Informativo Movimento
Luciane Diniz
abril de 2011
A partir do primeiro ano de vida a criança inicia o processo de representação do próprio corpo, seus segmentos, possibilidades e limitações com base em experiências verbais, cognitivas, motoras ou relacionadas a sensações.
Os movimentos surgem muitas vezes
porque a criança tende a imitar os adultos que a rodeiam ou inspiram-se
em outras crianças para executar suas provas práticas (DIEM,1980).
Conceitos de organização espacial
também se formam nesta fase através
das expressões dos adultos indicando
a localização da criança (dentro, fora,
etc.).A escola é uma importante referência de espaço para o desenvolviAlunos do G1 chegando pela primeira vez mento motor da criança, visto que o
na aula de movimento na miniquadra onde
brincar consiste no meio mais imporiniciaremos um aquecimento com danças.
tante para as aprendizagens dos pequenos.
Alunos do G1 e G2 após verem a professora
executando o movimento com a corda, tentam realizar um modo peculiar de “PULAR
CORDA”.
Alunos do G2 fazendo aquecimento
corporal. As mãos são utilizadas para
indicar partes do corpo e realizar
movimentos de rotação articular.
Desde o início da vida, aprendemos diversas funções motoras as quais farão com que o
organismo alcance sua maturidade. É em função do seu desenvolvimento motor que a
criança se transformará numa criatura livre e independente. Os interesses da criança, até os três anos de idade, estão sobretudo concentrados no mundo exterior e, em
especial, sobre o aspecto prático do movimento (BATISTELLA, 2001).
Ao conhecer as características motoras de
cada aluno, é possível avaliar se as experiências recebidas nos diversos contextos
são as necessárias para garantirem bom
desenvolvimento da aprendizagem. Com
as propostas apresentadas aos nosso alunos, esperamos que as crianças possam, da
melhor maneira possível, apresentar em
cada período da vida uma boa qualidade de
movimento.
Alunos do G2 explorando a corda. Inicialmente observamos essa textura com as
mãos e, em um segundo momento, empenhamos nosso peso corporal na posição
em pé para ampliar a observação.
Ao explorar a corda, os alunos do G2 entram no faz-de-conta ao brincar de dirigir motos.
Em nossa escola, a educação do movimento
corporal prioriza o aspecto motor na formação do aluno. Segundo Gallahue e Ozmun
(2002), a capacidade de coordenação motora é a base da aprendizagem sensóriomotora. Quanto mais elevado o nível de desenvolvimento, mais rápido e mais seguramente poderão ser aprendidos movimentos
novos e difíceis, com economia de esforço,
propiciando melhor orientação e precisão
(Pereira,2002).
Oferecer à criança a oportunidade de mover-se usando a sua criatividade, significa
estabelecer experiências que propiciarão o
desenvolvimento de habilidades motoras
fundamentais por meio de padrões básicos
de movimentos.
Os alunos do G3 estão descendo a rampa
com papelão , aprendendo a contrair e
relaxar sua musculatura abdominal e assim controlar seu movimento.
Os alunos do G3 realizando aquecimento
corporal subindo a rampa e apostando
corrida com os amigos.
De acordo com Nanni (1998), os movimentos básicos, as habilidades fundamentais e especializadas quando desenvolvidas sob o aspecto “lúdico”, favorecem a participação ativa da criança, aprendendo a liberar e expressar suas emoções pela exploração do movimento, do
espaço e do tempo rítmico.
Alunos do G3 realizando relaxamento e alongamento muscular após a atividade de
contração e relaxamento muscular ao descer a rampa com papelão.
Por meio da exploração motora a criança
desenvolve consciência do mundo que a
cerca, e de si própria. O controle motor
possibilita à criança experiências concretas, que servirão como base para a construção de noções básicas para seu desenvolvimento intelectual (ROSA NETO,
2002).
Para tanto, nossas aulas exploram as
habilidades motoras, as capacidades físicas e as qualidades físicas em sua totalidade visando uma educação global em
cada aluno.
Alunos do G3 passando por um circuito motor em pufes de espuma. Depois de vivenciarem o caminho podem criar novas alternativas no trajeto, utilizando assim, sua autonomia em relação ao movimento corporal.
Sabe-se que na mesma época que a criança
tenha desenvolvido a habilidade de correr, ela
apresenta os requisitos necessários para saltar.
Por isso, em nossa escola, estamos desenvolvendo com muita atenção a habilidade de pular corda, onde, além de desenvolver o salto
para o alto, é necessário a utilização do tempo
rítmico que se desenvolve pela “batida da corda” no solo.
Nesse momento da aula, os alunos do
G4 e G5 desenvolvem habilidade de pular corda. No começo, é necessário realizar o movimento sem saltar e após o
aperfeiçoamento e aprendizado do tempo em que a corda leva para passar ao
longo do corpo, inicia-se o processo efetivo de “PULAR”.
As características hereditárias de uma pessoa, combinada com condições ambientais específicas (como por exemplo, oportunidade para a prática, encorajamento e instrução) e os
próprios requerimentos da tarefa que o indivíduo desempenha, determina a quantidade e
a extensão da aquisição de destrezas motoras e a melhoria da aptidão (GALLAHUE; OZMUN, 2002). É exatamente essa aquisição de destreza motora e a melhoria da aptidão
que buscamos cada dia mais em nossas aulas, fazendo com que cada aluno possa superar
suas expectativas e seus limites.
Ao pular a corda “batida” pelas professoras, atenção é vigente, pois a aluna tem
que controlar seu corpo e acompanhar o
ritmo. Para auxiliá-los nesse momento,
utilizamos “ladainhas”, onde a música
marca o tempo do salto. Um problema básico é a criança pensar que o importante
para o salto é elevar os pés o mais alto
possível.
Na foto acima, o aluno Alexandre está realizando a habilidade de pular corda e já
eleva com excelência o movimento. Nas
aulas de movimento como em qualquer atividade física a repetição traz o acerto.
Como Gallahue e Ozmun (2002) enfatizam, as crianças necessitam de abundância de
oportunidades, movimentação e instrução numa variedade de atividades físicas, vigorosas e diárias, com o objetivo de desenvolver suas capacidades singulares de movimento
a um nível ótimo.
Parabéns e obrigada aos meus queridos alunos!
Referências Bibliográficas:
● BATISTELLA, P. A. Estudo de Parâmetros Motores em Escolares da Cidade de Cruz
Alta - R. S. Dissertação de mestrado –CEFID/UDESC, 2001.
●DIEM, L. Os primeiros anos são decisivos. Como desenvolver a inteligência das crianças
desde o berço, pelo treino dos movimentos. 1 Ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1980.
●GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês,
crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2002.
●NANNI, D. Dança Educação: Pré - escola à Universidade.2 Ed. Rio de Janeiro: Sprint,
1998.
●PEREIRA, C. O. Estudo dos Parâmetros de 02 e 06 anos de Idade na Cidade de Cruz
Alta - R. S. Dissertação de mestrado - CEFID/UDESC, 2002.
●ROSA NETO, F. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 1996.
●VASCONCELLOS, C. S. Educação Infantil - Concepção - Dialética - Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. In: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÀO INFANTIL, Cruz Alta,
1995.
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