Investimento das empresas recua mais do que a actividade económica O investimento das empresas voltou a cair, com uma quebra de 4,7% no ano terminado no terceiro trimestre, uma queda mais acentuada do que a sofrida pela actividade económica, indicou hoje o INE. A queda do investimento neste sector foi menos significativa do que a registada na média dos 12 meses terminados no segundo trimestre (-10,1%), de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Com a descida do investimento, as necessidades de financiamento suavizaram a queda para 7,4% no terceiro trimestre. Tinha sido de 8,6% no segundo trimestre. A capacidade de financiamento das empresas aumentou em 0,3 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo para o terceiro trimestre, devido sobretudo à subida dos rendimentos primários em 4,5%, a que acresce uma redução dos impostos neste sector. Ao contrário das empresas e das famílias, as administrações públicas agravaram as suas necessidades de financiamento, atingindo os 8,6% do PIB nos primeiros nove meses do ano. No entanto, o INE indica que o agravamento do défice parece ter-se atenuado, devido ao melhor comportamento da receita fiscal (explicada em parte pela dissipação dos efeitos dos reembolsos) e do peso do investimento (que se reduziu) na despesa, uma vez que o consumo final aumentou. Por outro lado, as necessidades da economia de se financiar no exterior diminuíram nos três primeiros trimestres do ano (variação em cadeia) de 10,5% para 8,7%. As melhorias explicam-se com a redução do défice dos rendimentos primários com o exterior, que impulsionou um aumento do Rendimento Nacional Bruto acima do PIB em 0,4 pontos percentuais. O consumo final (famílias e administrações públicas) aumentou e, consequentemente, a poupança bruta da economia voltou a diminuir, embora a um ritmo menor: de 9,2% no segundo trimestre para 9% no terceiro. A diminuição, segundo o INE, foi compensada pelo saldo positivo nas transferências de capital com o exterior e pela redução verificada no investimento.