UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
RAPHAEL DO NASCIMENTO PEREIRA
ANÁLISE COMPARATIVA DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA
CARDÍACA E DUPLO-PRODUTO EM HOMENS DE 20 A 30 ANOS
SUBMETIDOS A EXERCÍCIO AERÓBIO versus ANAERÓBIO
RESISTIDO
Belém - PA
2008
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
RAPHAEL DO NASCIMENTO PEREIRA
ANÁLISE COMPARATIVA DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA
CARDÍACA E DUPLO-PRODUTO EM HOMENS DE 20 A 30 ANOS
SUBMETIDOS A EXERCÍCIO AERÓBIO versus ANAERÓBIO
RESISTIDO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade da Amazônia
para a obtenção do grau de Fisioterapeuta.
Orientador: Profo Ms. Walther Augusto de
Carvalho.
Belém - PA
2008
Raphael do Nascimento Pereira
Análise Comparativa da Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca e DuploProduto em Homens Sedentários de 20 a 30 Anos Submetidos a Exercício
Aeróbio versus Anaeróbio Resistido.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curso de Fisioterapia do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade da Amazônia como requisito
para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Banca Examinadora
______________________________________
Prof.
______________________________________
Prof.
Apresentado em: ___/ ___/ ____
Conceito: ___________________
Belém – Pa
2008
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Ronaldo e
Aldenora e a minha amada
Roberta.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que me deu o dom da vida e a oportunidade de passar
por mais esta etapa dela. Aos meus pais Ronaldo e Aldenora Pereira, os quais nunca me deixaram
faltar amor, caráter, amizade e respeito, além de sempre fazerem o possível e até o impossível
para me ajudarem a alcançar os meus sonhos e meus objetivos, sempre com suas experiências
que rendiam bons conselhos, com suas mãos afáveis que sempre estavam prontas para me ajudar
ou se necessário, com apenas um ombro amigo sempre preparado para escutar minhas angústias.
Agradeço também aos meus irmãos Ronaldo (Roni) e Raphaela que também sempre que
precisei nunca deixaram de me estender a mão e sempre estiveram preparados para me ajudar.
Tenho muito a agradecer também a uma pessoa sem a qual não seria nada do que sou hoje
em dia e que foi de importância crucial para o êxito desta pesquisa. Esta pessoa, a qual eu tenho
que acordar todos os dias e às vezes até aturar a sua “rabugice” matinal, é a mesma que me alegra
todos os dias, me dá força quando preciso, me apóia nas minhas decisões e inclusive me ajuda a
coletar dados da minha pesquisa quando necessário, que me dá muito amor, carinho,
compreensão e, acima de tudo, amizade. Esta pessoa se chama Roberta Folha, e é a mulher que
eu amo e tenho certeza que ainda viveremos muitas alegrias e vitórias juntos.
Tenho muito a agradecer também ao professor Walther Augusto de Carvalho, que me
orientou nesta pesquisa e passou algumas noites mal dormidas para podermos concretizar este
sonho em realidade e que não poupou esforços para que esta pesquisa culminasse em um grande
feito.
Agradeço ao professor Márcio Basyches, o qual mesmo cheio de tarefas a cumprir sempre
arranjava uma horinha que fosse do seu tempo para me ajudar na elaboração desta pesquisa e que
também gentilmente abriu as portas da sua academia e até cedeu equipamentos para podermos
coletar os dados de maneira satisfatória.
Ao professor Mauro Fonteles, o qual sempre esteve disponível para as orientações no que
diz respeito a parte estatística da pesquisa e da compreensão dos resultados.
As professoras Carla Serrão e Valéria Normando, as quais nunca me negaram ajuda e
sempre me apoiaram no que precisei sempre relevando as minhas ausências nas suas aulas
quando foi necessário.
A todos os funcionários da academia Cardiovita Fintness, os quais sempre me ajudaram
no que precisei e nunca me negaram apoio quando foi necessário.
Aos meus amigos e familiares que não citei os nomes, mas que sempre acreditaram em
mim e no meu potencial de superar mais esta etapa da minha vida.
A todos os funcionários e professores da UNAMA que quase sempre me apoiaram no que
precisei. Aos amigos do movimento estudantil, Centro Acadêmico e Diretório Central dos
Estudantes.
E por fim, a todos os amigos que fiz nesta fase da minha vida, os quais guardarei para
sempre em um lugar muito especial do meu coração e sem estes nada disso seria possível.
A todos os citados o meu mais profundo agradecimento e MUTIO OBRIGADO!
Raphael Pereira
EPÍGRAFE
Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis.
Bertolt Brecht.
RESUMO
Desde o início da década de 1990 estudos mostram a tendência da população das grandes
cidades a adotarem hábitos de vida pouco saudáveis. Dentre estes o sedentarismo parece ser o
principal fator de risco para aparecimento de doenças crônico degenerativas, tais como a
hipertensão arterial e a aterosclerose. Deste modo, a prática de atividade física é a principal
alternativa para se evitar e tratar estas doenças. Para planejar um programa de tratamento ou de
treinamento mais adequados é necessária uma avaliação criteriosa das principais variáveis
cardiovasculares. As principais variáveis cardiovasculares são a freqüência cardíaca (FC), a
pressão arterial sistólica, a diastólica e a média (PAS, PAD e PAM respectivamente) e o duplo
produto cardíaco (DP). Este último representa o principal método não invasivo de avaliação do
trabalho do miocárdio. Portanto, neste trabalho avaliamos as variáveis citadas em dois tipos de
atividades físicas (aeróbia versus anaeróbia resistida) em homens com a faixa etária entre 20 e 30
anos de idade e sedentários. Nossos resultados mostram uma elevação de todas as variáveis nos
dois tipos de atividade física, porém o exercício aeróbio apresentou uma maior variação, com
exceção da PAD. Portanto, concluímos que a atividade aeróbia requer maior dispêndio de energia
e consumo de oxigênio da musculatura cardíaca quando comparada ao exercício anaeróbio
resistido.
Palavras Chaves: Duplo produto, pressão arterial, atividade física, freqüência cardíaca.
ABSTRACT
Since the beginning of 1990's studies shows the tendency of the population of the great
cities adopt it life habits a little healthy. Among these the sedentary seems to be the main risk
factor for chronic degenerative diseases, such as the arterial hypertension and the atherosclerosis.
So, the practice of physical activity is the main alternative to avoid and to treat these diseases. To
plan a treatment program or of more appropriate training it is necessary a discerning evaluation of
the main cardiovascular variables. The main cardiovascular variables are the cardiac rate (CR),
the systolic blood pressure, the diastolic and the average (SBP, DBP and ABP respectively) and
the doubled-product (DP). This last one represents the main method no invasive of evaluation of
the work of the miocardic cells. Therefore, this work intended to evaluate the variables
mentioned in two types of physical activities (aerobic versus resisted anaerobic) in men within
the between 20 and 30 years of age and sedentary. Our results show an elevation of all the
variables in the two types of physical activity, however the aerobic exercise presented a larger
variation, except for to ADP. Therefore, we concluded that the aerobic activity requests larger
expenditure of energy and consumption of oxygen of the heart musculature when compared to
the resisted anaerobic exercise.
Key words: Doubled-product, blood pressure, physical activity, heart frequency.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: PAS, PAD E PAM EM TESTE AERÓBIO. ...................................................................... 35
GRÁFICO 2: FC EM TESTE AERÓBIO. .............................................................................................. 36
GRÁFICO 3: DP EM
TESTE AERÓBIO. ............................................................................................. 37
GRÁFICO 4: FC E DP EM TESTE AERÓBIO. ..................................................................................... 38
GRÁFICO 5: PAS EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO. ...................................................................... 39
GRÁFICO 6: PAD EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO ...................................................................... 40
GRÁFICO 7: PAM EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO ...................................................................... 41
GRÁFICO 8: FC EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO.......................................................................... 42
GRÁFICO 9: DP EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO ......................................................................... 43
GRÁFICO 10: FC E DP EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO. .............................................................. 44 LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: OS BARORRECEPTORES. ............................................................................................... 23
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: VALORES MÉDIOS DA PAS, PAD, PAM, FC E DP NO REPOUSO E EM CADA ESTÁGIO DE
EXERCÍCIO AERÓBIO ................................................................................................................. 34
TABELA 2: VALORES
PAS, PAD, PAM, FC E DP NAS FASES DE RECUPERAÇÃO DO
EXERCÍCIO AERÓBIO ................................................................................................................. 34
MÉDIOS DA
TABELA 3: VALORES MÉDIOS DA PAS, PAD, PAM, FC E DP NO REPOUSO E EM CADA SÉRIE DE
EXERCÍCIO ANAERÓBIO RESISTIDO ........................................................................................... 39
LISTA DE SIGLAS
PA → Pressão Arterial
PAS → Pressão Arterial Sistólica
PAD → Pressão Arterial Diastólica
PAM → Pressão Arterial Média
FC → Freqüência Cardíaca
DP → Duplo-Produto
Kp → Kilo Pound
bpm → Batimentos por Minuto
mmHg → Milímetros de Mercúrio
Km/h → Kilometros por Hora
Kg → Kilogramas
AV → Átrio-Ventricular
MVO2 → Consumo de Oxigênio pelo Miocárdio
ATP → Adenosina Tri-fosato
CEP → Comitê de Ética em Pesquisas
TCLE → Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14
2.
JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 17
3.
OBJETIVOS .......................................................................................................................... 18
Objetivo geral............................................................................................................................. 18
Objetivo Específico.................................................................................................................... 18
4.
TEMA DO ESTUDO ............................................................................................................. 19
5.
PROBLEMÁTICA ................................................................................................................. 20
6.
HIPÓTESES ........................................................................................................................... 21
7.
REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 22
Pressão Arterial (PA) ................................................................................................................. 22
Freqüência cardíaca (FC) ........................................................................................................... 24
Duplo-Produto (DP) ................................................................................................................... 26
Exercício Aeróbio ...................................................................................................................... 28
Exercício Anaeróbio Resistido .................................................................................................. 28
8.
METODOLOGIA .................................................................................................................. 30
9.
RESULTADOS ...................................................................................................................... 33
10.
DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 45
11.
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 48
12.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 49 14
1. INTRODUÇÃO
Em estudos feitos em grandes capitais do Brasil constatou-se que o sedentarismo é o
fator de risco com maior prevalência sobre os fatores de risco cardiovascular, seguido pelo
tabagismo, hipertensão arterial, obesidade e alcoolismo (NEGRÃO & BARRETTO, 2006).
A tendência de mortalidade cardiovascular é, atualmente, declinante nas regiões
brasileiras mais desenvolvidas e ascendentes nas regiões menos desenvolvidas, semelhante a
achados entre os países do oeste e do leste europeu (NEGRÃO & BARRETTO, 2006).
Nas regiões em desenvolvimento, à medida que suas economias se industrializam, as
doenças crônico-degenerativas como a diabetes mellitus, hipertensão arterial e aterosclerose
tornam-se mais evidentes, decorrente do estilo de vida adotado nestes locais, que tem como
padrão a ingestão de alimentos salgados (fast-food), tabagismo e inatividade física
(sedentarismo) (NEGRÃO & BARRETTO, 2006).
A prática regular de atividade física ou mesmo um estilo de vida mais ativo, tem sido
um meio de proteção contra a ocorrência de doenças cardiovasculares. Evidências nesse
sentido surgiram a partir da década de 1950, sendo definitivamente comprovadas na década
de 1990 (NEGRÃO & BARRETTO, 2006).
A III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia nos diz que o combate ao
sedentarismo deve contemplar programas individuais ou coletivos de incentivo a atividade
física no cotidiano das pessoas, como caminhar até o trabalho, subir ou descer escadas ao
invés de pegar um elevador, utilizar bicicleta ao invés de carros automotivos, saltar das
conduções dois pontos antes de casa e fazer trabalhos manuais tais como jardinagem, pintura,
consertos, etc.
São recomendadas pela mesma diretriz, sessões regulares de exercício físico de no
mínimo 40 minutos com a freqüência de 5 a 6 vezes por semana. Ainda afirma que a
prescrição de exercícios mais vigorosos, como natação, ginástica aeróbica ou práticas de
esportes em geral, assim como treinamentos em academias de ginástica, devem ter sempre
uma avaliação profissional prévia, seguida de um teste ergométrico.
Exercícios, mesmo que em graus moderados, têm efeito protetor contra a doença arterial
coronariana e sobre todas as causas de mortalidade e uma série de outros benefícios: elevação
15
do HDL-colesterol, redução de cifras na hipertensão arterial sistêmica e auxílio na baixa do
peso corporal (GUS et al, 2002).
O exercício físico pode ser classificado quanto à mecânica muscular em dinâmico e
estático. Exercícios dinâmicos envolvem contrações musculares repetidas contra baixa
resistência e são bem representados por atividades rítmicas, como caminhar, correr, pedalar e
nadar. Por outro lado, exercícios estáticos envolvem contrações musculares com poucas
repetições contra resistência elevada. Atividades de força, como levantamento de peso,
exemplificam as atividades estáticas. Na prática, a maioria das formas de exercício inclui
componentes estáticos e dinâmicos, habitualmente havendo predomínio de um sobre o outro
(III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2004).
Ainda de acordo com a III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia exercícios
predominantemente aeróbios envolvem atividades de baixa intensidade e longa duração,
enquanto exercícios predominantemente anaeróbios envolvem atividades de alta intensidade e
curta duração.
Em exercícios aeróbios dinâmicos, observa-se aumento da freqüência cardíaca (FC), do
volume sistólico e do débito cardíaco. Além disso, a produção de metabólitos musculares
promove vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da resistência vascular
periférica. Dessa forma, durante os exercícios dinâmicos observa-se aumento da pressão
arterial sistólica (PAS) e manutenção ou redução da diastólica (PAD) (BRUM, P.C. et al,
2004).
Como conseqüência destas alterações, observa-se também, o aumento do Duplo Produto
cardíaco (DP), que segundo Polito & Farinatti (2003), é o melhor método não invasivo para se
avaliar o trabalho do miocárdio, durante o repouso ou esforços físicos contínuos de natureza
aeróbia, pois apresenta uma forte correlação com o consumo de oxigênio pelo miocárdio.
De acordo com McArdle (2003) os valores típicos para o DP cardíaco variam de 6.000
em repouso (FC = 50 bpm; PAS = 120 mmHg) a 40.000 durante exercício intenso (FC = 200
bpm; PAS = 200 mmHg).
Em exercícios resistidos ou exercícios de musculação (exercícios localizados contra
resistência), quando executados em alta intensidades, apesar de serem feitos de forma
dinâmica, apresentam componente isométrico bastante elevado, fazendo com que a resposta
cardiovascular durante sua execução assemelhe-se aquela observada com exercícios estáticos,
16
ou seja, aumento da freqüência cardíaca e, principalmente, aumento exacerbado da pressão
arterial, que se amplia à medida que o exercício vai sendo repetido (BRUM, P.C. et al, 2004),
com isso, uma elevação do DP.
No entanto, alguns estudos mostram que os valores do duplo-produto dos exercícios
com pesos costumam ser menores do que os observados em atividades aeróbias de
intensidade moderada (POLITO & FARINATTI, 2003).
Logo, Miranda et al (2006), afirmam que diante do aumento do numero de indivíduos
de idades, sexo e estado de saúde variados, novas variáveis de segurança devem ser
exploradas no sentido de atenuar os possíveis riscos na prática dos exercícios.
Sendo assim, a avaliação médica, com ênfase nos aspectos cardiovasculares, e a avaliação
física desses indivíduos passaram a ter grande importância, não apenas em relação à prevenção de
eventos relacionados aos exercícios, como na prescrição adequada dos mesmos (DAHER et al,
2005).
17
2. JUSTIFICATIVA
As doenças cardiovasculares são hoje um grave problema de saúde pública. Elas
representam a primeira causa de morte no País, segundo o Ministério da Saúde. Com base
neste dado e na necessidade da população em praticar exercícios físicos para prevenção ou
como forma de tratamento para cardiopatias, faz-se necessária uma avaliação criteriosa e um
protocolo de treinamento adequado para tais indivíduos. Logo o estudo proposto irá avaliar a
eficácia de dois tipos de exercícios, para que enfim possa se verificar qual dos dois seria o
mais indicado aos indivíduos que procurem este tipo de tratamento.
18
3. OBJETIVOS
Objetivo geral
Avaliar comparativamente as respostas imediatas da pressão arterial, freqüência cardíaca e
duplo produto cardíaco, durante o exercício aeróbio versus exercício anaeróbio resistido.
Objetivo Específico
Observar se há diferença nas variáveis de acordo com o tipo de exercício realizado.
19
4. TEMA DO ESTUDO
Avaliação da aptidão física.
20
5. PROBLEMÁTICA
Qual dos dois tipos de exercício (aeróbio ou anaeróbio resistido) traz menos alterações
cardíacas de forma imediata, requisitando menor trabalho do miocárdio?
21
6. HIPÓTESES
H0: Não há diferença entre o exercício aeróbio e anaeróbio, quanto às alterações cardiovasculares
agudas subseqüentes.
H1: Há diferença entre o exercício aeróbio e anaeróbio, quanto às alterações cardiovasculares
agudas subseqüentes.
H1′: O exercício aeróbio impõe maiores alterações cardiovasculares agudas.
H1′′: O exercício anaeróbio impõe maiores alterações cardiovasculares agudas.
22
7. REFERENCIAL TEÓRICO
Pressão Arterial (PA)
A pressão arterial (PA) é definida pela força exercida pelo sangue na superfície da parede das
artérias, sendo que esta pressão está intimamente ligada ao débito cardíaco e com a resistência
periférica sistêmica. A PA é representada pela pressão arterial sistólica (PAS) e pela pressão
arterial distólica (PAD). Sendo a PAS a pressão mais alta nas artérias, estando diretamente
associada a sístole ventricular esquerda. Já a PAD representa a menor pressão nas artérias e está
diretamente ligada ao estado fisiológico dos vasos arteriais (POLITO & FARINATTI, 2003).
De acordo com Campagnole-Santos & Haibara (2001) a regulação da PA é uma das funções
fisiológicas mais complexas do nosso organismo, dependendo de ações integradas dos sistemas
cardiovascular, renal, nervoso e endócrino. Este controle é feito através de sistemas que podem
ser de curto e/ou de longo prazo.
O principal mecanismo para o controle da PA no curto prazo se faz através de reflexos
originados nos barorreceptores arteriais – aórtico e carotídeo - e receptores de estiramento da
região cardiopulmonar (CAMPAGNOLE-SANTOS & HAIBARA, 2001).
O reflexo barorreceptor é considerado um sistema de controle de alto ganho, que mantém a
pressão arterial dentro dos limites considerados normais em períodos de segundos à minutos
(CAMPAGNOLE-SANTOS & HAIBARA, 2001).
Os mecanorreceptores localizados na parede do arco aórtico e da artéria carótida representam
o principal sistema de detecção das alterações da PA. Estes receptores são sensíveis as alterações
de pressão devido ao fato de possuem canais iônicos dependentes de estiramento. Sendo assim a
pressão arterial elevada leva ao estiramento das membranas dos barorreceptores, o que resulta em
aumento da taxa de disparo de potenciais de ação destes receptores, estimulando o centro de
controle cardiovascular localizado na medular oblonga (Figura 1) (CAMPAGNOLE-SANTOS &
HAIBARA, 2001; SILVERTHORN, 2003).
23
Figura 1: Desenho esquemático da organização estrutural do sistema de reflexo barorreceptor.
Fonte: SILVERTHORN, 2003.
O contrário acontece quando há um decréscimo da PA, quando os barorreceptores são
inibidos pela redução do estiramento de suas membranas, levando a uma diminuição na taxa de
disparo de potenciais de ação (SILVERTHORN, 2003).
De acordo com Brum P. C. et al (2004) o comportamento pressórico durante exercícios
dinâmicos tendem a uma elevação da pressão arterial sistólica (PAS) e a manutenção ou até
redução da pressão arterial diastólica (PAD). Este comportamento é explicado pelo seguinte
mecanismo. Em exercícios aeróbios dinâmicos as contrações musculares são seguidas de
movimentação articular, que geram obstrução significativa do fluxo sanguíneo. Além disso, neste
tipo de exercício observa-se o aumento da atividade nervosa simpática, que é desencadeada pela
ativação do comando central (mecanorreceptores musculares e metaborreceptores musculares).
Sendo assim, em resposta ao aumento da atividade simpática, observa-se a produção de
metabolitos musculares, os quais geram uma vasodilatação da musculatura ativa, levando a uma
redução da resistência muscular periférica. Desta forma observa-se um aumento da PAS devido a
24
necessidade de oxigênio e outros nutrientes para a musculatura ativa e, a manutenção ou redução
da PAD pela diminuição da resistência vascular periférica (BRUM P. C. et al, 2004).
Já em exercícios resistidos estáticos (anaeróbios) a pressão arterial pode atingir valores
maiores do que nas atividades aeróbias, podendo chegar até a ordem de 480 x 350 mmHg em
estudo com mensuração por métodos invasivos proposto por MacDougall e col em 1985, segundo
Polito & Farinatti (2003).
Brum P. C. et al (2004) afirmam que em exercícios contra-resistência anaeróbios, observamos
uma elevação exacerbada da PAS e da PAD devido a redução do volume sistólico, acréscimo do
debito cardíaco e elevação da resistência vascular periférica. Estes efeitos ocorrem devido a
grande contração muscular provocada por este tipo de exercício. Isso promove a obstrução do
fluxo sanguíneo muscular, fazendo com que os metabólitos produzidos durante a contração
muscular se acumulem. Esse acúmulo de metabólitos ativa quimiorreceptores musculares que
promovem um aumento expressivo da atividade nervosa simpática.
Freqüência cardíaca (FC)
A freqüência cardíaca (FC) é uma variável que tem o poder de alterar a quantidade de sangue
bombeada pelo coração. Em adultos normais a FC de repouso média é de aproximadamente 70
batimentos por minuto (bpm), diminuindo em indivíduos treinados (atletas), os quais tem a sua
FC de repouso em aproximadamente 50 a 60 bpm. Em crianças a FC é significativamente maior.
Durante o sono a FC diminui aproximadamente por 10 a 20 bpm, contudo, durante uma excitação
emocional ou atividade física ela pode aumentar para valores acima de 100 bpm (BERNE &
LEVY, 1990).
Durante a atividade física a quantidade de sangue bombeada pelo coração deve ser aumentada
de acordo com a demanda de oxigênio da musculatura ativa. Sendo os seus valores típicos da FC
em repouso em nível de 72 bpm em homens não treinados (sedentários), 75 bpm em mulheres
destreinadas (sedentárias), 50 bpm em homens treinados e 55 bpm em mulheres treinadas.
Durante a atividade física máxima a FC se estabelece no valor de 200 bpm para homens e
mulheres destreinados e de 190 bpm em homens e mulheres treinados (POWERS & HOWLEY,
2000).
25
De acordo com Polito & Farinatti (2003), a freqüência cardíaca (FC) reflete a quantidade de
trabalho que o coração deve realizar para satisfazer as demandas metabólicas em qualquer
atividade. Durante o repouso a FC situa-se entre 60 a 80 batimentos por minuto (bpm), sendo
que, em pessoas de meia idade, não condicionadas e sedentárias, esta pode exceder os 100 bpm.
A contração do miocárdio não é oriunda do sistema nervoso, mas sim de células denominadas
células auto-rítmicas, também conhecidas como células marcapasso por terem a função de
controlar a FC (SILVERTHORN, 2003).
O nó sinoatrial (nó SA) é o principal marcapasso cardíaco, gerando impulsos elétricos que se
propagam através de outras células com auxílio dos discos intercalares. Uma via internodal
conecta o nó SA ao nó atrioventricular (nó AV), um grupo de células auto-rítmicas situados
próximo a base do átrio direito, que é a única via de acesso da condução do estimulo elétrico para
os feixes de His (situados no septo interventricular), os quais conduzirão o estimulo até as fibras
de Purkinje, as quais, transmitem o impulso muito rapidamente, com velocidades de até 4 m/s, de
forma que as células do ápice do coração contraiam-se quase simultaneamente (SILVERTHORN,
2003).
Segundo Berne & Levy (1990), o nó AS encontra-se geralmente sob a influência tônica das
duas divisões do sistema nervoso autonômico, o sistema simpático que estimula o automatismo e
o sistema parassimpático que o inibe.
Guyton (1988) afirma que a estimulação que os nervos simpáticos exercem sobre o coração
são o aumento de FC, aumento da força de contração cardíaca e aumento da velocidade de
condução do impulso cardíaco pelo coração. Já os nervos parassimpáticos produzem efeitos
opostos aos dos nervos simpáticos, estes efeitos são a diminuição da FC, diminuição da força de
contração cardíaca e condução retardada dos impulsos pelo nó AV, o qual alonga o retardo entre
as contrações atrial e ventricular.
Polito & Farinatti (2003) afirmam que a FC aumenta de acordo com a necessidade de
fornecimento de oxigênio para outras partes do corpo, principalmente aos músculos em
atividades físicas.
Alonso et al (1998) afirmam que o aumento da FC no inicio do exercício físico é vagodependente, ou seja, é oriundo da depressão das atividades parassimpáticas no coração. Já nas
fases mais avançadas da atividade física, o aumento da FC é simpático-dependente, sendo
oriunda de um aumento dos estímulos simpáticos no coração.
26
Este aumento da FC pode também ser explicado através da chamada “lei do coração” também
conhecida como Lei de Frank-Starling. Segundo Silverthorn (2003); Guyton & Hall (2006), a lei
de Frank Starling está relacionada à relação de comprimento e a tensão do miocárdio, onde, a
força criada pelo miocárdio, ou seja, a cada sístole ventricular, é diretamente proporcional ao
comprimento do sarcômero. Sendo assim, de acordo com estudos feitos pelo fisiologista alemão
Otto Frank, os quais foram aprimorados posteriormente pelo fisiologista inglês Ernest Starling, o
volume de ejeção (volume sistólico) do coração é proporcional a força da contração do
miocárdio, ou seja, quanto mais sangue chegar ao coração, com mais força o músculo cardíaco se
contrai devido ao estiramento dos sarcômeros, o que leva a uma elevação da tensão do miocárdio,
levando a um aumento da forca de contratilidade miocárdica, que quando relacionada à FC,
temos o débito cardíaco, que nada mais é do que a quantidade de sangue que é ejetado pelo
coração em determinado intervalo de tempo (1 minuto).
A pressão arterial média (PAM) é a média das pressões arteriais medidas a cada milissegundo
durante certo intervalo de tempo e é determinada pelo equilíbrio entre o fluxo sangüíneo para
dentro das artérias e o fluxo sangüíneo para fora das artérias (para os tecidos). Sendo assim, se há
um maior fluxo de entrada nas artérias excedendo o fluxo de saída para os tecidos, temos então
um acúmulo sangüíneo dentro das artérias, isso fará com que tenhamos uma elevação dos valores
da PAM, sendo o contrário também verdadeiro, ou seja, se tivermos uma elevação excessiva do
fluxo de saída, superando o fluxo de entrada, teremos uma diminuição dos valores da PAM. A
PAM mantém-se, na maior parte do tempo, com os seus valores mais próximos dos valores da
PAD, determinando cerca de 60% da PAM, contra apenas 40% pela PAS. A PAM pode ser
determinada através da seguinte equação: PAM = PAD + 1/3 (PAS – PAD) (SILVERTHORN,
2003; GUYTON & HALL, 2006).
Duplo-Produto (DP)
Segundo Polito & Farinatti (2003), o duplo-produto cardíaco é considerado o melhor método
não invasivo para avaliação do trabalho do miocárdio, durante o repouso ou esforços físicos
contínuos de natureza aeróbia, tendo em vista que esta variável apresenta uma forte correlação
com o consumo de oxigênio do miocárdio (MVO2). Esta associação decai em exercícios
intermitentes (anaeróbios ou de resistência muscular localizada - musculação), mas ainda assim o
27
duplo-produto é considerado o melhor indicador de sobrecarga cardíaca em exercícios de força.
Logo, trata-se de uma variável diretamente relacionada com a segurança da atividade física,
dando base para a manipulação de sua intensidade. Sendo interessante utilizá-lo como parâmetro
de segurança, ajudando a definir quais tipos de atividades poderiam estar associados a maiores
riscos de intercorrências cardíacas.
McArdle (2000) afirma que o duplo-produto cardíaco ou produto pressão-freqüência
(mmHg.bmp) apresenta alta relação com a captação de oxigênio pelo miocárdio e com o fluxo
sangüíneo coronariano, tendo seus valores normais de aproximadamente 6.000 em repouso até
40.000 ou mais dependendo da atividade física a qual o indivíduo é submetido.
McArdle (2000) também afirma que a equação proposta para se obter o valor do DP é:
DP = PAS x FC
Onde:
DP = Duplo-Produto.
PAS = Pressão Arterial Sistólica.
FC = Freqüência Cardíaca.
De acordo com o mesmo autor, em exercícios físicos realizados com os membros
superiores, tanto resistidos (musculação) quanto dinâmicos (endurance), as respostas do DP são
superiores quando comparadas aos mesmos exercícios com os membros inferiores.
Segundo Andrade (s/ data), o exercício físico faz com que o coração trabalhe mais e
desafia a capacidade das artérias coronárias de liberar sangue suficiente para suprir a demanda de
O2 do miocárdio. Sendo assim, a FC e a PAS aumentam de acordo com a intensidade do
exercício, de modo que aumente a demanda de O2 ao miocárdio.
Segundo Farinatti & Assis (2000) apud Andrade (s/ data), o DP tende a aumentar durante
o exercício físico, porém, de acordo com Polito & Farinatti (2003) este aumento depende do tipo,
da intensidade e duração do exercício físico realizado.
Polito & farinatti (2003) também afirmam que em diversos estudos os valores do DP em
exercícios resistidos tendem a ser menores do que em exercícios aeróbios de intensidade
moderada, principalmente durante as fases mais intensas de cada um.
28
Fornitano & Godoy (2006) estudaram indivíduos com o teste ergométrico positivo e
tentaram correlacionar o DP elevado destes indivíduos com a ausência de coronariopatia
obstrutiva, concluindo que o DP elevado (DP > 30.000) constituiu-se em uma variável importante
para prever ausência de coronariopatia obstrutiva significante em indivíduos com o teste
ergométrico positivo, descrevendo este como um método importante de avaliação clínica para
uma tomada de decisão para o tratamento dos indivíduos.
Exercício Aeróbio
Powers & Howley (2000) definem que, a energia utilizada em exercícios prolongados é
originária do metabolismo aeróbio. Geralmente podendo ser mantido um estado estável de
captação de oxigênio durante o exercício submáximo de duração moderada.
Logo, deve-se entender por exercícios do tipo aeróbios aqueles que pode ser mantidos por um
período de tempo relativamente longo, por período de tempo igual ou superior a 10 minutos
(FOSS & KETEYIAN, 2000).
Exercício Anaeróbio Resistido
A energia necessária para a realização de exercícios intensos e de curta duração, são
oriundas das vias metabólicas anaeróbias (POWERS & HOWLEY, 2000).
Sendo assim, quando falamos em exercícios anaeróbios, devemos entender que são
exercícios nos quais o sistema metabólico para a geração de energia se da na ausência ou no
déficit de oxigênio. Logo, o metabolismo anaeróbio, ou a geração anaeróbia de energia para o
nosso organismo, refere-se à geração de energia (ressíntese de ATP) através de reações químicas
que não exigem a presença do oxigênio que respiramos (FOSS & KETEYIAN, 2000).
Os exercícios anaeróbios caracterizam-se por serem de curta duração e alta intensidade
como eventos de velocidade tipo picos de 100, 200 e 400 metros e outros eventos nos quais o
ritmo de trabalho só pode ser mantido por 2 a 3 minutos (FOSS & KETEYIAN, 2000).
Dentro dos exercícios anaeróbios, encontram-se os exercícios resistidos (ER) ou
exercícios contra-resistência. Este tipo de exercício caracteriza-se por serem exercícios de força,
29
com pesos, exercícios com resistência muscular localizada e musculação. Trata-se de um tipo de
exercício de curta duração, geralmente dividido em séries com curto intervalo de tempo entre
estas, no qual o individuo terá que promover a contração muscular de um determinado segmento
corporal contra uma força que se opõe ao movimento (resistência). Esta resistência pode ser
oferecida através de: pesos livres, ligas elásticas, peso corporal ou equipamentos de musculação
(NEGRÃO & BARRETO, 2006).
30
8. METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado segundo os preceitos da Declaração de Helsinque e do código
de Nurenberg, respeitando as Normas de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Res. CNS
196/96) do Conselho Nacional de Saúde, tendo início somente após aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade da Amazônia - UNAMA (Parecer 196640/08), aceite
do orientador, aceite do coorientador e responsável pelo estabelecimento comercia onde os
dados foram coletados e, o aceite voluntário dos indivíduos/sujeitos, por meio da assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE I).
A presente pesquisa comparativa trata-se de um ensaio clínico controlado randomizado
(aleatório) realizada na Academia Cardiovita Fitness.
A amostra foi composta por 15 homens com idade média de 22,7 anos (±3,09 anos). Para
seleção dos voluntários foram respeitados os seguintes critérios de inclusão: a) ser aluno
devidamente matriculado no curso de fisioterapia da Universidade da Amazônia; b) Estar,
durante a coleta dos dados, na faixa etária entre 20 a 30 anos de idade; c) Não praticar atividades
físicas freqüentes durante, no mínimo, dois meses.
Como critério de exclusão, utilizou-se os seguintes parâmetros: a) Não ser aluno do curso
de fisioterapia da UNAMA; b) Ter menos de 20 anos ou mais de 30 anos de idade; c) Ser
fisicamente ativo, ou seja, praticar atividade física no mínimo duas vezes por semana durante
dois meses completos; d) Ter alguma alteração cardíaca comprovada ou detectada durante os
testes; e) Ter alguma alteração musculoesquelética que possa afetar a realização dos testes ou
trazer algum risco à integridade física do voluntário; f) Utilização de algum medicamento que
possa alterar as respostas da freqüência cardíaca ou pressão arterial.
Os 15 indivíduos do sexo masculino foram selecionados de maneira aleatória, os quais
foram esclarecidos quanto aos testes que seriam submetidos e os riscos e benefícios que esta
pesquisa traria. Em seguida foi apresentado o TCLE no qual os indivíduos assinaram para
autorizar a suas participações na pesquisa.
Ao chegar ao local da avaliação, os indivíduos foram submetidos a um período de
estabilização hemodinâmica durante cinco minutos, sentados em uma cadeira, posteriormente
foram mensuradas a sua freqüência cardíaca através de um freqüencímetro da marca Polar,
31
modelo F5, pressão arterial pelo método auscultatório utilizando-se de um esfigmomanômetro de
coluna de mercúrio adulto da marca Wanross e de um estetoscópio da marca Litman modelo
Master Classic. Já o Duplo Produto foi mensurado através da equação: Duplo Produto (DP) =
Pressão Arterial Sistólica (PAS) x Freqüência Cardíaca (FC), para assim se obter as variáveis em
repouso de cada voluntário.
Os voluntários fizeram os testes com um intervalo de, no mínimo, 48 horas entre estes e
de forma aleatória, onde não foi respeitada uma ordem de execução dos testes (ex: primeiro o
aeróbio e depois o anaeróbio resistido, ou, primeiro o anaeróbio resistido e depois o aeróbio) para
não haver nenhum transtorno no que diz respeito à ordem dos testes.
Antes de qualquer teste, todos os voluntários passaram pela mesma série de alongamentos
(tríceps sural, glúteos, quadríceps femoral e ísquios-tibiais), aquecimento e ambientação com os
movimentos do teste, onde, na bicicleta, eles passavam 2 minutos pedalando com carga livre com
velocidade de 30 km/h. Já no leg press, faziam uma série de 5 repetições com a carga mínima do
aparelho (5kg). Imediatamente após o período de aquecimento, dava-se início ao teste
propriamente dito, que serão descritos a seguir.
Para a avaliação do exercício anaeróbio resistido, foi utilizado o exercício resistido do
tipo musculação no aparelho de leg press da marca Righetto, modelo High On, seguindo a ficha
de avaliação elaborada pelo pesquisador (APÊNDICE II). A escolha deste exercício se deu
devido ao grupamento muscular envolvido na atividade (quadríceps femorais, gastrocnêmios,
ísquios-tibiais e glúteos) ser o que mais se assemelha ao utilizado ao se pedalar em uma bicicleta.
Neste teste foram feitas séries de 5 repetições com uma carga inicial de 3 barras (15kg),
com velocidade de 3 tempos de contração concêntrica e 4 tempos de contração excêntrica,
sem estender e nem flexionar totalmente a perna, para se evitar lesões na articulação do
joelho.
Ao final de cada serie, eram avaliadas as variáveis FC e PA, assim como, a percepção
de cansaço através da Escala de Percepção Subjetiva do Esforço – Escala de Borg (Borg &
Noble, 1974) (APÊNDICE III). Caso o indivíduo não tivesse alcançado o nível 16 (cansativo)
nesta escala, era acrescentada mais uma barra (5kg) e se repetia o procedimento de mais 5
repetições, até o individuo alcançar o nível 16 na Escala de Borg, ultrapassar 85% da sua
Fcmáx ou não conseguir mais carregar a carga determinada, que foram os parâmetros
utilizados para a finalização deste teste.
32
Assim que se finalizava o teste o indivíduo permanecia durante 1 minuto sentado no
próprio aparelho de leg-press para ser avaliada a sua recuperação do exercício. Sendo
mensuradas todas as suas variáveis as quais estavam em teste (PAS, PAD, FC, DP e Escala de
Borg).
Para o teste em exercício aeróbio foi utilizado o protocolo de ergometria submáximo de
Balke modificado, no qual utilizamos um cicloergômetro (bicicleta ergométrica) Monark
Ergométrica de tração mecânica com carga mensurada em Kp (Kilo Pound).
O protocolo de ergometria submáximo de Balke modificado trata-se de uma avaliação
cardiorrespiratória submáxima de carga progressiva, o qual se inicia com um período de
aquecimento com a duração de 2 minutos com carga livre a 60 rpm ou 30 km/h. Logo após faz-se
um incremento de 50 Watts, equivalente a 0,6 Kp (tabela de conversão de Watt – Kp,
APÊNDICE IV), tendo cada estágio a duração de 2 minutos. As variáveis PA, FC, DP e Escala
de Borg eram avaliadas ao final do segundo minuto de cada estágio. O segundo estágio
correspondia a carga de 1,2 Kp, o terceiro 1,8 Kp, e assim por diante como indica a ficha de
avaliação em exercício aeróbio (APÊNDICE V).
O teste em exercício aeróbio era interrompido assim que o voluntário alcançasse 85 % da
FCmáx ou, assim como no teste anaeróbio resistido, atingisse o nível 16 na Escala de Borg. Ao
alcançar um destes critérios se dava início à fase de recuperação do teste. Esta fase caracterizavase por estágios com a duração de 1 minuto, sendo reduzida gradualmente a carga do exercício até
a parada total dos movimentos como está proposto no apêndice V.
A organização dos dados foi feita através do programa Microsoft Excel 97–2003 para a
tabulação e cálculo das médias e desvios padrões, PAM e DP. Para a análise estatística das
variáveis utilizamos o programa BioEstat 5.0 (Belém, Pará, Brasil – podendo-se fazer o
download do aplicativo no endereço: http://www.mamiraua.org.br/download/). Neste foi efetuado
o teste de ANOVA de 2 critérios para se avaliar a significância estatística das médias em cada
exercício (sendo adotado o nível de significância de p < 0,05). E para a criação dos gráficos foi
utilizado o programa Origin 5.0.
33
9. RESULTADOS
Os gráficos a seguir (1; 2 e 3) correspondem as variações durante o teste em exercício aeróbio
das pressões (PAS, PAD e PAM), da FC e do DP, respectivamente. Sendo que, cada nível
marcado nas linhas dos gráficos correspondem a um determinado estágio do teste, iniciando-se
no marco 0 (zero) as suas respectivas médias em repouso, passando para os dois primeiros
minutos nos quais os indivíduos pedalavam com carga de 0 Kp, 3ª e 4ª minutos com carga de 0,6
Kp, 5ª e 6ª minutos com carga de 1,2 Kp e por fim, chegando a média de pico do exercício, o 7ª e
8ª minutos, nos quais os voluntários pedalavam com uma carga de 1,8 Kp. Após o 8ª minuto, em
média, dava-se início a fase de recuperação do teste, na qual, o 9ª minuto corresponde a 50% da
carga máxima do teste, o 10ª minuto a 25% da carga máxima do teste, o 11ª minuto a carga livre
(0 Kp) e o 12ª minuto em repouso total, parado e sentado na própria bicicleta.
Para se verificar se houve alteração significativa em cada nível, este (até o 8ª minuto)
sempre foi comparado com a média em repouso. Porém, a partir do 8ª minuto, ou seja, o 9ª, 10ª,
11ª e 12ª minutos, tiveram suas médias comparadas com a média de pico do teste, ou seja, com a
média do 8ª minuto.
As médias obtidas em cada estágio, seus desvios padrões, seus p valores, valores do teste
F e o n da amostra, estão contidos nas tabelas 1 e 2, onde também se encontram estes valores
durante o período de recuperação dos testes.
34
TABELA 1 – Valores médios da PAS, PAD, PAM, FC e DP no repouso e em cada estágio de exercício aeróbio no
grupo estudado.
EXERCÍCIO AERÓBIO
PARÂMETROS HEMODINÂMICOS
PAS
PAD
PAM
FC
DP
REPOUSO
119,3
72,3
88,0
83,1
9.922,67
MÉDIA
10,50
9,61
8,82
8,94
1.455,56
DP
15
15
15
15
15
N
Estágio 1:
143,0
72,0
95,6
111,9
16.147,67
MÉDIA
24,48
8,62
11,09
11,69
4.076,36
DP
0 ¬ 2min
15
15
15
15
15
N
Sem carga
Estágio 2:
156,0
70,0
98,7
122,7
18.280,07
MÉDIA
29,17
8,24
11,45
13,00
7.101,42
DP
2 ¬ 4min
15
15
15
15
15
N
Carga 0,6
Estágio 3:
178,0
66,7
103,8
145,9
2.5947,33
MÉDIA
26,17
9,39
11,42
14,84
4.483,53
DP
4 ¬ 6min
15
15
15
15
15
N
Carga 1,2
Estágio 4:
191,1
66,1
107,8
176,1
33.042,69
MÉDIA
27,05
10,22
12,91
19,04
5.392,11
DP
6 ¬ 8min
14
14
14
14
14
N
Carga 1,8
F*
12.9475
3.5397
2.8087
32.3111
47.1350
P**
<0.0001
<0.0001
0.0334
<0.0001
<0.0001
PAS – Pressão Arterial Sistólica, PAD – Pressão Arterial Diastólica, PAM – Pressão Arterial Média, FC –
Freqüência Cardíaca (bat/min) e DP – Duplo Produto (PAS x FC). *Análise de Variância (ANOVA).
TABELA 2 – Valores médios da PAS, PAD, PAM, FC e DP nas fases de recuperação do exercício aeróbio no grupo
estudado.
EXERCÍCIO AERÓBIO
PARÂMETROS HEMODINÂMICOS
PAS
PAD
PAM
FC
DP
MÉDIA
Estágio 4:
191,1
66,1
107,8
176,1
33.042,69
DP
27,05
10,22
12,91
19,04
5.392,11
6 ¬ 8min
N
14
14
14
14
14
Carga 1,8
MÉDIA
180,0
61,4
101,0
156,5
28.008,57
Recuperação
DP
24,49
7,95
9,42
26,18
7.232,26
8 ¬ 9min
N
15
15
15
15
15
50% carga
R .
MÉDIA
Recuperação
158,9
58,9
92,3
147,7
22.803,10
DP
29,10
10,03
10,81
15,31
5.634,86
9 ¬ 10min
N
15
15
15
15
15
25% carga
R .
MÉDIA
Recuperação
145,7
55,7
84,0
141,9
20.027,38
DP
27,86
10,35
14,87
15,63
4.925,40
10 ¬ 11min
N
15
15
15
15
15
Sem carga
MÉDIA
123,2
54,6
82,9
127,8
16.467,86
Recuperação
DP
24,54
10,28
12,30
31,22
4.365,05
11 ¬ 12min
N
15
15
15
15
15
Parado
3.5773
0.0302
1.4075
1.9377
13.8551
F*
0.0119
0.9961
0.2436
0.1171
<0.0001
P**
PAS – Pressão Arterial Sistólica, PAD – Pressão Arterial Diastólica, PAM – Pressão Arterial Média, FC –
Freqüência Cardíaca (bat/min) e DP – Duplo Produto (PAS x FC). *Análise de Variância (ANOVA).
35
PAS - EXERCÍCIO AERÓBIO
PAD - EXERCÍCIO AERÓBIO
PAM - EXERCÍCIO AERÓBIO
240
220
200
**
**
PRESSÃO (mmHg)
180
**
160
140
**
120
*
100
80
*
60
40
20
0
0
2
4
6
8
10
12
TEMPO (min)
Gráfico 1: Resposta da PAS, PAD e PAM em indivíduos submetidos a teste aeróbio no cicloergômetro. ** diferença
significativa da PAS de cada estágio, ao ser comparado com o repouso (F = 12.9475; p < 0,0001). ** diferença
significativa de cada estágio, quando comparado ao estágio 4 (F = 3.5773; p = 0.0119). * diferença significativa do
estágio 4 da PAD e 3 da PAM quando comparados as suas respectivas médias em repouso, tendo (F =3,5397; p <
0,0001 ) para a PAD e (F = 2,8087; p = 0,0334) para a PAM.
O gráfico 1 mostra o resultado do comportamento da PAS, PAD e PAM no teste aeróbio.
Foi observada uma maior variação da PAS do que das demais pressões, onde nesta, também se
observou diferenças significativas na comparação entre o repouso e os estágios 2, 3 e 4. No que
diz respeito à fase de recuperação, a qual se inicia logo após o estágio 4, observamos uma
regressão dos valores imediatamente ao seu inicio, e também, observamos diferença significativa
no estágio 8 do teste.
A variação observada na PAD foi de sua manutenção e, na maioria dos estágios, sua
regressão. Onde foi observado a sua manutenção do estágio de repouso até o estágio 1, uma
regressão do estágio 1 até o estágio 3, uma manutenção do estágio 3 ao 4 e uma regressão mais
drástica do estágio 4 ao estágio 8. Onde o único estágio que demonstrou uma diferença
significativa foi o estágio 4 ao ser comparado com o repouso.
36
Ao se analisar o comportamento da PAM, observamos que esta tem uma elevação de seus
valores até o estágio 4, seguido de uma regressão destes após este mesmo estágio. Sendo a
variação do estágio 3 ao ser comparada com o repouso, a única que teve diferença significativa.
Ainda podemos observar no gráfico 1, que a PAM tende a manter seus valores mais próximos dos
valores da PAD do que da PAS.
EXERCÍCIO AERÓBIO
FREQÜÊNCIA CARDÍACA (bat/min)
200
**
180
160
**
140
120
**
**
100
80
60
40
20
0
0
REPOUSO
2
4
6
8
10
12
TEMPO (min)
Gráfico 2: Resposta da FC de indivíduos submetidos a teste aeróbio no cicloergômetro. ** diferença significativa
dos estágios 1, 2, 3 e 4, quando comparados ao repouso (F = 32,3111; p < 0,0001).
O gráfico 2 mostra a resposta da FC em indivíduos submetidos ao teste aeróbio em
cicloergômetro. Neste gráfico podemos observar um aumento significativo da FC partindo do
repouso até o estágio 4, onde todos os estágios (1, 2, 3 e 4) obtiveram diferença significativa
quando comparados ao repouso. Mostra também que após o estágio 4 temos uma regressão nos
valores da FC, porém sem diferença significativa.
37
EXERCÍCIO AERÓBIO
DUPLO PRODUTO (PAS x FC)
40000
**
35000
30000
**
25000
**
**
**
20000
**
**
15000
10000
5000
0
0
REPOUSO
2
4
6
8
10
12
TEMPO (min)
Gráfico 3: Respostas do DP em indivíduos submetidos a teste aeróbio no cicloergômetro. ** variação significativa
do DP nos estágio 1, 2, 3 e 4, quando comparados ao repouso (F = 47,1350; p < 0,0001). ** variação significativa
do DP nos estágios 6, 7 e 8 da recuperação, quando comparados ao estágio 4 (F = 13,8551; p < 0,0001).
O gráfico 3 mostra as variações do DP em indivíduos submetidos a teste aeróbio em
cicloergômetro. Ao ser analisado, observamos sua grande elevação de seus valores até o estágio
4, sendo esta alteração significativa, quando comparada ao repouso, nos estágios 1, 2, 3 e 4.
Tendo uma regressão de seus valores após o estágio 4, quando se inicia a fase de recuperação do
teste, tendo diferença significativa os estágios 6, 7 e 8, quando comparados ao estágio 4. Outro
dado curioso deste gráfico é a semelhança do seu traçado com o do gráfico da FC. Podemos
analisar mais adequadamente esta semelhança no gráfico 4.
38
DP - EXERCÍCIO AERÓBIO
200
**
160
100
30000
**
140
120
35000
**
180
25000
**
**
**
**
**
20000
**
**
80
15000
60
10000
40
5000
20
0
0
REPOUSO
DUPLO PRODUTO (PAS x FC)
FREQÜÊNCIA CARDÍACA (bat/min)
FC - EXERCÍCIO AERÓBIO
0
2
4
6
8
10
12
TEMPO (min)
Gráfico 4: Resposta da FC e do DP em indivíduos submetidos a teste aeróbio no cicloergômetro.
O gráfico 4 demonstra o comportamento das variáveis FC e DP em indivíduos submetidos a
teste aeróbio em cicloergômetro. Neste gráfico é interessante analisarmos a semelhança do
comportamento destas duas variáveis, onde além da semelhança do traçado dos gráficos, temos a
semelhança de significância nos estágios 1, 2, 3 e 4. Demonstrando que uma alteração da FC
influencia mais o DP do que uma alteração da PAS.
A tabela 3 mostra todas as médias, desvios padrões, p valores, valores de F e n da amostra do
teste em exercício anaeróbio resistido.
39
TABELA 3 – Valores médios da PAS, PAD, PAM, FC e DP no repouso e em cada série de exercício anaeróbio no
grupo estudado.
EXERCÍCIO ANAERÓBIO
PARÂMETROS HEMODINÂMICOS
PAS
PAD
PAM
FC
DP
MÉDIA
REPOUSO
126,00
76,3
92,9
83,9
10.604,3
DP
13,65
8,12
8,32
8,61
1.823,55
N
15
15
15
15
15
MÉDIA
145,3
76,3
99,3
100,6
14.653,3
Série 1:
DP
17,88
8,96
10,85
10,32
2.471,30
Carga 15Kg
N
15
15
15
15
15
Repetições: 5x
MÉDIA
152,7
76,3
101,8
101,9
15.542,7
Série 2:
DP
16,35
8,12
9,40
9,07
1.973,47
Carga 20Kg
N
15
15
15
15
15
Repetições: 5x
MÉDIA
156,00
76,3
102,9
105,9
16.478,0
Série 3:
DP
17,03
8,96
10,03
10,62
2.103,76
Carga 25Kg
N
15
15
15
15
15
Repetições: 5x
MÉDIA
161,67
76,7
105,0
109,8
17.732,0
Série 4:
DP
19,33
9,00
10,58
9,70
2.416,49
Carga 30Kg
N
14
14
14
14
14
Repetições: 5x
MÉDIA
164,00
76,0
105,3
112,7
18.458,7
Série 5:
DP
18,34
10,56
11,02
11,53
2.584,73
Carga 35Kg
N
14
14
14
14
14
Repetições: 5x
75.7918
0.0598
27.3220
66.6876
108.5458
F*
<0.0001
0.9660
<0.0001
<0.0001
<0.0001
P*
PAS – Pressão Arterial Sistólica, PAD – Pressão Arterial Diastólica, PAM – Pressão Arterial Média, FC –
Freqüência Cardíaca (bat/min) e DP – Duplo Produto (PAS x FC). *Análise de Variância (ANOVA).
EXERCÍCIO ANAERÓBIO
240
220
200
180
PAS (mmHg)
160
**
**
**
SÉRIE 2
SÉRIE 3
**
**
SÉRIE 4
SÉRIE 5
140
120
100
80
60
40
20
0
REPOUSO
SÉRIE 1
Gráfico 5: Resposta da PAS em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de exercício resistido com séries de cargas
progressivas. ** variação significativa das séries quando comparadas ao repouso (F= 75,7918; p < 0,0001).
40
O gráfico 5 apresenta a resposta da PAS em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de
exercício resistido com séries de cargas progressivas. Podemos observar que o comportamento da
PAS é sempre de elevação, porém esta elevação mostra-se menor do que a observada no
comportamento desta mesma variável em indivíduos submetidos a teste em exercício aeróbio no
cicloergômetro (gráfico 1). E que em todas as séries observamos variações significativas da PAS,
quando comparadas ao repouso.
EXERCÍCIO ANAERÓBIO
240
220
200
180
PAD (mmHg)
160
140
120
100
80
60
40
20
0
REPOUSO
SÉRIE 1
SÉRIE 2
SÉRIE 3
SÉRIE 4
SÉRIE 5
Gráfico 6: Resposta da PAD em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de exercício resistido com séries de cargas
progressivas.
O gráfico 6 apresenta a resposta da PAD em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de
exercício resistido com séries de cargas progressivas. Observamos que há uma alteração mínima
nesta variável, não sendo caracterizada nenhuma alteração significativa nas médias da PAD em
indivíduos submetidos a este tipo de teste, o que não foi observado nestes mesmos indivíduos
quando foram submetidos ao teste aeróbio no cicloergômetro (gráfico 1).
41
EXERCÍCIO ANAERÓBIO
240
220
200
180
PAM (mmHg)
160
140
120
100
**
**
**
**
**
SÉRIE 1
SÉRIE 2
SÉRIE 3
SÉRIE 4
SÉRIE 5
80
60
40
20
0
REPOUSO
Gráfico 7: Resposta da PAM em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de exercício resistido com séries de cargas
progressivas. ** variação significativa das séries quando comparadas ao repouso (F = 27,3220; p < 0,0001).
O gráfico 7 mostra a resposta da PAM ao exercício anaeróbio resistido com carga
progressiva. Mostra que esta sofre uma elevação de seus valores, porém não muito drástica.
Observamos também que todas as séries do teste obtiveram diferença significativa quando
comparadas ao repouso, porém, esta variação mostra-se inferior a variação obtida pelos mesmos
indivíduos ao serem submetidos ao teste aeróbio no cicloergômetro (gráfico 1).
42
EXERCÍCIO ANAERÓBIO
FREQÜÊNCIA CARDÍACA (bat/min)
200
180
160
140
120
100
**
**
**
SÉRIE 1
SÉRIE 2
SÉRIE 3
**
**
SÉRIE 4
SÉRIE 5
80
60
40
20
0
REPOUSO
Gráfico 8: Resposta da FC em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de exercício resistido com séries de cargas
progressivas. ** variação significativa das séries quando comparadas ao repouso (F = 66,6876; p < 0,0001).
O gráfico 8 apresenta a resposta da FC ao exercício anaeróbio resistido. Observamos a
elevação desta variável de acordo com o passar das séries, as quais são de carga progressiva,
porém esta elevação apresenta-se em menor proporção ao ser comparada a elevação observada no
teste de exercício aeróbio (gráfico 2). Observamos também que as médias de todas as séries
obtiveram alterações significativas quando comparadas a média do repouso.
43
EXERCÍCIO ANAERÓBIO
DUPLO PRODUTO (PAS x FC)
40000
35000
30000
25000
20000
**
15000
**
**
SÉRIE 2
SÉRIE 3
**
**
SÉRIE 4
SÉRIE 5
10000
5000
0
REPOUSO
SÉRIE 1
Gráfico 9: Resposta do DP em indivíduos submetidos a teste anaeróbio de exercício resistido com séries de cargas
progressivas. ** variação significativa das séries quando comparadas ao repouso (F = 108,5458; p < 0,0001).
O gráfico 9 mostra a resposta do DP ao exercício anaeróbio resistido de carga progressiva.
Sendo observada uma elevação nesta variável de acordo com a evolução do exercício, porém,
assim como nas demais variáveis já descritas, esta alteração tem menores proporções quando
comparada as encontradas no exercício aeróbio. Observamos também que há alterações
significativas nas medias desta variável quando estas são comparadas a média do repouso. E
assim como nos traçados dos gráficos de FC e DP do exercício aeróbio, os traçados destes
gráficos no exercício anaeróbio resistido apresentam-se com semelhanças bastante curiosas,
observadas no gráfico 10.
44
DP - EXERCÍCIO ANAERÓBIO
22000
200
180
**
160
**
18000
**
**
140
20000
**
16000
14000
120
**
100
**
**
**
**
12000
10000
80
8000
60
6000
40
4000
20
2000
DUPLO PRODUTO (PAS x FC)
FREQÜÊNCIA CARDÍACA (bat/min)
FC - EXERCÍCIO ANAERÓBIO
0
0
REPOUSO
SÉRIE 1
SÉRIE 2
SÉRIE 3
SÉRIE 4
SÉRIE 5
Gráfico 10: Respostas da FC e do DP em indivíduos submetidos a teste em exercício anaeróbio resistido com séries
de cargas progressivas.
O gráfico 10 mostra a semelhança do traçado das variáveis FC e DP. Assim como nos
traçados destas mesmas variáveis no exercício aeróbio, porém em menor proporção, observamos
que a FC tem uma maior influencia no valor do DP, ou seja, no trabalho e consumo de oxigênio
do miocárdio do que a PAS.
45
10. DISCUSSÃO
Ao analisarmos os dados, observamos a elevação de todas as variáveis com a progressão do
exercício, tanto aeróbio quanto anaeróbio resistido, com exceção da variável PAD a qual teve
uma manutenção e até redução de suas médias com a evolução do exercício aeróbio e leve
elevação com a evolução do exercício anaeróbio resistido.
Macdougall et al (1985) apud Miranda et al (2006) sugerem que o aumento na PAS que
ocorre durante o exercício resistido acontece devido a considerável resistência mecânica ao fluxo
sanguíneo pela contração muscular. Este autor afirma que o exercício resistido aumenta o fluxo
sanguíneo, e proporciona uma crescente ou constante resistência periférica. Este fato causa o
aumento da PA, o que corresponde a um aumento do trabalho cardiovascular. O aumento da PA,
da FC e do DP está associado ao aumento do consumo de oxigênio do miocárdio e risco de
infarto. Por esta razão, o exercício resistido tem tradicionalmente sido evitado por pessoas com
doenças coronarianas ou com problemas cardiovasculares.
Este aumento da PAS e da PAD no exercício anaeróbio resistido explica-se, segundo Brum P.
C. et al (2004), devido a redução do volume sistólico, acréscimo do debito cardíaco e elevação da
resistência vascular periférica. Estes efeitos ocorrem devido à grande contração muscular
provocada por este tipo de exercício, o que promove a obstrução do fluxo sanguíneo muscular, o
que faz com que os metabólitos produzidos durante a contração muscular se acumulem, ativando
quimiorreceptores musculares que promovem um aumento expressivo da atividade nervosa
simpática.
Porém, os resultados encontrados neste estudo se contrastam com a afirmativa de Macdougall
et al (1985) apud Miranda et al (2006). Pois mostramos que tanto o exercício anaeróbio resistido
quanto o exercício aeróbio trazem alterações cardiovasculares significativas, porém, as alterações
observadas no exercício aeróbio excederam as alterações encontradas no exercício anaeróbio
resistido. Sendo que este tipo de exercício mostrou-se mais seguro para indivíduos com
alterações cardiovasculares, tendo em vista que exige menor trabalho e consumo de oxigênio do
miocárdio.
McCartney (1998) também afirma que o exercício anaeróbio resistido traz menores
repercussões ao sistema cardiovascular quando comparado ao exercício aeróbio, tendo em vista
46
que o exercício resistido promove um menor aumento da FC e maior aumento da PAD do que o
exercício aeróbio, isto traria menores riscos ao coração de sofrer possíveis eventos
cardiovasculares, tal como um infarto agudo do miocárdio (IAM), devido o menor trabalho ao
qual o músculo cardíaco é submetido.
Polito et al (2008) nos mostra em seu estudo feito em indivíduos do sexo masculino,
treinados, submetidos a testes de exercício resistido para os membros inferiores (extensão
unilateral de joelho), utilizando-se de um protocolo de exercício contínuo, e o outro de exercício
fracionado com intervalo de 2 segundos entre cada repetição, que em cada protocolo a fadiga
acumulada em uma série pode ter sido interveniente no aumento da resposta pressórica. Sendo
assim, foram observados aumentos de todas as variáveis cardiovasculares em relação ao repouso,
com tendência de elevação e aumento significativo das primeiras séries para as últimas na PAS,
PAD e DP. Mesma tendência observada neste estudo que, com exceção da PAD, a qual teve seus
valores médios mantidos e até rebaixados, observamos um aumento mostrado nos gráficos 5, 8 e
9 das variáveis PAS, FC e DP, respectivamente.
Outro dado interessante a ser discutido neste estudo é a semelhança dos traçados gráficos das
variáveis FC e DP em ambos os tipos de exercícios. Esta semelhança (mostrada nos gráficos 4 e
10) provavelmente indica o quanto é forte a relação destas variáveis. Mostrando que a FC é de
influencia impar para o resultado do DP, tendo um provável grau de relação mais elevado do que
a PAS para o resultado do DP. Porem ainda não existem estudos comprovando esta hipótese
estatisticamente.
No que diz respeito à PAM, assim como na literatura pesquisada, observamos a sua tendência
de manter os seus valores mais próximos dos valores da PAD, tanto no exercício aeróbio quanto
no exercício anaeróbio resistido. Tendo as médias de pico em 105,3 mmHg no exercício
anaeróbio resistido e de 107,8 mmHg no exercício aeróbio. Estas médias mostram mais uma vez
que o exercício aeróbio exigiu maior trabalho do músculo cardíaco do que o exercício anaeróbio
resistido. Esta afirmativa pode ser explicada devido à quantidade de músculos utilizados em cada
atividade proposta. Sendo que, apesar da análise criteriosa de cada exercício resistido para se
encontrar o que mais se assemelhasse ao grupamento muscular solicitado durante a atividade de
pedalar, sabemos que esta atividade (pedalar) exige a participação de músculos de diversas partes
do corpo, tais como músculos do tronco, membros superiores e até músculos do pescoço, sendo
47
estes não tão requisitados durante o exercício anaeróbio resistido, o qual, por ser um exercício de
força muscular localizada, concentra suas ações à musculatura alvo.
Quanto ao DP, encontramos seus valores máximos em cada tipo de exercício em 18.458,7
mmHg.bpm no exercício anaeróbio resistido, e de 33.042,69 mmHg.bpm no exercício aeróbio.
Mostrando mais uma vez que o exercício aeróbio exigiu maior trabalho ou consumo de oxigênio
pelo miocárdio do que o exercício anaeróbio resistido. Sendo este ultimo o considerado por este
autor o mais seguro para ser efetivado por indivíduos que objetivam uma atividade física que
promova um menor dispêndio de energia da musculatura cardíaca.
48
11. CONCLUSÃO
•
A atividade física anaeróbia resistida promove menores alterações cardíacas de
forma imediata quando comparada a atividade física aeróbia.
•
A atividade física anaeróbia resistida mostrou-se mais segura de ser praticada por
indivíduos que objetivem um menor trabalho da musculatura cardíaca.
•
A FC mostrou-se ter maior influência no cálculo do DP do que a PAS, devido a
semelhança de seus traçados gráficos em ambas as atividades.
•
Sendo o controle da variável FC de maior relevância do que o da PAS para uma
maior segurança na prática de ambos os tipos de atividades físicas.
•
Mostra-se de suma importância o controle de todas as variáveis aqui pesquisadas
para uma maior segurança na realização de atividades físicas, sendo a avaliação
física pré atividade de importância ímpar para o sucesso total da atividade e para a
elaboração de um programa de treinamento mais adequado de acordo com cada
objetivo do seu praticante.
49
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
POLITO, M.D. & FARINATTI, P.T.V. Respostas da Freqüência Cardíaca, Pressão Arterial
e Duplo-Produto ao Exercício Contra a Resistência: uma revisão da literatura. Revista
Portuguesa do Desporto. 2003. Vol. 3. Nº. 1. [79 – 91]. Disponível em:
www.fcdef.up.pt/RPCD/_arquivo/RPCD_vol.3_nr.1.pdf#page=81 Acessado em: 06/02/2008.
2.
DAHER, D. J.; GUISELINI, M.; GHORAYEB, N.; DIOGUARDI, G. Avaliação
cardiovascular pré-participação na academia: aspectos médicos e fisiológicos. Revista da
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Vol. 15. Nº. 2. [105 – 113]. Mar.- abr.
2005.
Disponível
em:
http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nex
tAction=lnk&exprSearch=426218&indexSearch=ID. Acessado em:18/05/2008.
3.
BRUM, P.C. et al. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema
cardiovascular. Revista Paulista de Educação Física. Vol. 18, [21-31], ago. 2004.
Disponível em: http://www.usp.br/eef/rpef/v18esp70anos/v18p21.pdf. Acessado em:
15/05/2008.
4.
NEGRÃO, C. E. & BARRETTO, A. C. P. Cardiologia do Exercício: do atleta ao
cardiopata. 2ª edição. Editora Manole. Barueri, SP. 2006.
5.
MCARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia,
Nutrição e Desempenho Humano. 5ª edição. Editora Guanabara Koogan. 2003.
6.
GUS, I.; FISCHMANN, A.; MEDINA, C. Prevalência do Fatores de Risco da Doença
Arterial Coronariana no Estado do Rio Grande do Sul. Arquivos Brasileiros de Cardiologia.
Vol. 78. Nº 5. [478 – 83]. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v78n5/9377.pdf
Acessado em: 24/03/2008.
7.
FOSS, M. L. & KETEYIAN, S. J. FOX: Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6ª
edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro – RJ, 2000.
8.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 3ª edição. Manole. Barueri – SP. 2000.
9.
BERNE, R. M. & LEVY, M. N. Fisiologia. 2ª edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro –
RJ, 1990.
10.
GUYTON, A. C. & HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª edição. Saundres
Elsevier. Rio de Janeiro. 2006.
50
11.
FORNITANO, L. D. & GODOY, M. F. Duplo Produto Elevado como Preditor de Ausência
de Coronariopatia Obstrutiva de Grau Importante em Pacientes com Teste Ergométrico
Positivo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 86, número 2, fevereiro de 2006.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2006000200010. Acessado em: 11/09/2008.
12.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Sobre Infarto Agudo do Miocárdio.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 83. Suplemento IV. Setembro de 2004.
Disponível
em:
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2004/III_Dir_Tratamento_Infarto_Agudo_Miocardio.a
sp. Acessado em: 23/10/2008.
13.
MIRANDA, A. C. S.; PAIVA, F. S.; BARBOSA, M. B.; SOUZA, M. B.; SIMÃO, R.;
MAIOR, A. S. Resposta do Duplo Produto Envolvendo Séries Contínua e Fracionada durante
o treinamento de Força. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Ano 5, número
1,
p:
107
–
116,
2006.
Disponível
em:
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-51-2006/sum_edfis5n1.pdf. Acessado em: 07/09/2008.
14.
POLITO, M. D.; SIMÃO, R.; LIRA, V. A.; NÓBREGA, A. C. L.; FARINATTI, T. V.
Séries Fracionadas da Extensão de Joelho Proporciona Maiores Respostas Cardiovasculares
que Séries Contínuas. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 90. Número 6. São Paulo,
junho de 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v90n6/a01v90n6.pdf. Acessado
em: 27/11/2008.
15.
CAMPAGNOLE-SANTOS, M. J. & HAIBARA, A. S. Reflexos Cardiovasculares e
Hipertensão Arterial. Revista Brasileira de Hipertensão. Volume 8, número 1:
janeiro/março de 2001. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/81/005.pdf. Acessado em: 27/09/2008.
16.
ALONSO, D. O.; FORJAZ, C. L. M.; REZENDE, L. O.; BRAGA, A. M. F. W.;
BARRETTO, A. C. P.; NEGRÃO, C. E.; RONDON, M. U. P. B. Comportamento da
Freqüência Cardíaca e da Sua Variabilidade Durante as Diferentes Fases do Exercício Físico
Progressivo Máximo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 71, número 6, 787 –
792, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v71n6/a08v71n6.pdf. Acessado em:
22/05/2008.
17.
McCARTNEY, N. Role of Resistance Training in Heart Disease. Medicine & Science in
Sports & Exercise. Vol. 30, número 10, outubro de 1998. Disponível em: http://www.acsmmsse.org/pt/re/msse/abstract.00005768-19981000100008.htm;jsessionid=J0GYqQPsjwqM3ywL5p6Tm15J0qvVT1vtmjr8mTQkZct1wphNKw8
3!418234175!181195628!8091!-1. Acessado em: 28/11/2008.
51
APÊNDICES
52
APÊNDICE I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Análise Comparativa da Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca e Duplo-Produto em
Homens Sedentários de 20 a 30 Anos Submetido a Exercício Aeróbio versus Anaeróbio
Resistido
Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado. O
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que
estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós,
mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.
Eu,
,
, residente e domiciliado na
portador da Cédula de identidade, RG
, e nascido(a) em __ / __ /___ , abaixo
assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário(a) do estudo
“Análise Comparativa da Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca e Duplo-Produto em
Homens Sedentários de 20 a 30 Anos Submetidos a Exercício Aeróbio versus Anaeróbio
Resistido”.
Estou ciente que:
I)
A pesquisa será realizada na Academia Cardiovita, cujo objetivo é de se comparar as
diferenças das adaptações agudas das variáveis Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca e
Duplo Produto em exercícios aeróbio (bicicleta ergométrica) versus anaeróbio (leg press);
II)
Serei submetido, no primeiro dia da pesquisa, a uma avaliação das variáveis pesquisadas,
onde para isso ficarei sentado em uma cadeira durante dez minutos e logo após este tempo
serão verificadas a minha freqüência cardíaca, pressão arterial e será calculado o meu duplo
produto cardíaco;
III)
Também serei submetido a testes de esforço, os quais poderei interromper na hora que
desejar.
IV)
Serei submetido a testes físicos, e para tal estou ciente que terei que trajar uma vestimenta
adequada que será pré-determinada pelo pesquisador;
V)
Em caso de apresentação de trabalho, fotos a ser utilizada não será minha, e sim do próprio
pesquisador;
VI)
Esta pesquisa objetiva me submeter a um teste, o qual terei que comparecer ao local da
pesquisa nos dias e horas que serão pré-determinados pelo pesquisador;
VII)
Após o intervalo de dois dias passarei por um novo teste no mesmo local na bicicleta
ergométrica o no leg press;
53
VIII)
Não terei gastos com os procedimentos nem serei remunerado ou recompensado para
participar da mesma, sendo a minha participação totalmente voluntária;
IX)
No momento em que desejar, tenho liberdade de desistir ou interromper minha colaboração
neste estudo, sem que sejam necessárias justificativas. E, caso a desistência aconteça, não
ocorrerá nenhum prejuízo a mim, nem à minha saúde e bem estar físico;
X)
Minha participação nesta pesquisa contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes
ao tema, auxiliando no norteamento da avaliação e protocolos de treinamento;
XI)
Caso eu apresente algum episódio de urgência cardíaca ou qualquer lesão que venha
sofrer, estou ciente que o pesquisador disponibilizará o transporte até o pronto atendimento
medico de urgência;
XII)
Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus
dados pessoais não sejam mencionados;
Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta
pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
54
Belém,
de
de 2008
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os
eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
______________________________________
Voluntário
Testemunha 1: _____________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2: _____________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Responsável pelo Projeto:
__________________________________
(nome)
Telefone para contato:
55
APÊNDICE II
Ficha de Avaliação em Exercício Anaeróbio
Nome: ________________________________________
Idade: ______
Sexo: ( ) M / ( ) F
Data da Avaliação: ___/___/_2008
PA (repouso)________
FC (repouso)________ DP (repouso)________
Nível
Carga
(Kg)
Nº de
Repetições
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
PA sist.
(mmHg)
PA
diast.
(mmHg)
FC
(bpm)
DP
(mmHg / bpm)
# 85% da Fcmáx =_______
# Médias Durante o Teste:
• PA:_____
• FC:_____
• DP:_____
# 1 Minuto Após o Teste:
• PA:_____
• FC:_____
• DP:_____
______________________________________
Voluntário
______________________________________
Pesquisador
Escala de
Borg
56
APÊNDICE III
ESCALA DE BORG
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
MUITO FÁCIL
FÁCIL
RELATIVAMENTE FÁCIL
LIGEIRAMENTE CANSATIVO
CANSATIVO
----------------------------------------MUITO CANSATIVO
EXAUSTIVO
-
57
APÊNDICE IV
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
EQUIVALENCIA DE CARGA EM CICLOERGOMETRO
60 rpm
20 Km/h
30 Km/h
35 Km/h
25 Watt
0,45 Kp
0,3 Kp
0,25 Kp
50 Watt
0,90 Kp
0,6 Kp
0,50 Kp
75 Watt
1,36 Kp
0,9 Kp
0,80 Kp
100 Watt
1,81 Kp
1,2 Kp
1,10 Kp
125 Watt
2,27 Kp
1,5 Kp
1,40 Kp
150 Watt
2,72 Kp
1,8 Kp
1,70 Kp
175 Watt
3,18 Kp
2,1 Kp
2,00 Kp
200 Watt
3,63 Kp
2,4 Kp
2,25 Kp
225 Watt
4,09 Kp
2,7 Kp
2,55 Kp
250 Watt
4,50 Kp
3,0 Kp
2,80 Kp
275 watt
4,95 Kp
3,3 Kp
3,08 Kp
300 Watt
5,40 Kp
3,6 Kp
3,36 Kp
58
APÊNDICE V
Ficha de Avaliação em Exercício Aeróbio
Nome: _________________________________________
Idade: ______
Sexo: ( ) M / ( ) F
Data da Avaliação: ___/___/_2008
PA (repouso)________
FC (repouso)________
ESTÁGIO
TEMPO
CARGA
1
2 min
2 min
4 min
4 min
6 min
6 min
8 min
8 min
10 min
10 min
12 min
12 min
0
2
3
4
5
6
PAS
DP (repouso)________
PAD
FC
DP
ESCALA
DE
BORG
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
# Médias durante o teste:
• PA =
• FC =
• DP =
RECUPERAÇÃO
1 min (50% carga máx.)
2 min (25% carga máx.)
3 min (0 de carga)
4 min (parado)
PAS
PAD
__________________________
Voluntário
__________________________
Pesquisador
FC
DP
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análise comparativa da pressão arterial, frequência