Capacitação dos Municípios em Plano Plurianual Relatório de avaliação - Módulo I: Planejamento Capacitação dos Municípios em Plano Plurianual Relatório de Avaliação Módulo I: Planejamento Outubro 2013 2 Equipe da Subsecretaria de Planejamento Subsecretaria de Planejamento - SUBPL Cláudia Uchôa Cavalcanti Superintendência de Planejamento Institucional - SUPLI Haidine da Silva Barros Duarte Superintendência de Gestão Estratégica – SUGES Enrico Moreira Martignoni Assessores Álvaro da Silva e Abrantes Wagner Ricardo dos Santos Rita de Cassia Machado de Brito Coordenadores Elizabeth da Costa Mendes O. de Menezes Fábio da Silva Siqueira Rachel Enete Lannes Rosali Souza Mayrink Ana Fernanda Batista Coelho Alves Equipe Técnica Alfredo Henrique Caldeira Lustosa Cabral Bruno Luís Lacerda dos Santos David Alves de Melo Fabiano Araujo Fernandes Fernando Costa Rodrigues Glenda Neves Lino Jose Felipe Pazos Aquino Julius Cesar Celin Karinne Magalhães Meneses Leandro de Almeida Silva Leonardo Dantas Teixeira Lindomar Lima Luciana Ferreira de Almeida Maria Teresa Soares de Oliveira Pinto Monique Carla Duarte Rieiro Natália Peçanha Caninas Natasha Freitas Assaife Teixeira de Souza Paulo Cezar Pestana Rafael Ventura Abreu Renan Ribeiro dos Santos Sebastião Antônio Quinaud Dellaretti Suzana Magalhães Campos Vinicius Boechat Tinoco Wellington Vasconcelos de Sousa Apoio Administrativo Érika Rosamberg Moreira Mendes Leila Freitas de Oliveira Mônica Nassif Bayeh Thauane Silva Ventura 3 Equipe Técnica da Capacitação Coordenador Administrativo: Ana Fernanda Batista Coelho Alves Coordenador Pedagógico: Rita de Cassia Machado de Brito Turma 1 – Macaé: Fábio da Silva Siqueira Leandro de Almeida Silva Natália Peçanha Caninas Rita de Cassia Machado de Brito Turma 2 –Metropolitana: Fábio da Silva Siqueira Leandro de Almeida Silva Natália Peçanha Caninas Rita de Cassia Machado de Brito Turma 3 – Baixadas Litorâneas, Serrana e Norte Fluminense: Fábio da Silva Siqueira Glenda Neves Lino Natália Peçanha Caninas Rachel Enete Lannes Turma 6 - Médio Paraíba, Centro Sul e Costa Verde: Enrico Moreira Martignoni Leandro de Almeida Silva Luciana Ferreira de Almeida Rita de Cassia Machado de Brito Vinicius Boechat Tinoco Editoração: Leandro de Almeida Silva Leonardo Dantas Teixeira 4 Sumário I. Apresentação ...............................................................................................................7 II. Sobre a Preparação do Módulo I ...................................................................................9 II.1 Antecedentes ................................................................................................................ 9 II.2 Formação dos multiplicadores .................................................................................... 10 II.3 Metodologia do curso ................................................................................................. 13 II.4 Ementas de Disciplinas ................................................................................................ 15 II.5 Logística do curso nos municípios ............................................................................... 15 III. Sobre a Realização do Módulo I .................................................................................. 17 III.1 Relação de Municípios por Turma............................................................................... 17 III.2 Custos envolvidos ........................................................................................................ 18 III.3 Avaliação dos Participantes......................................................................................... 19 III.3.1 Turma 1 - Macaé ................................................................................................. 21 III.3.2 Turma 2 - Metropolitana ..................................................................................... 25 III.3.3 Turma 3 – São Pedro da Aldeia ........................................................................... 29 III.3.4 Turma 6 – Piraí .................................................................................................... 32 IV. Desafios e Encaminhamentos ..................................................................................... 35 V. Considerações Finais .................................................................................................. 36 VI. Anexo I - Resultado dos Trabalhos dos Cursos – Módulo I ............................................ 40 VI.1 Turma 1 - Macaé ......................................................................................................... 41 VI.1.1 A participação...................................................................................................... 41 VI.1.2 A logística da capacitação ................................................................................... 42 VI.1.3 O corpo docente .................................................................................................. 44 VI.1.4 Perfil dos participantes........................................................................................ 45 VI.1.5 O desenvolvimento da capacitação .................................................................... 48 VI.1.6 Encerramento ...................................................................................................... 69 VI.2 Turma 2 – Metropolitana ............................................................................................ 70 VI.2.1 A participação...................................................................................................... 70 VI.2.2 A logística da capacitação ................................................................................... 72 VI.2.3 Corpo docente ..................................................................................................... 73 VI.2.4 Perfil dos Participantes........................................................................................ 74 VI.2.5 O desenvolvimento da capacitação .................................................................... 76 VI.2.6 Encerramento .................................................................................................... 105 5 VI.3 Turma 3 – Baixadas Litorâneas, Serrana e Norte Fluminense .................................. 106 VI.3.1 A participação.................................................................................................... 106 VI.3.2 A logística da capacitação ................................................................................. 108 VI.3.3 O corpo docente ................................................................................................ 109 VI.3.4 O perfil dos participantes .................................................................................. 110 VI.3.5 O desenvolvimento da capacitação .................................................................. 113 VI.3.6 Encerramento .................................................................................................... 136 VI.4 Turma 6 – Médio Paraíba, Centro Sul e Costa Verde ................................................ 138 VI.4.1 A participação.................................................................................................... 138 VI.4.2 A logística da capacitação ................................................................................. 139 VI.4.3 O corpo docente ................................................................................................ 140 VI.4.4 O perfil dos participantes .................................................................................. 142 VI.4.5 O desenvolvimento da capacitação .................................................................. 145 VI.4.6 Encerramento .................................................................................................... 172 6 I. Apresentação Este relatório fornece uma descrição sobre como, até o presente momento, se desenvolveu o Programa de Formação de Técnicos Estaduais e Municipais para Elaboração do PPA 20142017, objeto de Acordo de Cooperação celebrado entre o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro (SEPLAG); e entre esta secretaria e os municípios interessados. O Programa supracitado é uma iniciativa do MPOG de alcance nacional, com adesão voluntária dos estados, bem como dos municípios de cada estado signatário. O acordo prevê que cabe a ENAP transmitir a metodologia e os conteúdos aos instrutores indicados pelos parceiros estaduais para serem multiplicados aos gestores e técnicos municipais, conferindo padronização e homogeneidade das informações e abordagens, permitindo, porém, algum grau de liberdade na condução dos trabalhos com seus municípios. Estão previstos quatro módulos dentro do Programa de Formação, conforme o quadro: Módulo Objetivo I. Planejamento Desenvolver competências em planejamento estratégico e desenvolvimento territorial; Identificar projetos prioritários por eixos para os anos de 2013/2014. II. Projetos Desenvolver conceitos e competências no uso de métodos de elaboração de programas/projetos governamentais. III. Monitoramento Desenvolver conceitos e competências no uso de metodologias de monitoramento de programas/projetos governamentais. IV. Avaliação Desenvolver conceitos e competências no uso de metodologias de avaliação de programas/projetos governamentais. O presente relatório objetiva apresentar o trabalho desenvolvido entre abril e setembro de 2013, pela equipe de Planejamento do Rio de Janeiro para a realização do Módulo I (Planejamento) do Programa de Capacitação. A primeira parte - Sobre a Preparação do Módulo I - aborda as articulações institucionais para a realização do programa, assim como o planejamento logístico e pedagógico para a multiplicação dos conteúdos juntos aos técnicos municipais. A segunda parte - Sobre a 7 Realização do Módulo I – apresenta a consolidação das informações sobre a participação dos municípios, a avaliação dos participantes de cada uma das quatro turmas realizadas e a consolidação dos custos. Banner confeccionado pela SEPLAG com a Logomarca do Estado do RJ para o Programa de Capacitação A experiência desta primeira etapa apresentou para a equipe responsável pelo seu desenvolvimento alguns desafios abordados na parte Desafios e Encaminhamentos. Um balanço geral da experiência de execução deste primeiro módulo é exposto nas Considerações Finais. Constam ainda como anexos deste produto, os quatro relatos elaborados pelos instrutores responsáveis pela liderança na condução de cada uma das turmas deste primeiro módulo. São narrativas bastante detalhadas e ilustradas sobre o perfil da participação e o desenvolvimento dos trabalhos em sala de aula. 8 II. Sobre a Preparação do Módulo I II.1 Antecedentes Em 21 de fevereiro de 2013 a Secretaria de Planejamento e Investimento – SPI, do MPOG lançou o programa “Construção da Agendas de Desenvolvimento Territorial e Apoio à Elaboração e Implementação dos PPAs Municipais”. O evento contou também com a participação da ENAP, do Conselho de Secretários de Estado de Planejamento – CONSEPLAN, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada– IPEA e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Na pauta da reunião foi ressaltada a importância da construção da agenda de integração federativa pelo alinhamento entre união, estados e municípios. Vários estados enviaram representantes, dentre os quais o Rio de Janeiro. Presente ao evento a Superintendente de Planejamento Institucional, considerou que a proposta vinha ao encontro ao eixo de trabalhos em desenvolvimento na Subsecretaria de Planejamento - SUBPL e prontamente manifestou o interesse da SEPLAG em participar de programa, em especial a publicação, no final de 2012, de dois documentos contendo informações de planejamento e gestão de interesse para os prefeitos recém eleitos a saber: Caderno de Planejamento 1- Gestão Municipal e os Instrumentos de Planejamento e Caderno de Planejamento 2 – Municípios em Dados. Em 26 de fevereiro de 2013, por ocasião da reunião do CONSEPLAN realizado na cidade de São Paulo, a Secretária da SPI Esther Bemerguy apresentou aos secretários e representantes presente a proposta de realização do programa supramencionado que teve expressiva aceitação pelos estados presentes. Visita ao RJ (SEPLAG) do MPOG/ SPI e ENAP – março/2013 Em sequência a Secretária da SPI veio ao Rio de Janeiro, em março de 2013, para apresentar a proposta ao Secretário da SEPLAG, Sergio Ruy Barbosa, que no momento entregou um exemplar do Caderno de Planejamento 1- Gestão Municipal e os Instrumentos de 9 Planejamento, como podem ser vistos na foto que documenta o importante encontro de alinhamento de agendas de trabalho entre o Estado e o Governo Federal. Estiveram presentes também o Subsecretario Geral, Francisco Caldas, a Subsecretária de Planejamento, Claudia Uchoa, o Assessor Luiz Carlos Capella e técnicos da SPI. Na oportunidade foi acertada a assinatura de um termo de cooperação para implantação do programa no território estadual. Em 28 de maio, como materialização dos esforços da SEPLAG no sentido de uma maior aproximação dos municípios e com sentido ampliado após a celebração do Acordo de Cooperação Técnica em torno do Programa de Formação, realizou-se o evento Diálogos de Planejamento II que contou com a presença de 96 representantes de 47 municípios. Planejado para iniciar a construção de uma parceria com os municípios na área de Planejamento, o evento visou aprimorar a articulação federativa relativa a esta área de governo e sensibilizar os gestores municipais do setor de Planejamento a participarem do Programa de Capacitação, apresentado pela primeira vez aos municípios fluminenses. O seminário contou, na sua abertura, com a participação do Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto; da Secretária adjunta da Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do SPI/MPOG, Ana Lúcia Starling; do Diretor do Departamento de Planejamento da SPI, Denis Sant’anna Barros, e do Prefeito de Queimados e representante da Associação Estadual de Municípios do Rio de Janeiro (Aemerj), Max Lemos, além do Secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa. Estiveram também presentes nas mesas o Subsecretário de Urbanismo Regional e Metropolitano, Vicente Loureiro, a Subsecretária de Planejamento, Cláudia Uchôa e a Superintendente de Planejamento Institucional, Haidine Barros Duarte. Parte do evento destinou-se à realização de oficina sobre planejamento governamental e seus instrumentos, envolvendo os gestores de 46 dos 92 municípios do estado que se fizeram representar. Este contato inicial foi de fundamental importância para o desenvolvimento posterior das articulações visando ao comprometimento formal dos prefeitos e secretários municipais com o Programa de Formação, por meio da celebração de Acordos de Cooperação Técnica entre a SEPLAG e os municípios, assim como para a divulgação e mobilização das áreas de planejamento das prefeituras para a indicação de técnicos e gestores a serem capacitados no primeiro módulo do programa. II.2 Formação dos multiplicadores A primeira etapa da capacitação dos municípios se deu com a formação dos multiplicadores do estado por meio de cursos presenciais de 35 horas na sede da ENAP, em Brasília. Quatro servidores da SUBPL/SEPLAG foram formados em duas das três turmas organizadas na ENAP: Fábio Siqueira, Leandro Silva, Natália Caninas e Rita Brito. A introdução de temas que extrapolam a aplicação das ferramentas, propondo um entendimento mais abrangente sobre o planejamento governamental, foi uma inovação muito positiva na avaliação da equipe capacitada em Brasília. Espaços de reflexão como estes 10 propiciam uma abordagem holística ao processo e não mecânica, fragmentada ou simplesmente instrumental e têm o potencial de provocar uma real renovação no pensamento dos quadros técnicos envolvidos nos processos de planejamento. No curso foram apresentadas ferramentas para uma melhor integração dos entes federativos, assim como insumos para a produção de diagnósticos regionais. Nessas fontes de informações, é possível que os municípios tenham uma visão geral de dados e indicadores relevantes e que possam compará-los e cotejá-los aos seus, aos do estado ou do país. De posse desses dados é possível que elejam seus desafios de forma mais criteriosa. A participação de representantes de municípios e de organizações da sociedade civil junto com técnicos estaduais ocasionou a formação de turmas heterogêneas. Surgiram, com isso, dificuldades, mas também oportunidades, pois o encontro de gestores públicos que atuam em realidades muito diversas dentro do mesmo país enriquece a experiência de todos. As dificuldades eram geradas pelo desnivelamento da turma no conhecimento das ferramentas de planejamento e comprometeram, em alguns momentos, a dinâmica das aulas. O curso foi ministrado por professores de grande prestígio acadêmico, sendo as palestras densas e instigadoras, porém de difícil assimilação no curto período de tempo destinado à exposição e discussão, levando em conta a intensidade dos trabalhos que se concentraram em 35 horas, em cinco dias seguidos. Nos três primeiros dias houve somente palestras, sem atividades práticas que pudessem servir como momentos de reflexão ou interação, com pouco espaço para perguntas ou debates. Os dois últimos dias do curso foram dedicados à apresentação dos 12 passos para a elaboração do PPA e à aplicação prática, durante a realização de oficinas, dos conceitos de Planejamento. Nesta etapa, muito se repetiu em relação ao que já havia sido tratado nas palestras, no intuito provável de reforçar os conceitos e mostrar como estes são mobilizados na aplicação das ferramentas abordadas nas oficinas. Porém, o tempo dedicado ao reforço dos conceitos se deu à custa do período disponível para as oficinas. No momento da realização das oficinas, o fato de muitos dos alunos não terem experiência com a metodologia de moderação de grupos exigiu alguma explanação e tempo até que o trabalho fosse efetivamente iniciado. A moderação era sempre feita por um integrante do grupo com alternâncias da função. Aparentemente os monitores da SPI estavam instruídos a não interferirem nos grupos para deixá-los à vontade para se auto-organizarem e mesmo para cometerem erros a serem observados e corrigidos posteriormente pelo tutor. A opção por uma condução mais ou menos rígida pode variar bastante de acordo com as características e maturidade do grupo, o que foi claramente percebido quando, posteriormente, a técnica foi aplicada nas turmas de técnicos dos municípios fluminenses. Grupos formados por pessoas que trabalham na parte operacional tendem a ligarem-se mais ao conteúdo, por possuírem bastante conhecimento sobre o que ocorre na execução e interessarem-se pelos detalhes, perdendo-se um pouco o foco nos conceitos e procedimentos. O curso foi bem avaliado pelos participantes do Rio de Janeiro. Ressalvas quanto às partes de estimação de receita e indicadores, que poderiam ter sido mais aprofundados durante o curso, e quanto à abordagem sobre a estrutura do PPA. Neste caso, o cuidado com a não imposição 11 da metodologia adotada pelo governo federal, ou qualquer outra, dificultou a comunicação sobre o ponto, resultando em uma exposição de possibilidades diversas e que somadas não configuram uma metodologia. Os contatos realizados na ocasião do curso e posteriormente pela servidora Rita Brito, coordenadora pedagógica do programa pela SEPLAG, permitiram a realização do curso no Rio de Janeiro para capacitação de todos os servidores da SUBPL. Aqueles formados inicialmente na ENAP ficaram responsáveis por replicar o conteúdo teórico ministrado em Brasília. Isto ocorreu em seis sessões de quatro horas, nas dependências da SEPLAG, realizadas ao longo de um mês. Os temas foram apresentados em lâminas com os resumos dos conteúdos reelaborados a partir do material original e debates sobre a bibliografia selecionada foram conduzidos pelos instrutores, alternadamente. A parte prática, voltada à apreensão e aplicação das ferramentas de planejamento e à metodologia de moderação, foi facilitada pela participação do professor Leopoldo Costa Junior, instrutor da SPI/MPOG enviado ao Rio de Janeiro, por solicitação da Subsecretaria da SUBPL, Cláudia Uchôa. Estes conteúdos foram desenvolvidos ao longo de dois dias consecutivos, também dentro das dependências da SEPLAG. Capacitação dos servidores da SUBPL A capacitação e certificação de todos os servidores da SUBPL e sua consequente habilitação como multiplicadores possibilitaram maior flexibilidade institucional na elaboração da agenda de formação dos técnicos municipais, minimizando dificuldades logísticas envolvidas na execução do programa. Os servidores da SUBPL/SEPLAG capacitados no Módulo I do Programa no Rio de Janeiro foram: Ana Fernanda Batista Coelho Alves, Elizabeth da Costa Mendes Oliveira de Menezes, Fernando Costa Rodrigues, Leonardo Dantas Teixeira, Luciana Ferreira de Almeida, Monique Carla Duarte Ribeiro, Natasha Freitas Assaife, Rachel Enete Lannes, Rafael Ventura Abreu, Rosali Souza Mayrink e Vinicius Boechat Tinoco. 12 II.3 Metodologia do curso A equipe formada em Brasília como multiplicadores do Módulo I entendeu que o conteúdo denso do curso deveria ser transformado em algo mais palatável, posto que não se sabia qual seria o nível de formação dos participantes nos municípios fluminenses. Não se tratou, contudo, de buscar um nivelamento por baixo, mas de desenvolver uma abordagem mais leve, descontraída e lúdica. Dessa forma, as apresentações foram entremeadas de gráficos, fotomontagens, vídeos curtos, caricaturas e até mesmo referências a novelas, pressupondo que apresentações multimídia colaborem para uma maior assimilação dos conteúdos trabalhados. Buscou-se o aprimoramento da didática com foco nos municípios, sobretudo por meio de trabalho conjunto da equipe de instrutores e de uma visão mais integrada dos conteúdos. Estava claro para a equipe que deveriam realizar atividades práticas desde o início dos trabalhos, mesmo quando ministrassem questões teóricas. Com esta finalidade foram apresentadas questões para mobilizar o grupo e promover a integração dos participantes entre si e com os instrutores o mais brevemente possível, fazendo com que se sentissem atuantes em todo o processo e não apenas espectadores. Do mesmo modo, os instrutores colocam-se como profissionais dispostos a debater e trocar experiências, aproximando-se dos alunos. Assim, enquanto em Brasília as atividades em grupo foram feitas somente no momento das oficinas, no Rio de Janeiro foram incluídas atividades em grupo em vários momentos, com introdução de questionamentos que instigavam os participantes e os retiravam da zona de conforto em cada uma das temáticas abordadas. Fábio Siqueira, Haidine Barros, Rita Brito, Natália Caninas e Leandro Silva 13 O plano de aula previa momentos expositivos - em que os tutores apresentavam slides usando um projetor digital - palestras com convidados e momentos de oficinas de trabalho. Nos momentos expositivos, os multiplicadores se alternavam para conferir maior dinamismo às aulas - cada um com sua própria forma de se expressar e explorar os variados temas. Durante as oficinas e trabalhos em grupo os representantes de cada município deveriam, sempre que possível, trabalhar com foco em suas localidades, cabendo aos tutores organizar os grupos e acompanhá-los, guiando o uso das metodologias apresentadas, mas evitando influenciar no conteúdo da discussão. Ao fim do trabalho, os grupos apresentavam os resultados da discussão e as questões que surgiram durante a oficina. O objetivo maior das oficinas era o treino da metodologia proposta e não a elaboração de diagnósticos precisos baseados em dados estritamente oficiais, já que o trabalho real demanda mais tempo do que o disponibilizado na oficina e seria muito pretensioso tentar alcançar soluções de fato durante o curso. Em todas as turmas do primeiro módulo, contamos com a presença da auditora fiscal do Tesouro Estadual, Mônica Bez, apresentando o Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF). Em sua palestra a convidada expôs o programa e se prontificou a realizar capacitações em todos os municípios que se mostrassem interessados. O PNEF funciona de forma análoga ao presente Programa de Capacitação de Municípios em PPA, porém o acordo de cooperação se dá entre o Ministério da Educação, Receita Federal do Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, Escola Superior de Administração Fazendária (ESAF) e Secretarias de Fazenda e de Educação estaduais. Apresentação do PNEF por Mônica Bez O PNEF é um instrumento à disposição da sociedade que objetiva: Sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo; Levar conhecimentos aos cidadãos sobre administração pública; Incentivar o acompanhamento pela sociedade da aplicação dos recursos públicos; Criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão. 14 II.4 Ementas de Disciplinas Direitos Humanos no Brasil DIREITOS Participação Social PALESTRA PLANEJAMENTO Direitos Humanos no Brasil e suas integralidades; a constituição cidadã; desigualdades, iniquidades e justiça social, e territórios sociais. Participação Social (Conselhos Gestores), Descentralização. Educação Fiscal Palestra sobre a função social dos tributos. Fase Conceitual Conceitos e pressupostos, Planejamento Estadual. Passos 01 a 04 Fase Conceitual Sensibilização do Prefeito, Formação da equipe responsável, definição do cronograma e definição da Estrutura do PPA. Passo 05 Diagnóstico dos Municípios Metodologia para diagnóstico - Análise SWOT Apresentação de Base de Dados Estruturados. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PPA Passo 06 Dimensão Estratégica Conceito Geral de Estratégia e Estratégia no Planejamento. Passo 07 Identificação do Problema Identificação do Problema e Construção da Árvore de Problemas. Passo 08 Elaboração de Programas Teoria para elaboração de Programas e exercício prático. Passo 09 Estimação de Receitas Apresentação das fontes de Receita abordando a importância para elaboração do PPA. Passo 10 Índice e Metas Abordagem da importância dos indicadores. Passo 11 e 12 Mensagem e Projeto de Lei Validação dos Programas, Elaboração de PL e Mensagem. II.5 Logística do curso nos municípios Em seguida à formação dos multiplicadores, e paralelamente ao desenvolvimento da metodologia e dos planos de aula, passou-se à fase de preparação das apresentações para os municípios e de toda a logística necessária. Optou-se por agrupar os municípios em regiões (não obrigatoriamente seguindo a regionalização oficial do estado) e realizar o curso em uma cidade que aceitasse sediar o evento e recepcionar os outros municípios. Com base nos contatos levantados no evento Diálogos de Planejamento II, foram feitos os convites aos municípios. Criou-se um email institucional ([email protected]) para estabelecer a relação com os representantes municipais em que os instrutores e os servidores designados para cuidar da logística teriam acesso. Os Acordos de Cooperação foram sendo assinados à medida que eram feitos os contatos. Alguns municípios receberam a proposta com entusiasmo, outros foram mais reticentes. Foi realizado um trabalho de sensibilização sobre como o curso poderia contribuir para a realidade 15 dos municípios dentro do curto espaço de tempo estabelecido tendo em vista os prazos legais para a entrega dos Planos Plurianuais municipais. A adesão, porém, foi abaixo do esperado porque as datas oferecidas para os cursos concorriam com os cronogramas de elaboração dos PPAs Municipais, cujos prazos são estabelecidos nas leis orgânicas dos municípios. Face a isto, foram formadas quatro turmas ao invés das oito inicialmente planejadas. Realizar capacitações fora de sua sede exigiu enorme empenho da equipe da SEPLAG, pois não se trata de um procedimento rotineiro para nenhum dos setores da Secretaria. Existe, porém, o entendimento de que este trabalho deve ser levado ao interior de um estado que tende a ter seu foco e suas ações voltadas para a região metropolitana. O público atendido frisou recorrentemente, ao fim das aulas, que nunca havia recebido um trabalho de tanta qualidade e que a presença do governo do estado tem sido historicamente tímida. Retirar os servidores de seu convívio familiar, seus afazeres e responsabilidades rotineiras, mostra-se como uma limitação a trabalhos mais longos. Antevendo a dificuldade para os municípios liberarem seus servidores por cinco dias corridos, o curso foi dividido em duas etapas: a primeira etapa de dois dias (conteúdos teóricos) e a segunda de três dias (oficinas práticas) na semana seguinte. Ainda assim, os custos humanos e os custos financeiros envolvidos no envio de servidores para fora dos municípios fizeram com que houvesse sempre um município manifestando o desejo de sediar o próximo módulo, com vistas a facilitar a participação de maior número de servidores no curso. 16 III. Sobre a Realização do Módulo I Buscando documentar e avaliar o trabalho realizado no módulo I, esta seção apresenta os participantes de cada turma bem como a agregação de dados sobre suas avaliações quanto ao curso. Além disso, são destacados os desafios que foram enfrentados e sugestões técnico/operacionais para aqueles que desejem criar um curso como este. Por questões operacionais, as turmas congregaram municípios que por vezes não fazem parte de uma mesma região oficial do estado. Assim, foi criada uma regionalização própria para a execução do projeto. Como não foi dada uma nomenclatura para cada uma destas regiões, faremos sempre referência aos municípios que sediaram o projeto, exceto para a Turma 2, realizada no município do Rio de Janeiro, que não aderiu ao programa. III.1 Relação de Municípios por Turma Turma 1 Cardoso Moreira, Macaé, Rio das Ostras, São Fidélis e São João da Barra. Turma 3 Armação de Búzios, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Itaperuna, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e Silva Jardim. Obs: São Francisco de Itabapoana se inscreveu, mas não participou. Obs: Cantagalo, Cordeiro, Rio Bonito e São Francisco de Itabapoana se inscreveram, mas não participaram. Turma 2 Turma 6 Belford Roxo, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Angra dos Reis, Paraíba do Sul, Pinheiral, Piraí e Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Volta Redonda. Queimados, São Gonçalo e Seropédica. Obs: Magé se inscreveu, mas não participou. Obs: Areal, Engenheiro Paulo de Frontin e Vassouras se inscreveram, mas não participaram. Resumo das Turmas do Módulo I do Programa de Capacitação em PPA Municipal - 2013 SEDE NÚMERO DE MUNICÍPIOS ALUNOS INSCRITOS ALUNOS PRESENTES Macaé 5 36 32 2 – Região Metropolitana Rio de Janeiro 10 37 25 3 - Região dos Lagos/Centro São Pedro da Aldeia Piraí 8 29 23 5 34 27 27 136 107 TURMA 1 - Região Norte 6 - Região Sul e Costa Verde Total OBS. As Turmas seguem a numeração apresentada à ENAP no primeiro cronograma. A numeração foi mantida apesar das alterações que serão explicadas nas considerações finais. 17 III.2 Custos envolvidos Com o intuito de medir a ordem de grandeza dos gastos da SEPLAG-RJ com este projeto, foi feita uma estimativa baseada nos insumos envolvidos no processo. Foram considerados também os custos com a mão de obra (salário dos servidores), embora não tenha sido feita nenhuma contratação extra para a realização do projeto. Custo estimado de gastos da SEPLAG - Curso de Capacitação de Municípios em Plano Plurianual (PPA) CUSTOS DETALHADOS POR TURMA Instrutores (valor total da hora/aula)** MACAÉ R$ 9.219,00 METROPOLITANA PIRAÍ R$ 7.608,30 R$ 8.523,90 SÃO PEDRO DA ALDEIA R$ 6.979,00 BRASÍLIA / SEPLAG x TOTAL (R$) R$ 32.330,20 Curso de formação de Instrutores em Brasília (passagens e diárias) x x x x R$9.100,00 R$9.100,00 Curso de formação de Instrutores na SEPLAG (estimativa da remuneração) x x x x R$ 19.331,90 R$ 19.331,90 Cursos nos municípios (despesas dos Instrutores de locomoção e diárias) R$ 9.785,00 R$ 0,00 R$ 5.545,00 R$ 5.515,00 x R$ 20.845,00 Diárias dos Motoristas R$ 1.500,00 x R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 x R$ 4.000,00 Serviços de secretaria (ligações telefônicas, tabulação de dados, correios) R$ 1.136,20 R$ 1.001,20 R$ 1.136,20 R$ 1.136,20 x R$ 4.409,80 Preparação das aulas pelos instrutores (hora/aula - (estimativa da remuneração) R$ 8.225,70 x R$ 4.165,35 R$ 4.140,85 x R$ 16.531,90 Material didático (apostilas, avaliações, banner,cartazes, canetas pilot) R$ 1.060,50 R$ 1.060,50 R$ 1.060,50 R$ 1.060,50 x R$ 4.242,00 Elaboração dos relatórios de realização do curso Impressão dos relatórios Instalações onde foram realizados o curso Serviços de lanche/café R$ 296,14 R$ 326,07 R$ 337,94 R$ 299,10 x x x x Prefeitura* CEPERJ (ERJ) Prefeitura* Polo CEDERJ (ERJ) Prefeitura* R$ 672,50 Prefeitura* TOTAL custo por aluno inscrito (150 servidores inscritos) custo por aluno com >80% presença (82 alunos com direito a certificado) Prefeitura* R$ 176,40 R$ 1.435,65 R$ 60,00 R$ 60,00 x R$ 0,00 x R$ 672,50 R$ 112.958,95 R$ 753,06 R$ 1.377,55 *contrapartida das prefeituras, sem custos para SEPLAG ** Os custos da hora/aula de cada instrutor couberam à ENAP 18 III.3 Avaliação dos Participantes As avaliações sobre a satisfação dos participantes foram medidas através do “Formulário de satisfação com o módulo presencial”, desenvolvido pela ENAP. A partir da análise das notas atribuídas a cada questão abordada pelo formulário, foi possível identificar os aspectos mais relevantes, tanto aqueles que foram considerados positivos e atenderam (ou superaram) às expectativas, quanto os que não atenderam plenamente às expectativas dos participantes do módulo I do Programa de Capacitação dos Municípios para PPA. O formulário apresenta-se separado em blocos, dentro dos quais são analisadas questões relacionadas ao ‘Planejamento, coordenação e apoio logístico’ oferecido pelos organizadores do curso (Bloco 1 – com 13 questões) e ao ‘Desempenho do docente’ (Bloco 2 – com 18 questões). Por fim, é proposta uma ‘Autoavaliação’ pelos próprios participantes (Bloco 3 – com 12 questões). Dispõe-se, ainda, de um espaço para exposição de ‘Críticas e sugestões’ por parte dos participantes, visando à melhoria do módulo no que diz respeito ao atendimento, à infraestrutura, aos serviços de apoio, de material didático, de conteúdos adicionais, e todas as demais considerações que os participantes acharem pertinentes à realização do módulo. A gradação dos conceitos varia de 1 a 5, considerando o conceito 5 quando a avaliação é a de que o item em questão superou as expectativas (Atendeu plenamente), conceito 4 quando atendeu às expectativas (Atendeu), e de 3 a 1 quando não atendeu devidamente às expectativas (Não atendeu). Para cada questão foi feita a média das avaliações fornecidas pelos participantes do curso, obtendo-se assim a média geral para cada um dos 3 blocos. As avaliações, bem como as críticas e sugestões, foram reunidas, analisadas e resumidas por turma. A seguir estão elencadas as questões propostas no “Formulário de satisfação com o módulo presencial”, desenvolvido pela ENAP: Bloco 1: Planejamento, Coordenação e Apoio Logístico Questão 1 - Os textos de leitura prévia foram importantes para o processo de ensinoaprendizagem. Questão 2 - Os objetivos do curso foram definidos de forma clara. Questão 3 - A carga horária foi suficiente para o desenvolvimento dos conteúdos do curso. Questão 4 - Os conteúdos foram coerentes com os objetivos propostos. Questão 5 - A linguagem utilizada nos materiais didáticos (apostilas e textos) facilitou a compreensão do conteúdo. Questão 6 - A apresentação visual do material didático facilitou a compreensão do conteúdo. Questão 7 - As atividades previstas para o curso contribuíram para minha aprendizagem. Questão 8 - Os recursos tecnológicos (computador, lousa magnética etc.) utilizados no curso facilitaram a compreensão do conteúdo. Questão 9 - A comunicação entre os responsáveis pelo curso na ENAP e os participantes foi eficiente. Questão 10 - O espaço da sala de aula foi adequado para as estratégias de ensino utilizadas. Questão 11 - O equipamento de sala de aula foi adequado para as estratégias de ensino utilizadas. 19 Questão 12 - As instalações (salas, bibliotecas, laboratórios e estacionamentos) garantiram o conforto dos participantes. Questão 13 - Os participantes tiveram conforto físico (temperatura, higiene e nível de ruído) durante o curso. Bloco 2: Desempenho do docente Questão 14 - Demonstrou domínio dos conteúdos abordados. Questão 15 - Utilizou linguagem de fácil compreensão. Questão 16 - Respeitou as idéias dos participantes. Questão 17 - Respeitou a diversidade (étnica, social, sexual, cultural, religiosa, etária etc.) da turma. Questão 18 - Iniciou as aulas com apresentação da síntese do dia anterior. Questão 19 - Utilizou adequadamente o tempo para o desenvolvimento dos conteúdos do curso. Questão 20 - Apresentou, no início das aulas, os objetivos do dia. Questão 21 - Apresentou o conteúdo em uma seqüência lógica. Questão 22 - Utilizou corretamente os recursos instrucionais (audiovisuais e impressos) para o cumprimento dos objetivos. Questão 23 - Incentivou a participação de toda turma. Questão 24 - Esclareceu dúvidas e questionamentos dos participantes em atividades individuais e coletivas. Questão 25 - Utilizou exemplos pertinentes à realidade de trabalho dos participantes. Questão 26 - Relacionou o conteúdo do curso com a melhoria do serviço público. Questão 27 - Absteve-se de fazer autopromoção durante o curso. Questão 28 - Recebeu críticas ou questionamentos com tranquilidade. Questão 29 - Demonstrou respeito ao serviço público. Questão 30 - Estimulou o debate entre os participantes. Questão 31 - Manteve o foco das discussões nos objetivos do curso. Bloco 3: Autoavaliação Questão 32 - As atividades desenvolvidas no curso contribuíram para minha aprendizagem. Questão 33 - A carga horária permitiu minha participação efetiva no curso. Questão 34 - Sinto-me motivado para participar de outro curso presencial na ENAP. Questão 35 - Assimilei os conteúdos apresentados no curso. Questão 36 - O curso atendeu as minhas necessidades de aprendizagem sobre o assunto. Questão 37 - Adquiri conhecimentos que irão melhorar meu desempenho no trabalho. Questão 38 - Sinto-me capaz de compartilhar com as outras pessoas os conhecimentos adquiridos. Questão 39 - Adquiri conhecimentos que fortaleceram meus valores e princípios éticos sobre o exercício da função pública. Questão 40 - Desenvolvi capacidade de refletir criticamente sobre o conteúdo do curso. Questão 41 - Percebo situações de trabalho onde eu poderei aplicar o aprendido. Questão 42 - Sinto-me capaz de propor mudanças no meu setor de trabalho, com base no que foi aprendido. Questão 43 - Sinto-me mais interessado pelo assunto após o curso. 20 III.3.1 Turma 1 - Macaé Foram analisados formulários de 26 participantes da turma realizada em Macaé. O Bloco 1, sobre ‘Planejamento, coordenação e apoio logístico’, obteve uma média geral de 3,79 (Tabela 1), sendo a maior média obtida pela questão 9, sobre a eficiência da comunicação entre os responsáveis pelo módulo e os participantes (média 4,32). Por outro lado, a menor média foi verificada para as questões 10 e 12 ( 3,01 para ambas), que versavam, respectivamente, sobre a adequação do espaço da sala de aula para a realização das estratégias de ensino utilizadas, e sobre a adequação e conforto das instalações onde foram ministradas as aulas. Tabela 1. Notas médias atribuídas para cada bloco da avaliação de satisfação com o módulo presencial da turma de Macaé. Média geral Nota Máxima Nota Mínima 1 - Planejamento, coordenação e apoio logístico oferecidos pela Instituição 3,79 5 2 2 - Desempenho do docente 4,47 5 1 3 - Autoavaliação 4,19 5 2 Bloco Considerando individualmente as questões deste Bloco 1, verificou-se que todas alcançaram nota máxima igual a 5, exceto a questão 12 sobre o espaço físico destinado a realização das atividades didáticas que recebeu nota máxima igual a 4. Enquanto a nota mínima foi igual a 2, para as questões sobre: disponibilização de textos para leitura prévia (questão 1), delimitação clara dos objetivos do curso (questão 2), carga horária insuficiente (questão 3), contribuição das atividades realizadas para aprendizagem do conteúdo (questão 7), espaço físico da sala de aula adequado (questão 10), e conforto relacionado a infraestrutura para realização das aulas (questão 13). Vale assinalar que nenhuma destas questões recebeu conceito 2 de mais do que um aluno. De forma geral, portanto, os quesitos acima não incomodaram amplamente a turma, nem tampouco ocasionaram restrições ou impedimentos de grande relevância para o desenvolvimento das atividades. Apenas três questões foram apontadas pelos alunos com mais de 50% de “Não atendimento” às expectativas: as questões 10, 12 e 13, todas relacionadas ao espaço físico destinado à realização das atividades. Por outro lado, a questão 9 - relacionada à eficiência da comunicação entre os responsáveis pelo módulo e os participantes – teve 52% de Atendimento pleno, apontado pelos alunos, sendo o maior percentual nesse Bloco 1 (Figura 1). 21 Figura 1. Percentuais de atendimento às expectativas do primeiro bloco de questões da Turma 1 – Macaé (fonte: ENAP). O Bloco 2 analisou o ‘Desempenho do docente’ e apresentou a maior média (4,47) entre os três blocos de questões analisados (Tabela 1), com a maior média (4,73) atribuída às questões sobre: incentivos a participação da turma (questão 23), demonstração de respeito ao servidor público (questão 29), e estímulo ao debate entre os participantes (questão 30). A questão que obteve a menor média (3,96) referia-se ao tempo disponível para o desenvolvimento dos conteúdos do módulo (questão 19). Todas as questões alcançaram a nota máxima (5 pontos), enquanto a nota mínima observada foi 1 para as questões sobre: síntese da aula anterior para recomeço das atividades (Questão 18), emprego de exemplos pertinentes à realidade de trabalho dos participantes (questão 25), e relação do conteúdo com a melhoria do serviço público (questão 26). Da mesma forma que no Bloco 1, os quesitos acima só incomodaram a um aluno. Todas as questões deste bloco apresentaram mais de 50% de Atendimento pleno às expectativas, com exceção das questões 18 e 19 que ficaram abaixo deste patamar, apresentando 19% e 27%, respectivamente, de Não atendimento às expectativas desses quesitos (Figura 2). 22 Figura 2. Percentuais de atendimento às expectativas do segundo bloco de questões da Turma 1 – Macaé (fonte: ENAP). Por fim, o Bloco 3 destinava-se a uma ‘Autoavaliação’ e apresentou uma média geral de 4,22 (Tabela 1); sendo as médias máximas alcançadas nas questões 34 e 43, respectivamente sobre a motivação dos participantes para realizarem o próximo módulo do curso (4,61) e o interesse pelo assunto abordado após participar deste módulo (4,53). As menores médias foram atribuídas às questões 36 - sobre o fato do módulo atender as necessidades de aprendizagem sobre os assuntos abordados (3,81), e questão 38 - sobre a capacidade dos participantes de compartilhar com outras pessoas os conhecimentos adquiridos (3,96). Da mesma forma que o Bloco 2, todas as questões do Bloco 3 atingiram notas máximas igual a 5, e a nota mínima verificada foi na questão 33 (nota 2), que perguntava se as atividades desenvolvidas no módulo contribuíram para a aprendizagem dos participantes. Somente dois alunos atribuíram essa nota nesta questão. A ampla maioria das questões analisadas no Bloco 3 apresentou percentuais maiores do que 50% de Atendimento, ou Atendimento pleno, às expectativas (Figura 3). 23 Figura 3. Percentuais de atendimento às expectativas do terceiro bloco de questões da Turma 1 – Macaé (fonte: ENAP). Comentários e sugestões Dentre os formulários avaliados, 14 participantes (54%) contribuíram com críticas e sugestões, sendo metade destes com comentários elogiosos ao curso e à equipe de instrutores da SEPLAG. As principais críticas foram em relação ao espaço físico e infraestrutura disponibilizada para realização das atividades (36% dos comentários). Também foram sugeridos a apresentação de um PPA pronto, maior carga horária e mais vagas, maior síntese do conteúdo para agilizar o curso, disponibilização de textos prévios preparatórios e melhor divulgação do curso junto às prefeituras e secretarias. 24 III.3.2 Turma 2 - Metropolitana Foram analisados formulários de 25 participantes da turma realizada na sede da CEPERJ, na cidade do Rio de Janeiro. O Bloco 1, sobre ‘Planejamento, coordenação e apoio logístico’, obteve uma média geral de 4,14 (Tabela 2), sendo a maior média obtida pelas questões 6 e 10, sobre a qualidade do material didático e a adequação do espaço da sala de aula para as estratégias de ensino empregadas, respectivamente (média 4,48). Por outro lado, a menor média foi verificada para a questão 3, relacionada à carga horária destinada ao desenvolvimento do conteúdo do módulo (média 3,20). Tabela 2. Notas médias atribuídas para cada bloco da avaliação de satisfação com o módulo presencial da turma Metropolitana. Bloco Média geral Nota Máxima Nota Mínima 1 - Planejamento, coordenação e apoio logístico oferecidos pela Instituição 4,14 5 1 2 - Desempenho do docente 4,47 5 1 3 - Autoavaliação 4,08 5 2 Considerando individualmente as questões do Bloco 1, verificou-se que todas alcançaram nota máxima igual a 5, enquanto a nota mínima foi igual a 1, sendo atribuída a questões sobre a carga horária destinada ao desenvolvimento do conteúdo do módulo (questão 3), sobre a linguagem utilizada no material didático (questão 5) e a qualidade do material didático (questão 6). Porém, vale assinalar que nenhuma destas questões recebeu conceito 1 de mais do que um aluno. O percentual de Atendimento pleno às expectativas ficou acima de 40% para 10 questões avaliadas, enquanto para outras duas foi verificado mais de 50% de expectativas Atendidas. Apenas a questão 3 - que avaliava se a carga horária destinada ao desenvolvimento dos conteúdos do módulo estava sendo suficiente - atingiu 58% de Não atendimento às expectativas (Figura 4). 25 Figura 4. Percentuais de atendimento às expectativas do primeiro bloco de questões da Turma 2 – Metropolitana (fonte: ENAP). O Bloco 2 analisou o ‘Desempenho do docente’ e apresentou a maior média (4,47) entre os três blocos de questões analisados (Tabela 2). A questão sobre incentivos à participação da turma recebeu a maior média (4,76) enquanto a questão 19 que se referia ao tempo disponível para o desenvolvimento dos conteúdos do módulo obteve a menor média (4,08). Todas as questões receberam como nota máxima o conceito 5, enquanto a nota mínima observada foi 1 para a questão 19, e também para as questões 16, 25 e 28, porém todas estas três atribuídas pelo mesmo participante. Todas as questões deste bloco apresentaram mais de 50% de Atendimento pleno às expectativas, com exceção da questão 19 que alcançou 20% de Não atendimento às expectativas (Figura 5). 26 Figura 5. Percentuais de atendimento às expectativas do segundo bloco de questões da Turma 2 – Metropolitana (fonte: ENAP). Por fim, o Bloco 3 destinava-se a uma ‘Autoavaliação’ e apresentou uma média geral de 4,08 (Tabela 2); sendo a média máxima (4,52) alcançada na questão 43, que perguntava sobre a motivação dos participantes para realizarem o próximo módulo do curso. A menor média (3,64) foi da questão 39, sobre a aquisição de conhecimentos ter fortalecido os valores e princípios éticos para o exercício da função pública. Da mesma forma que o Bloco 2, todas as questões do Bloco 3 atingiram notas máximas igual a 5, e a nota mínima (nota 2) foi verificada nas questões 33, 37, 38, 39 e 40, que perguntavam se: as atividades desenvolvidas no módulo tiveram carga horária compatível, se contribuíram para a aquisição de conhecimento, capacidade de compartilhar o conhecimento adquirido, se a aquisição de conhecimentos fortaleceu os valores e princípios éticos para o exercício da função pública, e sobre o desenvolvimento da capacidade de reflexão crítica dos participantes. Dentre as questões avaliadas, quatro delas obtiveram 50% de Atendimento pleno às expectativas (Questões 34, 37, 41 e 43), outras quatro Atenderam às expectativas em percentuais maiores do que 50% (Questões 33, 35, 36 e 42). Porém, as questões 33, 36, 37, 38, 39 e 40 Não atenderam às expectativas na ordem de 20% (Figura 6). 27 Figura 6. Percentuais de atendimento às expectativas do terceiro bloco de questões da Turma 2 – Metropolitana (fonte: ENAP). Comentários e sugestões Dentre os formulários avaliados, 12 participantes (48%) contribuíram com críticas e sugestões, sendo mais da metade sugerindo o aumento da carga horária e ênfase em exercícios, com realização de atividades práticas de elaboração de PPA, além de sugestões de realização de capacitações em áreas mais próximas dos municípios e um curso específico a respeito da LOA. 28 III.3.3 Turma 3 – São Pedro da Aldeia Foram analisados formulários de 15 participantes da turma realizada em São Pedro da Aldeia. Considerando o Bloco 1, sobre ‘Planejamento, coordenação e apoio logístico’, obteve-se uma média geral de 4,54 (Tabela 3), sendo as maiores médias (média 4,80) obtida pela questão 7 sobre a contribuição das atividades para a aprendizagem dos participantes - e pela questão 9 sobre a eficiência da comunicação entre os instrutores e os participantes. Por outro lado, a menor média foi verificada para a questão 12 (média 4,12), relacionada com o conforto das instalações onde foram realizadas as atividades. Tabela 3. Notas médias atribuídas para cada bloco da avaliação de satisfação com o módulo presencial da turma de São Pedro da Aldeia. Bloco Média geral Nota Máxima Nota Mínima 1 - Planejamento, coordenação e apoio logístico oferecidos pela Instituição 4,54 5 3 2 - Desempenho do docente 4,53 5 1 3 – Autoavaliação 4,44 5 2 Considerando individualmente as questões do Bloco 1, verificou-se que todas receberam nota máxima igual a 5, enquanto a nota mínima foi igual a 3, não havendo notas 1 e 2 para as perguntas, retratando, assim, o grau de satisfação dos participantes com relação a este bloco de perguntas.Todas as questões apresentaram percentuais acima de 50% de Atendimento pleno às expectativas, sendo oito delas com percentuais acima de 70%. Apenas a questão 5 apresentou um percentual acima de 10% de Não atendimento às expectativas (Figura 7). Figura 7. Percentuais de atendimento às expectativas do primeiro bloco de questões da Turma 3 – São Pedro da Aldeia (fonte: ENAP). 29 O Bloco 2 analisou o ‘Desempenho do docente’ e apresentou a média (Tabela 3) semelhante ao Bloco 1 (4,53), com a maior média (4,67) atribuída a três questões que perguntavam sobre: o respeito às ideias dos participantes (questão 16), o respeito à diversidade da turma (questão 17) e o incentivo por parte dos instrutores à participação da turma (questão 23). A questão que obteve a menor média (4,27) referia-se ao recebimento de críticas e questionamentos por parte dos instrutores (questão 28). Todas as questões receberam como nota máxima o conceito 5, enquanto a nota mínima observada foi 3. Assim, sem que fossem atribuídas notas 1 e 2 para as perguntas, pode-se destacar o grau de satisfação dos participantes com relação a este bloco de perguntas. Todas as questões deste bloco apresentaram mais de 70% de Atendimento pleno às expectativas, e apenas a questão 31 apresentou um percentual acima de 10% de Não atenderam às expectativas (Figura 8). Figura 8. Percentuais de atendimento às expectativas do segundo bloco de questões da Turma 3 – São Pedro da Aldeia (fonte: ENAP). Por fim, o Bloco 3 destinava-se a uma ‘Autoavaliação’ e apresentou uma média geral de 4,44 (Tabela 3); sendo a média máxima (4,93) alcançada na questão 43, que perguntava sobre a motivação dos participantes para realizarem o próximo módulo do curso. A menor média (3,93) foi da questão 33, sobre a carga horária disponível para participar efetivamente do módulo. Da mesma forma que o Bloco 2, todas as questões do Bloco 3 atingiram notas máximas igual a 5, e a nota mínima igual a 2, foi verificada nas questões que perguntavam se as atividades desenvolvidas no módulo contribuíram para a aquisição de conhecimento (questão 35), se 30 atendeu às necessidades de aprendizagem (questão 36), se os participantes sentem-se capazes de compartilhar o conhecimento adquirido (questão 38), e se eles sentem-se capazes de propor mudanças em seus setores de trabalho com base no que foi aprendido (questão 42). Dentre as questões avaliadas, todas atingiram mais 70% de Atendimento pleno às expectativas, e apenas três questões apresentaram mais de 20% de Não atendimento às expectativas (Figura 9). Figura 9. Percentuais de atendimento às expectativas do terceiro bloco de questões da Turma 3 – São Pedro da Aldeia (fonte: ENAP). Comentários e sugestões Dentre os formulários avaliados, dois terços do total de participantes (10) contribuíram com críticas e sugestões, sendo metade destes com comentários sugerindo maior divulgação do curso e definição da localização e data com maior antecedência para melhor planejamento dos servidores, além de elogios à distribuição das aulas, atividades e ao curso de forma geral. 31 III.3.4 Turma 6 – Piraí Foram analisados formulários de 23 participantes da turma realizada em Piraí. Considerando o Bloco 1, sobre ‘Planejamento, coordenação e apoio logístico’, obteve-se uma média geral de 4,14 (Tabela 4), sendo a maior média (4,61) obtida pela questão 8, sobre a utilização de recursos tecnológicos durante o módulo. Por outro lado, a menor média (3,48) foi verificada para as questões 1 e 13, relacionadas aos textos para leitura prévia e ao conforto físico proporcionado aos participantes durante a realização do curso. Tabela 4. Notas médias atribuídas para cada bloco da avaliação de satisfação com o módulo presencial da turma de Piraí. Bloco Média geral Nota Máxima Nota Mínima 1 - Planejamento, coordenação e apoio logístico oferecidos pela Instituição 4,14 5 1 2 - Desempenho do docente 4,64 5 1 3 – Autoavaliação 4,37 5 2 Considerando individualmente as questões deste Bloco 1, verificou-se que todas receberam nota máxima igual a 5, enquanto a nota mínima foi igual a 1, sendo atribuída as questões 12 e 13, sobre infraestrutura, instalações e conforto disponibilizado aos participantes por somente um aluno. O percentual de Atendimento pleno às expectativas ficou acima de 50% para cinco questões (4, 7, 8, 9 e 11). Apenas duas questões (12 e 13), ambas a respeito da infraestrutura dos locais de realização do curso, Não atenderam às expectativas com percentuais de 32% e 39%, respectivamente (Figura 10). Figura 10. Percentuais de atendimento às expectativas do primeiro bloco de questões da Turma 6 – Piraí (fonte: ENAP). 32 O Bloco 2 analisou o ‘Desempenho do docente’ e apresentou a maior média (4,64) entre os três blocos de questões analisados (Tabela 4), com a maior média (4,83) atribuída às questão 21 e 23, sobre a sequencia lógica do conteúdo didático e sobre o incentivo a participação de toda a turma, respectivamente. Todas as questões receberam como nota máxima o conceito 5, enquanto a nota mínima observada foi 3 para as questões sobre a apresentação, organização e utilização adequada do tempo nas aulas (Questões 18, 19 e 20), e o foco das discussões nos objetivos do módulo (Questão 31). Tal como relatado em casos anteriores, somente um aluno atribuiu nota 3 a essas questões. Todas as questões deste bloco foram consideradas Atendendo plenamente às expectativas com percentuais acima de 52%, com exceção da questão 19, muito embora esta tenha sido considerada como Atendendo às expectativas com percentual de 57% (Figura 11). Figura 11. Percentuais de atendimento às expectativas do segundo bloco de questões da Turma 6 – Piraí (fonte: ENAP). Por fim, o Bloco 3 destinava-se a uma ‘Autoavaliação’ e apresentou uma média geral de 4,37 (Tabela 4); sendo a média máxima (4,65) alcançada na questão 34, que perguntava sobre a motivação dos participantes para realizarem o próximo módulo do curso. A menor média (3,91) foi da questão 33, sobre a carga horária do módulo. Dentre as questões avaliadas, seis Atenderam plenamente às expectativas com percentuais maiores do que 50% (Questões 32, 34, 37, 39, 42 e 43), outras oito Atenderam às expectativas com mais de 40% (questões 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40 e 41). Porém, as questões 33, 38 e 42 apresentaram percentuais de Não atendimento às expectativas na casa dos 20% a 30% (Figura 12). 33 Figura 12. Percentuais de atendimento às expectativas do terceiro bloco de questões da Turma 6 – Piraí (fonte: ENAP). Comentários e sugestões Dentre os formulários avaliados, 9 participantes (apenas 39%) contribuíram com críticas e sugestões, sendo mais da metade destes com comentários elogiosos ao curso e aos instrutores. Alguns participantes sugeriram atenção aos horários e o aumento da carga horária, além de haver comentários sobre as condições não plenamente apropriadas de infraestrutura e local de realização das atividades. 34 IV. Desafios e Encaminhamentos Algumas considerações podem ser feitas baseando-se nas sugestões recebidas por escrito e pelas impressões da equipe de multiplicadores, tais como: A principal dificuldade da equipe foi no quesito comunicação. Por não haver padronização nos municípios quanto a qual secretaria seria responsável pela área de Planejamento e elaboração do PPA, muitos dos contatos feitos não foram efetivos. Historicamente não há uma cultura de comunicação entre o estado e os municípios, fazendo com que realizar este trabalho tenha sido um grande desafio. A rede de contatos gerada será de grande valia para futuros trabalhos. A divisão do módulo em duas etapas foi positivamente avaliada pela maioria dos participantes. Muitos dos quais teriam tido dificuldade para comparecer ao curso caso tivessem de se afastar de seus postos de trabalho por cinco dias seguidos. Quanto à organização em geral sentiu-se que poderíamos ter sido mais eficientes, não fossem as incertezas envolvidas. Pensar a logística necessária para cada turma somente após já haver realizado a anterior fez com que houvesse pouco tempo hábil para a escolha dos locais, por exemplo. A dificuldade foi potencializada pelo reduzido tamanho da equipe voltada para a logística. Havia justificada pressa em realizar os cursos por estarem os municípios em plena elaboração de seus PPAs. O projeto também foi importante para que pudéssemos divulgar as publicações da Subsecretaria de Planejamento: “Municípios em Dados” e “Cadernos de Planejamento”. São subsídios de grande valia para os municípios fluminenses na tomada de decisão. Os cursos ocorreram em um período de certa instabilidade política devido a grandes manifestações populares nas ruas. Apesar de não se ter entrado no mérito das questões das reivindicações, houve a oportunidade de serem divulgadas outras formas de participação social que já estão institucionalizadas, como os Conselhos Gestores. Falar sobre assuntos diretamente ligados ao cotidiano ou às questões atuais provocou a sensação de que não se estava apenas fazendo um discurso decorado e repetido e sim realizando algo personalizado e espontâneo. Abordou-se a questão da mobilidade urbana, royalties e assuntos que estão sendo muito debatidos atualmente. Assim, criou-se um grande estímulo à fala e ao debate. Abordar o tema de direitos humanos foi algo bastante rico no sentido de modificar profundamente a ideia disseminada sobre o assunto. Os direitos humanos têm sido recorrentemente atacados por serem identificados como os direitos dos malfeitores, quando na verdade o assunto é muito mais amplo e interessante se abordado com outro olhar menos preconceituoso e reativo. O estreitamento dos laços com os municípios constitui legado de valor inestimável e abre as portas para um novo tempo nesta Secretaria. A finalização do curso em todas as turmas foi invariavelmente emocionante para a maioria dos participantes – tutores ou “alunos”. O sucesso obtido na empreitada indica que a SEPLAG continuará a desenvolver ações como esta. 35 V. Considerações Finais O balanço realizado pela equipe responsável da SUBPL sobre o Módulo I - Capacitação dos Municípios em Plano Plurianual - apontou como exitosa a iniciativa de capacitar as equipes de planejamento dos municípios como passo para o incremento do processo de planejamento regional por meio da construção de parcerias com os municípios. Do ponto de vista do planejamento da atividade observam-se os seguintes resultados: Cursos Módulo I Meta prevista Meta realizada Total Turmas 8 4 50,0% Municípios Alunos 92 200 27 107 (*) 29,3% 53,5% (*) - desse total 82 alunos foram certificados com participação maior que 80% O alcance parcial da meta prevista para o Modulo I, obsevado na Tabela, pode ser assim analisado: A ideia inicial foi a de organizar as turmas por região de governo. Seriam oito turmas, uma em cada região. Isso não pode se efetivar de forma completa já que, motivos conjunturais dos municípios e logísticos da SEPLAG inviabilizaram a proposta conforme demonstrado a seguir. Os cronogramas previstos inicialmente foram sendo modificados em função do baixo índice de adesão dos municípios, observado em algumas regiões. Região Baixadas Litorâneas Metropolitana Norte Fluminense Costa Verde Médio Paraíba Centro sul Noroeste Fluminense Serrana Total Municípios 12 19 9 3 11 10 14 14 92 Adesão 7 10 4 1 3 1 1 0 27 % 58,3% 52,6% 44,4% 33,3% 27,3% 10,0% 7,1% 0,0% 29,3% A Baixada Litorânea, a Metropolitana e o Norte Fluminense viabilizaram turmas próprias. O Médio Paraíba e o Centro sul formaram a quarta turma. A Baixadas Litorâneas foi a que apresentou maior adesão ao Módulo I com 58,3% e a Serrana não aderiu. Na medida em que não foi viabilizada uma turma em cada região, muitos municípios tiveram dificuldades em participar das quatro turmas formadas devido à necessidade de grandes deslocamentos para as sedes. Também se observou a falta de interesse de alguns devido à defasagem de cronograma da capacitação com as datas de entrega dos PPAs municipais. A SUBPL ao realizar o evento Diálogo de Planejamento em 28 de maio de 2013, divulgou o processo de capacitação entre os municípios participantes procurando, por meio de um 36 sucinto questionário já colher o interesse em participar do processo. Importante ressaltar que o Estado só teve dois meses (maio e junho de 2013) para divulgação do projeto entre os municípios e para firmar os Acordos de Cooperação. O pequeno tempo e, ainda, a ausência de uma história recente da SEPLAG de trabalhos com os municípios também explicam a baixa adesão municipal. Por outro lado, foi possível ampliar o número de vagas ofertadas aos municípios participantes, propiciando o alcance de 53,5 % da meta prevista para o Módulo I com 107 alunos participando da capacitação. Ainda em relação ao processo, temos que 79% dos inscritos participaram dos cursos e 77% conseguiram a certificação da ENAP com mais de 80% de comparecimento as aulas. A ENAP definiu que o conteúdo do curso fosse ministrado por um multiplicador por turma. A SUBPL avaliou como desejável que toda a sua equipe pudesse ser capacitada para ministrar o curso tendo em vista a extensa carga horária (35h) a cargo de um só professor. Dessa forma, buscou-se, antes de iniciar o processo nos municípios, habilitar todos os técnicos da SUBPL para serem instrutores das turmas. Isso se viabilizou por meio da disseminação dos conteúdos teóricos pelo grupo de técnicos da SUBPL habilitados de forma presencial na ENAP e, ainda, com a vinda ao Rio de Janeiro, de um técnico da SPI para realizar oficinas práticas com toda a equipe. Essa estratégia ampliou o interesse e a participação de todos no projeto. Foi preciso fazer alguns ajustes à proposta de capacitação disseminada pela ENAP. Foi necessário separar a coordenação pedagógica e logística do projeto. Enquanto uma equipe se ocupava com as providências e contatos para a realização dos cursos nas regiões e, ainda, com a relação institucional com a ENAP, outra equipe se dedicava exclusivamente aos ajustes da metodologia a na definição dos roteiros elaborados para cada curso. O desenvolvimento do projeto pedagógico para o Módulo I pela equipe da SEPLAG buscou aprimorar a proposta de capacitação da ENAP tanto em relação ao roteiro das atividades, incluindo mais exercícios práticos como já citado neste Relatório, como também em relação ao perfil e tamanho da equipe de multiplicadores em cada turma. As equipes de professores formadas para as turmas (4 multiplicadores em média), a partir do projeto pedagógico desenvolvido, criaram roteiros específicos, enriquecendo e aprofundando os conteúdos ministrados. Como consequência deste método, tivemos a produção de um material didático para cada turma, procurando-se aperfeiçoar o conteúdo absorvendo as críticas e avaliações da realização da turma anterior. O aprimoramento do material didático a cada turma impediu a sua disponibilização com a antecedência desejável. Isto foi um ponto negativo apontado pelos participantes. A oficina da Região Metropolitana teve a participação de toda a equipe SUBPL para que a mesma pudesse apreender as técnicas de moderação dos processos e dinâmicas praticadas como etapa preparatória para realização das próximas turmas. Em relação ao processo de avaliação feito pelos alunos por meio do formulário de avaliação da ENAP e, ainda, pelo relato de impressões dos instrutores de cada turma é oportuno ressaltar: 37 A média geral das avaliações das turmas foi de 4,23 em 5,0. O bloco que obteve a maior média está relacionado ao “Desempenho dos docentes” (4,47 em 5). Entre as quatro turmas, as questões melhor avaliadas são as que seguem: Incentivo a participação de todos na turma e ao debate entre os participantes; Respeito ao Servidor público; Respeito às ideias e a diversidade das turmas; Apresentação do conteúdo em sequência lógica. Os depoimentos finais destacam como solicitações aumento do número de vagas ou de capacitações localizadas nas sedes dos municípios e solicitação de cursos em outros temas como, por exemplo, em orçamento. Os itens de avaliação com menor pontuação estão relacionados ao bloco “Planejamento, coordenação e apoio logístico oferecidos pela Instituição”. Entre os itens avaliados a “insuficiência da carga horária do curso” para fins de aprendizado dos conteúdos apresentados foi apontada em maior nível pelas turmas da Região Metropolitana e de São Pedro D’Aldeia, 58% e 29% respectivamente. Essa é uma questão que precisou ser tratada de maneira muito cuidadosa pela equipe pedagógica. De um lado, 35 horas de aula significaram uma carga horária grande de trabalho para equipes municipais e por isso, conforme já descrito neste Relatório, o curso foi dividido em duas etapas. Mas por outro lado, por ser o programa do curso muito denso e extenso, surge uma sensação entre os participantes de falta de tempo para a realização dos trabalhos, principalmente os em grupo. Será desejável, em outras oportunidades, oferecer aos municípios processos de capacitação continuados com melhor distribuição da carga horária. Importante observar também, que o sucesso da metodologia participativa está relacionado diretamente ao nível de conhecimento da metodologia pelos alunos participantes, influenciando significativamente nos resultados alcançados. Outro aspecto que influencia na avaliação da carga horária é o nível de assiduidade e de pontualidade dos participantes. Observou-se que a distancia entre o local do curso e as moradias dos alunos e, ainda, o não afastamento integral de alguns das suas rotinas de trabalho impediu o cumprimento das sete horas de atividades diárias e isto trouxe a sensação de insuficiência de tempo apontada. Destacamos aqui que aproximadamente 23% dos alunos participantes não conseguiram os certificados porque tiveram presença em menos de 80% do curso. Como consequência do desenvolvimento do Módulo I, espera-se que os capacitados possam disseminar em seus locais de trabalho e entre as demais Secretarias Municipais os conteúdos e técnicas que lhes foram apresentados. Esta não é uma fácil tarefa. Algumas avaliações que indicaram o curso como muito positivo também apontaram as dificuldades de multiplicar os conteúdos para as equipes locais devido a grande carga horária e complexidade de conteúdos. Neste sentido, os municípios que mandaram maior número de participantes alcançaram maiores resultados. 38 Por final, é muito importante, nesta oportunidade, ressaltar e agradecer as administrações municipais dos municípios sede (Macaé, Piraí e São Pedro D’Aldeia) que não mediram esforços para organizar o local e a infraestrutura necessária à realização da capacitação. Esse Relatório faz parte de uma iniciativa da SUBPL que visa consolidar os resultados alcançados com o Módulo I junto a todos os participantes do Programa e, ainda, continuar apresentando os conteúdos abordados para auxílio do processo de disseminação da informação. 39 VI. Anexo I - Resultado dos Trabalhos dos Cursos – Módulo I Buscando documentar e avaliar o trabalho realizado no módulo I, esta seção apresenta os participantes de cada turma bem como a agregação de dados sobre suas avaliações quanto ao curso. Além disso, deixamos aqui registrado quem foram os palestrantes convidados e qual tema abordaram. Por fim, destacamos os desafios que foram enfrentados e sugestões técnico/operacionais para aqueles que desejem criar um curso como este. Por questões operacionais, as turmas congregaram municípios que por vezes não fazem parte de uma mesma região oficial do estado. Assim, foi criada uma regionalização própria para a execução do projeto. Como não foi dada uma nomenclatura para cada uma destas regiões, faremos sempre referência aos municípios que sediaram o projeto, exceto para a Turma 2, realizada no município do Rio de Janeiro, que não aderiu ao programa. 40 VI.1 Turma 1 - Macaé VI.1.1 A participação A capacitação da primeira turma se realizou na cidade de Macaé e foi direcionada a representantes dos municípios da região Norte. O curso contou com a adesão de cinco municípios (Macaé, São Fidélis, São João da Barra, Cardoso Moreira e Rio das Ostras, este último como representante da região das Baixadas Litorâneas), perfazendo um total de 32 participantes. A única ausência foi do município de São Francisco de Itabapoana que, apesar de inscrito, não enviou seus representantes. Em compensação, o município de Macaé compareceu com quatro representantes além daqueles inicialmente inscritos. São João da Barra também compareceu com um representante a mais e Rio das Ostras com um a menos. Ao final do processo a participação distribuiu-se conforme exposto na Tabela 1 abaixo. Tabela 1 – Níveis de participação por município Município Nº de participantes inscritos MACAÉ Nº de comparecimentos 10 14 SÃO JOÃO DA BARRA 6 7 SÃO FIDÉLIS 3 3 CARDOSO MOREIRA 3 3 RIO DAS OSTRAS 6 5 SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA 1 0 29 32 TOTAL No que se refere ao perfil dos participantes, foi possível observar que houve uma boa participação no nível de governança dos municípios de Macaé e São João da Barra. Neste último, dos sete participantes, quatro eram de nível de governança. Os gráficos I e II ilustram o perfil de participação: Gráfico I - Capacitação Macaé Perfil participantes - todos os municípios 15 Gráfico II - Capacitação Macaé - Perfil dos participantes por município 14 10 37,5 62,5 6 5 7 5 4 3 1 0 Macaé Membros da Governança Municipal Outros cargos 3 0 Rio das São João Cardoso Ostras da Barra Moreira 1 São Fidélis Total de membros Membros da Governança 41 VI.1.2 A logística da capacitação O curso foi realizado em dois momentos: a primeira etapa nos dias 20 e 21 de junho e a segunda etapa entre os dias 26 a 28 do mesmo mês. Essa estratégia deveu-se à necessidade de não afastar por cinco dias seguidos os técnicos e autoridades municipais das suas rotinas de trabalho. Desde o primeiro momento, o município de Macaé foi bastante receptivo ao curso e um anfitrião dedicado. Tivemos a participação direta do Secretário de Planejamento, José Manuel Alvitos Garcia, que participou da abertura do evento juntamente com a Superintendente de Planejamento Institucional da SEPLAG, Haidine Barros e cuidou durante as duas etapas do curso de todas as questões operacionais junto com sua equipe. Abertura do evento com José Manuel Alvitos Garcia, Secretario de Planejamento de Macaé e a Superintendente de Planejamento Institucional da SEPLAG, Haidine Barros. A primeira etapa do curso foi realizada no Centro de Educação Tecnológica e Profissional – Cetep, localizado no centro da cidade de Macaé. Neste Centro foram disponibilizadas três salas, uma para as atividades expositivas e duas para os trabalhos de grupos. Entretanto, ao fim da 1ª etapa, o tamanho da sala de aula disponibilizada foi considerado insuficiente para a metodologia do curso. 42 Sala do CETEP - 1ª etapa Na semana seguinte o local foi prontamente substituído pelo auditório da Fundação Educacional de Macaé (Funemac), de uso coletivo entre um grupo de universidades públicas. O auditório era bem equipado e sua amplitude favoreceu os trabalhos em grupo. A maior desvantagem do ambiente foi o grande espaçamento entre os participantes durante os momentos expositivos. Outra dificuldade enfrentada no auditório foi a necessidade de retirarmos todo o material didático ao fim do dia, devido a programação noturna de eventos no auditório. O último dia do curso teve de ser ministrado em outra sala, já que haveria um evento no auditório durante o dia. O curso foi alocado em uma sala de aula comum, mas apesar disso houve a possibilidade de ocupar outras salas próximas nos momentos de oficinas. Essa alternância de espaços para a realização do curso foi um aspecto negativo na capacitação de Macaé. Auditório da Fundação Educacional de Macaé (Funemac) – 2ª etapa 43 VI.1.3 O corpo docente Os professores da SEPLAG responsáveis pela capacitação foram: Fábio Siqueira – Graduado em gestão da informação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 2003, titulou-se em MBA em Administração e Sistemas de Informação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2009 e se especializou em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2010. Desde 2011, é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Estado do Rio de Janeiro, tendo exercido a função de gestor público na Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro em 2011. Atualmente desempenha a função de Coordenador de Gestão de Informação na Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro. Leandro Silva – Graduado em Programação Visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduado em Comunicação Integrada com extensão em Branding pela ESPM. Acumulou mais de dez anos de experiência no mercado de design e propaganda, tendo feito parte de equipes de criação de escritórios e agências no Rio de Janeiro. Em 2005 criou a Buenavila, uma rede formada por profissionais de design e comunicação para realização de trabalhos em parceria com escritórios de design, agências de propaganda e produtoras. Em 2011, trabalhou como designer na Design-se Comunicação Visual e desde 2012 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Natália Caninas - Graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1993), mestrado em Engenharia de Produção, área de concentração - Gerência de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ (1996), Especialização em Análise e Avaliação Ambiental (1999) PUC/RJ e Licenciatura em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002) PUC/RJ. Trabalhou de 1996 a 2012 como Engenheira de Produção da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – Comlurb/RJ tendo desempenhado cargos de Gerente de Divisão, Coordenador de Processos, Coordenador de Projeto, Assessor de Diretoria e Gerente de Departamento. Desde agosto de 2012 é Especialista de Políticas Públicas e Gestão Governamental - EPPGG, aprovada em concurso público, e desempenha funções na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG /RJ na Subsecretaria de Planejamento. Rita de Cássia Machado de Brito – Graduada em Arquiteta e Urbanismo na UFF/RJ, servidora pública estadual do INEA, pós-graduada em Planejamento Ambiental (UFF/RJ). Trabalhou com Planejamento Institucional do Estado do RJ desde 1983 participando das equipes técnicas de elaboração dos Planos Plurianuais a partir de 1995. Entre 2000- 2001 foi Superintendente da Secretaria de Estado de Planejamento e Des. Econômico/ RJ, responsável pelo desenvolvimento do processo de Orçamento Participativo. Em 2002, foi Subsecretaria Adjunta de Planejamento da Secretaria de Estado de Controle e Gestão/RJ. Entre 2004 a 2006 trabalhou como Superintendente na área de Gestão de Investimentos da Secretaria de Estado de Controle e Gestão/RJ. Entre 2009 e 2011 foi Secretária de Planejamento e Controle da Prefeitura Municipal de Saquarema/RJ. Desde 2011 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG/RJ atualmente como assessora da Subsecretaria de Planejamento – SUBPL. 44 VI.1.4 Perfil dos participantes Adriana Moutinho de Amorim Rio das Ostras Subsecretaria de Vigilância, Saúde e Saneamento Charlen Clayton Lima de Jesus São Fidélis Superintendente de Desenvolvimento [email protected] [email protected] Alexandre da Silva Lima Macaé Contador Claudio Marcio da S. Alberoni Cardoso Moreira Contador [email protected] [email protected] Analu Penna de Aquino São Fidélis Gerente de Orçamento Denise Marília Esteves São João da Barra Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos [email protected] [email protected] Bruna Rangel Marinho Cardoso Moreira Estagiária de Engenharia de Produção Deroce Barcelos Alves Macaé Subsecretário Municipal de Fazenda [email protected] Bruno de Souza Freitas Macaé Assistente Administrativo e Logística [email protected] Carla Valéria Dalto Florido Cardoso Moreira Operadora de Computador [email protected] Deyse Aparecida Carvalho da Frota Macaé Gestora Pública [email protected] Diego Dias Barbosa Macaé Assistente Administrativo e Logística [email protected] 45 Doralice Gonçalves São João da Barra Assessora do Prefeito Izabel C. Gregório S. Costa São João da Barra Coordenadora Geral do Ambiente [email protected] [email protected] Elbert de Mello Silva Macaé Subsecretário de planejamento Júlio Cesar Mendes Ricardo Macaé Subsecretário de Execução Orçamentária [email protected] [email protected] Fabiano Ramos Rodrigues Costa Rio das Ostras Coordenador de Segmento Karla Chagas Maia São João da Barra Subsecretária de Fazenda [email protected] [email protected] Felipe Marques Mota Passos Macaé Administrador Luciano Pinheiro M Aguiar São João da Barra Secretario de Planejamento e Informatização [email protected] [email protected] Fernando Barreiros Gonzalez Rio das Ostras Administrador Maria Cristina da Rocha Santos Rio das Ostras Coordenadora de Planejamento e Orçamento [email protected] [email protected] Geiza Danúsia de A. P. Retameiro São João da Barra Enfermeira – Secretaria de Saúde Maria Tereza Guimarães Reis São João da Barra [email protected] 46 Mario Alves Baião Rio das Ostras Economista - Assessor Técnico Raquel Miguel Rodrigues Macaé Assessora de Planejamento e Gestão [email protected] [email protected] Monique Silva Gonçalves São Fidélis Coordenadora da Divisão de Orçamento Saulo Passos dos Santos Macaé Assessor Especial da Prefeitura [email protected] Neucy Lucio de Azevedo Macaé Coordenador Geral [email protected] [email protected] Vanessa Ramos Cruz Macaé Procuradora Geral da Câmara Municipal Patricia Garbelini da Silva Macaé Assistente Administrativo Vânia Celem Gama Gonçalves Macaé Subsecretária Municipal de Governo [email protected] 47 VI.1.5 O desenvolvimento da capacitação O roteiro da capacitação seguiu a orientação definida no projeto pedagógico do Módulo I que procurou adequar os conteúdos e métodos disseminados pela ENAP à capacidade de aprendizagem e disponibilidade das equipes municipais. Em linhas gerais, na primeira etapa (dois dias) foram apresentados os conceitos de Planejamento e na segunda etapa (três dias) o processo de elaboração do Plano Plurianual. O curso em Macaé seguiu a orientação do projeto pedagógico, buscando levar aos participantes propostas de trabalhos de grupo com dinâmicas que buscaram desenhar e estruturar processos de discussão, o que ajudou o grupo de municípios a aprofundar os conceitos apresentados, fomentando a iniciativa pessoal e estimulando o debate para a troca de experiências. Nesse sentido a estratégia de aprendizagem foi a de colocar perguntas e exercícios para auxiliar a discussão de grupo, facilitando a exposição de pontos de vista e levando os participantes a exercitar democraticamente o debate e a construção de consensos. 1ª Etapa da Capacitação Na abertura do evento o Secretário de Planejamento de Macaé, José Manuel Alvitos Garcia, e a Superintendente de Planejamento Institucional da Subsecretaria de Planejamento da SEPLAG, Haidine da Silva Barros Duarte, desejaram boas vindas aos participantes de todos os municípios. Neste momento também foram apresentadas as expectativas dos participantes em relação à capacitação assim resumidas: Ampliar e aprimorar o conhecimento em Planejamento e PPA; Aprender novas técnicas e metodologias para elaborar o PPA; Conhecer a relação entre o Planejamento Estratégico e o PPA; Entender a relação do PPA com a gestão pública; Conhecer programas de âmbito regional e indicadores. Conceitos de Planejamento Para desenvolver os conceitos de Planejamento com a turma a professora Rita Brito, no papel de moderadora, abriu os trabalhos do primeiro dia de capacitação com a seguinte pergunta: “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” Essa atividade tinha por objetivo mobilizar o grupo a assistir a exposição dos conceitos de planejamento. A partir das respostas a pergunta formou-se o painel a seguir apresentado: 48 Painel com as respostas da pergunta “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” Ainda pela manhã do primeiro dia, o professor Leandro Silva, no papel de moderador, apresentou os principais conteúdos relacionados à atividade de Planejamento. Foram apresentados os principais pressupostos a seguir identificados: A importância do pensamento estratégico e da análise de forças dos atores sociais; A complexidade dos sistemas sociais; A necessidade do estabelecimento de prioridades para enfrentar a escassez de recursos; O desafio de pensar a curto, médio e longo prazos. Além dos pressupostos, a exposição ressaltou a importância de uma profunda imersão na realidade municipal, a fim de identificar suas potencialidades e vocações. Ressaltou-se também a necessidade da construção coletiva do plano, ou seja, de pensar coletivamente na construção de estratégias para o alcance dos objetivos a serem definidos no planejamento municipal. Ao final da exposição, o professor convidou os participantes a fazerem um exercício em grupo para consolidação dos conceitos apresentados discutindo equívocos e acertos do planejamento apresentado no slide constante no material didático fornecido aos participantes: 49 O resultado das discussões de grupo levou ao aprofundamento dos conceitos apresentados e manteve a mobilização para a discussão do planejamento. O painel a seguir ilustra parte da dinâmica dos resultados alcançados: Grupos de trabalho Grupo de trabalho Painel com resultado do exercício de um dos grupos 50 O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos foi o tema da exposição que se seguiu. O professor Fábio Siqueira levou o grupo a debater algumas questões relacionadas ao respeito aos direitos humanos no Brasil, às responsabilidades institucionais no cumprimento desses direitos e de que formas o planejamento pode levá-lo em consideração na formulação das políticas públicas. A partir dos direitos estabelecidos na Constituição de 88, também chamada de constituição cidadã, foram discutidas as desigualdades que podem levar a iniquidades e, ainda, os conceitos de justiça social e de territórios sociais. Outro ponto destacado foi a materialidade dos direitos, ou seja, a noção de que o gestor deve estabelecer parâmetros concretos que reflitam os direitos sociais obtidos através da implementação das políticas públicas. Para tratar do Planejamento na perspectiva dos direitos humanos o grupo foi convidado a refletir sobre a integralidade desses direitos nas políticas públicas por meio da dinâmica a seguir especificada: Exercício: Selecione um Direito como Direito Central para a dinâmica: Grupo 1 – Direito à Saúde Grupo 2 – Direito à Segurança Grupo 3 – Direito à Educação Grupo 4 – Direito ao Trabalho Defina o nome de um programa para o direito central. Defina o objetivo e o público do programa. Partindo do direito selecionado, relacione outros direitos necessários a sua integralidade (individuais, coletivos, sociais, políticos, econômicos, civis, culturais, etc.) Construa um mapa ou rede de relação entre os direitos. Apresente o mapa construído. Painel com resultado do exercício sobre direitos humanos apresentado pelo grupo 1. 51 Participação social no planejamento governamental Na exposição, a professora Natália Caninas abordou o processo de descentralização que se iniciou com a Constituição de 1988 e que ano após ano novas atribuições são repassadas para os governos estadual e municipal. Parece que a sociedade brasileira entende que a qualidade de vida do cidadão está associada ao poder local. A descentralização é vista como positiva no sentido que por meio da mesma pode-se aprofundar a democracia, a maior proximidade do cidadão ao poder decisório. Uma melhor avaliação e monitoramento podem ser verificadas nas políticas públicas. O caminho da participação pós CF/88 segue na direção de uma participação na gestão dos direitos e interesses da sociedade na construção de uma nova relação Sociedade-Estado. Essa participação democrática tem sido conquistada e ampliada pela sociedade, em prol da inclusão de setores menos favorecidos. A participação social para o planejamento foi apresentada em três dimensões: a estratégica, que consiste no papel do Estado em auscultar as demandas sociais, e as táticas de formulação e execução das políticas públicas. No decorrer da exposição foi apresentado mecanismos de controle a partir de participação institucionalizados, como os Conselhos Gestores permitindo o controle das políticas públicas. O orçamento participativo também é um exemplo de destaque que salienta a participação do debate dos orçamentos, a formulação de políticas públicas na elaboração de programas e projetos no Plano Plurianual - PPA , assim como, a transparência da gestão orçamentária na aplicação dos recursos. No documento “Descentralização e good government: como aperfeiçoar o desempenho dos governos locais?”, Markus Brose1 cita uma pesquisa em que foram entrevistados 26 pessoas em 15 municípios do Rio Grande do Sul, além de duas entrevistas em Porto Alegre. A partir desta pesquisa este decorre sobre o assunto da descentralização como forma de aperfeiçoar 1 BROSE, Markus. Descentralização e good government: como aperfeiçoar o desempenho dos governos locais? . Revistado Serviço Público. Ano 53, Número 3. Jul-Set 2002. 52 os governos locais. Abaixo se encontram alguns quadros dessa pesquisa que ilustra bem os prós e os contra da descentralização, a gestão dos conselhos municipais e seu papel na sociedade. 53 Processo de Elaboração do PPA Municipal A professora Rita Brito iniciou a apresentação da proposta metodológica de elaboração do Plano Plurianual Municipal com a proposição ao grupo de participantes da discussão sobre a seguinte pergunta: “O QUE É UM PLANO PLURIANUAL?” Depois de um breve debate foi proposto ao grupo uma atividade onde cada município se posicionou sobre o seu PPA, construindo um painel com as principais características do processo de elaboração do PPA em cada município, a partir das seguintes perguntas: Os participantes de cada município se reuniram para responder as perguntas, usando cartelas de cor específica para o registro das respostas a cada pergunta. A seguir, um representante de cada grupo foi convidado para apresentar o estágio atual de seu PPA e construir o painel que retratou o estágio dos diversos PPAs da região. Painel com as respostas sobre o estágio dos PPAs em cada município 54 As fotos que seguem evidenciam o processo coletivo de construção do painel. Apresentação de respostas dos municípios Apresentação de respostas dos municípios Ao término da montagem do painel, a professora Rita Brito seguiu com o processo de elaboração do PPA apresentando ao grupo, de forma resumida, os 12 passos propostos pela ENAP para a elaboração do Plano. Em linhas gerais, descreve os passos de 1 a 4 como norteadores do processo de planejamento da elaboração do PPA. Os passos 5, 6, 7 e 8 como definidores da fase qualitativa do Plano e o 9 e 10 a quantitativa. Finalmente os passos 11 e 12 foram apresentados como etapas eminentemente políticas do processo de elaboração do PPA. 55 Em seguida, ainda na primeira fase da capacitação, foram apresentados os passos de 1 a 4: Passo 1 – Sensibilização do Prefeito Foram expostas ao grupo as informações e argumentos necessários para a ciência do prefeito sobre a importância do PPA Municipal. Essas informações versaram sobre a base legal atendimento aos dispositivos normativos e a importância do Plano como instrumento de captação de recursos - alinhamento estratégico e captação de recursos junto aos governos federal e estadual, e sobre a necessidade da melhoria da qualidade do Planejamento e da gestão municipal. Passo 2 – Formação da Equipe Responsável A importância da formação de uma equipe para elaborar o PPA foi apresentada com base nas seguintes características: Autoridade e legitimidade política perante o Prefeito para debater as prioridades e estratégias de todas as áreas do governo municipal; Conhecimento técnico do funcionamento da Prefeitura, em especial o processo orçamentário, sobre o território municipal e sobre as demandas e interesses dos diversos setores da cidade; Disposição política e tempo necessário para organizar e planejar a elaboração do Plano Plurianual. Passo 3 – Definição do Cronograma Nesse passo o grupo foi apresentado a uma proposta de cronograma para a elaboração do PPA, com três meses de duração, englobando os doze passos previstos. Tendo em vista que a elaboração do PPA já estava em curso para a maioria dos municípios participantes, foi pedido ao grupo que avaliasse o seu processo diante do cronograma proposto. 56 Passo 4 – Estrutura do PPA Foram apresentadas as dimensões do Plano (Estratégica e Tático-Operacional) e a visão geral do modelo destacando-se as fases do ciclo de gestão do planejamento. Ciclo do Planejamento: Avaliação Monitoramento Execução dos programas Planejamento expresso em programas Revisão R P A E Impacto na Sociedade Problema ou demanda da sociedade Como encerramento da primeira etapa de capacitação a professora apresentou um breve relato sobre o processo de planejamento no Estado do Rio de Janeiro, apresentando resumidamente a metodologia adotada para o PPA Estadual para o período de 2012 a 2015 e a estrutura institucional criada nos órgãos setoriais e no órgão central para viabilizar o processo de elaboração, monitoramento e avaliação do Plano Plurianual. 57 2ª Etapa da Capacitação Como primeira atividade da segunda etapa de capacitação os professores fizeram um breve resumo dos assuntos tratados na primeira etapa. Na sequência, com o propósito de despertar os participantes para a importância de se adotar uma perspectiva territorial e regional durante as oficinas e, posteriormente, na elaboração dos PPAs municipais, Leonardo Dantas, representante da Coordenadoria da Dimensão Territorial do Planejamento (COTEP) da SUBPL, fez uma exposição e uma dinâmica, utilizando mapas dos municípios e da Região Norte Fluminense, instigando os técnicos municipais a perceberem os problemas, as demandas e serviços públicos em sua distribuição espacial, assim como as possibilidades de soluções conjuntas para questões compartilhadas pelos municípios da região. Após essa atividade, retomou-se a apresentação dos passos para a elaboração do PPA: Processo de Elaboração do PPA Municipal Passo 5 – Diagnóstico do Município Para tratar do diagnóstico municipal, foi preparada uma exposição para apresentar ao grupo os dados e informações disponíveis para o planejamento municipal. A professora Natália Caninas apresentou os Relatórios de Informações Sociais, que servem de subsídio para elaboração do diagnóstico municipal e contém informações consolidadas de vários bancos de dados estruturados. Logo a seguir, apresentou a Agenda de Compromisso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM, com destaque para a importância de seus 58 oito objetivos em nível municipal, a Agenda de Desenvolvimento Territorial e o sistema de Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE. Devido à relevância da Lei de Acesso a Informação, a professora achou importante mostrar o Portal da Transparência, que contém uma riqueza de dados estruturados para os municípios. Em seguida, o professor Leandro Silva apresentou ao grupo a metodologia da “análise SWOT” para a construção de diagnóstico. Exposição da teoria sobre Análise SWOT Para desenvolver a metodologia da análise SWOT, foi realizada antes uma breve revisão sobre os conceitos sobre planejamento apresentados na primeira etapa do curso. O objetivo desta revisão foi recapitular conceitos sobre a complexidade dos sistemas sociais, a análise de forças dos atores e a necessidade do conhecimento da realidade municipal, a fim de identificar suas potencialidades e vocações. Estes conceitos foram fundamentais para o entendimento da lógica da SWOT, onde seriam analisadas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, ou seja, os ambientes interno e externo ao município. Após esse momento inicial, foram apresentados a base teórica e alguns exemplos. Finalizada a exposição teórica, foi proposto ao grupo o exercício a seguir, sob a moderação do professor Leandro Silva, onde os participantes utilizaram como insumo para o diagnóstico os relatórios municipais do MDS. A proposta foi levar o grupo a experimentar a construção da matriz para um caso concreto. Foram definidos três grupos para o trabalho e, devido ao grande número de participantes, Macaé dividiu-se em dois grupos. 59 EXERCÍCIO 1) A partir da leitura do Boletim de Informações Municipais (MDS) relativos aos Municípios participantes. 2) Elaborar a Matriz SWOT (FOFA), seguindo os passos: a) Escolher o Moderador; b) Realizar Brainstorm escrevendo cada questão, interna ou externa, nas filipetas; c) Classificar as questões na Matriz FOFA; d) Analisar o Resultado; e) Apresentar para o plenário (moderador). Grupos de trabalho Depois de concluído o trabalho de cada grupo, as matrizes foram apresentadas por cada um e, a seguir, discutidas pelos professores e pelo grupo maior de participantes. Grupo de trabalho Painel do resultado do exercício da Análise SWOT – Grupo 2 Os grupos superaram as expectativas dos professores nesta atividade ao construírem três exemplos de análise SWOT que serviram de base para as oficinas dos próximos passos de elaboração do PPA. 60 Passo 6 – Dimensão Estratégica Neste momento da oficina de capacitação os professores levam o grupo a refletir sobre a interrelação entre a visão estratégica do planejamento municipal e o Plano Plurianual. O professor Fábio Siqueira ficou responsável por trabalhar com a turma os conceitos da dimensão estratégica do PPA: conceito de estratégia; princípios positivos e princípios negativos da estratégia na administração pública; atores envolvidos nesta dimensão; e os conceitos de missão, visão, valores e macrodesafios municipais. Exposição da teoria sobre Dimensão Estratégica Também como forma de consolidar os conceitos apresentados, o professor Fábio Siqueira propôs a seguinte dinâmica: ETAPAS DA DINÂMICA: Com base nos compromissos já assumidos pelo Governo Municipal, nos diagnósticos existentes (inclusive na FOFA/SWOT), na vocação do município e na sua vivência profissional: 1. Propor Visão para o Município – olhar para o futuro e projetar imagem desafiadora (médio e longo prazo – 4 e 20 anos); 2. Elaborar a Matriz Estratégica; 3. Propor ao menos 4 macrodesafios relevantes para a promoção do desenvolvimento local, com vistas ao alcance da Visão de Futuro (mínimo de 1 para cada cruzamento); 4. Apresentar a Matriz Estratégica. 61 A atividade seguiu com a mesma formação de grupo da anterior, e o resultado alcançado também foi bem significativo. Todos os três grupos conseguiram formular os seus macrodesafios. Durante as discussões os professores se revezaram na orientação aos grupos, esclarecendo conceitos e auxiliando na dinâmica de cada grupo. Apresentação dos resultados do exercício sobre Dimensão Estratégica Exemplo da Matriz Estratégica do grupo de Rio das Ostras. Painel com o resultado do exercício feito pelo grupo de Rio das Ostras Passo 7 – Árvore de Problemas Antes de apresentar a metodologia sobre árvore de problemas, a professora Rita Brito fez uma retrospectiva com o grupo de alguns conceitos e metodologias já experimentadas. A seguir, preparou o grupo para a construção das árvores de problema, apresentando a conceituação sobre problema: 62 Conceituação de “problema” fazendo sua diferenciação em relação a uma “ameaça”; Características (exemplos de problemas); Determinação do problema central e suas causas (hierarquia); Critérios para seleção. Depois de apresentar as regras para a construção de uma árvore de problemas, a professora retomou com os participantes os resultados alcançados pelos grupos nas dinâmicas anteriores e propôs o exercício na forma especificada a seguir: Nesse momento da capacitação observou-se que os participantes já dominavam com bastante suficiência as dinâmicas de trabalho em grupo, o que imprimiu mais ritmo e qualidade às discussões dos grupos e, consequentemente, ao produto do trabalho. Grupo de trabalho Os professores seguiram se revezando no apoio aos grupos, zelando para que todos participassem democraticamente das discussões. Depois de construídas, as árvores de problemas de cada grupo foram apresentadas para o grupo maior, sendo avaliadas por todos e pelos professores. Destaca-se que, a partir das críticas, os grupos sentiram necessidade de retomar o produto do trabalho fazendo revisões das formulações anteriores. 63 Grupos de trabalho Passo 8 – Elaboração de Programas O objetivo deste passo foi o de preparar as equipes municipais para elaborar a programação do PPA Municipal e rever os programas já construídos. Neste sentido a professora Rita Brito, buscou levar ao grupo as definições necessárias à elaboração da programação do PPA (programa, ações, produtos) e recomendações imprescindíveis para o alcance dos resultados pretendidos com a execução do PPA, tais como: O que é um programa e como a sua definição se relaciona com os passos anteriores apresentados (diagnóstico, macrodesafios, problemas ou oportunidades); A relação do programa com os problemas centrais identificados a partir dos macrodesafios definidos pela administração municipal; A necessidade da realização de um inventário prévio de programas do PPA 2010/2013 com a avaliação física financeira do estágio de sua execução bem como da relevância em relação aos problemas atuais; A necessidade de priorização dos Programas por macrodesafio com vista à distribuição dos recursos financeiros, humanos e materiais; A importância de focalizar a atenção dos diversos atores nos resultados que precisam ser alcançados quando da construção das ações dos programas; A relevância de buscar a definição de indicadores, quando da formulação dos programas que propiciem o monitamento e avaliação da execução da programação do PPA Municipal. 64 Depois de apresentar as definições relativas aos atributos dos programas e das ações, sugeriu a seguinte estrutura para o PPA: 8. Elaboração de Programas ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO SERVIÇOS À SOCIEDADE PROGRAMA SERVIÇOS AO GOVERNO PROJETO AÇÃO ATIVIDADE NÃO ORÇAMENTÁRIA BEM PRODUTO SERVIÇO Seguem os painéis formados como resultado dos trabalhos de grupos: Painel com resultados do exercício feito pelos grupos dos municípios de São João da Barra e São Fidélis 65 Painel com resultados do exercício feito pelos grupos dos municípios de Rio das Ostras e Macaé Passo 9 – Estimativa de Receitas A apresentação deste passo ficou a cargo da professora Natália Caninas, que apresentou uma visão geral das receitas corrente e de capital que compõem a receita fiscal. Abordou-se a importância do conhecimento dos itens mais relevantes desta composição, tais como transferências constitucionais e legais, impostos diretamente arrecadados e quotas de participação em outros tributos. Os alunos interagiram bastante nesse assunto, visto que a maioria dos seus municípios sobrevive das transferências constitucionais e legais, como o Fundo de Participação dos Municípios - FPM, e muitos deles desempenhavam funções na área de orçamento e controle interno. Durante o encaminhamento da exposição, foi discutida a relevância da gestão dos recursos diretamente arrecadados como IPTU, ITBI e ISS no intuito dos municípios melhorarem o nível de gestão dos recursos. Nesse tópico foi apontado que o alcance de melhores índices de arrecadação refletiria numa programação com alocação de recursos em projetos prioritários. Também se aproveitou o momento na busca de inserir a realidade fiscal dos municípios participantes neste novo ambiente federativo que se estabelece após a promulgação da Constituição de 88 e das transformações institucionais que se processam na década de 90. Momento de reformulações da relação Estado-Sociedade, de modo que incentive a participação da sociedade civil na gestão pública, a partir de mecanismos institucionais, como conselhos municipais no intuito de melhorar o controle do bem público. No bojo da discussão, abordou-se a complexidade do federalismo fiscal brasileiro, chamando atenção para os municípios que, após a Constituição de 88, emergem como importantes atores da política pública, tendo em vista a maior parcela de recursos fiscais que passa a ser transferida para eles. 66 Passo 10 – Índices e Metas A professora Natália Caninas apresentou a importância da quantificação dos Programas do PPA e explicou os condicionantes constitucionais legais, como os percentuais de receitas de impostos repassados à saúde e educação, assim como o limite do teto de pessoal a ser seguido. Em um segundo momento a professora mostrou o Guia Referencial para Medição de Desempenho e o Manual para Construção de Indicadores do MPOG. Os indicadores são importantes no sentido de permitir aferir os dados em termos de qualidade, resultado e impacto dos processos e dos objetivos das intervenções em programas do PPA. Na discussão com a turma foi abordada a importância dos indicadores na melhoria da gestão pública servindo para identificar problemas, planejar e aferir resultados. Exposição da teoria sobre índices e metas Passo 11 – Validação dos Programas Neste momento o professor Leandro Silva apresentou os critérios recomendados para a realização da validação dos programas. Essa validação já ocorrera informalmente em alguns grupos quando da análise das ações de cada após a construção da árvore de resultados. Entretanto, no momento da exposição, o processo ficou mais claro para todos. Seguem os critérios apresentados: 67 Passo 12 – Elaboração do Projeto de Lei e Mensagem O professor Leandro Silva deu sequência à exposição dos passos do PPA tratando do último tema, a elaboração do Projeto de Lei e da Mensagem do prefeito. Neste momento, foi apresentada a composição do Plano (imagem abaixo) e foram mostrados exemplos de cada tópico apresentado. 68 VI.1.6 Encerramento Para encerrar a capacitação, os professores abriram a palavra aos participantes. Representantes dos municípios e os professores se despediram num clima de bastante confraternização. O Secretário de Planejamento, José Manuel Alvitos Garcia, realizou o fechamento do evento expressando a boa expectativa quanto aos resultados deste curso. Doralice Gonçalves, participante do curso pelo município de São João da Barra, deu um depoimento emocionado ao final, ressaltando a importância de nosso comprometimento enquanto servidores para o fortalecimento da gestão pública e para a consequente entrega dos serviços à sociedade. José Manuel Alvitos Garcia, de Macaé e Natália Caninas, Leandro Silva, Fábio Siqueira e Leonardo Dantas, da SEPLAG Doralice Gonçalves, do município de São João da Barra 69 VI.2 Turma 2 – Metropolitana VI.2.1 A participação A capacitação da Turma 2 realizou-se na cidade do Rio de Janeiro e contou com a participação de representantes dos municípios da região Metropolitana. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ, foi instituída pela Lei Complementar nº 20, de 1º de julho de 1974, após a fusão dos antigos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, unindo as então regiões metropolitanas do Grande Rio Fluminense e da Grande Niterói. Conforme o IBGE, é a segunda maior área metropolitana do Brasil em termos de população 11.835.708 habitantes (Censo 2010), representando 74% do total do Estado. Em termos de economia, o predomínio é do setor de serviços, seguido pelo industrial. A RMRJ representa 71% do PIB do Estado. Dos 19 municípios da RMRJ, cinco estão entre os seis maiores PIBs do Estado. O curso de Capacitação Municipal no módulo Planejamento serviu como importante instrumento de articulação e diálogo em que o tema foi desenvolvido através de aulas expositivas e oficinas, dando oportunidade aos participantes exporem os seus desafios e discutirem os seus problemas. O encontro congregou representantes de dez municípios: Belford Roxo, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo e Seropédica, perfazendo um total de 37 alunos e 25 diplomados2. Como a Região Metropolitana conta com 19 municípios, o curso atingiu uma representação de 52,6%. Apesar de inscritos, não houve o comparecimento dos representantes do município de Magé por motivos não informados, apesar do contato da SEPLAG com esta prefeitura. Ao final do processo a participação foi superior a 68% do número de participantes inicialmente inscritos, conforme exposto na tabela abaixo. 2 Entre os inscritos e diplomados figura um aluno pertencente a equipe da SUBPL. 70 Tabela 1: Participação de Municípios Município Nº de participantes Nº de inscritos comparecimentos Membros da Governança % da Gov BELFORD ROXO 3 3 2 66,7 GUAPIMIRIM 2 2 1 50,0 ITABORAÍ 5 5 1 20,0 ITAGUAÍ 1 1 1 100,0 MAGÉ 7 0 0 0,0 NILÓPOLIS 3 3 3 100,0 NOVA IGUAÇU 1 1 1 100,0 PARACAMBI 3 1 0 0,0 QUEIMADOS 4 2 2 100,0 SÃO GONÇALO 3 3 2 66,7 SEROPÉDICA 5 3 3 100,0 ESTADO/SEPLAG 1 1 0 0,0 TOTAL 37 25 16 64,0 No que se refere ao perfil dos participantes, foi possível observar que a maioria das participações se deu no nível de governança dos municípios, o que revela a importância e, consequentemente, a valorização da capacitação realizada (Tabela I; Gráfico I). Merece destaque o caso da Região Metropolitana, em que 64 % dos participantes pertencem à governança municipal. Vale salientar que todos os participantes que compareceram dos municípios de Itaguaí, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica pertenciam à governança municipal (Gráfico II). A participação da governança em 64% (Gráfico I) demonstra que os municípios estão interessados em adquirir os conhecimentos necessários a boa gestão das funções públicas. 71 VI.2.2 A logística da capacitação O curso foi ministrado em duas semanas – dois dias na primeira semana (05 e 06 de agosto de 2013) e três dias na semana seguinte (14, 15 e 16 de agosto de 2013) – no CEPERJ (Centro Estadual de Estatísticas Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro), localizado no bairro de Botafogo. Essa estratégia deveu-se à necessidade de não afastar, por cinco dias seguidos, os técnicos e autoridades municipais das suas rotinas de trabalho. O curso dos municípios da Região Metropolitana aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em função da questão logística, pela maior facilidade de acesso aos participantes. O auditório era bem equipado e sua amplitude favoreceu os trabalhos em grupo. O coffee break foi fornecido pela SEPLAG-RJ no hall da cobertura. Auditório do CEPERJ 72 VI.2.3 Corpo docente Os professores da SEPLAG responsáveis pela capacitação foram: Fábio Siqueira – Graduado em gestão da informação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 2003, titulou-se em MBA em Administração e Sistemas de Informação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2009 e se especializou em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2010. Desde 2011, é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Estado do Rio de Janeiro, tendo exercido a função de gestor público na Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro em 2011. Atualmente desempenha a função de Coordenador de Gestão de Informação na Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro. Leandro Silva – Graduado em Programação Visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduado em Comunicação Integrada com extensão em Planejamento em Branding pela ESPM. Acumulou mais de dez anos de experiência no mercado de design e propaganda, tendo feito parte de equipes de criação de escritórios e agências no Rio de Janeiro. Em 2005 criou a Buenavila, uma rede formada por profissionais de design e comunicação para realização de trabalhos em parceria com escritórios de design, agências de propaganda e produtoras. Em 2011, trabalhou como designer na Design-se Comunicação Visual e desde 2012 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Natália Caninas – Graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1993), mestrado em Engenharia de Produção, área de concentração - Gerência de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ (1996), Especialização em Análise e Avaliação Ambiental (1999) PUC/RJ e Licenciatura em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002) PUC/RJ. Trabalhou de 1996 a 2012 como Engenheira de Produção da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB/RJ tendo desempenhado cargos de Gerente de Divisão, Coordenador de Processos, Coordenador de Projeto, Assessor de Diretoria e Gerente de Departamento. Desde ago/2012 é Especialista de Políticas Públicas e Gestão Governamental - EPPGG, aprovada em concurso público, e desempenhado funções na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG /RJ na Subsecretaria de Planejamento. Rita de Cássia Machado de Brito – Graduada em Arquiteta e Urbanismo na UFF/RJ, servidora pública estadual do INEA, pós-graduada em Planejamento Ambiental (UFF/RJ). Trabalhou com Planejamento Institucional do Estado do RJ desde 1983 participando das equipes técnicas de elaboração dos Planos Plurianuais a partir de 1995. Entre 2000- 2001 foi Superintendente da Secretaria de Estado de Planejamento e Des. Econômico/ RJ, responsável pelo desenvolvimento do processo de Orçamento Participativo. Em 2002, foi Subsecretaria Adjunta de Planejamento da Secretaria de Estado de Controle e Gestão/RJ. Entre 2004 a 2006 trabalhou como Superintendente na área de Gestão de Investimentos da Secretaria de Estado de Controle e Gestão/RJ. Entre 2009 e 2011 foi Secretária de Planejamento e Controle da Prefeitura Municipal de Saquarema/RJ. Desde 2011 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG/RJ atualmente como assessora da Subsecretaria de Planejamento – SUBPL. 73 VI.2.4 Perfil dos Participantes Ana Paula Machado Borges Itaboraí Subsecretária de Planejamento Carlos Alberto Decembrino Seropédica Subcontrolador Geral [email protected] [email protected] Abraão França Duarte Belford Roxo Subsecretário Municipal de Planejamento Carlos Guttenberg Chaves Victorino Queimados Diretor de Planejamento e Estudos Estratégicos [email protected] [email protected] Adilson Barbosa Porto São Gonçalo Subsecretaria de Planejamento e Projetos Especiais Deise dos Santos Gonçalves São Gonçalo Subsecretaria de Planejamento e Projetos Especiais [email protected] [email protected] Bianca Pacheco Figueiredo Chaves de Mello Itaboraí Técnica de Planejamento Eduardo dos Santos Belford Roxo Diretor de Programação e Execução Orçamentária [email protected] [email protected] Caio Tércio Coutinho Cardozo Itaboraí Assessor Fábio Cristiano da Silva Queimados Diretor de Finanças [email protected] [email protected] Carla Medeiros de Araújo Belford Roxo Assessor Administrativo Gustavo Vargas Goulart Guapimirim Secretário de Fazenda [email protected] [email protected] 74 Jomar Lessa Itaboraí Economista Miller Cardoso Ribeiro Coutinho Itaboraí Assessor [email protected] [email protected] Jorge Henrique Lima de Souza Nova Iguaçu Superintendente de Planejamento Míriam Urbano dos Santos Nilópolis Secretária de Controle Interno [email protected] [email protected] Juliana Ferreira Abrantes Paracambi Secretaria de Planejamento Paulo Cesar de Abreu Macedo Soares Seropédica Subsecretário de Infraestrutura [email protected] [email protected] Leandra da Silva Oliveira Seropédica Subsecretária de Planejamento, Orçamento e Gestão Sandra Rosa Werneck Goulart Nilópolis Superintendente de Orçamento [email protected] [email protected] Mariza Helena de Almeida Itaguaí Diretora de Planejamento Suzana Magalhães Campos Rio de Janeiro - SEPLAG Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental - EPPGG [email protected] [email protected] Martha Fernanda da Conceição Eduardo A. de Souza São Gonçalo Analista de Sistemas Tiani Tavares de Lima Guapimirim Assessora de Planejamento [email protected] [email protected] Valmere Guimarães Nilópolis Subsecretaria M. de Controle Interno [email protected] 75 VI.2.5 O desenvolvimento da capacitação O roteiro da capacitação seguiu a orientação definida no projeto pedagógico do Módulo I, que procurou adequar os conteúdos e métodos disseminados pela ENAP à capacidade de aprendizagem e disponibilidade das equipes municipais. Em linhas gerais, na primeira etapa (dois dias) foram apresentados os conceitos de Planejamento e na segunda etapa (três dias) o processo de elaboração do Plano Plurianual. O curso na Região Metropolitana seguiu a orientação do projeto pedagógico, buscando levar aos participantes propostas de trabalhos de grupo com dinâmicas que buscaram desenhar e estruturar processos de discussão, ajudando o grupo de municípios a aprofundar os conceitos apresentados, fomentando a iniciativa pessoal e estimulando o debate para a troca de experiências. No sentido de estimular o diálogo entre os participantes, a estratégia de aprendizagem versava em colocar indagações e exercícios para auxiliar a discussão de grupo, levando a discussões ricas, com muitos exemplos práticos, num debate democrático apresentando o espaço urbano-territorial e suas políticas públicas. 1ª Etapa da Capacitação A abertura do evento foi realizada pelos superintendentes da Subsecretaria de Planejamento do Estado do Rio de Janeiro, Haidine Duarte e Enrico Martignoni, além do presidente da Fundação CEPERJ, Jorge Guilherme Barreto, que desejaram boas vindas aos participantes de todos os municípios. O presidente do CEPERJ parabenizou a iniciativa da SEPLAG em proporcionar o curso para Região Metropolitana, dada a importância desta no cenário econômico-financeiro do Estado do Rio de Janeiro. Neste momento também foram apresentadas as expectativas dos participantes em relação à capacitação assim resumidas: Adquirir, aprimorar e expandir o conhecimento em Planejamento e PPA; Absorver e aplicar as técnicas desenvolvidas nos instrumentos de planejamento e gestão para elaborar o PPA; Conhecer a relação entre o Planejamento Estratégico e o PPA; Entender a relação do PPA com a gestão pública; Trocar experiências com os outros municípios e com o Estado para elaboração e monitoramento dos instrumentos de planejamento e gestão; Entender a lógica da capacitação e replicar o conhecimento Conceitos de Planejamento Para desenvolver os conceitos de Planejamento com a turma, a professora Rita Brito abriu os trabalhos do primeiro dia de capacitação propondo uma dinâmica com a seguinte pergunta: “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” 76 Essa atividade tinha por objetivo mobilizar o grupo a assistir à exposição dos conceitos de planejamento. A partir das respostas a pergunta formou-se um painel de respostas organizadas sob os seguintes títulos: Efetividade e melhoria da gestão; Desenvolvimento do Município; Atendimento a demandas; Definição de objetivos a serem atingidos e Otimização dos recursos financeiros. Painel com as respostas da pergunta “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” Ainda pela manhã do primeiro dia, Rita Brito apresentou os principais conteúdos relacionados à atividade de Planejamento. Foram apresentados os principais pressupostos a seguir identificados: A importância do pensamento estratégico e da análise de forças dos atores sociais; A complexidade dos sistemas sociais; A necessidade do estabelecimento de prioridades para enfrentar a escassez de recursos; O desafio de pensar a curto, médio e longo prazos. A exposição ressaltou a importância do conhecimento da realidade municipal no presente, antes da construção de estratégias para o alcance dos objetivos a serem definidos no planejamento municipal. 77 Ao final da exposição, a professora convidou os participantes a fazerem um exercício em grupo para consolidação dos conceitos apresentados discutindo equívocos e acertos do planejamento apresentado pelo slide constante no material didático fornecido aos participantes: O resultado das discussões dos grupos levou ao aprofundamento dos conceitos apresentados e manteve a mobilização para a discussão do planejamento. As imagens a seguir ilustram parte da dinâmica dos resultados alcançados formados por quatro grupos. Grupos de trabalho 78 Depois de muitas discussões nos grupos, as perguntas 2,4,5 e 6 alcançaram a unanimidade e houve discordância nas perguntas 1 e 3. Tabela 2: Resultado da dinâmica Perguntas Sim Não 1."Planejar é um coisa, fazer é outra..." 2 2 2."O planejamento engessa o governo..." 0 4 3."O planejamento é uma obra puramente técnica, deve ser neutro..." 1 3 4."A participação social atrapalha o Plano.." 0 4 5."O planejamento é um mito formal, falado em código e desprovido de substância..." 0 4 6."O planejamento não é nada mais que uma lista de obras e serviços..." 0 4 A pergunta 1: “Planejar é uma coisa, fazer é outra...” Respostas Afirmativas “São momentos diferentes. Primeiro planeja, depois executa, mas deve ter entrosamento” – Grupo 1 “Trata-se de ações que devem ser monitoradas para participação intersetorial e compromisso dos gestores” – Grupo 4 Respostas Negativas: “Porque o planejamento é um instrumento para execução dos objetivos” – Grupo 2 “Porque se tornaria desnecessário exercício do planejamento” – Grupo 3 Apesar da discordância das respostas, elas se complementam e mostram a riqueza das discussões no sentido de construir o conhecimento. Pergunta 3: O planejamento é uma obra puramente técnica, deve ser neutro...” Resposta Afirmativas: “Para atender com objetividade as demandas do município” - Grupo 3 Respostas Negativas: “Envolve cenário político e social” – Grupo 4 “Deve ser abrangente e participativo” – Grupo 1 “Deve haver interação harmonia entre parte técnica e política” – Grupo 2 79 O planejamento não é uma obra puramente técnica e nem neutro, mas mesmo assim um grupo entendeu que a objetividade dava o caráter de neutralidade ao instrumento. Painéis com resultados do exercício Painéis com resultados do exercício 80 O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos foi o tema da exposição que se seguiu. O professor Fábio Siqueira levou o grupo a debater algumas questões como: a garantia e o respeito aos direitos humanos no Brasil; as responsabilidades do gestor público e do Município no cumprimento desses direitos; e de que formas o planejamento pode levá-lo em consideração na formulação das políticas públicas. A partir dos direitos estabelecidos na Constituição de 88, também chamada de constituição cidadã, foram discutidas as desigualdades que podem levar a iniquidades e, ainda, os conceitos de justiça social e de territórios sociais. Outro ponto destacado foi a materialidade dos direitos, ou seja, a noção de que o gestor deve estabelecer parâmetros concretos que reflitam os direitos sociais obtidos através da implementação das políticas públicas. Para tratar do Planejamento na perspectiva dos direitos humanos, com ênfase na universalidade dos direitos, o grupo foi convidado a refletir sobre a integralidade desses direitos nas políticas públicas por meio da dinâmica a seguir especificada: Exercício: Selecione um Direito como Direito Central para a dinâmica: Grupo 1 – Direito à Saúde Grupo 2 – Direito à Segurança Grupo 3 – Direito à Educação Grupo 4 – Direito ao Trabalho Defina o nome de um programa para o direito central. Defina o objetivo e o público do programa. Partindo do direito selecionado, relacione outros direitos necessários a sua integralidade (individuais, coletivos, sociais, políticos, econômicos, civis, culturais, etc.) Construa um mapa ou rede de relação entre os direitos. Apresente o mapa construído. 81 Painel com resultado do exercício sobre direitos humanos - grupo 4. Participação social no planejamento governamental Na exposição, a professora Natália Caninas abordou o processo de descentralização que se se iniciou com a Constituição de 1988 e que ano após ano novas atribuições são repassadas para os governos estadual e municipal. Parece que a sociedade brasileira entende que a qualidade de vida do cidadão está associada ao poder local. A descentralização é vista como positiva no sentido que por meio dela pode-se aprofundar a democracia, a maior proximidade do cidadão ao poder decisório. Uma melhor avaliação e monitoramento podem ser verificadas nas políticas públicas. 82 O caminho da participação pós CF/88 segue na direção de uma participação na gestão dos direitos e interesses da sociedade na construção de uma nova relação Sociedade-Estado. Essa participação democrática tem sido conquistada e ampliada pela sociedade, em prol da inclusão de setores menos favorecidos. A participação social para o planejamento foi apresentada em três dimensões: a estratégica, que consiste no papel do Estado em auscultar as demandas sociais, e as táticas de formulação e execução das políticas públicas. No decorrer da exposição foi apresentado mecanismos de controle a partir de participação institucionalizados, como os Conselhos Gestores permitindo o controle das políticas públicas. O orçamento participativo também é um exemplo de destaque que salienta a participação do debate dos orçamentos, a formulação de políticas públicas na elaboração de programas e projetos no Plano Plurianual - PPA , assim como, a transparência da gestão orçamentária na aplicação dos recursos. No documento “Descentralização e good government: como aperfeiçoar o desempenho dos governos locais?”, Markus Brose3 cita uma pesquisa em que foram entrevistados 26 pessoas em 15 municípios do Rio Grande do Sul, além de duas entrevistas em Porto Alegre. A partir desta pesquisa este decorre sobre o assunto da descentralização como forma de aperfeiçoar os governos locais. Abaixo se encontram alguns quadros dessa pesquisa que ilustra bem os prós e os contra da descentralização, a gestão dos conselhos municipais e seu papel na sociedade. 3 BROSE, Markus. Descentralização e good government: como aperfeiçoar o desempenho dos governos locais? . Revistado Serviço Público. Ano 53, Número 3. Jul-Set 2002. 83 Processo de Elaboração do PPA Municipal A proposta metodológica de elaboração do Plano Plurianual Municipal apresentada pela professora Rita Brito foi iniciada com a proposição ao grupo de participantes de uma dinâmica com a seguinte pergunta: O QUE É UM PLANO PLURIANUAL? Depois de um breve debate foi proposta ao grupo uma atividade em que cada município se posicionou sobre o seu Plano Plurianual, construindo um painel com as principais características do processo de elaboração do PPA em cada município, a partir das seguintes perguntas: 84 Os participantes de cada município se reuniram para responder as perguntas, usando cartelas de cor específica para o registro das respostas a cada pergunta. Em seguida, um representante de cada grupo foi convidado para apresentar o estágio atual de seu PPA e construir o painel que retratou o estágio dos diversos PPAs da região. Painel sobre o estágio dos PPAs em cada município As fotos que seguem evidenciam o processo coletivo de construção do painel. Montagem do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município 85 Resultado do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município Como resultado da Tabela 3, pode-se notar que 8 municípios enviam o PPA à Câmara dia 30/08 e 2 em 30/09. Mesmo a capacitação tendo sido realizada no mesmo mês do envio do PPA, a participação da governança foi significativa. Na elaboração do PPA, 60% dos municípios envolveram a participação social. Tabela 3 – Informações importantes da consolidação do quadro Data de envio à Câmara Qual Sec. coord. o trabalho? Existe Participação Social? BELFORD ROXO 30/08 Fazenda Sim GUAPIMIRIM 30/09 Fazenda Não ITABORAÍ 30/08 Planejamento Sim ITAGUAÍ 30/08 Finanças Não NILÓPOLIS 30/08 Planejamento Não NOVA IGUAÇU 30/08 Planejamento Não PARACAMBI 30/08 Planejamento Sim QUEIMADOS 30/08 Fazenda e Planejamento Sim SÃO GONÇALO 30/09 Fazenda Sim SEROPÉDICA 30/08 Planejamento Sim Município 86 Ao término da montagem do painel, a professora Rita Brito seguiu com a exposição do processo de elaboração do PPA apresentando ao grupo, de forma resumida, os 12 passos propostos pela ENAP para a elaboração do Plano. Em linhas gerais, descreve os passos de 1 a 4 como norteadores do processo de planejamento da elaboração do PPA. Os passos 5, 6, 7 e 8 como definidores da fase qualitativa do Plano e o 9 e 10 da quantitativa. Finalmente os passos 11 e 12 como etapas eminentemente políticas do processo de elaboração do PPA. Em seguida, ainda na primeira fase da capacitação, foram apresentados de forma detalhada os passos de 1 a 4: Passo 1 – Sensibilização do Prefeito Foram expostas ao grupo as informações e argumentos necessários para a ciência do prefeito sobre a importância do PPA Municipal. Essas informações versaram sobre a base legal atendimento aos dispositivos normativos e a importância do Plano como instrumento de captação de recursos - alinhamento estratégico e captação de recursos junto aos governos federal e estadual, e sobre a necessidade da melhoria da qualidade do Planejamento e da gestão municipal. Passo 2 – Formação da Equipe Responsável A importância da formação de uma equipe para elaborar o PPA foi apresentada com base nas seguintes características: Autoridade e legitimidade política perante o Prefeito para debater as prioridades e estratégias de todas as áreas do governo municipal; 87 Conhecimento técnico do funcionamento da Prefeitura, em especial o processo orçamentário, sobre o território municipal e sobre as demandas e interesses dos diversos setores da cidade; Disposição política e tempo necessário para organizar e planejar a elaboração do Plano Plurianual. Passo 3 – Definição do Cronograma Nesse passo o grupo foi apresentado a uma proposta de cronograma para a elaboração do PPA com três meses de duração englobando os doze passos previstos. Tendo em vista que a elaboração do PPA já estava em curso para a maioria dos municípios participantes, foi pedido ao grupo que avaliasse o seu processo diante do cronograma proposto. Passo 4 – Estrutura do PPA Foram apresentadas as dimensões do Plano (estratégica e tático-operacional) e a visão geral do modelo, destacando-se as fases do ciclo de gestão do planejamento. Ciclo de Planejamento: Avaliação Monitoramento Execução dos programas Planejamento expresso em programas Revisão R P A E Impacto na Sociedade Problema ou demanda da sociedade Como encerramento da primeira etapa de capacitação a professora Rita Brito apresentou um breve relato sobre o processo de planejamento no Estado do Rio de Janeiro, apresentando resumidamente a metodologia adotada para o PPA Estadual para o período de 2012 a 2015 e a estrutura institucional criada nos órgãos setoriais e no órgão central para viabilizar o processo de elaboração, monitoramento e avaliação do Plano Plurianual. 88 2ª Etapa da Capacitação Como primeira atividade da segunda etapa de capacitação os professores fizeram um breve resumo dos assuntos tratados na primeira etapa. Após essa atividade, retomou-se a apresentação dos passos para a elaboração do PPA: Processo de Elaboração do PPA Municipal - continuação Passo 5 – Diagnóstico do Município Para tratar do diagnóstico municipal, foi preparada uma exposição para apresentar ao grupo os dados e informações disponíveis para o planejamento municipal, conforme resumido no slide a seguir. A professora Natália Caninas apresentou os Relatórios de Informações Sociais, que servem de subsídio para elaboração do diagnóstico municipal e contém informações consolidadas de vários bancos de dados estruturados. Logo a seguir, apresentou a Agenda de Compromisso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM, com destaque para a importância de seus oito objetivos em nível municipal, a Agenda de Desenvolvimento Territorial e o sistema de Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE. Devido à relevância da Lei de Acesso a Informação, a professora achou importante mostrar o Portal da Transparência, que contém uma riqueza de dados estruturados para os municípios. Em seguida, ainda fazendo parte do passo 5, o professor Leandro Silva apresentou ao grupo a metodologia da “Análise SWOT” para a construção de diagnóstico. 89 Para desenvolver a metodologia da análise SWOT, foi realizada antes uma breve revisão sobre os conceitos de planejamento apresentados na primeira etapa do curso. O objetivo desta revisão foi recapitular conceitos sobre a complexidade dos sistemas sociais, a análise de forças dos atores e a necessidade do conhecimento da realidade municipal, a fim de identificar suas potencialidades e vocações. Estes conceitos foram fundamentais para o entendimento da lógica da SWOT, onde seriam analisadas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, ou seja, os ambientes interno e externo ao município. Após a exposição dos conceitos da Matriz SWOT, foi feito um exercício exemplo com a turma. Para isso, foi utilizado o caso da realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Segue o painel com o resultado do exercício: Painel com resultado do exercício sobre as Olimpíadas Finalizado o exercício de exemplo, foi proposto ao grupo um exercício sob a moderação do professor Leandro Silva, onde os participantes utilizaram como insumo para o diagnóstico os relatórios municipais do MDS. A proposta foi levar o grupo a experimentar a construção da matriz para um caso concreto. Foram definidos quatro grupos para o trabalho, devido ao grande número de participantes e os municípios de Itaboraí, Nilópolis, Belford Roxo e Seropédica foram usados como exemplo. 90 EXERCÍCIO A partir da leitura do Boletim de Informações Municipais (MDS) relativos aos municípios participantes, elaborar a Matriz SWOT (FOFA), seguindo os passos: a) b) c) d) e) Escolher o moderador; Realizar brainstorm escrevendo cada questão, interna ou externa, nas filipetas; Classificar as questões na Matriz FOFA; Analisar o resultado; Apresentar para o plenário (moderador). Apresentação dos resultados do exercício da Análise SWOT Depois de concluído o trabalho de cada grupo, as matrizes foram apresentadas por cada um e, a seguir, discutidas pelos professores e pelo grupo maior de participantes. Os grupos superaram as expectativas dos professores nesta atividade ao construírem quatro exemplos de análise SWOT que serviram de base para as oficinas dos próximos passos de elaboração do PPA. 91 Painel com resultado do exercício da Análise SWOT dos grupos de Itaboraí e Nilópolis Painéis com o resultado do exercício da Análise SWOT do grupos de Belford Roxo e Seropédica 92 Passo 6 – Dimensão Estratégica Neste momento da oficina de capacitação os professores levam o grupo a refletir sobre a interrelação entre a visão estratégica do planejamento municipal e o Plano Plurianual. O professor Fábio Siqueira ficou responsável por trabalhar com a turma os conceitos da dimensão estratégica do PPA: conceito de estratégia; princípios positivos e princípios negativos da estratégia na administração pública; atores envolvidos nessa dimensão; e os conceitos de missão, visão, valores e macrodesafios municipais. Exposição da teoria sobre Dimensão Estratégica Também como forma de consolidar os conceitos apresentados o professor Fábio Siqueira propõe a seguinte dinâmica: ETAPAS DA DINÂMICA: Com base nos compromissos já assumidos pelo Governo Municipal, nos diagnósticos existentes (inclusive na FOFA/SWOT), na vocação do município e na sua vivência profissional: 1. Propor Visão para o Município – olhar para o futuro e projetar imagem desafiadora (médio e longo prazo – 4 e 20 anos); 2. Elaborar a Matriz Estratégica; 3. Propor ao menos 4 macrodesafios relevantes para a promoção do desenvolvimento local, com vistas ao alcance da Visão de Futuro (mínimo de 1 para cada cruzamento); 4. Apresentar a Matriz Estratégica. 93 A atividade seguiu com a mesma formação do grupo da anterior, e o resultado alcançado também foi bem significativo. Todos os quatro grupos conseguiram formular os seus macrodesafios. Durante as discussões os professores se revezaram na orientação aos grupos, esclarecendo conceitos e auxiliando na dinâmica de cada grupo. Grupo de trabalho Grupos de trabalho 94 Exemplos das Matrizes Estratégicas dos grupos de Belford Roxo, Itaboraí, Nilópolis e Seropédica: Apresentação dos resultados do exercício sobre Dimensão Estratégica Apresentação dos resultados do exercício sobre Dimensão Estratégica 95 Passo 7 – Árvore de Problemas A apresentação do passo 7 aconteceu na manhã do segundo dia de capacitação da segunda etapa. Antes de apresentar a metodologia sobre árvore de problemas, a professora Rita Brito fez uma retrospectiva com o grupo de alguns conceitos e metodologias já experimentadas. 7. Identificação de Problemas Relembrando.... Já definimos a VISÃO (algo que não existe mais que eu quero alcançar) e a MISSÃO do município Já definimos a ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENT0 para o município: Quais os caminhos e os meios que eu vou utilizar para alcançar a minha VISÃO? Onde que eu quero estar daqui a 4 anos? O que está ao meu alcance e o que eu preciso buscar fora do governo municipal. Já definimos os MACRODESAFIOS da Administração Municipal : Eles são os obstáculos para o desenvolvimento da estratégia Em seguida, preparou o grupo para a construção das árvores de problemas apresentando a conceituação sobre problema: Conceituação de “problema” fazendo sua diferenciação em relação a uma “ameaça”; Características (exemplos de problemas); Determinação do problema central e suas causas (hierarquia); Critérios para seleção. Depois de apresentar as regras para a construção de uma árvore de problemas, a professora retomou com os participantes os resultados alcançados pelos grupos nas dinâmicas anteriores e propôs o exercício na forma especificada a seguir: 96 Nesse momento da capacitação observou-se que os participantes já dominavam com bastante suficiência as dinâmicas de trabalho em grupo, o que imprimiu mais ritmo e qualidade às discussões dos grupos e, consequentemente, ao produto do trabalho. Os professores seguiram se revezando no apoio aos grupos, zelando para que todos participassem democraticamente das discussões. Depois de construídas, as árvores de problemas de cada grupo foram apresentadas para o grupo maior sendo avaliadas por todos e pelos professores. Destaca-se que, a partir das críticas, os grupos sentiram necessidade de retomar o produto do trabalho fazendo revisões das formulações anteriores. Painel com os resultados do exercício feito pelos grupos de Nilópolis e Seropédica 97 Painel com os resultados do exercício feito pelos grupos de Belford Roxo e Itaboraí Árvore de Resultados Couberam aos grupos construir a árvore de resultados a partir da árvore de problemas construída e avaliada. Ainda no âmbito do Passo 7, a professora Rita Brito apresentou-a como sendo: A árvore de resultados é a árvore das situações desejadas, uma espécie de árvore sombra, simétrica à árvore de problemas. Para construí-la basta inverter a árvore de problema para a forma positiva, obtendo assim uma árvore simétrica. As ações necessárias para o alcance do objetivo do programa deverão estar relacionadas entre os resultados da árvore. A uma ação poderão corresponder vários resultados. 7. Identificação de Problemas Exercício Árvore de Resultados 1. 2. 3. Trabalhe com a árvore de problema construída. Identifique o PROBLEMA CENTRAL e defina o PROGRAMA a partir dele, com objetivo e público alvo; Produza a Árvore de Resultados. 98 Apresentação do exercício sobre Árvore de Resultados Passo 8 – Elaboração de Programas O objetivo deste passo foi o de preparar as equipes municipais para elaborar a programação do PPA Municipal e rever os programas já construídos. Neste sentido a professora Rita Brito buscou levar ao grupo as definições necessárias à elaboração da programação do PPA (programa, ações, produtos) e recomendações imprescindíveis para o alcance dos resultados pretendidos com a execução do PPA, tais como: O que é um programa e como a sua definição se relaciona com os passos anteriores apresentados (diagnóstico, macrodesafios, problemas ou oportunidades); A relação do programa com os problemas centrais identificados a partir dos macrodesafios definidos pela administração municipal; A necessidade da realização de um inventário prévio de programas do PPA 2010/2013 com a avaliação física financeira do estágio de sua execução bem como da relevância em relação aos problemas atuais; A necessidade de priorização dos Programas por macrodesafio com vista à distribuição dos recursos financeiros, humanos e materiais; A importância de focalizar a atenção dos diversos atores nos resultados que precisam ser alcançados quando da construção das ações dos programas; e A relevância de buscar a definição de indicadores, quando da formulação dos programas que propiciem o monitamento e avaliação da execução da programação do PPA Municipal. 99 Depois de apresentar as definições relativas aos atributos dos programas e das ações, sugeriu a seguinte estrutura para o PPA: ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO SERVIÇOS À SOCIEDADE PROGRAMA SERVIÇOS AO GOVERNO PROJETO AÇÃO ATIVIDADE NÃO ORÇAMENTÁRIA BEM PRODUTO SERVIÇO A seguir, a professora Rita Brito retomou com o grupo a dinâmica anterior, onde já se definiram o Programa, o Objetivo e o Público Alvo quando da construção da árvore de resultados. Pediu que cada grupo fizesse uma revisão das formulações citadas e propôs o exercício seguinte para detalhamento do programa proposto: 8.8.Elaboração Elaboraçãode de Programas Programas Exercício 1. 2. 3. 4. 5. A partir da Árvore de Problemas. Transcreva os problemas terminais (causas das causas) para o Quadro de Ações; Encontre as medidas/ ações para a resolução dos problemas terminais; Determine o contributo de cada ação para a resolução do problema: o(s) produtos - bens ou serviços gerados ; Discuta e valide o quadro de ações perante o Programa. Este era um momento muito esperado por todos. Afinal, depois desta atividade cada grupo estaria em condições de avaliar os programas já construídos em cada município e propor os novos programas que comporiam o projeto de lei do PPA. 100 Para alguns grupos foi necessário rever os outros momentos na busca de fazer ajustes nas definições anteriores. Eles exercitaram o que, na prática, teriam que fazer nos trabalhos de formulação dos seus PPAs, principalmente quando das discussões com os responsáveis das propostas de cada setor. Seguem os painéis formados por cada grupo como resultado dos trabalhos de grupos: Programa: “Sanea Itaboraí” Painel com o resultado do exercício feito pelo grupo. Programa: “Criança Feliz” Painel com o resultado do exercício feito pelo grupo. 101 Programa: “Mais Saúde” Painel com o resultado do exercício feito pelo grupo. Programa: ”Qualifica Jovem” Painel com o resultado do exercício feito pelo grupo. 102 Passo 09 – Estimativas de receitas A apresentação deste passo ficou a cargo da professora Natália Caninas, que apresentou uma visão geral das receitas corrente e de capital que compõem a receita fiscal. Abordou-se a importância do conhecimento dos itens mais relevantes desta composição, tais como transferências constitucionais e legais, impostos diretamente arrecadados e quotas de participação em outros tributos. Os alunos interagiram bastante nesse assunto, visto que a maioria dos seus municípios sobrevive das transferências constitucionais e legais, como o Fundo de Participação dos Municípios - FPM, e muitos deles desempenhavam funções na área de orçamento e controle interno. Durante o encaminhamento da exposição, foi discutida a relevância da gestão dos recursos diretamente arrecadados como IPTU, ITBI e ISS no intuito dos municípios melhorarem o nível de gestão dos recursos. Nesse tópico foi apontado que o alcance de melhores índices de arrecadação refletiria numa programação com alocação de recursos em projetos prioritários. Também se aproveitou o momento na busca de inserir a realidade fiscal dos municípios participantes neste novo ambiente federativo que se estabelece após a promulgação da Constituição de 88 e das transformações institucionais que se processam na década de 90. Momento de reformulações da relação Estado-Sociedade, de modo que incentive a participação da sociedade civil na gestão pública, a partir de mecanismos institucionais, como conselhos municipais no intuito de melhorar o controle do bem público. No bojo da discussão, abordou-se a complexidade do federalismo fiscal brasileiro, chamando atenção para os municípios que, após a Constituição de 88, emergem como importantes atores da política pública, tendo em vista a maior parcela de recursos fiscais que passa a ser transferida para eles. Exposição da teoria sobre índices e metas 103 Passo 10 – Índices e Metas A professora Natália Caninas apresentou a importância da quantificação dos Programas do PPA e explicou os condicionantes constitucionais e legais, como os percentuais de receitas de impostos repassados à saúde e educação, assim como o limite do teto de pessoal a ser seguido. Em um segundo momento a professora mostrou o Guia Referencial para Medição de Desempenho e o Manual para Construção de Indicadores do MPOG. Os indicadores são importantes no sentido de permitir aferir os dados em termos de qualidade, resultado e impacto dos processos e dos objetivos das intervenções em programas do PPA. Na discussão com a turma foi abordada a importância dos indicadores na melhoria da gestão pública servindo para identificar problemas, planejar e aferir resultados. Passo 11 – Validação dos Programas A professora Natália Caninas e os demais instrutores, na prática, já vinham fazendo esta validação quando da análise do produto de cada grupo. Ao final dessas apresentações foram expostos os critérios recomendados para a validação da programação do PPA, a seguir especificados: Passo 12 – Elaboração do Projeto de Lei e Mensagem O professor Leandro Silva deu sequência à exposição dos passos do PPA tratando do último tema, a elaboração do Projeto de Lei e Mensagem do prefeito. Neste momento, foi apresentada a composição do Plano (imagem abaixo) e foram mostrados exemplos de cada tópico apresentado. 104 VI.2.6 Encerramento Para encerrar a capacitação foi aberta a palavra aos participantes. Representantes dos municípios e os professores se despediram num clima de bastante confraternização. Alguns participantes do curso deram depoimentos sobre a satisfação em ter participado de um curso como foram os casos de Jomar Lessa (Itaboraí) e Adilson Barbosa (São Gonçalo) que fizeram elogios a toda à equipe. 105 VI.3 Turma 3 – Baixadas Litorâneas, Serrana e Norte Fluminense VI.3.1 A participação A capacitação da Turma 3 ocorreu em São Pedro da Aldeia, município que sediou o evento. Foram convidados municípios da região das Baixadas Litorâneas, da região Serrana, da região Norte e da região Noroeste Fluminense. Inicialmente, houve a adesão de 12 municípios (Armação de Búzios, Cabo Frio, Cantagalo, Casimiro de Abreu, Cordeiro, Iguaba Grande, Itaperuna, São Pedro da Aldeia, Silva Jardim, Rio Bonito, Rio das Ostras, São Francisco de Itabapoana), totalizando 36 servidores inscritos. Apesar de inscritos, não houve o comparecimento dos representantes dos municípios de Cantagalo, Cordeiro, Rio Bonito e São Francisco de Itabapoana em decorrência de motivos relacionados ao funcionamento interno e à logística de deslocamento referente a essas prefeituras. Em contrapartida, foram abertas vagas suplementares para os municípios que estavam presentes, com a turma alcançando um total de 21 participantes. Destaca-se que, ao final do evento, a participação foi de aproximadamente 53% do número total de participantes inicialmente inscritos, conforme exposto na tabela abaixo: Município Nº de participantes inscritos Nº de comparecimentos ARMAÇÃO DE BÚZIOS 3 2 CABO FRIO 3 1 CANTAGALO 3 0 CASIMIRO DE ABREU 1 1 CORDEIRO 2 0 IGUABA GRANDE 4 3 ITAPERUNA 2 2 RIO BONITO 1 0 RIO DAS OSTRAS 1 1 SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA 3 0 SÃO PEDRO DA ALDEIA 8 8 SILVA JARDIM 5 3 36 21 TOTAL O perfil dos participantes, era relacionado a planejamento, orçamento, controle, captação de recursos e projetos. Quanto ao nível de trabalho, a maioria pertencia ao nível táticooperacional dos municípios, o que revela a indicação de servidores que estão em contato direto com a realização da atividade de planejamento governamental (Gráfico I e Gráfico II). 106 Gráfico I - Turma São Pedro da Aldeia Perfil dos Participantes 37% 63% Membros da Governança Municipal Inscritos - outros cargos Gráfico II - Capacitação São Pedro da Aldeia - Perfil dos participantes por município 107 VI.3.2 A logística da capacitação O curso foi realizado no Polo CEDERJ de São Pedro da Aldeia, da Fundação CECIERJ, localizado no bairro de Nova São Pedro. O Espaço ofereceu salas diferenciadas para as atividades expositivas e para as dinâmicas de grupo. Polo CEDERJ de São Pedro da Aldeia A Secretaria de Gestão Estratégica de São Pedro da Aldeia e a Direção do Polo CEDERJ se responsabilizaram pela logística local (espaço, infraestrutura e alimentação). Sala de aula do Polo CEDERJ de São Pedro da Aldeia O curso foi realizado em dois momentos: a primeira etapa nos dias 20 e 21 de agosto e a segunda etapa entre os dias 28 e 30 do mesmo mês. Essa estratégia foi adotada devido à necessidade de não afastar os participantes das suas rotinas de trabalho por cinco dias consecutivos. 108 VI.3.3 O corpo docente Os professores da SEPLAG responsáveis pela capacitação estão a seguir apresentados. Nesta turma Glenda Lino e Rachel Lannes foram capacitados no RJ pelos multiplicadores formados pela ENAP: Fábio Siqueira – Graduado em gestão da informação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 2003, titulou-se em MBA em Administração e Sistemas de Informação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2009 e se especializou em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2010. Desde 2011, é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Estado do Rio de Janeiro, tendo exercido a função de gestor público na Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro em 2011. Atualmente desempenha a função de Coordenador de Gestão de Informação na Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro. Glenda Neves – Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2006. Especializou-se em Gestão Pública pelo Instituto a Vez do Mestre (IAVM/UCAM) em 2010. Trabalhou como consultora de empresas na empresa B&L Consultoria e também como Analista de Planejamento do Instituto Gênesis da PUC-Rio. Desde 2008 é assessora de Planejamento na Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro (SEPLAG/SUBPL), cargo que ocupa atualmente. Natália Caninas - Graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1993), mestrado em Engenharia de Produção, área de concentração - Gerência de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ (1996), Especialização em Análise e Avaliação Ambiental (1999) PUC/RJ e Licenciatura em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002) PUC/RJ. Trabalhou de 1996 a 2012 como Engenheira de Produção da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB/RJ tendo desempenhado cargos de Gerente de Divisão, Coordenador de Processos, Coordenador de Projeto, Assessor de Diretoria e Gerente de Departamento. Desde ago/2012 é Especialista de Políticas Públicas e Gestão Governamental - EPPGG, aprovada em concurso público, e desempenhado funções na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG /RJ na Subsecretaria de Planejamento. Rachel Lannes – Graduada em Arquitetura pelas Faculdades Integradas Bennett em 1982. Trabalhou na Diretoria de Planejamento da extinta Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – FUNDREM entre 1982 e 1989, quando passou a integrar a equipe da Secretaria Estadual de Planejamento até 2008, tendo trabalhado como técnica de planejamento, coordenadora e superintendente. Trabalhou na assessoria de planejamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços entre 2008 e 2012 e desde janeiro de 2013 ocupa o cargo de coordenadora de Instrumentos Institucionais de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro. 109 VI.3.4 O perfil dos participantes Adriana Patricia Silva de Mattos Cabo Frio Diretora de Planejamento Ezequiel Moraes dos Santos Rio das Ostras [email protected] [email protected] Anderson Cardoso Pereira Cabo Frio Técnico Contábil Fábio Lessa Tinoco Iguaba Grande Diretor de Planejamento [email protected] [email protected] Danielle de Souza Soares Prudente Armação de Búzios Gestora de Controle Interno Gustavo Gonçalves Camacho Iguaba Grande Secretário de Planejamento [email protected] [email protected] Debora Ribeiro dos Santos São Pedro da Aldeia Chefe de Departamento Gustavo Pinto Caetano Cabo Frio Superintendente Dep. Controle Orçamentário [email protected] [email protected] Eliane da Silva Lima Silva Jardim Gerente de Projetos Kleber Ferreira de Souza Armação de Búzios Secretário Municipal de Fazenda [email protected] [email protected] Elisangela Quintanilha Silva Jardim Diretora Luana da Cunha Pereira Silva Jardim Gerente de Projetos [email protected] [email protected] 110 Luciano Rodrigues de Almeida São Pedro da Aldeia Contabilidade - Base Aérea Naval São Pedro da Aldeia Maria de Fátima Lima da Silva Azevedo São Pedro da Aldeia Coordenadora – Controladoria Geral uff@[email protected] [email protected] Manoel Faria de Souza Júnior Itaperuna Secretaria de Planejamento Matheus Rodrigues da Costa Neto Silva Jardim Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico [email protected] [email protected] Marcella Correa Sodré Iguaba Grande Chefe de Captação de Recursos Mileni Bittencourt Costa São Pedro da Aldeia Coordenadora de Planejamento [email protected] [email protected] Marcelo Alex da Silva Casimiro de Abreu Auxiliar Administrativo Priscila de Carvalho Cunha Camargo da Silva Silva Jardim Diretora [email protected] [email protected]. br Márcio Pontes Ramos Itaperuna Auxiliar da Divisão de Orçamento Priscilla de Mendonça Sampaio Soares São Pedro da Aldeia Diretora de Planejamento [email protected] [email protected] Marcos A.S. de Souza São Pedro da Aldeia Diretor – Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Trabalho e Renda Rosenildo Avelar de Araújo Armação de Búzios Secretário Especial de Orçamento [email protected] [email protected] 111 Solange Maria G. Ribeiro São Pedro Diretora Financeira – Secretaria de Assistência Social [email protected] Vincenzo Arturo Spineli Iguaba Grande Assistente Administrativo - Sec. Planejamento [email protected] Vivian Machado Neves 112 VI.3.5 O desenvolvimento da capacitação O programa de capacitação do Estado do Rio de Janeiro seguiu as orientações e estratégias de ensino definidas no Módulo I do Programa da ENAP. O Estado do RJ procurou adequar o conteúdo teórico-metodológico, adquirido em Brasília, às práticas e diretrizes estaduais. Também se fez necessário contextualizar os conceitos e trabalhos à realidade dos municípios presentes. Em um breve resumo, na primeira etapa, com duração de dois dias, foram apresentadas a parte teórica e reflexões sobre os conceitos de Planejamento. Já na segunda etapa, com duração de três dias, o foco se deu no processo de elaboração do Plano Plurianual e nas dinâmicas de grupo que buscaram exercitar as técnicas propostas. O curso em São Pedro da Aldeia, em decorrência do número excessivo de ausências, teve o valor do compartilhamento de experiências diminuído. Contudo, os servidores presentes eram muito participativos e possibilitaram um volume de debates satisfatório entre pessoas, muitas vezes, da mesma prefeitura. Assim, a capacitação também foi útil à reflexão dos participantes sobre sua própria rotina administrativa, além de ter possibilitado proveitosos trabalhos em grupo. Nesse sentido, foi compartilhada a experiência do Estado do Rio de Janeiro, estimulando a interação e a expressão de dúvidas e pontos de vista. A estratégia de aprendizado também se utilizou da exposição de perguntas e exercícios para auxiliar as discussões em grupo e a geração de conhecimento. 1ª Etapa da Capacitação O evento de capacitação foi aberto pelo Secretário de Gestão Estratégica, Paulo César de Souza, e pelo coordenador de Gestão da Informação da Subsecretaria de Planejamento da SEPLAG, Fábio Siqueira, que saudaram os participantes dos municípios inscritos. “O objetivo do curso é a apresentação de conteúdos teóricos e de oficinas para ensinar servidores municipais a elaborar o plano plurianual. É a primeira vez que o município de São Pedro da Aldeia sedia esse curso. Essa é uma ação compartilhada da Secretaria Municipal de Gestão Estratégica e a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão. O governo estadual criou uma agenda chamada diálogo sobre planejamento, uma conversa de Secretário municipal com Secretário estadual. Nesses diálogos entendemos que é necessário capacitar os municípios, com isso, as cidades teriam que assinar um termo de cooperação entre o estado e município. São Pedro assinou esse termo de cooperação técnica, no qual nos oferecemos para ser sede na Região dos Lagos. O município agradece o apoio do Secretário de Estado de Gestão, Sérgio Ruy Barbosa e da Subsecretária Cláudia Uchôa Cavalcanti”, afirmou o Secretário municipal Paulo César de Souza. 113 Paulo César de Souza, de São Pedro da Aldeia e Fábio Siqueira, Glenda Neves, Natália Caninas e Rachel Lannes, da SEPLAG Em seguida, foram apresentadas as expectativas dos participantes em relação à capacitação, sintetizadas abaixo: Agregar e aprimorar o conhecimento em Planejamento e PPA; Aprender a elaborar PPA; Trocar e compartilhar experiências em planejamento; Ampliar a área de atuação; Capacitar internamente outros servidores do município. Conceitos de Planejamento Para desenvolver os conceitos de Planejamento, sensibilizando e motivando o grupo para a exposição, a professora Glenda Neves realizou a seguinte pergunta: “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” Ainda pela manhã do primeiro dia, Glenda Neves apresentou os principais conteúdos relacionados ao Planejamento. Foram apresentados os principais pressupostos a seguir identificados: A importância do pensamento estratégico e da análise de forças dos atores sociais; A complexidade dos sistemas sociais; A necessidade do estabelecimento de prioridades para enfrentar a escassez de recursos; O desafio de pensar em curto, médio e longo prazos. A exposição ressaltou a importância do conhecimento da realidade municipal no presente, antes da construção de estratégias para o alcance dos objetivos a serem definidos no planejamento municipal. 114 Exposição da teoria sobre o planejamento. Ao final da exposição, a professora convidou os participantes a fazerem um exercício em grupo para consolidação dos conceitos apresentados discutindo equívocos e acertos do planejamento apresentados no slide constante no material didático fornecido aos participantes: O resultado das discussões de grupo levou ao aprofundamento dos conceitos apresentados e manteve a mobilização para a discussão do planejamento. As imagens a seguir ilustram parte da dinâmica dos resultados alcançados: 115 Grupos de trabalho O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos foi o tema da exposição que se seguiu. O professor Fábio Siqueira levou o grupo a debater algumas questões como: a garantia e o respeito aos direitos humanos no Brasil; as responsabilidades do gestor público e do Município no cumprimento desses direitos; e de que formas o planejamento pode levá-lo em consideração na formulação das políticas públicas. A partir dos direitos estabelecidos na Constituição de 88, também chamada de constituição cidadã, foram discutidas as desigualdades que podem levar a iniquidades e, ainda, os conceitos de justiça social e de territórios sociais. Outro ponto destacado foi a materialidade dos direitos, ou seja, a noção de que o gestor deve estabelecer parâmetros concretos que reflitam os direitos sociais obtidos através da implementação das políticas públicas. Para tratar do Planejamento na perspectiva dos direitos humanos, com ênfase na universalidade dos direitos, o grupo foi convidado a refletir sobre a integralidade desses direitos nas políticas públicas por meio da dinâmica a seguir especificada: Selecione um Direito como Direito Central para a dinâmica: Grupo 1 – Direito à Saúde Grupo 2 – Direito à Segurança Grupo 3 – Direito à Educação Grupo 4 – Direito ao Trabalho Defina o nome de um programa para o direito central. Defina o objetivo e o público do programa. Partindo do direito selecionado, relacione outros direitos necessários a sua integralidade (individuais, coletivos, sociais, políticos, econômicos, civis, culturais, etc.) Construa um mapa ou rede de relação entre os direitos. Apresente o mapa construído. 116 Apresentação do painel com resultado do exercício sobre direitos humanos. Participação social no planejamento governamental Na exposição, a professora Natália Caninas abordou o processo de descentralização que se se iniciou com a Constituição de 1988 e que ano após ano novas atribuições são repassadas para os governos estadual e municipal. Parece que a sociedade brasileira entende que a qualidade de vida do cidadão está associada ao poder local. A descentralização é vista como positiva no sentido que através dela pode-se aprofundar a democracia, a maior proximidade do cidadão ao poder decisório. Uma melhor avaliação e monitoramento podem ser verificadas nas políticas públicas. 117 O caminho da participação pós CF/88 segue na direção de uma participação na gestão dos direitos e interesses da sociedade na construção de uma nova relação Sociedade-Estado. Essa participação democrática tem sido conquistada e ampliada pela sociedade, em prol da inclusão de setores menos favorecidos. A participação social para o planejamento foi apresentada em três dimensões: a estratégica, que consiste no papel do Estado em auscultar as demandas sociais, e as táticas de formulação e execução das políticas públicas. No decorrer da exposição foi apresentado mecanismos de controle a partir de participação institucionalizados, como os Conselhos Gestores permitindo o controle das políticas públicas. O orçamento participativo também é um exemplo de destaque que salienta a participação do debate dos orçamentos, a formulação de políticas públicas na elaboração de programas e projetos no Plano Plurianual - PPA , assim como, a transparência da gestão orçamentária na aplicação dos recursos. No documento “Descentralização e good government: como aperfeiçoar o desempenho dos governos locais?”, Markus Brose4 cita uma pesquisa em que foram entrevistados 26 pessoas em 15 municípios do Rio Grande do Sul, além de duas entrevistas em Porto Alegre. A partir desta pesquisa este decorre sobre o assunto da descentralização como forma de aperfeiçoar os governos locais. Abaixo se encontram alguns quadros dessa pesquisa que ilustra bem os prós e os contra da descentralização, a gestão dos conselhos municipais e seu papel na sociedade. 4 BROSE, Markus. Descentralização e good government: como aperfeiçoar o desempenho dos governos locais? . Revistado Serviço Público. Ano 53, Número 3. Jul-Set 2002. 118 Processo de Elaboração do PPA Municipal A proposta metodológica de elaboração do Plano Plurianual Municipal pela professora Rachel Lannes foi iniciada com a proposição ao grupo de participantes da seguinte pergunta: O QUE É UM PLANO PLURIANUAL? Depois de um breve debate foi proposto ao grupo uma atividade onde cada município se posicionou sobre o seu PPA, construindo um painel com as principais características do processo de elaboração do PPA em cada município, a partir das seguintes perguntas: 119 Os participantes de cada município se reuniram para responder as perguntas, usando cartelas de cor específica para o registro das respostas a cada pergunta. A seguir, um representante de cada grupo foi convidado para apresentar o estágio atual de seu PPA e construir o painel que retratou o estágio dos diversos PPAs da região. As fotos que seguem evidenciam o processo coletivo de construção do painel. Montagem do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município Montagem do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município Resultado do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município 120 Ao término da montagem do painel, a professora Rachel Lannes seguiu com o processo de elaboração do PPA apresentando ao grupo, de forma resumida, os 12 passos propostos pela ENAP para a elaboração do Plano. Em linhas gerais, os passos de 1 a 4 são os norteadores do processo de planejamento da elaboração do PPA. Os passos 5, 6, 7 e 8 definem a fase qualitativa do Plano e o 9 e 10 a quantitativa. Finalmente, os passos 11 e 12 tratam de etapas eminentemente políticas do processo de elaboração do PPA. Em seguida, ainda na primeira fase da capacitação, a professora Rachel Lannes apresentou de forma detalhada os passos de 1 a 4: 121 Apresentação da teoria sobre os 12 passos do PPA Passo 1 – Sensibilização do Prefeito Foram expostas ao grupo as informações e argumentos necessários para a ciência do prefeito sobre a importância do PPA Municipal. Essas informações versaram sobre a base legal atendimento aos dispositivos normativos e a importância do Plano como instrumento de captação de recursos - alinhamento estratégico e captação de recursos junto aos governos federal e estadual, e sobre a necessidade da melhoria da qualidade do Planejamento e da gestão municipal. Passo 2 – Formação da Equipe Responsável A importância da formação de uma equipe para elaborar o PPA foi apresentada com base nas seguintes características: Autoridade e legitimidade política perante o prefeito para debater as prioridades e estratégias de todas as áreas do governo municipal; Conhecimento técnico do funcionamento da Prefeitura, em especial o processo orçamentário, sobre o território municipal e sobre as demandas e interesses dos diversos setores da cidade; Disposição política e tempo necessário para organizar e planejar a elaboração do Plano Plurianual. Passo 3 – Definição do Cronograma Nesse passo o grupo foi apresentado a uma proposta de cronograma para a elaboração do PPA com três meses de duração englobando os doze passos previstos. Tendo em vista que a elaboração do PPA já estava em curso para a maioria dos municípios participantes, foi pedido ao grupo que avaliasse o seu processo diante do cronograma proposto. 122 Passo 4 – Estrutura do PPA Foram apresentadas as dimensões do Plano (estratégica e tático-operacional) e a visão geral do modelo destacando-se as fases do ciclo de gestão do planejamento. Ciclo de Planejamento: Avaliação Monitoramento Execução dos programas Planejamento expresso em programas Revisão R P A E Impacto na Sociedade Problema ou demanda da sociedade Como encerramento da primeira etapa de capacitação a professora apresentou um breve relato sobre o processo de planejamento no Estado do Rio de Janeiro, apresentando resumidamente a metodologia adotada para o PPA Estadual para o período de 2012 a 2015 e a estrutura institucional criada nos órgãos setoriais e no órgão central para viabilizar o processo de elaboração, monitoramento e avaliação do Plano Plurianual. 123 2ª Etapa da Capacitação Como primeira atividade da segunda etapa de capacitação os professores fizeram um breve resumo dos assuntos tratados na primeira etapa. A essa atividade seguiu-se a apresentação dos passos para a elaboração do PPA: Processo de Elaboração do PPA Municipal Passo 5 – Diagnóstico do Município Para tratar do diagnóstico municipal, foi preparada uma exposição para apresentar ao grupo os dados e informações disponíveis para o planejamento municipal. A professora Natália Caninas apresentou os Relatórios de Informações Sociais, que servem de subsídio para elaboração do diagnóstico municipal e contém informações consolidadas de vários bancos de dados estruturados. Logo a seguir, apresentou a Agenda de Compromisso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM, com destaque para a importância de seus oito objetivos em nível municipal, a Agenda de Desenvolvimento Territorial e o sistema de Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE. Devido à relevância da Lei de Acesso a Informação, a professora achou importante mostrar o Portal da Transparência, que contém uma riqueza de dados estruturados para os municípios. Apresentação da teoria sobre os Relatórios de Informações Sociais Em seguida, a professora Glenda Neves apresentou ao grupo a metodologia da “análise SWOT” para a construção de diagnóstico. 124 Apresentação da teoria sobre a Análise SWOT Para desenvolver a metodologia da análise SWOT, foi realizada antes uma breve revisão sobre os conceitos sobre planejamento apresentados na primeira etapa do curso. O objetivo desta revisão foi recapitular conceitos sobre a complexidade dos sistemas sociais, a análise de forças dos atores e a necessidade do conhecimento da realidade municipal, a fim de identificar suas potencialidades e vocações. Estes conceitos seriam fundamentais para o entendimento da lógica da SWOT, onde seriam analisadas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, ou seja, os ambientes interno e externo ao município. Em seguimento, foram apresentados a base teórica da Matriz SWOT e alguns exemplos. Finalizada a exposição teórica, foi proposto ao grupo um exercício sob a moderação da professora Glenda Neves no qual os participantes utilizaram como insumo para o diagnóstico os relatórios municipais do MDS. A proposta foi levar o grupo a experimentar a construção da matriz para um caso concreto. Foram definidos dois grupos para o trabalho, devido ao pequeno número de participantes. EXERCÍCIO 1) A partir da leitura do Boletim de Informações Municipais (MDS) relativos aos Municípios participantes. 2) Elaborar a Matriz SWOT (FOFA), seguindo os passos: a) Escolher o moderador; b) Realizar brainstorm escrevendo cada questão, interna ou externa, nas filipetas; c) Classificar as questões na Matriz FOFA; d) Analisar o resultado; e) Apresentar para o plenário (moderador). Depois de concluído o trabalho de cada grupo, as matrizes foram apresentadas por cada um e, a seguir, discutidas pelos professores e pelo grupo maior de participantes. Os grupos 125 superaram as expectativas dos professores nesta atividade ao construírem três exemplos de análise SWOT que serviram de base para as oficinas dos próximos passos de elaboração do PPA. Apresentação do resultado do exercício sobre Análise SWOT pelos grupos Passo 6 – Dimensão Estratégica Neste momento da oficina de capacitação os professores levam o grupo a refletir sobre a interrelação entre a visão estratégica do planejamento municipal e o Plano Plurianual. O professor Fábio Siqueira fica responsável por trabalhar com a turma os conceitos da dimensão estratégica do PPA: conceito de estratégia; princípios positivos e princípios negativos da estratégia na administração pública; atores envolvidos nessa dimensão; e os conceitos de missão, visão, valores e macrodesafios municipais. Exposição da teoria sobre Dimensão Estratégica Também como forma de consolidar os conceitos apresentados, o professor Fábio Siqueira propôs a seguinte dinâmica: 126 ETAPAS DA DINÂMICA: Com base nos compromissos já assumidos pelo Governo Municipal, nos diagnósticos existentes (inclusive na FOFA/SWOT), na vocação do município e na sua vivência profissional: 1. Propor Visão para o Município – olhar para o futuro e projetar imagem desafiadora (médio e longo prazo – 4 e 20 anos); 2. Elaborar a Matriz Estratégica; 3. Propor ao menos 4 macrodesafios relevantes para a promoção do desenvolvimento local, com vistas ao alcance da Visão de Futuro (mínimo de 1 para cada cruzamento); 4. Apresentar a Matriz Estratégica. A atividade seguiu com a mesma formação de grupo da anterior e o resultado alcançado também foi bem significativo. Todos os três grupos conseguiram formular os seus macrodesafios. Durante as discussões os professores se revezaram na orientação aos grupos, esclarecendo conceitos e auxiliando na dinâmica de cada grupo. Grupo de trabalho Exemplo da Matriz Estratégica do grupo de Armação de Búzios, que analisou o setor do Turismo. Foram formulados quatro macrodesafios. 127 Painel com resultado do exercício sobre Dimensão Estratégica apresentado pelo grupo do município de Armação dos Búzios. Passo 7 – Árvore de Problemas A apresentação do passo 7 aconteceu na manhã do segundo dia de capacitação da segunda etapa. Antes de apresentar a metodologia sobre árvore de problema, a professora Natália Caninas apresentou a definição de Problema que consta no Manual de Programas do PPA 2008-2011 do Governo Federal. Definição de Problema Segundo o Manual de Programas do PPA 2008-2011, “ para o propósito de elaboração de Programas do PPA, problemas são demandas não satisfeitas, carências ou oportunidade identificadas, que, ao serem reconhecidas e declaradas pelo governo, passam a integras a sua agenda de compromissos.” Os problemas do ponto de vista analítico só se transformariam em problemas de política a partir do momento em que adquirissem relevância político administrativo. 128 Na metodologia o importante é iniciar o planejamento pela identificação de problemas que predominam na gestão pública. No detalhamento do problema deve concentrar nas causas e não nos efeitos ou sintomas. A técnica apresentada, mediante oficinas, permite o entrosamento do grupo no processo de construção da árvore e ajuda a identificar os programa e projetos prioritários a serem desenhados para atacar o problema. Além disso, a técnica também propicia a troca de experiência do conhecimento técnico e habilidades políticas favorecendo o diálogo do corpo técnico e os dirigentes públicos. A seguir, preparou o grupo para a construção das árvores de problema, apresentando a conceituação sobre problema: Diferença entre uma SITUAÇÃO X um PROBLEMA “Existe uma diferença entre uma situação e um problema. Toleramos vários tipos de situações todos os dias, e essas situações não ocupam lugares prioritários em agendas políticas. As situações passam a ser definidas como problemas e aumentam suas chances de se tornarem prioridade na agenda quanto acreditamos que devemos fazer algo para mudá-las. Kingdon Conceituação de “problema” fazendo sua diferenciação em relação a uma “ameaça”; Características (exemplos de problemas); Diferença entre situação X um problema Determinação do problema central e suas causas (hierarquia); Critérios para seleção. Depois de apresentar as regras para a construção de uma árvore de problemas, a professora retomou com os participantes os resultados alcançados pelos grupos nas dinâmicas anteriores e propôs o exercício na forma especificada a seguir: 129 Antes de iniciar o exercício explicou-se que talvez os grupos identificassem problemas iniciais que foram descartados e surgem novamente como causa ou consequência dos problemas escolhidos. Isso demonstra o entrelaçamento de problemas e a pertinência do método. Depois de construída, a árvore de problemas de cada grupo foi apresentada para o grupo maior, sendo avaliada por todos e pelos professores. Painéis com resultado do exercício sobre Árvore de Problemas apresentado pelo grupos de Silva Jardim e Armação dos Búzios. Em Silva Jardim o problema central foi a “Baixa acessibilidade dos pontos turísticos” e em Búzios a “Ineficiência da mobilidade urbana”. 130 Passo 8 – Elaboração de Programas O objetivo deste passo foi o de preparar as equipes municipais para elaborar a programação do PPA Municipal e/ou rever os programas já construídos. Neste sentido a professora Rachel Lannes buscou levar ao grupo as definições necessárias à elaboração da programação do PPA (programa, ações, produtos) e recomendações imprescindíveis para o alcance dos resultados pretendidos com a execução do PPA, tais como: O que é um programa e como a sua definição se relaciona com os passos anteriores apresentados (diagnóstico, macrodesafios, problemas ou oportunidades); A relação do programa com os problemas centrais identificados a partir dos macrodesafios definidos pela administração municipal; A necessidade da realização de um inventário prévio de programas do PPA 2010/2013 com a avaliação física financeira do estágio de sua execução bem como da relevância em relação aos problemas atuais; A necessidade de priorização dos Programas por macrodesafio com vista à distribuição dos recursos financeiros, humanos e materiais; A importância de focalizar a atenção dos diversos atores nos resultados que precisam ser alcançados quando da construção das ações dos programas. A relevância de buscar a definição de indicadores, quando da formulação dos programas que propiciem o monitamento e avaliação da execução da programção do PPA Municipal. Depois de apresentar as definições relativas aos atributos dos programas e das ações, sugeriu a seguinte estrutura para o PPA: ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO SERVIÇOS À SOCIEDADE PROGRAMA SERVIÇOS AO GOVERNO PROJETO AÇÃO ATIVIDADE NÃO ORÇAMENTÁRIA BEM PRODUTO SERVIÇO A seguir, a professora retomou com o grupo a dinâmica anterior, onde já se definiram o Programa, o Objetivo e o Público Alvo quando da construção da árvore de resultados. Pediu 131 que cada grupo fizesse uma revisão das formulações citadas e propôs o exercício seguinte para detalhamento do programa proposto: 8.8.Elaboração Elaboraçãode de Programas Programas Exercício 1. 2. 3. 4. 5. A partir da Árvore de Problemas. Transcreva os problemas terminais (causas das causas) para o Quadro de Ações; Encontre as medidas/ ações para a resolução dos problemas terminais; Determine o contributo de cada ação para a resolução do problema: o(s) produtos - bens ou serviços gerados ; Discuta e valide o quadro de ações perante o Programa. Este era um momento muito esperado por todos. Afinal, depois desta atividade cada grupo estaria em condições de avaliar os programas já construídos em cada município e propor os novos programas que comporiam o projeto de lei do PPA . Para alguns grupos foi necessário rever os outros momentos na busca de fazer ajustes nas definições anteriores. Eles exercitaram o que na prática teriam que fazer nos trabalhos de formulação dos seus PPAs, principalmente quando das discussões com os responsáveis das propostas de cada setor. Seguem os painéis formados por cada grupo como resultado dos trabalhos de grupos: Programa Silva Jardim (área de transporte e turismo): “Mobilidade Turística” Painel com resultado do exercício sobre validação de programas e construção de quadro de ações 132 Programa Armação de Búzios (área de transporte e infraestrutura): “Mobilidade para Todos” Painel com resultado do exercício sobre validação de programas e construção de quadro de ações Passo 09 – Estimativas de receitas A apresentação deste passo ficou a cargo da professora Natália Caninas, que apresentou uma visão geral das receitas corrente e de capital que compõem a receita fiscal. Abordou-se a importância do conhecimento dos itens mais relevantes desta composição, tais como transferências constitucionais e legais, impostos diretamente arrecadados e quotas de participação em outros tributos. Os alunos interagiram bastante nesse assunto, visto que a maioria dos seus municípios sobrevive das transferências constitucionais e legais, como o Fundo de Participação dos Municípios - FPM, e muitos deles desempenhavam funções na área de orçamento e controle interno. Durante o encaminhamento da exposição, foi discutida a relevância da gestão dos recursos diretamente arrecadados como IPTU, ITBI e ISS no intuito dos municípios melhorarem o nível de gestão dos recursos. Nesse tópico foi apontado que o alcance de melhores índices de arrecadação refletiria numa programação com alocação de recursos em projetos prioritários. Também se aproveitou o momento na busca de inserir a realidade fiscal dos municípios participantes neste novo ambiente federativo que se estabelece após a promulgação da Constituição de 88 e das transformações institucionais que se processam na década de 90. Momento de reformulações da relação Estado-Sociedade, de modo que incentive a participação da sociedade civil na gestão pública, a partir de mecanismos institucionais, como conselhos municipais no intuito de melhorar o controle do bem público. 133 No bojo da discussão, abordou-se a complexidade do federalismo fiscal brasileiro, chamando atenção para os municípios que, após a Constituição de 88, emergem como importantes atores da política pública, tendo em vista a maior parcela de recursos fiscais que passa a ser transferida para eles. Exposição da teoria sobre Estimativa de Receitas Passo 10 – Índices e Metas A professora Natália Caninas apresentou a importância da quantificação dos Programas do PPA e explicou os condicionantes constitucionais legais, como os percentuais de receitas de impostos repassados à saúde e educação, assim como o limite do teto de pessoal a ser seguido. Em um segundo momento a professora mostrou o Guia Referencial para medição de desempenho e o manual para construção de indicadores do Ministério de Planejamento e Gestão – MPOG. Os indicadores são importantes no sentido de permitir aferir os dados em termos de qualidade, resultado e impacto dos processos e dos objetivos das intervenções em programas do PPA. Na discussão com a turma foi abordada a importância dos indicadores na melhoria da gestão pública servindo para identificar problemas, planejar e aferir resultados. Passo 11 – Validação dos Programas A professora Rachel Lannes e os demais instrutores, na prática, já vinham fazendo esta validação quando da análise do produto de cada grupo. Ao final dessas apresentações foram apresentados os critérios recomendados para a validação da programação do PPA, a seguir especificados: 134 Passo 12 – Elaboração do Projeto de Lei e Mensagem A última exposição do curso foi ministrada pelo professor Fábio Siqueira, finalizando a exposição dos passos do PPA com a elaboração do Projeto de Lei e da Mensagem do prefeito. Exposição da teoria sobre a Composição do Plano Neste momento, foi apresentada a composição do Plano (imagem abaixo) e foram mostrados exemplos de cada tópico apresentado. 135 VI.3.6 Encerramento Para encerrar a capacitação foi aberta a palavra aos participantes. Representantes dos municípios e os professores deram depoimentos sobre a experiência do curso e construíram uma atmosfera de parceria e diálogo no planejamento entre governo estadual e municipal. 136 Ao fim, o Secretário de Gestão Estratégica, Paulo César de Souza, realizou um discurso de encerramento, agradecendo a presença dos representantes e destacando a importância da realização do curso no município aldeense. “Gostaríamos de agradecer a oportunidade que São Pedro da Aldeia teve em sediar o 1° Curso de Capacitação de Servidores para Elaboração de Plano Plurianual (PPA), com foco na Agenda de Desenvolvimento Territorial. Quero também, transmitir ao Secretário de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Ruy Barbosa, e às equipes do governo estadual os nossos agradecimentos. Foi extremamente importante nossos técnicos municipais ouvirem as experiências e ideias inovadoras que vão contribuir para a modernização da gestão pública em âmbito municipal, demonstrando a importância técnica e a dimensão política no processo de elaboração dos instrumentos de planejamento público”, afirmou Paulo César. Secretário de Gestão Estratégica, Paulo César de Souza Instrutores e participantes do curso 137 VI.4 Turma 6 – Médio Paraíba, Centro Sul e Costa Verde VI.4.1 A participação A capacitação da Turma 6 se realizou na cidade de Piraí e contou com a participação de representantes dos municípios das regiões do Médio Paraíba, Centro Sul Fluminense e Costa Verde. Inicialmente, houve a adesão de oito municípios (Angra dos Reis, Pinheiral, Paraíba do Sul, Vassouras, Piraí, Volta Redonda, Areal e Eng°. Paulo de Frontin), perfazendo um total de 34 participantes. Apesar de inscritos, não compareceram representantes dos municípios de Areal, Eng°. Paulo de Frontin e Vassouras em decorrência de motivos relacionados ao funcionamento interno destas prefeituras. Em contrapartida foram abertas vagas suplementares para o município de Piraí, sede do evento. Ao final do processo, a participação foi superior a 82% do número de participantes inicialmente inscritos, conforme exposto na tabela abaixo. Município Nº de participantes inscritos Nº de comparecimentos ANGRA DOS REIS 3 3 PINHEIRAL 6 4 PARAÍBA DO SUL 3 1 VASSOURAS 4 0 11 18 VOLTA REDONDA 3 2 AREAL 2 0 ENG. PAULO DE FRONTIN 2 0 34 28 PIRAÍ TOTAL No que se refere ao perfil dos participantes, foi possível observar que a maioria das participações se deu no nível de governança dos municípios, o que revela a importância e, consequentemente, a valorização da capacitação realizada (Gráfico I). Merece destaque o caso de Piraí que designou seis Secretários Municipais para realizar o curso, representando 1/3 dos participantes deste município (Gráfico II). 138 VI.4.2 A logística da capacitação O curso foi realizado no auditório da Escola Estadual Affonsina Mazzillo Teixeira Campos, localizada no centro da cidade de Piraí. O espaço abrigou as atividades expositivas e os trabalhos de grupos. A Prefeitura Municipal de Piraí se responsabilizou pela logística local (espaço, infraestrutura e alimentação). Auditório da Escola Estadual Affonsina Mazzillo Teixeira Campos Coffee-break do evento O curso foi realizado em dois momentos: a primeira etapa nos dias 20 e 21 de agosto e a segunda etapa entre os dias 28 e 30 do mesmo mês. Esta estratégia deveu-se à necessidade de não afastar por cinco dias seguidos, os técnicos e autoridades municipais das suas rotinas de trabalho. 139 VI.4.3 O corpo docente Os professores da SEPLAG responsáveis pela capacitação estão a seguir apresentados. Nesta turma Enrico Martignoni, Luciana Ferreira e Vinicius Boechat Tinoco foram capacitados no RJ pelos multiplicadores formados pela ENAP: Enrico Martignoni – Técnico em Estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em Estudos Populacionais pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Entre 2006 e 2009 trabalhou como coordenador na Coordenadoria de Apoio ao Planejamento Regional da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro. Entre 2009 e 2010 atuou como assistente de pesquisa III no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Entre 2010 e 2011 assessorou a Subsecretaria de Planejamento da SEPLAG do Rio de Janeiro. Foi diretor, entre 2011 e 2012, do Departamento de Monitoramento da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e desde 2013 trabalha como superintendente de Gestão Estratégica da Subsecretaria de Planejamento do Estado do Rio de Janeiro. Leandro Silva – Graduado em Programação Visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduado em Comunicação Integrada com extensão em Branding pela ESPM. Acumulou mais de dez anos de experiência no mercado de design e propaganda, tendo feito parte de equipes de criação de escritórios e agências no Rio de Janeiro. Em 2005 criou a Buenavila, uma rede formada por profissionais de design e comunicação para realização de trabalhos em parceria com escritórios de design, agências de propaganda e produtoras. Em 2011, trabalhou como designer na Design-se Comunicação Visual e desde 2012 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Luciana Ferreira - Graduada em Comunicação Social (mestrado e doutorado pela UFRJ, com bolsa-sanduíche de doutorado pela Universidade de Montreal, Canadá), trabalhou na Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro de 2004 a 2008 e foi coordenadora de Comunicação da Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro de 2008 a 2012. Atuou também na Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) como bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (nível A) e bolsista Especialista Visitante (nível 1) com foco em pesquisa e disseminação de políticas públicas para a inovação no Brasil. Desde 2012 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Rita de Cássia Machado de Brito – Graduada em Arquiteta e Urbanismo na UFF/RJ, servidora pública estadual do INEA, pós-graduada em Planejamento Ambiental (UFF/RJ). Trabalhou com Planejamento Institucional do Estado do RJ desde 1983 participando das equipes técnicas de elaboração dos Planos Plurianuais a partir de 1995. Entre 2000- 2001 foi Superintendente da Secretaria de Estado de Planejamento e Des. Econômico/ RJ, responsável pelo desenvolvimento do processo de Orçamento Participativo. Em 2002, foi Subsecretaria Adjunta de Planejamento da Secretaria de Estado de Controle e Gestão/RJ. Entre 2004 a 2006 trabalhou como Superintendente na área de Gestão de Investimentos da Secretaria de Estado de Controle e Gestão/RJ. Entre 2009 e 2011 foi Secretária de Planejamento e Controle da Prefeitura Municipal de Saquarema/RJ. Desde 2011 trabalha na Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG/RJ atualmente como assessora da Subsecretaria de Planejamento – SUBPL 140 Vinicius Boechat Tinoco - Graduado em Ciências e Física (UcB/DF), especialista em Administração Pública (UFRGS) e Análise de Políticas Públicas (UFRJ), mestre em Desenvolvimento Regional (UFAL), atualmente cursa Doutorado em Políticas Públicas (UFRJ). É pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas e Desenvolvimento (INCT-PPED/IE-UFRJ). Foi docente da Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF, 2002-2002) e servidor nas Secretarias de Fazenda e Planejamento e Gestão de Alagoas (SEFAZ/AL e SEPLAG/AL, 2002-2009). Desde 2009 é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da Secretaria de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro (SEPLAG/RJ), exercendo funções na Subsecretaria de Modernização da Gestão (SUMOG/SEPLAG/RJ, 2010), Secretaria de Fazenda (SEFAZ/RJ, 2011-2012) e Subsecretaria de Planejamento (SUBPL/SEPLAG, 2013). 141 VI.4.4 O perfil dos participantes Alexandre Milczanowski Ribeiro Angra dos Reis Agente da Defesa Civil Cláudia Theodoro de Moraes Piraí Chefe de Divisão de Auditoria Interna [email protected] [email protected] André Luís G. A. Pimenta Angra dos Reis Agente da Defesa Civil Enock de Azevedo Henriques Volta Redonda Economista [email protected] [email protected] Angela Maria Fajardo Reis Piraí Gerente de Programa Especial de Trabalho Fabiana Rabelo Silva Angra dos Reis Assessora Especial de Gestão de Projetos [email protected] [email protected] Carla de Carli Piraí Secretaria de Agricultura [email protected] Fernando Lopes Rodrigues Torres Piraí Gerente Executivo [email protected] Carmen Maria C. Barbosa Gomes Piraí Secretaria Municipal de Fazenda Genize Vicente de Souza Piraí Gerente Executivo [email protected] [email protected] Charles Freitas Rodrigues Piraí Secretário de Cultura Heloísa Helena Santos Teixeira Piraí Assessor Executivo – Secretaria de Saúde [email protected] 142 Ilton da Conceição Luiz Piraí Agente Administrativo [email protected] Jorge Ricardo Melhem Franco Pinheiral Assistente de Gabinete Márcia Valim de Almeida Pinheiral Assessor Consultivo [email protected] Mario Luiz Dias Amaro Piraí Secretário do Ambiente [email protected] mario.amaro@piraí.rj.gov.br Karen Cristina Carvalho Silva Batista Piraí Chefe de Setor de Suprimentos [email protected] Mauro Lúcio Zeferino de Souza Paraíba do Sul Secretário de Planejamento e Fazenda [email protected] Lana Cristina Ferreira M. Honório Piraí Chefe de Divisão de Orçamento e Contabilidade Miguel Barbosa de Freitas Piraí Gerente Executivo [email protected] [email protected] Lenilda Braga Rodrigues P. Silva Piraí Coordenadora de Controle Interno [email protected] Paulo César Coutinho da Silva Volta Redonda Diretor do Departamento de Orçamento e Controle [email protected] Lucia Helena Borges Soares Nunes Piraí Assessor Executivo [email protected] Robson da Silva Amorim Pinheiral Diretor do Departamento de Contabilidade [email protected] 143 Rogério Nunes da Silva Piraí Assessor Executivo – Secretaria de Obras [email protected] Rosane Teixeira Passos Vinícius Maciel Pinheiral Assessor Consultivo II [email protected] 144 VI.4.5 O desenvolvimento da capacitação O roteiro da capacitação seguiu a orientação definida no projeto pedagógico do Módulo I que procurou adequar os conteúdos e métodos disseminados pela ENAP à capacidade de aprendizagem e disponibilidade das equipes municipais. Em linhas gerais, na primeira etapa (dois dias) foram apresentados os conceitos de Planejamento e na segunda etapa (três dias) o processo de elaboração do Plano Plurianual. O curso em Piraí seguiu a orientação do projeto pedagógico buscando levar aos participantes propostas de trabalhos de grupo com dinâmicas que buscaram desenhar e estruturar processos de discussão, o que ajudou o grupo de municípios a aprofundar os conceitos apresentados, fomentando a iniciativa pessoal e estimulando o debate para a troca de experiências. Nesse sentido a estratégia de aprendizagem foi a de colocar perguntas e exercícios para auxiliar a discussão de grupo, facilitando a exposição de pontos de vista levando os participantes a exercitar democraticamente o debate e a construção de consensos. 1ª Etapa da Capacitação Na abertura do evento a Secretária de Fazenda de Piraí, Carmen Maria Coelho Barbosa Gomes e o superintendente de Gestão Estratégica da Subsecretaria de Planejamento da SEPLAG, Enrico Martignoni, desejaram boas vindas aos participantes de todos os municípios. Neste momento também foram apresentadas as expectativas dos participantes em relação à capacitação assim resumidas: Ampliar e aprimorar o conhecimento em Planejamento e PPA; Aprender novas técnicas e metodologias para elaborar o PPA; Conhecer a relação entre o Planejamento Estratégico e o PPA; Entender a relação do PPA com a gestão pública; Conhecer programas de âmbito regional e indicadores. Conceitos de Planejamento Para desenvolver os conceitos de Planejamento com a turma, a moderadora Rita Brito abriu os trabalhos do primeiro dia de capacitação com a seguinte pergunta: “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” Esta atividade tinha por objetivo mobilizar o grupo a assistir a exposição dos conceitos de Planejamento. A partir das respostas a pergunta formou-se um painel de respostas organizadas sob os seguintes títulos: Benefício à população; Pensamento do futuro; Organização da ação pública e; Otimização dos recursos financeiros. 145 Painel com as respostas da pergunta “Porque o planejamento público pode ser útil e imprescindível?” Ainda pela manhã do primeiro dia, Rita Brito apresentou os principais conteúdos relacionados à atividade de Planejamento. Foram apresentados os principais pressupostos a seguir identificados: A importância do pensamento estratégico e da análise de forças dos atores sociais; A complexidade dos sistemas sociais; A necessidade do estabelecimento de prioridades para enfrentar a escassez de recursos; O desafio de pensar a curto, médio e longo prazo. A exposição ressaltou a importância do conhecimento da realidade municipal no presente, antes da construção de estratégias para o alcance dos objetivos a serem definidos no planejamento municipal. Ao final da exposição, a professora convidou os participantes a fazerem um exercício em grupo para consolidação dos conceitos apresentados, discutindo equívocos e acertos do planejamento apresentados no slide constante no material didático fornecido aos participantes: 146 O resultado das discussões de grupo levou ao aprofundamento dos conceitos apresentados e manteve a mobilização para a discussão do planejamento. O painel a seguir ilustra parte da dinâmica dos resultados alcançados: Grupos de trabalho e apresentação dos resultados sobre o exercício “Equívocos e Acertos sobre o Planejamento” 147 O Planejamento na perspectiva dos direitos humanos O Planejamento na perspectiva dos Direitos Humanos foi o tema da exposição que se seguiu. A professora Luciana Ferreira levou o grupo a debater algumas questões relacionadas ao respeito aos Direitos Humanos no Brasil, às responsabilidades institucionais no cumprimento desses direitos e de que formas o planejamento pode levá-lo em consideração na formulação das políticas públicas. A partir dos direitos estabelecidos na Constituição de 88, também chamada de constituição cidadã, foram discutidas as desigualdades que podem levar a iniquidades e, ainda, os conceitos de justiça social e de territórios sociais. Outro ponto destacado foi a materialidade dos direitos, ou seja, a noção de que o gestor deve estabelecer parâmetros concretos que reflitam os direitos sociais obtidos através da implementação das políticas públicas. Para tratar do Planejamento na perspectiva dos direitos humanos o grupo foi convidado a refletir sobre a integralidade desses direitos nas políticas públicas por meio da dinâmica a seguir especificada: Selecione um Direito como Direito Central para a dinâmica: Grupo 1 – Direito à Saúde Grupo 2 – Direito à Segurança Grupo 3 – Direito à Educação Grupo 4 – Direito ao Trabalho Defina o nome de um programa para o direito central. Defina o objetivo e o público do programa. Partindo do direito selecionado, relacione outros direitos necessários a sua integralidade (individuais, coletivos, sociais, políticos, econômicos, civis, culturais, etc.) Construa um mapa ou rede de relação entre os direitos. Apresente o mapa construído. 148 Painel com resultado do exercício sobre direitos humanos apresentado pelo grupo 2. Participação social no planejamento governamental Na manhã do segundo dia de capacitação o grupo foi convidado a refletir sobre a participação social no planejamento governamental. O professor Vinícius Boechat abordou o tema, tratando das possibilidades e dos desafios existentes decorrentes da participação social nas diversas etapas e dimensões das políticas públicas. 149 Levando em consideração que ao se falar de participação social se está tratando de uma relação entre Estado e Sociedade, o tema foi abordado inicialmente sob uma perspectiva histórica na qual se evidenciaram os avanços ocorridos no Brasil nas últimas três décadas, sempre levando em consideração as experiências realizadas em outros países. Enfatizou-se neste contexto de maior abertura democrática a importância, por um lado, das regras formais que delineiam normativamente o funcionamento dos conselhos sociais em seus diversos segmentos das políticas governamentais e, por outro, a atenção que deve ser dada aos arranjos institucionais já existentes na realidade local dos municípios, citando como exemplo as experiências dos municípios gaúchos, conforme os resultados da pesquisa a seguir apresentada. Ainda, de forma a melhor contextualizar o tema da participação social por meio de experiências concretas no processo de planejamento, foi aberto espaço na agenda do curso para que o Secretário de Planejamento e Gestão Estratégica de Pinheiral, Jorge Melhem, 150 apresentasse ao grupo a proposta de orçamento participativo que pretende implementar em Pinheiral – experiência já testada no município de Quatis, da qual ele, como Secretário de Planejamento, participou ativamente. Secretário de Planejamento e Gestão Estratégica de Pinheiral, Jorge Melhem Processo de Elaboração do PPA Municipal A proposta metodológica de elaboração do Plano Plurianual Municipal apresentada pela professora Rita Brito foi iniciada com a proposição ao grupo de participantes da seguinte pergunta: O QUE É UM PLANO PLURIANUAL? Apresentação do processo de elaboração do PPA 151 Depois de um breve debate foi proposta ao grupo uma atividade em que cada município se posicionou sobre o seu Plano Plurianual, construindo um painel com as principais características do processo de elaboração do PPA em cada município, a partir destas perguntas: Os participantes de cada município se reuniram para responder as perguntas, usando cartelas de cor específica para o registro das respostas a cada pergunta. Em seguida, um representante de cada grupo foi convidado para apresentar o estágio atual de seu PPA e construir o painel que retratou o estágio dos diversos PPAs da região. Painel sobre o estágio dos PPAs em cada município 152 As fotos que seguem evidenciam o processo coletivo de construção do painel. Construção do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município Construção do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município Resultado do painel sobre o estágio dos PPAs em cada município 153 Ao término da montagem do painel, a professora Rita Brito seguiu com o processo de elaboração do PPA, apresentando ao grupo, de forma resumida, os 12 passos propostos pela ENAP para a elaboração do Plano. Em linhas gerais, a apresentação descreve os passos de 1 a 4 como norteadores do processo de planejamento da elaboração do PPA. Os passos 5, 6, 7 e 8 definem a fase qualitativa do Plano e os passos 9 e 10 a quantitativa. Finalmente os passos 11 e 12 tratam de etapas eminentemente políticas do processo de elaboração do PPA. Em seguida, ainda na primeira fase da capacitação, Rita Brito apresentou de forma detalhada os passos de 1 a 4: Passo 1 – Sensibilização do Prefeito Foram expostas ao grupo as informações e argumentos necessários para a ciência do prefeito sobre a importância do PPA Municipal. Essas informações versaram sobre a base legal atendimento aos dispositivos normativos e a importância do Plano como instrumento de captação de recursos - alinhamento estratégico e captação de recursos junto aos governos federal e estadual, e sobre a necessidade da melhoria da qualidade do Planejamento e da gestão municipal. Passo 2 – Formação da Equipe Responsável A importância da formação de uma equipe para elaborar o PPA foi apresentada com base nas seguintes características: Autoridade e legitimidade política perante o prefeito para debater as prioridades e estratégias de todas as áreas do governo municipal; Conhecimento técnico do funcionamento da Prefeitura, em especial o processo orçamentário, sobre o território municipal e sobre as demandas e interesses dos diversos setores da cidade; Disposição política e tempo necessário para organizar e planejar a elaboração do Plano Plurianual. 154 Passo 3 – Definição do Cronograma Nesse passo o grupo foi apresentado a uma proposta de cronograma para a elaboração do PPA com três meses de duração, englobando os doze passos previstos. Tendo em vista que a elaboração do PPA já estava em curso para a maioria dos municípios participantes, foi pedido ao grupo que avaliasse o seu processo diante do cronograma proposto. Passo 4 – Estrutura do PPA Foram apresentadas as dimensões do Plano (estratégica e tático-operacional) e a visão geral do modelo, destacando-se as fases do ciclo de gestão do planejamento. Ciclo de Planejamento: Avaliação Monitoramento Execução dos programas Planejamento expresso em programas Revisão R P A E Impacto na Sociedade Problema ou demanda da sociedade Como encerramento da primeira etapa de capacitação a professora apresentou um breve relato sobre o processo de planejamento no Estado do Rio de Janeiro, apresentando resumidamente a metodologia adotada para o PPA Estadual para o período de 2012 a 2015 e a estrutura institucional criada nos órgãos setoriais e no órgão central para viabilizar o processo de elaboração, monitoramento e avaliação do Plano Plurianual. 155 2ª Etapa da Capacitação Como primeira atividade da segunda etapa de capacitação os professores fizeram um breve resumo dos assuntos tratados na primeira etapa. Após essa atividade, retomou-se o Processo de Elaboração do PPA Municipal: Processo de Elaboração do PPA Municipal Passo 5 – Diagnóstico do Município Para tratar do diagnóstico municipal, foi preparada uma exposição para apresentar ao grupo os dados e informações disponíveis para o planejamento municipal. Apresentação da teoria sobre Diagnóstico Municipal O professor Enrico Martignoni iniciou a apresentação, chamando a atenção para a importância do diagnóstico no desenho da política pública, já que, ao contrário do que se acredita, a construção de diagnósticos com o propósito de subsidiar a administração pública na formulação de políticas públicas ainda é incipiente. Em seguida, o professor apresentou um conjunto de fontes de informações em diversas temáticas com dados que chegam até o âmbito municipal. A ideia foi mostrar para o gestor municipal as inúmeras fontes de informações disponibilizadas na WEB e como estas podem contribuir para a construção de um diagnóstico propositivo. Em seguida, dando continuidade a exposição do passo 5 – diagnóstico municipal, o professor Leandro Silva apresentou ao grupo a metodologia da “análise SWOT” para a construção de diagnóstico. 156 Apresentação da teoria sobre Análise SWOT Para desenvolver a metodologia da análise SWOT, foi realizada antes uma breve revisão sobre os conceitos de planejamento apresentados na primeira etapa do curso. O objetivo desta revisão foi recapitular conceitos sobre a complexidade dos sistemas sociais, a análise de forças dos atores e a necessidade do conhecimento da realidade municipal, a fim de identificar suas potencialidades e vocações. Estes conceitos foram fundamentais para o entendimento da lógica da SWOT, onde seriam analisadas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, ou seja, os ambientes interno e externo ao município. Após esse momento inicial, foram apresentados a base teórica e alguns exemplos. Para fixar a aplicação da ferramenta da análise SWOT, foi proposto ao grupo o exercício especificado a seguir, sob a moderação da professora Rita Brito. A intenção foi a de levar o grupo a experimentar a construção da matriz para um caso concreto. Foram definidos três grupos para o trabalho. Devido ao grande número de participantes de Piraí, foram formados dois grupos para tratar do diagnóstico municipal que trataram dos setores de Meio Ambiente e Agricultura. O outro grupo trabalhou com o exemplo de Pinheiral, escolhido também por ter, também, maior número de participantes na capacitação. EXERCÍCIO A partir da leitura do Boletim de Informações Municipais (MDS) relativos aos municípios participantes, elaborar a Matriz SWOT (FOFA), seguindo os passos: a) Escolher o moderador; b) Realizar brainstorm escrevendo cada questão, interna ou externa, nas filipetas; c) Classificar as questões na Matriz FOFA; d) Analisar o resultado; e) Apresentar para o plenário (moderador). 157 Desenvolvimento do exercício sobre Análise SWOT Depois de concluído o trabalho de cada grupo, as matrizes foram apresentadas por cada um e, a seguir, discutidas pelos professores e pelo grupo maior de participantes. Apresentação do exercício sobre Análise SWOT Os grupos superaram as expectativas dos professores nesta atividade ao construírem três exemplos de análise SWOT que serviram de base para as oficinas dos próximos passos de elaboração do PPA. Painel com resultado do exercício da Análise SWOT dos setores de Meio Ambiente e Agricultura 158 Painel com resultado do exercício da Análise SWOT do município de Pinheiral Passo 6 – Dimensão Estratégica Neste momento da oficina de capacitação os professores levaram o grupo a refletir sobre a inter-relação entre a visão estratégica do planejamento municipal e o Plano Plurianual. O professor Leandro Silva também ficou responsável por trabalhar com a turma os conceitos da dimensão estratégica do PPA: conceito de estratégia; princípios positivos e princípios negativos da estratégia na administração pública; atores envolvidos nesta dimensão; e os conceitos de missão, visão, valores e macrodesafios municipais. Apresentação da Dimensão Estratégica 159 Também como forma de consolidar os conceitos apresentados a professora Rita Brito propôs a seguinte dinâmica: ETAPAS DA DINÂMICA: Com base nos compromissos já assumidos pelo Governo Municipal, nos diagnósticos existentes (inclusive na FOFA/SWOT), na vocação do município e na sua vivência profissional: 1. Propor Visão para o Município – olhar para o futuro e projetar imagem desafiadora (médio e longo prazo – 4 e 20 anos); 2. Elaborar a Matriz Estratégica; 3. Propor ao menos 4 macrodesafios relevantes para a promoção do desenvolvimento local, com vistas ao alcance da Visão de Futuro (mínimo de 1 para cada cruzamento); 4. Apresentar a Matriz Estratégica. A atividade seguiu com a mesma formação de grupo da anterior e o resultado alcançado também foi bem significativo. Todos os três grupos conseguiram formular os seus macrodesafios. Durante as discussões os professores se revezaram na orientação aos grupos, esclarecendo conceitos e auxiliando na dinâmica de cada grupo. Grupos de trabalho Apresentação dos resultados do exercício sobre Dimensão Estratégica 160 Exemplo da Matriz Estratégica do grupo de Piraí, que analisou o setor de Meio Ambiente. Foram formulados quatro macrodesafios. Painel com a Matriz Estratégica elaborada pelo grupo do setor de Meio Ambiente do município de Piraí Passo 7 – Árvore de Problemas A apresentação do passo 7 aconteceu na manhã do segundo dia de capacitação da segunda etapa. Antes de apresentar a metodologia sobre árvore de problemas, a professora Rita Brito fez uma retrospectiva com o grupo de alguns conceitos e metodologias já experimentadas. 7. Identificação de Problemas Relembrando.... Já definimos a VISÃO (algo que não existe mais que eu quero alcançar) e a MISSÃO do município Já definimos a ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENT0 para o município: Quais os caminhos e os meios que eu vou utilizar para alcançar a minha VISÃO? Onde que eu quero estar daqui a 4 anos? O que está ao meu alcance e o que eu preciso buscar fora do governo municipal. Já definimos os MACRODESAFIOS da Administração Municipal : Eles são os obstáculos para o desenvolvimento da estratégia 161 Em seguida, preparou o grupo para a construção das árvores de problemas apresentando a conceituação sobre problema: Conceituação de “problema” fazendo sua diferenciação em relação a uma “ameaça”; Características (exemplos de problemas); Determinação do problema central e suas causas (hierarquia); Critérios para seleção. Depois de apresentar as regras para a construção de uma árvore de problemas, a professora Rita Brito retomou com os participantes os resultados alcançados pelos grupos nas dinâmicas anteriores e propôs o exercício na forma especificada a seguir: Nesse momento da capacitação observou-se que os participantes já dominavam com bastante suficiência as dinâmicas de trabalho em grupo, o que imprimiu mais ritmo e qualidade às discussões dos grupos e, consequentemente, ao produto do trabalho. Os professores seguiram se revezando no apoio aos grupos, zelando para que todos participassem democraticamente das discussões. Grupos de trabalho 162 Depois de construídas, as árvores de problemas de cada grupo foram apresentadas para o grupo maior sendo avaliadas por todos e pelos professores. Destaca-se que, a partir das críticas, os grupos sentiram necessidade de retomar o produto do trabalho fazendo revisões das formulações anteriores. Apresentação do exercício sobre Árvore de Problemas pelos grupos Exemplo da árvore de problemas construída para o setor de Agricultura do município de Piraí. Painel com resultado do exercício sobre Árvore de Problemas do setor de Agricultura do município de Piraí 163 Árvore de Resultados Coube aos grupos construir a árvore de resultados a partir da árvore de problemas construída e avaliada. Ainda no âmbito do Passo 7, a professora Rita Brito apresentou-a como sendo: A árvore de resultados é a árvore das situações desejadas, uma espécie de árvore sombra, simétrica à árvore de problemas. Para construí-la basta inverter a árvore de problemas para a forma positiva, obtendo assim uma árvore simétrica. As ações necessárias para o alcance do objetivo do programa deverão estar relacionadas entre os resultados da árvore. A uma ação poderão corresponder vários resultados. 7. Identificação de Problemas Exercício Árvore de Resultados 1. 2. 3. Trabalhe com a árvore de problema construída; Identifique o PROBLEMA CENTRAL e defina o PROGRAMA a partir dele, com objetivo e público alvo; Produza a Árvore de Resultados. Árvore de problemas e de resultados construídas pelo município de Piraí para o setor de Meio Ambiente: Apresentação da Árvore de Resultados do setor de Meio Ambiente do município de Piraí 164 Passo 8 – Elaboração de Programas O objetivo deste passo foi o de preparar as equipes municipais para elaborar a programação do PPA Municipal e rever os programas já construídos. Neste sentido a professora Rita Brito buscou levar ao grupo as definições necessárias à elaboração da programação do PPA (programa, ações, produtos) e recomendações imprescindíveis para o alcance dos resultados pretendidos com a execução do PPA, tais como: O que é um programa e como a sua definição se relaciona com os passos anteriores apresentados (diagnóstico, macrodesafios, problemas ou oportunidades); A relação do programa com os problemas centrais identificados a partir dos macrodesafios definidos pela administração municipal; A necessidade da realização de um inventário prévio de programas do PPA 2010/2013 com a avaliação física e financeira do estágio de sua execução bem como da relevância em relação aos problemas atuais; A necessidade de priorização dos Programas por macrodesafio com vistas à distribuição dos recursos financeiros, humanos e materiais; A importância de focalizar a atenção dos diversos atores nos resultados que precisam ser alcançados quando da construção das ações dos programas. A relevância de buscar a definição de indicadores, quando da formulação dos programas, que propiciem o monitamento e avaliação da execução da programção do PPA Municipal. Depois de apresentar as definições relativas aos atributos dos programas e das ações, sugeriu a seguinte estrutura para o PPA: ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO SERVIÇOS À SOCIEDADE PROGRAMA SERVIÇOS AO GOVERNO PROJETO AÇÃO ATIVIDADE NÃO ORÇAMENTÁRIA BEM PRODUTO SERVIÇO 165 A seguir, a professora retomou com o grupo a dinâmica anterior onde já se definiram o Programa, o Objetivo e o Público Alvo quando da construção da árvore de resultados. Pediu que cada grupo fizesse uma revisão das formulações citadas e propôs o exercício seguinte para detalhamento do programa proposto: 8. Elaboração de Programas Exercício 1. 2. 3. 4. 5. A partir da Árvore de Problemas; Transcreva os problemas terminais (causas das causas) para o Quadro de Ações; Encontre as medidas/ ações para a resolução dos problemas terminais; Determine o contributo de cada ação para a resolução do problema: o(s) produtos - bens ou serviços gerados ; Discuta e valide o quadro de ações perante o Programa. Este era um momento muito esperado por todos. Afinal, depois desta atividade cada grupo estaria em condições de avaliar os programas já construídos em cada município e propor os novos programas que comporiam o projeto de lei do PPA. Para alguns grupos foi necessário rever os outros momentos para fazer ajustes nas definições anteriores. Eles exercitaram o que na prática teriam que fazer nos trabalhos de formulação dos seus PPAs, principalmente quando das discussões com os responsáveis pelas propostas de cada setor. Apresentação da teoria sobre o exercício de validação de programas e construção de quadro de ações Grupos de trabalho e apresentação do resultado do exercício sobre validação de programas e construção de quadro de ações 166 Seguem os painéis formados por cada grupo como resultado dos trabalhos de grupos: Programa Piraí (área de meio ambiente): “Preserva Piraí” Painel com o quadro de ações elaborado pelo grupo do setor de Meio Ambiente do município de Piraí Programa Piraí (área de agricultura): “Meu Campo, Meu Lugar” Painel com o quadro de ações elaborado pelo grupo do setor de Agricultura do município de Piraí 167 Programa Pinheiral: “Programa de Aceleração do Desenvolvimento Econômico de Pinheiral” Painel com o quadro de ações elaborado pelo grupo do município de Pinheiral Passo 11 – Validação dos Programas Neste momento houve uma alteração na ordem da apresentação dos passos de elaboração com a apresentação dos critérios para validação do programa, tendo em vista que os conteúdos dos demais passos restantes seriam apresentados somente sob a forma de exposições não contemplando atividades de grupo. A professora Rita Brito e os demais instrutores, na prática, já vinham fazendo esta validação quando da análise do produto de cada grupo. Ao final dessas apresentações foram expostos os critérios recomendados para a validação da programação do PPA, a seguir especificados: 168 Passo 09 – Estimativas de receitas A apresentação deste passo ficou a cargo de Vinícius Boechat, que realizou alguns ajustes à proposta metodológica apresentada pela ENAP com os objetivos de: a) Apresentar uma base teórico-conceitual a respeito de temas como a evolução do papel do Estado, funções dos governos, finanças públicas, teoria da tributação e federalismo fiscal; e, b) Buscar inserir a realidade fiscal dos municípios participantes neste novo ambiente federativo que se estabelece após a promulgação da Constituição de 88 e das transformações institucionais que se processam na década de 90. Assim, inicialmente, foi apresentada em uma perspectiva histórica as transformações e evolução do papel do Estado. Nestes termos, discorreu-se a respeito da complexidade atual na qual se insere o Estado moderno que, por um lado, procura regular da melhor maneira possível a atividade econômica e, por outro, deve constituir instrumentos necessários para ouvir, captar e transformar em políticas públicas as demandas da sociedade. Aproveitou-se essa parte introdutória para discutir conceitos relacionados à economia do setor público, tais como: falhas de mercado, bens públicos e externalidades. Após a parte conceitual, passou-se a abordar a complexidade do federalismo fiscal brasileiro, chamando atenção para os municípios que, após a Constituição de 88, emergem como importantes atores políticos e na redistribuição de recursos fiscais. Abordou-se, assim, temas como a origem dos recursos, a repartição das receitas fiscais pelos entes federativos e a possibilidade de parcerias dos municípios com os governos estaduais e federal. Neste ponto específico, destacou-se a necessidade dos municípios incorporarem a prática de planejamento e de realização de projetos como meio de acessar recursos via organismos financiadores de políticas públicas. Apresentação da teoria sobre Estimativas de Receitas 169 Passo 10 – Índices e Metas A exposição deste passo ficou a cargo do professor Enrico Martignoni, responsável por conversar com o grupo sobre indicadores. Apesar de estarmos já no final da capacitação, o grupo se mantinha presente já que essa palestra era muito esperada por todos. A exposição revelou de forma sucinta o uso de indicadores em diversas áreas, o conceito empregado, as propriedades e as tipologias dos indicadores que podem ser usadas para auxiliar o gestor na melhor forma de enxergar o avanço das políticas. Na última parte o professor apresentou uma série de perguntas norteadoras para a construção de indicadores para o PPA e forneceu alguns exemplos de programas que contam com indicadores de acompanhamento. A seguir, as perguntas discutidas com o grupo de participantes: Passo 12 – Elaboração do Projeto de Lei e Mensagem O professor Leandro Silva deu sequência à exposição dos passos do PPA tratando do último tema, a elaboração do Projeto de Lei e Mensagem do prefeito. Neste momento, foi apresentada a composição do Plano (imagem abaixo) e foram mostrados exemplos de cada tópico apresentado. Apresentação da teoria sobre Composição do Plano 170 171 VI.4.6 Encerramento Para encerrar a capacitação foi aberta a palavra aos participantes. Representantes dos municípios e os professores se despediram num clima de bastante confraternização. Para ilustrar o estado de ânimo dos participantes, seguem as imagens: Instrutores e participantes do curso 172 SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO Av. Erasmo Braga, nº118 - Centro CEP: 20020-000 Rio de Janeiro - RJ Tel. 21 2333-1853 - www.planejamento.rj.gov.br 173