I Seminário Produção mais Limpa em Saneamento 05 e 06/12/2011 PRODUÇÃO MAIS LIMPA E SANEAMENTO Eng° José Wagner Faria Pacheco Setor de Produção e Consumo Sustentáveis CETESB Sumário 1. Evolução da Questão e da Gestão Ambientais 2. A Produção mais Limpa (P+L) 3. Aplicação e Importância da P+L para o Saneamento 1. Evolução da Questão e da Gestão Ambientais “O SER HUMANO SEMPRE RETIROU SEU SUSTENTO DO MEIO NATURAL, E DEVOLVEU À NATUREZA OS RESTOS DE SUAS ATIVIDADES” • Antes da Revolução Industrial • Pop menor, resíduos mais “naturais”; • Aspectos / impactos dispersos, menores, “imperceptíveis” • Após a Revolução Industrial • Explosão pop / prod / tec => ASPECTOS POSITIVOS • PORÉM => Aspectos / impactos AMB. concentrados, maiores, resíduos menos “naturais” “perceptíveis” => ind / urb caóticas, mudanças ambientais PRIMEIRA TENDÊNCIA: “APENAS DILUIÇÃO E DISPERSÃO” SEM SE PREOCUPAR COM EFEITOS AMBIENTAIS DE SUAS ATIVIDADES Fundição em Gleiwitz,Alemanha, 1850 Humanidade: “ET” Matéria / Energia Recursos Naturais “Úteis” Concentradas “ETs” $ EFEITOS INDESEJADOS COMEÇARAM A APARECER... 1956 – Japão: “Doença de Minamata” (efluentes com mercúrio desde 1939) 1978 – EUA: “Love Canal” - Niagara Falls + Bhopal, Seveso, Chernobyl, Exxon etc... Mais Alguns Efeitos… grandes desigualdades sociais “super-uso” de recursos naturais – taxa superior à de reposição da Terra degradação acelerada do ambiente e de recursos WWF Modelo Atual de Produção e Consumo INSUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, SOCIAL, ECONÔMICA Reação e Questionamento do Modelo... - Obra “Silent Spring” Rachel L. Carson (1962) - efeitos maléficos dos pesticidas / DDT - Protestos em todo o mundo - Criação das Legislações e das primeiras Agências Ambientais Reação e Questionamento do Modelo... Iniciativas de países e da ONU Clube de Roma (década de 60) – vários setores da sociedade – início da discussão do modelo atual e produção e consumo => rel. “Os Limites do Crescimento” (1972) 1a. Conferência ONU - Declaração sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo, 1972 Comissão Brundtland (1986-7) => “Nosso Futuro Comum” => desenvolvimento sustentável => sustentabilidade Conferências / acordos mundiais sobre desenvolvimento e meio ambiente => Eco/Rio’92 (Agenda 21 e outros, 1992), Objetivos do Milênio (2000), Joanesburgo (2002) Agenda 21, Cap. 4.3, Earth Summit, Rio 1992 “A causa principal da deterioração continuada do ambiente global são os padrões insustentáveis de consumo e produção, particularmente nos países industrializados, que é uma questão de grande preocupação, agravando a pobreza e desequilíbrios.” Produção e Consumo Sustentáveis (PCS): "a utilização de serviços e produtos relacionados, que respondem a necessidades básicas e trazem uma melhor qualidade de vida, minimizando a utilização dos recursos naturais e materiais tóxicos, bem como as emissões de resíduos e poluentes ao longo do ciclo de vida do serviço ou produto para não comprometer as necessidades das futuras gerações“ (Oslo Symposium, 1994). Reação => Produção => 2a TENDÊNCIA (70’s e 80’s): Abordagem Corretiva TECNOLOGIAS “FIM-DE-TUBO” Atendimento da legislação => => remoção e disposição final poluentes Recursos Naturais Produtos Ambiente Rejeitos MODELO CORRETIVO => VÃO APARECENDO ALGUMAS LIMITAÇÕES: 1. Exige GASTOS / CUSTOS ADICIONAIS das empresas → penalização das pequenas; 2. Translada poluentes => exige disposição final → risco de aparecimento de áreas contaminadas; 3. Não considera consumo de recursos 4. Em muitos casos não é suficiente para garantir qualidade ambiental → Padrões Ambientais mais Restritivos Exemplo: Saturação de Bacias (Hídricas E Aéreas) “PADRÕES DE EMISSÕES E DE QUALIDADE” X Além disso: Complexidade crescente Problemas ambientais mais complexos (POPs, radiações, nanopartículas) Crescimento da população e dos padrões de consumo – maiores exigências e consumo de recursos Necessidade de padrões de emissão mais restritivos => aumento do custo do controle ambiental tradicional (fim de tubo) Surgimento de áreas contaminadas, etc. Necessidade de um Novo Modelo para suprir essas Deficiências: • Déc. 90: Indústria desenvolve novos conceitos / ferramentas empresariais • Qualidade Total, 5S, Just-in-time.... • Conceito de Atores Sociais – Partes Interessadas (“stakeholders”) Revisão dos processos produtivos; Busca por melhoria de desempenho na produção; REJEITOS: resultado de INEFICIÊNCIAS dos processos (matéria-prima não aproveitada em produto) Somar Abordagem Preventiva A Eficiência Ambiental busca pelas CAUSAS dos rejeitos Recursos Naturais Produtos Ambiente Rejeitos A PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) Definição “Aplicação contínua de uma estratégia ambiental PREVENTIVA integrada aos processos, produtos e serviços para aumentar a eficiência e reduzir os riscos ao homem e ao meio-ambiente”. (ONUDI; PNUMA, 1989) •http://www.unido.org/index.php?id=o5152 •http://www.pnuma.org/industria/produccion_limpia.php PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) • É usar menos matéria-prima, água, energia, etc; • É usar matérias-primas menos tóxicas; • É gerar menos resíduos; É atuar no PROCESSO e na sua entrada, tornando-o mais EFICIENTE Produzir MAIS com MENOS, aumentando produção ($$$) e reduzindo aspectos / impactos ambientais OU SEJA: GESTÃO mais PREVENTIVA !!! Hierarquia de Gestão mais Favorável NÃO GERAR (Eliminar resíduo) PRODUÇÃO MAIS LIMPA MINIMIZAR GERAÇÃO (Redução na fonte) RECICLAGEM NO PROCESSO (Reuso) P2 RECICLAGEM FORA DO PROCESSO CONTROLE DA POLUIÇÃO ALTA VANTAGEM AMBIENTAL RELATIVA TRATAMENTO (Fim de Tubo) DISPOSIÇÃO FINAL GESTÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS! BAIXA Tipos de Medidas de P+L 1) REDUÇÃO Projeto / Mudança de Produto NA FONTE – Projeto / Mudança de Processo Nível I Mudança de Procedimentos 2) RECUPERAÇÃO (material ou energética) Reuso / Reciclagem Internas – Nível II Reuso / Reciclagem Externas – Nível III Tipos de ações de P+L 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Modificação do produto Substituição de matérias-primas Modificações de processos / equipamentos Mudança de tecnologias Melhores controles de processo Bom housekeeping – NÃO ao desperdício Reúso/Reciclagem no próprio site Reúso/Reciclagem externos Produção de subproduto úteis/rentáveis Implantação de P+L • Em ações pontuais / locais para solução de problemas (ambientais) específicos • Programa estruturado => P+L na empresa (ex.: metodologia CNTL-UNIDO-UNEP, método similar ao de “melhoria contínua” (PDCA) => melhor) • SEJA COMO FOR => INDICADORES ANTES / DURANTE / DEPOIS Implantação em estágios / níveis diferentes nas organizações: • Ações pontuais isoladas para problemas esporádicos - conceito P+L pouco conhecido; • Um / alguns setores conhecem melhor o conceito e procuram aplicá-lo em suas operações; • P+L presente nas políticas, diretrizes e planejamento da empresa – prática generalizada SANEAMENTO – ALGUMAS MEDIDAS POTENCIAIS ENTRADAS SAÍDAS OPORTUNIDADES —Esgoto + Contaminantes (ETE) —Água bruta + Contaminantes (ETA) —Esgoto tratado + Contaminantes Residuais —Água tratada + Subprodutos —Lodos de ETA e de ETE (Primário e/ou Secundário). —Gases / Voláteis (para a atmosfera) —Minimização: de vazão e/ou cargas —Atuação nas fontes: doméstica/industrial/difusa —Aproveitamento energético de gases (anaeróbio) —Energia via Ar Comprimido / Agitação (tratamento aeróbio) —Ar para a atmosfera —Voláteis da fase líquida/ aerossóis —Perdas de energia —Minimizar perdas de ar —Sistemas mais eficientes de aeração —Insumos —Produtos químicos (Floculantes, etc.) —Para o lodo e/ou descartados como —Água de processo, etc. —Energia via bombeamento residuais —Perdas de energia —Minimização e troca por insumos mais inócuos ou que produzam menos resíduos —Estudar recuperações — Dimensionamento / manutenção SANEAMENTO – ALGUMAS MEDIDAS POTENCIAIS • ETA – gestão compartilhada dos mananciais; • Recuperação / reúso de águas de lavagem de filtros / decantadores; • ETE - gestão da REDE – composição do esgoto, recepção e manutenção; • Treinamento das equipes; • Gestão de materiais e insumos na planta – redução de volume, eliminação de desperdícios e redução de toxicidade (substituições); • Plano de Eficiência Energética (Ex.: aeração, motores elétricos); • Adoção de processos, tecnologias e procedimentos mais eficientes (ex. ETE – sistemas MBR => eficiência / regularidade / água de reúso); • Concepção e dimensionamento corretos => unidades de processo e equipamentos: adequação VS vazões e cargas; • Medidas e investigações para viabilizar reúso e reciclagem ambientalmente correta dos resíduos (lodos e outros) Aplicação e Importância da P+L para o Saneamento • Política Nacional de Saneamento – Lei Federal 11.445/2007 • Articulação com outras políticas, inclusive as de meioambiente • Integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos ( Lei Federal 9.433/1997 e Similares Estaduais) • Universalização dos serviços • Eficiência e eficácia dos serviços prestados • Inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos • Situação crítica em algumas bacias e de precariedade crescente em várias (quantidade e qualidade dos recursos hídricos) Aplicação e Importância da P+L para o Saneamento P+L = FERRAMENTA IMPORTANTE NAS UNIDADES DE SANEAMENTO • 1) Internamente => ”lição de casa bem feita” • 2) DESTAQUE => evolução para a gestão P+L sistêmica / compartilhada => “fornecedores”, “cadeia a montante” (mananciais, geradores...) Ferramentas para a Sustentabilidade Importante Conhecer / Praticar / Difundir / Capacitar P2 – Prevenção à Poluição; P+L – Produção mais Limpa; PL – Produção Limpa; EI – Ecologia Industrial; DfE – Design for Environment; Responsabilidade Social (Empresarial – RSE); Green Chemistry / Engineering; ACV – Análise do Ciclo de Vida; As Footprints (Eco / Carbon / Water) Consumo Sustentável...etc.... APLICAÇÃO: FUNÇÃO DO ESTÁGIO DE GESTÃO, RECURSOS, CONHECIMENTO, PRIORIDADES, POLÍTICAS, ESTRATÉGIAS ETC. OBRIGADO !!! Setor de Produção e Consumo Sustentáveis Engº José Wagner Faria Pacheco