SISTEMA DE
GESTÃO
AMBIENTAL
Módulo II
Gestão Ambiental:
origem, conceito e
benefícios
ORIGEM DA GESTÃO
AMBIENTAL
CRONOLOGIA DA QUESTÃO AMBIENTAL
1972: Conferência de Estocolmo; estabeleceu a criação do Programa
da Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);
1973: Início das atividades do PNUMA;
1973: Convenção sobre comércio internacional de espécies de flora e
fauna selvagens em perigo de extinção;
1982: Conferência de Nairobi: avaliou a atuação do PNUMA;e indicou
a criação da Comissão Mundial de Meio Ambiente e
Desenvolvimento, implementada em 1983;
1983: Convenção sobre poluição transfronteiriça de longo alcance
(chuva ácida / emissões de NOx e SO2 );
1985: Convenção de Viena e Protocolo de Montreal (proteção à
camada de ozônio);
1987: Apresentação do relatório “Nosso Futuro Comum”, também
conhecido como “Relatório Brundtland”, onde foi definido o conceito
de Desenvolvimento Sustentável;
1989: Convenção da Basiléia sobre o controle de movimentos
transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito;
1993: a ISO reuniu diversos profissionais e criou um comitê, intitulado
Comitê Técnico TC 207, que tinha o objetivo de desenvolver normas
relacionadas às questões ambientais (série 14000);
1991: Segunda Conferência Mundial da Indústria sobre a gestão do
Meio Ambiente, onde foi formulada pela Câmara de Comércio
Internacional a Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável,
reunindo 16 princípios de gestão ambiental, que indicam os
compromissos a serem assumidos pelas empresas e constituem a
referência internacional de estratégia ambiental. É a partir desse
documento que a gestão ambiental é identificada, por várias empresas,
como um importante fator de sucesso, assegurando a aceitação dos
produtos interna e externamente, sendo muitas vezes um fator decisivo
para a sobrevivência de muitas delas. É nesse mesmo ano que se cria
a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, com
aproximadamente 20 empresas, cujo objetivo é conscientizar os
empresários para a necessidade de incluir a questão ambiental no
gerenciamento de suas atividades;
1992: Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD). Ficou conhecida como Rio-92.
Compareceram delegações nacionais de 175 países. Foi a primeira
reunião internacional de magnitude a se realizar após o fim da Guerra
Fria. Os compromissos específicos adotados incluem: a Convenção
sobre a Diversidade Biológica e a Declaração de Florestas e a
Convenção de Mudanças Climáticas. A Conferência aprovou,
igualmente, documentos de objetivos mais abrangentes e de
natureza mais política: a Declaração do Rio e a Agenda 21. Ambos
endossam o conceito fundamental de desenvolvimento sustentável,
que combina as aspirações compartilhadas por todos os países ao
progresso econômico e material com a necessidade de uma
consciência ecológica.
1992: Carta da Terra;
1994: Normas e esquemas: BS 7750, EMAS, ISO
1996: Norma ISO 1400
1997: Protocolo de Kyoto: discutido e negociado no Japão, foi aberto
para assinaturas em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de
março de 1999. Para este entrar em vigor precisou que 55% dos
países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem.
Assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a
Rússia o ratificou em Novembro de 2004. O protocolo propõe um
calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a obrigação de
reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2%
em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012;
2002: Acontece em Johannesburgo a segunda Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMAD), conhecida como Rio + 10.
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
É
aquele
que
atende
às
necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de as
futuras gerações atenderem suas
próprias necessidades.
(COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1987).
Desenvolvimento Sustentável e suas dimensões
Sachs (1986) parte da premissa de que o Ecodesenvolvimento baseia-se
em um tripé: prudência ecológica, justiça social e eficiência econômica.
LEGENDA
DSE Dimensão Sustentabilidade Econômica
DSS Dimensão Sustentabilidade Social
DSA Dimensão Sustentabilidade Ambiental
DSE
DSS
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fonte: Adaptado de Sachs (2004, p. 362).
DSA
Nos anos 80 o movimento ambientalista
internacional era muito intenso e as
empresas, principalmente as dos setores
mais vulneráveis nos países desenvolvidos,
viram-se pressionadas a buscar soluções
para minimizar os problemas ambientais.
Paralelamente estabelece-se uma legislação
ambiental
internacional
e
nacional,
sintonizada com a tendência mundial de
conciliar
atividades
empresariais
e
preservação ambiental.
1969 – EUA
Environmental Impact Statement (EIS)
National Environmental Policy Act (NEPA)
1981 – Brasil
Política Nacional do Meio Ambiente
Lei 6938/81
Exigência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Banco Mundial (BIRD) por volta do final da década de 70 e início de 80
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
+
CONJUNTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
MUDANÇA DE PARADIGMA
ALTERAÇÕES NA GESTÃO EMPRESARIAL PARA:
Diminuir a pressão sobre os recursos naturais;
Gerar menos impactos oriundos das atividades econômicas;
Garantir a continuidade das atividades;
Assegurar a sobrevivência das organizações.
VELHOS PARADIGMAS
NOVOS PARADIGMAS
A eco estratégia empresarial
A responsabilidade ambiental
gera novas oportunidades de
corrói a competitividade
negócios
Gestão ambiental é coisa
apenas para grandes
empresas
A pequena empresa é até
mais flexível para introduzir
O movimento ambientalista
age completamente fora da
realidade
As ONGs consolidam-se
tecnicamente e participam da
maioria das comissões de
certificação ambiental
A função ambiental está em
A função ambiental na
diversos setores do
empresa é exclusiva do setor
planejamento estratégico da
de produção
empresa
CONCEITO DE GESTÃO
AMBIENTAL
A Gestão Ambiental é a administração do exercício de atividades
econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os
recursos naturais, renováveis ou não.
Deve visar o uso de práticas que garantam a conservação e
preservação da biodiversidade, a reciclagem das matérias-primas
e a redução do impacto ambiental das atividades humanas sobre
os recursos naturais.
Fazem parte também do arcabouço de conhecimentos
associados à gestão ambiental técnicas para a recuperação de
áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, métodos para a
exploração sustentável de recursos naturais e estudos de riscos
e impactos ambientais para a avaliação de novos
empreendimentos ou ampliação de atividades produtivas.
A prática da gestão ambiental introduz a variável ambiental no
planejamento empresarial.
GESTÃO AMBIENTAL NA
EMPRESA
Analisando o histórico do gerenciamento ambiental pode-se
visualizar nitidamente as tendências seguidas pela evolução das
questões ambientais nas últimas décadas.
POSTURA DAS EMPRESAS FRENTE ÀS
QUESTÕES AMBIENTAIS
Tipos de organizações
Não reativas
Reativas
Pró-ativas
As respostas das organizações às questões
ambientais
ocorrem
em
três
fases
dependendo do grau de conscientização
ambiental:
1ª) Controle ambiental nas saídas;
2ª) Integração do controle ambiental nas
práticas e processos industriais;
3ª) Integração do controle ambiental na
gestão administrativa.
O QUE É PRODUÇÃO MAIS LIMPA?
Produção mais Limpa é a aplicação de uma estratégia
técnica, econômica e ambiental integrada aos
processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no
uso de matérias-primas, água e energia, através da não
geração, minimização ou reciclagem dos resíduos e
emissões geradas, com benefícios ambientais, de
saúde ocupacional e econômicos.
A Produção mais Limpa considera a variável ambiental
em todos os níveis da empresa, como por exemplo, a
compra de matérias-primas, a engenharia de produto, o
design, o pós-venda, e relaciona as questões
ambientais com ganhos econômicos para a empresa;
PRODUÇÃO MAIS LIMPA X TECNOLOGIA DE FIM-DE-TUBO
Com base nas causas de geração de resíduos e efluentes são possíveis
modificações em vários níveis de atuação e aplicações de estratégias
visando ações de Produção mais Limpa.
O Programa de Produção mais Limpa irá integra-se aos demais sistemas
de gerenciamento da empresa: Sistemas de Qualidade, Gestão Ambiental e
de Segurança e Saúde Ocupacional.
01 Pesquisa / Marketing
02 projeto e desenvolvimento
03 Extração de Matéria-prima
04 Processo produtivo
05 Embalagem
06 Transporte
07 Vendas
08 Consumo
09 Descarte
10 Coleta e destinação
11 Deposição ou disposição final
O CICLO DE VIDA DO PRODUTO
NUMA ECONOMIA LINEAR
O CICLO DE VIDA DO PRODUTO NUMA ECONOMIA CIRCULAR
01
02
03
12
11
10
01 Marketing: responsabilidade sócio-ambiental
02 Projeto e desenvolvimento
03 Redução da extração de Matéria-prima
04 Processo produtivo
05 Embalagem
06 Transporte
07 Vendas
08 Consumo
09 Descarte
10 Coleta e destinação
11 Reuso e/ou reciclagem
12 Disposição final
06
09
08
07
04
05
A empresa como instituição econômica
PREÇO E
QUALIDADE DO
PRODUTO
ESCOLHA DE
EMPREGADOS
EMPRESA
USO DE RECURSOS
(INCLUINDO USO DE
CAPITAL)
QUANTIDADE
PRODUZIDA
Mudanças nos
valores e
ideologias
sociais
A empresa como
instituição
sociopolítica
Ambiente
internacional
Aumento da
influência de
grupos sociais
externos a
organização
Mudança da
atitude da
sociedade em
relação ao papel
desempenhado
pelas empresas
EMPRESA
Crescimento da
importância das
comunicações e
do papel
desempenhado
pelos meios de
comunicação
Intervenção
crescente da
atuação do
Estado na
economia
Fortalecimento
dos sindicatos e
associações de
classe
Elevação do
padrão ético a
ser
desempenhado
pelas
organizações
A responsabilidade social das
organizações diz respeito às
expectativas econômicas, legais,
éticas e sociais que a sociedade
espera que as empresas atendam,
num determinado período de
tempo.
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS
DA GESTÃO AMBIENTAL
A VARIÁVEL ECOLÓGICA NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS
MEIO AMBIENTE
AMEAÇAS E RISCOS
OPORTUNIDADES
Estratégia:
Controlar os riscos e desenvolver as oportunidades.
Motivos:
• Poupar dinheiro reduzindo custos e probabilidade de geração de
passivos ambientais;
• Ganhar dinheiro expandido-se ou abrindo novos mercados.
BENEFÍCIOS JURÍDICOS - INSTITUCIONAIS
A ausência de conformidade legal acarreta:
• Penalidades;
• Indenizações civis e processo criminal;
• Obrigação de correção de danos ambientais;
• Menor tolerância das autoridades;
• Paralisação de atividades;
• Mudança de local;
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
• Diminuição dos custos de produção pela minimização
do desperdício de recursos naturais, matéria-prima,
hora máquina, hora homem e insumos;
• Redução e/ou eliminação de despesas
remediação, multas e passivos ambientais;
com
• Obtenção de rendimentos devido a reciclagem, venda
e aproveitamento de resíduos;
• Aumento da contribuição marginal de “produtos
verdes” que podem ser vendidos a preços mais altos;
• Aumento da participação no mercado e menos
concorrência devido a inovação dos produtos.
BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS
• Melhoria da imagem institucional;
• Renovação do portfolio de produtos Linhas de novos produtos
para novos mercados;
• Aumento da produtividade;
• Alto comprometimento do pessoal;
• Melhoria nas relações de trabalho;
• Preparo e criatividade para enfrentar novos desafios;
• Redução da pressão e melhoria das relações com os atores sociais
envolvidos (órgãos governamentais, comunidade e grupos
ambientalistas);
• Acesso assegurado a mercado externo;
• Melhor adequação aos padrões ambientais;
• Conformidade Junto à Matriz e/ou Clientes;
• Facilidade na obtenção de financiamentos e prêmios de seguro;
VISÃO CORRETIVA
X
VISÃO PREVENTIVA
É uma mudança de paradigma;
Permite prever e evitar ocorrência de acidentes e
impactos ambientais negativos;
O objetivo é a melhoria contínua dos processos,
serviços e produtos.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Josimar Ribeiro de; MELLO, Claudia dos S.; CAVALCANTI, Yara. Gestão Ambiental –
Planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de Janeiro: Thex Editora, 2001.
CASTRO, Newton de (org). A questão ambiental e as empresas. Brasília: Edição SEBRAE, 1998.
CASTRO, Newton de (org). Curso básico de gestão ambiental. Brasília: Edição SEBRAE, 2004.
CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS. Implementação de Programas de Produção
mais Limpa. Porto Alegre: SENAI RS / UNIDO / UNEP, 2003.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum.
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
MOREIRA, Maria Suely. Estratégia e Implantação do Sistema de Gestão Ambiental – modelo
ISSO 14000. 3ª ed. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços LTDA., 2006.
SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice. 1986.
SACHS, Ignacy. Experiências internacionais de um cientista inquieto – Entrevista com Ignacy
Sachs. Estudos Avançados, v. 18, ed. nº 52, 2004.
Obrigada!
Download

Curso SGA 02