A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: SUA INSERÇÃO HISTÓRICA E AS TESES
E DISSERTAÇÕES RECENTES SOBRE O ENSINO MÉDIO
Victor de Souza França244
Resumo: Esse artigo teve como principal objetivo destacar um levantamento sobre as
produções acadêmico-científicas da disciplina de Educação Física Escolar (EFE) presente no
ensino médio em um determinado acervo e, uma breve contextualização histórica da inserção
da educação física no Brasil. Para o segundo momento a revisão da literatura enfatizando os
conhecimentos que o presente momento tem evidenciado um declive ou mesmo uma
rarefação sobre o estudo da disciplina de EFE presente no ensino médio, dizeres que
justificam o motivo desta pesquisa. E por fim, antes de algumas considerações finais para este
artigo, o mapeamento sobre os principais temas tratado no banco da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que agrupa trabalhos de teses e
dissertações de âmbito nacional. Em termos de números, foram encontrados quatrocentos e
dois trabalhos que se enquadravam como resultados da metodologia empregada e as variáveis
de busca adotada. Deste resultado numérico apenas cinco desse total possuem pesquisas
específicas na disciplina de educação física escolar enfocando o ensino médio. Alguns ditos
encontrados nos trabalhos específicos enumeram dizeres que consideram a pouca investigação
no campo da disciplina de EFE no ensino médio.
Palavras-chave: Disciplina Escolar, Ensino Médio, Saberes.
Introdução
Busca com esse trabalho melhor compreender a disciplina de Educação Física Escolar
(EFE) presente no nível médio de ensino. Para isso, contamos com uma breve retrospectiva
histórica de como esta disciplina tem sido tratada ao longo do tempo após sua inserção,
primeiramente aliada aos preceitos da modalidade de ensino moral e cívica em todos os níveis
de ensino dentro da legitimidade do regulamento da lei nº 869/69, de 12 de setembro de 1969.
244Mestrando em Educação, pela Faculdade de Educação (FAED), Universidade Federal da
Grande Dourados (UFGD). E-mail: [email protected].
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Um discurso oficial que legitimou não só a disciplina de civismo, mas também a educação
física presente neste contexto que, por sua vez, apresenta um caráter sumariamente militar.
Nesta mesma conjuntura de legitimidade o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e a
Divisão de Educação Física (DEF) publicam em maio do mesmo ano de1969 o livro sobre a
nova concepção didática de educação física. Busca a partir daí evidenciar a trajetória, mesmo
que restrita, de como tem sido a visão do período posterior ao decreto e como os pensadores
da área tem se posicionado ao longo tempo sobre a disciplina de EFE.
Para o segundo momento far-se-á uma tomada bibliográfica dado que o conhecimento
presente tem evidenciado sobre esse campo de ensino um declive ou mesmo uma rarefação
sobre o estudo da disciplina de EFE presente no ensino médio. E por fim, antes de algumas
considerações finais para este artigo, um mapeamento sobre os temas que estão em palco em
um banco de dados que agrupa trabalhos de teses e dissertações produzidas no Brasil.
1. História da expansão europeia: educação física em questão
A entrada da tendência higienista atrelado à eugenia no Brasil foi resultante do
pensamento moderno sobre os preceitos de um momento que passava por mudanças, a partir
da revolução científica ocorrida no fim do século XIX no território europeu. A consequência
primordial no território brasileiro foi fruto do período de industrialização que deu uma nova
caracterização da população frente a esse novo sistema industrial na que estava se vigorando
na Europa. Veiga (2007) aponta sobre essa contextualização história da relação do momento
em a que Europa passava por essas modificações sociais e relembra que nesse mesmo período
o Brasil passava por aquela fase crítica da escravidão.
As modificações ocorridas na civilização europeia tomou repercussão sobre as
condutas que o Brasil deveria tomar em relação à educação brasileira. Veiga (2007) ressalta
sobre a reforma de 1849 que defendia esta bandeira sobre o viés positivista, momento em que
nasceu as escolas normais. Nesse momento, a exigência do mercado mundial determinava
uma nova demanda industrial no Brasil que acarretou em: abolição da escravatura (1888),
resultado da demanda industrial no país, além da Proclamação República (1889). Momento
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muito significativo para a educação brasileira, que descentralizou o poder de suas províncias,
delegando a responsabilidade de dirigir as universidades apenas ao poder federal e para os
estados as escolas primárias, secundárias e profissionais.
As novas concepções de estruturação política e social começou a se consolidar aqui
no Brasil no fim do Império, período que durou de 1822 a 1889. Como explica Melo (2007)
houve modificações a partir da década de 1920 que se impôs ao país um novo modo de pensar
a disciplina de EFE, método que a partir de 1921 seria proveniente do exército francês que
caracterizou como a tendência militarista, tecnicista ou higienista. Em 1931, a educação física
foi estabelecida como uma disciplina obrigatória nos cursos secundários, o “método Francês”
foi estendido à rede escolar e em 1933, ano que foi fundada a escola de educação física do
exército, que praticamente funcionou e coordenou o pensamento militarista durante as duas
décadas seguintes.
O esporte de alto rendimento, na década de 1960 e 1970, fica agregado ao corpo da
educação física, que privilegia o treinamento desportivo. A educação física militarista,
consequentemente “competitivista” que também está a serviço de uma hierarquização ou
elitização social tem como objetivo fundamental a caracterização da competição e da
superação individual como valores fundamentais, desejados para uma sociedade moderna.
A educação física pedagógica surge após esta visão higienista que é consequentemente
tecnicista proveniente das décadas de 60/70. Sobre esse período Veiga (2007) aponta um
sentido mais amplo, devido à influência europeia. A educação a partir desse período segundo
ela começa a ganhar força na tendência da pedagogia crítica, pois denunciam a necessidade de
escolas desde as primeiras letras à universidade mesmo que ainda se observa a eletização do
ensino. Ou seja: as condições econômicas e sociais são fatores de distinção no nível
educacional.
Segundo Damasceno e Biazussi (1990) a educação física até a década de 1970 não
encontra oposição à perspectiva conservadora que reveste suas práticas. A aptidão física ou a
“esportivização” assim como a ideia de neutralidade da prática pedagógica era ao forte
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conceito de EFE para a época. Alguns autores se destacam neste período a partir do
desenvolvimento de métodos teóricos e práticos que marcaram a reformulação da disciplina
de EFE:
Em relação às não-propositivas, encontram-se as abordagens
Fenomenológica (Silvino Santin e Wagner Wey Moreira), a
Sociológica (Mauro Betti) e a Cultural (Jocimar Daólio). No campo
das propositivas, detecta-se a presença das não-sistematizadas e das
sistematizadas.
Na
primeira,
situam-se
as
concepções
Desenvolvimentista (Go Tani), Construtivista (João Batista Freire),
Crítico-emancipatória (Elenor Kunz), Plural (Jocimar Daólio), e de
Aulas Abertas (Hildebrandt e Langing). Na segunda, situam-se a da
Aptidão Física e a Crítico-superadora, esta assinada por um Coletivo
de Autores. (GONÇALVES, 2005, p. 02).
O destaque para a disciplina e suas passagens por movimentos renovadores no fim
dessa década de 1980 enfatizam nesse âmbito maneiras e concepções que desenvolvem novos
métodos e discussões para a educação física mais pedagógica. Fato que enquadrava a prática
pedagógica sumariamente escolar. Ainda considerando outro recorte temporal na história da
educação física no Brasil no fim do século vinte:
[...] os anos 80 e 90 do século passado implicaram um trabalho intenso
de revisão e proposição paradigmática dos aspectos acadêmicos e
profissionais da Educação Física. Esse processo acompanhou uma
tendência mundial e teve como um vetor fundamental, as produções
provenientes dos programas de pós-graduação no âmbito nacional e
internacional. (CORREIA, 2012, p. 171).
A partir desse espaço de tempo ganhou outras concepções para sua constituição como
disciplina. Visão para além da formação demasiada reprodutora ou conservadora na linha
“esportivizante”, que tendem a relacionar a aptidão física como concepção metodológica de
ensino na disciplina de educação física. A escola nova teve como proposta principal a
renovação pedagógica de caráter científico no Brasil nesse período, por isso também as
modificações nos conteúdos da disciplina para uma EFE.
Entender uma disciplina no campo teórico é possível estabelecer uma relação dos ditos
de Chervel (1990) e fazer uma analogia que retrata sobre a noção de disciplina de EFE e seu
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contexto histórico. Ainda em Chervel (1990) esse processo de disciplinarização é “um modo
de disciplinar o espírito” (CHERVEL. 1990, p. 180), que pensando sobre a ótica da disciplina
de EFE, esse processo de alteração das percepções não somente sensoriais mas também
atribuição de valores, como conteúdo escolar, acrescentam um modo de disciplinar o corpo.
Assim como alguns métodos de ensino fazem com que os alunos, de uma forma geral,
absorvam os conteúdos por meio da vivência ou da própria experiência da aplicação científica
na escola, os métodos de aplicação dos conteúdos que alteram as percepções sensíveis do
motor e do cognitivo na disciplina de EFE não estão somente restritas ao corpo e não é
diferente de outros conteúdos que aplicam seus métodos e abordagens para ensinar os alunos.
Pois como vimos, esta disciplina denominada como EFE possui métodos de aplicabilidades
científicas já exploradas por pensadores da área.
Para um breve esclarecimento a respeito do que falamos para que fique mais claro aqui
a intenção de compreender a problemática proposta, faz-se necessário um exemplo. Não
apenas os atletas de alto-rendimento, muito menos os mais habilidosos que compõe as turmas
e classes de sala de aula com quadros, mesmo que possuindo habilidades motoras ou
cognitivas mais avançadas em suas capacidades físicas, estes por sua vez, não devem ser
tomados como referência em sala de aula. Pois, mesmo quando há alunos exemplares dentro
do contexto escolar no sentido de se enquadrem ao padrão didático exigido pela ementa da
escola, sejam eles por habilidades motoras ou cognitivas, estas duas habilidades juntas
estabelecem um conjunto de potencialidades altamente benéficas no contexto da disciplina
aqui retratada tanto para as relações na qual os alunos estão inseridos quanto para as
aplicações didáticas dentro do contexto escolar.
Para Veiga (2007) as reformas e os preceitos de uma educação mais científica
baseados na psicologia (testes vocacionais e aptidão) e na biologia (preceitos higienistas)
eram “novas demandas educacionais, assim como a criação de novos espaços (ambientes)
para a prática esportiva” [...] “a avaliação de desenvolvimento físico das crianças e jovens”
(VEIGA. 2007, p. 229). Um fator que explica um dos outros pontos de entender a educação
física como uma disciplina escolar.
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A questão central desse trabalho é estabelecer uma relação de igualdade entre o que é
propriamente dito e estabelecido unicamente pelo ensino intelectual e o que envolva a Cultura
Corporal de Movimento245. Para Chervel (1990) “uma “disciplina”, é igualmente, para nós,
em qualquer campo que se encontre um modo de disciplinar o espírito, quer dizer de lhe dar
os métodos e as regras para abordar os diferentes domínios do pensamento, do conhecimento
e da arte.” (CHERVEL. 1990, p. 180).
O que podemos analisar a partir daí é a somatória dessa relação histórica que a EFE
desenvolve também práticas que despertam domínios do pensamento para a prática
pedagógica. Assim como também o conhecimento sobre o contexto esportivo atual e, todas
suas relações históricas na qual essa cultura do esporte desenvolve ao longo tempo. A arte de
interpretar não só as regras de um jogo específico, na qual o aluno está inserido e que se
identificam hoje como arte, mesmo que elas sejam expressões corporais explícitas no meio
cultural.
Para melhor compreender o que hoje se produz no campo da disciplina de EFE serão
estruturadas para os próximos tópicos as últimas produções de teses e dissertações elaboradas
e, que estão presentes no banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Justificativa desse artigo nota-se a partir da revisão
bibliográfica do que já vem sendo evidenciado ao longo tempo pela falta de produção da
temática proposta sobre a disciplina de EFE presente no ensino médio.
2. Revisão da literatura sobre a disciplina de educação física escolar no ensino médio
A primeira problemática pensada sobre esse tópico é fazer uma relevância sobre os
trabalhos que estão sendo gravados por meio de um estudo sistemático que possuem
metodologia denominada Estado da Arte ou Estado do Conhecimento que evidenciam a falta
245A Cultura Corporal de Movimento é um conceito característico da disciplina de Educação
Física. A partir da publicação do Coletivo de Autores (1992) as rupturas entre os preceitos da
aptidão física e a cultura corporal de movimento começaram a se distinguir.
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de aprofundamento sobre a disciplina de EFE no ensino médio. Assim como afirma Ferreira
(2002), o estado da arte tem como:
desafio de conhecer o já construído e produzido para depois buscar o
que ainda não foi feito, de dedicar cada vez mais atenção a um número
considerável de pesquisas realizadas de difícil acesso, de dar conta de
determinado saber que se avoluma cada vez mais rapidamente e de
divulgá-lo para a sociedade. (FERREIRA. 2002, p. 259).
Então, para demonstrar de forma sucinta alguns autores responsáveis por esse
levantamento bibliográfico que ajudam a compreender essa linha temática de pesquisa, Dias e
Correia (2013) fazem uma análise sistemática por meio de um levantamento de:
3.313 artigos publicados entre 2005 a 2010, apenas 31 artigos
referem-se à temática da educação física no ensino médio, dado que
representa 1,06% da produção de conhecimento mapeada pelos
autores. Esses resultados demonstram o número pouco expressivo e a
importância social de elevar as pesquisas sobre a temática e esse nível
de escolarização no momento atual. (FRANÇA; ZILIZNI, 2015, p.
02).
Além de que os autores ao elaborar esse conhecimento apoiam-se em Antunes; Dantas
e Bigotti (2005) que também fazem um levantamento referente ao período de 1999 a 2003,
cujo objetivo foi o de mapear artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais
referentes à disciplina de EFE. Dois trabalhos distintos no que se refere aos objetivos, mas
similares na composição metodológica de demonstrar resultados sobre o campo da EFE.
Outro trabalho específico de França e Ziliani (2015) coloca em evidência, por meio de
um levantamento sistemático que também afirmam a rarefação de pesquisas voltadas para a
disciplina de EFE no ensino médio. Uma investigação de duas revistas online que estão
classificadas pela Qualis/CAPES como A2, as únicas revistas brasileiras classificas por esse
nível de relevância para o campo da educação física. De 441 artigos levantados durante o
período temporal (2011-2013), apenas 3 trabalhos estão relacionados a investigação da EFE
presente no ensino médio.
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a variável proposta, que incluem temáticas fora do campo de conhecimento em educação
física somada as verificações específicas, gerais e outras.
Fica evidente, a princípio, que há algumas produções específicas que envolvem a
disciplina de educação física e o diálogo com o ensino médio. Sobre a primeira variável, dos
cinco trabalhos específicos encontrados, há três estudos que investigam a relação da educação
física no ensino médio em instituições federais. E ainda dessas cinco, dois estudos propõem
um questionamento sobre os saberes das disciplinas em relação ao espaço escolar e os sujeitos
inseridos nesse contexto.
O primeiro trabalho intitulado: A Educação Física no Ensino Agrícola: um estudo a
partir das teorias da educação transformadoras da sociedade. (CASTRO, 2011): Investigado
no Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus e do Colégio Estadual Rei Alberto I, se
utiliza de uma metodologia com abordagem qualitativa, com uma pesquisa exploratória,
buscando uma compreensão da realidade vivida socialmente na escola por meio da disciplina
de educação física escolar.
É aplicado um questionário com questões fechadas (múltipla escolha) e questões
abertas com objetivo de levantar uma fundamentação teórica da problemática sobre a visão de
discentes e docentes sobre a disciplina de educação física. Percebeu-se com essa investigação:
“quanto à percepção da Educação Física em relação às demais disciplinas presentes no
currículo
escolar. A visão
dos
participantes
da
pesquisa é
positiva,
entendendo a Educação Física como uma disciplina que transmite conteúdos relevantes e
contribui para a formação crítica dos estudantes” (Castro,2011).
O segundo texto intitulado Educação Física no Ensino Médio: possibilidades de
reprodução de saberes e habitus? (NASCIMENTO, 2012) o autor concluiu que existem
“significativas aproximações e relativas diferenciações entre saberes sistematizados e habitus
incoporados segundo as vozes de professores e alunos. Podendo ser explicado pelo limites
sociais e culturais da realidade contemporânea.
Na terceira dissertação nomeada A Relação com os Saberes da Educação Física: os
pontos de vistas dos alunos jovens em relação à disciplina educação física em uma escola
pública federal. (OLIVEIRA, 2011) o autor busca identificar “os motivos que despertam seu
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interesse ou desinteresse por estas aulas e como percebem e valorizam o que aprendem
nas aulas de Educação Física, e o que têm a sugerir para elas.” Seus resultados indicam um
gosto favorável dos alunos pela disciplina no sentido da “valorização do domínio
de atividades aprender esportes)” (Oliveira. 2011).
A penúltima pesquisa evidenciada é intitulada Dispensas nas Aulas de Educação
Física do Ensino Médio: entre a necessidade real e o uso indiscriminado da lei (ROSA,
2012) tem como principal objetivo analisar o marcos legal e a relação desse elemento com os
pedidos de dispensa nas aulas de educação física. As dispensas nas aulas de Educação Física
do Ensino Médio estão discriminadas em três aspectos: as questões legais, as relações entre os
contextos social, econômico e cultural que produzem as dispensas e a organização da escola.
(ROSA, 2012)
E por fim, o último trabalho evidenciado pela primeira variável intitula-se O percurso
da Educação Física no Instituto Federal de Santa Catarina (CUNHA, 2012) na qual busca
evidenciar o papel da educação física na formação do educando. Segundo o autor o resultado
que mais chama atenção é a visão dos alunos para a disciplina de educação física como
promotora de saúde.
Sobre a segunda variável de investigação, podemos observar que apenas uma pesquisa
pode ser intitulada como específica ou que desenvolve a discussão da disciplina de educação
física no ensino médio, nomeado Dispensas nas Aulas de Educação Física do Ensino Médio:
entre a necessidade real e o uso indiscriminado da lei. (ROSA, 2012) sendo o mesmo
trabalho evidenciado com a primeira variável.
4. Considerações finais
Estas pesquisas e estudos mostram aqui, mesmo que minimanete, uma forma de ler
essa realidade presente, específica e promotora de um saber evidenciado pelo modo de
produção de conhecimento. Dos cinco trabalhos resgatados no banco de dados usado como
fonte documental, todos os entrevistados destas pesquisas possuem uma noção favorável ou
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aceitável da disciplina de EFE no ensino médio. Tendo vista que a captação destas fontes
documentais a partir de questionários ou grupos focais.
A captação desses escritos aparentou três dissertações que retratam estudos voltados
para instituições públicas que são federais. Há uma consciência favorável de partes razoáveis
dos alunos e professores que estão presentes nessas escolas e que foram entrevistados a favor
ou que a disciplina de disciplina de EFE que a disciplina acrescenta de forma positiva na sua
formação.
Os Enunciados evidentes destes três trabalhos indicam que a educação física
caracteriza-se por: ser promotora de saúde; ensinar a aprender esportes e que contribui para a
formação crítica do aluno. Isto pode indicar novamente que ainda há poucos trabalhos sendo
enfatizados no âmbito da disciplina de Educação Física Escolar, por apresentarem trabalhos
de cunho quantiqualitativo.
Como podemos observar às produções referidas à disciplina de educação física no
ensino médio são relativamente poucas. O que pode abrir novos “leques” de pesquisa sobre a
temática proposta. Em termos gerais de quantificação foram observados 402 publicações que
se delimitaram as variáveis propostas de investigação no banco de dados. Dessas 402, apenas
5 são pesquisas voltadas para a disciplina de educação física escolar propriamente dita que
foram citadas nos períodos anteriores desse trabalho.
O que pode se considerar é que, dentro do banco de dados Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) utilizado como metodologia de pesquisa evidencia por meio
dessas delimitações metodológicas alguns temas que estão em ênfase para o campo do saber,
sendo elas: educação transformadora da sociedade, reprodução de saberes, relação dos saberes
da educação física, dispensas nas aulas de educação física, formação do educando.
Depois destas últimas considerações sobre a coleta de dados da pesquisa a partir da
metodologia estado da arte apoiado em Ferreira (2002), como mencionado no primeiro tópico,
considera que a retomada das concepções históricas vista aqui retratando os pensadores do
campo da educação física e alguns outros do campo da história da educação contextualizam a
disciplina de educação física escolar no contexto da educação.
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