São Paulo, 03 de Dezembro de 2015, Ano 16, Nº 593. A economia em recessão Vários indicadores já antecipavam a nova retração da economia no terceiro trimestre. No entanto, os números surpreenderam negativamente apontando uma contração para a atividade maior que a projetada pela maioria dos analistas de mercado, o que deverá levar também a revisão para baixo dos resultados esperados para 2015. A retração foi generalizada atingindo todos os setores da economia. Sob a ótica da demanda, o principal destaque foi a expressiva queda dos investimentos, para a qual a construção teve grande contribuição. O consumo das famílias também contribuiu fortemente para os números negativos do trimestre. Apenas o comércio exterior deu contribuição positiva para a atividade com a queda nas importações e o aumento das exportações, mas o que não foi suficiente para compensar todos os demais componentes da demanda. Vale notar que os números de 2014 foram revistos, assim como os do primeiro e segundo trimestres de 2015. Em relação a 2014, o PIB total não sofreu alteração, crescimento de 0,1%, mas suas parcelas mudaram. A construção, que antes apresentava queda de 2,6%, passou a registrar retração de 0,9%. No terceiro trimestre de 2015, o PIB brasileiro registrou queda de 1,7% na comparação com o trimestre anterior, já livre de sazonalidade, configurando a terceira retração consecutiva. Todos os setores tiveram retração: Agropecuária (-2,4%), a Indústria (-1,3%) e os Serviços (-1,0%). Na indústria, o pior desempenho foi da indústria de transformação, com queda de 3,1%. Nessa mesma comparação, considerando a ótica da demanda, apenas consumo do governo registrou alta de 0,3%. O investimento encolheu 4%, a nona variação negativa. Por sua vez, o consumo das famílias teve sua terceira queda (-1,5%). Em relação ao mesmo trimestre de 2014, o PIB teve redução de 4,5%. Todos os setores também registraram variações negativas: a Agropecuária recuou 2,0%, a Indústria caiu 6,7% e o setor de Serviços, - 2,9%. Novamente, a indústria de transformação teve o pior desempenho entre todos os setores, com queda de 11,3%. Por componente da demanda, apenas as exportações tiveram alta de 1,1%. As importações recuaram 20%. O investimento registrou queda de 15,5%, o consumo das famílias e do governo também tiveram retrações de -4,5% e -0,4%, respectivamente. Com esses resultados, o PIB passou a acumular redução de 3,2% no ano. A queda por nove semestres consecutivos reduziu a participação do investimento no PIB que passou de 21,1% no terceiro trimestre de 2013 para 18,1%. O setor da construção apresentou sua terceira retração (-0,5%) na comparação como o período anterior. Em relação ao terceiro trimestre de 2014, a atividade setorial encolheu 6,3%, levando a queda acumulada no ano para 8,4%.