forum abel varzim 1 Triunfo do individualismo Dr. José da Silva Lopes i É para mim um grande prazer participar nesta sessão de homenagem ao Padre Abel Varzim, que desenvolveu uma obra tão valiosa na promoção dos ideais e objetivos que eu largamente partilho. Como todos sabemos, vivemos um momento difícil do ponto de vista económico. As perspetivas de crescimento da economia portuguesa são bastante más, não só no ano corrente, mas nos anos próximos. Provavelmente piores do que aquilo que é enunciado oficialmente. Nós temos, como todos sabem, problemas graves de desequilíbrio económico no Orçamento e no endividamento externo. Eu, tal como a Dr.ª Manuela Silva, não vou aqui falar sobre os problemas do Orçamento. Temos um grave problema de desindustrialização, que é provavelmente o mais perigoso de todos. Nós vemos, dia a dia, fábricas a fecharem por esse país fora e não aparecer nada em troca. Nós não podemos basear o nosso futuro só nos serviços. O problema é que, quer no consumo, quer no investimento, consumimos bens industriais e se não os produzimos, temos de os importar; se os importarmos temos de os pagar e para os pagar precisamos de bens industriais. A única forma de pagarmos aquilo que importamos é com bens industriais, com alguma coisa da agricultura (pouco) e com o turismo. Mas o turismo só não permite resolver tudo e o resto. Ou têm de ser as transferências da União Europeia ou tem de ser endividamento externo. Nós, como sabem, temos vivido com um grau de endividamento externo que é provavelmente o mais elevado dos últimos 50 anos. Nós não podemos continuar muito tempo assim. Nenhum credor emprestou ilimitadamente a um devedor e, quando nos faltar o endividamento externo ou quando ele cair bem, a crise económica portuguesa pode ser muito mais grave do que nós imaginamos. Eu espero que isso não aconteça e que possamos vir a fazer uma transição suave e regular. Mas, para isso, é preciso que a desindustrialização pare e que haja progresso industrial. Se a desindustrialização continuar, eu não sei o que é que vai acontecer ao nosso país. Eu vim aqui mais para falar do papel dos sindicatos em face dos problemas que se nos apresentam. Os sindicatos têm sido, e continuarão a ser, agentes fundamentais do progresso económico e social. Mas os problemas que se apresentam hoje aos sindicatos são bem diferentes daqueles que eram característicos ainda há algumas décadas. Hoje, eles têm de enfrentar condicionamentos importantes à sua atividade e têm de fazer face a desafios novos que anteriormente não existiam. Eu vou considerar três aspetos: primeiro, as transformações dentro do próprio movimento sindical; depois, a influência do progresso tecnológico e, por último, os efeitos da globalização e da predominância do liberalismo económico. «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” forum abel varzim As transformações no movimento sindical resultam em grande parte da alteração da composição da classe trabalhadora. O trabalho manual, hoje, pesa muito menos na população ativa do que pesava antes. Onde tínhamos sindicatos operários, agora temos essencialmente sindicatos de serviços. Temos hoje mais trabalhadores qualificados que, ou não participam no movimento sindical ou participam com interesses bastante diferentes dos dos trabalhadores com rendimentos e condições de vida mais baixos. Temos também um problema de redução do número de trabalhadores sindicalizados em praticamente todos os países europeus e cá em Portugal também, excepto na função pública. E, por isso, estes fatores contribuem para o enfraquecimento do movimento sindical. A agravar as coisas, estão os problemas criados pela globalização e pelo liberalismo económico, que estão a atacar vigorosamente e, a meu ver, perigosamente, a influência do movimento sindical. Uma das coisas que me preocupa bastante é o enfraquecimento (que resulta de todas estas condições) da solidariedade e da coesão na classe trabalhadora. Nós hoje temos muitos sindicatos a defender interesses específicos de pequenos grupos de trabalhadores, em oposição aos interesses dos trabalhadores em geral e às grandes organizações sindicais de topo que, evidentemente, lutam contra esta tendência. Elas próprias são, a meu ver, excessivamente influenciadas por sindicatos poderosos que defendem os interesses dos grupos que representam, em prejuízo dos trabalhadores e, nomeadamente, dos mais desfavorecidos. Nós hoje temos grandes desigualdades na classe trabalhadora portuguesa; maiores, provavelmente, do que no passado. Temos uma desigualdade salarial que é, talvez, a mais alta da União Europeia. Temos grandes desigualdades nas condições de trabalho e da proteção dada pela legislação de trabalho aos trabalhadores. Eu costumo dizer que cerca de 50% dos trabalhadores portugueses têm uma legislação laboral que oferece a proteção mais efetiva da Europa, mas os outros 50% não têm quase nenhuma proteção laboral. E quais são os outros 50%? Os outros 50% são os dos contratos a prazo, os de recibos verdes, da [laboração] ilegal, os que trabalham nas pequenas e médias empresas, onde não se cumpre a lei e os trabalhadores independentes. Os trabalhadores independentes não são empresários. Nós temos hoje um dualismo profundo no mercado do trabalho. Isto tem alguma coisa a ver com os sindicatos… custame dizer isto, mas é evidente que o dualismo não existe essencialmente por causa dos sindicatos. Tem a ver muito com o progresso tecnológico, com a maneira como as forças políticas estão organizadas e como elas conduzem a sociedade portuguesa. Mas também tem a ver alguma coisa com os sindicatos. Eu penso que há sindicatos que são fatores ativos de promoção da desigualdade social. Como digo, são aqueles sindicatos pequenos com trabalhadores com grande poder de negociação, aqueles que primeiro vêm à nossa memória. Mas eu (peço desculpa ser um bocado provocador) penso que o problema está a pôr-se em relação à função pública em geral: os trabalhadores da função pública são, em termos relativos, privilegiados, à escala nacional. Já lá vai o tempo em que os trabalhadores da função pública ganhavam menos e que tinham piores condições de trabalho do que no sector privado. Hoje é ao contrário. É verdade que na função pública há trabalhadores mal pagos, com níveis de rendimento perto do salário mínimo e, portanto, deseja-se que eles melhorem as suas condições de trabalho. Mas nós ouvimos «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” 2 forum abel varzim falar mais nas reivindicações dos médicos, dos professores, do sindicato das contribuições e impostos, dos maquinistas da CP, dos pilotos da TAP e de outros assim. Eu sei que os líderes sindicais estão preocupados com este problema e, infelizmente, eu acho que não podem fazer muito. Nós vivemos num mundo em que triunfa o egoísmo e não a solidariedade. Aliás, quando olhamos para as tentativas do passado de fazer triunfar a solidariedade, vemos que quase todas falharam. Nós lembramo-nos dos [………]. Lembramo-nos que o movimento cooperativo e o movimento mutualista nunca deram os resultados ou nunca tiveram a força que se esperava. O Che Guevara era evidentemente utópico quando falava do homem socialista. Não existe o homem socialista, existe o homem egoísta e é por isso que o Adam Smith tinha razão, quando fundou a teoria económica com base no princípio do homo economicus, que é basicamente o homem egoísta. A teoria económica está aí, e ainda mais viva do que no passado (esta teoria do homem egoísta), mas, infelizmente, é aquilo que a gente vê por todos os lados. É claro que nós vemos, felizmente, movimentos de solidariedade e organizações filantrópicas, religiosas e laicas que não se orientam por estes princípios mas o seu peso na vida social é bastante pequeno e seria utópico, certamente, pensarmos que os sindicatos podiam contrariar este movimento geral e podiam ser, só por si, os agentes asseguradores, os agentes que defendessem e promovessem a solidariedade. Agora, devem contribuir para esse efeito. E esse é, a meu ver, um grande desafio que se lhes põe. Não é fácil, mas penso que é um desafio a que não podem negar-se, porque se não o movimento sindical tornar-se-ia numa simples coleção de lobbies. Penso que ninguém, dentro do movimento sindical, pretende um resultado desses. É muito pouco provável que esta promoção dos valores da solidariedade, pela via sindical, precise do apoio do poder político. Eu, pessoalmente, sei que os sindicatos historicamente sempre tiveram alguma influência na orientação política geral, provavelmente na base dos partidos sociais-democratas de todo o mundo. Acho que a ação política dos sindicatos, encaminhada para estes objetivos, é não só necessária, mas é de aplaudir. Como o tempo é pouco, não vou desenvolver mais isto e vou passar ao problema do progresso tecnológico, que tem sido, também, uma das grandes ameaças à força sindical. O progresso tecnológico exige mais necessidades de qualificação e, portanto, cria mais diferenciações entre os trabalhadores, exige permanente reciclagem de conhecimentos, exige formação contínua, exige reconversão de especializações e, por isso, diz-se que hoje já não há carreiras para toda a vida como havia antes. O progresso tecnológico impõe modificações nas formas de organização de trabalho e, por isso, têm surgido formas novas que implicam horários de trabalho flexíveis, polivalência de funções, trabalho a tempo parcial, teletrabalho, trabalho em equipa, etc. Os sindicatos, perante estes desafios que, como digo, os afetam enormemente, têm de intervir ativamente na formação e requalificação dos trabalhadores. Eu sei que esta é uma das grandes preocupações que eles têm desenvolvido e a ação que eles estão a desenvolver nesta área é cada vez mais necessária. Em meu entender, era bom que os sindicatos colaborassem mais, também na parte da educação, porque hoje o nosso problema, cá em Portugal, não é só um problema de educação profissional, é um problema de educação de base. Eu acho que o maior crime que estamos a fazer contra o futuro é no sector da educação e eu, aí, não aplaudo o papel que os sindicatos têm tomado. «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” 3 forum abel varzim Quanto ao problema da adaptação ás novas modalidades de trabalho, sei que há aqui um problema de equilíbrio entre as necessidades da nova economia e a defesa dos interesses dos trabalhadores, portanto, não se trata de introduzir todas estas novas formas de organização do trabalho de forma indiscriminada. Mas essas novas formas de organização de trabalho são essenciais para a manutenção dos empregos e para o progresso económico e resistir a elas é condenar os trabalhadores. Eu conheço pouco isto, não tenho estudado muito isto, mas tenho a impressão de que nos outros países se tem feito mais progresso do que entre nós na adaptação da legislação do trabalho a estas novas formas de organização do trabalho. Pode ser que eu esteja a ser injusto e, se for assim, corrijam-me. Mas penso que é uma das áreas onde temos de demonstrar alguma capacidade de adaptação. Finalmente, passo ao problema da globalização, da integração europeia e do liberalismo económico. Nós temos todos ideias sobre os efeitos devastadores que a globalização está a ter sobre o mundo do trabalho, temos o problema da concorrência dos países com mão-de-obra barata e sem proteção adequada das condições de trabalho, temos os problemas do registo do dumping social, temos o problema da concorrência que as empresas multinacionais fazem entre vários países, para que esses países vão baixando as suas normas salariais. Tudo isso enfraquece a ação sindical e prejudica, muitas vezes, os interesses dos trabalhadores. Eu não sou contra a globalização. Eu acho que a globalização traz muitos benefícios. O que me aflige é que a globalização esteja a ser uma forma de triunfo do liberalismo económico. Eu não veria mal se houvesse globalização, se houvesse também regulação à escala mundial. Agora, liberalização sem regulação é acabar com as regulações ao nível nacional, para se entrar na selva de mercado mundial. Uma das áreas que mais me preocupa é o que está a acontecer à tributação. Hoje, com a liberdade de circulação de capitais, com os paraísos fiscais e com as regras existentes, nós vamos a caminho de um sistema em que quem só paga impostos são os consumidores e os trabalhadores por conta de outrem; o resto, foge tudo e, quando nos fugir tudo, não é só a injustiça na distribuição da carga fiscal que nós temos à frente, é a ilusão do sistema do wellfare state, do sistema de previdência social, que precisa de recurso. Nós já hoje não podemos ter imposto progressivo. Já não podemos ter impostos que discriminem entre vários tipos de bens de consumo, conforme a sua essencialidade. Se eu agora quiser tributar muito um bem de luxo e muito pouco um bem essencial, tenho muitas dificuldades. O mesmo no caso dos impostos de rendimento, quando se diz que se quer tributar as mais-valias, que vai para todo o lado. E o nosso país e os outros estão cada vez mais manietados. Isto é um problema contra o qual os sindicatos lutam e têm de lutar cada vez mais. Em meu entender, o problema não se pode passar à escala portuguesa, tem de se passar à escala europeia. Depois, temos os problemas da integração europeia. Eu acho que a integração europeia, na parte social, está a trazer-nos mais vantagens do que desvantagens. Graças à integração europeia estão a ser introduzidas inovações importantes na política social portuguesa. O que eu acho é que aquilo que a União Europeia faz é pouco. Fala-se muito, e agora a propósito destas questões do futuro da Europa, é possível que se reforcem, no tratado ou na futura convenção, as proclamações a favor da Europa social. Vai-se «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” 4 forum abel varzim incorporar a convenção dos direitos fundamentais. Enfim, vão-se fazer muitas coisas dessas, mas o que interessa são as ações concretas. A União Europeia tem um programa europeu de combate à exclusão, mas é uma forma de atuar que, desde que não envolva despesas para a União Europeia, a União Europeia não pode ir a parte nenhuma com um orçamento equivalente a 1% do rendimento nacional dos países membros. Eu sou um fervoroso adepto da integração europeia, sou mesmo um federalista e, por isso mesmo, entendo que não pode haver integração europeia sem um orçamento comunitário que tenha, pelo menos, 6% a 7% do PIB para ações comunitárias e ações comunitárias no campo social, no campo da investigação científica. Não é na política agrícola comum. Finalmente, o liberalismo económico. Eu sou economista e sinto-me um bocado infeliz de ver que hoje, na parte académica, quem domina na economia são os que defendem o liberalismo económico. E eu tenho de andar à espera de ouvir uns indivíduos já da minha idade a defender as ideias que nós tínhamos antigamente. Eu, por exemplo, tive a satisfação de ver o Prémio Nobel da economia, Prof. […..], vir cá a Portugal dizer que esta rapaziada nova está muito errada com as suas teses do liberalismo económico. Felizmente há outros economistas: o Prof. Stiglitz, felizmente também prémio Nobel da Economia, que desanca de uma forma extremamente bem sucedida, com fundamentos teóricos rigorosos, na máquina da teoria económica liberal. Mas o que é certo é que, dentro da ciência económica, os que têm estas posições são poucos. E, na política do mundo, a gente vê que são as teses liberais que cada vez mais força têm. Os próprios governos de tipo socialista ou socialdemocrata, cada vez com mais frequência, são obrigados [a adotar], ou optam por, políticas de tipo liberal. E nós vemos isso mesmo a acontecer todos os dias na Europa. O que os liberais querem (e a OCDE tem sido o grande arauto disso… a OCDE, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, a Comissão Europeia também), em parte, é que se faça a flexibilização total do mercado de trabalho. Para os liberais, o mercado de trabalho é como o mercado das batatas, não há diferença nenhuma. E, como digo, é preciso a gente ouvir economistas, como por exemplo, agora, quando foi esta reunião da Associação Internacional de Economia, foi preciso ouvir o Professor Malavaux (também um economista da minha idade ou mais velho ainda) dizer que isto é um disparate. Mas, infelizmente, para muitos dos adeptos das novas teorias económicas, trabalho e batatas [são] a mesma coisa. O que eles querem é flexibilizar os mercados de trabalho, querem acabar com as regulamentações laborais, sobre a proteção, sobre os salários mínimos, sobre os horários de trabalho, sobre o trabalho dos menores, etc. Isto é inaceitável, não só do ponto de vista social, mas do próprio ponto de vista económico. É que uma das coisas que se ignora, e que não se assenta suficientemente, é que estas formas de proteção do trabalho são produtivas para a economia, não prejudicam a competitividade, podem reforça-la. Está provado, através de muitos estudos empíricos, que a maior segurança do trabalho aumenta a motivação dos trabalhadores, aumenta o interesse das empresas para formação profissional, aumenta a retenção nas empresas dos conhecimentos específicos; aquilo a que se chama a cultura da empresa, as técnicas da empresa e contribui para a sua produtividade, contribui para a paz social que, mesmo do ponto de vista puramente económico – dos cifrões – é «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” 5 forum abel varzim um valor incalculável. Todos estes argumentos são ignorados pelo liberalismo económico. Mas, enfim, nós vamos vendo pelo mundo [como ele] é constituído. A Dr.ª Manuela Silva falou da América Latina, mas não é só a América Latina, nós estamos a ver que esta coisa dos “condomínios fechados” aparece por toda a parte. Locais privilegiados, com um muro à volta, uns guardas, separados do resto. E o resto [não conta], não há mais nada para fazer. Na Europa, felizmente, ainda se continua a dizer que não é assim, continua-se a lutar pela defesa do modelo social europeu. Como sabem, o modelo social europeu implica a legislação de proteção aos trabalhadores, o combate à pobreza e à exclusão social, a defesa dos sistemas públicos de segurança social, de saúde e de educação e o diálogo social, enquanto que o modelo americano é o do mercado de trabalho inteiramente flexível, isto é, com pouquíssimos direitos para os trabalhadores… é de segurança social e saúde largamente privatizadas, é o de não haver diálogo social organizado. O modelo americano, a meu ver, está em risco de invadir a Europa, mas é errado dizer que o modelo social americano é mais competitivo do que o europeu. As estatísticas mostram que a população americana gasta mais ou menos o mesmo em segurança social do que a população europeia e até gasta mais em saúde do que a população europeia. A diferença está em que na América os sistemas são privados e só tem segurança social e saúde quem paga, quem paga voluntariamente ou através de convenções coletivas de trabalho, mas os que não pagam (e provavelmente nos Estados Unidos são à volta de uns 20 ou 30% da população) são excluídos. O sistema europeu, por enquanto, é um sistema de acesso universal, é um sistema que garante proteção a toda a população, quer na segurança social, quer na saúde, quer na educação e é, portanto, um sistema muito mais solidário e muito mais equitativo e não é menos competitivo. Como digo, o sistema está em risco, o sistema europeu está a ser atacado. Já falei do que pode acontecer com a base financeira do sistema. Nós todos os dias vemos países a mudar a legislação do trabalho para a tornar mais flexível, vemos movimentos de privatização da segurança social que, aliás, eu acho que vão dar mau resultado. Acabou-se esta febre das bolsas e, atualmente, quem está à espera de pensões pagas por fundos privados de pensões, a segurança social vai ter surpresas muito grandes. Eu quero saber, se esta queda das bolsas continuar, o que vai acontecer na Europa e nos sistemas privados de segurança social na Europa. A luta pela defesa do movimento social europeu (que é também o nosso) é, em meu entender, o desafio mais importante que se deve pôr aos sindicatos e, como o nosso país não pode fazer grandes coisas à escala internacional, não vale a pena a gente andar a procurar ter uma legislação de trabalho mais restritiva do que os outros países europeus. O que nós devemos procurar é que, ao nível europeu, [não] se torne a legislação de trabalho excessivamente permissiva, excessivamente flexível. Agora, nós temos uma realização de trabalho mais restritiva do que os outros países europeus. Ou os nossos salários a crescerem mais do que nos outros países europeus. É a nossa condenação ao desemprego, e á falta de progresso económico. Portanto, é ao nível europeu que a gente, em grande parte, tem de atuar. Enfim, as declarações que a gente vai vendo, nomeadamente agora, a «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” 6 forum abel varzim propósito do futuro da União Europeia… eu tenho alguma esperança de que o combate não está perdido e que até muita coisa haverá ainda a ganhar. Muito obrigado! i Texto retirado de gravação. Editado «536» - Painel “Que Futuro para Portugal? O Papel dos Sindicatos” 7