Informativo Gerencial Mercado e Economia FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção - DT Superintendência de Planejamento - SL.T Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.T Divisão de Estudos Econômicos e de Mercado - DEEM.T Setembro de 2003 Mercado de Energia Elétrica O consumo de energia elétrica faturado na área de atuação de FURNAS totalizou, nos primeiros sete meses de 2003, cerca de 100.568 GWh, segundo informações preliminares divulgadas pelas principais concessionárias distribuidoras da região, o que correspondeu a uma expansão de 4,4% em comparação com o valor verificado no mesmo período de 2002. No mês de julho, o consumo total registrou uma expansão de 3,1% no indicador mensal, influenciado, sobretudo, pelo comportamento das categorias comercial e residencial. A classe comercial acumulou no período janeiro/julho de 2003 um consumo de cerca de 17.563 GWh, o que representou uma alta de 7,0% na comparação com o valor verificado no mesmo período do ano anterior. Em julho, este foi o segmento que registrou a maior expansão no consumo (6,3%) na comparação com o mesmo mês de 2002. A categoria residencial permaneceu sendo responsável pela maior parcela de crescimento nos primeiros sete meses de 2003, acumulando um consumo de cerca de 26.833 GWh, o que significou uma variação de 7,9% sobre o valor assinalado em igual período do ano passado. No indicador mensal, o consumo do segmento apresentou uma expansão de 3,4% em relação ao valor verificado em julho de 2002. O segmento industrial totalizou no acumulado do período janeiro/julho de 2003 um consumo de cerca de 42.622 GWh, registrando um crescimento de apenas 0,2% em relação ao mesmo período de 2002. Já o consumo do mês de julho apresentou uma alta de 1,4% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, configurando-se como a menor taxa verificada dentre as principais categorias de consumo nesta comparação. Este desempenho refletiu o comportamento recessivo da atividade industrial que registrou em julho de 2003, a quarta queda consecutiva no indicador mensal. CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (TWh) Área de atuação de FURNAS 110 Mesmo com esse desempenho nos sete primeiros meses deste ano, o consumo total na área de FURNAS ainda situou-se 4,2% abaixo do verificado em 2000 e foi equivalente ao do ano de 1999. Apesar da retomada do crescimento, o mercado de energia elétrica ainda se encontra em níveis inferiores ao do pré-racionamento. Acumulado Janeiro-Julho 105 100 95 90 85 80 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. Produto Interno Bruto A desaceleração da indústria e a queda recorde no consumo das famílias levaram o Produto Interno Bruto – PIB a preços de mercado, principal indicador da atividade econômica do país, a uma queda de 1,6% no segundo trimestre deste ano em comparação com o trimestre anterior, segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Foi o pior resultado desde o quarto trimestre de 1998, quando o país estava às vésperas do colapso do regime cambial que culminou com a maxidesvalorização do Real e a variação negativa tinha sido de 1,7%. Nos três primeiros meses do ano, a economia brasileira já havia apresentado taxa de crescimento negativa de 0,6%, na comparação com o último trimestre de 2002. No acumulado do primeiro semestre de 2003, o PIB teve uma variação de 0,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado, com crescimentos de 5,7% na agropecuária e de 0,4% nos serviços e queda de 0,5% na indústria. Na composição do PIB do segundo trimestre deste ano foram as famílias que mais sentiram o golpe da retração econômica. O consumo delas teve queda recorde na comparação com o segundo trimestre de 2002: 7,1%, a maior da série histórica iniciada em 1992. Na mesma comparação, a formação bruta de capital fixo (taxa de investimento da indústria e da construção civil) caiu 9%; as exportações tiveram expansão de 30,1%, a maior já registrada, enquanto as importações caíram 3,4% e o consumo do governo cresceu apenas 0,3%. Os dados do PIB no período abril/junho de 2003, pela ótica da produção, indicam que só a agricultura cresceu, com expansão de 3,2%. A indústria apresentou uma retração de 3,2% e os serviços ficaram estagnados, comparativamente ao mesmo período de 2002. A maioria dos economistas considera que o país está tecnicamente em recessão, por ter apresentado dois trimestres consecutivos de queda na produção. Alguns, porém, sustentam que só se pode falar em recessão quando há queda generalizada e profunda no volume da produção, o que não ocorreu. Boletim Gerencial do Mercado de Energia Elétrica e da Economia na Área de Atuação de FURNAS Publicação do Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.T da Superintendência de Planejamento - SL.T tel: 2528-5030 e 2528-4516