CASO CLÍNICO: ABSCESSO PULMONAR Apresentação: Carolina Lamounier Cristiane Von Borstel Orientadora: Lislie Capoulade HRAS/HMIB Internato ESCS/Estágio em Saúde da Criança /2013 www.paulomargotto.com.br Brasília, 22 de julho de 2013 Caso Clínico • Identificação: VAPR, masculino, 4 anos e 4 meses, natural e procedente do Gama-DF, informante: mãe; • Data da admissão: 29/06/2013; • QP: “Febre” há 1 dia. Caso Clínico • HDA: Mãe refere que criança esteve internada na UDIP por 15 dias por pneumonia complicada com derrame pleural, sendo submetido a drenagem torácica. Fez uso de ampicilina+sulbactam por 10 dias. Recebeu alta há 4 dias em uso de amoxicilina+clavulanato. Há 2 dias relata tosse produtiva e há 1 dia evoluiu com febre aferida em 38°C associada a dispnéia. Caso Clínico • Antecedentes Fisiológicos: - Mãe realizou 8 consultas de pré-natal iniciadas no 1º trimestre. Apresentou todas as sorologias negativas e esquema de imunização de dT completo. - Nascido de parto normal, com idade gestacional de 38+2. P= 3065 g Comp= 52 cm PC= 32cm Apgar: 7/9. TSmãe= TSRN= A+. - Vacinação atualizada. DNPM adequado. Caso Clínico • Antecedentes Patológicos Pessoais: - Refere asma; - Relata alergia a ibuprofeno; - Nega traumas. • Antecedentes Patológicos Familiares: Pai, 30 anos, asma. Mãe, 27 anos, nega doença prévia. Irmãos: 7 anos, asma; 10 meses, hígida História familiar de asma, neoplasia, HAS e DM. Caso Clínico • Condições Socioeconômicas/Hábitos de vida: - Reside em casa de alvenaria, com 5 cômodos e 5 pessoas; - Saneamento básico completo. - Nega tabagismo passivo; - Não frequenta instituições de ensino; - Nega contato com animais domésticos. Comentários Caso Clínico Exame físico: - Ectoscopia: BEG, consciente, irritado, eutrófico, hipocorado (+/4+), anictérico, acianótico, hidratado, dispneico; - Peso: 16 kg; - Sinais vitais: FC: 130 bpm; Sat O2: 91% em ar ambiente - ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros. - AR: Presença de tiragem subcostal e intercostal e retração de fúrcula. MVF presente, sem ruídos adventícios. - Abdome: plano, com RHA presentes, normotenso, indolor à palpação, sem visceromegalias e massas. - Extremidades: perfusão adequada, sem edema. Comentários Exames complementares da admissão 29/06/2013 Comentários Caso clínico • Evolução: - Diagnóstico definido: abscesso pulmonar. - Iniciada antibioticoterapia, EV, com clindamicina e oxigênio suplementar sob máscara. Caso clínico - 2° DIH apresentou quadro de varicela. Sendo iniciado tratamento com aciclovir por 6 dias. - Após o quinto dia de internação o paciente já se apresentava sem febre e dispnéia, e sem necessidade de oxigênio suplementar. - Paciente cursou com creptação em hemitorax esquerdo no 7° DIH, cessando após o 13° DIH. Caso clínico - Recebeu alta hospitalar afebril, com ausência de ruídos adventícios à ausculta e expansibilidade pulmonar simétrica, após 14 dias de antibioticoterapia endovenosa,. - Completará o tratamento em ambiente domiciliar com clindamicina oral por 14 dias. ABSCESSO PULMONAR EM CRIANÇAS Introdução • Abscesso pulmonar é uma cavidade de parede espessa contendo material purulento resultante de uma infecção pulmonar; • Condição incomum na pediatria; • Na ausência de tratamento o abscesso pode complicar com significativa morbidade (p. ex empiema e formação de fístula). Classificação • Duração: • Agudo – até 1 mês • Crônico – mais de 1 mês • Condições associadas: • Primário – em criança previamente hígida • Secundário – em crianças com doenças prévia (p. ex fibrose cística) • Etiologia microbiológica: bactérias, fungos Patogênese PNEUMONITE NECROSE CAVITAÇÃO ABSCESSO Patogênese • Principal fator para o desenvolvimento do abscesso: broncoaspiração (rebaixamento do nível de consciência, desordens neuromusculares, refluxo gastroesofágico, intubação prolongada); • Causas menos comuns: fenômenos disseminação hematogênica, tromboflebite. embólicos, Etiologia Quadro Clínico • Pode apresentar manifestação subclínica por várias semanas; Quadro Clínico Diagnóstico • O diagnóstico é radiológico; • Imagem: uma formação arredondada, de espessada, com nível hidroaéreo no seu interior; parede • TC de tórax: em casos de dúvida (pneumatoceles infectadas secundariamente, tumores, pseudotumor inflamatório do pulmão, e malformações pulmonares). Raio-x de tórax Raio-x de tórax em PA e perfil mostrando um abscesso pulmonar de 8 cm de diâmetro com nível hidroaéreo. Tratamento • Terapêutica inicial: antibioticoterapia empírica, parenteral com cobertura para Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e anaeróbios (p. ex clindamicina); • Duração: mínimo de 4 semanas, sendo 2 por via endovenosa e 2 por via oral; Tratamento • Resolução clínica em 80% a 90% dos casos; • Infecção hospitalar: cobertura para enterobactérias e Pseudomonas sp (aminoglicosídeo ou cefalosporina de 3ª ou 4ª geração). • Considerar drenagem percutânea se pacientes com doença sistêmica por mais de 5 a 7 dias após o início da antibioticoterapia; pacientes com condições subjacentes; lesões periféricas. Tratamento • Riscos da drenagem: fístula necessidade de cirurgia de reparo; broncopleural ou • Ressecção cirúrgica ou lobectomia: quando não houver melhora após os procedimentos anteriores. Bibliografia • Rodrigues JC. O tratamento do abscesso pulmonar. Pediatria (São Paulo) 2004;26(4):213-6 • Patradoon-Ho P, Fitzgerald DA. Lung abscess in children. Paediatric Respiratory Reviews (2007) 8, 77–84 • Bartlett JG. Lung abscess. UpToDate 2013. OBRIGADA! Escs-Saúde da Criança-2013-Turma VIII-Grupo C