Mar/Abr 2013 Índice 05 Seu negócio Qualidade das embalagens plásticas em xeque 06 Sindilub em Ação Assembleias do Sindilub 08 Sindilub em Ação Mobilização contra reajuste do MVA 10Entrevista Aumento da carga tributária estimula sonegação 12Entrevista Advogado defende pesquisa nacional para definir MVA 14Agenda Sindilub participará da Expopostos 16 Meio Ambiente Entidades cumprem meta de coleta de Oluc em SP 18Mercado Venda a granel exige mudanças nas revendas 20 Espaço técnico Óleo sem homologação - Usar ou não usar? Eis a questão 21 Espaço técnico Quando contratar um químico responsável 22Evento Congresso do Minaspetro 22 Meio Ambiente Encontro sobre logística reversa 24Agenda Lubes em Foco promove 3º Encontro com o Mercado 24Agenda 6º Congresso Simepetro será em outubro 25Evento Mercado Potencial 26Legislação Empresas devem se preparar para o EDF Social Caros leitores, Foram tantos os acontecimentos no setor que a equipe da Sindilub Press não deu conta de preparar e fazer circular nosso informativo no mês de maio. Tardou, mas não faltou a chegada da Sindilub Press aos nossos leitores. E para falar desses acontecimentos a que me referi, invoco algumas linhas finais do editorial do último número da revista. Sobre os fatos ocorridos desde o início do ano, assim me referi: Oxalá tenhamos somente o que comemorar. Mas como nem tudo são flores, redobremos as forças e a coragem para enfrentar eventuais tempestades. Parece até que estava adivinhando a borrasca, o furacão saltando da bola de cristal. A caixinha de Pandora dos Fiscos estaduais se abrindo. Não discuto, aqui, neste pequeno espaço, a necessidade ou não de se rever a margem de valor agregado dos lubrificantes. O meu inconformismo, e de todos nós, revendedores atacadistas, reside no absurdo e infundado aumento imposto sem uma pesquisa abrangente sobre a margem real da revenda no atacado. A pesquisa, da qual desconhecemos o método, que conduziu a este aumento absurdo da margem, presumo que levou em consideração a diferença entre o preço de venda informado pelos produtores, e o preço na ponta da troca do óleo no posto revendedor, embutida aí a prestação de serviço, lógico. Foto: Oswaldo Corneti Em março fomos surpreendidos com a notícia do brutal reajuste na margem de valor agregado dos lubrificantes de 30 para 61,31%, para o cálculo da substituição tributária na cobrança do ICMS, ou seja, um aumento na ordem de 104% nesta margem, inalterada desde 1999. Isso tudo foi dito no Confaz, em Brasília, pelo Sindilub, mas fizeram ouvidos moucos, preferindo insistir no brutal aumento na margem, e por consequência, na arrecadação do ICMS. É nessas horas que o Fisco, o Estado, se revela um padrasto, tal qual um vilão de novela. Entrou em vigor – ainda não regulamentada – uma lei federal que obriga mencionar nas notas fiscais o valor dos impostos cobrados sobre o preço pago pela mercadoria. Seria estarrecedor para o consumidor se fosse obrigado também a divulgação de quanto se paga a mais de ICMS sobre uma base de cálculo irreal nos combustíveis e nos lubrificantes. Não entendo porque a mídia não divulga isso, esta verdadeira sanha arrecadatória. Mas prometo, o Sindilub não sossegará enquanto não demonstrar a fragilidade da pesquisa que conduziu a esse aumento brutal. Enfim, deixemos de lado, por enquanto, este desagradável fato, e vamos tratar da leitura temas mais amenos preparados para esta edição. Mais uma vez, boa leitura. E desculpe o desabafo. Laercio Kalauskas Presidente do Sindilub Expediente Presidente: Laercio dos Santos Kalauskas Vice-Presidente: Lucio Seccato Filho Diretor Secretário: Jaime Teixeira Cordeiro Diretor Tesoureiro: Paulo Roberto N. Carvalho Diretor Social: Antonio da Silva Dourado Diretor Executivo: Ruy Ricci Coordenadora: Ana Leme – (11) 3644-3440 Jornalista Responsável: Ana Azevedo – MTB 22.242 Editoração: iPressnet – www.ipressnet.com.br Impressão: AR Fernandez Gráfica e Impressão Digital Capa: Shutterstock.com Rua Tripoli, 92 – Conjunto 82 V. Leopoldina – São Paulo – SP – 05303-020 Fone/Fax: (11) 3644-3440 / 3645-2640 www.sindilub.org.br – [email protected] As matérias são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente opinião da revista. Não nos responsabilizamos pelos conteúdos dos anúncios publicados. É proibida reprodução de qualquer matéria e imagem sem nossa prévia autorização. Órgão de divulgação do Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes – SINDILUB S eu Negócio Qualidade das embalagens plásticas em xeque Texto: Renato Vaisbih C om um olhar mais apurado para as embalagens plásticas de óleos lubrificantes nos últimos tempos por causa dos programas de logística reversa que estão sendo implementados no Brasil, os revendedores atacadistas se depararam com situações inusitadas e que causam prejuízos às suas empresas. Além da necessidade de cuidados específicos após o uso das embalagens, os empresários passaram a dar mais atenção ao produto antes da venda, em outras etapas do negócio. E foi aí que mais problemas começaram a surgir. Uma enquete realizada com alguns associados do Sindilub revela que a qualidade das próprias embalagens de lubrificantes deixa a desejar em algumas situações. É verdade que a maioria considera que as coisas já foram muito piores, avançaram bastante, mas muitos problemas ainda acontecem e poderiam ser evitados se as companhias investissem na melhoria das embalagens plásticas. O fato dos entrevistados não citarem nenhum fabricante especificamente é preocupante, sendo que alguns revendedores chegaram a afirmar que sempre acontece um ou outro problema com os produtos de todas as companhias com as quais trabalham. Entre as reclamações mais comuns está o va- zamento de óleo das embalagens plásticas nos estoques, mesmo quando são respeitados os limites de empilhamento recomendados pelas companhias. Um revendedor chegou a afirmar que, apesar de o fabricante sugerir o empilhamento de oito caixas, ele não coloca mais do que quatro, pois senão certamente terá prejuízos. Ainda no empilhamento das embalagens plásticas, mesmo com os limites recomendados, é comum, depois de algum tempo, aparecerem rachaduras ou furos por onde o óleo escorre e acaba se espalhando pelas caixas de papelão. Existem inclusive casos de embalagens que chegaram às revendas já com pequenos furos ou rachaduras e assim que foram colocadas no estoque começaram a vazar. Outra reclamação dos revendedores é de que, com o tempo, as embalagens plásticas passam a ter uma aparência de envelhecimento. Um produto parado no estoque por cerca de seis meses já começa a ficar com o rótulo amarelado e o próprio plástico também tem a sua cor adulterada, às vezes ficando desbotado ou até mesmo com uma porosidade maior, dando a impressão de que a embalagem está “suada”. Os lacres e os selos também costumam apresentar diversos tipos de problema. É comum os revendedores receberem produtos sem o lacre ou sem o selo. E teve até gente que fez o teste com o produto lacrado, aparentemente em perfeitas condições, mas quando colocou a embalagem de ponta cabeça, o óleo começou a vazar. S sindilub 5 S indilub em Ação Assembleias do Sindilub Texto e Fotos: Renato Vaisbih O Sindilub realizou Assembleia Geral Ordinária para aprovação das contas do exercício de 2012, definição do reajuste da contribuição confederativa e a apresentação de outros temas relevantes, com destaque especial para o aumento da margem de valor agregado (MVA) definida pelo Fisco (leia mais nas páginas 8, 9, 12 e 13). Diretoria apresenta propostas durante assembleia que aprovou contas O balanço apresentado pela Diretoria foi aprovado por unanimidade e o presidente do sindicato, Laercio Kalauskas, enfatizou os bons resultados para o setor obtidos com a realização do 2º Ealub (Encontro Nacional dos Revendedores Atacadistas de Lubrificantes) e da 1ª Expolubrificantes, em Campinas. de 2012 e reajuste A ideia é realizar um encontro internacional, com a presença de revendedores atacadistas e fornecedores de outros países, proporcionando uma troca de experiências que pode aproximar as empresas brasileiras de outros modelos de gestão bem-sucedidos. confederativa da contribuição Antonio Dourado e José Alves Waldomiro Sakamoto Lucio Seccato Filho Laercio Kalauskas O vice-presidente Lucio Seccato Filho complementou que o ano de 2012 foi muito importante para o Sindilub, com viagens para a participação de representantes do sindicato de reuniões para discussão e elaboração de novas leis e acordos setoriais, além de encontros políticos na busca pela regulamentação do setor, uma reivindicação de mais de dez anos que está prestes a se tornar realidade. Contribuições Charles Dresch A Assembleia Geral Ordinária também aprovou o índice de 8,28% para reajuste da contribuição confederativa do exercício de 2013. Os valores continuam sendo vinculados à média do faturamento mensal das empresas, seguindo faixas de contribuição. Marino Pedreschi Durante a apresentação do balanço de 2012, o diretor-executivo do Sindilub, Ruy Ricci, chamou a atenção para o fato do valor arrecadado com a contribuição confederativa ter sido superior ao da contribuição sindical. A contribuição sindical é obrigatória por lei, enquanto a confederativa é recolhida somente pelos associados ao sindicato. O problema é que muitas revendas realizam o pagamento da contribuição sindical em nome de outros sindicatos. Por fim, os associados presentes à Assembleia ainda aprovaram a outorga de poderes à Diretoria para manter negociações coletivas de trabalho com os sindicatos dos trabalhadores do setor, visando celebrar convenções coletivas ou participar de dissídios coletivos. S sindilub 7 S indilub em Ação Mobilização contra reajuste do MVA Sindilub questiona metodologia que definiu aumento da margem de valor agregado de lubrificantes Texto e Foto: Renato Vaisbih A diretoria do Sindilub formou um Grupo de Trabalho durante a Assembleia realizada em 17 de abril, que será responsável por discutir quais os próximos passos a serem dados após o ato COTEPE/ MVA-03/13, da Comissão Técnica Permanente do Conselho Nacional de Política Fazendária (COTEPE/CONFAZ) que reajustou o MVA (Margem de Valor Agregado) dos óleos lubrificantes de 30% para 61,31%, para o cálculo da substituição tributária na cobrança do ICMS, o que representa um aumento de 104% em relação à margem anterior. Até o final de maio, somente quatro Unidades da Federação ainda não haviam definido a aplicação do novo MVA: Maranhão, Mato Grosso, Ceará e Roraima (Veja tabela abaixo). UF (*) Início de Vigência AC 01/05/2013 AL 16/05/2013 AM 01/06/2013 AP 01/05/2013 BA 01/05/2013 CE DF 16/05/2013 ES 01/05/2013 GO 01/05/2013 MA MG 01/05/2013 MS 01/05/2013 MT PA 01/05/2013 PB 01/05/2013 PE 01/06/2013 PI 01/05/2013 PR 01/05/2013 RJ 01/06/2013 RN 01/05/2013 RO 01/05/2013 RR RS 01/05/2013 SC 01/05/2013 SE 01/05/2013 SP 01/05/2013 TO 01/05/2013 UF (*) Lubrificante Derivado de Petróleo Ato Cotepe MVA 004/13 005/13 006/13 003/13 004/13 005/13 004/13 004/13 003/13 004/13 004/13 004/13 006/13 004/13 004/13 006/13 003/13 004/13 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 80,75% 80,74% 80,74% 80,74% 80,75% 61,31% 61,31% 61,31% 71,03% 71,03% 71,03% 71,03% 71,03% 80,74% 80,74% 80,74% 86,58% 86,58% 86,58% 86,58% 86,58% 71,03% 71,03% 71,03% 94,35% 94,35% 94,35% 94,35% 96,72% 99,15% 94,35% 94,35% 94,35% 94,35% 94,35% 96,72% 94,35% 61,31% 73,11% 61,31% 80,75% 71,03% 61,31% 80,75% 71,03% 61,31% 80,74% 71,03% 61,31% 80,75% 71,03% 61,31% 80,75% 71,03% 61,31% 73,11% 61,31% 75,25% 61,31% 80,74% 71,03% 61,31% 80,74% 71,03% 61,31% 71,03% 61,31% 71,03% 61,31% 80,74% 71,03% 61,31% 73,12% 61,31% 80,74% 71,03% 86,58% 86,58% 86,58% 96,72% 94,35% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 61,31% 94,35% 94,35% 94,35% 61,31% 61,31% Interestaduais Internas Alíquota Alíquota Originado de 7% 12% Importação 4% 94,35% 94,35% 94,35% 94,35% 94,35% 61,31% 61,31% 61,31% 003/13 004/13 004/13 004/13 004/13 Interestaduais (ICMS próprio Imune) Internas Lubrificante Não derivado de Petróleo 88,85% 86,58% 86,58% 86,58% 86,58% 86,58% 88,85% 91,18% 86,58% 86,58% 86,58% 86,58% 86,58% 88,85% 86,58% DESTINO DA MERCADORIA A fundamentação para a elevação do MVA foi uma pesquisa realizada pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul exclusivamente no varejo daquele Estado, sem qualquer consulta às entidades 8 sindilub envolvidas, Sindilub e Simepetro – à exceção do Sindicom, representando os maiores produtores. Assim que tomou conhecimento do reajuste, o Sindilub encaminhou ofício a todos secretários de Fazenda estaduais, aos Ministros da Fazenda e do Planejamento, e ao CONFAZ, relatando as graves consequências que a medida iria causar. O documento também apontou inconsistências na metodologia adotada, considerando apenas os números do mercado gaúcho, que não necessariamente refletem as margens aplicadas em todo o território nacional. Além disso, também se observou que o índice antigo – de 30% - havia sido estabelecido por meio de convênio firmado entre as entidades setoriais e o Poder Público. Após o envio do ofício, o Sindilub foi convocado para uma reunião na COTEPE, em Brasília, da qual participaram o presidente do sindicato, Laercio Kalauskas; o vice Lucio Seccato Filho; o diretor executivo Ruy Ricci; o consultor fiscal do Sindilub, Wilson Brandão; e o advogado Helcio Honda. Honda (ver entrevista nesta edição nas páginas 12 e 13) explica que não existe a possibilidade de o MVA de 61,31% ser revertido, mas existe uma discussão jurídica que pode ser levada adiante sobre a metodologia aplicada na pesquisa, a composição da cesta de produtos utilizada para chegar ao novo índice e o fato de haver brechas para diferenciações de um Estado para outro. A preocupação da diretoria do Sindilub com o novo MVA e as ações que estão sendo tomadas pelo sindicato para que suas reivindicações sejam atendidas, além de tentar minimizar os impactos do reajuste nos negócios, foram apresentadas durante a Assembleia Geral Extraordinária na sede do sindicato e também por meio de circulares encaminhadas aos associados. Envolvimento O presidente do Sindilub, Laercio Kalauskas, considera de fundamental importância a criação do Grupo de Trabalho para discutir o reajuste do MVA. O Grupo já possui uma agenda fixa de reuniões até agosto para acompanhar os pleitos do Sindilub junto à COTEPE/ CONFAZ. “É importante o envolvimento de todos os diretores do sindicato para alcançarmos o nosso objetivo”, afirma Kalauskas. Para ele, os principais pontos a serem revistos são o conceito quantitativo da pesquisa e a composição da cesta de produtos, além do peso do canal varejista e a representatividade das vendas aos consumidores corporativos (indústria, agronegócio e transportadoras, por exemplo), que compram produtos e embalagens diferenciados. No caso do consumidores corporativos, a proposta é que seja cancelada a substituição tributária Laercio Kalauskas por meio do MVA por não haver operação subsequente. Kalauskas ainda enfatiza que o Grupo de Trabalho vai buscar validar as ações em defesa da adequação das margens ST-MVA, tratamento tributário diferenciado para produtos comercializados a consumidores corporativos e aperfeiçoamento da substituição tributária no setor da revenda atacadista de lubrificantes, responsável pela definição dos itens da cesta de produtos. “Os integrantes do Grupo de Trabalho também farão a aprovação e auditoria dos orçamentos e despesas para este assunto, que terá uma conta corrente específica, por exemplo, para pagamento de uma eventual pesquisa que seja subsidiada pelo Sindilub”, diz o presidente. Por fim, no caso do Estado de São Paulo, o Sindilub vai buscar estabelecer, em comum acordo com a Secretaria da Fazenda, uma metodologia, parametrização da pesquisa e ponderação dos dados para apuração dos resultados nas futuras revisões dos valores do MVA. Apoio da Fecombustíveis A diretoria do Sindilub apresentou suas reivindicações com relação ao MVA de óleos lubrificantes aos conselheiros e diretores da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes) durante reunião realizada em um encontro promovido pelo Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais). De acordo com Laercio Kalauskas, presidente do Sindilub, “todos os conselheiros e diretores da Fecombustíveis que estavam presentes apoiaram a ação do Sindilub por unanimidade e também todos os demais sindicatos se colocaram à disposição para qualquer tipo de ação local com os governos estaduais”. sindilub 9 E ntrevista Carlos Ristum Presidente do Simepetro Aumento da carga tributária estimula sonegação Texto: Ana Azevedo Foto: Divulgação A informação de aumento na margem IVA-ST, que integra o convênio ICMS 110/07, surpreendeu muitos produtores de óleos lubrificantes. De acordo com o presidente do Simepetro (Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo), Carlos Abud Ristum, a alteração é uma demonstração clara do apetite arrecadatório dos Governos Estaduais. O presidente afirmou que o Sindicato informou seus associados e não associados, com antecedência. “Recebemos vários questionamentos, inclusive perguntando o que o Sindicato poderia fazer para impedir esse aumento absurdo. Ninguém aceitou pacificamente”. O Simepetro encaminhou ofício e participou de reunião no Confaz, em Brasília, no entanto, não teve seu pleito atendido. “Trabalhamos exaustivamente, sem sucesso. Agora, fazer uma pesquisa de preços via FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) pode ser uma alternativa, porém o Simepetro não tem condições de bancar sozinho o custo desta pesquisa. Para Ristum a grande preocupação com o aumento da carga tributária é o aumento da sonegação. Ele diz que no mundo todo, quanto maior a carga tributária, maior é o estímulo à sonegação. “Pena que nosso país ainda não acordou para isto”. Com relação a possibilidade do produtor passar a concorrer diretamente com o revendedor atacadista na venda ao consumidor final, quando não há IVA, o presidente do Simepetro é taxativo. “Nossa visão é de que o mercado/cliente não tem dono. Quanto ao produtor (grande ou pequeno) não vemos possibilidade de vender para os consumidores dos distribuidores/atacadistas, devido as dificuldades naturais deste tipo de cliente, tais como: custo da logística x pequenos volumes; cadastro e limite de crédito; sistema de cobrança e prazo de entrega. Já o grande consumidor é visitado naturalmente por todos os produtores”. S 10 sindilub E ntrevista Helcio Honda Diretor Juridico da FIESP Advogado defende pesquisa Texto e Fotos: Renato Vaisbih L ogo após a surpresa de que seriam adotadas novas margens de valor agregado (MVA) aos lubrificantes, o Sindilub procurou a assessoria jurídica do advogado Helcio Honda, sócio do escritório Honda Estevão Advogados e que ocupa cargos na diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), como vice-presidente do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos (CONJUR) e diretor titular do Departamento Jurídico (DEJUR). Honda acompanhou a diretoria do Sindilub na reunião realizada em Brasília com representantes da Comissão Técnica Permanente do Conselho Nacional de Política Fazendária (COTEPE/CONFAZ) e, nesta entrevista, aponta algumas distorções na definição do novo MVA para os lubrificantes. Sindilub Press – Porque o Sindilub deve questionar a alteração de 30% para 61,31% da margem de valor agregado (MVA) para os lubrificantes, definida pelo ato COTEPE/MVA-03/13? Helcio Honda – O Sindilub foi envolvido nessa questão por conta de um pedido do Estado do Rio Grande do Sul, que fez unilateralmente uma pesquisa sem a participação do sindicato. Houve um problema de comunicação e esse ato do Rio Grande do Sul levou a uma revisão das margens de valor agregado de um setor que tem um índice nacional. E, pelo fato do Sindilub não ter participado das discussões desde o início, criou-se, então, um problema. A não participação do sindicato, que não ouviu todos os seus elos, representantes, distribuidores, e que não se atentou também para as vendas diretas que são feitas dos fabricantes para os clientes finais, faz com que a pesquisa não reflita uma realidade do mercado. SP – Quais as primeiras medidas que foram tomadas? Honda – O Sindilub encaminhou um ofício ao CONFAZ com alguns questionamentos e isso fez com que o sindicato fosse convidado para uma reunião em Brasília, que eu acompanhei com a diretoria do sindicato. Nesse encontro, o COTEPE reconheceu o Sindilub como parte importante que deveria ter sido ouvida e que deve ser consultada nas próximas revisões do MVA. É grande o risco de que tenhamos pela frente novas revisões das margens de valor agregado a partir de pesquisas. E o setor precisa ficar atento e acompanhar essas pesquisas para que não existam distorções. SP – Existem distorções na definição do MVA de 61,31%? Honda – Sim, independentemente do índice definido. Não faz sentido, por exemplo, ter a substituição tributária para produtos que não são destinados ao consumo final, como aqueles que são oferecidos em bombonas ou tanques para abastecer a indústria de transformação. Outra distorção é na troca de óleo, onde existe a cobrança do produto propriamente dito e mais o serviço, a mão de obra. Essas são situações que precisam ser avaliadas separadamente. 12 sindilub Helcio Honda, diretor da FIESP, aponta distorções no Ato COTEPE que aumentou margem de valor agregado de 30% para 61,31% a nacional para definir MVA SP – E com relação à pesquisa, houve alguma distorção? Honda – Os óleos lubrificantes tinham uma grande vantagem porque não entrevam nas portarias que definiam o MVA. O MVA do setor era pré-estabelecido por um convênio e não sofria alterações. Agora, os lubrificantes entraram no rol dos produtos que passam por pesquisas do mercado. E você ter uma pesquisa feita pelo setor é bem diferente do que uma pesquisa feita apenas pelo governo. Nossa experiência na FIESP mostra que em vários setores, quando o Poder Público faz as pesquisas sozinho, apresentam números muito divergentes do que as pesquisas conduzidas pelo setor industrial, que consideram canais de venda, tipos de produtos e outras variáveis. As pesquisas feitas por entidades reconhecidas são aceitas pelo COTEPE e é aí que entra o mérito do Sindilub estar participando efetivamente desses levantamentos, uma vez que as revendas atacadistas representam um ponto importante, influenciando até na competitividade do mercado de lubrificantes e na manutenção dos negócios na formalidade. SP – O fato da pesquisa ter sido realizada somente no Rio Grande do Sul também vem sendo muito questionado. Honda – O Sindilub ainda tem vários pleitos que podem ser feitos para reabrir essa discussão. Primeiro que, o ponto mais importante que eu particularmente entendo é que a substituição tributária tem de ser uniforme nacionalmente. Esse é o primeiro pressuposto e é o que existia no convênio antes de haver essa abertura que começou com o Rio Grande do Sul e depois, com o ato COTEPE, os estados começaram a aderir ao novo MVA de modo pontual. E sendo a substituição tributária em nível nacional, a pesquisa tem de ser em nível nacional. SP – E se a pesquisa fosse feita só em SP, seria válida, já que é o maior mercado do país? Honda – Temos acompanhado vários setores dentro da substituição tributária. Na FIESP, eu criei um grupo de trabalho com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo para discutir de maneira mais pragmática, rápida e objetiva algumas alterações, alguns ajustes finos na substituição tributária em nível estadual. E o que acontece é que o que São Paulo faz acaba servindo de paradigma e modelo para outros estados. Ainda assim, no caso dos lubrificantes, seria uma pesquisa regional e, nos moldes do que foi feito no Rio Grande do Sul, apenas com aferições feitas por parte do Poder Público. Acho que, quando estamos falando de MVA, insisto que é necessário ter uma pesquisa em nível nacional e envolvendo os agentes que fazer parte do setor, incluindo os atacadistas, os varejistas e as indústrias, por exemplo. São todos setores importantes porque, de acordo com o tipo de produto, o canal de distribuição tem um peso relevante para a fixação do MVA. Precisamos lembrar que MVA não é preço. É uma margem ponderada daquela cesta de produtos que representam um determinado setor. SP – Existe a possibilidade de reverter o MVA de 61,31% juridicamente? Honda – Não. Podemos abrir uma discussão pontual porque a margem anterior, de 30%, estava prevista em convênio. E a nova, de 61,31%, está prevista em ato. Então, há uma discussão jurídica, mas é uma discussão muito tênue porque, infelizmente, a substituição tributária já foi para o Supremo Tribunal Federal, que a legitimou. Então, haveria, neste caso específico dos lubrificantes, uma possibilidade de questionamento, não sobre a substituição tributária, mas sobre a metodologia aplicada, de ser por convênio e não por ato COTEPE e por não ter seguido algumas parametrizações de uma pesquisa nacional. O grande problema de uma medida judicial é que, se conseguirmos uma liminar, ela pode ser cassada. E aí, se perder a ação, o setor terá mais problemas na prática, pois a cobrança pode ser retroativa ao período em que estava em vigor a liminar. SP – Quais os próximos passos a serem dados pelo Sindilub? Honda – O sindicato precisa analisar muito bem o terreno para saber se vale a pena entrar com uma ação judicial. A ideia que está sendo discutida, inclusive tendo sido aceita pelo COTEPE, é a possibilidade de realização de uma pesquisa nacional com a participação do sindicato. Isso, no entanto, ainda não está definido e nem se os resultados de uma eventual nova pesquisa, com a participação do setor e em nível nacional, servirão para uma revisão do MVA dos lubrificantes. SP – E o que os revendedores atacadistas devem fazer para evitar problemas jurídicos? Honda – Eles têm que continuar seguindo as regras no dia a dia, fazendo as alterações necessárias de acordo com o ato COTEPE. Na realidade, para os revendedores atacadistas, o produto já sai da indústria com a substituição tributária com a retenção antecipada. Tem de cumprir todas as obrigações fiscais e acessórias, independentemente das discussões em torno do novo MVA. S sindilub 13 A genda Sindilub participará da Expopostos Texto: Thiago Castilha Imagens: Divulgação Expopostos A contecerá de 27 a 29 de agosto em São Paulo a Expopostos & Conveniência 2013 e o XI Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência e Food Service que ocorrerá paralelamente no Expo Center Norte. O Sindilub estará presente no estande institucional da Fecombustíveis - Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, e participará do Fórum no painel sobre Lubrificantes. Segundo o gerente de relações públicas da Fecombustíveis, Celso Guilherme Borges, a edição de 2013 da Expopostos será sem dúvida um grande evento, “a expectativa é bater recorde de público novamente. A feira vai ocupar todo o pavilhão azul do Expo Center Norte, ou seja, neste ano teremos quatro mil metros quadrados a mais do que na última edição de São Paulo em 2011 e todos os espaços de exposição já foram comercializados”. No Fórum, além do painel sobre Lubrificantes, destaque para as palestras do ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles e do PhD em economia pela USP e especialista em marketing de varejo, Nelson Barrizelli. O evento é realizado pela Fecombustíveis, Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes) e Abiesp (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços). A Expopostos e o Fórum reúnem revendedores de combustíveis e lubrificantes, fornecedores de equipamentos e serviços, membros dos executivos estaduais e nacional, entidades patronais do setor, entre outros. S 14 sindilub Mais informações no site: www.expopostos.com.br M eio Ambiente Entidades cumprem meta de coleta de Oluc em SP Texto: Renato Vaisbih O Sindilub, junto com outras entidades que integram a cadeia de lubrificantes, encaminhou em maio ofício à Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo com informações sobre o cumprimento do Termo de Compromisso para Responsabilidade Pós-Consumo de Óleos Lubrificantes. O documento, endereçado ao secretário Bruno Covas, também foi assinado por representantes do Sindicom – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes; Simepetro – Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo; e Sindirrefino – Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais. O texto enfatiza que, de acordo com o Termo de Compromisso e também nos termos da legislação federal, a meta de coleta de óleo usado e contaminado (Oluc) na Região Sudeste está fixada em 42%. O ofício ainda informa que, a partir de controles exercidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a quem compete superintender o abastecimento dos derivados de petróleo no país, foram comercializados no ano passado, no Estado de São Paulo, 396,041 milhões de litros de óleos lubrificantes automotivos e industriais. 16 sindilub Documento enviado ao governo paulista enfatiza determinações do Termo de Compromisso para Responsabilidade PósConsumo de Óleos Lubrificantes Desse volume devem ser deduzidos os óleos lubrificantes dispensados de coleta porque integram o processo produtivo, não gerando resíduo pós-consumo, que chegaram a 94,211 milhões de litros em 2012. Assim, a base de cálculo para a coleta foi de 301,830 milhões de litros, sendo que foram coletados no Estado de São Paulo 126,461 milhões de litros, equivalente a 41,898% do volume comercializado, dentro da meta estabelecida. O documento encaminhado ao secretário Covas também informa que o volume total da coleta no Brasil em 2012 chegou a 416,607 milhões de litros, correspondendo a 37% da produção, acima da meta nacional fixada em 36,9% pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Rerrefino Outra informação relevante que consta do ofício é que, do volume de 241,632 milhões de litros de óleo básico rerrefinado produzido no Brasil em 2012, 99,938 milhões foram comercializados às produtoras de óleo lubrificante acabado e de graxa lubrificante sediadas no Estado de São Paulo. Segundo o texto, para o alcance desse volume de comercialização no Estado, foram processados quase 150 milhões de litros de Oluc, cifra superior ao volume de óleo usado gerado no território paulista. S »» Volume de óleo lubrificante comercializado no Estado de São Paulo = 396,041 milhões de litros. »» Volume de óleo lubrificante comercializado no Estado de São Paulo e dispensado de coleta, nos termos do artigo 10 da Resolução Conama 362/2005 = 94,211 milhões de litros. »» Volume de óleo lubrificante coletado no Estado de São Paulo = 126,461 milhões de litros, equivalentes a 41,898%. »» Volume de óleo usado ou contaminado coletado e submetido a processo de rerrefino no Estado de São Paulo = 149,161 milhões de litros. »» Volume de óleo básico rerrefinado comercializado no Estado de São Paulo = 99.938 milhões de litros de óleo básico. M ercado Venda a granel exige mudanças nas revendas Texto: Renato Vaisbih Imagens: Divulgação A Shell lançou recentemente um novo serviço para venda de lubrificantes a granel. O projeto “Troca Certa Shell” já está funcionando em algumas regiões e o planejamento da companhia prevê sua implantação em breve nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Pernambuco, Ceará, Bahia e Pará, além do Distrito Federal. O coordenador do “Troca Certa Shell”, Guilherme Palma, explica que “a Shell só trabalha com distribuidores atacadistas exclusivos e todos eles vão ter o sistema de venda de lubrificantes a granel, geralmente com três tanques de 30 metros cúbicos cada um e ainda dois caminhões com capacidade para 15 metros cúbicos”. A novidade fez com que os distribuidores tivessem de mudar um pouco o controle de estoque, que agora passou ser com o próprio óleo armazenado nos tanques, com o produto sendo transferido para os caminhões e, posteriormente, para minitanques de 300 a mil litros, no formato das embalagens plásticas tradicionais, instalados, por exemplo, nos revendedores varejistas, trocas de óleo, oficinas mecânicas e postos revendedores. As linhas disponíveis para venda a granel são: Shell Helix, com o Shell Helix HX6; Shell Rimula, com o Shell Rimula R3X e Shell Advance, com o Shell Advance AX5. Apesar de preferir não revelar números, Palma assegura que o projeto já vem apresentando resultados acima das expectativas e admite que foi preciso reforçar ainda mais a parceria com os revendedores atacadistas para garantir a qualidade dos produtos na venda a granel. “Tivemos de desenvolver um sistema mais robusto de análise dos produtos. Nos caminhões e nos tanques, utilizamos medidores digitais de alta precisão para o controle real de qualquer movimentação do produto. Também existe um controle feito por lacres e, em termos de qualidade, o produto passa por quatro análises, em momentos diferentes, desde a saída do lubrificante da fábrica até a entrega no distribuidor. Por fim, a Shell realiza auditorias em todos os distribuidores atacadistas”, esclarece o coordenador do “Troca Certa Shell”. 18 sindilub Apoio das revendas Um dos pontos fortes da venda a granel da Shell é o apoio dos atacadistas. Para Luiz Fernando Potier, que já trabalha com o novo sistema desde meados de janeiro na Gamma Distribuidora de Lubrificantes Ltda., que fica no município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), “o programa veio para estabelecer uma ideia de sustentabilidade de preocupação com o meio ambiente. Além disso, o cliente final tem um custo menor e temos mais agilidade nas trocas de óleo”. Shell lança novo projeto para venda fracionada de lubrificantes em parceria com distribuidores atacadistas exclusivos Na opinião dele, a possibilidade de ter um controle do volume do estoque se tornou um atrativo. Outros aspectos positivos apontados por Potier são o fato de ter a chancela da Shell e o treinamento que a companhia realiza com os distribuidores, sempre focando a qualidade do produto e a segurança na movimentação dos tanques e caminhões. “Estamos obtendo boas respostas tanto no varejo quanto nas indústrias. O pessoal gosta dos atrativos e o marketing da Shell, com os tanques nos formatos da embalagem tradicional, também tem um apelo muito grande. O visual ajuda a transmitir a credibilidade dos produtos e dá segurança aos consumidores”, afirma. S Dê ao óleo usado o destino previsto em lei e ajude a preservar a natureza. Cumpra a Resolução CONAMA 362/2005 SINDIRREFINO Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais Avenida Paulista, 1313 • 8º andar • conjunto 811 • FIESP CEP 01311-923 • São Paulo/SP • Fone/Fax (11) 3285-5498 www.sindirrefino.org.br E spaço Técnico Óleo sem homologação Usar ou não usar? Eis a questão Texto: Renato Vaisbih Foto: Divulgação outra, ao tipo de desempenho como informação ao consumidor. A homologação de marca de lubrificante específico é quando o mesmo é submetido ao fabricante do veículo e tem sua aprovação formal, isto é, a marca do óleo é informada ao consumidor final que aquele produto é reconhecido pela montadora para uso em seus motores, uma outra situação é quando o produto atende a todos organismos internacionais e de própria recomendação da montadora, mas esta não tem como norma informar nomes de produtos. Sérgio Luiz Camacho Viscardi, diretor da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), esclarece que “os consumidores devem sempre optar pelos óleos lubrificantes indicados pelos fabricantes dos veículos ou motores, seja através da homologação, seja pelo atendimento à especificação dos organismos internacionais. As informações devem sempre constar no rótulo ou contra-rótulo da embalagem do produto. Assim, será possível obter a performance e durabilidade do veículo e atender a legislação de emissões”. A escolha do melhor lubrificante para cada tipo de veículo costuma causar dúvidas até mesmo entre as pessoas mais experientes e que conhecem o mercado. Isso porque nem sempre são simples o entendimento das especificações e cálculos para chegar à melhor relação de custo x benefício, por isso, os profissionais que trabalham nas revendas devem conhecer muito bem as especificações dos produtos. Montadoras adotam procedimentos diferentes. Algumas aprovam óleos lubrificantes específicos, enquanto outras recomendam a utilização de especificações seguindo instituições internacionais, como a API, ACEA, ILSAC e JASO (veja quadro). E é aí que podem surgir dúvidas. Em alguns casos, uma não exclui a outra. É importante saber que, independentemente da aprovação de marcas de lubrificantes, os fabricantes de veículos indicam nos manuais duas especificações de organismos internacionais, uma relativa à viscosidade e 20 sindilub O representante da AEA lembra ainda que, “para os fabricantes de veículos que optam por homologar o óleo lubrificante, é solicitado ao produtor do lubrificante um lote do produto conforme suas especificações e esse lote é enviado para uma série de testes, que são avaliados em laboratório físico-químicos e /ou de durabilidade e performance através de ensaios no equipamento propriamente dito, em campo ou simuladores como dinamômetro do motor e de rodagem”. “Os testes físico-químicos podem ser realizados por laboratórios especializados para verificação de alguns resultados, mas testes de atendimento de performance API, por exemplo, são feitos em laboratórios no exterior devido a diversidade e custo dos equipamentos requeridos para a realização das sequências de testes para cada uma das categorias de óleos”, afirma Viscardi. Tipos de especificações de óleos lubrificantes »» SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos): classifica o óleo segundo a sua viscosidade, à baixa temperatura (número seguido da letra “W”, de winter, inverno em inglês) e altas temperaturas. Ex.: SAE 5W30, SAE 10W30, SAE 15W40. »» API (Instituto Americano do Petróleo): classifica o óleo segundo o seu desempenho em motores padronizados, considerando a necessidade de esforço para o funcionamento do motor. Existem padrões diferenciados para veículos a diesel e gasolina ou etanol. »» ACEA (Associação Europeia de Construtores de Automóveis): também classifica o óleo segundo seu desempenho, mas acrescenta algumas categorias, como veículos a diesel leves e pesados. »» ILSAC (Comitê Internacional de Aprovação de Padronização de Lubrificantes): estabelece padrões para veículos de passageiros a gasolina, com testes e limites para economia de combustível e a utilização de aditivos mais robustos para proteger motores do desgaste, temperaturas maiores e maiores potências de saída. »» OEM’s (Fabricante Original de Equipamentos): são os requerimentos de performance dos fabricantes, como os exemplos: BMW (BMW Longlife-xx), General Motors (Dexos x), Mercedes Benz (MB 229.x), Volkswagen (VW 50x-xx), Ford (WSS- M2C9xxx-x) entre outros. E spaço Técnico Quando contratar um químico responsável Texto e Foto: Ana Azevedo É recorrente entre os associados o questionamento sobre a necessidade de manter ou não um químico responsável na revenda atacadista de lubrificante. Para responder tal questão, o Sindilub entrou em contato com o CRQ-IV (Conselho Regional de Química de São Paulo), para saber quando a figura desse profissional se faz necessária. Segundo a Resolução Normativa n° 12 do CRQ, uma empresa deverá ter um químico responsável quando este exercer direção técnica, chefia ou supervisão da fabricação de produtos químicos, da fabricação de produtos industriais obtidos por meio de reações químicas dirigidas ou, de laboratórios de controle químico. O assessor de Comunicação e Marketing do CRQ, Carlos de Souza, diz que havendo embalagem ou reembalagem, a empresa deverá contar com o profissional da Química, atuando como responsável técnico. É importante ressaltar que o CRQ fiscaliza as empresas periodicamente. Souza explica que existem dois tipos de vistoria: empresas novas e empresas registradas. No primeiro caso, o Fiscal do CRQ-IV levanta informações in loco sobre as atividades desenvolvidas, a fim de apurar a existência de atividade que exija conhecimento de química. No segundo, a vistoria objetiva apurar a efetividade da atuação do profissional indicado como responsável técnico e a abrangência dessa responsabilidade assumida. Em ambos os casos, ele lavra um relatório de vistoria em duas vias, sendo uma delas entregue ao representante da empresa. Como a fiscalização é orientativa o Fiscal não lavra notificação de multa em caso de irregularidade, mas instrui o infrator quanto às providências a serem tomadas. Vale ressaltar que a Resolução nº 10, da Agência Nacional do Petróleo, em seu artigo 5º diz que os lubrificantes, quando envasilhados, deverão apresentar nas embalagens informações claras, em português, de forma a não induzir o consumidor a um falso entendimento com respeito à origem e às características do produto, constando em seus rótulos: VI – nome e número de inscrição no órgão de classe do químico responsável; Logo, o revendedor não deve adquirir produtos cujo o rótulo não possua tal informação. O assessor do CRQ lembra que a entidade está à disposição para tirar dúvidas sobre este e outros assuntos, basta entrar em contato pelo endereço [email protected] ou consultar o site - www.crq4.org.br. S sindilub 21 E vento Congresso do Minaspetro Texto: Thiago Castilha Fotos: Divulgação Minaspetro / Fabiano Domingues C erca de 1300 pessoas, entre revendedores de combustíveis e lubrificantes, empresários do segmento e autoridades estiveram presentes no XIII Congresso dos Revendedores de Combustíveis de Minas Gerais, realizado pelo Minaspetro, no Ouro Minas Palace Hotel em 18 e 19 de abril. Na abertura do evento, o presidente do Minaspetro e da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, ressaltou que a categoria está dando passos largos rumo a um mercado de combustíveis de primeiro mundo, com menos de 3% de não-conformidades. Estiveram na abertura o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, o senador Francisco Dornelles, o vice-presidente Financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, o presidente do Sindilub, Laercio Kalauskas, acompanhado do diretor executivo Ruy Ricci, entre outros. As palestras contaram com o jornalista Paulo Henrique Amorim e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O senador Aécio Neves participou de um almoço com as autoridades presentes. Na exposição, o evento contou com 26 estandes de produtos e serviços do segmento, além de estandes de orientação sobre a dengue, do Programa Jogue Limpo e da ouvidoria da ANP. S M eio Ambiente Encontro sobre logística reversa Texto: Ana Azevedo O Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução Conama nº 362 (GMP), promoveu mais um Encontro sobre “Logística Reversa de Óleos Lubrificantes”. Caxias do Sul foi a cidade escolhida para o encontro que aconteceu no dia 15 de maio, no Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico - SIMECS. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente - Abema; Associação Nacional das Agências Municipais de Meio Ambien- 22 sindilub te - ANAMMA e do Sindicato das Indústrias de Rerrefino de Óleos Lubrificantes - Sindirrefino. Ao longo do dia representantes do GMP realizaram palestras nas quais discutiram a produção de óleo lubrificante acabado, a comercialização dos lubrificantes, o que é o oluc (óleo lubrificante usado e/ou contaminado) e como deve funcionar a logística reversa. O papel do rerrefino também foi abordado, assim como as diretrizes para o Licenciamento Ambiental das atividades ligadas aos Olucs. Mais uma vez os membros do GMP procuraram orientar os técnicos locais sobre os pontos de destaque da legislação e os efeitos dos acidentes para o meio ambiente. Participaram do evento o superintendente da Regional Sul da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Edson Silva, e o diretor técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler - FEPAM, Rafael Volquind. S Nós protegemos os recursos naturais. E você? O óleo lubrificante usado só tem um destino legal e ecologicamente correto: avanticom a coleta e o rerrefino Ao realizar a coleta e o rerrefino do óleo lubrificante usado* dos veículos e indústrias em todo país, transformando o óleo usado em óleo novo, a Lwart Lubrificantes assume sua responsabilidade na preservação do meio ambiente, evitando a emissão de gases de efeito estufa e a contaminação do solo e dos mananciais. Cuidar do Planeta é responsabilidade de todos. Conte com a nossa parceria! Solicite a Coleta pelo site: www.lwartlubrificantes.com.br ou Disque Coleta: 0800 701 0088 *Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deve ter o rerrefino como destinação final segundo resolução Conama 362/2005. A genda Lubes em foco promove 3º encontro com o mercado Texto: Ana Azevedo A Revista Lubes em Foco promove nos dias 1 e 2 de julho, no Rio de Janeiro, o Encontro com o Mercado - América do Sul. O evento, que já se tornou tradicional, ganhou uma nova roupagem. Segundo o coordenador técnico do evento e editor da Revista Lubes em Foco, Pedro Nelson Belmiro, o Encontro deste ano tornou-se internacional graças à parceria estabelecida com a ICIS, e será uma grande oportunidade para agregar países da América do Sul em torno de temas de interesse geral. Belmiro explica que além de receber palestrantes internacionais, o evento permitirá a troca de conhecimento e experiências com países vizinhos, sobre abastecimento, qualidade e meio ambiente. “Queremos catalisar os esforços da América do Sul, de modo a ter o respeito e o interesse do mercado mundial de lubrificantes”, concluiu Belmiro. O 3º Encontro com o Mercado tem como objetivos avaliar as perspectivas do mercado brasileiro de lubrificantes no contexto do atual panorama econômico mundial e local e debater, com os principais agentes econômicos, entre governo e representantes da cadeia produtiva, os principais problemas e soluções para o desenvolvimento do setor. Objetiva ainda apresentar e debater o mercado mundial de lubrificantes com ênfase especial na América do Sul. A expectativa dos organizadores é de um recorde no S número de participantes, com mais de 300 pessoas. Serviço: 1 e 2 de julho de 2013 FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Av. Graça Aranha, 112 - Centro Rio de Janeiro - RJ A genda 6º Congresso Simepetro será em outubro Texto: Ana Azevedo O 6º Congresso Nacional Simepetro será realizado nos dias 3 e 4 de outubro, no Rio de Janeiro. Para esse ano a diretoria do Sindicato preparou um novo formato de evento. No dia 3 haverá uma palestra motivacional, a abertura da exposição e um coquetel. O dia 4 foi totalmente reservado para as palestras, que deverão abordar temas atuais de mercado, além do tradicional encontro com os representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Petróleo Brasileiro (Petrobras). O presidente Carlos Ristum explica que a escolha da 24 sindilub cidade do Rio de Janeiro foi estratégica. “Com o evento realizado no Rio fica mais fácil a participação dos representantes da ANP e da Petróleo Brasileiro. O mercado vive um momento em que precisamos aproximar o produtor do órgão Regulador, para que ele tire dúvidas e alinhe os procedimentos”. As inscrições já estão abertas no site da Entidade – www.simepetro.com.br. As inscrições custam R$ 150,00 para associados e R$ 180,00, para não associados. A exemplo dos anos anteriores, o Congresso contará com um espaço de Exposições, situado no Centro de Convenções em frente ao Hotel, conhecido como Casa da Guarda Presidencial do Palácio do Catete, um prédio histórico, tombado pelo patrimônio nacional. S E vento Mercado Potencial Texto: Thiago Castilha Foto: Divulgação O II Encontro de Revendedores do Centro-Oeste, realizado entre os dias 9 e 10 de maio em Cuiabá – MT pelo Sindipetróleo com apoio da Fecombustíveis e dos Sindicatos do Com. Varejista de Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, reuniu mais de 1.300 pessoas no centro de eventos Pantanal. Revendedor Atacadista de Lubrificantes pode ser um grande parceiro dos Postos de Serviços Neste ano a organização do evento adotou como tema central a “Gestão Profissional com foco voltado à Sustentabilidade”, apresentando aos participantes diversas palestras sob este tema. Na programação, destaque para a palestra de encerramento com o publicitário e mágico, Clóvis Tavares que apresentou aos empresários uma divertida reflexão sobre a importância de cuidar da imagem empresarial. O Sindilub marcou presença sob a figura do diretor executivo Ruy Ricci que ministrou a palestra sobre o Mercado Potencial de Lubrificantes x Postos de Serviços. Segundo Ricci, os postos de serviços podem recuperar a liderança na troca óleo e o revendedor atacadista é um grande parceiro nesta retomada de mercado dos Postos de Combustíveis, pois é uma fonte de informação técnica de produtos e de aplicação de normas ambientais e ainda possui variedades de produtos que podem proporcionar maior lucratividade. “A troca de óleo foi deixada de lado nos postos, apesar de possuir estrutura mais adequada do que uma oficina mecânica, e isso representa uma perda de lucro considerável. Para efeito comparativo o ticket médio de um litro de lubrificante gira em torno de R$ 15,00, enquanto que na loja de conveniência não passa de R$ 7,00”, explicou Ricci. Ruy Ricci “O mercado de combustíveis em Mato Grosso apresenta uma característica que difere do perfil nacional. Enquanto que na média nacional 43% dos postos de serviços são de bandeira branca, no Mato Grosso são 61% do mercado, em outras palavras, não possuem contrato de exclusividade para comercialização de lubrificantes podendo desenvolver marcas variadas”, comentou Ricci. Além das oportunidades comerciais, durante a palestra destacou a importância de questões ambientais e laborais como o manuseio do lubrificante e destinação adequada do Oluc (óleo lubrificante usado contaminado), segundo a Resolução Conama 362/05 e os demais resíduos gerados na troca de óleo. Segundo o presidente do Sindipetróleo, Aldo Locatelli, ficou clara a importância da interação entre os atacadistas de lubrificantes e comércio varejista de combustíveis: “Toda a sistemática de descarte de óleos usados e de embalagens para muitos ainda é desconhecida quando falamos das novas regras, metas, desafios e responsabilidades. Por isso a palestra do Sindilub foi importante para a revenda do Centro-Oeste, principalmente para os mato-grossenses, maioria presente no evento. Agradeço pela participação do Sindilub que tem uma história de colaboração com o meio ambiente e nós, do Sindipetróleo, apoiamos iniciativas com este intuito”. S sindilub 25 L egislação Empresas devem se preparar para o EFD Social Texto e Foto: Ana Azevedo O SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) foi instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, parte integrante do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010). O aparato de controle e gestão do SPED iniciou-se com cinco grandes projetos, entre outros: 1-NF-e (Nota Fiscal Eletrônica); 2- EFD FISCAL - Escrituração Fiscal Digital que contempla os registros e a apuração do ICMS e IPI e substitui os Livros de Entrada, Saída, Apuração de ICMS e IPI, Inventário e o CIAP (Controle do Crédito de ICMS do Ativo Permanente): 3-ECD - Escrituração Contábil Digital; 4- EFD-Contribuições, anteriormente chamada de EFD-PIS/COFINS, contemplando as contribuições de PIS e COFINS e as previdenciárias incidentes sobre a receita bruta que desoneram a folha de pagamento; 5- e-DIPJ que substitui o e-LALUR. O cronograma de obrigatoriedade de empresas a todos estes projetos foi gradual. A próxima etapa, a ser implantada até julho de 2013, porém, com obrigatoriedade de entrega para janeiro de 2014, é a EFD-Social (Escrituração Fiscal Digital Social), cujo objetivo é abranger a escrituração da folha de pagamento, o Livro de registro de empregados, acidente de trabalho, ações trabalhistas, abertura da base de cálculo do INSS, FGTS, IRRF, bem como, o registro de todas as notas fiscais e das transações de prestação de serviços sujeitos a retenção de INSS, contemplando todo o universo de empregadores, dentre eles, os empregadores pessoa física, MEI, do Simples Nacional e produtores Rurais. “É o maior projeto de implantação da Receita Federal até o momento. Vejo um grande problema para empresas que não tem alguns departamentos, como área jurídica interligada com a de Recursos Humanos”, alerta a Dra. Tânia Gurgel, professora de pós-graduação, advogada tributarista, previdenciária, contadora e sócia da TAF Consultoria. Segundo ela quem trabalha com terceiros deve ficar atento aos contratos. “Na hora de elaborar o contrato é preciso prever as retenções de INSS e como elas se comprovam. Todo esse arcabouço que antes só informávamos em uma linha, agora terá que ser detalhado”. Uma grande mudança será a unificação. Todas as informações estarão no CPF do funcionário e não no NID (identidade do trabalhador). O recolhimento do INSS que é feito em GPS passará a ser feito por Darf. Para isso será criada a DCTF Prev, com novas rotinas. Um dos primeiros reflexos da nova sistemática deverá ser na comunicação das empresas. Contratações e demissões que atualmente podem ser informadas ao longo do mês terão que ser feitas no mesmo dia. O empregador deverá comprovar o recolhimento da empresa relativa à Contribuição Sindical Patronal e também o recolhimento da Contribuição Sindical do Empregado. Os laudos técnicos terão que ser checados e se houver algum grau de periculosidade ou insalubridade no trabalho do terceiro, a empresa terá que fazer a retenção desse percentual. “Hoje o Fisco só verifica isso em diligência, no entanto agora ele terá tudo na base de informações. As equipes devem estar preparadas dentro das empresas para que todos trabalhem em conjunto”. As novas normas deverão entrar em vigor a partir de primeiro de janeiro de 2014. “Em dezembro as empresas mandarão os cadastros de folhas para a base e em janeiro estarão aptos a gerar as novas folhas. Uma informação errada poderá gerar multa de 0,2% do faturamento do mês anterior. Vale ressaltar que inserir informações inexatas é crime de sonegação fiscal”, alerta a consultora. S [email protected] Fone: (11) 4371 8110