Capa MAR/ABR 2008 1ª Oficina de Trabalho Unifica Ação dos Agentes Ambientais Cópia de Revista.pmd 3 31/7/2008, 11:03 Página 2 Cópia de Revista.pmd 4 31/7/2008, 11:04 Página 3 Fique por Dentro NF-E AINDA NÃO É OBRIGATÓRIA PARA SEGMENTO DE LUBRIFICANTES Desde o último dia 1° de abril, todas as empresas fabricantes e distribuidoras dos setores de cigarros e combustíveis estão obrigadas a emitir a nota fiscal eletrônica (NF-e). De acordo com a Receita Federal, a decisão de iniciar a adoção da NF-e por estes setores, deve-se à forte carga tributária que recai sobre essas indústrias. O objetivo da Receita é transformar o papel em um documento digital. O procedimento que antes necessitava de cinco vias, passará a contar exclusivamente com o Danfe, um documento a ser utilizado na circulação da mercadoria. A nota fiscal eletrônica é um registro feito por computador no sistema mantido pelas Secretarias de Fazenda e Receita Federal. A expectativa do governo é combater a sonegação fiscal, com a identificação de notas frias; a mesma nota utilizada para várias operações de vendas; e notas duplas, sendo uma para o Fisco, subfaturada, e outra com o valor real da operação. Embora a NF-e seja obrigatória apenas para os segmentos de tabaco e combustíveis, algumas empresas do setor de lubrificantes decidiram implantar o sistema. É o caso da empresa Cavalo Marinho Lubrificantes, pertencente ao Grupo Cavalo Marinho, que desde 1983 atua nos Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas, como TRR, Distribuidor Autorizado e postos de combustíveis. De acordo com Armando Monteiro, diretor da empresa, em função da obrigatoriedade para o TRR, a diretoria resolveu unificar os sistemas de emissão de notas fiscais, adotando-o também para a revenda de lubrificantes. “Tivemos inúmeras dificuldades na implantação e ainda temos algumas. Nosso encarregado de TI, Marcos Cazé, fez várias reuniões com a Sefaz, a empresa de informática e com a contabilidade. Ainda ocorrem problemas, mas acreditamos que seja uma evolução e que trará bons frutos para todos, principalmente àqueles que atuam com seriedade”, explica. NF-e seja obrigatória para a operação principal da empresa, ela o será para todas as demais”, explica o consultor fiscal do Sindilub, Wilson Bertoldo Brandão. Para fazer a implantação Monteiro solicitou a Certificação Digital (e-pj), através de uma empresa credenciada (Serasa), depois fez a solicitação de inclusão no Sefaz no ambiente de homologação (teste). “Estamos utilizando o sistema desde 1° de abril, acho que ainda é cedo para avaliá-lo como um todo, embora acredite que irá contribuir em muito para facilitar o processo fiscal e de arquivos dentro das empresas, bem como reduzir as possíveis irregularidades cometidas por empresas que trabalham de forma ilegal, prejudicando a livre concorrência”. Para facilitar e estimular o uso da NF-e, a Fazenda disponibilizou um programa emissor da nota eletrônica para ambiente de produção. O software está nos sites www.nfe.fazenda.gov.br ou www.emissornfe.fazenda.sp.gov.br Para realizar o download e iniciar os testes ou a emissão em produção é necessário solicitar o credenciamento como emissor de NF-e através do serviço de auto-atendimento da Receita Estadual – www.sefaz.rs.gov.br – baixar o programa emissor (versão de testes ou de produção) no site www.nfe.fazenda.gov.br e adquirir, para assinar as NF-e, um certificado de assinatura digital, com o CNPJ da empresa, junto a uma das autoridades certificadoras credenciadas junto à Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil. É importante destacar que a Distribuidora de combustível, ou o TRR (Transportador – Revendedor – Retalhista) ao faturarem o óleo lubrificante no mesmo CNPJ do combustível, estão obrigados a emitir a NF-e para esta operação. “Uma vez que a O diretor Executivo do Sindilub, Ruy Ricci, alerta para a necessidade dos empresários começarem a se familiarizar com os programas de emissão da NF-e, bem como providenciarem a atualização de seus equipamentos. “Em um futuro próximo esta exigência será estendida aos lubrificantes, e atuará como importante ferramenta para auxiliar no controle do descarte do óleo usado, e seu desvio para queima”. Por Ana Azevedo Órgão de Divulgação do Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes - SINDILUB Presidente: Laercio dos Santos Kalauskas Vice-Presidente: Lucio Seccato Filho Diretor Secretário: Carlos Abud Ristum Diretor Tesoureiro: Jaime Teixeira Cordeiro Diretor Social: Antonio da Silva Dourado Diretor Executivo: Ruy Ricci Av. Imperatriz Leopoldina, 1905 - Cj. 21 - V. Leopoldina - São Paulo - SP - 05305-007 - Fone/Fax: (11) 3644-3440/3645-2640 Coordenadora: Ana Leme - Site: www.sindilub.org.br - E-mail: [email protected] Jornalista responsável: Ana Azevedo - MTB 22.242 Editoração e Fotolito: iPressnet - Fone: (11) 3644-5596 - www.ipressnet.com.br Toda matéria é de inteira responsabilidade de seu autor. Sua publicação visa despertar o debate sobre o assunto a que se refere. 3 Cópia de Revista.pmd 7 31/7/2008, 11:04 Página 4 LINHA LUBRAX: O LUBRIFICANTE CERTO PARA CADA APLICAÇÃO Para atender as mudanças de especificações ditadas por fabricantes de carros, que visam obter um controle cada vez mais rigoroso sobre emissões poluentes, economia de combustível ou atender necessidades específicas de equipamentos, a Petrobras Distribuidora lançou mais um lubrificante, o Lubrax GL5 - LS. Blocante”, pois possui um aditivo especial (modificador de atrito) que atende as necessidades dos “eixos diferenciais” em questão, eliminando então, possíveis problemas que podem ocorrer se forem usados outros lubrificantes, que atendem apenas as especificações API GL4 ou GL5. O novo óleo lubrificante de base mineral foi desenvolvido para veículos equipados com “eixo diferencial” com tecnologia Limited Slip ou comumente chamada de “Auto-Blocante”. Um exemplo de problema causado pelo uso de outros lubrificantes é o risco de produzir ruídos incômodos e trepidações quando o veículo se encontra sob condições normais de rodagem. Com essa tecnologia, a distribuição da potência do motor é feita de forma eqüitativa para cada uma das rodas tracionáveis, caso uma delas venha a patinar, proporcionando estabilidade ao veículo e evitando assim, que a segurança na condução seja comprometida. Produzido no grau de viscosidade 85W 140, o novo Lubrax é direcionado a veículos utilitários, picapes e máquinas agrícolas. O Lubrax GL5 - LS está disponível desde janeiro deste ano, em frascos de um litro e baldes de 20 litros. Lembrando ainda que o Lubrax GL5 convencional continua sendo vendido. Imagem: www.driftbrazil.com Diferencial sem o Auto-Blocante Quando ocorre o travamento da roda, toda potência do motor é direcionada para ela, provocando um deslizamento (patinação) maior na direção da mesma; Diferencial com o Auto-Blocante - No veículo com tecnologia autoblocante, quando ocorre o travamento da roda, a potência do motor é direcionada eqüitativamente para as duas rodas, diminuindo assim a possibilidade de ocorrer a patinação. Imagem: www.driftbrazil.com O Lubrax GL5 - LS permite melhor aproveitamento da função do diferencial dotado da tecnologia, “Auto- 4 Cópia de Revista.pmd 8 31/7/2008, 11:04 Página 5 VALVOLINE E CUMMINS SE UNEM A Cummins e a Valvoline anunciaram, no último dia 17 de abril, a formação de uma joint venture no Brasil, a exemplo do que as duas empresas já fizeram na China e na Índia. A proposta é aproveitar a sinergia existente entre as atividades das empresas em todo o mundo, introduzir novos produtos lubrificantes e ampliar o serviço. A Cummins é a maior fabricante independente, em nível mundial, de motores diesel. Dona de uma fatia pequena do mercado nacional de lubrificantes, a Valvoline, que faz parte do grupo Ashland, pretende repetir no Brasil a façanha que conseguiu na Índia, depois da joint venture, passando de 0,5% de domínio do mercado para 4,5% em dez anos. Executivos da Valvoline preferiram não revelar o atual market share da companhia no Brasil. Mesmo de olho no segmento de motores a diesel e contando agora com a Rede de Distribuição Cummins em todo o território nacional, a Valvoline pretende intensificar as parcerias, o merchandising e o treinamento dos revendedores. A Valvoline hoje está presente em mais de 100 países e traz no currículo o fato de ter sido a empresa a produzir o primeiro óleo para motor do mundo. No Brasil, a proposta é ganhar o mercado em cinco ou seis anos e abocanhar uma fatia do consumo atual, estimado em 1,2 bilhão de litros/ano. Já que o País, segundo a nova em- presa, é hoje o sexto mercado do mundo em lubrificantes. Embora a Valvoline seja mais conhecida pelos óleos lubrificantes, é detentora também da marca Eagle One, de produtos de car care (embelezamento de carro), entre outras. Mercado diferenciado – A proposta da joint venture não é competir com lubrificantes de preços mais competitivos ou com as marcas que têm a vantagem do posto de bandeira, como Shell e Petrobrás, mas sim disputar mercado com os demais fabricantes sem postos, revendedores e postos de gasolina, eventualmente, sem bandeira. E oferecer um produto premium. Para o futuro, a empresa estuda trazer para o Brasil as unidades Valvoline Instant Oil Change (VIOC) e entrar também no mercado de trocas de óleo. Nos Estados Unidos, os VIOCs já compõem a segunda maior rede de trocas de óleo do país. Por Marcela Matos 5 Cópia de Revista.pmd 11 31/7/2008, 11:05 Página 6 CHEGAM AO BRASIL OS LUBRIFICANTES ECOLÓGICOS LINHA INÉDITA CHEGA AO MERCADO EM AGOSTO PELAS MÃOS DA CARBONO O mercado nacional de lubrificantes entra, definitivamente, na era do ecologicamente correto. Um acordo firmado pela Carbono Química com a BioSynt Biocombustível, reconhecida fabricante do setor, lança uma linha de lubrificantes de base vegetal inédita no País, 100% biodegradável e limpa. Ambas as empresas são 100% de capital nacional e a novidade é fruto de 25 anos de pesquisas. Dois dos 11 produtos da nova linha chegarão ao mercado a partir de agosto via principais atacadistas do setor - o Super 100, lubrificante desengripante; e a graxa vegetal Biograx V1, com alto poder de lubricidade e voltada a maquinários industriais. “Os demais lubrificantes vegetais serão introduzidos gradualmente no mercado brasileiro”, antecipa Vera Gabriel, pre- sidente da Carbono Química. Segundo ela, os lançamentos representam uma alternativa sem precedentes para a indústria nacional e mundial. “São as únicas opções 100% ecológicas existentes no Brasil, totalmente biodegradáveis e que não geram resíduos ou emissão de gases com impacto no meio ambiente”, completa. O Super 100 e a Biograx V1 têm como foco às necessidades das indústrias alimentícia, frigorífica, metalúrgica e hidroelétrica. “Esperamos ampliar a participação do mercado de lubrificantes em nosso faturamento, que hoje não ultrapassa 1,6%”, destaca o diretor superintendente da Carbono, Washington Yamaga. Por Scritta - Serviço de Imprensa FECOMBUSTÍVEIS TEM NOVO SECRETÁRIO EXECUTIVO Desde o final do ano passado, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes – Fecombustíveis – está com um novo Secretário Executivo. José Antonio Rocha assumiu o cargo depois de uma longa experiência no mercado de combustíveis e lubrificantes, que teve início em 1985, na Atlantic, posteriormente adquirida pela Ipiranga. Ao longo de 21 anos, Rocha atuou nos setores Administrativo, de Operações e no Comercial, nos mercados da Revenda e Consumo. “Trabalhei nos diversos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, e nos últimos seis anos na Ipiranga, desempenhei a função de assessor comercial em Minas Gerais”, comenta. No início de 2007, Rocha foi contratado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais – Minaspetro, também como Secretário Executivo. No final do ano veio para a Federação com a responsabilidade de administrar toda a parte burocrática e dar suporte ao presidente e sua diretoria. A proposta, explica, é contribuir com o trabalho da Federação, bem como melhorar cada vez mais o suporte aos Sindicatos filiados, e em especial àqueles que ainda não possuem uma estrutura adequada. “O objetivo da Fecombustíveis hoje é dar toda a estrutura para que os Sindicatos filiados a ela cresçam e conquistem cada vez mais filiados, com um serviço que atenda da melhor maneira possível o revendedor de combustíveis e lubrificantes”. 6 Cópia de Revista.pmd 12 31/7/2008, 11:05 Por Ana Azevedo Página 7 FITTIPALDI ASSINA NOVA FASE DE PRODUTOS DA AUTOSHINE Cinco aditivos – Gasolina, Flex, Diesel, Octane Booster e High Clean -, todos homologados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), com o aval e assinatura de Emerson Fittipaldi, passam a fazer parte do portifólio de produtos da Autoshine, a partir de maio. O lançamento da linha de aditivos para combustíveis, com a marca Fittipaldi, inaugura uma nova fase da Autoshine, que – nos últimos 11 anos – dedicouse a produzir e comercializar produtos do segmento de car care, como as ceras automotivas, ceras líquidas coloridas, limpa-couro, eliminador de odores, entre outros. Após 2 anos de pesquisas e a serem comercializados em frascos de 200 ml, o aditivo para gasolina destina-se a melhorar a ignição e a economia de combustível; o aditivo flex pode ser utilizado em tanques somente com álcool, gasolina ou a combinação desses combustíveis; o aditivo octane booster aumenta a octanagem da gasolina; o aditivo high clean para limpeza de bicos injetores e o aditivo diesel. A empresa vai utilizar o mesmo canal de vendas da Autoshine, seja por meio de distribuidores autorizados ou por redes de supermercados, além de alcançar postos de combustíveis, lojas de autopeças e míni-mercados. De outra parte, a Autoshine decidiu firmar parceria com o bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, por entender que esse segmento de aditivos de combustíveis conta com fortes e tradicionais fabricantes. “A marca Fittipaldi, por sua credibilidade, agrega valor a nossos produtos, de modo que a nossa penetração no mercado brasileiro possa acontecer mais rapidamente”, esclarece Matsui. Até o final do ano, a Autoshine terá ainda os aditivos para óleos combustíveis e entrará também o segmento de óleo sintético, o SL5W40. Por Koichiro Matsuo 7 Cópia de Revista.pmd 15 31/7/2008, 11:06 Página 8 Capa OFICINA CAPACITA AGENTES DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS Goiânia foi a primeira cidade escolhida para sediar as Oficinas de Capacitação para Aplicação da Resolução 362/2005 do Conama, promovidas pelo Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução (GMP). O evento, considerado o primeiro passo prático no sentido de homogeneizar o entendimento e a aplicação da Resolução, reuniu representantes do Sindirrefino, Sindilub, Sindicom, Conama, Ibama, ANP, Abema, Anamma e Oema´s de várias partes do país, principalmente dos estados do Centro-Oeste e Norte. Distribuído em palestras ao longo de dois dias, o evento teve por objetivo unificar a interpretação de alguns dispositivos da Resolução. “A postulação nossa é no sentido que exista um entendimento uniforme, pois temos verificado que o órgão ambiental interpreta o mesmo assunto de maneira diferente. Isso gera problemas para a análise dos documentos na ANP e traz um comprometimento, porque depois que a licença é expedida, sua revogação é muito difícil”, explica o Secretário Executivo do Sindirrefino, Walter Françolin. Na análise do Coordenador do GMP, Edmilson Rodrigues Costa, o evento foi um grande “norte” para a mobilização dos técnicos no sentido de incentivar o recolhimento do óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUCS). Embora tenha considerado o evento dentro das expectativas, o coordenador acredita que será necessário promover alguns ajustes no modelo formatado. “Notamos um excesso de informações e de dados que não se tornam necessários, na medida em que possuímos material didático”. O evento teve início com uma abertura solene pelo presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia, (AMMA), Clarismino Luiz Pereira Junior, o qual destacou que a dificuldade não está na complexidade do regramento, mas na união da sociedade civil, da indústria e dos produtores. Segundo ele, essa união é fundamental para a prática da melhoria. A abertura contou ainda com a presença do diretor do Ministério de Meio Ambiente, Rudolf de Noronha, do superintendente de Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente de Goiás, Emiliano de Godoy, do diretor do Departamento de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Ishihara, da especialista em Regulação da ANP, Tatiana Petricorena, do presidente do Sindirrefino, Nilton Torres Bastos, do representante do Sindicom, Eduardo Freitas e do diretor do Sindilub, Ruy Ricci. PALESTRAS As palestras procuraram abordar tanto os aspectos práticos, quanto os teóricos. A assessora técnica do Conama, Ruth Tabaczenski, explicou o trabalho do Conselho e como foi realizada a revisão da Resolução 9/93, até ela se tornar a 362, em 2005. O diretor do MME, Cláudio Ishirara, explicou que apesar das novas descobertas de petróleo, o país não dispõe de petróleo leve, de onde se origina o óleo básico para fabricação dos óleos lubrificantes, daí a importância da coleta e do rerrefino do óleo usado. O representante do Sindicom, Eduardo Freitas, explicou sobre o papel do lubrificante dentro do motor, destacando que a melhoria da composição vem permitindo uma redução no consumo, uma vez que as trocas acontecem em intervalos maiores. Segundo ele, nos últimos cinco anos os postos perderam participação na troca do óleo para as oficinas mecânicas, o que gera uma preocupação maior para a fiscalização, pois são mais de 140 mil oficinas distribuídas ao longo do país. 8 Cópia de Revista.pmd 16 31/7/2008, 11:06 Página 9 Falando em nome da ONG Apromac, Zuleica Nycz, afirmou que o trabalho do GMP é fundamental também para mostrar que o óleo é perigoso para a saúde, mas por outro lado tem vantagens econômicas. Para ela, a formação do Grupo é uma vitória. “Vamos usar esse Grupo como modelo”. Os números do rerrefino foram apresentados pelo Secretário Executivo do Sindirrefino, Walter Fançolin. Para cada 11 litros de óleos lubrificantes o Brasil importa um barril de petróleo leve Árabe. O lubrificante é uma fração nobre do petróleo representada por 90% de óleo neutro e 10% de aditivos. 10 litros de óleo usado queimado liberam na atmosfera 20g de metais pesados. Para Françolin o setor espera que haja efetiva troca de informações entre as Oemas, Anammas e a ANP; a adoção de requisitos mínimos para obtenção de licenças de instalação e operação; condicionar a validade da licença expedida ao registro do empreendedor perante ANP; a revogação e cassação de autorização contrária às normas; e o efetivo combate à clandestinidade. Falando em nome da ANP, a especialista em regulação, Tatiana Petricorena, mostrou alguns exemplos dos problemas encontrados. Segundo ela, no momento da autorização dentro da Agência, algumas licenças não retratam bem que atividade está sendo solicitada. “Existe uma falta de informação dentro dos órgãos de Meio Ambiente, em relação a essas atividades”. com o pessoal do setor, que está diretamente envolvido na atividade, mas no final das contas, não estamos vendo com o pessoal do licenciamento, o que ele tem”. A engenheira química Carmem Níquel, da FEPAM, lembrou o papel do órgão ambiental, afirmando que no momento em que ele é omisso, ao fazer uma avaliação errada, pode ser enquadrado como descumpridor da legislação e causador de dano ambiental. Para ela, é importante utilizar a prevenção. “O licenciamento tem que ser feito com uma boa coleta de informações, para termos noção do que vai acontecer, ou seja, quais resíduos serão gerados”. Comparando a Resolução 9/93 com a 362, o consultor jurídico da Apromac, Hassan Sohn, lembrou que a grande mudança foi a proibição da destruição térmica. Na 9/93 era permitida a queima, enquanto a 362 veta. “Os licenciamentos que tinham essa autorização precisam ser revistos, pois isso não é mais possível”. Na conclusão de Hassan, a única destinação possível para os OLUCs é o rerrefino. Também falando em nome da ANP, Carlos Monteiro, da Superintendência de Abastecimento, explicou os mecanismos de controle da Agência, no “Balanço de Massa”, que envolve produtores, importadores, coletores, dentre outros. Segundo ele as principais dificuldades do monitoramento dos óleos lubrificantes, são: a inadimplência no envio das informações aos agentes reguladores, informações imprecisas e incorretas; a multiplicidade dos tipos e aplicações dos óleos lubrificantes; a existência de agentes não autorizados no mercado e a ausência de regulação específica para os óleos básicos, graxas e óleos solúveis. Ao final do evento, o técnico da Coordenadoria de Resíduos e Emissões do Ibama, João Bosco Costa Dias, apresentou a minuta do Manual de Procedimentos que será lançado com objetivo de tentar unificar os procedimentos também na questão da fiscalização. “O Manual será instrutivo para o fiscal quando ele estiver executando seus trabalhos de campo, e obviamente homogeneíza os procedimentos em todo o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA)”. O Manual traz toda a problemática dos óleos lubrificantes usados e contaminados, os itens que compõem a Resolução 362, os procedimentos fiscalizatórios, os enquadramentos na legislação e cita toda a legislação que está envolvida na problemática dos óleos usados ou contaminados. Para o presidente do Sindirrefino, Nilton Torres Bastos, o objetivo final é que todos tenham facilidade para lidar com o óleo lubrificante usado e com toda essa gama de dispositivos. “Evidentemente temos muito que fazer, mas estamos fazendo bastante também”. Tatiana diz que não existe uma disseminação das Resoluções. “Gostei muito dessa parte em que eles trazem as dúvidas (debate), pois cada região vai ter suas características, dificuldades, então é importante que eles dêem esse retorno para vermos em que estamos errando. É muito confortável sentar Por Ana Azevedo 9 Cópia de Revista.pmd 17 31/7/2008, 11:06 Página 10 Espaço Técnico GRAXA ESCOLHA DO PRODUTO EXIGE CUIDADOS Os avanços tecnológicos também chegaram ao mercado de graxas e já há produtos menos nocivos ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, mais eficazes na proteção dos motores. “O importante é utilizar nos equipamentos, quer sejam automotivos ou industriais, sempre as graxas de melhor qualidade, pois uma graxa de menor qualidade certamente vai diminuir em muito a vida útil do elemento de máquina e aumentar o custo de manutenção”, disse Décio Fernandes, engenheiro químico, especializado em combustíveis e lubrificantes. De acordo com o especialista, uma graxa deve atuar no sentido de reduzir o desgaste dos componentes, fornecendo lubrificação adequada, deve também proteger contra a corrosão e a ferrugem e funcionar ainda como um selo, prevenindo a entrada dos chamados agentes contaminantes externos, especialmente pó e água. produzidas mundialmente são à base de algum tipo de sabão. Principalmente, lítio, cálcio e complexo de lítio. “O sabão não lubrifica, mas fornece as características de aplicação de uma graxa”, explica o engenheiro químico. AS GRAXAS LONG LIFE, FEITAS COM SABÃO COMPLEXO, SÃO AS PREFERIDAS DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA E DEVEM SER ADOTADAS TAMBÉM POR TODOS AQUELES PREOCUPADOS COM A QUALIDADE E COM O MEIO AMBIENTE. Paralelamente, uma boa graxa não deve escorrer e nem tão pouco pingar, já que a função é evitar o contato metal com metal. Um produto de qualidade, ainda segundo Fernandes, deve manter a viscosidade aparente durante toda a vida útil e não endurecer quando as temperaturas ficam baixas demais. “É fundamental que a graxa não ataque selos, vedações, pinturas ou outros elementos que façam parte do equipamento, isto é, seja compatível, e ainda tolere pequenas contaminações, como por exemplo, umidade, sem diminuir a sua performance ou sofrer mudanças significativas nas características.” Em outras palavras, o dependendo do sabão utilizado, a graxa apresenta características diferenciadas. Graxas que utilizam o sabão de cálcio possuem excelente resistência à água, porém está limitada ao uso em temperaturas de 90 graus Celsius. Exceto se for anidra, pois a anidra pode ser utilizada até ao redor de 105 graus Celsius. Mas é bom que se diga, as graxas de cálcio, embora não mais aprovadas pela industria automobilística (caminhões e ônibus) ainda são muito usadas na lubrificação de chassis desses veículos, por possuírem menor preço. “De uma maneira geral as graxas de cálcio não deveriam mais ser utilizadas em aplicações automotivas”, disse Fernandes. Conheça as diferentes graxas – Em termos técnicos, a graxa é composta de agente espessante, fluído lubrificante e aditivos, sendo que mais de 90% das graxas 10 Cópia de Revista.pmd 14 31/7/2008, 11:06 Página 11 As graxas de lítio, ao contrário, são muito utilizadas tanto na área automotiva como na indústria, pois possuem boa resistência a água, boa estabilidade mecânica e podem ser utilizadas até 120 graus Celsius. De aparência amanteigada, são chamadas de múltiplo uso. Em um veículo, pode ser usada praticamente em quase todas as partes. Para os mais preocupados com a qualidade e com o meio ambiente, o melhor é utilizar sempre as graxas de sabão complexo, as preferidas da indústria, incluindo a automotiva. São as chamadas graxas Long Life. O engenheiro químico recomenda o uso da graxa de complexo de lítio na lubrificação automotiva, sempre que possível. “Assim, teremos menores custos de manutenção e maior durabilidade nos equipamentos.” Já as graxas de base asfáltica, devido aos problemas que podem ser causados ao meio ambiente, estão com seus dias contados na lubrificação. Infelizmente, hoje ainda essas graxas são utilizadas na lubrificação de engrenagens abertas e de cabos de aço. Um dos mercados que mais cresce, no entanto, é o das graxas sintéticas. Quando formuladas adequadamente podem ser utilizadas em temperaturas mais elevadas, são mais resistentes à água e tem vida mais longa. Além do sabão, o aditivo e o espessante também devem ser levados em conta na hora da escolha da graxa. O aditivo porque, se utilizado corretamente, certamente dará vida útil maior à máquina que está sendo lubrificada, e o espessante porque é ele que define as características quanto à resistência à lavagem por água, temperatura de aplicação etc. Riscos para saúde – Paralelamente a todos esses cuidados técnicos, é preciso estar atento aos riscos para a saúde de quem lida com a graxa. É preciso evitar contato prolongado com a pele e, se isso for inevitável, logo depois, é essencial fazer higiene imediata. Ingestão de graxa, ainda que em pequenas quantidades, faz mal à saúde. Por Marcela Matos 11 Cópia de Revista.pmd 13 31/7/2008, 11:06 Página 12 Entrevista DE OLHO NO MEIO AMBIENTE NICHO DESCOBERTO AINDA NA FACULDADE, ABRE AS PORTAS PARA A CRIAÇÃO E EXPANSÃO DE CONSULTORIA Ainda na faculdade, o então estudante de Biologia, Ericson Mirandola, vislumbrou um nicho de atuação, o meio ambiente. Foi um tiro certeiro, postos de gasolina, empresas de ônibus, indústrias químicas, trocas de óleo, concessionárias de veículos, ou seja, toda pessoa jurídica que comercializa óleo lubrificante no atacado e no varejo é alvo de resoluções do Conama – 362/ 2005 (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e em algum momento vai precisar dos serviços de consultoria criados por ele. Mas o biólogo não trabalha sozinho, conta com o apoio de uma equipe que inclui engenheiros, químicos e geólogos. Para falar das questões ambientais e do que pode afetar o segmento de lubrificantes, Mirandola recebeu a reportagem da Sindilub Press. Sindilub Press – E o setor de lubrificantes, a exemplo dos postos, já deve se preparar para as convocações de recadastramento de licença ambiental? Mirandola – Na Cetesb, havia uma idéia inicial muito parecida com a que está sendo cobrada dos pos- tos de gasolina, com necessidade de criar caixa separadora com canaleta, local para o armazenamento do óleo lubrificante usado e controle da destinação. Mas o processo foi paralisado porque as normas não precisavam ser tão parecidas com as dos postos. Sindilub Press – Que critério será adotado? Mirandola – Ainda não há definição. Sabemos que o setor de lubrificantes é muito menos problemático que o de postos porque não existe tanque subterrâneo de combustível. É preciso apenas ter mais cuidado com o manuseio, manter um piso liso para evitar que um derramamento acidental contamine o solo. Mas as regras ainda não estão claras. Estamos aguardando uma definição para os próximos meses. Sindilub Press – No Estado de São Paulo, a Cetesb divulgou a oitava lista de recadastramento dos postos convocados, o trabalho está chegando ao fim? Mirandola – Não acredito ainda. Foram mais 700 postos convocados nominalmente e agora somente mais 10 estão sendo convocados. O problema é que de 600 postos que analisamos, nos últimos meses, apenas dois não estavam contaminados. 12 Cópia de Revista.pmd 10 31/7/2008, 11:05 Página 13 Sindilub Press – Por que uma situação tão grave? Mirandola – Antigamente, o tanque não era ecológico, não tinha parede dupla, o piso não era concretado, por isso quando derramava combustível infiltrava no solo. Sindilub Press – E qual é o caminho para postos nesta situação? Mirandola – A saída é a remediação do solo, processo que fazemos com equipamentos específico para isso, fabricados por nós. São bombas que ficam dentro do posto de monitoramento, retiram a água e a devolvem ao lençol freático com 99% de descontaminação. Hoje temos 12 funcionando, em diferentes postos, e mais 21 para instalar. Sindilub Press – A Planthae vem crescendo? Mirandola – Sim, bastante. Tivemos uma mudança na diretoria, em razão de uma recente alteração na composição societária de nossa empresa. Ampliamos a sede, com mais uma casa e passamos de 7 para 16 funcionários, mesmo assim não estamos dando conta da demanda, que é enorme. Sindilub Press – Não há concorrência forte neste setor? Mirandola – Ao contrário, existe muita concorrência, mas de empresas que não trabalham com tanta seriedade. Na hora de reformar um posto de gasolina fazem uma coisa maquiada, por exemplo, usam tubo geomecânico, especificado por norma técnica, apenas onde fica visível, nas demais áreas usam tubo comum de PVC. O posto é multado por crime ambiental e aí o cliente descobre porque aquela empresa tinha o menor preço, bem menor que as empresas que trabalham com seriedade. Sindilub Press – Como escolher então alguém para prestar serviços nesta área? Mirandola – O melhor é buscar o histórico da empresa e consultar a própria Cetesb, ou o órgão ambiental do Estado ou do município a que pertence o estabelecimento, e se informar pelo número de relatórios aceitos ou rejeitados, para saber como a empresa que está sendo contratada trabalha. A Cetesb sabe e já não aceita relatórios de determinadas empresas. O grande problema é que a Cetesb trabalha junto com o Ministério Público, não há como escapar da multa, e quem contrata empresa não idônea paga pelo serviço, arca com a multa e gasta mais para refazer depois. Sai mais caro. Sindilub Press – Donos de trocas de óleo devem fazer alguma coisa? Mirandola – Sim, procurar tomar ciência das exigências das obrigações do revendedor, contidas no artigo 17 da Resolução Conama nº 362. E aconselho ainda, principalmente, aos que estão abrindo novas lojas a fazer uma análise de risco, pois podem montar o empreendimento sobre uma área já contaminada e depois ter que responder por esta contaminação. Por Marcela Matos 13 Cópia de Revista.pmd 9 31/7/2008, 11:04 Página 14 PAINEL MOSTRA SITUAÇÃO DO RERREFINO NO MUNDO No fim do ano passado, um painel sobre rerrefino, realizado em Nova York, nos Estados Unidos, mostrou que a Itália é o paraíso do rerrefino e, no Brasil, a produção de óleo básico oriundo do rerrefino é, percentualmente, maior que a dos Estados Unidos. O estudo comparativo foi realizado durante a 3ª ICIS Pan-American Base Oils & Lubricants Conference, e, para representar a América Latina, a brasileira Lwart foi a convidada, para representar o continente europeu, a empresa escolhida foi Purilube, para a América do Norte, a Safety-Kleen. Carlos Renato Trecenti, diretor geral, e Thiago Luiz Trecenti, gerente-geral da Lwart Lubrificantes, acompanharam o encontro. O painel revelou, por exemplo, que o Brasil coleta e destina ao rerrefino 44% do óleo disponível para coleta (245 mil metros cúbicos), enquanto os Estados Unidos coletam e rerrefinam apenas 23% do óleo disponível para coleta, embora o volume de metros cúbicos seja seis vezes maior (1.330.000). Em números absolutos, o volume de óleo básico produzido a partir do rerrefino é muito maior nos Estados Unidos, 800 mil metros cúbicos, mas representam 14% do disponível para coleta. No Brasil, este índice atinge 27%, com 150 mil metros cúbicos. (Ver tabela abaixo) Overview dos volumes de coleta e re-refino de óleo usado em alguns países - em m 3 Consumo anual Brasil Disponível para coleta 1.150.000 552.000 10.220.000 5.670.000 605.000 240.000 Alemanha 1.300.000 550.000 Inglaterra 950.000 400.000 Estados Unidos Itália Coletado e destinado para re-refino Produção de óleo básico oriundo do re-refino 245.000 (44% em relação ao disponível para coleta) 1.330.000 (23% em relação ao disponível para coleta) 210.000 (88% em relação ao disponível para coleta) 280.000 (51% em relação ao disponível para coleta) 150.000 (27% em relação ao disponível para coleta) 800.000 (14% em relação ao disponível para coleta) 125.000 (52% em relação ao disponível para coleta) 170.000 (31% em relação ao disponível para coleta) 0 0 No Brasil o único destino considerado correto e legal para o óleo lubrificante usado é o rerrefino. Os participantes da conferência nos Estados Unidos chegaram à conclusão que, desconsiderando poucos tipos de óleos que são excluídos por não serem recicláveis pelo processo de rerrefino, grande parte da diferença entre o coletado e o disponível para coleta é possível causador de impacto ambiental. Os especialistas reunidos em Nova York também chegaram à conclusão que o volume de óleo usado coletado nos EUA é alto (3.930.000 m³), mas apenas 35% são destinados ao rerrefino. Grande porção do volume é utilizado como combustível, o que causa impactos ambientais. Com a maior conscientização e preocupação das pessoas com o meio ambiente, o volume destinado ao rerrefino vem crescendo, assim como a aceitação das pessoas pelo consumo de óleo lubrificante novo, oriundo do rerrefino. do seja usado como combustível. O rerrefino naquele país é zero, mas já há tentativas de abrir caminho para a criação de políticas ambientalmente mais conscientes. Na Alemanha, ainda há competição entre a coleta para queima e para rerrefino. Isso se deve à classificação do óleo usado em quatro categorias, sendo apenas duas (85% do volume) previstas como insumo para rerrefino. Assim, atualmente, o país coleta e destina para o rerrefino 51% do óleo disponível e produz óleo básico oriundo do rerrefino com 31% do percentual disponível para coleta. Por Marcela Matos Bons e maus exemplos podem ser encontrados na Europa. Se por um lado, a Itália é o paraíso do rerrefino porque existe um forte incentivo para a reciclagem dos óleos usados (50% de desconto nos impostos dos lubrificantes) e há uma forte prioridade para o óleo básico rerefinado, na Inglaterra, a lei ainda permite que o óleo usa- 14 Cópia de Revista.pmd 6 31/7/2008, 11:04 Página 15 Cópia de Revista.pmd 5 31/7/2008, 11:04 Contra Capa Cópia de Revista.pmd 2 31/7/2008, 11:03