Fisiologia II - Zootecnia
ENDOCRINOLOGIA DA
REPRODUÇÃO EM FÊMEAS
Bernardo Baldisserotto
Departamento de Fisiologia e Farmacologia
Universidade Federal de Santa Maria, Brasil
Fisiologia do sistema reprodutor feminino
Trato reprodutivo da vaca.
(http://extension.missouri.edu/publications/DisplayPub.aspx?P=G2015)
Ovários
células germinais  oogônias  oócitos
Oócitos são revestidos por células foliculares 
folículos ovarianos
3 camadas revestem os oócitos:
células granulosas
membrana basal
células da teca
Mamíferos:
– Secreção hormonal em embriões e neonatos
Mitose dos oócitos cessa no nascimento,e logo ocorre o
início da meiose. Final da meiose só na puberdade.
Gonadotrofinas:
ovelha e vaca → FSH, LH e GnRH → secreção a partir
de 1-2 meses vida fetal
porca → final vida fetal
secreção reduz na época do nascimento ou 1-2 meses
após
Mamíferos:
– Puberdade → quando capaz de liberar gametas e
apresenta comportamento sexual completo
↑ secreção de gonadotrofinas, bem como sensibilidade
ao GnRH
há um período de esterilidade (primeiro estro ou
ejaculação) → algumas semanas
início varia conforme meio ambiente, raça, época do
nascimento, nutrição, peso
Início puberdade:
bovinos → 1 ano
gado de leite → 30-40% peso adulto
gado de corte → 45-55%
eqüinos → 15-18 meses
ovinos, caprinos e suínos → 6-7 meses
ovelha Suffolk → 50%
ovelha cara preta escocesa → 63%
coelhos → 3-4 meses
Ciclo ovariano - mamíferos
folículo  folículo  secreção  folículo  ovulação
primordial
primário
estrogênio
maturo 

LH
FSH
oócito
corpo
lúteo

progesterona (princ.)
e estrogênio

 FSH e LH
sem fecundação  como  FSH e LH  degeneração do
corpo lúteo
- Fase pré-ovulatória
Células da teca → ação do LH → testosterona
Células da granulosa → ação do FSH → conversão de
testosterona em estradiol pela aromatase
Etapas gerais do ciclo ovariano (ou estral)
a – Crescimento folicular
total → mais de 20 dias, provavelmente em torno de 6
meses
fase final → 12-34 dias em ovelhas, vacas e porcas
Folículo primordial → fase inicial de crescimento
independente de hormônios
c. foliculares formam c. granulosa → produzem zona
pelúcida (subst. glicoprotéica)
c. teca → LH estimula produção de andrógenos
c. granulosa → FSH estimula conversão de andrógenos em
estrógenos
FSH e estrógenos → ↑ receptores FSH na c. granulosa
Substâncias inibidoras (produzidas pelas c. granulosa)
↓
controlam crescimento folículo
↓
sincronização maturação folículo e oócito
Fator inibidor da maturação → impede reinício da meiose
Fator inibidor luteinizante → impede luteinização do
folículo
Inibina → ↓ FSH principalmente antes da ovulação
FSH → ↑ receptores LH
LH → ↓ receptores FSH antes da ovulação
b – Ovulação
↑ LH
→ ↓fator inibidor maturação → meiose I
pré-ovulatório
→ c. granulosa → progesterona
(início luteinização)
→ estimula ruptura do folículo
duração pico LH:
coelhas → 4-5 h
vacas, cabras e ovelhas → 6-12 h
porcas → 24 h
éguas → 7 dias (LH mais estável)
b – Ovulação
Intervalo entre início liberação LH e ovulação:
Coelhas → 12 h
vacas e ovelhas → 24-32 h
Porcas → 36 h
Ovulação induzida por copulação → coelhas, camelos
cópula  receptores vagina  hipotálamo  GnRH 
LH  ovulação
c – corpo lúteo (CL)
pico LH → c. granulosa →
progesterona
(início luteinização)
prolactina → necessária para manter CL em ovelhas
luteólise em fêmeas não prenhes → iniciada 3-6 h após
liberação PGF2 (útero → ±14 dias após ovulação) em
vacas, cabras, éguas
porcas → só alguns dias depois tem efeito
– Ciclos estrais
fases
- estro → receptividade sexual, ovulação no final
- metaestro → desenvolvimento CL (nem todos)
- diestro → CL maturo; termina com a regressão do CL
- proestro → fase de crescimento folicular
- anestro → período sem atividade ovariana
Bovinos: ciclo estral
pró-estro  crescimento folicular
estro
meta-estro  início do desenvolvimento do corpo lúteo e
secreção de progesterona.
sangramento vaginal (só nas vacas)
di-estro  corpo lúteo com grande secreção de
progesterona
outros  sem meta-estro, mas anestro  sem atividade
hormonal
Níveis hormonais durante o ciclo estral da vaca.
(http://extension.missouri.edu/publications/DisplayPub.aspx?P=G2015)
Níveis hormonais durante o ciclo estral da égua.
(http://www.equine-reproduction.com/articles/estrous.htm)
Níveis hormonais durante o ciclo estral da ovelha.
(http://www2.dpi.qld.gov.au/sheep/8173.html)
a – Bovinos: 21 dias (18 a 24)
características do estro (18 h)
→ permite monta
→ ↓ apetite
→ relaxamento e vermelhidão da vulva, muco claro e
fibroso
detecção → corante no ventre de touro (desvio lateral
pênis) ou boi
ovulação 30-32 h após início do estro, ou 12-14 h após
final
inseminação artificial
CL dura 16 dias, liberação de PGF2 → luteólise
proestro → 2 dias → crescimento de um folículo
b – equinos: 22 dias (19 a 25)
éguas têm 3 categorias de acordo com a estação
reprodutiva:
1 – estação definida → ciclo estral no final primaverainício verão
2 – estação transitória → ciclo estral ao longo do ano, mas
ovulação só na estação reprodutiva
3 – reprodução todo ano → + regiões tropicais
características do estro (5-6 dias) → permite monta,
agacha, urina, afasta patas traseiras, ↑ rabo, contrações
rítmicas expõem clitóris
ovulação → 24 h antes do fim do estro (variável em
relação ao início)
CL dura 14 dias, 6 h após liberação de PGF2 → luteólise
Proestro → 24 h
Anestro → para as que têm estação definida
c – ovinos: 17 dias, ciclos no outono nas regiões
temperadas
características do estro (24-36 h)
→ vibração do rabo
→ tendem a ficar o mais próximo possível do macho
(difícil detectar sem macho perto)
ovulação → 30-32 h após início estro
CL dura 14 dias → exposição prévia à progesterona
necessária para ↑ receptividade sexual
Proestro → 24 h
e – suínos: 21 dias
características do estro (2 dias)
→ inchamento da vulva
→ ↓apetite
→ pressão no dorso → imobilidade e arqueamento
ovulação → 36-42 h após início estro
geralmente taxa ovulatória maior (16-17) que capacidade
uterina (12) → redução em torno do 30º dia gestação
CL dura 14 dias → crescimento até dia 6-8
Proestro → 5-6 dias
Esquema geral da regulação hormonal da reprodução das fêmeas de
vertebrados. A área sombreada geralmente não ocorre em vertebrados
ovíparos. E - estrógeno; P - progesterona
ovíparos  sem corpo lúteo, exceto monotremos
aves  após ovulação oócito fica no oviduto  albumina
 fertilização  casca
Arginina vasotocina  oviposição
peixes  ovulação relacionada à liberação de GTH II e
macho
Animais têm mecanismos
prolongar vida do CL
diferentes
para
- ovelha e vaca céls embrionárias secretam substância parácrina que
impede produção de prostaglandinas pelas céls
uterinas
-égua –
córion secreta gonadotrofina coriônica (GC),
que prolonga a vida funcional do CL
Placenta se desenvolve  secreção progesterona e
estrogênio
progesterona:
- essencial para manutenção do endométrio e
inibição das contrações do miométrio
- contribui na preparação das glândulas mamárias
para lactação
estrogênio:
- estimula crescimento do miométrio
- contribui para desenvolvimento mamário
Parto: estrogênio estimula mudanças no miométrio
para facilitar contratilidade
1)
sintetizar
conexinas
(formação
de
junções
fechadas)
2) expressão
de
receptores
secreção de prostaglandinas
para ocitocina
e
na iminência do nascimento, contrações se espalham
ao longo do útero em direção à cérvix
↓
feto é forçado contra a cérvix
↓
estimulação de mecanorreceptores
↓
hipotálamo
↓
ocitocina
↓
contração do miométrio
↓
estimulação de mecanorreceptores
↓
secreção de ocitocina
relaxina
secretada pelo CL
(útero e placenta em
algumas espécies);
causa dilatação da
cérvix e da vagina e
estimula contrações
uterinas
contrações aumentam
↓
cérvix dilata
↓
feto nasce
↓
cessam estímulos mecânicos
↓
secreção de ocitocina diminui
placenta é expelida: níveis maternos de estrogênio e
progesterona caem a níveis pré-gestacionais
Lactação
gestação  estrogênio, progesterona e prolactina 
glândula mamária fica capacitada a produzir leite
Controle da lactação:
prolactina: estimula produção de leite e
secreção pelas céls epiteliais do alvéolo
ocitocina: estimula ejeção de leite
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