A Juventude no Centro Espírita André Luiz Rodrigues Tantas e tantas vezes se ouve falar que os jovens herdarão o m undo. Não há certeza m aior que essa, afinal, não há gerações perpétuas. Seja em um pequeno núcleo fam iliar, em um a em presa ou em altos postos de governos, não há com o im pedir que o tem po siga seu curso pelo sim ples desejo de se m anter indefinidam ente num a posição. Ao contrário, as gerações se sucedem com o parte da Lei Natural de Deus (Lei do Progresso), renovando-se constantem ente, dando continuidade ao trabalho que foi construído e desenvolvido por seus antecessores. As sem entes plantadas florescerão em cada nova prim avera, perpetuando a espécie conform e a herança transm itida aos seus genes. Não há com o e nem deve ser esquecida a juventude espírita quando se fala de sucessão do m undo e, m ais especificam ente, da direção de um a Casa Espírita. Herdeiros dos ensinam entos e responsáveis pela continuidade do trabalho já concretizado, as crianças e os jovens que participam dos grupos de evangelização e m ocidades espíritas devem ser preparados para a participação nas atividades dentro da instituição da qual são integrantes. Até aqui, esse raciocínio está de acordo com o entendim ento com um . Entretanto, a questão é: na realidade, com o os jovens espíritas estão sendo tratados por seus dirigentes? Não é raro observar Centros Espíritas que, em bora m antenham ativos seus núcleos doutrinários direcionados aos jovens, não os integram nas atividades práticas oferecidas acreditando que, ou ainda não estão capacitados para o entendim ento da orientação pública, ou não levam jeito para participar dos diversos trabalhos desenvolvidos. Certa vez, fom os consultados por um dirigente de m ocidade que pedia orientação sobre a m elhor form a de integrar os jovens de seu grupo nas atividades da casa. A princípio, tal solicitação pode parecer estranha, m as o problem a é m uito m ais com um do que se im agina. Exem plos são m uitos, que citam os: a escolha dos horários dos encontros diferentes do cham ado "horário nobre" das atividades da casa; ausência nos trabalhos direcionados ao público (atendim ento fraterno, cura, reuniões públicas, etc); atividades assistenciais; enfim , os jovens são apartados desses im portantes m om entos da prática espírita sim plesm ente por não serem valorizados ou estarem desacreditados de seu precioso potencial. Dentro do trabalho de divulgação, as m ocidades e grupos de evangelização até são convocados para apoio, com o grupos teatrais, m usicais e artes em geral, corais, dentre outros, m as, ainda sim , não é dada ao jovem a oportunidade de sentir-se integrante ativo dos trabalhos institucionais. Um problem a que se vê com freqüência dentro dos grupos juvenis é o desinteresse pelas aulas puram ente teóricas dos postulados doutrinários. A evasão torna-se cada vez m aior devido ao estím ulo do m undo exterior, que apresenta-se m ais atrativo, forçando os dirigentes a serem m ais criativos no entretenim ento para prender a atenção dos jovens, esquecendo-se que estes desejam , m ais que a diversão e m alabarism os, a valorização de seu potencial, a exploração dos novos am bientes e a superação dos desafios, "em um a palavra", com o sem pre diz Kardec, desejam ser sem pre úteis e m ais produtivos. Nos dias atuais, os jovens conquistam cada vez m ais direitos que lhes perm item expressar sua opinião perante a sociedade – na área política, educacional, fam iliar, econôm ica, dentre outras –, pois, diferentem ente do passado, apresentam -se m ais conscientes e ativos. Sendo assim , por quê não ouvi-los e trabalhar com eles e por eles dentro dos am bientes espíritas? Eis o desafio aos dirigentes. Charles Darwin, naturalista britânico do século XIX, falava sobre a evolução das espécies, onde cada novo ser, pela influência do m eio e necessidade de adaptação a ele, desenvolvia características próprias para que sobrevivesse e se reproduzisse ao novo am biente. Assim com o os seres estudados pelo notório observador, os jovens tam bém são novos seres que vão renovando os padrões do m eio em que vivem trazendo idéias e vigor para a realização de novos em preendim entos. Sob a aparência frágil e dependente, há na juventude espíritos im ortais, dotados de personalidade, m aturidade, intelecto e tendências que devem ser estim uladas, direcionadas e, principalm ente, aproveitadas para que o m undo e a instituição não sejam apenas herdados, m as transform ados e renovados por esse potencial que espera sua vez para se fazer ouvir. (André Luiz Rodrigues - enviado pelo autor e publicado tam bém no jornal sobre jovens espíritas - Fala Meu! - SP)