Mercado de soja em Chicago movimentado nas últimas semanas com os agentes buscando
assimilar especulações sobre o clima sul-americano e a problemática logística brasileira. Esta
instabilidade porém, não fora suficiente para alterar a estrutura principal de movimentação dos
preços os quais trabalham desde o último trimestre de 2012 sem uma tendência definida na bolsa
norte-americana oscilando em uma grande área de consolidação técnica conforme primeiro gráfico
abaixo.
1700
Evolução preços da soja em Chicago
cents/bushel
1600
1500
1400
1300
1200
1100
Esta relativa indefinição reflete certa ambiguidade no cenário estrutural do mercado de soja
que combina, de um lado a expectativa de uma grande safra sul-americana, já que mesmo com
quebras na Argentina, os demais países da região (notadamente o Brasil) colherão safras históricas;
de outro a crônica problemática dos estoques norte-americanos que por sua vez refletem os
percalços de oferta em termos globais registrados na safra passada e uma demanda definitivamente
robusta.
Para "conviver" com esta realidade, o mercado em Chicago demonstra uma configuração
muito interessante, a qual denominamos de mercado invertido na qual os preços da soja
referenciais para os meses mais curtos estão sendo negociados a patamares mais altos que os meses
mais longos conforme o segundo gráfico representado abaixo. Estes preços mais altos nos
vencimentos curtos sinalizam a preocupação do mercado em racionar a demanda imediata de forma
a, mesmo com os atrasos na logística sul-americana, preservar os estoques em patamares
minimamente aceitáveis nos EUA até a entrada da nova safra no país (para a qual as expectativas
são positivas trazendo a percepção de recuperação dos estoques no país e ai sim uma pressão maior
sobre os preços). Em outras palavras, o mercado acredita que, a pressão da oferta sul-americana
ocorrerá de forma lenta e progressiva sobre os preços, por maior que sejam as colheitas por aqui.
Este é o ponto de suporte aos preços no curto prazo em Chicago.
Curva mercado soja CBOT
1500
cents/bushel
1450
1400
1350
1300
1250
1200
No Brasil porém a situação é um pouco diferente: pela ineficiência logística e o fluxo de
comercialização do produtor em todo o país (em média o Brasil já comercializou mais de 50% da
safra atual), a oferta de produto internamente esta aumentando de forma significativa o que
pressiona os prêmios, ou seja, amplia-se a diferença entre os preços em Chicago e o mercado
interno, o que naturalmente ocorre todo o ano neste período de safra. É em relação a este
movimento que o produtor deve ficar atento em ano de safra recorde no país e no estado,
especialmente diante desta inversão do mercado.
Nas próximas semanas o mercado em Chicago adentra um período de maior volatilidade
diante da definição da intenção de plantio do produtor norte-americano e, logo em seguida as
especulações climáticas características deste período, ainda mais diante dos apertados estoques nos
EUA. Neste cenário acima exposto (inversão e logística), esteja atento as oportunidades de alta em
Chicago e aperte o gatilho. Com boas produtividades, nos atuais patamares de preços, a
remuneração ao produtor continuará muito favorável. Esteja atento também para aproveitar este
cenário diante das ótimas relações de troca existentes no momento (soja x insumos), mas isto será
assunto para a próxima semana.
Enquanto isto troque uma ideia com o gerente da unidade BSBIOS mais próxima e defina a
sua estratégia.
Ricardo Lorezent
Coord. de Negócios BSBIOS
Em 1º/03/2013
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1º 03 2013