Prof. Júlio César Cambraia Veado
Puberdade - 9 - 10 meses ( 6 - 24 meses )
Intervalo entre ciclos - 4 - 12 meses ( 6 meses )
Divide-se em - Proestro, estro, diestro e anestro
INÍCIO - Edema de vulva e sangramento pela primeira vez
TÉRMINO - Quando a cadela permite a cópula
- Duração média - 9 dias (3-17 dias)
- Os folículos ovarianos sofrem desenvolvimento e maturação,
secretando 17--estradiol
- Concentrações séricas crescentes de estradiol
Estradiol
Concentrações
máximas
50 pg/ml
2 dias depois
LH
- O estrôgeno produz a maturação (cornificação) das células
epitelias vaginais.
- Caracteriza-se pela aceitação do acasalamento
- Duração média - 9 dias ( 3 - 21 dias )
- O corrimento vulvar é menos sanguinolento e a vulva se mostra
menos edemaciada que no proestro.
- Com o declínio do estradiol circulante, as células foliculares
ovarianas começam a luteinizar e secretar progesterona
- O aparecimento do LH inicia a ovulação e subsequente formação
de corpo lúteo
OVULAÇÃO - dentro de 48 horas após o aparecimento do LH
(0-96 horas)
- Os oócitos primários são ovulados e requerem mais 2 a 3 dias
de maturação antes que possam ser fertilizados
Oócitos maduros - vida fértil - 2 a 3 dias
Espermatozóides - vida fértil - 3 a 4 dias
- O procedimento comum é levar a cadela ao macho para a
cobertura (domínio territorial e social).
Cópula:
- 1o dia do estro e novamente no 3o e 5o dias
- 4o ou 5o dias
- Conforme se prolonga o intervalo de tempo entre a inseminação e
a ovulação, tanto menor é a ninhada e o número de concepções.
- A idade influi no número de filhotes e na maior ocorrência de
doenças congênitas.
INÍCIO - Recusa da cadela à cobertura (término do estro)
- Representa a fase lútea do ciclo
- A progesterona mantém-se elevada durante os dois meses
seguintes, ocorrendo ou não prenhez
- Nas cadelas prenhez ela cai subitamente, cerca de 24 horas
antes do parto. Nas não prenhez, esta queda é mais gradual
- O término do diestro só pode ser determinado se ocorrer o
parto ou o quadro de pseudociese.
-Segue o diestro e termina quando inicia o proestro do
-ciclo seguinte
- Dura em média - 3 meses
- É o período de latência (descanso) sexual
-Ocorrem apenas flutuações nas secreções de LH, FSH
-e estrôgeno
- Com luz adequada as gatas têm ciclos durante todo o ano.
- a ciclicidade é fotosensível - A maturidade sexual e o primeiro ciclo estral ocorre aos
6 - 9 meses (5-12 meses)
- As gatas são estimuladas a ovular durante o coito
INÍCIO - Concentrações crescentes de 17--estradiol
- Mudanças do comportamento (e não pela tumefação e secreção
vulvar)
- Roçamento, vocalização, diminuição da hostilidade com os machos
- O proestro é muito curto e de difícil identificação (1 a 2 dias).
- O estro é caracterizado pela vocalização forte, lordose, cauda para
o lado e aceitação a cópula
- O estro dura cerca de 6 dias, não sendo influenciado pela cópula
- A ovulação ocorre em conseqüência de um reflexo neuro-endôcrino,
iniciado por estímulos mecânicos
- Ocorre liberação de grande quantidade de LH que produz a ovulação
* conhece-se pouco sobre esse fenômeno
- Podem ocorrer ciclos anovulatórios a cada 2 a 3 semanas
50 % das gatas ovulam com uma só cópula
90 % delas ovulam com três cópulas no dia
durante os três primeiros dias
- Um “guincho” , emitido pela gata, avisa o macho que é hora de
desmontar. Em seguida ela dá giros frenéticos, lambendo o
períneo por vários minutos.
- Recomenda-se 3 cópulas por dia nos primeiros 3 dias
- As fêmeas devem ser levadas ao macho
- Após a ovulação os folículos luteinizam
e produzem progesterona
- A progesterona produzida no corpo lúteo é importante para manter
a gravidez, que dura até cerca do 58o dia de gestação - a partir
daí, a placenta produz a progesterona necessária para a gestação.
Tamanho da ninhada : 2 - 5 filhotes
Tamanho da ninhada : máximo para gatas com 1 a 5 anos
Sobrevivência dos neonatos: máxima após o 1o parto e
menor quando o 1o parto - gatas com cerca de 3 anos
Anamnese detalhada : ciclos anteriores, comportamento durante
o estro, tentativas de acasalamento, métodos de acasalamento
Exame clínico completo
Exame clínico do trato reprodutivo : glândulas mamárias (tamanho,
consistência, secreções), vulva (estrutura, corrimentos), mucosa
vaginal, útero (palpação transabdominal), tamanho e
sensibilidade
- Testes complementares ao diagnóstico serão determinados
a partir do histórico e dos achados do exame físico
- Conduta inadequada de cobertura - Principal
- Idades avançadas
- Infertilidade do macho
- lesões vaginais, útero ou das tubas
- Infecções do trato reprodutivo
Os criadores devem ser instruídos sobre a melhor
CONDUTA DE COBERTURA
- Não se deve estipular como o 10o dia após o início do
sangramento (proestro), como o dia da
ovulação (como é prática corrente)
- Apenas uma cobertura ou várias coberturas num curto
espaço de tempo são causas comuns de Infertilidade.
- Não se deve forçar a cadela a cópula
Cópula:
- 1o dia do estro e novamente no 3o e 5o dias
- 4o ou 5o dias
- O procedimento comum é levar a cadela ao macho para a
cobertura (domínio territorial e social).
- Proligestona (Covinan /Intervet)
30 mg/kg/SC – raças pequenas
10 mg/kg/SC – raças grandes
- Só usar em animais pós-púbere
- Próximo ciclo: 2 a 9 meses após interrupção
- A indução do estro pode ser tentada com a administração de:
- gonadotropinas (LH e FSH) ou GnRH
- As gonadotropinas - substâncias estimulantes sobre as glândulas
- GnRH - hormônio liberador de gonadotropina
- Nas gatas:
Aumento da exposição a luz
Confinar gatas em anestro com gatas ciclando
- FSH (Metrodin HP - Serono)
2 mg/dia/IM/no máximo 5 dias
(até observação de sintomatologia de comportamento de estro)
- GnRh (Decapeptyl - Organon)
1 g/kg/t.i.d./ SC/máximo 10 dias
(ou até aparecimento dos sintomas)
- Em cadelas: anestros patológicos
- GnRh (Decapeptyl - Organon)
1 g/kg/t.i.d./SC/
com o aparecimento dos sintomas reduzir a
0,5 g/kg/t.i.d./SC/3 dias
ESTRADIOL
- Provoca rápida indução do estro,
- Falsa prenhez,
- Impede implantação do óvulo fecundado em cadelas
recentemente acasaladas (ineficaz após nidação),
- Estímulo da expulsão uterina de restos placentários,
fetos mumificados ou piometra,
- Incontinência urinária de cadelas castradas,
- Cipionato de estradiol (Ginestrol - König)
0,5 a 2,00 mg exclusivamente IM
(0,25 a 1,00 ml - produto a 0,2 %)
- Em cadelas o hímen desaparece normalmente, antes do nascimento
- Formação ou desaparecimento anormal do hímen, divertículo vaginal
fusão anormal das pregas genitais, hipoplasias ou agenesias
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
- Vaginite crônica
- Incontinência urinária
- Infertilidade ou recusa à cobertura
DIAGNÓSTICO: Exame clínico e vaginoscopia
Pode ocorrer em qualquer cadela em qualquer idade em qualquer
fase do ciclo
Raro em gatas
ETIOLOGIA: - Infecções virais
- Imaturidade do trato reprodutivo
- Irritação química ou mecânica
- Anormalidades anatômicas
DIAGNÓSTICO: - Histórico achado físico
- Corrimento vulvar mucóide (branco), mucopurulento ou
purulento (verde-amarelado)
- Confirmado pela citologia vaginal, vaginoscopia e comparada
com piometra
TRATAMENTO: - Cadelas pré-púberes, observa-se recuperação
espontânea ao atingirem maturidade física.
- Podem ser indicados antibióticos ou lavagem com soluções
anti-sépticas (permanganato de potássio ou clorexidine)
- Sucesso terapêutico - correção das anormalidades existentes
- hipertrofia de clitóris, estreitamento vaginal, atresia
vaginal, neoplasias vaginais, infecções T.U.S.
Ampicilina, amoxicilinas - 22 mg/kg/t.i.d./10 dias
Cefalosporinas (cefadroxil) - 22 mg/kg/b.i.d.
(Hiperplasia vaginal)
- Durante proestro e estro a vagina torna-se edemaciada
- Esse edema pode ser tão grande que a vagina se projeta para
fora da vulva
- A tumefação é mais resultado do acúmulo de fluido do que do
número aumentado de células vaginais
- Ocorre em cadelas exclusivamente em períodos de estimulação
estrogênica.
DIAGNÓSTICO: - Com base na anamnese e exame clínico
TRATAMENTO: É basicamente de natureza sustentadora
-Resolve espontaneamente quando a fase folicular e a
produção de estrôgeno terminam.
- A ovariohisterectomia resolve o problema
- O tecido edematoso deve ser protegido de traumatismos e
infecções.
Aplicar pomadas antibióticas, antinflamatórias e
com poder de reepitelização
- Deve-se evitar a auto-mutilação
- Extirpação cirúrgica do edema
(Piometra)
ETIOLOGIA: É distúrbio perigoso para a vida
Progesterona
estimula
Crescimento e atividade
secretora das glândulas
endometriais
Hiperplasia endometrial cística - HEC
Estrôgeno
Administração
como abortivo
Progesterona
Diestro ou
após administração
- Sem invasão bacteriana - HEC - hidrometra ou mucometra
- Com invasão bacteriana - HEC - piometra
- Bactérias oportunistas que colonizam o útero normal
Echerichia coli
ASPECTOS CLÍNICOS:
- Piometra aberta ou Piometra fechada
- Febre (20 % dos animais), inapetência, letargia (estado de
inconsciência profundo do qual o indivíduo sai ao ser excitado, mas
retorna logo em seguida), poliúria/polidipsia, vômitos e desidratação.
- Casos crônicos - animais moribundos com hipotermia e choque
- Processo mais grave em cadelas com o útero fechado
- Aberta : secreção purulenta, com traços de sangue
- Fechada : aumento de volume do abdome (palpavelmente dilatado)
não ocorre drenagem de secreção
DIAGNÓSTICO: - Sinais clínicos
- Exames clínicos
- Hemograma (neutrofilia), urinálise (sinais de glomerulonefrite)
- Para se confirmar - Rx e/ou ultra-sonografia
* Piometra ou gestação ?
* O aspecto radiográfico da piometra e do útero grávido são
idênticos até cerca de 40 dias de gestação
* A ultra-sonografia pode ser utilizada em qualquer época para
identificar a presença de exsudato na luz do útero, da espessura
da parede uterina e da presença de estruturas fetais
TRATAMENTO:
-Deve ser rápido e agressivo, caso seja preciso salvar a vida do
animal
- Pode-se desenvolver septicemia e/ou endotoxemia em qualquer
momento
- Fluidoterapia (perdas, funções renais)
- Antibioticoterapia : (amplo espectro - eficientes contra E. coli )
Ampicilina, amoxicilinas - 22 mg/kg/t.i.d./10 dias
Cloranfenicol – 25-50 mg/kg/t.i.d./EV, IM, SC, VO – 21 dias
Cefalosporinas (cefadroxil) - 22 mg/kg/b.i.d.
penicilinas G + gentamicinas - 20.000 U/kg/q.4h/SC/IM/IV
- 4 mg/kg/b.i.d./SC/IM - 1o dia depois s.i.d.
- Choque séptico : Corticosteróides
Prednisolona (Predef Upjohn)
15 a 30 mg/kg/IV
Dexametazona (Decadron - Prodrome)
4 a 6 mg/kg/IV
- PGF2 (prostaglandina) - promotora de contrações uterinas
Prostaglandina F2  natural (Lutalyse)
0,1 a 0,25 mg/kg/dia/SC/3 a 5 dias
(ou até o útero ficar vazio)
- Aumento do corrimento vulvar, com o tempo corrimento mais
mucóide ou sangüíneo, regressão uterina
- A Ovário-histeroctomia é o tratamento preferido e definitivo
Fenômeno clínico onde a fêmea não prenhe desenvolve
comportamento maternal com sinais físicos de prenhez,
no final do diestro
- Como a cadela ovula espontaneamente e sempre entra em fase
lútea (aumento das concentrações séricas da progesterona)
a pseudociese é um fenômeno comum nas cadelas
- Indica a ocorrência de ovulação determinando que o eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonadal está intacto.
Estro
ovulação
Fase lútea
concepção
Não concepção
Gestação
Pseudociese
(com ou sem manifestações clínicas)
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
- Comportamento materno, fazer ninho, adoção de objetos e
outros animais, desenvolvimento das glândulas mamárias,
galactorréia, inquietação, irritabilidade, dilatação abdominal,
anorexia e vômito
DIAGNÓSTICO:
- Confirmado pela ausência de fetos
- Rx e ultra-sonografia
TRATAMENTO:
- As alterações clínicas são auto-limitante desaparecendo
com duas a três semanas
- Geralmente, não necessita de tratamento
- Suspensão do alimento e água por 24 horas, seguido de
aumento gradativo (três a cinco dias).
- A ovariohisterectomia é o tratamento definitivo
- Palpação, ultra-sonografia e Rx
- Palpação : fácil execução, rápido e barato
- Fatores que interferem : falta de prática, quantidade de
gordura, conformação orgânica, temperamento do animal,
patologias uterinas
20 dias - desenvolvimento placentário - cerca de 1 cm
30 dias - protuberância uterina com 3 cm de 
35 dias - aumento difuso do útero (formação das bolsas
de gestação)
- Ultra-sonografia - excelente método no auxílio ao diagnóstico
- Pode-se estabelecer prenhez quando se identifica a bolsa
de gestação.
Bolsa de gestação - estrutura anecóide esférica
Útero e placenta -estruturas hipoecóides
Estruturas fetais - estruturas hiperecóides
Detecção com segurança - 24 a 28 dias após cobertura (cadelas)
- 20 a 24 dias após cobertura (gatas)
- Nessa ocasião observa-se : estruturas fetais e atividade cardíaca
- A partir do 28 dias - confirmado em quase 100 % dos casos
- A estimativa do tamanho da ninhada pelo ultra-som não é exata
Raio-X : Pode ser utilizado para confirmar prenhez após ter ocorrido
calcificação suficiente do esqueleto
40 a 45 dias após cobertura (cadelas)
35 a 40 dias após cobertura (gatas)
- Como são feitas mais tardiamente são melhores para determinar
tamanho da ninhada e viabilidade dos fetos.
Existem três fases de trabalho do parto:
Fase I:
Dilatação da cérvix
- Inquietação, comportamento de fazer ninho
- Não são evidentes contrações uterinas.
- Duração: de 6 a 12 horas
Fase II -
Expulsão do feto
- Contrações uterinas evidentes
- Tempo de expulsão do primeiro feto - 2 a 6 horas
- O segundo filhote deve nascer durante a próxima hora
- Período de descanso entre nascimentos (1 hora ou mais)
- Para as gatas podem ocorrer longos intervalos entre
nascimentos (12 a 14 horas)
Fase III -
Expulsão da placenta
- Eliminada dentro de 5 a 15 minutos após cada
neonato
- A distocia (parto difícil) pode ser causada por fatores
maternos fetais ou por deficiência de contrações uterinas.
- Fêmeas pesadas, velhas, hipoglicemia, hipocalcemia,
hipercalcemia, estreitamento pélvico.
- Desproporção cefálica, tamanho da ninhada, mortes fetais,
monstros fetais
-A cadela deve ser examinada e deve-se tentar identificar a
causa
Quando determinar se se trata de uma distocia ou não:
- Histórico de distocias prévias;
- esforços constantes, impiedosos e improdutivos de uma
hora ou menos;
- mais de 3 horas após início da fase II sem nascimento
do primeiro neonato;
- mais de uma hora de trabalho de parto ativo entre os
nascimentos;
- trabalho de parto parado antes da expulsão de toda a
ninhada.
TRATAMENTO:
Deficiência de contração:
- Titilação - estímulo deliberado das contrações uterinas
e abdominais
- Ocitocina - Atonia sem obstrução 5 a 20 UI/IM a cada 30 minutos/máximo 3 aplicações
- Caso não se observe resposta após 3 injeções de oxitocina,
inércia primária (não respondem a oxitocina), distocias
obstrutivas - cesariana
(Tetania puerperal, Eclâmpsia)
- Hipocalcemia aguda no período pós-parto
- Geralmente associada a perda de cálcio para os esqueletos fetais
e para o leite.
- Os sintomas são vistos, principalmente, durante a lactação máxima
(uma a três semanas pós-parto) e em cadelas pequenas
alimentando grandes ninhadas.
- Pode ocorrer em gatas
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
- Tremores, fasciculações musculares, fraqueza, ataxia, tetania
com convulsões tônico-clônicas e epistótomo
- Freqüência cardíaca e temperatura aumentadas
- Fatal, se não tratado
DIAGNÓSTICO: Histórico e exame clínico
- Concentrações séricas de cálcio inferiores a 7 mg/dl
(normal - 10 a 12 mg/dl)
- A hipoglicemia pode causar sintomas semelhantes porém,
ela não é comum
TRATAMENTO:
Gluconato de cálcio 10%
3 a 20 ml/IV - muito lento
- O cálcio é cardiotóxico devendo o coração ser monitorado
durante a aplicação quanto a bradicardia e disritmia.
- Ótima resposta - cerca de 15 minutos após a aplicação
- Impedir que os filhotes mamem durante as próximas 24-48 horas
Cálcio oral - 1 a 3 g/dia durante a lactação
(necessidade: 242 mg/kg/dia)
- Suplementação de Vitamina D pode provocar hipercalcemia
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