e e i SINAIS DA MUDANÇA: A môça loura que apresenta aos policiais seus documentos é a freira Mirian Vulce. Foto “JB” para o CEI e texto à pág, 3. C6 I centro ecumênico de informação CEI — Descuido tipográfico fêz com que a nossa ú ltim a edição saísse com d a ta e num eração errad as. Os que não receberam exem plares corrigidos devem a n o ta r que o últim o CEI tem que ser de junho e nú m ero 55. Certo? J á que estam os tocando n as lacu n as de revisão (êsse é o espinho n a carn e dos editores), ficou faltan d o , tam bém , n a lista de p articip ação ecum ênica d a S em ana da U nidade, à p ág in a 3, os luteranos. É claro que êles estiveram presentes. Atingim os a m etad e do ano de 71 com regularid ade n a publicação e considerável au m en to do núm ero de assinantes. Os suplem entos, variados nos assuntos, têm conduzido nossos leitores à m editação. É o que vai acontecer com o tra b a lh o do Miguez Bonino que e s ta mos distribuindo com a p resen te edição — reflexões teológicas sôbre o Ecum enism o. O que está dito n a ú ltim a pág in a, com o títu lo que ali pusemos, “E vangelho; um cham ado à lib erd ad e”, é m ais u m a reflexão, tam bém teológica, de R ubens A . Alves. É assim como desabafo de alguém que, co rajo sam ente, rom pe com velhas, arcaicas e d o m in an tes es tru tu ra s e aceita a liberdade do Evangelho. M ais do que reflexão é to rtu ra n te desafio! O hom em precisa to m ar consciência de que é um ser livre, n ão dom es ticável. Deus o fêz assim porque, afinal, n ão é d a Sua essência ser Deus de robôs ou de a u tô m a to s ... E em Cristo somos libertados, porque “se o Filho vos lib e rtar sereis v erd ad eiram en te livres” (João 8:36). C A R T A S — F iquei grandem ente im pressionado com o trabalho de E lte r M aciel sôbre a falta de um a pedagogia de com unicação. É êste exatam ente o tem a que me move em U N E L A M . Corno a b rir à s Ig re ja s a dim ensão con tem porânea do E vangelho ? Po* isso quero pedir au to rização p a ra p u blicar aqui êsse artigo como prep aração p ara nós o u tro s e dedicado ao ecum enism o Um abraço, E m ílio Castro M ontevidéu, U ru g u a i. — T enho recebido C E I com regularidade e alegra-m e poder com partir, à distância, o g rau de desenvolvim ento em p ro fu n d id a de -e v ariedade que o m ovim ento ecum ênico b rasileiro possui corno contribuição original ao m ovi m ento m undial. A preciei espe cialm ente o artigo-suplem ento do ex-colega E lte r M aciel insistindo na necessidade de se ex perim en ta r novas form as de com unica ção1 com o povo brasileiro, de se elaborar um a teologia e pe dagogia de corte nacional que leve em conta as características peculiares de nossa gente em seu presente contexto h istórico e não se lim ite a rep etir fó rm u las e categorias estran h as a essa re a lidade. O ração pelo E cum enis mo, do n.° 55, é um a crítica valiosa ao tipo de litu rg ia que se tem utilizado n as Sem anas de O ração, à s quais se poderia acrescen tar m ais espontaneidade e criatividade tipicam ente b ra si leiras, assim como re -in te rp re ta r o sentido da oração como serviço perm anente ao hom em oprim ido a p a r tir das com unidades de base onde a lu ta pela dignidade e ju stiç a é m ais candente. A tenciosam ente, a espera de próxim os núm eros, Ebcr Ferrer G enebra, Suíça — . . . venho solicitar m inha assin a tu ra do C E I. T enho lido alguns núm eros esparsos, de fo rm a que g o sta ria de e n tr a r em contato com os estudos e as re flexões que são feitas, m uito ú teis p ara alertar-n o s face ao& desafios do m undo presente. S ílv io de A ra ú jo Lobo P a sto r P . Independente J a ta í, GO. — Acho sinceram ente que vo cês p restam excelente se rv iç o . Bem inform ados é que podemos a ju iz a r acertadam ente. E spero que D eus continue anim ando a vocês, dando-lhes esperança de .v er os fru to s dos seus trabadhos p ro sperarem . T ivem os en sejo de a s sistir algum as aulas do bispo inglês, Robinson, no S em inário T eológico E piscopal. ,G ostam os m uito das aulas, que fo ram bem freqüentadas. F alou tam bém a um grupo de pastores japoneses. A braço. R y o sh i Iísu k a P a sto r P . Independente S. P aulo, S P . CEI C entro E cum ênico de In fo rm ação — P ublicação da T em po e P re sen ça E d ito ra L td a . A ssin atu ra a n u a l: Cr$ 10,00. Rem essas em cheque pagável no Rio, p a ra T em po e P re sen ça E d ito ra L tda. C aixa P o stal 16.082, GB. Julho 1971 D ireto r : D om ício P ereira de M attos Número 56 2 TÓXICOS * RESPONSABILIDADES DA FAMÍLIA E DA IGREJA O professor e psicólogo Tito Avilez, m em bro de um a igreja p resb ite ria n a n a G u an ab ara, disse, n u m a confe rência feita p a ra cem professoras do Estado, no au d i tório da Rádio Roquete Pinto, que “a escola, a ia m ü tà f a Ig reja e o Estado têm fracassado n a sua função de prom over a form ação dos valores m orais do hom em brasileiro”. A p a rtir dessa co nstatação, êle assinalou que “a m aconha, os tóxicos em gerai, são consum idos pelos jovens como um a form a de com pensação — t o talm en te desaconselhável — p a ra aliviar suas fru s tra ções, decorrentes do fracasso das in stituições que têm por m issão prom over o a ju sta m e n to da ju v e n tu d e ” . A firm ou ain d a que dos trê s aos sete anos a crian ça sai, g r a dualm ente, de seu pensam ento, da sua visão m ágica, p a ra a visao' lógica. N a escola, tem o seu p rim eiro contato com o m u n do ex terio r, com a realidade p rá tica, com o dia-a-dia d a v id a . UNIDADE CRISTÃ NAS COMEMORAÇÕES DOS 2 500 ANOS “ DO IMPÉRIO PÉRSICO T eerã — Onze Ig re ja s C ris tãs no I r ã p articip arão c o n ju n tam ente dos festejo s do 25.° sé culo do Im pério P érsico , ch a m ado ho je o I rã : Ig re ja A pos tólica A rm ênia, I g re ja C atólica A rm ênia, Ig re ja A ssíria do O r i ente, Ig re ja C atólica Caldaica, Ig re ja E piscopal do I rã , Ig re ja E vangélica do Ira , I g re ja C ató lica Rom ana, C om unidade C rista do T eerã , Ig re ja E v an g élica A lem ã, I g re ja G rego-O rtodoxa e I g re ja R u ssa O rtodoxa. O culto ecum ênico e a recep ção serão realizados n a C ated ral de São Jo sé (C ald aica), no- sá bado, dia 9 de outubro. O go verno com parecerá oficialm ente, bem como a lta s fig u ra s eclesiás ticas do m undo cristão. T o d a a segunda quinzena de outubro se rá dedicada às com e m orações oficiais e os grupos cristão s estarão unidos p ara p ro viden ciar in fo rm açõ es m ulti-Kngitísticas sôbre assuntos relig io sos e a p articip ação c ristã na h istó ria do Im pério. JULHO 71 - CEI Aos 14 anos o hom em en tra em sua te rc e ira dim ensão a fe tiva : os am igos. Q uando a fa m ília, a escola, a ig re ja e o E stado j á não conseguiram , n a quela idade, fo rm ar a consciên cia m oral do jovem , en tram em ação os m ecanism os negativistas de repressão. D aí p a ra diante, qualquer dem anda das in stitu i ções já não se rá feita no sen tido form ativo, m as repressivo. O que ocorre daí p a ra a frente é um a fricção, um a trito cons tan te en tre os jovens e as in s tituições. O padrão social fica em jôgo. Isso prova o quanto o tóxico é um problem a edu ca cional. A lguns dias depois, a 9 de julho, o P ro f. T ito A vilez, no E difício de M anchete, fêz o lan çam ento de livros didáticos, de um a equipe, dirigida por êle, a serviço da E d ito ra Bloch. AMÉRICA LATINA: MUDANÇAS AUDAZES NA VIDA DA IG REJA “ T ornou-se u rg en te um a tra n s form ação na A m érica L atina, com m odificações audazes e pro fu n d as, a que a I g re ja se sente obrigada, pela fò rç a do E v an gelho, a d a r su a colaboração. A A m érica L atin a so fre com g ra n de intensidade os in flu x o s do m om ento histórico de um a si tu ação cam biante” . E sta s p ala v ras estão contidas num a decla ração, feita em R om a, pelo Bispo A u x ilia r de S. P aulo, Dom L u cas N eves, que aconselhou “um diálogo lúcido e pleno de cora gem en tre os c ristã o s” como f o r m a de ev itar graves e perigososconflitos, tensões e divergências. A fo to g rafia de nossa capa é um a prova das m udanças na v i da e com portam ento da Ig re ja C atólica Rom ana, n estas p a ra gens. A loura de calça Lee, blusa am arela, cercada pelos po liciais, passava pelo A te rro do F lam engo. N ão co rria dem ais, m as foi ad v ertid a porque lhe fa ltav a o capacete obrigatório. F icou su rp resa, porque não sa bia disso, e deixou m ais s u r presos os policiais quando ap re sentou seus docum entos : t r a ta va-se de um a fre ira , a irm ã M irian V ulce. . . PASTOR PRESBITERIANO SERÁ RECEBIDO PELO PAPA EM AUDIÊNCIA PRIVADA O p asto r N ehem ias M arien, como decorrência do invulgar sucesso em p rogram a de televisão, em que res pondeu sôbre a Bíblia, está p resen tem en te à fre n te de um a excursão ecum ênica e cu ltu ral pela T e rra S a n ta . Na volta, o grupo v isitará algum as nações da Europa, sendo que o ‘‘P asto r da B íblia”, como é cham ado, tem m arcad a, em Roma, u m a audiência especial com o P ap a Paulo VI. Os assuntos sôbre os quais conversarão o pastor p resb iterian o e o Pontífice Católico versarão sôbre relações ecum ênicas e a m aior divulgação da Bíblia. 3 ABERTURA EUCUMÊNICA MAIS AMPLA MULHERES EM ALTAS FUNÇÕES NO VATICANO A Com issão C entral do Con selho M undial de Ig re ja s, na reunião de A dis Abeba, ouviu com atenção m ensagens d efen dendo novos m étodos de diálogo com as religiões n ão -cristãs. D r. E ugene C arson Blake, S ecretário G eral, in sistiu em que se deva d a r atenção especialm ente ao diálogo com o Judaísm o “ sobre o tem a da fé em D eu s” , bem como em refe rên cia à ju stiç a r a cial e a paz m undial. O R ev . Stanley S am arth a, m em bro do Conselho de G enebra, d e c la ro u : “ P orq u e nós cristão s não pode mos p reten d er te r o monopólio da verdade, deveríam os conhecer hom ens de o u tras religiões e ideologias, como p arte de nossa confiança em C risto e obediên cia à sua prom essa” . PAQUISTÃO: AUXÍLIOS DO C .M .I. O Conselho M undial de Ig re jas, pela sua Com issão In te reclesiástica de A ju d a a R e fu g ia dos e Serviço M undial, está so correndo os refu g iad o s do P a quistão O rien tal, cujo núm ero inicial foi calculado em dois m i lhões e meio, v erificando-se ago ra q u e . sobe a m ais de seis m i lhões, num dos m ais dram áticos e graves problem as de fom e, h i giene e saúde, naquela região asiática. O apêlo do C . M . I . p ara lev an tar 500 m il d ó lares foi atendido1 e rem etido a té 30 de junh o D ian te do crescim ento do núm ero de refu g iad o s e o agrav am en to d a situ ação , envol vendo a ín d ia , a Com issão de A ju d a Inter-eclesiástica está so licitando das v árias Ig re ja s um a contrib u ição de 4 m ilhões de d ó lares. 71 - CEI ASSINE 4 - 72 Cidade do Vaticano — A religiosa n o rte -a m e rica n a T h ad d ea Kelly, de 54 anos, foi nom eada p a ra a direção da S ag rad a Congregação P a ra os Religiosos, o m ais alto pôsto já desem penhado por um a m u lh er n a Igreja. Soror T h ad d ea K elly ch efiará o m inistério que tr a ta das relações com fre ira s e frades e aprova as co n stitu i ções dos in stitu to s religiosos fem ininos. A nteriorm ente, a m u lh er que ocupava o m ais alto cargo na S anta Sé e ra R osem ary Goldie, secular a u stra lia n a nom eada há q uatro anos v ice-secretária do conselho p ara o laicism o. A ntes de chegar ao a tu a l posto, S oror K elly foi m estra de noviças e p ro fesso ra de fran c ês na U n i versidade C atólica de W ash in g to n . A IGREJA E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PAPA DEFINE POSIÇÃO DA IGREJA O V aticano reafirm o u o “ d i reito in alien áv el” de in fo rm a r e se r inform ado e instou com os jo rn a lista s p a ra que se esforcem no sentido de atin g ir “sin c erid a de, honestidade e veracidade” em seu trabalho. E m extenso docum ento, pede tam bém aos jo rn a lista s que evitem corrom p e r os v alo res fundam entais da vida. T erm in a por ren d er h o m enagem à dedicação e ao valor de m uitos jo rn alistas, assin alan do que alguns m o rreram no exercício de su a p rofissão, e condena a violência utilizada contra êles. O docum ento, de 82 páginas, foi p reparado pela Co m issão pon tifícia de C om unica ções Sociais, com o decorrência de pedido do Concílio V a tic a no I I . MAIOR LIBERDADE PARA A IMPRENSA 1 S a n ta S é divulgou uma nova in stru ção p asto ral, a “ Com unio e t P ro g ressio ” , na qual a s autoridades são e x o rta das a g a ra n tir a liberdade de expressão e a divulgação da v e r dade. O s bispos são aconselha dos a um m elhor uso dos veículos de divulgação, dando in fo rm a ções m ais am plas aos m eios no ticiosos. Cidade do Vaticano — O P ap a P aulo V I divulgou um a Carta A postólica m odernizando os en sinam entos da I g re ja contidos na E ncíclica R e ru m N o v a r um, do P a p a L eão X I I I . A m ensagem papal m arca O1 octogésim o a n i v ersário da E ncíclica R eru m N ovar um, que m arcou época como sendo o prim eiro m an i festo da I g re ja em relação à questão social. (C IC ) AS COMENTADAS VIAGENS DE D. HELDER T êm sido m aliciosam ente co m entadas as viagens do A rce bispo de O linda e R ecife, Dom H e ld e r C âm ara, ao exterior. O boletim arquidiocesano do R ecife d á conta de que o A rcebispo já recebeu neste ano' de 1971, 40 convites, de 18 d iferen tes países, garantindo todas as despesas de viagem e hospedagem . E stão assim distribuídos os 40 convi t e s : dos E E .U U . 10, da Ale m anha 6, da S uíça 5, da Itá lia 4, da H olanda 2, e m ais um dos se g u in te s: Japão, S. D om ingos, Irlan d a, N oruega, E sp an h a, A u s trá lia , C anadá, C osta R ica, S u é cia, Á u stria, B élgica e A rg en tina. JULHO 71 - CEI REFLEXÕES SÔBRE EVANGELIZAÇÃO O Sínodo da G u a n a b a ra d a Ig re ja P resb iterian a, em sua ú ltim a reunião, en c e rrad a a 13 de julho, resol veu prom over sérias reflexões a respeito de “evangeli zação”, afirm an d o que “os m étodos trad icio n ais de evangelização se to rn a ra m superados e irrelevantes, não atingindo m ais as cam adas sociais em progresso econô mico e cu ltu ra l e, especialm ente, não consegue m esm o m an ter n a Ig re ja a nova geração”. A firm a a in d a o docum ento que “é ab so lu tam en te necessário que o Sí nodo faça u m a p au sa p a ra reflexões sérias sôbre o p ro blema da Evangelização e elaboração de um projeto aplicável às específicas condições sócio-econôm icas da eidade-estad o .” Foi no m ead a um a comissão especial p a ra sistem a tizar as reflexões e depois elaborar projeto evangelístico p a ra o E stado da G u an ab ara. ÍGREJAS DA ALEMANHA ORIENTAL CONTRIBUIRÃO PARA A AFRICA As ig rejas p ro testan tes da R e pública D em ocrática A lem ã estão sendo convidadas a p a rtic ip a r de um p ro jeto de m eio m ilhão de m arcos (U S $ 2 2 5 .0 0 0 ) d estin a dos a um p ro g ram a específico contra o racism o. A direção d es ta cam panha está sendo co o rd e nada pela “ G D R ’s A fro -A sian S olidarity C om m ittee” , que a p li cará os recu rso s nas áreas de A ngola, G uiné e M oçam bique, com a b e rtu ra de escolas, h o s pitais e atendim ento ao p roble m a de fome. ( S P E ) JOVENS PREOCUPADOS COM TEMAS RELIGIOSOS Os acadêm icos d a F acu ld ad e de T eologia d a Ig re ja L u te ra n a do B rasil realizaram , no m ês de m aio, um círculo de p alestras sôbre assuntos, como a Concep ção de D eu s n a A tualidade, O ra r ou A g ir, F é e R azão e D i m ensão P o lític a da F é. G rande p a rte dos p articip an tes era jo vem . JULHO 71 - CEI VOLTARAM MORTOS OS COSMONAUTAS O m undo foi surpreendido no dia 26 de junho com a notícia de que os três cosm onautas ru s sos, que haviam passado quase um m ês no espaço, faleceram d u ran te o1 seu regresso à te rra . A tris te ocorrência repercutiu em todos os m eios, com m a n ife s tações de pesar dos govêrnos. P aulo V I interrom peu audiência p a ra m an ifestar seu sentim ento pela m orte deles dizendo : “ E x pressam os nosso profundo pesar por êsse inesperado e trág ico fim do seu em preendim ento, que m o tivou ta n ta adm iração e cujo fim to rn a ainda m ais claro o risco e o heroísm o desses hom ens v a lentes” . DESENVOLVIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DA RENDA Dom Ivo, Secretário G e ra l da C onferência Nacio nal dos Bispos do Brasil, afirm ou que o desenvolvi m ento, p a ra te r validade, não pode ser m edido sim plesm ente por um au m en to de re n d a “per c a p ita ”, sendo necessário ver como se processa a sua dis tribuição. “Sou b astan te desconform ado com a si tu ação brasileira — acen tuou Dom Ivo L orscheiter — pois sei que a re n d a “p er c a p ita ” aum entou, m as sei tam bém , por es ta tístic a , que a p a rtic ip a ção do povo n e sta ren d a está dim inuindo”. (J.B .25/6) DEMOCRATIZAÇÃO DA IGREJA W U R Z B U R G O , Alemanha — R euniu-se, nesta cidade, peia p rim e ira vez na h istó ria do c a tolicism o alem ão, um “ Sínodo C onjunto dos B ispados da R e pública F ed eral da A lem anha” . F oi um a experiência na qual se tentou p ra tic a r dem ocracia, den tro dos lim ites da Ig re ja . T anto a idéia da realização do Sínodo com o o uso da dem ocracia (em experiência) se fundam entam no V aticano I I. RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA “A I g re ja não pode perm anecer à d istân c ia da realidade política e social” , declarou um jovem teólogo da I g re ja L u te ra n a da A le m anha O riental, em artig o publicado no S erviço de N otícias P ro te s tantes da R epública D em ocrática A lem ã. Todo o seu com entário sôbre a responsabilidade social dos cristão s foi encam inhado ao S í nodo da F ederação de Ig re ja s P ro te sta n te s da R . D . A . , reunido em E isenach, de 2 a 7 de julho últim o. O pasto r, de 40 anos, pro fesso r em um S em inário, disse, tam bém , que os dias do ‘P ro te stan tism o privilegiado” já se foram e que nós não devem os ch o rar po r ê l e s . . . ” 5 ESPANHA: SEPARAÇÃO IGREJA E ESTADO O govêrno espanhol fêz saber que a con co rd ata de 1953 en tre os dois estados (E spanha-V aticano) está obso leta e deverá ser su b stitu íd a por um nôvo acordo sep a rando a Ig re ja do Estado. As discussões e n tre as c h a n ce larias se encam in h am neste sentido. O utro despacho diz que a E sp an h a obrig aria a Ig re ja C atólica a re n u n ciar todos os privilégios fin an ceiro s e constitucionais que ainda existem no pais em tro cà da liberdade de nom ear ela m esm a os .seus b is pos p ara as diferente?.-: dioceses. E stas e um a série de o u tras mo dificações foram subm etidas ao LEIGO NA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO GERAL DA IGREJA METODISTA Na reunião de 27 a 30 de maio. em S. Paulo, foi pleito como p residente do Conselho G eral d a Ic re ja M etodista do B rasil o Prof. Diogo Alceba Ruiz, da Ig reia C en tral de S. Paulo. O Conselho G eral é o órgão de a d m in istra ção superior da Ig re ia e é composto dos seis bisnos, de rep rese n ta n tes (leigos e clérigos) das regiões eclesiásticas e dos re p re se n ta n te s dos órgãos ge rais da Igreja. ISOLAM-SE METODISTAS PENTECOSTAIS DO CHILE A C orporação M etodista P e n tecostal do Chile declarou não fo rm ar p arte de nenhum a o r ganização m undial, mesmo o Conselho M undial de Ig rejas. D á, en tretan to , plena liberdade a cada p asto r p a ra re alizar con vênios que ju lg u e conveniente, sem que isto com prom eta to da a corporação, como é o caso do P a sto r A lfredo R am irez que é um dos secretário s de U N E L A M e ao mesmo tem po o secretário da Ig re ja M etodista P en tecostal. 6 V aticano p ara p osterior acordo e um a nova concordata. N os ultim os m eses as relações ig reja e estado tem estado estrem eci das devido a defesa dos naciona listas bascos por p arte da igreja, especialm ente depois da conde nação' a m orte de seis deles, pena que foi com utada logo depois por F ranco. INJUSTIÇA SOCIAL: PROBLEMA LATINOAMERICANO O bisüo E duardo P ironio, au x ilia r da D iocese de L a Pla{:a, A rgentina, e secretário da Con ferên cia E piscopal L atino-A m e ricana, disse que a in ju stiç a so cial é o problem a m ais prem ente da A m érica L atin a . — D . P ironio preside a V I R eunião Interam erican a de Bispos, que aca ba de realizar-se na capital m e xicana. D ela p articip aram 40 bispos e arcebispos das A m éri cas. — Segundo o bispo, a Ig re ja latino-am ericana vive seu m o m ento decisivo, “que é difícil m as tam bém cheio de esp era n ças” , em bora an tev eja grandes perspectivas. — “ A I g re ja (la tino-am ericana) não perdeu sua finalidade reliigosa e volta seu o lh ar p a ra a situação do subde senvolvim ento, dos problem as da m iséria, e se preocupa não só em acelerar o desenvolvim ento social, m as em re a firm a r a fé religiosa” , declarou. A seu ver, os problem as atu a is en tre a Ig re ja e E stado se originam das “ tensões e conflitos inevitáveis, que dem onstram o dinam ism o da p ró p ria I g re ja ” . — (Jo rn a l do B rasil, 21-5-1971). AS QUATRO TAREFAS DA IGREJA A convite do C entro A cadê mico da F aculdade de Ciências E conôm icas da U F R G S , D . lvo L o rsch eiter falou d u ran te um a h o ra e m eia sôbre “ A P osição da Ig re ja no B ra s il” , sendo ou vido po r m ais de 100 estudantes de diversas faculdades d esta ca pital, que após a p alestra deba teram com êle problem as como to rtu ra s, prisão de padres e falta de liberdade de pensam ento. E sta notícia é de P ô rto A legre. D. Ivo1 afirm o u que a Ig re ja tem q uatro ta re fa s fun d am en tais,sendo a p rim e ira “en sin ar a verd ad eira n atu reza do hom em no m undo” , pois com o seu con teúdo teológico pode lev ar o es tudo do hom em a profundidade de conhecim ento que a Sociolo gia, a F ilo so fia e a P o lítica não podem d ar. D eve tam bém à luz do E vangelho d en u n ciar o que está errad o , o que não serve ao hom em , pois cabe à I g re ja o p a pel de “voz, braço e m ão1 da queles que não têm voz, braço e m ão” . Como te rc e ira ta re fa da Ig re ja , D . Ivo L o rsch eiter indicou a de “anim ar, e n c o ra ja r e d a r o seu apoio àqueles que procuram a g ir p a ra d a r condições de m e lh o ria ao hom em ” . E , por ú l tim o, a I g re ja deve “ subsidiàriam ente assu m ir a execução de p ro jeto s concretos quando ou tras in stân cias não estão conseguin do” . M ais adiante D . Ivo observou que uns acusam a Ig re ja de preocupar-se som ente com p ro blem as sociais, enquanto outros a acusam de om issão neste cam po” . Como a I g re ja sofre ac u sa ções dos dois lados, posso con clu ir m odestam ente que a Ig re ja está agindo certo ” , declarou. Tenha Mensalmente Uma Visão da Igreja Universal ASSINE CEI JULHO 71 - CEI SE QUERES A PAZ . EVANGELHO: UM CHAMADO À LIBERDADE (C onclusão da pág. 8) vens contestam vigorosam ente tôdas as fo rm as de opressão, julgando a paz como a p assa gem da alienação p a ra a lib er ta ç ã o ’’. E , finalm ente, c o n c la que "a com preensão, tan to e n tve países como en tre pessoas em si, constitui a base p a ra o diálogo, as negociações, as reconciliações e, em sum a p ara a p ró p ria p a z ” . (O E stad o de São P aulo, 10-7-1971) GENTE ^ E b er F errer —- p asto r p re s biteriano. está em G enebra, como S ecretário E x ecutivo p a ra The In tern a tio n a l C hristian YoutJi E xch a n a e ( IC Y E ) , que oferece o portunidade p ara jovens de 16 a 19 anos de p a rtic ip a rem da vid a fam iliar, escolar, religiosa e cu ltu ral em lares de d iferen tes países, atra v é s de p e r m utas. In teressad o s no assunto noclem escrever-lhe p ara 150, R oute de F erney, G enebra, Suíça. @ D om L u iz F ernandes — bispo a u x ilia r da A rq u id io cese M etropolitana de V itó ria e bispo da diocese de C olatina, p a r ticip ará do Concílio M undial de Jovens, prom ovido pela Com u nidade de T aizé, especialm ente convidado pela Com unidade. 0 P aulo R u iz Garcia — p a s to r episcopal, casou-se a 10 de ju lh o com M árcia G asparini, na C atedral C atólica de S. José, em Campo G rande, M ato Grosso, em cerim ônia celebrada em con junto por dois bispos, um C a tó lico e outro o seu bispo A n g li cano. P ro v av elm en te é o p r i m eiro p asto r pro testan te a ca sar-se num tem plo católico. $ W a rtvick E . K e rr — leigo m etodista, m aior a u to ri dade b rasileira em G enética, foi reeleito p a ra a P resid ên cia da Sociedade B rasile ira P a ra o P ro gresso da Ciência, que acaba de JULHO 71 - CEI (C onclusão cia pág. 8) T riu n fa o a u to rita rism o sôbre a com unidade, as e s tru tu ra s sôbre a pessoa, o passado sôbre o fu tu ro , a lei sôbre o am or. Em ú ltim a in stân cia, a m orte sôbre a vida. N inguém pode in d efin id am en te c o n tra ria r suas con vicções e valores espirituais, sem que o próprio espírito socum ba. É co m p actu ar com a conspiração c o n tra a liberdade e o am or. Estou convicto, teologicam ente, que a com unidade d a fé já em igrou. N enhum a e stru tu ra legal e de poder pode c o n tê-la e d o m esticá-la. Assim como no Êxodo ela abandonou as p an elas de carne do Egito p a ra p erig rin ar no deserto, assim como os p ro fetas ab an d o n aram e desprezaram tôda a e stru tu ra oficial (p a la v ra estrem am en te im p o rtan te esta!) da religião, assim como Jesus que pregava e fazia o bem à revelia dos profissionais religiosos que p re te n diam te r o m onopólio de Deus, tam bém hoje a com u nidade que sente vocação d a liberdade está ab an d o nando, se ain d a n ão abandonou, os lim ites legais e e stru tu ra is da religião oficial, p a r a viver espalhada, escondida, incógnita, no m undo. O am or e a verdade freq ü en tem en te nos obrigam a em igrar. A braão em i grou: p o r fé e am or. Tam bém os pro fetas em igraram , por fé e am or, p a ra fora das instituições eclesiásticas reconhecidas. E Jesus? E m ig ran te p erm an en te. Não aceito em sua te rra , não tin h a onde reclin ar a cabeça. Seu destino: o fu tu ro , o Reino de Deus. Tam bém Lutero foi um em ig ran te: deslocou-se da interio rid ad e protegida de um a in stitu ição tô d a poderosa, p a ra um deserto de incertezas. A vocação pela liberdade é a vocação p a ra em igrar. Daí a afirm ação n eo testam en tá ria de que não tem os um a casa ou te rra p erm an en te. Vivemos pela esp eran ça de algo nôvo. Se o Nôvo Tes tam en to está certo, o “Espírito se e n co n tra onde se e n c o n tra a lib erd ad e”. re a liz a r a sua X X I I I anual em C uritiba, P R . 0 reunião José V ieira S im õ es — líder leigo presbiteriano, por m u i tos anos S ecretário G eral de T rab alh o de H om ens, do qual foi inesperadam ente afastado, foi eleito presidente do Sínodo da G uanabara da Ig re ja P re sb i te rian a do B rasil, p ara o biênio 1971-73. 0 D aily R esende França e João E uclides P ereira - — R egistram os, com m uito pesar, o falecim ento dêstes dois m inis tro s da I g re ja P re sb ite ria n a I n dependente. R ev. D aily F ra n ç a era o presidente do Suprem o Concílio e o Rev. João E uclides o seu antecessor no alto pôsto daquela denom inação. M o rre ram em desastre de autom óvel, a 35 kls de G oiânia, a cam inho de B rasília, no dia 26 de junho. 7 cei C aixa P o stal 16.082 Rio de Jan eiro , julho de 1971 EVANGELHO: UM CHAMADO À LIBERDADE Sem pre en ten d i que o evangelho é um cham ado à liberdade. Foi atrav és de um evento liberador, o Êxodo, que a com unidade da fé chegou a conhecer o seu Deus. E a Bíblia tôda é a h istó ria da lu ta do Deus que quer que os hom ens sejam livres, c o n tra os próprios hom ens que preferem a dom esticação, a escravidão e a idolatria. Culm ina esta h istó ria com o advento do Senhor Jesus que é, a um -só tem po, o hom em livre e o Deus que liberta. Fé, p o rta n to , é liberdade. É a b e rtu ra ao fu turo. É a co n fian ça do “deixa p a ra trá s as coisas que já ficaram p a ra tr á s ”, p a ra lan çar-se, com A braão, p a ra um fu tu ro nôvo. Por isto fé é vida. O ato de viver é um p erm an en te tra n sfe rir-se do p resen te p a ra um futuro im ediato. M orte, ao contrário, é a v itó ria do passado. É o fix ar-se naquilo que já foi. E sta é a razão porque entendo que pecado é am a r m ais o p a s sado que o futuro, am ar m ais o velho que o nôvo, am ar m ais os m ortos e a m orte que os vivos e a vida. Q uando Jesus cham ava os fariseus de sepulcros caiados êle in dicava que a sua religião, por ser a preservação do p a s sado, era realm en te o culto d a m orte. E sta é a razão porque o Nôvo T estam ento relaciona a lei e o legalism o com a m orte. Porque isto significa fazer o passado a norm a do nosso p resente, fazer os m ortos os senhores dos vivos. O sentido d a R eform a P ro te sta n te está em que eia redescobriu a liberdade. L utero chegou a d a r a um dos seus tra ta d o s m ais lindos o títu lo de “A Liberdade do Homem C ristão.” No Catolicism o R om ano M edieval a proclam ação da liberdade se tra n s fo rm a ra no culto da autorid ad e, d a lei e da e stru tu ra . L utero p e rc e beu que o espírito daquela ig reja e ra a p ró p ria inversão e negação do evangelho. D al a necessidade de p ro testar, de resistir, de em igrar p a ra fo rm ar, fora da te rra da servidão, um a nova com unidade basead a no am or e n a liberdade. Estou convencido, e n tre ta n to , que um a e stra n h a m etam orfose se processou. A com unidade da liberdade se esqueceu, tra iu e se rebelou c o n tra ela. Na realidade, não existe novidade nisto. Os p ro fetas v iram com m u ita clareza que Israel tin h a u m a irresistível vocação p ara a prostituição, p a ra o abandono de Deus, para" os Ídolos, p a ra o passado, p a ra a m orte. Até um dêies proclam a, em nom e de Deus: “Não sois m ais o m eu povo.” Segundo posso ver, e sta é a situação em que se e n co n tra p resen tem en te a m aior p arcela do p ro tes tantism o latin o -am erican o , especialm ente no B rasil. (C ontinua na pág. 7) N .° 56 SE QUERES A PAZ, TRABALHE PELA JUSTIÇA “ Se queres a paz, trabalhíí: nela Ju s tiç a ” , foi o tem a esco lhido pela Com issão Ju stiç a e P az do V aticano p ara o V D IA M U N D IA L D A P A Z a come m orar-se, a I o de jan eiro de 1972. O lem a sugerido pelo Papa, segundo explicação do vice-pre sidente da Com issão Ju stiça e Paz, m onsenhor R aim ondo T orella Cascante, pretende su b sti tu ir, com um a fórm ula cristã e correspondente aos problem as atuais, o antigo provérbio ro mano que, contràriam ente, acon selhava : “ Si vis paeem , p ara belluni” — Se queres a paz, prepare-se p a ra a g u e r ra ” . Ao ju s tific a r o tem a para 1972, m onsenhor Raim ondo T ir relia C ascante disse que o a s sunto é atual, “porque seu ponto de p artid a é a p ró p ria realidade de hoje, m arcada pela sé rie de in ju stiç a s que se sucedem em tôdas as p artes do m undo” . A crescentou ainda que o tem a ju stiç a está de acordo tam bém com um dos p rincipais assuntos a serem discutidos d u ran te o S í nodo dos Bispos, a realizar-se r:o próxim o outono, em Rom a. E m seguida, o vice-presidente da Com issão Ju s tiç a e P az d is trib u iu um a nota, em espanhol, explicando o que significava o conceito ju stiç a , esclarecendo, entre o u tras coisas, que não cor responde m ais à "nenhum a d a l fó rm u las adotadas com um ente para d efin ir a ju stiç a como a cada um segundo seus direitos, a cada um segundo seus m é r i tos” . “ A cada um — acrescen ta a nota — é suspeito a p rio ri e não corresponde a concepção cristã. É p refe rív el —■ diz — o rien tar-se p ara noção m ais a m pla, m ais com unitária da ju stiça, substituindo o eu pelo iiossr., pelo todos". A ludindo à ju v en tu d e, o co m unicado salienta que "os jo( C ontinua na pág. 7)