Abdome Agudo Inflamatório na Infância Marcelo Marcondes Stegani Disciplina de Cirurgia Pediátrica Abdome Agudo • Causas gastrointestinais e intraperitoneais – Inflamação – Processos mecânicos – Distúrbios vasculares – Outras • Causas extraperitoneais Inflamação • Peritônio – Peritonite química e nãobacteriana – Peritonite bacteriana • Peritonite primária • Víscera oca perfurada • Mesentério – Linfadenite • Órgãos intestinais ocos – – – – – – Apendicite Colecistite Úlcera péptica Enterite regional Diverticulite de Meckel Colite Inflamação • Vísceras maciças – – – – Pancreatite Hepatite Abscesso hepático Abscesso esplênico • Órgãos pélvicos – DIP – Abscesso tuboovariano Apendicite Aguda • Inflamação aguda do apêndice • Principal causa de abdome agudo na criança • 4:1.000 crianças • Perfuração – 17-40% ao diagnóstico – Crianças menores 50-85% Apendicite Aguda • 2M:1F • Todas as idades – 6-10 anos • QID do abdome • 15% retro-cecal extra-peritonial • Mortalidade 0,1-1% Apendicite Aguda • Obstrução em alça fechada – – – – Impactação de material fecal Hiperplasia dos folículos linfóides submucosos Obstrução por helminto Tumor carcinóide • Aumento da pressão intra-luminal • Edema mucoso • Crescimento bacteriano Apendicite Aguda • • • • • • • Aumento da pressão da parede Diminuição da perfusão Perda da integridade mucosa Translocação bacteriana Distensão da parede Perfuração Peritonite Omento menos desenvolvido - crianças menores Quadro Clínico • • • • • • Anorexia Dor periumbilical QID < 60% Vômitos Retro-cecal – vômito pode preceder dor “Diarréia” Febre Quadro Clínico • Repouso – Flexão dos MMII • • • • • Face Dor – ponto de McBurney Sinal de Rovsing Sinal de Blumberg Toque retal Diagnóstico Diferencial • Úlcera péptica perfurada • Psoíte • Doença inflamatória pélvica • Gravidez ectópica • Peritonite primária • • • • • Gastroenterite Adenite mesentérica Diverticulite de Meckel Colecistite e cólica biliar Pancreatite Diagnóstico Diferencial • Pneumonia • Síndrome hemolíticourêmica (trombocitopenia, hematúria e sangramento retal) • Lupus eritematoso (serosite) • • • • • • ITU Cálculo renal Pielonefrite Cetoacidose diabética Anemia falciforme Púrpura de HenockSchönlein Diagnóstico Diferencial • Tiflite (invasão da parede intestinal por microorganismos em imunodeprimidos) Exames laboratoriais • Leucograma – Contagem aumenta em 70-90% – Na dependência da evolução clínica – >15.000 – perfuração • Urinálise – Leucócitos ou hemácias • Eletrólitos Exames de imagem • Rx simples de abdome – – – – – – Pouco útil Escoliose Obliteração da margem do psoas direito Níveis hidro-aéreos no QID Ar no apêndice Íleo localizado Exames de imagem • Rx simples de abdome – < 10% - fecalito – Pneumoperitônio Exames de imagem • Ecografia – Exame de escolha – Vantagens • • • • Não-invasivo Ausência de irradiação Sem meio de contraste Dor mínima – Desvantagem • Operador-dependente Exames de imagem • Ecografia – – – – – – – 85% sensibilidade 94% especificidade Apêndice dilatado e não compressível Fleimão peri-apendicular ou abscesso Apendicolito Líquido na luz do apêndice Diâmetro transverso > 6 mm Exames de imagem • Ecografia – Estrutura tubular oval, não-compressível, em fundo cego, com lúmen anecóico com mucosa ecogênica central e zona de diminuição dos ecos adjacente ao ceco Exames de imagem • TC – Pouco uso em criança – Dúvida na eco – Casos complicados • RNM Tratamento • Diagnóstico não consistente • Diagnóstico clássico – Cirurgia • Diagnóstico incerto – Exames laboratoriais e de imagem – Observação – Reavaliação clínica Classificação • Aguda não-gangrenosa • Supurativa ou gangrenosa • Perfurada – 25% - 24 horas – 50% - 36 horas – 80% - 48 horas – 30% de infecção pós-operatória Tratamento • ATBterapia – E. coli, Bacteroides, Klebsiella, Enterococcus e Pseudomonas sp. – Ampicilina + gentamicina + metronidazol/clindamicina – Cefoxitina Tratamento cirúrgico • • • • • Apendicectomia 10-20% de falsos-positivos Hidratação pré-operatória Cirurgia convencional x laparoscópica Incisão de Rockey-Davis Tratamento não-cirúrgico • • • • • • Plastrão apendicular Bom estado geral Tratamento com ATB Drenagem percutânea ou não de abscesso Avaliar necessidade de apendicectomia 6 a 8 semanas Complicações • Infecção da ferida – 1-2% não-perfuradas – 10-20% complicadas • Abscesso pélvico – < 5% • Sepse • Choque • Deiscência • • • • Fístula estercoral Pileflebite Abscesso sub-frênico Obstrução por bridas – 3-5%