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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
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EDUCAÇÃO INFANTIL E DESENVOLVIMENTO
EDUCAÇAO INFANTIL
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A LUDICIDADE E SEUS REFLEXOS SIGNIFICATIVOS NA
POR: MARIA RODRIGUES GOMES
MATRÍCULA: 49587
SÃO JOÃO D’ ALIANÇA – GO
2013
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
EDUCAÇÃO INFANTIL E DESENVOLVIMENTO
A LUDICIDADE E SEUS REFLEXOS SIGNIFICATIVOS NA
EDUCAÇAO INFANTIL
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre
– Universidade Candido Mendes como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em Educação
Infantil e Desenvolvimento.
Por : Maria Rodrigues Gomes
São João d’aliança - GO
2013
RESUMO
Na escola, jogo e o brinquedo devem ser usados como recurso pedagógico. Eles têm uma importância
fundamental no desenvolvimento de cada criança. Desenvolvendo a cooperação, a socialização, a percepção, a
memória, a atenção, as noções de tempo e espaço, as habilidades motoras e o equilíbrio. Uma das intenções do
lúdico é fazer com que o aluno passe do mundo concreto para a representação mental numa educação integral. O
professor deve saber o que desenvolver com o jogo e o brinquedo e eles devem estar incluídos num projeto de
objetivos pedagógicos. Através de um clima de descontração, o jogo e o brinquedo na sala de aula fazem a
criança perder o medo de errar, a fazer persistir e acertar. Ser espontâneo é outro fator importante nesse processo
lúdico. Dar esse clima de ludicidade no processo pedagógico é estimular a descontração como também à atenção
e a motivação num ritmo de aprendizagem. O professor tem que estar atento á motivação do aluno quanto ao seu
esforço para a realização das atividades. Outro objetivo fundamental á realização á realização do lúdico é colocar
a criança em uma situação de vivência no espaço, na relação com os outros e com os objetos. O controle do
corpo e, progressivamente, a representação do esquema corporal também é o que ela pode adquirir com a
realização dos jogos e brincadeiras. O brinquedo e o jogo, como procedimentos pedagógicos da escola para a 1ª
e a 2ª infância, devem constar no processo de ensino-aprendizagem, tendo como base o desenvolvimento
psicomotor, objetivando e articulando a interação da criança no espaço pedagógico. Para a existência humana, o
brincar na brincadeira e no jogo é base fundamental para o desenvolvimento infantil. A brincadeira beneficia-se
de suportes externos para a sua realização: rituais interativos, objetos e brinquedos, organizados ou não em
cenários, que contem não só temas, mas também regras. Em virtude disso, o professor pode organizar espaços
para o desenvolvimento de atividades diversificadas que possibilitem às crianças estruturar certos jogos de
papeis em atividades especificas. Através das vivencias dos jogos e dos brinquedos, o aluno tem a oportunidade
de criar e essa criação torna-se para ele um aprendizado e dá vontade de aprender mais. Essa criação se
transforma numa fantasia que dá luz ao imaginário, e isso com certeza é uma maravilha.
PROPOSTA DE SUMÁRIO
Introdução...............................................................................................................................................05
Capítulo I - A Ludicidade e seus Reflexos Significativos na Educação Infantil....................................07
1.1 - O Lúdico na Aquisição da Linguagem...........................................................................................08
Capítulo II - O Conhecimento Lúdico e a Formação do Professor............................................11
2.1 - O Lúdico como Parceiro do Educador..............................................................................15
2.2 – Os
Jogos Educativos como
Recurso
Pedagógico
Direcionado ao Processo
de Aprendizagem Infantil..........................................................................................................17
Capitulo III - Brincar É Importante Para A Criança.................................................................19
3.1 - Enquanto Crescemos Brincamos......................................................................................20
3.2 - O Jogo Como Recurso Pedagógico..................................................................................21
3.3 - Pesquisas de Campo.........................................................................................................23
Metodologia................................................................................................................................24
Conclusão...................................................................................................................................25
Referências.................................................................................................................................30
Anexo........................................................................................................................................32
INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta como foco de estudo o lúdico como recurso pedagógico
e procura compreender e explorar a importância das atividades lúdicas como ferramenta de
ensino durante a educação infantil das crianças de uma escola pública Municipal de São João
da Aliança. O objetivo principal é entender fatores positivos, relativos aos mecanismos
proporcionados a partir da ludicidade e sua contribuição para crianças com idades de 0 a 6
anos durante o seu processo de aprendizagem.
Permeando-se os objetivos específicos, procura-se identificar a importância do trabalho
lúdico e seus reflexos no desenvolvimento educacional infantil, bem como investigar as
diversas maneiras de aplicar metodologias que abordem a ludicidade no contexto educacional,
analisar as metodologias que priorizam o desenvolvimento do trabalho lúdico na sala de aula,
desenvolver estratégias que utilizam as técnicas lúdicas e por fim conhecer o resultado obtido
pelos educadores que apropriaram métodos relacionados ao lúdico na fase de alfabetização
das crianças. A problemática da pesquisa centrou-se no questionamento acerca das
competências e habilidades que podem ser trabalhadas e desenvolvidas através da ludicidade
e que relevância esse fator pode acrescentar para o processo ensino- aprendizagem, em
especial no período inicial da educação infantil, sendo este assunto o carro-chefe de
investigação desta pesquisa.
A relevância desse estudo pauta acessão de que o propósito de pesquisar sobre esta
forma ou metodologia de ensino que atualmente tem enfoque principal na maneira de expor o
que é novo para as crianças de forma descontraída, porém sem perder a essência do ensinar e
aprender, uma vez que possibilita a aproximação de situações concretas e de acordo com
realidade de um.
O anseio de aprofundar os conhecimentos sobre esta temática justifica-se pela
finalidade de identificar a importância do trabalho lúdico e seus reflexos para aquisição de
conhecimentos tornando o processo de alfabetização uma prática diferenciada, todavia que se
percebe atualmente diversos aspectos necessários e capazes de contribuir positivamente no
contexto escolar, os quais possibilitem a incorporação de ferramentas e metodologias
inovadoras, ressaltando o trabalho das competências e através delas conduzir a criança á
situações
reais que contribua com o desenvolvimento das habilidades e capacidades
05
individuais e coletivas, proporcionando-as melhor compreensão por meio de trabalhos e
atividades com materiais concretos, demonstrando assim a própria realidade com foco numa
aprendizagem verdadeiramente com significância. Para Santos (1997), “Brincar é a forma
mais perfeita para perceber a criança e estimular o que ela precisa aprender e se
desenvolver”.
Sabe-se que a educação infantil é o momento que exige atenção e maior
responsabilidade por se tratar primeira fase educacional da criança e por consequência o
momento mais importante de saber introduzir o conhecimento sem desmotivá-las.
O primeiro capítulo faz referência aos reflexos significativos do trabalho lúdico
atribuído a educação infantil, no que se refere a contribuição no desenvolvimento da criança
de maneira ampla e eficaz, uma vez que possibilita conciliar brincadeira e aprendizagem
dando a cada qual sua real importância.
Por conseguinte, o assunto pauta sobre a necessidade de cursos de formação que
evidencie o trabalho lúdico e propicie aos educadores condições de aprender e desenvolver
com eficácia este recurso metodológico, pois nota-se que ainda existe resistência a aderir a
novas propostas no ramo da educação, principalmente pela falta de informação.
Seguindo a abordagem no terceiro e ultimo capítulo, ressalta-se a finalidade de se
unitizar os jogos educativos no processo de aprendizagem infantil, mais precisamente durante
a alfabetização. Neste aspecto e na concepção de estudiosos como Piaget e Vygotski, os jogos
são considerados como o principal estimulo no desenvolvimento de processos internos na
construção do conhecimento, uma vez que a criança transforma pela imaginação os objetos
produzidos socialmente, além de aprender a lidar com as regras, conhecer seus limites,
defender seus interesses, avaliar comportamentos, conflitos e dificuldades.
Partindo deste pressuposto fortaleceu a vontade em buscar sugestões e esclarecimentos
que possa contribuir positivamente no contexto educacional, possibilitando a incorporação de
metodologias inovadoras.
A brincadeira beneficia-se de suportes externos para a sua realização: rituais
interativos, objetos e brinquedos, organizados ou não em cenários, que contem não só temas,
mas também regras. Em virtude disso, o professor pode organizar espaços para o
desenvolvimento de atividades diversificadas que possibilitem às crianças estruturar certos
jogos de papeis em atividades especificas. O importante é que através das vivencias dos jogos
e dos brinquedos, ao aluno tem a oportunidade de criar e essa criação torna-se para ele um
aprendizado e dá vontade de aprender mais. Essa criação se transforma numa fantasia que dá
luz ao imaginário, e isso com certeza é uma maravilha.
06
CAPÍTULO I
A LUDICIDADE E SEUS REFLEXOS SIGNIFICATIVOS NA
EDUCAÇAO INFANTIL
Para delinear o que se deve compreender com a educação infantil, no que se refere ao
trabalho lúdico no ensino e suas implicações para a prática docente, acerca das concepções
adquiridas e atribuindo ao professor grandes responsabilidades na renovação das práticas
escolares e, consequentemente, na mudança que a sociedade espera da escola, na medida em
que é ele que faz surgir novas modalidades educativas visando novas finalidades de formação,
só atingíveis através dele próprio. Assim, o professor é o responsável pela melhoria da
qualidade do processo de ensino-aprendizagem, cabendo a ele desenvolver novas práticas
didáticas que permitam aos discentes um maior aprendizado. As atividades lúdicas têm o
poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o
progresso de cada uma de suas funções psicológicas intelectuais e morais.
A ludicidade tornou-se um assunto que vem conquistando espaço no panorama
nacional, principalmente na educação infantil, por ser o um artifício essencial e por permitir
um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do
desenvolvimento. Nesse sentido o lúdico representa um instrumento indispensável na
aprendizagem e no desenvolvimento na vida escolar das crianças, porém torna-se evidente o
papel importante dos atuais e futuros educadores para a tomada de consciência desse aspecto,
no propósito de adquirir os conhecimentos necessários acerca do conceito do lúdico e muitas
outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e sua relevância, uma vez
utilizado tais recursos de forma correta e construtiva. Neste sentido, é importante ressaltar as
reflexões de KISHIMOTO (2001, p. 36), onde diz;
O brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu
saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo, o brinquedo
educativo conquistou espaço na educação infantil. Quando a criança
está desenvolvendo uma habilidade na separação de cores comuns no
quebra-cabeça à função educativa e os lúdicos estão presentes, a
criança com sua criatividade consegue montar um castelo até mesmo
com o quebra-cabeça, através disto utiliza o lúdico com a ajuda do
professor.
07
1.1 O Lúdico na Aquisição da Linguagem
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e
sempre estiveram presentes em qualquer povo, cultura e classe social desde os tempos mais
remotos da existência da humanidade. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, a
socialização, o pensamento e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de
enfrentar desafios que conduzam a participar da construção de um mundo promissor. A
ludicidade, nas suas diversas versões auxilia o processo da educação infantil, tanto no aspecto
psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade, bem como no desenvolvimento de
habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a criatividade, a obtenção de
dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações, os quais ensinam a
obedecerem a regras, a vivenciar conflitos e a competir.
De acordo com PIAGET (1967), o desenvolvimento da criança acontece através do
lúdico, sendo que ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio
com o mundo. Nesse sentido ressalta ainda que “O jogo não pode ser visto apenas como
divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento
físico, cognitivo, afetivo e moral”. Através dos jogos é possível facilitar o processo da
construção do conhecimento, prioritariamente nos períodos sensório-motor e pré-operatório,
assim educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando
o seu relacionamento com o mundo, cabendo aos professores incentivar a brincadeira que
traga contribuição e desenvolvam novas habilidades de aprender e pensar a prática com os
objetos faz com que as crianças estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de
casualidade, levando-o à representação e consequentemente à lógica. As crianças na fase
inicial da vida escolar ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem,
esforçam- se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais, confirmando essa
ideologia vem KISHIMOTO (1996, p.37) ressaltar que;
Utilizar o jogo na educação infantil significa transportar para o campo
do ensino-aprendizagem, condições para maximizar a construção do
conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da
capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora.
Nas sociedades de mudanças aceleradas observadas na atualidade, se faz necessário
aos
educadores adquirir competências novas, pois é um dos principais
indivíduos
08
responsáveis mudança no sistema educacional e na qualidade do ensino. Seguindo essa
ideologia, Velasco (1996), enfatiza em seu discurso que “Em todos os tempos, para todos os
povos, os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças, constituindo objetos mágicos, que
vão passando de geração a geração, com um incrível poder de encantar crianças e adultos”. O
brinquedo faz parte da criança, simbolizando a relação entre o pensamento e a ação, sendo
assim, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade linguística tornando possível o
uso da fala, do pensamento e a imaginação.
O primeiro e principal brinquedo utilizado pela criança é seu próprio corpo, o qual
começa a ser explorado ainda nos primeiros meses de vida. Em seguida o brinquedo estará
sempre na vida da criança. O mundo lúdico apresenta vastas possibilidades, as quais
representam o apego, à imitação, a representação e não aparece simplesmente como uma
exigência indevida, mas faz parte da vontade de crescer e se desenvolver. A criança na fase do
desenvolvimento educacional infantil percebe diante de objetos ou brinquedos representativos
um espaço simbólico, lúdico, no qual a brincadeira quase que imaginária, o condiciona ao
faz-de-conta, aquilo que não é, mas que pode ser representados e vinculados à realidade
atingindo o nível de compreensão em relação ao mundo que a cerca. Outro fato pode ser
observado quando se trabalha com o próprio corpo, percebe-se por parte da criança certa
dificuldade em interpretar o simbolismo com o ato corporal, porém, com a evolução do
brincar, suas descrições verbais transmitem aos objetos utilizados, procurando reproduzir com
materiais o que caracteriza o jogo de construção. Neste sentido, FREIRE (2002, p. 69) afirma;
O jogo como o desenvolvimento infantil, evolui de um simples jogo
de exercício, passando pelo jogo simbólico e o de construção, até
chegar ao jogo social. No primeiro deles, a atividade lúdica refere-se
ao movimento corporal sem verbalização; o segundo é o faz-de-conta,
a fantasia; o jogo de construção é uma espécie de transição para o
social. Por fim o jogo social é aquele marcado pela atividade coletiva
de intensificar trocas e a consideração pelas regras.
Na fase pré-escolar, a ação é a principal forma de linguagem. Deste modo a criança
durante o processo de educação infantil interage com o meio e aprende sobre si mesmos, as
pessoas que os rodeiam e os lugares que frequentam. Por isso, não existe hora específica para
se movimentar. Ao contrário, é preciso a todo tempo pular, rolar, dar cambalhotas, correr,
pois tudo é fundamental para a criança se relacione e se descubra. Posteriormente, no decorrer
09
da alfabetização, quando a criança já pronuncia as primeiras palavras, percebe-se que há
outros meios de comunicação, porém ela não perde o dinamismo e a necessidade de explorar
o mundo com o corpo. É por isso que situações de contenção motora atrapalham o
desenvolvimento como afirma as teorias sobre o desenvolvimento motor, em especial as de
Jean Piaget, Henri Wallon, as quais explicam a importância de se explorar as brincadeiras,
principalmente as de movimento, relacionando-as no aprendizado de crianças no processo de
alfabetização.
10
CAPÍTULO II
O CONHECIMENTO LÚDICO E A FORMAÇAO DO PROFESSOR
É necessário pensar sobre a importância do conhecimento lúdico no processo de
formação do professor, pois ele facilita à aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e social, a
construção e assimilação do conhecimento, a comunicação, a expressão, e a criatividade. O
lúdico é uma necessidade humana e não deve se encarada como uma diversão qualquer.
O profissional da educação não apenas ensina, mas também aprende com seus alunos,
portanto as aulas lúdicas devem transmitir os conteúdos, combinando-os e , possibilitando que
principalmente a criança na fase de alfabetização perceba que não está apenas brincando e sim
armazenando conhecimentos. No decorrer dessas atividades, o educador pode obter
informações com maiores detalhes sobre cada aluno redirecionando se necessárias, sua prática
através de trabalhos lúdicos em grupo, uma vez que é durante o período da educação infantil
(jardim de infância ou na pré-escola) que as crianças aprendem a compartilhar, dividir,
interagir e respeitar os limites impostos para cada atividade. Nos primeiros anos escolares é
de suma importância evidenciar que cada sujeito é único, com diferentes construções lógicas e
significações, pois é neste instante que a criança se apresenta no estágio das operações
concretas, sendo o lúdico aliado ao conhecimento é fundamental que o professor desempenhe
um papel seguro e ativo. Deste modo, (BAQUERO, 2000. p.27) enfatiza:
No processo de educação também cabe ao mestre um papel ativo: o
de cortar, talhar e esculpir os elementos do meio combiná-los pelos
mais variados modos para que eles realizem a tarefa de que ele,
mestre, necessita. Deste modo, o processo educativo já se torna
trilateralmente ativo: é ativo o aluno, é ativo o mestre, é ativo o meio
criado entre eles.
É dentro de uma busca pela mudança na finalidade da educação que se questiona a
formação do professor, pois esse como ator social não deve se adaptar a realidade social, mas
sim transformá-la. Com sua prática deve provocar em seus alunos o ato criador e recriador,
crítico, aguçar a sensibilidade, a curiosidade, a vontade de aprender e a alegria de viver.
Alguns professores têm consciência da importância de se trabalhar com o lúdico, mas sente
que lhes falta base teórica sobre o assunto.
11
É papel da educação, formar pessoas críticas e criativas, que inventem, descubra e que
sejam capazes de construir conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros
já fizeram. Daí a importância de se ter alunos desde os primeiros anos de alfabetização, que
sejam ativos, que tenham sede de aprender e descobrir, adotando assim uma atitude mais de
iniciativa do que de expectativa.
Ainda hoje muitas instituições de ensino tem explorado pouco o jogo, considerando que
já faz algum tempo que as investigações relacionadas ao tema vêm atribuindo valor destacado
ao lúdico como alavanca de aprendizagem, uma vez que ainda existe um preconceito inútil de
que brincadeira e aquisição de conhecimento não se combinam. O que todo profissional de
educação deve saber é que os Parâmetros Curriculares Nacionais, que orientam a prática
pedagógica, também apontam a formação de um novo profissional aberto a novas praticas e
em busca de novas possibilidades que proporcione qualidade no processo de ensino e de
aprendizagem.
A formação de professores se coloca, portanto, como necessária para
que a efetiva transformação do ensino se realize. Isso implica revisão
e atualização dos currículos oferecidos na formação inicial do
professor e a implementação de programas de formação continuada
que cumpram não apenas a função de suprir as deficiências da
formação inicial, mas que se constituam em espaços privilegiados de
investigação didática, orientada para a produção de novos materiais,
para a análise e reflexão sobre a prática docente, para a transposição
didática dos resultados de pesquisas realizadas na linguística e na
educação em geral. (Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua
Portuguesa. p.66)
Nos últimos tempos cursos de formação de professores tem fortalecido essa ideia e
provocando na maioria das escolas a necessidade de didatizar a atividade lúdica em suas
práticas pedagógicas evitando a restrição a exercícios repetidos de discriminação viso-motora
e auditiva, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, músicas ritmadas, como afirma
Marcelino (1996, p.38) no que se refere esse assunto;
É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para
que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de
formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e,
sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a
canção... Como se fora brincadeira de roda.
12
Considera-se função da educação infantil promover o desenvolvimento global da
criança; para tanto é preciso considerar os conhecimentos que ela já possui, proporcionando-a
vivenciar seu mundo, explorando e respeitando o saber comum que trás consigo. Nesse
sentido a educação infantil deve trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que este
é um ser com características individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa,
inventiva e acima de tudo crítica.
As concepções pedagógicas influenciam as práticas, apontam caminhos e
fundamentam decisões, embora não seja fácil traçar a linha demarcadora no processo de
construção do conhecimento é impossível negar o aspecto decisivo dos componentes coletivos
que se refere aos saberes de forma significativa nas práticas sociais, de acordo com Freire
(1996) “Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão
crítica sobre a prática é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode
melhorar a próxima prática.” evidenciando o papel e o propósito da escola na formação,
cognitiva do aluno.
Conhecer os obstáculos enfrentados no processo de ensino leva o educador a refletir
sobre os conhecimentos das ciências que necessita não somente de teorias, más também de
conhecimentos necessários e diferenciados, sendo que além dos conceitos, a prática é
fundamental na tomada de decisão. Tradicionalmente o aluno é mero reprodutor dos conceitos
apresentados pelo professor e a incorporação dos conhecimentos é substancial na carreira
profissional. Destaca o PCN(2000), que, “Além de organizador, o professor também é
consultor nesse processo. Não mais aquele que expõe todo o conteúdo ao aluno, mas aquele
que fornece as informações necessárias para a produção do conhecimento”. No que se refere a
prática profissional é curioso notar características assumidas pelos professores na hora de
refletir sobre suas experiências vivenciadas diariamente, faltam a postura crítica diante de
certas questões, diante desse fato relata Freire ( 1996), “ É preciso ter e renovar saberes
específicos em cujo campo minha curiosidade se inquieta e minha prática se baseia”.
Segundo esta afirmação do autor é importante pensar nas práticas para o melhor
desenvolvimento do trabalho docente, como também poder corrigir falhas anteriores
e
conduzir a um sucesso na próxima ação do educador. O pensamento crítico dá suporte para
possíveis investigações dos métodos de ensino e além de uma fundamentação teórica é
importante conhecer a evolução dos conceitos pedagógicos que influenciam positivamente a
educação escolar infantil. Sendo assim, é preciso refletir sobre alguns aspectos do perfil do
13
educador, fazendo-se necessário encarar desafios a partir de novos paradigmas da educação
atual. Nesse aspecto cabe ressaltar a concepção de Antunes (1998, p.98) que enfatiza a ideia
seguinte;
O papel do novo professor é o de usar a perspectiva de como se dá a
aprendizagem, para que, usando a ferramenta dos conteúdos postos
pelo ambiente e pelo meio social, estimule as diferentes inteligências
de seus alunos e os leve a se tornarem aptos a resolver, o quem sabe
criar produtos validos para seu tempo e sua cultura.
Como pode se constatar na história da formação dos professores, em curto espaço de
tempo evoluiu muito, tanto no papel da profissão do magistério quanto nas exigências para o
seu exercício, onde o contexto produtivo exige um perfil de pessoa com cérebro pensante e
capaz de responder, com competência, aos desafios propostos.
Portanto compete ao educador desafiar, instigar a dúvida do educando, sendo que um
dos recursos mais apropriados é o trabalho lúdico proposto junto ao assunto a ser aprendido,
organizando estratégias que permitam a manifestações das concepções prévias. A
aprendizagem é fruto da necessidade e do desejo de conhecer a verdade, compreender
situações e resolve-las. Concordando com essa ideologia Gadotti(1192, p. 9) confirma
dizendo, “Educar significa capacitar, potencializar para que o educando seja capaz de buscar a
resposta do que pergunta, ou seja, significa formar a autonomia”. Nessa lógica, o aluno não
deve ir a escola para memorizar e repetir conteúdos e teorias, mas para adquirir referenciais
úteis na abordagem de soluções de situações mais complexas, desenvolvendo ao máximo suas
habilidades através de práticas dinâmicas de ensino e de aprendizagem.
As teorias contemporâneas da educação sugerem a provocação do aluno pelo desejo
do aprendizado, mas para isso se faz necessário trabalhar conteúdos que tenham sentido em
contextos reais e significativos e com métodos que suscita o interesse e a vontade de buscar a
compreensão das situações e provoque a vontade para buscar esclarecer os enigmas. De
acordo com Moretto (2001, p.44), “Ao propor um assunto a ser compreendido, cabe ao
educador organizar estratégias que permitam a manifestação das concepções prévias dos
alunos.” Porém é notável perceber que dinamizar a teoria na prática ainda encontra inúmeras
limitações, abordando reflexões voltadas para uma proposta metodológica capaz de orientar
as ações pedagógicas que respeite a natureza humana, levante metas, fundamentem os
conhecimentos em relação ao processo de ensinar e aprender.
14
2.1 O Lúdico como Parceiro do Educador
Ainda é difícil trabalhar com o lúdico especialmente para os que foram formados por
uma escola que não comportou um modelo contemporâneo de ensino. Por isso se ouve falar e
se reconhece a importância do lúdico em sala de aula, mas pouco se faz, exatamente porque
não é simples romper com experiências vividas ao longo de toda uma trajetória de vida e
acadêmica. Viver a ludicidade em sala de aula, para alguns professores é conviver com o
incerto, com o improvável, é deixar de ser protagonista para atuar com o grupo, vivendo dessa
maneira momentos de incerteza e de encontro consigo mesmo, ao trabalhar a espontaneidade,
a criatividade, a imaginação e a emoção.
Os professores precisariam restabelecer novamente o prazer em aprender nas crianças.
E também os próprios professores precisam recuperar a vontade de ensinar. O foco que ser
direcionado especificamente para o benefício da criança, conhecendo realmente, sabendo suas
dificuldades e vontades e através do lúdico, independente da disciplina que atuam, dentro e
fora da sala de aula, pode-se conseguir reconhecer os problemas de cada criança e apresentar
a elas um mundo real, misterioso e curioso para se aprender e transformar. Através disso não
são deixados os aspectos teóricos e os conhecimentos de lado, apenas problematizam em
conjunto com os aspectos práticos, reais e contextualizados, ensinando o que é preciso,
aplicável, usando a dinâmica de jogos e brincadeiras, capazes de estimular o desenvolvimento
do raciocínio, além de estabelecer desafios que
incitem a serem mais ágeis, espertas,
atenciosas, criativas e dinâmicas, condutoras de seus próprios movimentos, explorando as
inteligências múltiplas e desenvolvendo diversos domínios, como o pensar, o compreender, o
movimentar, o falar, como relata Kishimoto ( 2001, p. 83), citado à seguir;
Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos
simbólicos dispostos intencionalmente, à função pedagógica subsidia
o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo
empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico,
apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação
geral de jogo educativo.
Pode-se observar que a ludicidade, apesar de diversão e prazer, é uma possibilidade
muito rica de aprendizado, com inúmeras potencialidades para se desenvolver habilidades,
competências e produtos culturalmente valorizados atribuídos à resolução de problemas e
15
situações reais ou simuladas. Consequentemente, estas situações estimulam momentos de
criatividade espontâneos e de individualidades, crescimento intelectual e continuidade para o
desenvolvimento do imaginário infantil. Assim sendo, surgem nessa proposta a necessidade
de um alto engajamento, envolvimento e motivação por parte dos educadores, pois ensinar e
aprender passa a ser uma responsabilidade muito grande. A ludicidade enfatizada por Freire
(2000, p.69), é mais uma forma de desenvolvimento da criança, uma mudança no ato de
brincar, como é citado a seguir;
O lúdico como o desenvolvimento infantil, evolui de um simples jogo
de exercício, passando pelo jogo simbólico e o de construção, até
chegar ao jogo social. No primeiro deles, a atividade lúdica refere-se
ao movimento corporal sem verbalização; o segundo é o faz-de-conta,
a fantasia; o jogo de construção é uma espécie de transição para o
social. Por fim o jogo social é aquele marcado pela atividade coletiva
de intensificar trocas e a consideração pelas regras.
O jogo deve ser considerado uma ferramenta sempre muito útil, dentro e fora da sala
de aula. Sua dinâmica deve ser precisa, coerente e atrativa. Deve-se saber diferenciar o jogo,
classificando-o para a educação ou para a reeducação.
Jogando, nos divertimos e dessa forma nos desenvolvemos física e emocionalmente e,
ao mesmo tempo, mantemos nossa inteligência e reflexos ativos.
O jogo também evolui, passa de jogo de exercício, que é uma atividade lúdica,
referente ao movimento corporal e não se verbaliza, para o jogo simbólico, que é o jogo da
fantasia, do faz de conta; passa também para o jogo de construção, que é a transição para o
jogo social, que é a atividade coletiva, onde se intensificam as trocas e o jogo é com regras.
Por meio do jogo, cada vez mais, a criança percebe as transformações e vê as infinitas
possibilidades de cada situação, como também do material, e a combinação desses materiais
que trazem em si. O jogo dá oportunidade de visualizar aspectos e soluções ainda não
enfocadas, ajudando na aprendizagem da criança.
O professor tem que saber misturar um jogo, tornando seus alunos aptos para cada
jogada, com sequência lógica e pedagógica. O jogo tem que fazer com que o aluno amplie seu
conhecimento, trazendo benefícios de ordem social, intelectual, cultural, motora e efetiva. Ele
é um fator educacional, fazendo o aluno perceber o quanto o jogo pode ser importante sobre
ele (aluno) em sala de aula, tanto na escola quanto em casa.
16
2.2 - Os Jogos Educativos Como Recurso Pedagógico Direcionado ao Processo de
Aprendizagem Infantil
Os jogos educativos utilizados como recurso pedagógico prestam o papel de
diagnóstico da aprendizagem infantil, pois através dele o educador percebe seu aluno em uma
perspectiva cognitiva, afetiva, psicomotora e social. Ao propor um jogo como um recurso de
analise das características de comportamento, como facilitador de elaboração de estratégias
observadas durante as ações lúdicas da criança, ressalta a importância do jogo como
ferramenta espontânea que permite ao educador criar elementos e roteiros apropriados a cada
grupo. Para que a criança atinja suas metas no jogo é necessário utilizar de estratégias e
raciocínio, sendo assim este recurso favorece a construção do conhecimento, além de ser
apresentadas informações por meio de diferentes tipos de linguagem, o que atende aos
diferentes estilos de aprendizagem. De acordo com os RCNEIS, a criança durante o processo
de alfabetização, precisa de um ambiente que estimule seu potencial criativo com ações que
priorizem o brincar ou as aprendizagens especificas que desenvolva o aprendizado. Neste
aspecto este documento (RCNEIS, p. 54), firma:
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por
elas mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para a
resolução de problemas que lhes são importantes e significativos.
Propiciando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual elas
podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão
particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos
conhecimentos.
A alfabetização é um processo gradativo e tem como objetivo propiciar a interação com
a leitura e a escrita, favorecendo a construção da base alfabética e ortográfica por meio da
compreensão e da evolução desses conhecimentos de forma prazerosa e lúdica. Considera-se
que as crianças em idade de pré-escolar aprendem a partir de suas explorações e das relações
que faz com os objetos e o meio em que vive. Deste modo adquire noções espontâneas em
processos interativos, nas quais existe integração total entre as áreas cognitivas, afetiva e
corporal, como enfatiza Kishimoto (1997, p.5), “Ao permitir a ação intencional, a construções
de representações mentais, a manipulação de objetos e o desempenho de ações sóciomotoras, o jogo contempla varias formas de representação”.
17
Os jogos educativos podem ser definidos como: jogo de regras, jogo de faz de conta,
jogos recreativos, jogos tradicionais e ainda as dinâmicas de grupo, porém em geral, o
elemento que separa um jogo pedagógico de outro, de caráter apenas lúdico é o fato de
desenvolvê-lo com a intenção explícita de provocar aprendizagem significativa, estimulando a
construção de novo conhecimento e principalmente despertando o desenvolvimento de uma
habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e
apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos
fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões.
Assim, o jogo no processo ensino-aprendizagem infantil somente tem validade se
usado na hora certa, e essa hora é determinada pelo seu caráter desafiador, pelo interesse da
criança e pelo objetivo proposto. Jamais deve ser introduzido antes que ela revele maturidade
para superar seu desafio, e nunca quando o educando revelar cansaço pela atividade ou
insatisfação pelos seus resultados.
Os jogos produzem uma excitação mental agradável e exercem uma influência
altamente fortificante. De acordo com Vygotsky (1994, p. 101) "é importante mencionar a
língua escrita como a aquisição de um sistema simbólico de representação da realidade.
Também contribui para esse processo o desenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do
brinquedo simbólico, pois essas são também atividades de caráter representativo que se utiliza
de signos para representar significados".
Em suma, o jogo é um fator didático altamente importante, mais do que um
passatempo, ele é elemento indispensável para o processo de ensino-aprendizagem. Os jogos
educativos estão ligados à produção de conhecimentos carregados que conteúdos culturais, já
os jogos de regras demonstram importância no desenvolvimento cognitivo do educando.
Outro jogo interessante é o de faz de conta, onde a criança explora o imaginário e ocultam as
regras, modificando o significado dos objetos, porém expressam suas fantasias e assumem
papeis existentes no contexto social. Concordando com essa ideologia Vygotsky (1998, p.87)
enfatiza o jogo do faz de conta em sua fala apresentada abaixo;
A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento
proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de
desenvolvimento,
determinado
pela
capacidade
de
resolver
independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a
orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.
18
CAPITULO III
BRINCAR É IMPORTANTE PARA A CRIANÇA
Siaulys, Mara O. De Campos, Brincar para todos – Brasília – Ministério da Educação,
secretaria de Educação Especial, 2006 afirma que “As crianças precisam brincar,
independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou sociais, pois a brincadeira é
essencial a sua vida”. (SIAULYS, 2006, prefácio). Portanto brincar é parte do universo
infantil é brincando que ela vai ao longo do seu processo de desenvolvimento psicomotor
relacionar-se com o meio e com as outras pessoas. A mesma autora completa “O brincar
alegra e motiva as crianças, juntando-as e dando-lhes oportunidades de ficar feliz, trocar
experiências, ajudarem-se mutuamente”, (SIAULYS, 2006, prefácio nº 3); aqui percebemos
que o brincar não é uma mera situação de entretenimento, vai além disso promove o convívio
social, alegra e oportuniza momentos descontraídos que alegram e envolvem a criança numa
sensação de bem estar e auto confiança, que vai conforme a brincadeira ou jogo utilizado
levar ao desenvolvimento de habilidades na criança como por exemplo, o trabalho coletivo
que são ótimos, pois no coletivo as crianças trocam muitas informações, aprendem a trocar
experiências que tendem a acrescentar aos conhecimentos prévios novas informações
sistematizando o aprender.
Brincar para a criança é importante não apenas por promover aprendizagem, mas por
ela se sentir capaz de apropriar-se de saberes que vão despertar a curiosidade e uma busca
constante de novas descobertas.
Através da brincadeira a criança pode ainda deixar o estado de inibição, depressivo ou
mesmo de autoestima baixa, porém aí o professor entra em cena orientando e ajustando as
atividades que melhor venham solucionar esse problema que na maioria dos casos são
ocasionados por problemas afetivos, estes causados pela falta de dialogo na família, por
violência doméstica, por preconceito, exclusão, traumas psíquicos ou motores entre outros.
Brincando a criança melhora a coordenação motora, desenvolve a habilidade tátil e
desenvolve o sentido de busca e direção. É no momento da brincadeira que o aluno consegue
familiarizar-se com o livro ou conteúdo a ser trabalhado e vai adquirindo conhecimentos
sobre o próprio corpo melhorando ou aperfeiçoando movimentos e a autoimagem.
O prazer de ler e escrever também podem ser alimentados através de atividades
lúdicas, estas ampliam o vocabulário, a organização do pensamento e do espaço, o faz de
19
conta adquirindo ainda enquanto brinca, enquanto está envolvida com jogos a adquirir vários
conceitos como de número, quantidade, cor, textura além de colocar em plena atividade o
raciocínio, o entendimento de comandos e a capacidade de busca de um sentido pautado em
algo concreto se evidencia.
3.1-Enquanto Crescemos Brincamos.
Neste subcapítulo veremos que enquanto crescemos brincamos, que há consenso entre
todos os segmentos da educação que o jogo é indispensável no ato de aprender e ensinar de
forma vivencial, numa linguagem simples de fácil compreensão da criança, que busca
inconscientemente relacionar-se com outros pela necessidade de explorar e sentir-se auto
eficiente.
Desde os primeiros anos de vida os jogos e as brincadeiras são nossos instrumentos
mais complexos na mediação das relações que mantemos com o meio e com as coisas do
mundo.
Do chocalho ao videogame, aprendemos a nos relacionar com o novo e dele retirar
aquilo que venha satisfazer nossas necessidades ou constatar nossas suposições. Ao nos
relacionar com o mundo através dos jogos e brincadeiras nos permitimos a uma fabulosa
interpretação de nossas vivencias, que acabamos por demonstrar durante as brincadeiras. Por
esse motivo é importante que a criança brinque esteja ou não no ambiente escolar, mas é claro
tendo um papel de destaque na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino
Fundamental, pois é ai que se encontra o suporte de desenvolvimento cognitivo da criança que
se inicia muito antes de chegar à escola.
O jogo que se pretende levar para a sala de aula não pode ser visto com o olhar crítico
do adulto, ou seja, do professor que deve entender que a escolha deve ser feita com cuidado,
pois se busca no jogo possibilidades concretas de busca e participação e pelo qual a criança
vai através da expressão livre ou dirigida revelar particularidades do universo infantil,
frustrações, desejos, sentimentos. O professor precisa estar sempre atento nesse processo
deixando a criança livre, essa busca pela criança fará com que faça associações e manifeste
em seus gestos, falas, pensamentos, suas atitudes, palavras e o professor é identificar o que é
ou não espontâneo favorecendo então um equilíbrio entre o que se busca e o que realmente é
necessário para a promoção da cooperação e da comunicação.
20
“(...) no decorrer dos jogos, as experiências relacionais das crianças entre si para atraílas progressivamente a cooperação...” (LE BOULCH, 1987, pág. 52), quer dizer que com o
ato de jogar em grupo, as crianças vão aprendendo a cooperar, aprendem também a confiar
mais no colega de classe e essa experiência ela lava para o seu dia-a-dia também, assim
podemos dizer ainda que o jogo é bastante atrativo para a criança.
3.2-O Jogo como Recurso Pedagógico
Para se trabalhar com jogos na sala de aula nesse subcapítulo veremos como o jogo
entra na prática docente como recurso pedagógico, para isso é preciso que o professor ao
utilizar esse recurso observe se sua escolha irá atender as principais necessidades dos alunos,
ele deve estar atento ao papel das interações e se tem um sentido educativo. Enquanto brinca a
criança vai desenvolver ou realizar situações que envolvem a confiança, o carinho, a
compreensão, o medo, a dúvida pelo fato da criança agir e reagir durante o jogo e qualquer
iniciativa do professor que deixe constrangida pode interferir bruscamente no acesso da
atividade.
Podemos dizer que o jogo como recurso pedagógico vai além do ato de jogar ele
envolve e amplia a potencialização de habilidades e revela a possível aprendizagem que parte
do estimulo do envolvimento da criança, da criticidade, autonomia até o desenvolvimento de
diferentes formas de se comunicar. “O jogo é um elemento que atua na zona de
desenvolvimento proximal, e o professor é o mediador no processo de construção do
conhecimento da criança”. (VYGOTSKY, 1984, apud RAU, 2007, págs. 52 e 53), nesse
sentido o que pode ser ressaltado é o importante papel que o professor tem ou mesmo outros
adultos no desenvolvimento da criança, então trabalhar com jogos não se limita apenas a mais
uma brincadeira, com ele pode-se promover interações sociais seguras construídas no alfabeto
e na cooperação.
Portanto escolher bem as atividades é inevitável, o jogo precisa ser completo, ou seja,
ele deve dividir ser educativo e proporcionar ao aluno possibilidades de construção de sentido
lógico.
Na sala de aula os jogos podem auxiliar o professor descobrir ou diminuir problemas
relacionados à ansiedade, falta de limite, introversão, stress, angustia etc., podendo então
estimular a atenção, estimular a autonomia e a criatividade. Observando o espaço, as
necessidades dos alunos, os materiais ficam fáceis de escolher o jogo mais adequado para o
21
trabalho do professor com seu aluno e a partir daí iniciar um processo rico de recursos lúdicos
e lógicos que eventualmente favorecerão de forma construtiva todo o processo de vivencia e
descoberta do aluno tornando visível uma promoção sistêmica de vários conceitos e levá-los
em bom uso para a vida cotidiana. Segundo Almeida (2005) “ressalta que o processo de
construção do saber através do jogo como recurso pedagógico ocorre porque, ao participar da
ação lúdica, a criança inicialmente estabelece metas, constrói estratégias, planeja utilizando,
assim o raciocínio e o pensamento”. Isso acontece porque durante as atividades ocorrem
estímulos e motivações e nesse momento o aluno analisa, investigam suas possibilidades ela
acaba criando uma situação de expectativa e constrói o saber a partir daí, portanto ao falar do
jogo como recurso pedagógico cabe ao educador um conhecimento prévio dessas situações e é
claro mediar positivamente todas as construções no processo ensino-aprendizagem.
“O lúdico como recurso pedagógico revela que as crianças, na maioria das vezes,
percebem suas capacidades e suas dificuldades [...]”, (RAU, 2007, pág. 57), portanto
identificar capacidades de êxito ou dificuldades é imprescindível ao trabalho pedagógico,
quando o professor está atento ao movimento ou ha aquilo que o aluno produz ou deixa de
produzir pode elaborar estratégias de ensino muito valiosas ao desenvolvimento psicomotor
no seu educando. Os jogos e as brincadeiras podem ser utilizados positivamente como agentes
para definição de diversas ações pedagógicas, podem também serem utilizados em diferentes
momentos na aula na chegada ou na acolhida, durante o desenvolvimento de conteúdos nas
várias áreas do conhecimento, como recreação entre outras. O aprender para a criança se
constrói conforme ela é estimulada, um educador fechado, travado, muito conservador tem
dificuldades em lidar com as propostas que o jogo e a brincadeira implicam em seu contexto,
portanto ao professor da Educação Infantil ou dos primeiros anos do Ensino Fundamental
cabe o entendimento de que é necessário para alcançar os objetivos que ele próprio se
aproprie do interesse por essa prática em si mesmo, o professor que brinca, canta, dança, corre
com seu aluno promove a confiança, a cumplicidade, a cooperação entre si e os demais, os
alunos gostam e se sentem mais dispostos a aprender.
A criança necessita de tempo e espaço para identificar e, construir sua própria
realidade e o fazer através da prática da fantasia a inteligência, (VYGOTSKY, 1984, apud
RAU, 2007, pág. 78).
Muitos estudos comprovam a eficiência Paulo - Martins Fontes, 1984, sugerido por
Rau, Maria Cristina Trois Dorneles, 2007, pag. 78, defende que “a criança necessita de tempo
e espaço para identificar e construir sua própria realidade e o faz através da prática da
22
fantasia”, assim enquanto participa de um jogo ou brincadeira a criança ultrapassa a dimensão
de percepção motora, pois o que ela consegue interpretar na sua ação vai ser representado
simbolicamente dando margem a uma melhor decodificação de mundo que a cerca.
3.3 – Pesquisas de Campo
No decorrer da construção deste foi aplicado um questionário aos professores da
Escola Municipal Selecina Domingues de Freitas, da cidade de São Joao d’ Aliança – Goiás.
O questionário encontra-se no anexo.
De acordo com os professores entrevistados as estratégias de ensino associadas às
metodologias lúdicas são bastante significativas, pois juntando o lúdico e o pedagógico pode
obter ótimos resultados, porque através dos jogos e brincadeiras podemos construir um
aprendizado, dinâmico e prazeroso para todos.
Sendo assim, é possível introduzir diversos recursos lúdicos na alfabetização das
crianças, pois desta forma ela apenderá brincando e se divertindo ao mesmo tempo.
Segundo os educadores o trabalho educativo juntamente ao lúdico é um processo
muito eficaz para a aprendizagem infantil, pois o lúdico permite a criança aprender de forma
prazerosa, dinâmica, criativa e divertida. Dando-os a oportunidade de viajar pelo mundo da
imaginação, permitindo ser criança criando e aprendendo ao mesmo tempo.
Apesar das dificuldades que enfrentam, os educadores recebem sim incentivo por parte
do pedagógico para trabalhar o lúdico em sala de aula, na área da educação infantil. Pois
dentro do possível recebem recursos e capacitação para desenvolver o trabalho baseado no
lúdico.
O lúdico propicia diversão, prazer e aprendizado, quando escolhido voluntariamente.
O lúdico ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e
sua apreensão do mundo. O brincar dotado de natureza livre parece compatibilizar-se com a
busca de resultados típicos de processos educativos.
23
METODOLOGIA
O presente trabalho visa refletir sobre as práticas escolares e a consequente busca por
recursos e metodologias inovadoras e eficazes que possam contribuir com uma aprendizagem
significativa e de qualidade, tendo como foco principal a importância das atividades lúdicas
como recurso pedagógico durante o processo de alfabetização.
A pesquisa qualitativa baseia-se em observação sistemática, acerca dos recursos
lúdicos utilizados na educação infantil, enfatizando seus reflexos positivos para a
aprendizagem inicial da criança, sendo embasada através de bibliografias de teóricos
fundamentais, os quais abordam concepções inerentes ao lúdico no processo educacional
infantil como: Celso Antunes (1998 e 2003), Santa Marli Pires dos Santos (1997 e 1998),
Cacilda Gonçalves Velasco (1996),Vygotsky (1988 e 1999)), Piaget (1976), Kishimoto ( 1994
e 2001), entre outros pesquisadores e escritores que enfatizam em suas obras, reflexões sobre
a eficácia das atividade lúdica para o desenvolvimento escolar infantil.
No delineamento da pesquisa de campo, foi utilizado para coleta de dados um
questionário misto (sim/não/ justificativa), com questões direcionadas a propostas lúdicas,
respondidas por quatro (4) educadores (as) de educação infantil de uma instituição pública,
sobre os pressupostos de proposta didático-pedagógica voltada à realidade escolar local. A
pesquisa de campo foi realizada durante o segundo semestre de 2011, na Escola Municipal
Selecina Domingues de Freitas, localizada no município de São João da Aliança – GO. Os
sujeitos participantes que atenderam os critérios da amostragem e responderam os
questionários foram convidados (as) por meio de contato direto, através da pesquisadora, uma
vez que atuo como docente da mesma instituição.
Com a finalização da coleta de dados, o conteúdo das amostras será organizado para
análise utilizando tabelas de acordo com os dados expostos no questionário. Os dados finais
da pesquisa apresentarão os resultados, em porcentagem, das respostas obtidas nos
questionários para as alternativas sim e não e a transcrição fiel das falas para as justificativas
dos participantes.
24
CONCLUSÃO
A criança, através, do brinquedo, tem que vivenciar as diferentes situações que ele
proporciona, dessa forma ela pode se posicionar diante do outro, como também diante do
objeto e do mundo a que ela pertence e o qual a circunda. Assim, ela aprende e se enriquece
através dos conteúdos dispostos pelo brinquedo e suas respostas ficam menos automáticas,
originando as atividades motoras voluntarias.
Para Vygotsky (1991), no brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação
surge das ideias e não das coisas: um pedaço de madeira torna-se um boneco e um cabo de
vassoura torna-se um cavalo.
O professor deve ser o elemento integrante nos brinquedos, trazendo estratégias para a
construção do conhecimento e do pensamento. A hora da brincadeira deve ser adequada para
treinar habilidades motoras.
O brinquedo gera um comprometimento com o processo educacional por parte da
criança. O professor deve pensar sempre que o brinquedo e o jogo são grandes ferramentas
para a aprendizagem e que são estratégias de ensino. A espontaneidade, a criatividade, a
alegria e o entusiasmo são qualidades eficazes para tornar o conhecimento atrativo.
Entre os paradigmas construídos com referenciais já apontados, a brincadeira da
criança aparece como um processo metafórico relacionado a comportamentos naturais e
sociais. Especialmente na psicologia teóricos do jogo infantil tem procurado elaborar
conceitos que tentam se erigir como científicos a partir da observação da conduta infantil. É
também dentro do processo metafórico que se compreende a expressão jogo educativo (ou
brinquedo educativo). O quebra-cabeça torna-se brinquedo educativo quando se transportam
para o ensino as propriedades do jogo (ALVES 2006).
Segundo Pedrosa (1996), a criança desde seu nascimento integra-se num mundo de
significados construídos. A criança, por sua vez, como salientam Valsiner (1988) e Winegar
(1988), transcende a cultura de seus pais no processo de apreendê-la, reconstruindo as
experiências adquiridas em seus espaços físicos, inventando cenários novos para exercer o
seu faz-de-conta e criando novas funções para os objetos que lhe são oferecidos pelo grupo
a que pertence. Ao brincar a criança estimula a inteligência porque este ato faz com que a
criança solte sua imaginação e desenvolva a sua criatividade, assim como possibilita o
exercício de concentração, atenção e engajamento.
25
O que devemos entender é que o jogo e o brinquedo fazem e podem fazer parte de um
processo educacional, sendo utilizados como ferramentas e estratégia de ensino. É importante
os pais entenderem que estas estratégias fazem parte desse processo e existe significância
quanto ao resultado das atividades lúdicas realizadas dentro da sala de aula e que esses pais
não devem se afligir quando seus filhos anunciam que brincaram na escola, dentro de sala de
aula.
É importante que os pais saibam que todo esse procedimento foi direcionado pelo
professor e que o de educação física também participou como ministrante dessa aula.
Em todos os momentos didáticos, o professor deve saber que, ao realizar um jogo ou
utilizar um brinquedo, conversar com os alunos é fundamental para mostrar-lhes que quando
se aprende deve haver prazer. Cuidado, a autoridade não quer dizer falar alto e nada de
proporcionar disputas de poder.
Aprendendo, o aluno deve se divertir. O objetivo é fazer a criança aprender a nomear
corretamente os jogos observados durante a brincadeira e, assim, conseguir identificar os
resultados e as propostas em outras situações pedagógicas. É possível organizar atividades
com consistência para fazer a criança aproveitar as situações de aprendizagem. O objetivo é
fazer a turma se aproximar de forma lúdica de conceitos ligados ao conteúdo pedagógico.
Todas as atividades devem ser aplicadas com ordem, disciplina e energia, estimulando
a descontração, a alegria e o prazer que a criança tem que sentir ao realizá-las. Também é
importante que o jogo escolhido seja favorável para que todos participem; dessa forma, o
aluno não perde a motivação quando sentir que o jogo não lhe é apropriado. Os jogos podem
ser dinâmicos ou silenciosos.
Na psicomotricidade, não jogamos com o intuito de competição, mas sim de
cooperação, onde todos ganham. Os jogos são divertidos para todos, há um envolvimento
desses jogos com as habilidades apresentadas pelas crianças, estimulando o compartilhar e a
confiança. A capacidade de cada criança é desenvolvida e elas se juntam e criam pontes
afetivas, de solidariedade, ensinando-as a ter senso de unidade.
A autoestima e a aceitação são reforçadas, as induzem para as tentativas diante das
dificuldades e o melhor é que juntos encontram caminhos para superá-las.
O mundo e a cultura das crianças mudaram. As expectativas e exigências a que elas
estão sujeitas multiplicaram-se. São outros os brinquedos que lhes são oferecidos, com os
quais elas ocupam o tempo. As crianças da atualidade têm outro jeito de brincar, imaginar,
sofrer, pensar e construir sua realidade infantil. As experiências e vivências infantis
26
estruturam-se e se desenvolvem de maneira diferente que qualquer outra época. Hoje, o
fascínio e a sedução exercidos pela imagem estão em posição central. (LEVIN, 2007)
Para o pré-escolar de três anos, está carregado de animismo, cinco a seis anos integra
predominantemente elementos da realidade. A infância é também a idade do possível. Podese projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e renovação moral.
Embora predomine na maioria das situações o prazer como distintivo do jogo, há casos em
que o desprazer é o elemento que o caracteriza.
Vygotsky é um dos que afirmam que nem sempre o jogo possui uma característica
porque em certos casos há esforço e desprazer na busca do objetivo da brincadeira. A
psicanálise também acrescenta o desprazer como constitutivo do jogo especialmente ao
demonstrar como a criança representa em situações extremamente dolorosas, pois quando a
criança brinca,
ela toma uma certa distância da vida cotidiana e entra num mundo
imaginário (SIQUEIRA 2001).
A força de tais brincadeiras explica-se pelo poder da expressão oral. Enquanto
manifestação livre e espontânea da cultura popular, a brincadeira tradicional tem a função de
perpetuar a cultura infantil desenvolvendo formas de convivência social e permitir o prazer de
brincar. Por pertencer à categoria de experiências transmitidas espontânea mente conforme
motivações internas da criança, a brincadeira tradicional infantil garante a presença do lúdico
e da situação imaginária (ALVES 2006).
A inclusão do jogo infantil nas propostas pedagógicas remete-nos para a necessidade
de seu estudo nos tempos atuais. A importância dessa modalidade de brincadeira justifica-se
pela aquisição do símbolo. É alterando o significado de objetos, de situações, é criando novos
significados que se desenvolve a função simbólica, o elemento que garante a racionalidade ao
ser humano. Ao brincar de faz-de-conta a criança está aprendendo a criar símbolos (ALVES
2006).
Ao brincar a criança está interligando varias funções cognitivas que são a motricidade,
a linguagem, a percepção, a memória, entre outros que como sabemos são de grande
importância no desenvolvimento da criança. A brincadeira auxilia a criança a conquistar do
equilíbrio infantil e fortalece a apropriação de signos sociais.
Ao brincar a criança começa a entender cada objeto, o funcionamento dos elementos
da natureza e os acontecimentos sociais. A brincadeira permite a construção de novas
possibilidades de ação e de formas de buscar elementos do seu convívio. Esses objetos que
são usados
nas brincadeiras são especialmente utilizados de maneira simbólica, como
27
substitutos para outros, por via de gestos e expressões. A ação criativa precisa de imaginação
que, por sua vez depende de rica e variada experiência previa e se desenvolve por meio da
atividade simbólica que é representada pelas crianças.
Brincar é uma atividade fundamental para as crianças, para a construção da sua
identidade cultural e de sua personalidade.
Tendo em vista a compreensão e o conhecimento do desenvolvimento das crianças, o
educador deve pensar que tipo de atividade lúdica propor, aplicando-as de forma clara e
objetiva para que as crianças possam entendê-las e, assim, desenvolvê-las. É importante que a
ação do educador amplie o conhecimento da criança, contribuindo assim, tanto no aspecto
linguístico quanto no aspecto cultural. Cabe ao educador alimentar o imaginário infantil de
forma enriquecedora, através de atividades e brincadeiras.
Com isso constata-se que o brincar possibilita a criação de situações imaginaria que
favorecem o desenvolvimento do pensamento abstrato, da capacidade de compreensão e
interpretação e do potencial criativo. Além disso, introduz as regras e as leis que organizam
não só a brincadeira, mas também as ações. A partir da internalização das regras é possível
trabalhar valores importantíssimos para construção da personalidade e da cidadania, tais
como: solidariedade, respeito, espírito de equipe, companheirismo, responsabilidade,
competição saudável dentre outras.
O brinquedo promove uma mudança na estrutura da percepção. O exercício da ação
imaginaria ensina a criança a dirigir sua conduta não somente pela sua percepção imediata,
mas também pelo significado da situação. O brinquedo viabiliza a abstração e produz
mudanças na percepção.
Crianças pequenas têm suas ações determinadas pela esfera visual externa. Motivação
e percepção estão totalmente associadas. Sua ação é determinada por sua percepção.
O objeto tem força determinante. O mundo é o que ela vê. Há uma ligação entre
percepção e significado. A percepção determina a existência das coisas.
É na idade pré-escolar que começa a aparecer uma divergência entre o que é visto e
seu significado. O brinquedo, então, tem uma função determinante no processo de transição
que fará com que ela possa operar com significados.
No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias e não
das coisas: um pedaço de madeira torna-se um boneco e um cabo de vassoura torna-se um
cavalo. A ação regida por regras começa a ser determinadas pelas ideias e não pelos objetos.
Isso representa uma tamanha inversão da relação da criança com a situação concreta, real e
28
imediata, que é difícil subestimar seu pleno significado. A criança não realiza toda essa
transformação de uma só vez porque é extremamente difícil para ela separar o pensamento
dos objetos. (Vygotsky, 2003, p.128)
A partir das situações imaginarias criadas através do brinquedo, as crianças vão
lidando com as situações de forma mais abstrata e isso expande a capacidade de compreensão,
interpretação, analise, síntese e sabemos o quanto esses aspectos influenciam o processo de
aprendizagem. É importante ressaltar a importância do brinquedo e do brincar como recursos
indispensáveis ao desenvolvimento infantil e a aprendizagem.
A ludicidade é uma via de acesso que deve ser utilizada pelo professor para estimular
a psicomotricidade, as funções preceptor cognitivas visuais e auditivas, a sociabilidade,
autonomia, a curiosidade de saber e, sobretudo o interesse pelo mundo e pelas pessoas,
aproveitando essa fase de iniciação na escola para semear valores (respeito, responsabilidade,
solidariedade) que serão determinantes para a formação do caráter e da sociedade.
29
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Vozes, 1998.
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Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. 2ºed. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
PIAGET, J., A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, imagem e representação.
30
Rio de Janeiro: Zarhar, 1976, citado por Rau, Maria Cristina Trois Dorneles, 2007, pág. 46.
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles, A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica.
Curitiba: Ibepex, 2007, Pág. 46 e 57.
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles, A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica.
Curitiba: Ibepex, 2007, Pág. 46 e 57.
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Vozes, 1998.
SANTOS, Santa Marli Pires. O lúdico na formação do educador. Petrópolis: Vozes, 1997.
SIAULYS, Mara O. de Campos, Brincar para todos. Brasília: Ministério da Educação,
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VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar: o despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Sprint
Editora, 1996.
VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem. SP, Martins Fontes, 1988.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
VYGOTSKY. L. A., A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1984, sugerindo por Rau, Maria Cristina
Trois Dorneles, 2007, pág. 78.
31
ANEXO 01
QUESTIONÁRIO DOS PROFESSORES
Este questionário é parte do projeto de pesquisa que será apresentado ao curso de pósgraduação “lato sensu”, educação infantil e desenvolvimento realizado a distância e
ministrado pela Instituição de educação Universidade Candido Mendes- Instituto A vez do
Mestre , cujo trabalho intitula-se “A importância das atividades lúdicas como ferramenta de
ensino no processo de alfabetização”. É de fundamental importância, para o bom andamento
da pesquisa, que responda corretamente as questões, sendo mantidos em sigilo os dados
coletados.
Desde já agradecemos a colaboração e lembramos que não é necessário se identificar
nominalmente.
Identificação:
1. Data de procedimento: ____/___/____
2. Sexo:
Masculino (
3. Idade:
(
)
Feminino(
)Entre 20 e 25
)
( )entre 25 e 30
(
)entre 35 e 45
4. Grau de escolaridade: ( ) ensino médio ( ) superior incompleto
(
( ) superior completo
) especialização
5. Tempo de magistério: (
)02 a 05 anos
( )06 a 10 anos ( )mais de 10 anos
6. Há quanto tempo leciona na escola pesquisada:
( )01 ano
(
)02 anos
( )entre 03 e 05 anos (
)mais de 10 anos
32
Questionário para o professor:
1. Na sua concepção de educador (a), as estratégias de ensino associado às metodologias lúdicas
é significativa?
(
) sim
(
) não
Justifique___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. É possível introduzir em maior proporção recursos lúdicos principalmente no período de
alfabetização da criança?
(
) sim
(
) não
Justifique___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. O trabalho educativo integrado ao lúdico é eficaz para a aprendizagem infantil?
(
) sim
(
) não
Justifique___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. Há incentivo para os educadores, por parte da equipe pedagógica da escola quanto à utilização
de propostas lúdicas na área da educação infantil?
(
) sim
(
) não
Justifique___________________________________________________________________
33
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Maria Rodrigues Gomes - AVM Faculdade Integrada