................................. 28 Tabela 19: Composição dos recursos humanos da Assistência Social em Passira. ............................ 30 Tabela 20: Formação profissional da Assistência Social em Passira. ................................................ 31 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Atividades e ações desenvolvidas pelo CRAS de Passira. ................................................. 17 Quadro 2: Encaminhamentos realizados pelo CRAS de Passira. ...................................................... 18 Quadro 3: Articulações estabelecidas no CRAS de Passira. ............................................................... 19 Quadro 4: Espaços físicos do CRAS de Passira. ................................................................................. 31 Quadro 5: Equipamentos e materiais existentes nos equipamentos sociais de Passira. .................... 32 4 1. NOTAS INTRODUTÓRIAS monitoramento da Política de Assistência Social está previsto na NOB/SUAS-2012 e demais documentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) como responsabilidade que deve ser compartilhada entre todos os entes federados. É uma exigência a ser cumprida pela União, Estados e Municípios e se justifica pela necessidade do acompanhamento contínuo pela esfera governamental. Cada ente governamental se compromete com a Política no momento em que adere ou se habilita a qualquer um dos níveis da gestão do SUAS. O Estado de Pernambuco vem cumprindo com o seu papel de indutor da Política e reconhecendo a importância do acompanhamento das ações desenvolvidas em seu território. O monitoramento é realizado anualmente em todos os municípios do Estado, onde se visita cada um dos equipamentos, programas e projetos em execução no âmbito do SUAS, mesmo aqueles que não têm convênio direto com o estado, mas que guardam relação direta com o MDS, a quem o Estado deve prestar informações quando solicitados. O objetivo do monitoramento da Política de Assistência Social, de um modo geral, está em verificar as condições do seu funcionamento nos Municípios, a fim de contribuir com o alcance dos seus objetivos e metas. O intuito é conhecer para planejar, redirecionar e intensificar as melhorias necessárias para o bom funcionamento do SUAS. Neste sentido, os resultados do monitoramento apresentados a seguir, particularizam a realidade do município em questão, dimensionando, sobretudo, a capacidade instalada da Política de Assistência Social no município, destacando aspectos primordiais ao campo da gestão da política como, por exemplo: a existência de Conselho, Plano e Fundo; as modalidades de financiamentos disponíveis; a realização de ações de Monitoramento e Avaliação; e a implantação da Vigilância Social como elementos essenciais à gestão descentralizada do SUAS. As informações relativas ao município de Passira, discutidas neste relatório, são produto dos dados colhidos no mês de abril de 2013, a partir da visita à gestão municipal e ao conselho de assistência social, além dos equipamentos e programas existentes no município. Foram aplicados um total 06 questionários, embora o previsto para este Município fosse 07, o defict foi identificado no CRAS, que de acordo com informações de campo, estava desativado desde o final das eleições de 2012. A análise foi realizada no intuito de caracterizar a rede de proteção básica e especial do município possibilitando, desta maneira, considerações e recomendações acerca da integralização das ações de proteção, maior objetivo da política de assistência social no território. O 5 2. ASPECTOS GERAIS | PASSIRA. Características Populacionais Classificação População residente em domIcílios particulares permanentes População em situação de extrema pobreza Tabela 1: Características Populacionais do Município de Passira. O Município de Passira fica na região do Agreste Total da população 28 628 6 510 setentrional do Estado, e Masculino 13 980 48,8% Sexo possui extensão Feminino 14 648 51,2% territorial de 329,755 km2 Urbana 13 945 48,7% 2 392 36,7% Zona e conta com uma Rural 14 683 51,3% 4 118 63,3% população total de 28.628 0 a 4 anos 2 100 7,3% 676 10,4% habitantes. Destes, 13.945 5 a 14 anos 5 122 17,9% 1 610 24,7% (48,7%) encontram-se na 15 a 19 anos 2 738 9,6% 768 11,8% Faixa área urbana enquanto etária 20 a 39 anos 9 142 31,9% 1 944 29,9% que 14.683 (51,3%) da 40 a 59 anos 5 901 20,6% 1 363 20,9% população residem na 60 anos ou mais 3 625 12,7% 149 2,3% área rural Fonte: Censo Demográfico IBGE/2010 (dados disponíveis na SAGI) (IBGE/CENSO 2010). Além disso, o município encontra-se habilitado na Gestão Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS1. Na tabela acima são destacados aspectos populacionais do referido município, onde se podem ressaltar os dados da população extremamente pobre (com renda per capita até 70,00 reais), que no município chega a 6.510 pessoas (22,7%). Destas, 36,7% (2.392) estão localizadas na zona urbana enquanto 63,3% (4.118) residem na zona rural. Do total de pessoas em situação de extrema pobreza, 29,9 % (1.944) estão na faixa etária de 20 a 39 anos, trata-se daqueles em idade ativa ou produtiva. Estes são o público mais expressivo da população em condições extremamente pobres. Pode-se então dizer que há no município um grande número da população com níveis de renda que a caracteriza como público-alvo prioritário da política de assistência (já que se encontra com ganhos muito abaixo de ¼ de salário mínimo, faixa de renda exigida para acessar os diversos serviços de assistência social). Tal dado é um indicativo da necessidade de acesso desta população a programas e serviços que viabilizem seu acesso a políticas e direitos sociais, tendo como complementação as estratégias de transferência de renda, que não enfrentam a pobreza de forma isolada. Valor absoluto % Valor absoluto % 1 Nível em que o município tem a gestão da proteção social básica na Assistência Social, devendo o gestor, ao assumir a responsabilidade de organizar a proteção básica em seu município, prevenir situação de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, responsabilizando-se pela oferta de programas, projetos e serviços socioassistenciais que fortaleçam vínculos familiares e comunitários que promovam os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e transferência de renda e que vigiem direitos violados no território (PNAS/2004). 6 Quantitativo de famílias inscritas no Cadastro Único e PBF Quantidade de famílias inscritas do CadÚnico 2010 8 062 2011 8 164 2012 8 135 Tabela 2: Quantitativo de famílias no CadÚnico e PBF. A tabela ao lado mostra o universo de famílias cadastradas no Cadastro 2010 4 748 Quantidade de famílias Único e das famílias beneficiárias do beneficiárias do Programa 2011 5 444 Programa Bolsa Família – PBF, Bolsa Família (BPF) 2012 5 810 trazendo um comparativo do período Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, SAGI 2010 - 2012. Os dados revelam que houve acréscimo de 0,9% no período mencionado, em relação às famílias inscritas no CadÚnico. Quando se trata do número de famílias beneficiárias do PBF ocorreu um aumento de 22,4%. Em 2010, eram 8.062 famílias cadastradas no CadÚnico, ao passo que em 2012 esse número se eleva a 8.135. Em se tratando do quantitativo de famílias beneficiárias do PBF, em 2010 era de 4.748 famílias beneficiadas passando para 5.810 dois anos depois. Ao articular as informações sobre o acesso da população ao PBF, observa-se que o município apresenta a necessidade de expansão do Programa no território, a fim de dar cobertura àquelas famílias que já foram identificadas como público em extrema pobreza. Considerando, sobretudo, a importância de se investir em políticas sociais estruturantes, como educação e trabalho, e de potencialização da Assistência Social. A esse respeito, cabe destacar que a pobreza é um fenômeno que apresenta múltiplas determinações e desdobramentos, exigindo respostas articuladas a essa multiplicidade. Tabela 3: Total de Beneficiários do BPC em 2012. Total de beneficiários idosos 71 No que se refere ao Benefício Total de beneficiários deficientes 367 de Prestação Continuada (BPC), até Total de beneficiários 438 o mês de dezembro de 2012, o Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, SAGI município possuía um total de 438 beneficiários. Destes, 71 são idosos e 367 são pessoas com algum tipo de deficiência. Cabe salientar, que o total da população idosa (acima de 60 anos) do município chega a 3.625 (tabela 01) pessoas o que equivale a (12,7%) da população total. Nesta faixa etária há 149 pessoas vivendo em situação de extrema pobreza. Apresenta-se para o município o desafio da realização de diagnóstico mais aprofundado para identificação real deste público e das suas maiores demandas já que o número de idosos beneficiários no Município é inferior ao de idosos em situação de extrema pobreza. Beneficiários assistenciais do BPC - 2012 7 3. GESTÃO DA POLÍTICA 3.1. Plano, Fundo e Conselho Municipal de Assistência Social. N a perspectiva da consolidação de um sistema único no âmbito da Assistência Social, os instrumentos regulatórios dessa política2, consideram o Plano, o Fundo e o Conselho Municipal de Assistência Social, elementos fundamentais na gestão da Política de Assistência Social. Dessa forma, a existência desses três elementos constitui um prérequisito para que os municípios realizem adesão a algum dos níveis de gestão do SUAS. No que se refere à realidade de Passira, o monitoramento 2013 identificou o cumprimento deste requisito da Política, constatando que o município possui plano de assistência social, aprovado pelo CMAS, porém, desatualizado3 (última atualização em 2007). Aspecto que atende parcialmente às indicações das normativas nacionais da Assistência Social e da Política Estadual (PEAS, 2008). No âmbito dos recursos disponibilizados para a Assistência Social em Passira, os dados mostram que este município declarou possuir financiamento de duas esferas: municipal e federal. No que se refere ao financiamento estadual4, o Município declara não receber. Quando se trata do Fundo de Assistência Social, as informações colhidas em campo apontam para o cumprimento de importantes diretrizes do âmbito do financiamento da Assistência Social. Entre elas: a existência de Fundo Municipal de Assistência Social, sendo o mesmo criado por lei e possuidor do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) próprio. Ainda em relação ao Fundo, destaca-se que todos os serviços custeados por ele são registrados e o responsável pelas decisões do FMAS é a secretaria de assistência social. Acerca dessa informação, é importante destacar que a Secretaria de Assistência social é a responsável pelas decisões do FMAS (NOB SUAS 2012 art. 44º § 1º). Este é um aspecto importante, uma vez que, é o órgão gestor da assistência social, aquele de quem se espera maior domínio sobre a realidade local e sobre as demandas de sua população, pois, lida cotidianamente com esses elementos. Nesse sentido, deposita-se neste maior capacidade de gestão dos recursos da Assistência Social, de sua aplicação nas ações que potencializem a efetividade desse direito social no território. Sendo assim, este é o cumprimento de uma diretriz da política que garante a transparência das ações e dos gastos com o FMAS e o controle social por parte do CMAS e da população de um modo geral. (Ver tabela seguinte). 2 LOAS (1993), a PNAS (2004) e a NOB/SUAS (2012), entre outros. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar os respectivos Planos de Assistência Social a cada 4 (quatro) anos, de acordo com os períodos de elaboração do Plano Plurianual PPA. (NOB-SUAS 2012, art. 15º). 4 As informações da gestão estadual do SUAS indicam que este município já aderiu ao repasse direto Fundo a Fundo do Estado, podendo, a partir de então, acessar os recursos estaduais. 3 8 Tabela 4: Fundo Municipal de Assistência Social de Passira em 2013. Fundo Municipal de Assistência Social O município possui o Fundo com CNPJ do FMAS • • • • FMAS instituído por Lei Todos os serviços socioassistenciais custeados com recursos próprios do município são registrados no FMAS A própria Secretaria de Assistência que toma as decisões do FMAS Relatório de execução dos recursos do FMAS é apresentado anualmente ao Conselho Municipal de Assistência Social Fonte: PMAPAS/2013 Feitas essas considerações, cabe finalmente afirmar que tanto o Plano quanto o Fundo Municipal de Assistência Social, articulam-se diretamente a outro mecanismo dessa política que também comparece como item obrigatório para a adesão dos municípios a qualquer um dos seus níveis de gestão: o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). Vale salientar a obrigatoriedade da implantação desse Conselho no município, o qual tem como principais atribuições zelar pela execução e a deliberação da Política e de seu financiamento, bem como a aprovação do Plano de Assistência Social. Neste aspecto, cabe pontuar que a sua presença contribui para a efetivação da participação popular no processo de construção da Assistência Social, sem, no entanto, confundir-se com a execução dela, o que constitui uma responsabilidade eminentemente governamental. Tabela 5: Relação da Gestão municipal com o CMAS de Passira. Os dados da gestão afirmam que há CMAS em funcionamento em Passira e que as formas de articulação desta Secretaria com a referida instância ocorrem através da participação de representantes da Secretaria em reuniões do Conselho, assim como afirma ter assento neste espaço de controle, apreciar documentos e resoluções do conselho, planejar ações conjuntas com o mesmo e submeter planos, projetos e documentos a serem apreciados por este CMAS. (Ver tabela ao lado). 9 Conselhos existentes no município Tabela 6: Conselhos existentes em Passira. Cmas A quantidade de Conselhos implantados em Passira, descrito na tabela ao lado, reforça um Comdica aspecto positivo quanto às possibilidades de Conselho do idoso assegurar, nesse município, a materialização do Conselho tutelar controle social dos direitos e políticas públicas na perspectiva já pontuada. Para encerrar a Conselho sobre Drogas discussão desse item, devemos ainda situar que a Fonte: PMAPAS/2013 atuação conjunta entre a gestão e o controle social, de nenhuma forma deve comprometer a autonomia de qualquer um desses dois espaços, os quais, ao mesmo tempo em que se aproximam por atuarem na esfera de uma mesma política pública – a Assistência Social –, possuem responsabilidades específicas, devendo ser preservada a sua autonomia e suas atribuições privativas. Desta forma, é indispensável preservar o caráter de espaço de discussão, negociação e conflito (do CMAS), devendo-se resguardar seu papel de instância propositora, fiscalizadora, controladora e reivindicadora (BOSCHETTI, 2003). 3.2. Monitoramento e Vigilância Socioassistencial A Vigilância Socioassistencial5 constitui uma ferramenta diretamente vinculada à gestão dessa Política – uma vez que cumpre a função de viabilizar a produção, sistematização, análise e disseminação de informações territorializadas sobre o públicoalvo da assistência social, seus equipamentos e serviços. Ao lado do monitoramento, a Vigilância propicia o (re) planejamento da gestão com vistas a ampliar e/ou consolidar, em sua realidade especifica, a estrutura demandada pelo conjunto das necessidades sociais de sua população. Do ponto de vista legal-normativo, o Monitoramento da Assistência Social6 deve ser regulamentado, para tanto, é determinante que cada ente governamental defina em seu nível de competência, os indicadores necessários ao processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação da Política em debate, compreendida enquanto direito social. No que se refere ao processamento da Vigilância Socioassistencial no município de Passira, os dados do monitoramento estadual da Assistência Social 2013, apontam para a inexistência de setores específicos de vigilância socioassistencial e monitoramento e avaliação. Desta forma ressaltamos a importância da existência dessas estruturas administrativas, pois contribuem para a efetivação do caráter preventivo e proativo da política de assistência social. Informa ainda não possuir diagnóstico das áreas de risco e vulnerabilidade social. Vale ressaltar, que a existência desses instrumentos na gestão do SUAS é importante, pois 5 Instituída pela PNAS (2004) e normatizada como uma das funções da Assistência Social na NOB/SUAS (2012) 6 Estabelecido pela LOAS (1993) e reforçado pela NOB/SUAS (2012). 10 contribuem para a efetivação do caráter preventivo e proativo da política de assistência social assegurando o cumprimento da proteção social, função primeira, da referida política. 4. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL |CMAS Conforme preconiza a LOAS, a criação do CMAS deve ser estabelecida por Lei Municipal específica7. Na política de Assistência Social a possibilidade de participação democrática se inscreve essencialmente na previsão dos Conselhos de Assistência Social na LOAS (1993), os quais devem comparecer em âmbito nacional, estadual e municipal, como instâncias deliberativas do SUAS, possuidoras da competência de realizar o acompanhamento da execução dessa política social nessas três esferas de governo8. Com vista ao entendimento de que a avaliação da Assistência Social deve necessariamente considerar a mediação do seu controle social, é que o Monitoramento Estadual dessa política, em 2013, priorizou também a identificação da atuação do CMAS em todos os municípios pernambucanos. 4.1. Estrutura Organizacional do CMAS de Passira. No que se refere à organização do Conselho Municipal de Assistência Social de Passira, as informações trazidas pelo monitoramento, são de que o mesmo existe, no entanto, estava em processo de implantação. A entrevista foi realizada com um (a) conselheiro (a) da gestão anterior que informou que o mesmo funciona apenas com presidência. Demonstrando fragilidades na existência de plenário, vice-presidência, secretaria executiva, com as equipes técnicas e de apoio e comissões temáticas. Nessa perspectiva, cabe situar a indicação do CNAS, na resolução n° 237 de 2006, de que o plenário, obrigatoriamente, assegure suas reuniões uma vez ao mês (e extraordinariamente, sempre que necessário) devendo-se para tanto, fazer cumprir de fato o papel de cada uma das estruturas ausentes neste espaço de controle da política. De acordo com os dados coletados no monitoramento, pode-se afirmar que em Passira, as representações da sociedade civil que compõem esse CMAS9 são as mesmas entidades e setores que têm se repetido ao longo das duas últimas gestões do CMAS. Chama a atenção ainda a presença de entidades de cunho religioso nessa composição, uma vez que, por sua própria natureza, essas entidades não exercem vinculação direta com a Assistência Social enquanto política pública, não configurando nem representante de 7 Essa diretriz é estabelecida especificamente no art. 17 § 4° da LOAS, em redação estabelecida pela Lei nº 12.435, de 2011. 8 Essa diretriz está reafirmada, entre outros instrumentos, em redação dada pela lei n° 12.435, de 2011. Estabelecendo a criação do Conselho Nacional de Assistência Social; Conselhos Estaduais de Assistência Social; Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, e Conselhos Municipais de Assistência Social. 9 Os representantes governamentais devem ser indicados/nomeados pelo chefe do poder executivo municipal, devendo este atentar para a escolha de setores que desenvolvam ações vinculadas às políticas sociais (saúde, assistência, educação, etc.). Já os representantes da sociedade civil, observando-se o indicado para o CNAS na LOAS, deve, também no âmbito municipal, priorizar como candidatos e/ou eleitores as entidades representantes de usuários da Assistência Social e as entidades e organizações da Assistência Social e dos trabalhadores do setor. Para fazer-se cumprir essa recomendação esta composição deve também estar prevista no regimento interno de cada CMAS. 11 usuários ou trabalhadores dessa política social, nem entidades prestadoras de Assistência Social nos termos da LOAS e da CF/88. Assim, as informações acima citadas podem revelar a permanência de uma cultura assistencial alicerçada nos pilares da caridade religiosa, o que mantém viva a necessidade de esforços que sejam capazes de superar o assistencialismo, reafirmando a Assistência Social como direito. Esse desafio certamente envolve a atuação do CMAS e a necessidade de que este tenha claro a função social que deve exercer no âmbito do SUAS em cada município. Em relação às representações esfera governamental, observa-se que os representantes do CMAS não souberam informar. No que se refere ao aspecto da ocupação da presidência deste conselho, observa-se que no momento do monitoramento não havia presidente (a) devido ao processo de implantação da nova gestão. Acerca da ocupação da presidência, recomenda-se que seja assegurada a alternância entre a sociedade civil e o governo, conforme preconiza os seus instrumentos regulatórios. (Ver tabela seguinte). Tabela 7: Gestão do Conselho em Passira. Gestão do CMAS - anterior X atual GESTÃO ANTERIOR GESTÃO ATUAL Governo Não soube informar GESTÃO ANTERIOR GESTÃO ATUAL Entidades religiosas Sim Sim Entidades filantrópicas Não Não Entidades desportivas Não Não Entidades de caráter educacional / cultural Sim Sim Associações / conselhos de moradores Sim Sim Grupos formalizados de usuários (mulheres, idosos, pessoas com deficiência etc.) Não Não Sindicatos de trabalhadores Sim Sim Conselhos de categorias profissionais Não Não Caracterização da ocupação da presidência Esfera Composição da representação da sociedade civil Órgãos que compõem a representação governamental GESTÃO ANTERIOR GESTÃO ATUAL Secretaria de Saúde Não soube informar Não soube informar Secretaria de Educação Não soube informar Não soube informar Secretaria de Assistência Social Não soube informar Não soube informar Secretaria de Agricultura Não soube informar Não soube informar Secretaria de Esporte e cultura Não soube informar Não soube informar Secretaria de Finanças Não soube informar Não soube informar Secretaria de Habitação Não soube informar Não soube informar Fonte: PMAPAS/2013. 12 As informações acima citadas podem revelar a permanência de uma cultura assistencial alicerçada nos pilares da caridade, o que mantém viva a necessidade de esforços que sejam capazes de superar o assistencialismo, reafirmando a Assistência Social como direito. Esse desafio certamente envolve a atuação do CMAS e a necessidade de que este tenha claro a função social que deve exercer no âmbito do SUAS em cada município. Com relação às fontes de recursos disponibilizadas para que o CMAS desenvolva seu trabalho no município, o Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do SUAS pode ser destinado a este fim e, sobretudo deve garantir um percentual de pelo menos 3% do recurso recebido. O mesmo vale para o IGD Bolsa Família, caso a sua instância de controle social seja o CMAS. Os valores repassados pelas duas modalidades de IGD devem ser aplicados em atividades de apoio técnico e operacional, sendo vedada sua utilização para pagamento de pessoal. A esse respeito, cabe informar que o CMAS de Passira não soube informar sobre sua atuação em relação ao IGD (SUAS e Bolsa Família). 4.2. Infraestrutura e Dinâmica de funcionamento. Os dados do monitoramento revelaram que o CMAS compartilha espaço com o a secretaria de assistência social. Em relação ao espaço físico esse CMAS informa que as reuniões eram realizadas em um espaço cedido pela secretaria de assistência social. Foi informado também que este órgão não dispõe de equipamentos e materiais. Consoante com essas informações, ressaltamos que a Secretaria de Assistência Social é o órgão responsável por prover as condições de infraestrutura, recursos materiais, humanos e financeiros ao CMAS. É importante destacar que os recursos do IGD SUAS e Bolsa Família também devem ser utilizados a fim de qualificar a gestão deste CMAS. 4.3. Controle Social No âmbito do CMAS, um dos elementos abordados pelo monitoramento diz respeito à atuação dessa entidade em relação ao orçamento/financiamento da Política de Assistência Social em cada município. Nessa perspectiva é válido ressaltar, ainda que em linhas gerais, que, compete ao referido conselho: “[...] a discussão de metas e prioridades orçamentárias, no âmbito do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual, podendo para isso realizar audiências públicas” (NOB/SUAS, 2012). Para tanto, incumbe aos conselhos de assistência social a fiscalização dos fundos dessa política. Identificamos que o presente conselho não soube informar acerca do controle e fiscalização financeira desta instância do município, desta forma recomendamos que o mesmo: Aprove a proposta orçamentária anual; Acompanhe / fiscalize a execução orçamentária; Aprove o plano de aplicação do Fundo Municipal de Assistência Social; Oriente e controle as ações do Fundo Municipal de Assistência Social. 13 Em relação às entidades socioassistenciais, o CMAS informou não saber informar sobre a realização de atualizações das inscrições das entidades, bem como informou não realizar ações de acompanhamento e fiscalização. Acerca dessa afirmação destacamos que de acordo com a resolução 16 é atribuição do conselho, realizar inscrição e fiscalização dessas entidades. O monitoramento também buscou identificar as principais dificuldades encontradas pelos representantes do CMAS na realização das ações deste órgão. Acerca dessas informações, foram destacadas: Secundarização da Política de Assistência Social no município Secundarização dos espaços de controle social no âmbito da Política Municipal de Assistência Social Ausência / insuficiência de capacitações Inadequação da estrutura física Insuficiência de equipamentos / materiais Insuficiência de recursos financeiros Insuficiência de recursos humanos Ausência / fragilidade de articulação com o órgão gestor da Assistência Social Limitações de atuação, decorrentes da normatização legal do Conselho no município Ausência / fragilidade na participação dos usuários da Política de Assistência Social Assim, cabe sempre lembrar, nos termos já discutidos nesse relatório, que ao órgão gestor da Assistência Social compete assegurar a infraestrutura necessária para o funcionamento do conselho. De maneira que para o presente caso, em que essa garantia não esteja sendo suficiente deve-se fazer a discussão e buscar alternativas para tanto. Esta é uma tarefa de todos os sujeitos comprometidos com a política, mas recai sobremaneira, para os conselheiros que compõem o CMAS. 5. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 5.1. Proteção Social Básica | PSB N o Município de Passira, a prevenção das situações de risco da população, definidas, no âmbito do SUAS, a partir dos serviços e equipamentos sociais da Proteção Social Básica/PSB, conta com uma rede de serviços composta por 01 CRAS urbano10, pelos serviços de proteção social básica definidos no SUAS, todos ofertados pelo equipamento além do Benefício de Prestação Continuada 10 Foi relatada existência de outro equipamento, no entanto conforme a informação de campo estava sem funcionar desde o final das eleições de 2012. De acordo com as informações do MDS, este Município possui 01 CRAS com cofinanciamento federal. 14 (BPC) e dos Benefícios Eventuais. De acordo com as informações do Gestor (a) compõe também a rede de PSB de Passira, o ProJovem adolescente, BPC na escola, além de programas e projetos de inclusão produtiva. Quanto ao BPC trabalho o município declarou não haver aderido ao mesmo. No que se refere ao serviço de convivência e fortalecimento de vínculo, a gestão da política de assistência social não soube informar. Tabela 8: Rede de PSB em Passira. EQUIPAMENTOS 01 CRAS Urbano SERVIÇOS Ofertado BENEFÍCIOS Serviço de Proteção e Atendimento à Família (PAIF) BPC Serviço de PSB no domicílio para pessoas com deficiência e idosas. Benefícios Eventuais PROGRAMAS BPC na escola PROJOVEM adolescente Programas/projetos de inclusão produtiva. Fonte: PMAPAS 2013. No que se refere ao atendimento à população usuária, a estruturação da rede de PSB se mostra satisfatória, quando se trata da oferta de elementos fundamentais, com destaque para o CRAS e para os serviços de PSB, voltados ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, na perspectiva da prevenção ás vulnerabilidades e violações de direitos. A oferta de benefícios eventuais também constitui aspecto importante, ao viabilizar o atendimento a demandas emergenciais e imediatas de famílias e indivíduos. Do mesmo modo, mostra-se relevante a inserção de idosos e pessoas com deficiência no BPC, considerando que o benefício, representa para além do acesso à renda, a possibilidade de melhorias nas condições de vida desses sujeitos. 5.1.1. Centro de Referência da Assistência Social | CRAS O CRAS urbano implantado no município está localizado em uma área estratégica e de fácil acesso a população atendida. Este CRAS dispõe de coordenador exercendo exclusivamente tal função e declara funcionar com equipe completa 05 vezes por semana. No âmbito do desenvolvimento do trabalho social do CRAS, as situações de vulnerabilidade e risco social e/ou pessoal, constituem elementos centrais, dando origem à implantação do equipamento e dos serviços de PSB e expressando as diferentes demandas observadas no cotidiano. Tais demandas apresentam especificidades relacionadas à realidade dos territórios e da população e definem as linhas de atuação das equipes. Nesse sentido, caracterizá-las significa aproximar-se da realidade de famílias, indivíduos e territórios, viabilizando a construção de estratégias de intervenção e enfrentamento às situações de risco e vulnerabilidade, o que, essencialmente, constitui o trabalho social do CRAS. No CRAS de Passira, as demandas mais predominantes no atendimento estão listadas na tabela abaixo. Verifica-se, pois, que as situações mais frequentes no 15 atendimento deste CRAS são aquelas próprias da PSB com destaque para aquelas que envolvem ações de acesso à renda (PBF), inclusão no PETI, programas de inclusão produtiva e/ou digital, pessoas sem documentação civil, dentre outras. Cabe salientar também que alguns dos atendimentos em destaque na tabela abaixo se tratam das violações normalmente atendidas no âmbito da proteção especial de média complexidade como em caso das negligências e violências praticadas contra os diversos públicos. Tabela 9: Situações predominantes no atendimento do CRAS de Passira. Demandas freqüentemente atendidas no CRAS Demandas relativas a benefícios eventuais Inclusão no BPC / BPC na Escola Inclusão no ProJovem Inclusão no Programa Bolsa Família (PBF) Inclusão no PETI Inclusão em programas de inclusão produtiva e/ou digital Negligência em relação à criança e adolescente Negligência em relação ao idoso Violência contra a criança e o adolescente Violência contra o idoso Violência relacionada ao uso/tráfico de drogas Pessoas sem documentação civil Crianças e adolescentes fora da escola Famílias elegíveis não inseridas nos programas ou benefícios de transferência de renda Famílias em descumprimento das condicionalidades do PBF Famílias em descumprimento das condicionalidades do PETI Criança e adolescentes em situação de trabalho infantil Criança, adolescentes e jovens em uso de substâncias psicoativas Crianças, adolescentes e jovens em situação de abuso sexual Crianças, adolescentes e jovens em situação de exploração sexual Fonte: PMAPAS/2013. Nesse sentido, PSB e PSE devem atuar de forma integrada, fortalecendo serviços e ações, na perspectiva da complementaridade, que envolve, ainda, a articulação no âmbito da rede socioassistencial local. Cabe lembrar a importância da articulação com o CREAS Regional no caso dos municípios que não possuem o CREAS no seu território a fim de fortalecer as ações da proteção social especial no município e realizando os encaminhamentos necessários à resolução das situações de violações apresentadas. No âmbito da atuação dos CRAS, é possível identificar também, as atividades e ações essenciais à operacionalização de seu trabalho social e que orientam o desenvolvimento de ações, atividades e estratégias de intervenção. A partir dessas informações destacam-se ações essenciais ao trabalho do CRAS que estão sendo desenvolvidas. 16 Quadro 1: Atividades e ações desenvolvidas pelo CRAS de Passira. Atividades e Ações Situação no CRAS Diagnóstico Socioterritorial Não possui Busca Ativa Grupos com Usuários Inclusão de Pessoas com Deficiência Acompanhamento de usuários (atualmente) Sistematização de dados e informações Realiza Desenvolve atividades periodicamente Desenvolve estratégias específicas para a inclusão Mobilização e disseminação Avaliação do trabalho desenvolvido Não possui esse dado sistematizado Realiza Campanhas sócioeducativas; Construção de materiais sócio educativos (folders, cartilhas, jornais, etc.); Divulgação de informações em redes sociais (internet); Divulgação na comunidade através de carros de som ou equivalente; Articulação com lideranças comunitárias; Articulação com associações comunitárias, ONGs, igrejas e/ou outras entidades da comunidade; Articulação com a rede socioassistencial do território; Desenvolvimento de trabalhos com grupos de usuários (no CRAS). Realiza Fonte: PMAPAS 2013. Acerca das informações destacadas acima, nota-se o desenvolvimento de atividades essenciais. No entanto, destaca-se ausência do diagnóstico, este é um instrumento necessário ao trabalho social do CRAS, sobretudo para o planejamento e identificação das principais estratégias de intervenções às situações de vulnerabilidades sociais presentes no território. A sistematização de dados e informações (realizada no equipamento), por sua vez, é fundamental para o registro de dados e informações acerca dos usuários, contribuindo para a alimentação de sistemas oficiais do SUAS, para o acompanhamento sociofamiliar e para a condução de encaminhamentos e articulações, tornando efetivo o atendimento prestado. É preciso pontuar que tais atividades devem privilegiar a temática da garantia de direitos e os objetivos da política de Assistência Social, não se limitando ao repasse de informações acerca de rotinas e normas. A esse respeito, as Orientações Técnicas para a atuação dos CRAS, definem que este equipamento deve considerar as famílias como um “espaço de ressonância e sinergia dos interesses e necessidades coletivas e de mobilização à participação e ao protagonismo social, ou seja, como um vetor de mudança da realidade social” (MDS, 2009, p.13). No que se refere à execução das atividades e ações no CRAS de Passira, a análise dos dados do Monitoramento 2013 revela um quadro satisfatório, considerando que todas estas atividades são instrumentos relevantes não só no processo de acompanhamento, mas também facilitador à sistematização e registro de informações das famílias acompanhadas. Dentro do trabalho desenvolvido pelo CRAS a ação de encaminhamento à rede socioassistencial ganha destaque por ser acionada de forma recorrente pelas equipes. Desse modo, materializa-se a necessidade da execução e planejamento de ações articuladas, 17 complementares e intersetoriais no âmbito da Política de Assistência Social, considerando que um único equipamento nem sempre será capaz de oferecer respostas satisfatórias às demandas dos usuários. É importante, desta maneira, atentar para a recorrência de encaminhamentos nestes espaços, já que dele pode-se apreender as maiores necessidades daquela população, o que, por conseguinte, aponta as áreas para a qual se deve conferir maior atenção e maior investimento pela gestão governamental. Quanto aos encaminhamentos e acompanhamento em específico, o quadro abaixo detalha que o CRAS realiza tais ações em relação ao CadÚnico, BPC, PBF, Benefícios Eventuais e outras políticas públicas. Em todas elas verificou-se que o CRAS tanto encaminha como acompanha as situações encaminhadas. De acordo com as normativas e recomendações para o trabalho social do CRAS às quais intensificam a necessidade de que todas as famílias e indivíduos atendidos tenham o seu histórico acompanhado na política e não fiquem sem respostas às suas demandas e vulnerabilidades. Quadro 2: Encaminhamentos realizados pelo CRAS de Passira. Construção de relatórios Quanto à realização Quanto o acompanhamento Visitas domiciliares Tipos de encaminhamentos Atendimentos psicossociais Interlocução com a rede socioassistencial Registro de informações Estratégias utilizadas no acompanhamento Para o CadÚnico Realiza Acompanha Sim Sim Sim Sim Sim Para o BPC / BPC na Escola Realiza Acompanha Sim Sim Sim Sim Sim Para o Bolsa Família Realiza Acompanha Sim Sim Sim Sim Sim Para Benefícios Eventuais Realiza Acompanha Sim Sim Sim Sim Sim Outras políticas públicas Realiza Acompanha Sim Sim Sim Sim Sim Não realiza - - - - - - Para entidades da sociedade civil Fonte: PMAPAS 2013 No âmbito de sua atuação, os CRAS assumem a função de gestão territorial, que compreende a articulação da rede socioassistencial de PSB referenciada ao CRAS; a promoção da articulação intersetorial; e a busca ativa, todas realizadas em seu território de abrangência (MDS, op.cit., p.19). Como é possível apreender, do quadro abaixo, o CRAS de Passira se articula, sobretudo, com a rede pública de atendimento do SUAS da PSB e PSE. Ele se articula também com outras políticas públicas como saúde e educação ambas relacionadas ao 18 universo da Assistência Social no país11, entre outras políticas setoriais. Também ocorrem articulações deste CRAS com instâncias pertencentes ao sistema de garantia e defesa de direito. Desse modo, estabelecem-se condições favoráveis ao desenvolvimento de práticas intersetoriais, capazes de potencializar o atendimento às demandas e necessidades da população, viabilizando seu acesso às demais políticas públicas e serviços setoriais. Quadro 3: Articulações estabelecidas no CRAS de Passira. Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde A partir de recebimento de encaminhamentos A partir do encaminhamento de usuários Através do acompanhamento de usuários Através de reuniões conjuntas Através de visitas institucionais Através de estudo de casos Através da realização de atividades em parceria Articulações A partir de contatos Como são realizadas as articulações X X X X X X X X X X X X X X X X X Serviços de Educação Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e Emprego Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família X X X X X Conselho Tutelar Programas ou Projetos de Inclusão Digital Unidades de atendimento sócio jurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) X X X X X X X X X X X X X X X X X Fonte: PMAPAS 2013 O quadro acima demonstra como ocorrem essas articulações no CRAS de Passira, destacando apenas as mais frequentes. Já no que se refere às formas como são realizadas as articulações, observa-se que no CRAS de Passira estas ocorrem a partir de contatos, reuniões, recebimento e realização de encaminhamentos, acompanhamento de usuários, visitas institucionais, estudos de caso, entre outras. Diante dos dados, cabe destacar que o atendimento qualificado às demandas da população usuária, requer acompanhamento, discussões e avaliações, num processo que 11 As políticas de saúde e educação passam a compor este universo, sobretudo, através da adoção da perspectiva de condicionalidades no acesso à transferência de renda. 19 sofre prejuízos quando limitado ao repasse dessas demandas a outras unidades e serviços, sem a realização de articulações. Cabe destacar, ainda, que o objetivo da articulação intersetorial é proporcionar a melhoria das condições de vida das famílias, possibilitando o acesso a serviços e favorecendo a troca de experiências e a busca de apoio e de soluções para problemas comuns, de maneira a constituir uma rede de proteção social (MDS, op.cit., p.26). 5.1.2. Benefícios Eventuais O s Benefícios Eventuais são definidos na LOAS (93) e suas alterações12 como “provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS”. Enquanto direitos sociais legalmente instituídos, visam ao atendimento das necessidades humanas básicas. Sua oferta deve ocorrer de forma integrada aos demais serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social nos municípios. As informações da gestão do município apontaram que os benefícios eventuais são ofertados mediante regulamentação em lei e se constituem de: auxilio natalidade, funeral, cesta básica e enxoval. Estes são operacionalizados na Secretaria de Assistência Social e acompanhados pelo CRAS. Tabela 10: Oferta dos Benefícios Eventuais em Passira. Benefícios eventuais O município oferta benefícios eventuais. O município possui regulamentação dos benefícios eventuais, através de Lei Não soube informar o ano de aprovação. Benefícios eventuais ofertados no município Local de atendimento Acompanhamento Auxilio natalidade Sim Secretaria de A.S. Sim Auxilio funeral Sim Secretaria de A.S. Sim Cesta básica Sim Secretaria de A.S. Sim Enxoval Sim Secretaria de A.S. Sim Fonte: PMAPAS/2013 É pertinente considerar que a cesta básica é apenas uma dentre várias possibilidades de enfrentamento das vulnerabilidades e das situações de risco, perdas e danos à integridade de famílias e indivíduos. Desta forma, o enfrentamento às situações em tela não pode limitar-se à viabilização de cestas básicas, mas também a partir de ações complementares e estruturantes, como a promoção do acesso a políticas, serviços e direitos sociais. Do contrário, as ações não atingem a complexidade das demandas e necessidades da população, produzindo resultados insuficientes e sem efetividade. Cabe dizer, ainda, que os benefícios eventuais não constituem competência específica dos CRAS e que possuem caráter “suplementar e provisório”, significando um 12 Lei 12.435 - 06.07.2011 - Altera a LOAS (93) 20 equívoco torná-los elementos centrais da prestação de serviços no âmbito da Assistência Social, logo, é fundamental que atuem tão somente de forma complementar aos serviços da PSB e PSE, a fim de não reduzir a Política à sua garantia. Finalmente, há que se pontuar uma compreensão fundamental: ainda que marcados pelo caráter complementar e provisório, os benefícios eventuais configuram um direito de todos aqueles que deles necessitem, devendo ser operacionalizados de modo que isso fique explícito a esses sujeitos, o que pressupõe a mesma clareza por parte de gestores e técnicos. 5.1.3. Benefício de Prestação Continuada | BPC O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma modalidade13 de benefício assistencial prevista na Política de Assistência Social e demais instrumentos legais – normativos da referida Política. Instituído pela Constituição Federal e regulamentado pela LOAS/9314, este benefício integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e dispensa prévia contribuição junto à Previdência Social para acessá-lo. As informações alcançadas pelo monitoramento 2013 realizado no município de Passira demonstram que o mesmo não dispõe de dados sistematizados sobre o quantitativo de beneficiários no Município. Quanto ao BPC na escola, o município declarou adesão, no que se refere ao BPC Trabalho, que tem como objetivo a promoção da inserção de beneficiários no mundo do trabalho15, o Município não aderiu. De acordo com as informações, segue abaixo as ações desenvolvidas pelo órgão gestor do BPC no âmbito do município. Tabela 11: Ações desenvolvidas pelo Órgão gestor do BPC no Município de Passira. Ações desenvolvidas pelo órgão gestor do BPC no município Disponibilização para o CRAS de listagem de beneficiários do BPC residentes em seu território de abrangência Estabelecimento de articulação com unidades de atendimento do INSS Fonte: PMAPAS/2013. Estas atividades desempenhadas pelo órgão gestor do benefício no município são fundamentais para a ampliação e desenvolvimento de ações acerca do benefício, inclusive apresenta potencial na mobilização para realização de análise e sistematização da realidade identificada. Estas são atividades relevantes por servirem também para subsidiar outros setores com dados e informações acerca das vulnerabilidades e violações que envolvem o público específico do BPC. 13 Outras modalidades são os benefícios eventuais já discutidos anteriormente. Outros instrumentos de regulamentação do benefício são: Leis nº 12.435, de 06/07/2011 e nº 12.470, de 31/08/2011, que alteram dispositivos da LOAS e Decretos nº 6.214, de 26 de setembro de 2007 e nº 6.564, de 12 de setembro de 2008. 15 Os programas são destinados a públicos-alvo específicos, quais sejam: crianças e adolescentes com deficiência, de 0 a 18 anos, beneficiários do BPC, no caso do BPC na Escola; adolescentes, jovens e adultos de 16 a 45 anos, no caso do BPC Trabalho, que admite, ainda, a inserção de pessoas com deficiência a partir dos 14 anos de idade, na condição de menores aprendizes. 14 21 Neste sentido, o diagnóstico socioterritorial e os questionários de identificação de barreiras para o acesso e permanência de beneficiários do BPC na escola e no mundo do trabalho, são instrumentos que permitem não apenas identificar as demandas existentes, mas delinear estratégias de intervenção. Sob essa orientação, iniciativas dessa natureza contribuem para a ampliação da rede de PSB e, ainda, para a qualificação do atendimento prestado em seu âmbito, conforme as necessidades apresentadas. Outro recurso a que se devem recorrer quando do desenvolvimento do trabalho da gestão do benefício e sua adequada implementação é a realização do monitoramento da gestão e implementação do BPC que o município declara não realizar. Salienta-se que esta é uma das responsabilidades dos estados junto aos municípios. Cabendo aos mesmos, assessorá-los na elaboração de estratégias, em consonância com o Governo Federal, para o monitoramento da implementação da Gestão Integrada, conforme definição do Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual. E, entre outras atribuições, garantir a articulação da Proteção Social Básica (PSB) e da Proteção Social Especial (PSE) com a Coordenação Estadual do PBF, estabelecendo, quando for o caso, fluxos de referência e contrarreferência regionalizados entre o CRAS, o CREAS e os serviços de proteção social especial, conforme metas de regionalização definidas no Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual. (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009). Fica também sob a responsabilidade do estado, o desenvolvimento de ações, em parceria com os Municípios, para a capacitação dos trabalhadores do SUAS e conselheiros estaduais e municipais da Assistência Social, a fim de aprimorar os serviços socioassistenciais, conforme metas de capacitação definidas no Pacto de Aprimoramento de Gestão Estadual do SUAS. No que diz respeito à gestão integrada do BPC e às informações fornecidas pelo Governo Federal ao município, os dados declarados ao monitoramento 2013 são de que o Município acessa informações, tais como: Tabela 12: Informações fornecidas pelo governo federal ao Município de Passira. Informações fornecidas pelo governo federal ao município (acerca dos beneficiários no município) Identificação do endereço dos beneficiários Espécie dos benefícios (idoso ou pessoa com deficiência) Nome da mãe e do representante legal do beneficiário (caso haja) Tipo de representante legal Data da concessão e número do benefício Situação do benefício Situação escolar dos beneficiários do BPC de até 18 anos (matrícula escolar) Endereço para localização dos beneficiários do BPC de até 18 anos Fonte: PMAPAS/2013. Ressalta-se que o fornecimento de informações acerca do BPC compõe na verdade, o rol de responsabilidades apontadas na res. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009, que dá as 22 diretrizes da gestão integrada16 afirmando, principalmente, a necessidade da coresponsabilidade entre os entes federados na garantia das seguranças afiançadas pela Política Nacional de Assistência Social e a centralidade da família no atendimento socioassistencial de forma integral, visando à interrupção de ciclos intergeracionais de pobreza e de violação de direitos. Os objetivos desta gestão integrada estão, em ultima instância, em definir através de pactuações, entre os entes federados, os procedimentos que garantam a oferta prioritária de serviços socioassistenciais para os indivíduos e as famílias beneficiárias do PBF, do PETI e do BPC. E, ainda, construir possibilidades de atendimento intersetorial, qualificar o atendimento a indivíduos e famílias além de potencializar estratégias para a inclusão social, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, o acesso à renda e a garantia de direitos socioassistenciais, entre outros. (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009). O representante do BPC no município em questão declarou não saber informar sobre a identificação de atravessadores no processo de requerimento do Benefício. Quanto às articulações da gestão do BPC com os diversos serviços, programas e instituições do município, foram declaradas aquelas que se realizam com as unidades públicas da PSB e PSE, com serviços de saúde e educação, além do INSS e órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil, dentre outros. (tabela abaixo). Destacam-se como aspecto positivo as articulações realizadas com a coordenação do PBF, com conselho tutelar e unidades de atendimento sociojurídico (Defensorias, Fóruns, Ministério Público, entre outros). Tabela 13: Articulações da Gestão municipal do BPC. Serviços, programas e/ou instituições com as quais a equipe responsável pelo BPC no município se articula Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Serviços de Saúde Agência do INSS Gestão Estadual da Assistência Social Ministério da Previdência Social Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselho do Idoso Conselho da Pessoa com Deficiência Conselho Municipal de Assistência Social Fonte: PMAPAS/2013. O município informou que não há articulações realizadas entre a gestão municipal do BPC e a SEDAS, nem do contrário, da SEDAS com a gestão municipal. No intuito de melhorar a relação entre a esfera municipal e a estadual, promovendo o fortalecimento das articulações, o município sugere que o estado: Capacitações; Apoio técnico. 16 Articulação entre serviços, benefícios e transferências de renda no âmbito do SUAS. 23 Neste sentido, cabe situar que compete ao órgão gestor estadual da Assistência Social estabelecer estratégias específicas para a implementação e monitoramento da gestão integrada nas áreas com CREAS Regional, considerando a parceria com o município sede e aqueles vinculados. 5.1.4. Benefício de Prestação Continuada | BPC na Escola O Município de Passira aderiu ao programa BPC na escola. No entanto, no momento do monitoramento o mesmo estava em processo de organização do grupo gestor, bem como da aplicação dos questionários de identificação de dificuldades e barreiras. Desta forma, até o momento do monitoramento, não foi desenvolvida nenhuma ação em relação a esse programa no Município. 5.2. Proteção Social Especial | PSE O atendimento assistencial às famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social é realizado pela rede de PSE. Nessa modalidade de proteção são estabelecidos dois níveis de complexidade: média, voltada a famílias e indivíduos com direitos violados e vínculos familiares e comunitários ainda preservados; e alta, que garante proteção integral a famílias e indivíduos sem referência e/ou em situação de ameaça, necessitando ser retirados do núcleo familiar e/ou comunitário (PNAS, 2004, p. 38). De acordo com a tabela abaixo, em Passira, a rede de PSE é composta por 01 (um) CREAS municipal; por serviços especializados de média complexidade, ofertados e/ou referenciados pelos CREAS. No âmbito da média complexidade, a rede municipal de PSE está estruturada com serviços básicos para o atendimento às famílias nos CREAS através do PAEFI, de acordo com informações da equipe co CREAS, este equipamento dispõe de serviços como PSE no domicilio para pessoas com deficiência e idosos, abordagem social, medidas socioeducativas (LA/PSC) e serviço especializado em situação de rua. Nota-se também que ações de combate ao trabalho infantil são desenvolvidas no município através do PETI. Tabela 14: Rede de PSE em Passira. Equipamentos 01 CREAS municipal Ofertados Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Família e Indivíduos (PAEFI) PSE no domicílio para pessoas com deficiência e idosos. Abordagem Social Programas PETI Medidas socioeducativas (LA/PSC). Fonte: PMAPAS 2013. A partir do reconhecimento da especificidade da atuação dos CREAS na prestação do atendimento especializado a famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos, 24 este relatório apresentará, a seguir, a análise acerca da operacionalização do trabalho social deste equipamento social no município de Passira. 5.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). Além de ofertar serviços especializados em caráter continuado, o CREAS se constitui como pólo de referência, coordenador e articulador da PSE de média complexidade, sendo responsável pela oferta de orientação e apoio a indivíduos e famílias com seus direitos violados, mas sem rompimento de vínculos. Nessa perspectiva, o equipamento deve buscar a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares. Dentro de seu contexto social, deve focar no fortalecimento dos recursos para a superação da situação de vulnerabilidade apresentada. O CREAS de Passira está localizado em uma área estratégica, de fácil acesso à população, próximo aos locais de maior concentração do público atendido. Dispõe de coordenação com função exclusiva e equipe completa funcionando 01 vez por semana. Cabe destacar, ainda, que o CREAS responde pela articulação dos serviços de Média Complexidade e pela operação da referência e da contrarreferência com a rede de serviços socioassistenciais da PSB e PSE e as demais políticas públicas e instituições que compõem o sistema de garantia dos direitos, incluindo os movimentos sociais. Para que isso ocorra, é necessário estabelecer mecanismos de articulação permanentes, como reuniões, encontros para discussão, acompanhamento e avaliação das ações. Outro elemento fundamental para a realização do trabalho social do CREAS é o planejamento de suas ações e atividades, que deve explicitar a proposta da Unidade e dos Serviços ofertados, considerando, objetivos e metas a atingir em um determinado período de tempo, bem como os meios e recursos necessários para seu alcance, e admitindo a participação dos diferentes sujeitos envolvidos na atuação do equipamento (MDS, 2011, p. 53). Abaixo uma tabela que melhor descreve essas situações. 25 Tabela 15: Planejamento das ações do CREAS. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO CREAS Equipamento CREAS MUNICIPAL Frequência Participantes Quinzenal Gestão municipal Equipe técnica de nível superior Equipe técnica de nível médio Representante da rede socioassistencial Representante da PSE Usuários do CREAS Temas Abordados Construção do plano de ações e atividades do CREAS Definição de metas e prioridades Organização de ações de formação e capacitação Discussão do trabalho social com famílias e dos serviços a serem implementados nos CREAS Avaliação e discussão das ações e atividades em andamento e/ou concluídas Divulgação e repasse de informações Discussão sobre normas e rotinas Discussão sobre condições de trabalho Fonte: PMPAS/2013. Os dados trazidos pelo monitoramento 2013 indicaram que o planejamento no CREAS do município de Passira é realizado quinzenalmente abordando temas relativos ao desenvolvimento do trabalho social do CREAS, como a avaliação, definição de metas e prioridades, discussão sobre condições de trabalho, dentre outros. Observa-se, ainda, a adoção de uma metodologia avaliativa, o que contribui para o redirecionamento de ações e atividades. No que se refere à construção do planejamento, o CREAS Municipal assume uma perspectiva participativa, uma vez que consegue articular no seu processo de planejamento todos os entes envolvidos na política do município. No âmbito da atuação do CREAS, duas dimensões podem ser consideradas como norteadoras de ações, atividades e estratégias de intervenção. Trata-se do: 1) diagnóstico socioterritorial, que permite identificar demandas e prioridades específicas dos territórios e 2) das formas de acesso dos usuários ao equipamento, que indicam tanto o nível de sua consolidação na comunidade, quanto à capacidade de articulação da rede socioassistencial. No que se refere ao diagnóstico socioterritorial o CREAS municipal informou não ter acesso. Esse instrumento possibilita a apreensão da realidade e das demandas dos territórios e usuários, contribuindo para a definição de prioridades e estratégias de atuação e enfrentamento às situações de violação de direitos. Em relação às principais formas de acesso dos usuários ao equipamento em questão, os dados da tabela abaixo mostram que tais usuários acessam o CREAS por meio de demanda espontânea, busca ativa, encaminhamentos da própria rede de assistência social e conselhos, bem como unidades de atendimento sociojurídico. 26 Tabela 16: Principais formas de acesso dos usuários no CREAS. Principal(ais) forma(s) de acesso dos usuários a este CREAS Demanda espontânea Busca ativa Encaminhamentos da rede de Assistência Social Encaminhamentos das demais políticas públicas (Saúde, Educação, etc.) Fonte: PMAPAS/2013. No âmbito das situações de violações de direitos frequentemente atendidas no CREAS de Passira, é possível apreender, como demonstra a tabela abaixo, que comparecem aquelas tipicamente referenciadas na PSE (ver tabela abaixo). Tais violações, responsáveis pelo aprofundamento das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social, devem ser consideradas em um contexto sócio-histórico e multidimensional, determinando a oferta e o desenvolvimento de ações e atividades, além de subsidiarem a construção de diagnósticos socioterritoriais. Nesse sentido, a identificação e a sistematização de dados e informações sobre a realidade de famílias e indivíduos com direitos violados são fundamentais para a construção de estratégias de enfrentamento e execução do trabalho social do CREAS. No que se refere às situações frequentemente atendidas, observa-se que este equipamento recebe demandas como: violência física (criança do ambos os sexos), psicológica (criança e adolescente do sexo feminino) e sexual (criança e adolescentes do sexo feminino); negligência (criança, adolescente e idosos de ambos os sexos), dentre outros como, situação de trabalho infantil, dependência química e situação de mendicância. Tabela 17: Situações frequentemente atendidas no CREAS do Município de Passira. Feminino X X Masculino X X X Sexo Pessoa com Deficiência X X X X Idoso Violência Física Violência Psicológica Violência Sexual Negligência Abandono Trabalho Infantil Dependência química Situação de rua e mendicância Adolescente Situações Criança Demandas frequentemente atendidas no CREAS Público-Alvo X X X X X X X X X X X Fonte: PMAPAS/2013. 27 Quanto às articulações, o CREAS de Passira as estabelece com instâncias da rede essencial de articulação17, para as quais são realizados, ainda, encaminhamentos. A esse respeito, observa-se, ainda, na tabela abaixo, que nem todas as instâncias com as quais o CREAS se articula, são para realização de encaminhamentos, a saber, os programas e projetos de inclusão digital. Segundo as Orientações Técnicas para a operacionalização dos CREAS (MDS, 2011), a identidade desse equipamento deve ser fortalecida no processo de articulação com a rede, delimitando papéis e competências, de modo a assegurar o desenvolvimento de ações complementares e sinérgicas e prevenir que os serviços ofertados assumam funções que não lhes são concernentes. Abaixo uma tabela que melhor descreve essas informações. Tabela 18: Atividades desenvolvidas no CREAS de Passira. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EQUIPAMENTOS CREAS Municipal Articulações Encaminhamentos Acompanhamento de Usuários Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Serviços ou Programas de Segurança Pública Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselhos de Políticas Públicas e Defesa de Direitos Programas ou Projetos de Inclusão Digital Unidades de atendimento sociojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Serviços ou Programas de Segurança Pública Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselhos de Políticas Públicas e Defesa de Direitos Unidades de atendimento sociojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Visitas domiciliares; Atendimentos psicossociais; Interlocução com a rede socioassistencial; Relatórios e/ou prontuários; Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar. Fonte: PMAPAS/2013. 17 CRAS; CadÚnico; serviços de saúde e educação; órgãos de defesa de direitos; serviços de acolhimento; trabalho e geração de renda (MDS, 2011, p. 62). 28 Já no âmbito do acompanhamento especializado, as equipes do CREAS de Passira recorrem a elementos essenciais à sua realização, potencializando o enfrentamento às situações de violação de direitos e o desenvolvimento de ações para o fortalecimento ou restabelecimento de vínculos familiares e comunitários. Após a análise apresentada, destacamos que no Município de Passira faz-se necessário assegurar condições que garantam a continuidade dessa atuação, potencializando o desenvolvimento do trabalho social e o reforço àquelas atividades que não estão sendo desenvolvidas, mas são reconhecidamente necessárias à atuação do equipamento no território. Além disso, a gestão municipal deve estar atenta às dificuldades e limites observados no âmbito deste equipamento, estabelecendo canais de comunicação com equipes e coordenações, com vistas a viabilizar alternativas de superação dos desafios. 6. GESTÃO DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE PASSIRA. 6.1. Composição e formação profissional dos Recursos humanos da Assistência Social. A gestão do trabalho no SUAS, conforme exposto na NOB/SUAS 2012, compreende o planejamento, a organização e a execução das ações relativas à valorização do trabalhador(a) e à estruturação do processo de trabalho institucional, em todas as esferas de governo. Na perspectiva da referida Norma, tal valorização comporta um grupo de ações que devem ser realizadas no intuito de desprecarização da relação e das condições de trabalho (NOB/SUAS 2012, art. 109). Entre as estratégias adotadas estão: a adoção de quadro profissional por via do concurso público; a instituição de avaliação de desempenho; a implantação de Plano de Capacitação e Educação Permanente com certificação; o esforço de adequar os perfis profissionais às necessidades do SUAS; a instituição de planos de cargos, carreira e salários (PCCS) e a garantia de ambiente de trabalho saudável e seguro, em consonância às normativas de segurança e saúde dos trabalhadores (idem). Ainda em consonância com o previsto na NOB/SUAS 2012, a estruturação do processo de trabalho no SUAS deve levar em consideração: a elaboração de desenhos organizacionais; existência de processos de negociação do trabalho e sistemas de informação, além de supervisão técnica. Vale salientar que todas as ações previstas para implementação da gestão do trabalho no SUAS deverão ser asseguradas financeiramente pelos entes federativos, sobretudo, na adoção das responsabilidades compartilhadas. Para uma análise mais ampliada do tema da Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS, é imprescindível pensar esta gestão a partir da sua organização e das condições de sua realização. Significa entender que as questões que envolvem a regulação e a gestão deste trabalho, precisam ser pensadas sob a perspectiva de totalidade, que considere pelo menos três dimensões indissociáveis, quais sejam: 1. atividades desenvolvidas 2. condições materiais, institucionais, físicas e financeiras e, 3. meios e instrumentos necessários ao adequado exercício profissional. (Parâmetros, CFESS, 2009). 29 De um modo geral, as informações do monitoramento 2013, agrupadas na tabela abaixo mostram que há o município de Passira 38 profissionais à disposição da gestão de assistência social. Destes, 07 estão lotados no CRAS do município e 06 no CREAS. Do total de profissionais da assistência social 19 são concursados - com vínculo empregatício permanente capaz de assegurar a continuidade dos serviços ofertados no seu território. (ver detalhes dos vínculos na tabela abaixo). Tabela 19: Composição dos recursos humanos da Assistência Social em Passira. Gestão do Trabalho - Composição dos recursos humanos PSEMC PSB QSM Programas/ projetos/ Serviços Vínculos Total de profissionais Contrato Concurso Gestão Municipal 38 23 13 0 2 0 CRAS 7 4 3 0 0 0 CREAS 6 3 3 0 0 0 Prestador de Cargo Voluntário Serviço Comissionado Fonte: PMAPAS 2013. Esta realidade destaca na tabela acima é retrato de uma tendência nacional e estadual de precarização dos vínculos trabalhistas, consequência da falta de definição de orçamentos para a assistência social em todas as esferas governamentais e da pouca prioridade da qual é alvo a área social de um modo geral, no campo da política brasileira. Na tabela abaixo, estão expostas as formações profissionais de que a assistência social dispõe no município como importante elemento de profissionalização desta política que tem demandado, ao longo da sua história, profissionais qualificados e apropriados para o desenvolvimento do trabalho social com famílias e indivíduos na perspectiva da garantia de direitos e de valorização da assistência social como política pública e de responsabilidade estatal. É possível constatar, a partir dos dados abaixo que o quadro de profissionais de nível superior da Assistência Social em Passira, em relação à PSB cumpre o requisito – previsto na NOB-RH/SUAS/2011 – da composição dos recursos humanos por profissões regulamentadas em lei e que possuem Conselho Profissional. Para o CRAS se fazem presentes as categorias de assistente social e de psicólogo(a) conforme exige a NOB RH SUAS vigente. No âmbito do CREAS, verificou-se também esse cumprimento, destacando-se a presença de assistente social, psicólogo(a), e advogado(a). 30 Tabela 20: Formação profissional da Assistência Social em Passira. Gestão do Trabalho - Formação profissional Função Advoga do Cuidador Pedagogo Antropólogo Outros PSB Total de Assistente Psicól profissionais Social ogo CRAS 7 1 1 0 0 0 0 5 PSEMC Programas/ projetos/ Serviços CREAS 6 1 1 1 0 0 0 3 Fonte: PMAPAS 2013. 6.2. Condições de trabalho no âmbito do SUAS A análise das condições do trabalho realizado nas ações do SUAS é um requisito importante como forma de verificar a qualidade do serviço prestado à população que acessa a política de assistência social no município. Sendo assim, entende-se que a proteção nos espaços de trabalho, a existência de remuneração correspondente às funções, a instituição e manutenção de direitos trabalhistas assim como a definição de equipes de referência, são condições laborais dignas reconhecidas como primordiais para uma atuação profissional que responda aos objetivos da assistência social enquanto política pública não contributiva disponível para quem dela necessite. Abaixo segue um quadro que descreve os espaços físicos dos equipamentos monitorados em Passira: Quadro 4: Espaços físicos do CRAS de Passira. ESPAÇOS FÍSICOS DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS PSB PSEMC Itens CRAS CREAS Copa/cozinha 1 1 Sala da administração e/ou coordenação 1 1 Sala de atendimento individual 1 Sala de atendimento familiar e/ou coletivo 1 1 Almoxarifado ou similar 0 Espaço externo 1 Banheiros 1 1 Fonte: PMAPAS 2013 No contexto específico de operacionalização da política de assistência social em Passira, foi identificado que o referido equipamento social opera com os espaços físicos necessários à realização do trabalho em equipe. Como pode ser visualizado na tabela acima, o CRAS dispõe de salas de atendimento familiar ou coletivo, sala para administração, recepção, banheiros e cozinha. No que se refere ao CREAS, dispõe dos mesmos equipamentos com acréscimo da sala de atendimento individual e espaço externo. 31 Dentre os „recursos materiais‟ descritos nas provisões da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), destacam-se aquisição de material permanente e de consumo, tais como: mobiliário, computadores, linha telefônica ou telefone móvel; materiais socioeducativas (artigos pedagógicos, culturais e esportivos etc.); banco de dados dos (as) usuários (as) de benefícios e serviços socioassistenciais como o Cadastro Único e o BPC. Estes itens possibilitam a organização de informações importantes sobre a estruturação dos serviços, o fluxo de atendimento das demandas, o perfil dos (as) usuários (as), o quantitativo de atendimento; agilidade na comunicação (requerimentos, e-mails, pesquisas, divulgação de atividades, articulações com a Rede Socioassistencial, etc). Desse modo, percebe-se a relevância dos equipamentos sociais disporem desses recursos materiais no sentido de dar qualidade ao trabalho realizado e às condições de trabalho da equipe. Dos equipamentos e materiais considerados essenciais ao desenvolvimento do trabalho do CRAS, expostos no quadro abaixo, percebe-se que o CRAS e o CREAS dispõem de: armário, material de expediente, material informativo e para o desenvolvimento de atividades individuais e coletivas e mural informativo. Nota-se ausência de itens fundamentais como telefone, computador com acesso a internet e veículo (CRAS), dentre outros destacados na tabela abaixo. Quadro 5: Equipamentos e materiais existentes nos equipamentos sociais de Passira. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS EXISTENTES NOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS PSB PSEMC Itens CRAS CREAS Telefone 0 0 Computador sem acesso à internet 0 1 Computador com acesso à internet 0 0 Fax 0 0 Impressora 0 1 Televisor 1 0 DVD 1 0 Projetor multimídia 0 0 Aparelho de som 0 Câmera fotográfica 0 0 Veículo 0 1 Arquivo / armário para armazenamento de 1 1 documentos Material de expediente 1 1 Material informativo 1 1 Material para o desenvolvimento de 1 1 atividades individuais e/ou coletivas Acervo bibliográfico 0 1 Mural informativo 1 1 Fonte: PMAPAS 2013. 32 6.3. Capacitação continuada/formação e qualificação profissional. A Política Nacional de Capacitação prevê responsabilidades compartilhadas entre as três esferas governamentais, com a finalidade de promover iniciativas de capacitação contínua para trabalhadores (as) do SUAS, através de diretrizes gerais para todo o País, assim como de acordo com as especificidades de cada região e/ou municípios. A capacitação no âmbito do SUAS deve ser destinada e garantida ao conjunto de trabalhadores (as) e atores (as) da Assistência Social – gestores (as), trabalhadores (as), técnicos (as) e administrativos, dos setores governamentais e não governamentais pertencentes à rede socioassistencial, e conselheiros. A concepção de formação dos (as) técnicos (as) do SUAS deve vir ancorada na ética do desenvolvimento de perfis profissionais habilitados a avaliar os desempenhos e resultados dos serviços socioassistenciais prestados aos (as) usuários (as), através também do seu compromisso político e pela concretização dos direitos do público-alvo da assistência e ativação dos mecanismos democráticos (SILVEIRA, 2011). Pertence ainda ao conjunto de condições indispensáveis à capacitação continuada, a formação e qualificação profissional, de acordo com a NOB-RH/SUAS: 1) implementação dos planos anuais de capacitação; 2) a provisão de recursos financeiros, humanos, tecnológicos e materiais adequados; 3) o envolvimento de diversos atores no que tange ao planejamento, execução, monitoramento e avaliação dos planos de capacitação, aprovados por seus respectivos conselhos; 4) a nacionalização, definindo-se conteúdos gerais mínimos, todavia, sendo respeitadas as diversidades geográficas das regiões, Estados e municípios, promovendo-se a descentralização; a garantia do exercício de avaliação e monitoramento, realizados através do controle social. No que tange ao acesso das equipes a formações e capacitações, o estado de Pernambuco desenvolveu uma agenda de Capacitações realizadas pela Gerência de Planejamento, Projetos e Capacitação – GPPC em 2012, destacando-se as temáticas acerca Gestão do SUAS, Violação de Direito: Discutindo os casos: A intervenção e os conflitos intrafamiliar junto às vítimas e seus familiares. Comparando as capacitações ofertadas e aquelas que em geral, os (as) trabalhadores (as) dos equipamentos de CRAS e CREAS sugerem ou solicitam pode-se afirmar que as temáticas desenvolvidas atendem parcialmente as necessidades apontadas pelas equipes dos CRAS e CREAS em questão, que apresentaram sugestões nas temáticas específicas: sobre vigilância social, violência e abuso sexual, trabalho com idoso e suas famílias e trabalho infantil. (ver apêndice A). 33 7. CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES. 7.1. Gestão da política. No que se refere à realidade de Passira o monitoramento 2013 identificou o cumprimento dos requisitos mínimos previstos na política de assistência social onde foram constatadas as seguintes potencialidades e fragilidades: Potencialidades Fragilidades Existência de Plano, elaborado e aprovado pelo CMAS. Existência de FMAS, criado por lei, com CNPJ próprio e gestão realizada pela Secretaria de Assistência Social. Ausência de financiamento estadual no momento da visita do monitoramento. Adesão ao financiamento fundo a fundo. Não possui setor de vigilância e monitoramento e avaliação; Não dispõe de diagnóstico das áreas de risco e vulnerabilidade atualizado. Considerações / Recomendações O município já aderiu ao Fundo a Fundo, estando apto a acessar os recursos do Fundo Estadual de Assistência Social. Cabe a partir de então verificar os entraves apresentados quando da liberação financeira já que se trata de repasse direto e automático a fim de garantir a continuidade e não interrupção no processo de repasse por parte do estado. A existência dessas estruturas administrativas, contribuem para a efetivação do caráter preventivo e proativo da política de assistência social. 34 7.2. Conselho Municipal de Assistência Social. O conselho Municipal de Assistência Social do Município de Passira estava em processo de implantação no momento da visita. No quadro abaixo podem ser visualizadas algumas informações coletadas no momento do monitoramento. Potencialidades CMAS dispõe de presidência. Infraestrutura provida pelo órgão gestor da Assistência Social. Fragilidades CMAS não possui plenário, comissões temáticas, vicepresidência, secretaria executiva e equipe técnica e de apoio. Considerações / Recomendações É fundamental reconhecer a relevância dessa estrutura para o efetivo funcionamento do controle social da Assistência Social no município, devendose para tanto, fazer cumprir de fato o papel de cada uma delas. CMAS não soube informar acerca da atuação em relação ao IGD SUAS e bolsa família. É importante que o CMAS delibere sobre o planejamento da utilização dos recursos do IGD SUAS e bolsa família, bem como desfrute de pelo menos 3% dos recursos transferidos do IGDSUAS e bolsa família deverão ser gastos com atividades de apoio técnico e operacional para fins de fortalecimento do CMAS. Conselho não soube informar acerca do controle e fiscalização financeira do FMAS. Recomendamos que o Município: Aprove a proposta orçamentária anual; Acompanhe / fiscalize a execução orçamentária; Aprove o plano de aplicação do Fundo Municipal de Assistência Social e Oriente e controle as ações do Fundo Municipal de Assistência Social. Existência de entidades de cunho religioso. É importante o CMAS avaliar essa relação uma vez que muitas destas entidades não exercem vinculação direta com a Assistência Social enquanto política pública. 35 7.3. Capacidade instalada da política de assistência social no município. Como foi demonstrado neste relatório a rede de PSB e PSE de Passira é composta pelos principais equipamentos e serviços essenciais ao atendimento da população usuária do SUAS. No quadro abaixo podem ser visualizados os aspectos considerados mais frágeis no município e aqueles que representam grande potencial no desenvolvimento da sua política de assistência social. Potencialidades Fragilidades Considerações / Recomendações 01 CRAS urbano, e 01 CREAS, todos localizados em uma área estratégica, de fácil acesso à população a ser atendida e próximo aos locais de maior concentração ao público atendido. Todos os CRAS e CREAS ofertam Serviços de proteção social básica e especial (respectivamente) definidos no SUAS. CRAS não dispõe de diagnóstico socioterritorial. Benefícios eventuais ofertados por lei e operacionalizados pela Secretaria de Assistência Social. Ausência de diagnóstico no CRAS. A ausência deste instrumento limita a apreensão da realidade e das demandas dos territórios e usuários, com prejuízos para a definição de prioridades e estratégias de atuação e enfrentamento às situações de violação de direitos. Recomenda-se que este equipamento solicite esse instrumento a gestão da política no Município. Esta, através do setor de vigilância, tem o dever de realizar o diagnóstico anualmente, bem como o estabelecimento de estratégias de disseminação e publicização a fim de realizar trabalho conjunto com as PSB e PSE do município. Oferta de Benefício de Não aplicação do questionário Ressaltamos a importância 36 Prestação Continuada e adesão ao BPC na Escola. de dificuldades e barreiras no âmbito do BPC na escola. Não adesão ao BPC no Trabalho. 7.4. do Município realizar ações capazes de identificar demandas que justifiquem a adesão a esse Programa. O diagnóstico socioterritorial e os questionários de identificação de barreiras para o acesso e permanência de beneficiários do BPC na escola e no mundo do trabalho, são instrumentos que permitem não apenas identificar as demandas existentes, mas delinear estratégias de intervenção. Gestão do Trabalho Potencialidades Fragilidades Os CRAS e CREAS dispõem de coordenação com função exclusiva. CREAS que funciona com equipe completa 01 vez por semana. O CRAS funciona com equipe completa 05 dias da semana. Há 38 profissionais no quadro da política de assistência social do Município. O município dispõe de 13 profissionais concursados. Considerações / Recomendações Foram detectados no âmbito da gestão do trabalho da assistência social deste município alguns aspectos frágeis que na verdade sinalizam para a necessidade da gestão municipal repensar sua política de recursos humanos e de condições de trabalho orientada pelo que recomenda a NOB-RH /SUAS. No caso específico dos CRAS e CREAS identificou-se a dificuldade de garantir funcionamento integral durante a semana com equipe completa conforme recomenda a NOB- RH/SUAS. 37 REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1998. ______. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Texto da Resolução Nº 109, de 11 de Novembro de 2099. Publicada no Diário Oficial da União em 25 de Novembro de 2009. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, 2009. ____________. MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição Necessária – Brasília, DF: MDS: Secretaria Nacional de Assistência Social. 2011. ______. Política Nacional da Assistência Social 2004. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2004.______. Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 1993. ______. Lei 12.435, de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, dispõe sobre a organização da Assistência Social. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. _______. Sistema Único da Assistência Social - Norma Operacional Básica. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2012. _______. Resolução n° 237, de 14 de dezembro de 2006. Diretrizes para a estruturação, reformulação e funcionamento dos Conselhos de Assistência Social. Brasília: Conselho Nacional de Assistência Social, 2006. ______. Portaria n°246, de 20 de maio de 2005. Brasília: GM/MDS, 2005. ______. Resolução n° 16, de 05 de maio de 2010. Brasília: CNAS, 2010. ______. Orientações técnicas – Centro de Referência da Assistência Social. Brasília: MDS, 2009. ______. Orientações técnicas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS. Brasília: MDS, 2011. ______. Resolução CIT nº 7, de 10 de setembro de 2009. Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e transferências de renda no âmbito do SUAS. ______. Orientações técnicas – Centro de Referência da Assistência Social - CRAS. Brasília: MDS, 2009. ______. Orientações técnicas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS. Brasília: MDS, 2011. ______.PARÂMETROS PARA ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Brasília, CFESS, 2009. Edição virtual disponível em: WWW.cfess.org.br BOSCHETTI, Ivanete. Assistência Social no Brasil: um direito entre a originalidade e conservadorismo. 2. ed. Brasília: GESST/SER/UNB, 2003. PERNAMBUCO. Resolução nº 188 de 05/12/2008. Política Estadual de Assistência Social/PEAS. Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos – SEDSDH, 2008. SILVEIRA, Jucimeri Isolda. Gestão do Trabalho: concepção e significado para o SUAS. Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição Necessária – Brasília, DF: MDS: Secretaria Nacional de Assistência Social. 2011. 38 APÊNDICES 39 APÊNDICE A – SUGESTÃO DE TEMAS PARA CAPACITAÇÃO DO CRAS e CREAS DE PASSIRA. EQUIPAMENTOS TEMAS SUGERIDOS CRAS Sobre vigilância social CREAS Violência e abuso sexual, Trabalho com idoso e suas famílias, Trabalho infantil. 40 APÊNDICE B - REGISTRO FOTOGRÁFICO DOS EQUIPAMENTOS VISITADOS NO MUNICÍPIO DE PASSIRA. CRAS de Passira Recepção CRAS Passira 41